Apresentado por: Geovana Sato Sofia Nunes Yasmin Vitoria Vinicius Nunes ORIGEM HISTORICA O contato dos Kaingang com a sociedade envolvente teve início no final do século XVIII e efetivou-se em meados do século XIX Os Kaingang vivem em mais de 30 Terras Indígenas que representam uma pequena parcela de seus territórios tradicionais. O povo Kaingang organiza-se socialmente em dois segmentos ou dualidades, kamẽ e kanhru, cada qual com suas características e habilidades. O kamẽ usa as pinturas compridas no corpo e também nos artesanatos, é de identidade O kanhru utiliza traços circulares no corpo e também nos artesanatos e identificam os animais com suas marcas A vida dos Kaingang funciona com base na espiritualidade, que permeia aspectos culturais As iniciativas preservação da cultura e dos costumes são considerados preciosas pelos Kaingang, especialmente na promoção da saúde da comunidade. LOCALIDADE A Reserva Indígena Kaingang de Lombo do Pinheiro, e o "Acampamento da Agronomia", são os únicos territórios Kaingang que já têm o estatuto do tipo Reserva Indígena através da Lei 6.001 de 1973 Atualmente, existem em torno de sete áreas reivindicadas pelos Kaingang para demarcação, como o Morro de Santana, Lomba do Pinheiro, Morro do Osso, São Leopoldo, Estrela, Lajeado e Farroupilha. Em cada localidade, existem histórias a relatar sobre a presença indígena, bem como as tensões de sua presença, onde quem habita os espaços urbanos deslegitima e coloca em risco seus direitos.. ORGANIZAÇÃO POLITICA A organização social e política Kaingang se caracteriza, até os atuais dias, pela existência de metades, nomeadas Kamé e Kairu, mantendo entre elas uma relação complementar e assimétrica, com Kamé sendo considerada como primeira porque tem, por exemplo, "mais força" que a metade Kairu. Cada metade comporta duas seções: na metade KAMÉ , as seções Kamé e Wonhétky ; na metade KAIRU, as seções Kairu e Votor O dualismo Kaingang se exprime igualmente em vários outros aspectos da vida ritual e social, principalmente em relação às nomenclaturas animais (onde vários animais são concebidos como pertencentes a uma ou outra metade, conforme Nimuendajú) e astronômicas que atribuem uma identidade Kamé ao sol e Kairu à lua. Em uma aglomeração chamada Xapecozinho, os Kamé são enterrados ao sul e os Kairu ao norte deste eixo Leste-Oeste, apesar de que esta prática não seja mais sistematicamente respeitada, pois os coveiros são hoje jovens trabalhadores renumerados pelas autoridades da reserva que nem sempre conhecem a divisão Kamé/Kairu no interior dos cemitérios segundo os Kaingang, as almas (vein kupri) da metade Kamé se encontram num lugar elevado, situado em direção a leste, nominado fõgkawé, enquanto as almas da metade Kairu se dirigem a oeste, em direção a uma caverna chamada nûmbé. COSTUMES • Contrariamente aos Bororo e aos Jê centrais • O espaço imediatamente ao redor da e setentrionais, os Kaingang não constroem casa é essencialmente agrícola e é aldeias circulares ou semicirculares. designado pelo termo limpo (plur em • Ainda hoje, frequentemente, cada uma das Kaingang) em oposição ao mato, à suas extremidades possui uma porta: a floresta. situada ao leste é associada às atividades • A três rituais adentro dos costumes dos masculinas e às visitas, enquanto a situada Kaingang: A festa do Kuiâ (xamã), A festa no oeste correspondente às atividades do Kikikoi e o ritual de purificação da femininas viúva exprimem a cosmologia Kaingang: A vida na terra é dependente do destino dos mortos porque a sociedade dos vivos é eternamente recriada pelos ancestrais mortos: “nossos troncos”, “nossos antigos”. RELIGIÃO DOS • O xamanismo Kaingang envolve uma • Os xamãs kujã provêm de uma só metade, que se ocupa, sem partilha ou metade, a metade Kamé, e complementaridade com a outra dispõem de um animal-auxiliar metade, de sua prática. associado à sua própria metade • Os Kaingang distinguem os saberes "guiados" dos saberes "não-guiados". • Os saberes não-guiados vão desde um conhecimento fitoterápico, largamente difundido nesta população tanto entre as mulheres como entre os homens, até os tratamentos médicos dispensados na enfermaria da reserva ou nos hospitais da região ECONOMIA Economicamente os Kaingang organizaram-se sobre uma economia baseada na caça, pesca coleta e agricultura complementar Atualmente a agricultura é o elemento básico da sua economia, ao lado de famílias que dependem exclusivamente da venda de seus artesanatos. Os sistemas produtivos dos Kaingang se baseiam sobretudo no cultivo de milho, feijão, moranga, mandioca e batata-doce, bem como na criação de animais de pequeno porte REALIDADE ATUAL DOS • Atualmente, os Kaingang vivem em mais de 30 áreas nos • Nos últimos dois anos, em função da concessão estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande de serviços turísticos à iniciativa privada, estão do Sul. sendo pressionadas as áreas das Florestas para • a região norte do Rio Grande do Sul, especialmente no regularização e, após, para concessão município de Faxinalzinho, é um campo de disputas entre os indígenas Kaingang e os agricultores que ocuparam as áreas que compreendem os limites da TI Votouro/ Kandóia. • Os indígenas atribuem ao Poder Executivo e ao Ministério da Justiça a responsabilidade da demora na demarcação do seu território tradicional. • Há mais de 10 anos vem reivindicando seu direito de permanência na Floresta Nacional de Canela (FLONA Canela), espaço de disputa do capital especulativo. FIM DA APRESENTAÇÃO