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Capital cultural

Pierre Bourdieu
Aline
Ana Júlia
Fabíola
Joscilene
Tamires
Vanessa
Victor
Introdução: Capital Cultural:

Para Bourdieu a escola, enquanto instituição de ensino,


não é neutra, mas ela considerava que formalmente
todos os alunos teriam as mesmas chances, pois Ele é definido por Bourdieu, como conjunto
assistiriam às mesmas aulas, aplicar-se-ia a mesma
forma de avaliação, teriam regras universais. Conforme
de recursos atuais ou potenciais que estão
salienta Bourdieu, a questão central para se conseguir ligados à posse de uma rede durável de
promover a mudança no sistema de ensino passa pelo relações mais ou menos institucionalizadas
capital cultural, sendo necessário pensar maneiras dele
não ser um instrumento de dominação e de reprodução.
de interconhecimento e de
É essencial que encontremos caminhos que permitem interreconhecimento.
estruturar ou pelo menos pensar alternativas.

Aline
Habtus:
O conceito de habitus se torna essencial, uma vez que o sujeito é socialmente estruturado,
dependendo da sua origem social ou disposições incorporadas, ou seja, o sujeito é dotado de um
habitus com disposições que estão ancoradas em certos capitais (econômico, simbólico, social,
cultural)

CONHECIMENTO PRAXIOLÓGICO
O meio para o indivíduo ou agente social se tornar consciente e transformar a realidade.O meio para o
indivíduo ou agente social se tornar consciente e transformar a realidade.
Três formas de conhecer o conceito praxiológico:
● O conhecimento subjetivo: Capta as primeiras experiências do mundo, restringe-se à vida cotidiana, sua vivência
mais imediata e familiar. Essa forma de conhecer não permite a reflexão, dessa forma, para Bourdieu, o problema do
conhecimento subjetivo consiste na sua limitação reflexiva e oferece uma concepção ilusória do mundo social.
● O conhecimento objetivo: Promove a ruptura em relação à experiência subjetiva. Bourdieu considera salutar essa
ruptura pelo fato de permitir o conhecimento científico do mundo social, ou seja, a centralidade do conhecimento passa
para o objeto e para o social, ao que realmente é, deixando para um plano posterior o sujeito.
● O conhecimento praxiológico: Tem como objeto não somente o sistema das relações objetivas que o modo de
conhecimento objetivista constrói, mas também as relações dialéticas entre essas estruturas e as disposições
estruturadas, nas quais elas se atualizam e que tendem a reproduzi-las.
Habitus
O habitus é um conceito-chave de Bourdieu que se
refere às disposições, valores, crenças e Campo
comportamentos incorporados que um indivíduo
adquire ao longo de sua vida, principalmente por
meio de sua socialização.
O habitus influencia como as pessoas percebem o Para Bourdieu, um campo é um espaço social onde
mundo, tomam decisões e se comportam em agentes (indivíduos ou instituições) competem por
diferentes contextos. diferentes formas de capital, como capital cultural,
É uma espécie de estrutura mental que orienta as econômico ou social.
escolhas individuais e reflete a posição do indivíduo Cada campo possui suas próprias regras, valores e
no campo social. hierarquias, moldando as interações e estratégias
dos participantes. Exemplos de campos incluem o
campo artístico, acadêmico, esportivo e político.

Ana Julia
Noção de capital e sua diversidade

O capital pode estar atrelado a determinadas relações


de forças nas ações, porém para um determinado Capital economico
grupo ele pode ter valor maior e para outros valor
menor, ou até nenhum valor. Sendo assim, a
valorização de cada capital é em relação ao valor que O capital econômico é referente a materialidade ou
cada grupo dá a ele. bens que uma pessoa possui. Ele está atrelado a dois
• Bourdieu expõe o conceito de espaço social, esse fatores os quais são: a produção que inclui terra,
sendo como uma área de disputas onde os indivíduos fábricas, trabalho, entre outras, e ao fator bens
formulam estratégias para manterem ou melhorarem econômicos sendo renda, patrimônio, bens materiais,
suas posições sociais. entre outros.
• Os capitais apesar de serem distintos uns dos outros O capital é ampliado, reproduzido e acumulado por
não deixam de relacionarem-se, com isso, em alguns estratégias específicas de investimento econômico e
casos, a obtenção de um dá margem para obtenção de culturais, assim solidificando o vínculo econômico e
outro. provocando sua manutenção histórica. Demais, o
capital econômico é importante para as pessoas
porque ajudam elas a participarem ou incluírem-se em
diversos grupos e redes estabelecidas.

Joscilene
Capital simbólico

O capital simbólico para Bourdieu é:


"[...] uma propriedade qualquer (de qualquer tipo de capital, físico, econômico, cultural, social),
percebida pelos agentes sociais cujas categorias de percepção são tais que eles podem entendê-las
(percebêlas) e reconhecê-las, atribuindo-lhes valor.[...]”(BOURDIEU, 2008, p. 107).

• Bourdieu constata que capital simbólico às vezes se funde com o poder simbólico, o qual de acordo com
Biachetti e Meksenas(2008) é várias formas de implementar o poder na vida social.
• Outrossim, o conceito de disputa simbólica é também citado por Bourdieu como sendo transformar um interesse
específico de um grupo como se fosse benéfico para toda uma sociedade.
• As produções simbólicas para Bourdieu

“[...] participam da reprodução das estruturas de dominação social, podendo ser produzidos e
apropriados por diferentes grupos, que passam a lutar pelo controle da produção, pelo direito de
classificam e hierarquizam os bens produzidos. As diferentes estratégias que são utilizadas pelos
indivíduos, grupos ou instituições para manter o poder ou a estrutura social o autor denomina como
violência simbólica.” (PIES, 2011, p. 28)
•• Entretanto Bourdieu de acordo com Pies(2011) contrapõe com outras teorias sobre
produções simbólicas as quais são: Durkheim diz que “toma os sistemas simbólicos
como estruturas estruturantes, como elementos que organizam o conhecimento ou
mais amplamente percepção que os indivíduos têm da realidade.”; o estruturalismo
linguístico “analisa os sistemas simbólicos como estruturas estruturadas, ou seja, como
realidades organizadas em função de uma estrutura subjacente que se busca
identificar; e por último Marx “concebe os sistemas simbólicos, antes de mais nada,
como instrumentos de dominação ideológica, ou seja, como recursos utilizados para
legitimar o pode de determinada classe social” (BOURDIEU Apud NOGUEIRA;
NOGUEIRA, 2004, p. 33-34).

Bourdieu discorre que os sistemas simbólicos


“funcionam como estruturas estruturantes justamente porque são estruturadas. Dito de outra forma,
as produções simbólicas seriam capazes de organizar (estruturar) a percepção dos indivíduos e de
propiciar a comunicação entre eles exatamente porque seriam internamente estruturadas,
apresentariam uma organização ou lógica interna, passível de ser identificada pela investigação
científica. Em segundo lugar, articulando as contribuições das duas primeiras tradições com a
terceira, Bourdieu argumenta que a estrutura presente nos sistemas simbólicos e que orienta
(estrutura) as ações dos agentes sociais reproduz, em novos termos, as principais diferenciações e
hierarquias presentes na sociedade, ou seja, as estruturas de poder e dominação social (BOURDIEU
apud NOGUEIRA; NOGUEIRA, 2004, p 34).
CAPITAL CULTURAL
Para falar sobre sistema de ensino, Bourdieu argumenta que na sociedade existem três
tipos de classes: a superior (proprietários de capital cultural, econômico e social), a média
(burgueses que querem ascender) e a baixa (pobres que só querem sobreviver) e
consequentemente cada classe tem um determinado grau de capital cultural, ou seja,
existe uma hierarquia.

FATOR ECONÔMICO X FATOR CULTURAL


OS TRÊS ESTADOS DO CAPITAL CULTURAL
● Estado incorporado: contato prévio com
A sociologia da educação de Bourdieu se
caracteriza, notadamente, pela diminuição do
culturas, de forma individual e permanente.
● Estado objetivado: compreender, de forma
peso do fator econômico, em comparação ao
peso do fator cultural, na explicação das
material, cada tipo de cultura, através das artes, desigualdades escolares. Com isso destaca-se
literatura etc. Pode ser hereditário.
● Estado institucionalizado: o capital cultural
a relevância que tem a acumulação de capital
cultural nos membros das famílias, pois essa
através de um diploma, mostra legalmente o acumulação reflete no rendimento do ensino
conhecimento herdado e conquistado. dos estudantes, ou seja, existe uma estreita
ligação entre as estruturas de relações sociais e
o sistema de ensino. Nessa relação deve haver a
ação pedagógica por parte da escola, através
da imposição, a violência simbólica.

Vanessa
A CONSERVAÇÃO E REPRODUÇÃO DA EDUCAÇÃO
• A família é o fator central da educação na sociedade.
• A escola é uma perpetuadora de desigualdades socais.
• O sistema de ensino só serviria para “despertar os dons adormecidos em
indivíduos excepcionais” (Bourdieu, 1998, p .53).

[...] o sucesso excepcional de alguns indivíduos que escapam ao destino coletivo dá


uma aparência de legitimidade à seleção escolar, e dá crédito ao mito da escola
libertadora junto àqueles próprios indivíduos que ela eliminou, fazendo crer que o
sucesso é uma simples questão de trabalho e de dons (BOURDIEU, 1998, p. 59).

Fabíola
EDUCAÇÃO E VIOLÊNCIA SIMBÓLICA

Com efeito, para que sejam favorecidos os mais favorecidos e desfavorecidos os


mais desfavorecidos, é necessário e suficiente que a escola ignore, no âmbito dos
conteúdos do ensino que transmite, dos métodos e técnicas de transmissão e dos
critérios de avaliação, as desigualdades culturais entre as crianças das diferentes
classes sociais. Em outras palavras, tratando todos os educandos, por mais
desiguais que sejam eles de fato, como iguais em direitos e deveres, o sistema
escolar é levado a dar sua sanção às desigualdades iniciais diante da cultura
(BOURDIEU, 1998, p. 53)

●dominação
A violência simbólica é uma forma de ● A violência simbólica gera
que se exerce por meio da desigualdades e injustiças sociais, pois
imposição de símbolos, normas e dificulta o acesso e o sucesso escolar
significados que favorecem os interesses dos alunos que não possuem o capital
de uma classe ou grupo social sobre os cultural adequado para se adaptar às
demais. exigências e aos códigos da escola.
Capital social e Educação

O conceito capital social

É relações sociais, laços interpessoais e conexões "Capital social é o processo de


que as pessoas têm em uma comunidade ou
sociedade. Essas relações sociais podem fornecer desenvolvimento da confiança recíproca
benefícios, recursos e suporte que são valiosos entre cidadãos com o objetivo de resolver
para os indivíduos e grupos.
O capital social desempenha um papel fundamental problemas que existem a ação coletiva ou
na vida das pessoas e nas comunidades, desejo dos cidadãos para confiar nos
influenciando coisas como oportunidades de outros" (CATTANI, 2003, p.28)
emprego, saúde, educação, coesão social e bem-
estar geral.

Tamires
capital social para Bourdieu

composto pelas conexões sociais, redes e relações interpessoais que as pessoas possuem. Essas
conexões podem fornecer recursos valiosos, como informações, apoio, oportunidades e influência.

indireto: isso se refere às conexões e relacionamentos que uma pessoa possui com pessoas que têm
acesso a recursos e informações valiosas. Por exemplo, ter um amigo que trabalha em uma
empresa prestigiosa pode fornecer informações sobre oportunidades de emprego ou insights sobre
o mercado de trabalho.

Direto: Esse é o capital social que é construído por meio de redes de relacionamentos e interações
diretas com outras pessoas. Isso pode incluir amigos, colegas de trabalho, membros da família e
assim por diante. Quanto mais forte e diversificada for sua rede, maior será seu capital social direto.
CAPITAL SOCIAL NA EDUCAÇÃO

O capital social na educação: um elemento ou um Podemos identificar a contribuição do capital


instrumento para ampliar o capital cultural dos social para pensar a educação além da
indivíduos para contraporem-se a teoria da reprodução.
educação reprodutora e mantenedora da estrutura O capital social tem condições de mudar posturas
social.
A sociedade tem espaços sociais que são
e atitudes, incluindo conhecimentos e culturas
ocupados por diferentes grupos, com maior ou que são favoráveis a todos, tentando não deixar
menor poder econômico e cultural. espaço para a ação pedagógica arbitrária ou à
Dentro de cada instituição existem os agentes violência simbólica.
que, por sua vez, são distribuídos “na primeira A teoria de Bourdieu contribui e auxilia a escola a
dimensão, de acordo com o volume global de formar uma rede de relações entre professores do
capital que possuem e, na segunda dimensão, de mesmo ou até de diferentes campos, envolvendo
acordo com a estrutura de seu capital, isto é, de efetivamente o conhecimento formal e informal na
acordo com o peso relativo dos diferentes tipos constituição das estruturas gerais da sociedade e
de capital, econômico e cultural, no volume global da política pedagógica.
de seu capital”
O sistema de ensino contribui para produzir e
reproduzir a estrutura social pelo fato da escola
não ser neutra.

Victor
CONTRIBUIÇÕES PARA UM SISTEMA DE ENSINO PARA ALÉM DA REPRODUÇÃO

O sistema fundamentado na teoria da reprodução deixa algumas facetas abertas, permitindo o


processo da transformação.
Um dos pressupostos é o da tomada de consciência dos indivíduos (agentes) através da sua
inserção na sociedade.

“(...) cria-se um conhecimento e um reconhecimento prático e teórico (...)”


Isso não quer dizer que as regras s, a estrutura, a metodologia, a pedagogia possam ser
alteradas a cada momento, significa que se pode constituir um habitus enraizado no meio social
capaz de questionar e propor novas formulas
Podemos entender que a modificação da escola passa pela mudança na sociedade e vice
versa.
Ao reproduzir a estrutura social dominante, reproduz também as contradições que podem
desenvolver-se a ponto de iniciar a mudança pretendida.
Texto 7- Pierre Bourdieu

Obrigado!

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