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A JUSTIÇA QUE VEM PELA FÉ NO FILHO DE DEUS ou A FÉ

QUE ALCANÇA GRANDES PROMESSAS

“Creu Abraão em Deus e isto lhe foi imputado como justiça”.


(Gn 15.6; Rm 4.3)

1 – Introdução
Abraão, o primeiro crente e exemplo de Fé!
- No que creu Abraão? Creu Abraão na promessa de uma grande
posteridade, que Deus lhe daria grande descendência. A promessa de
Gênesis é dupla, primeiro o Senhor Deus diz que a posteridade de Abrão
será “como o pó da terra...” (Gn 13.16); depois em (Gn 15.5), Deus promete
que sua descendência será tão numerosa quanto as estrelas. Há quem diga
que essa dupla promessa se refere primeiro aos descendentes de Abraão
segundo a carne (Israel) e depois aos descendentes espirituais de Abraão,
pois, ele é pai de todos os que creem, ou seja, nós a Igreja De Cristo (Rm
4.11).
2 – Vale a pena crer, pois, a todos os que crerem será imputada a justiça
de Abraão
2.1 - O que fez o crente Abraão para ser justificado por Deus nas Sagradas
Escrituras?
Creu na promessa que Deus lhe fizera, agora renovada pela segunda vez,
que seria ele o herdeiro de uma grande multidão (Gn 13.16, Gn 15.5).
2.2 – Portanto, porque nós somos declarados justos, nós os filhos de
Abraão, segundo a Fé, e não segundo a descendência física da carne?
Qual a base da nossa justificação?
- Não se engane, não é apenas didática essa pergunta, nem visa colocar os
irmãos num debate teológico histórico, qual seja, afinal, somos justificados
diante de Deus pela nossa fé ou pelas nossas obras? Sabemos que essa
questão outrora dividiu o Cristianismo hegemônico em dois mundos
distintos, Católicos e Protestantes. Lutero o grande reformador afirmou que
somos justificados pela Fé, com base em Romanos, e não pelas obras feitas
à Igreja em nome de Deus (Indulgências), dividindo para sempre a Igreja.
Portanto, sabemos que a base correta da nossa justificação diante de Deus
é a Fé e não a nossa religião externa ou a Lei de Moisés:
- A Justiça que vem pela Fé e independe das obras da Lei (Rm 3.28)
- A Lei não pode justificar a ninguém (Rm 3.30).
Tampouco somos justificados diante de Deus pelas nossas boas obras, ou
seja, nossos atos de bondade, nossa caridade para com o nosso próximo e
a nossa solidariedade, quando andávamos sem Cristo. Portanto, religiões
baseadas na Lei ou em obras não salvam a ninguém.
Nossas boas obras só são aceitas por Deus, após a nossa Justificação,
alcançada pela Cruz de Cristo, pelo Sangue derramado lá no Monte Caveira
(Calvário). Pela Fé nessa obra meritória de Jesus Cristo.
Além disso, Deus preparou as boas obras para que andássemos nelas:
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom
de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus
preparou para que andássemos nelas.
(Efésios 2.8-10)
- Observem o contraste entre as obras antes da Salvação (Lei de Moisés,
atos de justiças decorrentes do nosso bom coração para com o nosso
próximo) e as boas obras preparadas por Deus para os que creem.

2.3 – Embora justificados pela Fé, as boas obras também devem fazer
parte da nossa vida
- Boas obras e a Fé andam juntas de mãos dadas na vida dos salvos:
Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém
dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e
eu, com as obras, te mostrarei a minha fé.
(Tiago 2.17,18).
2.4 – A Doutrina da Justificação vai contra o senso religioso comum
Justificação pelas obras da lei – “Por “lei” entende-se a soma total dos
mandamentos de Deus, e por “obras da lei” os atos praticados em
obediência a ela. Os judeus supunham que podiam ser justificados desse
modo, como também os judaizantes, que professavam ter fé em Jesus, mas
queriam que todos seguissem igualmente a Moisés. Sua posição era esta: A
única maneira de ser justificado é através de trabalho duro. É preciso lutar.
A `obra´ são as `obras da lei´. Ou seja, é preciso fazer tudo o que a lei ordena
e evitar tudo o que a lei proíbe. Os judeus e os judaizantes continuavam
dizendo: `Isto significa que é preciso guardar especialmente os Dez
Mandamentos. `É preciso amar e servir ao Deus vivo, e não ter outros deuses
ou substitutos´. `É preciso reverenciar o seu nome e o seu dia, e honrar os
pais´. `É preciso evitar o adultério, o homicídio e o roubo´. `Nunca devemos
dar falso testemunho contra o nosso próximo nem cobiçar alguma coisa que
lhe pertença´. Mas não era só isso. Diziam que `além da lei moral, temos a
lei cerimonial, à qual é preciso obedecer. É preciso levar a religião a sério,
examinando as Escrituras em particular e frequentando os cultos públicos.
`é preciso jejuar, orar e dar esmolas. `E, se fizer tudo isso, SEM FALHAR EM
NADA [grifo meu] ter-se-á alcançado o sucesso e a aceitação de Deus sendo
então justificado pelas obras da lei” (Ibidem).
“Esta era a posição do judeu e do judaizante. Paulo os descreve
como `procurando estabelecer a sua própria justiça´ (Rm 10.3). Esta tem
sido a religião do povo comum, antes e depois deles. É a religião que se
encontra nas ruas, hoje. De fato, é o princípio fundamental de cada sistema
religioso e moral no mundo, exceto no Cristianismo do Novo Testamento. É
um princípio popular porque é lisonjeiro. Ele diz ao homem que, se ele tão
somente conseguir melhorar um pouco o seu comportamento e se ele se
esforçar um pouquinho mais, conseguirá obter a sua própria salvação”
(ibidem).
“Mas isso tudo é uma ilusão terrível. É a maior mentira do maior
mentiroso do mundo, o diabo, o qual Jesus chamou de `pai da mentira´(Jo
8.44). Nunca alguém foi justificado pelas obras da lei, simplesmente porque
ninguém jamais conseguiu obedecer à lei de maneira perfeita. Uma
obediência restrita às exigências das obras da lei é uma coisa além do nosso
alcance. Podemos guardar algumas das exigências da lei externamente,
mas nenhum homem, exceto Jesus Cristo, jamais as cumpriu todas. Na
verdade, se examinarmos as nossas motivações, descobriremos que já
transgredimos TODAS AS LEIS DE DEUS (grifo meu], pois Jesus disse que
pensamentos homicidas nos transformam em homicidas e que
pensamentos adúlteros nos transformam em adúlteros. Por isso as
Escrituras nos dizem: `o homem não é justificado por obras da lei´ (versículo
16, aludindo ao Sl 143.2). O que nos surpreende é que alguém possa
imaginar que possa aproximar-se de Deus e chegar ao céu dessa maneira”
(Ibidem).
(...)
Além de convocar todos a cumprirem a lei na sua inteireza, há os que
criam novas doutrinas com muitas proibições: é preciso participar das
campanhas para serem abençoados; se falharem nos dízimos, ficarão
sujeitos ao espírito devorador; os amuletos produzidos pela igreja são
instrumentos de bênçãos; se não cumprirem a lei do sábado, irão para o
inferno. De modo que muitos que deveriam livrar-se do peso da maldição
da lei ficam sufocados por doutrinas destruidoras, impedindo-os de
contemplar e aceitar a plenitude do evangelho da graça.
- Item 2.4 foi extraído de:
https://www.estudosgospel.com.br/estudo-biblico-evangelico-diversos/justificacao-
pelas-obras-da-lei-ou-pela-fe.html

3 – As bem-aventuranças que pertencem somente aos justificados por


Deus
Como Deus nos atribui justiça (Isto é nos justifica independente das nossas
boas obras) – Rm 4.5; a esse Ato Divino seguem uma série de Bem-
Aventuranças:
a) Bem-aventurado é o homem a quem Deus lhe atribui Justiça (Rm
4.6);
b) Bem-aventurado são aqueles cujas iniquidades são perdoadas e os
pecados cobertos (nessa dispensação removidos) – (Rm 4.7);
c) Bem-aventurado é o homem a quem o Senhor jamais imputará
pecado – (Rm 4.8).
Segundo o Apóstolo Paulo, lido nesses textos, a base da justificação do
Rei Davi, foi a graça de Deus (Ele cometeu um adultério e um assassinato)
e não a Lei de Moisés.
Portanto, essas bem-aventuranças vem sobre todos os que creem, não
levando em conta a sua origem, bondade pessoal, ou a religião ou doutrina
que confessavam anteriormente (no contexto os judeus). Isso porque
Abraão foi justificado pela Fé antes de ser circuncidado (ou seja tornado
judeu sob a Lei) – (Rm 4.9).

4 – Conclusão
Essa justiça ou justificação é independente das obras que praticamos
(Rm 3.28); porque nossas justiças são como trapos de imundícia diante dEle
(Isaías 64.6).
Nossas obras só são aceitas por Deus após nossa justificação e quando
feitas em Cristo e para a Glória de Deus!
Amém!

Pr. Sérgio Silveira – ADGP – Sede – 13/09/2015

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