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GRUPO DISCIPLINAR DE MÁQUINAS ELÉTRICAS

Máquinas Elétricas

TP3

Estudo do funcionamento de uma máquina assíncrona


trifásica

Docente: Pedro Fonte


Turno: 2 Grupo: 4
Nº Aluno Nome
45951 Tomás Pereira
45961 João Barrocas
45993 António Ferreira
ADEEEA | LEE \ ME I 2020/2021 SI

1 – Introdução

Com este trabalho é pretende-se aplicar conhecimentos sobre a


representação do modelo elétrico equivalente do motor assíncrono, construir
curvas características do binário e balanço de potência de uma máquina
assíncrona trifásica, compreender a relação V/f e compreender a compensação
do fator de potência de um gerador.

2 – Objetivos

Determinação do modelo elétrico da máquina assíncrona trifásica em regime


permanente através de ensaios laboratoriais;
Análise do funcionamento da máquina assíncrona trifásica em carga e
validação experimental. Estudo e análise do balanço de potência e característica
eletromecânica;
Aplicação e análise de funcionamento da máquina assíncrona em regime
gerador. Verificação do trânsito de potência em hipo e híper sincronismo. Teste
e análise da compensação do fator de potência com baterias de condensadores;
Aplicação e análise do funcionamento do motor assíncrono trifásico utilizando
controlo escalar (Técnica V/f).

3 - Procedimento experimental
Este trabalho é constituído por 4 partes:

1 ª parte: Motor Assíncrono ensaio em: rotor bloqueado e rotor livre

2ª parte: Motor Assíncrono ensaio com carga

3ª parte: Máquina assíncrona em regime gerador

4º parte: Motor Assíncrono controlado por V/f

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
ADEEEA | LEE \ ME I 2020/2021 SI

1 ª parte: Motor Assíncrono ensaio em: rotor bloqueado e rotor


livre (Procedimento experimental)

Após serem feitas as ligações dos aparelhos ao motor para ler a potência, tensão
e corrente no estator, bem como a velocidade do motor, através de um sensor que
fornecida o valor de binário (em %), foram realizados os seguintes ensaios:

Ensaio com rotor livre:


o Aumentar a tensão até atingir a tensão nominal (380 V)
o Medir a corrente, potência e tensão

Ensaio com rotor bloqueado (curto-circuito):


o Neste ensaio, o rotor teria sido segurado manualmente de forma a
que este não rodasse
o Aumentar a tensão até atingir a corrente nominal (5 A)
o Medir a corrente, potência e tensão

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
ADEEEA | LEE \ ME I 2020/2021 SI

2ª parte: Motor Assíncrono ensaio com carga (Procedimento


experimental)

Após serem feitas as ligações dos aparelhos ao motor para ler a potência, tensão e
corrente no estator, bem como a velocidade do motor (display na bancada), foi
realizado o ensaio em carga, no qual o binário de carga era regulado através de um
controlador presente na bancada:

Ensaio em carga:
o Alimentar a máquina
o Aumentar gradualmente o binário de carga até atingir a corrente
nominal (5 A)
o Registar o binário, potência, velocidade, tensão e corrente na
máquina, á medida que se aumenta o binário de carga.

Durante o ensaio sabíamos também que:


 Potencia útil/nominal = 2,2kW
 Velocidade = 1425 rpm
Pelo que foi possível calcular o binário nominal:

𝜔= 𝑁 logo 1425rpm =149,23 rad/s


𝑃 2200
𝐵𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = = = 𝟏𝟒, 𝟕𝟒 𝐍. 𝐦
𝑣 149,23
O binário nominal correspondia a 31,2% no controlador de binário da bancada.

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
ADEEEA | LEE \ ME I 2020/2021 SI

3ª parte: Máquina assíncrona em regime gerador


(Procedimento experimental)

Verificar se as máquinas estão a rodar no mesmo sentido:


o Ligar o acionamento (motor)
o Ver para que lado está a rodar
o Desligar o acionamento
o Ligar a máquina assíncrona (gerador)
o Ver para que lado está a rodar
o Caso não estejam a rodar para o mesmo lado, trocar as fases.
Depois de verificar o sentido da rotação:
o Ligar o motor e o gerador e colocar o motor a uma velocidade
superior á do campo girante (1500 rpm) da máquina
o Medir a corrente no amperímetro da bancada
o Medir a tensão no voltímetro da bancada
o Medir a potência no wattímetro (ativa, reativa e cos(φ))

Fazer a compensação do fator de potência aumentando a capacidade da bateria


dos condensadores á medida que se lê o valor da potência (ativa, reativa e cos(φ))

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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4º parte: Motor Assíncrono controlado por V/f (Procedimento


experimental)

Ensaio em vazio:
o Ligar o variador á máquina e depois alimentar o mesmo e
implementar a curva U=f(f)
o No variador, ler a velocidade, tensão, corrente e frequência.

Ensaio em carga:
o Para além do variador, ligar também o freio eletromagnético á
máquina e aplicar carga até atingir a corrente nominal
o No variador, ler a velocidade, tensão, corrente e frequência.
o Ler o binário no freio.

Durante o ensaio sabíamos também que:


 Potencia útil/nominal = 2,2kW
 Velocidade = 1430rpm
 V=230 V
 I=8,8 A
Pelo que foi possível calcular o binário nominal:

𝜔= 𝑁 logo 1430rpm=149,75 rad/s


𝑃 2200
𝐵𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = = = 14,7 𝑁. 𝑚
𝑣 149,75

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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4 – Valores obtidos

1 ª parte: Motor Assíncrono ensaio em: rotor livre e rotor


bloqueado

Ensaio com rotor livre (vazio)

Motor ligado em estrela com rotor gaiola de esquilo

Vazio
P0(W) 245,8
I0(A) 2,49
Vc(V) 380,1
N(rpm) 1495
R (Ω) 3,88

𝑅 3,88
𝑅 = = = 𝟏, 𝟗𝟒 𝛀
2 2

𝑃 245,8
cos 𝜑 = = = 𝟎, 𝟏𝟒𝟗𝟗
√3 ∗ 𝑉𝑐 ∗ 𝐼 √3 ∗ 2,49 ∗ 380,1

𝐼𝑝 = 𝐼 ∗ cos 𝜑 = 2,49 ∗ 0,1499 = 𝟎, 𝟑𝟕 𝐀

𝐼𝑚 = 𝐼 − 𝐼𝑝 = 2,49 − 0,37 = 𝟐, 𝟒𝟔 𝑨

𝑈
380,1
𝑅𝑝 = √3 = = 𝟑𝟗𝟑, 𝟏𝟏 𝛀
𝐼𝑝 √3 ∗ 0,37

𝑈
√3 380,1
𝑋𝑚 = = = 𝟖𝟗, 𝟐𝟏 𝛀
𝐼𝑚 √3 ∗ 2,46

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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𝑁𝑠 − 𝑁𝑟 1500 − 1498
𝑠= = = 𝟎, 𝟎𝟎𝟏𝟑
𝑁𝑠 1500

Ensaio com rotor bloqueado (curto-circuito) s = 1

Rotor
Bloqueado
Pcc(w) 449,5
Vcc(V) 85,7

Icc(A) 5,07

𝑃𝑐𝑐 449,5
cos 𝜑 = = = 𝟎, 𝟓𝟖𝟎𝟔
√3 ∗ 𝑉𝑐𝑐 ∗ 𝐼𝑐𝑐 √3 ∗ 85,7 ∗ 5,07

1
𝑈𝑐𝑐 ∗
√3 = 85,7
𝑍𝑒𝑞 = = 𝟗, 𝟕𝟔 𝛀
𝐼𝑐𝑐 √3 ∗ 5,07

𝑅𝑒𝑞 = 𝑍𝑒𝑞 ∗ cos 𝜑 = 9,76 ∗ 0,5806 = 𝟓, 𝟔𝟕 𝛀

𝑋𝑒𝑞 = 𝑍𝑒𝑞 − 𝑅𝑒𝑞 = 9,76 − 5,67 = 𝟕, 𝟗𝟒 𝛀

𝑅 =𝑅 − 𝑅 = 5,67 − 1,94 = 𝟑, 𝟕𝟑 𝛀

𝐑 𝒑 (𝛀) 𝐗 𝒎 (𝛀) 𝐑 𝒆𝒒 𝐗 𝒆𝒒 𝑹𝒆 (𝛀) 𝑹𝒓 (𝛀) 𝑰𝒎 (𝑨) 𝑰𝒑 (𝑨) s


(𝛀) (𝛀)
393,11 89,21 5,67 7,94 1,94 3,73 2,46 0,37 0,0013
Tabela com os valores do modelo elétrico da máquina ensaiada

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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2ª parte: Motor Assíncrono ensaio em carga

Ensaio em carga:

Binário Tensão Corrente Potência Velocidade


[%] [V] [A] [W] [rpm]
0 378 2,54 359 1495
6,8 379,5 2,73 806,6 1485
10,8 378,5 2,96 1106 1479
13,7 378,8 3,16 1298 1475
16,4 378,5 3,36 1485 1469
18,5 378,1 3,57 1664 1466
20,3 378,1 3,75 1809 1462
22,3 377,4 3,96 1975 1459
24,2 377,6 4,15 2128 1455
26,2 377,7 4,36 2289 1450
27,9 376,7 4,57 2428 1446
29,4 376,5 4,76 2563 1442
31,2 376,6 5,00 2729 1437

Para o cálculo do binário teórico usou-se a expressão:

P=2 pares de polos; 𝑅 = 3,73 𝛺 ; 𝑅 = 1,94 𝛺 f=50 Hz ; 𝑈 = 380 V ; X = 7,94 𝛺

Para o escorregamento teórico considerou-se que este variava entre 0 e 1

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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Para o cálculo do binário prático usou-se a expressão:

𝑻(%) ∗ 𝑻𝒏
𝑻= 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑇𝑛 = 14,74𝑁𝑚 𝑒 𝑇𝑛(%) = 31,2%
𝑻𝒏(%)

Para o escorregamento pratico utilizou-se a seguinte expressão:

Sendo n1=1500rpm e n2 varia entre os valores da tabela anterior.

Caracteristica de binário
160
140
120
Binário [Nm]

100
80
60
40
20
0
0,05

0,15

0,25

0,35

0,45

0,55

0,65

0,75

0,85

0,95
0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

Escorregamento
Teórica Prática

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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Para o cálculo da potência teórica usou-se a seguinte expressão:

Com o escorregamento a variar novamente de 0 a 1

Para a potência prática utiliza-se a expressão:

𝑃=⍵ ∗𝑇


Sendo ⍵ =

Caracteristica de Potência
16000

14000

12000
Potência [W]

10000

8000

6000

4000

2000

0
0,05

0,15

0,25

0,35

0,45

0,55

0,65

0,75

0,85

0,95
0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

Escorregamento

Teórica Prática

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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Utilizando a seguinte expressão calculou-se o rendimento:

𝑃
𝜂(%) = × 100
𝑃

s 𝑷 𝒖𝒕𝒊𝒍 𝑷𝒆 𝜼(%)
0,00333333 0 359 0
0,01 499,582 806,6 61,9368
0,014 790,248 1106 71,451
0,01666667 999,733 1298 77,021
0,02066667 1191,89 1485 80,2621
0,02266667 1341,77 1664 80,6351
0,02533333 1468,3 1809 81,1664
0,02733333 1609,65 1975 81,5013
0,03 1742,01 2128 81,8612
0,03333333 1879,49 2289 82,1098
0,036 1995,92 2428 82,2044
0,03866667 2097,41 2563 81,8343
0,042 2218,11 2729 81,2792

Curva de rendimento
90
80
70
Rendimento [%]

60
50
40
30
20
10
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Escorregamento

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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3ª parte: Máquina assíncrona em regime gerador

Os geradores assíncronos destacam-se pela sua simplicidade, que lhes


conferem robustez e fiabilidade, no entanto, estes geradores absorvem energia
reativa da rede, o que obriga à utilização de baterias de condensadores para
compensação do fator de potência.

A energia reativa é uma forma de energia elétrica que não produz trabalho e
que tem origem em equipamentos que criem campos magnéticos, como
motores/geradores (máquinas de indução em geral).
A adição de baterias de condensadores em paralelo é a forma de limitar ou
evitar a absorção, pelos centros de produção, de energia reativa da rede. A
compensação do fator de potência consiste em, localmente, na própria
instalação do cliente, produzir a energia reativa necessária ao funcionamento
da mesma com um fator de potência aceitável.

O fator de potência é dado pela relação entre a potência ativa e a potência


aparente:
𝑃
𝑐𝑜𝑠𝜑 =
𝑆

Na análise experimental, constata-se que com o aumento de escalão,


condensadores, a potência reativa diminui verificando-se o que foi referido em
cima, uma vez que, ao colocar os condensadores em paralelo, o fator potência
melhora significativamente, pois, o seu valor aproxima-se cada vez mais de 1
(carácter resistivo).

O aumento do fator de potência com a diminuição da potência reativa pode ser


verificado pelo triângulo de potências.

Figura 1 - Triângulo de Potências

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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Qualquer motor quando acelerado para além da velocidade de sincronismo


poderá começar a debitar tensão, quando sujeito a um binário mecânico no
rotor. Abaixo podemos ver como o binário do motor funciona como gerador
(𝒔 < 𝟎) .

Figura 2 - Relação entre o binário e o escorregamento

𝑠 = 1 𝑨𝒓𝒓𝒂𝒏𝒒𝒖𝒆

𝑠 = 0 𝑺𝒊𝒏𝒄𝒓𝒐𝒏𝒊𝒔𝒎𝒐

0 < 𝑠 < 1 𝑴𝒐𝒕𝒐𝒓 (ℎ𝑖𝑝𝑜𝑠𝑖𝑛𝑐𝑟𝑜𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜)

𝑠 < 0 𝑮𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐𝒓 (ℎ𝑖𝑝𝑒𝑟𝑠𝑖𝑛𝑐𝑟𝑜𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜)

𝑠 > 1 𝑭𝒓𝒆𝒊𝒐

Como o rotor gira no mesmo sentido que o campo girante, e a velocidade é


superior a velocidade síncrona, denomina-se hipersíncrona, por ação de um
binário exterior ao veio da máquina e atuando no sentido do campo girante.

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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# n2(RPM) I(A) P(KW) Q(KVAR) Cos(φ) S Regime


0 1483 2,2 -1 1,5 0,4 0,011333
0 1486 2 -0,8 1,2 0,45 0,009333 Hiposincronismo
0 1489 1,8 -0,6 1,2 0,45 0,007333 (motor)
0 1494 1,8 -0,4 1,2 0,2 0,004
0 1502 1,6 0 1,3 0,2 -0,00133 Sincronismo
0 1510 1,9 0,4 1,4 0,4 -0,00667
0 1515 2 0,6 1,4 0,55 -0,01 Hipersincronismo
0 1518 2,2 0,8 1,4 0,6 -0,012 (gerador)
0 1521 2,4 1 1,6 0,7 -0,014

1 1483 1,6 -1 0,8 0,7 0,011333


1 1486 1,4 -0,8 0,8 0,6 0,009333 Hiposincronismo
1 1489 1,3 -0,6 0,8 0,5 0,007333 (motor)
1 1494 1 -0,4 0,8 0,3 0,004
1 1502 1 0 0,8 0,35 -0,00133 Sincronismo
1 1510 1,2 0,4 0,8 0,7 -0,00667
1 1515 1,4 0,6 0,8 0,75 -0,01 Hipersincronismo
1 1518 1,7 0,8 0,9 0,8 -0,012 (gerador)
1 1521 1,9 1 1 0,8 -0,014

2 1483 1,1 -1 0,2 0,9 0,011333


2 1486 1,1 -0,8 0,2 0,9 0,009333 Hiposincronismo
2 1489 0,8 -0,6 0,2 0,82 0,007333 (motor)
2 1494 0,5 -0,4 0,2 0,65 0,004
2 1502 0,3 0 0,2 0,75 -0,00133 Sincronismo
2 1510 0,8 0,4 0,4 0,97 -0,00667
2 1515 1 0,6 0,4 0,98 -0,01 Hipersincronismo
2 1518 1,2 0,8 0,4 0,98 -0,012 (gerador)
2 1521 1,5 1 0,4 0,98 -0,014

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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Corrente vs. Potência ativa


3
2,5

Corrente: I(A) 2
1,5 0 condensadores
1 1 condensador
0,5 2 condensadores
0
-2 -1 0 1 2
Potência ativa: P(KW)

Potência reativa vs. Potência ativa


1,8
1,6
potencia reativa: Q(KVAR)

1,4
1,2
1
0 condensadores
0,8
0,6 1 condensador
0,4 2 condensadores
0,2
0
-1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5
Potência ativa: P(KW)

Cos(φ) vs. Potência ativa


1,2

0,8
Cos(φ)

0,6 0 condensadores

0,4 1 condensador
2 condensadores
0,2

0
-1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5
Potência ativa: P(KW)

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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Analisando os resultados obtidos foi possível perceber que quando a velocidade do


rotor da máquina assíncrona é inferior à de velocidade de sincronismo, esta
trabalha em regime motor, consumindo potência ativa e reativa. Quando fizemos
variar a velocidade da máquina assíncrona acima da velocidade de sincronismo, foi
verificado que a mesma passa a funcionar em regime gerador, fornecendo potência
ativa, porém consumindo potência reativa da rede. Ainda confirmamos a
diminuição da corrente e da potência reativa à medida que compensámos o fator
de potência através da adição de condensadores, como era esperado teoricamente.

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
ADEEEA | LEE \ ME I 2020/2021 SI

4º parte: Motor Assíncrono controlado por V/f

Sabemos teoricamente que a velocidade depende unicamente da frequência:


60f
n=
p
Porém também sabemos que se aumentarmos apenas frequência para fazer variar
a velocidade, o fluxo irá diminuir e consequentemente o binário também:
á
𝜓 á = T=
√ [( ) ( ) ]

O método de variação da velocidade através da técnica V/F consiste em variar


proporcionalmente a tensão e frequência de alimentação do motor, de forma a
variar a velocidade do motor e ao mesmo tempo manter um binário constante.

Ensaio em vazio
U(V) f(Hz) n (rpm)
30 10 327
57 15 453,2
80 20 593,4
156 35 1051
230 50 1496,4
230 55 1658,3
230 65 1939,2

Relação V/F em vazio


250

200
Tensão(V)

150

100

50

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência(Hz)

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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Através da análise do gráfico anterior é possível perceber que entre 10Hz e 50Hz a
relação V/F se mantém constante. Quando a tensão atinge 240V não pode
aumentar mais para não exceder a tensão nominal, então apenas a frequência
aumenta e relação V/F deixa de ser constante

Evolução da velocidade em função da frequência


(em vazio)
2500

2000
n(rpm)

1500

1000

500

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Através do gráfico anterior, podemos ver que a velocidade varia


proporcionalmente à frequência, mesmo quando a relação V/F varia, porém no
ensaio em carga vamos perceber que consequências isso causa no binário do
motor.

Ensaio em carga
U(V) f(Hz) n (rpm) I (A) T (Nm)
240 65 1847,2 8,8 15,2
240 57 1635,6 8,8 17
239 50 1428,1 8,8 18,4
164 35 971,2 8,8 18,3
90 20 505,6 8,8 13,1
65 15 338,7 8,8 12,7

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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Relação V/F em carga


300

250

200
Tensão(V)

150

100

50

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência(Hz)

A partir do gráfico anterior, observou-se que a relação V/F no ensaio em carga,


apresenta um comportamento semelhante à relação V/F do ensaio em vazio.

Evolução do binário em função da frequência


20
18
16
14
12
T(Nm)

10
8
6
4
2
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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Ao analisar-se a evolução do binário em relação à frequência, observa-se que quando


a tensão e frequência aumentam proporcionalmente, ou seja, a relação V/F permanece com
o mesmo valor então o binário permanece aproximadamente constante. Porém ao aumentar
apenas a frequência e manter o valor da tensão, o binário diminui. Verifica-se ainda que
para frequências mais baixas, como a reactância da máquina é baixa, a queda de tensão
devido à resistência dos cabos e dos enrolamentos das bobinas do motor, passa a ter um
efeito mais significativo, como consequência disso o binário apresenta valores um pouco
inferiores ao que seria esperado teoricamente.

21
ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021
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5 – Conclusão
Na realização deste trabalho prático foram cumpridos os seguintes objetivos:

1) Determinação dos parâmetros de um motor de indução trifásico, onde para a


obtenção das impedâncias equivalentes realizou-se um ensaio em rotor bloqueado
e o ensaio em rotor livre para a determinar a resistência de perdas e a reactância
de magnetização, chegando-se deste modo ao modelo equivalentemente
aproximado.

2) Validação da característica eletromecânica e balanço de potência e a


determinação do rendimento, onde se concluiu que o rendimento aumenta com o
aumento da velocidade do freio, concluiu-se também a partir dos gráficos que a
validação foi bem sucedida dado que os pontos práticos estão próximos da linha
teórica.

3) Hiposincronismo e hípersincronismo. Teste e análise da compensação do fator


de potência com baterias de condensadores.
 Ao variar a velocidade de rotação do rotor acima da velocidade de
sincronismo através da aplicação de um binário externo ao veio do rotor,
verificamos que esta passava do regime de funcionamento motor para
gerador
 Ao fazer-se aumentar o número de condensadores, observou-se que a
potência reativa diminuía, ou seja, quanto menor for essa potência,
maior será o valor do fator de potência aumentando o rendimento da
produção de energia elétrica.

4) Motor Assíncrono controlado por V/f


 O controlo escalar V/f permite o controlo da velocidade mantendo o
binário constante, de modo a aumentar a eficiência energética.
Concluímos que se mantivéssemos a relação tensão frequência o binário
manter-se-ia constante, mas ao variar a relação de proporção este sofria
alterações, nomeadamente, verificou-se que ao aumentar apenas a
frequência e manter a tensão com o mesmo valor, o binário diminui.

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ME 1 – TP3 Relatório
2020 / 2021

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