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Contestação Trab - Floricultura Flores Belas Ltda
Contestação Trab - Floricultura Flores Belas Ltda
1. PRELIMINAR DE MÉRITO
1.1. DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A reclamante requer a aplicação da penalidade cominada no Art. 49 da CLT contra os
sócios da ré. Aduz que foi obrigada a assinar um documento autorizando a subtração
mensal, contra a sua vontade, para aderir ao desconto para plano de saúde.
Ocorre que, nos termos do Art. 114, IX, da CF/88, compete à Justiça do Trabalho
processar e julgar controvérsias decorrentes da relação de trabalho, não abrangendo
penalidade criminal, sendo esta incompetente para tal. Ademais, segundo o Art. 337, II,
do CPC/15, cabe ao réu, antes de discutir o mérito alegar a incompetência absoluta e
relativa.
Posto isto, o pedido de aplicação de penalidade criminal contra os sócios da ré não pode
ser pleiteado, em razão da incompetência absoluta da Justiça do Trabalho.
2. PREJUDICIAL DE MÉRITO
2.1. DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
A reclamante laborou de 25.10.2012 à 29.12.2017 na reclamada e ajuizou a reclamação
trabalhista em 27.02.2018.
Preceitua o Art. 7º, XXIX, da CF/88 e Art. 11, da CLT que a pretensão quanto a créditos
trabalhistas prescreve em cinco anos após a extinção do contrato de trabalho e a Súmula
308, I, do TST dispõe que respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a
prescrição quinquenal conta-se da data do ajuizamento da reclamação trabalhista.
3. MÉRITO
3.1. DO PLANO DE SAÚDE
A Reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo
assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração
mensal.
Nesse diapasão, a Súmula 342 do TST dispõe que são válidos os descontos salariais
efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para
ser integrado em planos de assistência médico-hospitalar, o que não afronta o disposto no
Art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito
que vicie o ato jurídico, não sendo este o caso.
Ademais, o Art. 818, I da CLT e o Art. 373, I, do CPC/15 estabelecem que o ônus da prova
incumbe ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito.
Sendo assim, o desconto a título de plano de saúde ocorreu dentro da legalidade, sem
qualquer vício de vontade em relação à assinatura, já que é válida a autorização de
desconto feita no momento da admissão, cabendo a Reclamante o ônus de provar qualquer
ilegalidade nesse sentido, não devendo prosperar a sua alegação.
4. DA RECONVENÇÃO
Conforme disposição expressa do Art. 343 do CPC/15, na contestação, é lícito ao Réu
propor reconvenção, para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou
com o fundamento da defesa, o que faz pelas razões de fato e de direito a seguir.
A Reclamante ao ser cientificada do aviso prévio teve uma reação violenta, gritando e
dizendo-se injustiçada, sendo necessário que a segurança a contivesse e acompanhasse
até a porta de saída. Quando deixava o prédio, a Reclamante correu e pegou uma pedra
que arremessou violentamente contra o prédio da Reclamada, vindo a quebrar uma das
vidraças. A empresa gastou R$ 300,00 na recolocação do vidro danificado, conforme nota
fiscal (doc. Anexo).
Conforme disposto no Art. 186 do CC/02, aquele que por ação, violar o direito e causar
dano a outrem, comete ato ilícito, já o Art. 927 do mesmo diploma legal, assegura que,
aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Sendo assim, requer o valor de R$ 300,00, relativo ao vidro quebrado pela Reclamante.
5. CONCLUSÃO
De acordo com os fatos e fundamentos acima apresentados, em sede de Contestação,
requer a Vossa Excelência:
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
Advogada
OAB/UF