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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.162.127 - DF (2009/0199049-3)

RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON


RECORRENTE : HIROSHI KAMEYAMA E OUTROS
ADVOGADO : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)
RECORRIDO : UNIÃO
EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.


AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. VIOLAÇÃO DO
ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. PRESCRIÇÃO. TRANSCURSO DO PRAZO
INDEPENDENTEMENTE DO EXERCÍCIO DA POSSE COM ANIMUS DOMINI.
INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. DATA DA
OCUPAÇÃO. NECESSIDADE DO REEXAME DE PROVA. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA 7/STJ.
1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC se o Tribunal de origem decide,
fundamentadamente, as questões essenciais ao julgamento da lide.
2. "A prescrição da ação de desapropriação indireta é de natureza extintiva,
pois esta especial forma de aquisição do domínio pelo Estado não se dá por força de
usucapião (prescrição aquisitiva) e sim em virtude de irreversível afetação do bem
particular a uma finalidade pública, o que importa a necessária transferência do domínio"
(REsp 681.638/PR, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em
26/9/2006, DJ de 9/10/2006).
3. Conquanto regulada a prescrição da ação de indenização por desapropriação
indireta pelo mesmo prazo da usucapião, os institutos não se confundem, não se exigindo para o
transcurso do prazo prescricional na denominada desapropriação indireta seja a posse exercida
pelo Poder Público com animus domini.
4. Verificado o apossamento do bem pelo Estado, a sua destinação a uma
finalidade pública e a impossibilidade da reversão à situação anterior, resta ao proprietário
reivindicar a correspondente reparação pecuniária, observado o prazo prescricional.
5. A interrupção do prazo prescricional na ação de indenização por
desapropriação indireta exige ato inequívoco do Poder Público reconhecendo ser devida a
reparação pecuniária aos proprietários do imóvel ocupado, tal como se dá com a edição de
decreto expropriatório pelo Poder Público.
6. Simples consulta quanto à viabilidade ou mesmo necessidade de desapropriação
da área, sem a edição do correspondente decreto expropriatório, não tem o condão de
interromper o prazo prescricional.
7. Conclusão do acórdão recorrido, no tocante à data da efetiva ocupação,
assentada em ampla análise das provas dos autos, cujo reexame é vedado em sede de recurso
especial nos termos da Súmula 7/STJ.
8. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da SEGUNDA Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por
unanimidade, conheceu em parte do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento, nos termos do
voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman
Benjamin, Mauro Campbell Marques e Marilza Maynard (Desembargadora Convocada do
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TJ/SE) votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Dr(a). EDUARDO LYCURGO LEITE, pela parte RECORRENTE: HIROSHI
KAMEYAMA

Brasília-DF, 1º de outubro de 2013(Data do Julgamento)

MINISTRA ELIANA CALMON


Relatora

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RECURSO ESPECIAL Nº 1.162.127 - DF (2009/0199049-3)

RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON


RECORRENTE : HIROSHI KAMEYAMA E OUTROS
ADVOGADO : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)
RECORRIDO : UNIÃO

RELATÓRIO

A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON: Tem-se, na origem, ação


de indenização por desapropriação indireta ajuizada em 11/4/1985 contra Companhia Imobiliária
de Brasília - TERRACAP, por suposta ocupação de 1.326,2632 ha de terra da denominada
"Fazenda Pipiripau", situada no Distrito Federal.
Em razão da presença de interesse da União na causa, declinou-se da
competência em favor da Justiça Federal.
Considerando haver diversidade na forma de ocupação originária, o magistrado de
piso subdividiu a área sobre a qual recaiu o apossamento administrativo em três partes distintas:
I) área ocupada pela Fundação Zoobotânica do Distrito Federal (FZDF); II) área ocupada pela
União, através da Força Aérea Brasileira - FAB; III) área inicialmente ocupada pela União/FAB
e posteriormente transferida para o Distrito Federal.
No que pertine à Área I, foi declarada na sentença a incompetência da Justiça
Federal para processar a demanda, justamente por estar o imóvel ocupado desde o início pela
FZDF e não haver nenhum interesse da União.
Em relação à Área II, o juiz sentenciante firmou sua convicção com base em
relatório do 6º COMAR (Comando Aéreo Regional), segundo o qual já estava o Ministério da
Aeronáutica na posse do imóvel desde 1964.
No tocante à Área III, ressaltou o magistrado que a posse foi transferida ao
Distrito Federal no ano de 1987, não obstante estar o termo de transferência datado de 1982.
Assim, por considerar que ao tempo do ajuizamento da ação a área ainda permanecia ocupada
pela União, declarou a prescrição da ação pelos mesmos fundamentos anteriormente
apresentados, declarando como beneficiário da sentença, com fulcro nos arts. 42, § 3º, e 462 do
CPC, o Distrito Federal.
Ao final, a sentença de primeiro grau de jurisdição reconheceu a consumação do
prazo prescricional e declarou parte do imóvel de propriedade da União, por usucapião,
ressalvados os efeitos do provimento jurisdicional em favor do Distrito Federal.

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Interposta apelação, subiram os autos ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região,
restando parcialmente provido o apelo apenas para reduzir a verba honorária. O acórdão está
assim ementado:

ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. IMÓVEL RURAL.


INDENIZAÇÃO. ÁREA OCUPADA PELA UNIÃO. DESAPOSSAMENTO. TERMO A
QUO. PROVA. PRESCRIÇÃO. OCORRÊNCIA. USUCAPIÃO. ANIMUS DOMINI
PRESENTE. CAUSA DE INTERRUPÇÃO INEXISTENTE.
1. Os embargos de declaração somente são cabíveis quando o julgado
contenha obscuridade, contradição ou omissão (art. 535-CPC), entendida esta como a falta
de manifestação do julgado sobre ponto em que o seu pronunciamento se impunha,
obrigatoriamente, dentro da dinâmica do recurso, o que não se deu na hipótese. Preliminar
de nulidade rejeitada.
2. Considerando que a ação de desapropriação indireta foi ajuizada em
1985 e que o início da ocupação do imóvel pela União se deu no ano de 1964 – conforme
restou comprovado nos autos –, não merece reforma a sentença que reconheceu a
consumação do prazo prescricional e julgou extinto o feito com julgamento de mérito (art.
269, IV, do CPC), declarando de propriedade da União, em razão da usucapião, a área por
ela inicialmente ocupada.
3. Não tendo os apelantes impugnado, antes da prolação da sentença os
documentos que embasaram a convicção do juízo, mostram-se descabidas, em sede de
apelação, as censuras feitas a tais documentos, porquanto já se consumou a preclusão
(artigo 390 do CPC).
4. A tentativa da União de regularizar a situação do desapossamento
junto ao seu Serviço de Patrimônio – solicitando a pronta desapropriação da área, sem,
contudo, expedir decreto expropriatório –, não altera a realidade já consolidada da sua
posse sobre a área em questão. Fato tal que não se constitui ato extrajudicial inequívoco
capaz de interromper o prazo prescricional, porquanto não houve, por parte da União.
5. Também não compromete a posse da União, em seu animus domini, a
cobrança, efetuada pelo INCRA, do Imposto Territorial Rural-ITR sobre toda a propriedade
do autor – incluindo a área desapossada –, porquanto o lançamento do ITR é feito
mediante a declaração cadastral do proprietário rural (notificante), o qual não informou à
autarquia o desapossamento de parte de sua propriedade rural.
6. As razões recursais não se amparam em qualquer prova dos autos
capaz de demonstrar que o Juízo tenha incorrido em equívoco, tendo-se consubstanciado,
assim, na hipótese, um caso de inércia do proprietário, que, diante de um desapossamento
administrativo, deixou transcorrerem vinte anos (1964-1984), sem ajuizar um pedido de
indenização pela perda da posse da propriedade por ele adquirida. O proprietário foi vítima
do seu próprio imobilismo, e, como diziam os latinos, dormientibus non succurrit ius (o
direito não socorre aos que dormem).
7. A verba honorária sucumbencial deve ser fixada em termos eqüitativos,
de modo a não representar ônus injustificado à parte vencida.
8. Provimento parcial da apelação.

Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fl. 1.033, e-STJ).


No recurso especial, interposto com fundamento nas alíneas "a" e "c" do
permissivo constitucional, os recorrentes apontam violação de diversos dispositivos legais, sob os
seguintes argumentos:

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a) arts. 535, I e II, do CPC e 93, IX, da CF/1988 - é nulo o acórdão recorrido, pois
não foram supridas as omissões indicadas nos embargos de declaração opostos na origem
relativamente aos seguintes pontos: a.1) não houve posse contínua da área em questão por mais
de 20 anos por parte da União, que a devolveu ao Distrito Federal no ano de 1982, a afastar a
presença do animus domini necessário à caracterização do usucapião; a.2) existência de
documentos que comprovam a ausência de animus domini por parte da União, seja porque
pleiteou ao GDF, em 1976, a desapropriação das terras em questão, seja porque em 1982 restituiu
o imóvel ao GDF, seja porque cobrava dos recorrentes o ITR sobre a área em questão até o ano
de 2006; a.3) a posse por parte do Ministério da Aeronáutica de Planta e Memorial Descritivo da
área não queria dizer que efetivamente tivesse tomado posse da área, nem muito menos que a tal
área era a mesma que se discutia nos autos; a.4) o acórdão recorrido até poderia afastar as
conclusões do laudo pericial, mas, para tanto, deveria dizer quais foram as outras provas que o
levaram à conclusão de que o inicio da implantação da pista de pouso, obras complementares e
abrigo para pessoal se deu na área em questão; a.5) se havia discrepância entre as áreas
indicadas no laudo pericial e aquela em que foi construída a pista de pouso e o abrigo para
pessoal, deveria o magistrado se valer do art. 437 do CPC e determinar, de ofício ou a
requerimento da parte, a realização de nova perícia; a.6) impossibilidade de usucapião por parte
do Poder Público;
b) arts. 172, V, e 550 do Código Civil/1916 - b.1) a própria União, por intermédio
do Serviço Regional do Patrimônio – Relatório nº 002/SERPAT-6/88 – deixa evidente a falta de
animus domini, pois quem detém a posse com ânimo de dono não envida esforços para que
outro órgão da Administração Pública efetue a desapropriação; b.2) a inexistência do requisito
animus domini (art. 550 do CC/1916) fica ainda mais clara quando a União, por intermédio do
INCRA, cobra o Imposto Territorial Rural do autor originário referente às terras invadidas pelo
Poder Público; b.3) a União confessa que devolveu ao Distrito Federal, em 1982, as terras até
então ocupadas pelo Ministério da Aeronáutica, a evidenciar que as terras nunca foram suas, do
contrário não haveria que se falar em devolução, mas sim em venda, permuta, doação ou dação
em pagamento;
c) arts. 67 do CC/1916, 200 do Decreto-Lei 9.760/46, 1º do Decreto 19.924/31, 2º
do Decreto 22.785/33 e 12, § 1º, do Decreto-Lei 710/38 - é inviável o usucapião de terra
particular pelo Poder Público;
d) arts. 333 e 334, II e III, do CPC - incumbe à União provar a ocupação do

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imóvel a partir de 1956, tal como afirmou em sua contestação.
A União, em contrarrazões, defende a inexistência de prequestionamento dos
dispositivos apontados pelos recorrentes e, no mérito, ser inviável a reforma do julgado por
demandar a reapreciação de provas (fls. 1.188-1.193, e-STJ).
Admitido o recurso na origem, subiram os autos (fls. 1.199-1.200, e-STJ).
Ouvido, o Ministério Público Federal opina pelo provimento do recurso "com
relação à apontada ofensa aos incisos I e II, do artigo 535, da Lei Processual Civil.
Todavia, caso haja entendimento contrário, não há de ser conhecida a irresignação sob
os outros fundamentos apresentados" (fl. 1.221, e-STJ).
É o relatório.

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VOTO

A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON (Relatora): Inicialmente,


deve ser afastada a alegada contrariedade ao art. 535 do CPC, pois o Tribunal de origem decidiu,
fundamentadamente, as questões essenciais à solução da controvérsia, concluindo que: a) o laudo
pericial não infirma a convicção do julgador, deixando claro os dados apresentados no Relatório
nº 002/SERPAT-6/88, do Sexto Comando Aéreo Regional - COMAR, que a efetivação da posse
ocorreu em 1964; b) a tentativa da União (FAB) de regularizar a situação das glebas junto ao
Serviço de Patrimônio, com a expedição de ofícios à TERRACAP solicitando a pronta
desapropriação dos terrenos, sem, contudo, expedir decreto expropriatório, não altera a realidade
já consolidada da sua posse sobre a área, tampouco constitui ato extrajudicial inequívoco capaz
de interromper o prazo prescricional; c) o lançamento do ITR é feito mediante declaração
cadastral do proprietário rural (notificante), cabendo a ele informar ao INCRA o desapossamento
de sua propriedade rural; d) a área de propriedade do autor não foi totalmente ocupada pelo
Poder Público, restando a ele 251,10 ha, mantida, pois, a sua qualidade de contribuinte legal do
ITR; e) é inócua a argumentação dos apelantes de que a União nunca ocupou as terras com
animus domini; f) as alegações dos apelantes, além de se chocarem com as conclusões obtidas
por meio dos documentos acostados aos autos, não se amparam em qualquer prova capaz de
demonstrar ter o Juízo incorrido em equívoco ao reconhecer a consumação do prazo
prescricional, com a consequente declaração de usucapião sobre a área; g) quanto à alegação de
ser inviável o usucapião de terra particular pelo Poder Público, o raciocínio é equivocado, pois
parte de duas premissas tidas como verdadeiras para chegar a uma conclusão inadmissível.
Importa esclarecer que o parecer ministerial, ao opinar pelo acolhimento da
alegada ofensa ao art. 535 do CPC, assim o faz em relação a esse último tópico – impossibilidade
de usucapião de terra particular pelo Poder Público.
Verifico, no entanto, que o Tribunal de origem refutou expressamente a tese
defendida pelos ora recorrentes, mesmo porque absurda do ponto de vista jurídico. Com efeito,
escora-se o recorrente no princípio da igualdade, segundo o qual todos são iguais perante a lei, e

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na impossibilidade de usucapião de bem público para defender a tese de que o Poder Público não
pode, igualmente, usucapir terra particular, desconsiderando, por completo, a supremacia do
interesse público.
No nosso sistema processual, o juiz não está adstrito aos fundamentos legais
apontados pelas partes. Exige-se apenas que a decisão seja fundamentada, aplicando o julgador
ao caso concreto a solução por ele considerada pertinente, segundo o princípio do livre
convencimento fundamentado, positivado no art. 131 do CPC.
No caso, o Tribunal de origem solveu a controvérsia de maneira sólida e
fundamentada, apenas não adotando a tese da parte recorrente. O julgador não precisa
responder a todas as alegações das partes se já tiver encontrado motivo suficiente para
fundamentar a decisão, nem está obrigado a ater-se aos fundamentos por elas indicados.
Ademais, conforme se verá no próximo tópico, a controvérsia debatida nos
presentes autos não se resolve pelo instituto da usucapião.
Conforme já decidido por esta Corte, "a prescrição da ação de desapropriação
indireta é de natureza extintiva, pois esta especial forma de aquisição do domínio pelo
Estado não se dá por força de usucapião (prescrição aquisitiva) e sim em virtude de
irreversível afetação do bem particular a uma finalidade pública, o que importa a
necessária transferência do domínio" (REsp 681.638/PR, Rel. Min. TEORI ALBINO
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/9/2006, DJ de 9/10/2006).
Quanto ao tema, vale conferir a seguinte lição doutrinária:

A desapropriação indireta, ao contrário, constitui uma ocupação forçada,


uma apropriação manu militari, da qual usualmente o proprietário sequer tem
conhecimento. Desse modo, diversamente do que acontece com a desapropriação regular,
na desapropriação indireta o fato em si da incorporação do bem ao patrimônio público,
como insinua o art. 35 do Decr.-lei 3.365/41, já tem o condão de acarretar a perda da
propriedade em favor do expropriante.
Ora, se assim é, como o reconhece pacificamente a jurisprudência, a única
discussão plausível após a desapropriação indireta diz respeito ao valor da indenização a
que faz jus o ex-proprietário. Nada há de estranho, portanto, no fato de a lei fixar prazo para
que o interessado providencie a tutela de seu direito indenizatório, sob pena de ocorrer a
prescrição em virtude de sua inércia. Cuida-se, é fácil constatar, de observância ao
consagrado princípio da segurança e estabilidade das relações jurídicas, que, ninguém o
desconhece, preside, com raríssimas exceções, os sistemas jurídicos modernos.
(CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 23ª ed., rev.,
ampl. e atual., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, pág. 950 - grifei)

Conquanto regulada a prescrição da ação de indenização por desapropriação


indireta pelo mesmo prazo da usucapião, os institutos não se confundem, não se exigindo para o
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transcurso do prazo prescricional na denominada desapropriação indireta seja a posse exercida
pelo Poder Público com animus domini.
Configura-se a desapropriação indireta se verificados: "(a) o apossamento do
bem pelo Estado, sem prévia observância do devido processo de desapropriação; (b) a
afetação do bem, isto é, sua destinação à utilização pública; e (c) a impossibilidade
material da outorga da tutela específica ao proprietário, isto é, a irreversibilidade da
situação fática resultante do indevido apossamento e da afetação" (REsp 442.774/SP, Rel.
Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 2/6/2005, DJ de
20/6/2005).
Assim, verificado o apossamento do bem pelo Estado, a sua destinação a uma
finalidade pública e a impossibilidade da reversão à situação anterior, resta ao proprietário
reivindicar a correspondente reparação pecuniária, aplicando-se à hipótese, por analogia, o
disposto no art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41, assim redigido:

Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública,


não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de
desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.

A correspondente indenização, todavia, deve ser pleiteada observando-se o prazo


de prescrição, vintenário no caso, sendo a transferência do domínio mera consequência da
impossibilidade material de retorno do bem ao patrimônio privado.
Na doutrina, há quem defenda tese diversa, a exemplo da lição de Maria Sylvia
Zanella Di Pietro, in verbis: "Quando o particular não pleiteia a indenização em tempo
hábil, deixando prescrever o deu direito, o Poder Público, para regularizar a situação
patrimonial do imóvel, terá que recorrer à ação de usucapião, já que a simples afetação
do bem particular a um fim público não constitui forma de transferência da propriedade"
(Direito Administrativo, 23 ed. - São Paulo: Atlas, 2010, pág. 185).
Parece demasia, no entanto, exigir do Poder Público o ajuizamento de nova
demanda visando à declaração do direito à usucapião de imóvel sobre o qual: a) já exerce posse
definitiva; b) há impossibilidade material de retorno ao patrimônio privado; c) já se operou a
prescrição do direito à respectiva reparação pecuniária.
A ação de indenização por desapropriação indireta prescreve em vinte anos, nos
termos da Súmula 119/STJ, contados da ocupação.
Não incidem, no caso, os novos prazos de prescrição estabelecidos no Código
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Civil atual, pois ao tempo do ajuizamento da ação (1985) já havia transcorrido integralmente o
prazo prescricional definido na lei anterior.
Resta examinar se o prazo prescricional, na espécie, foi interrompido nos moldes
do art. 172, V, do Código Civil de 1916, prevendo a norma que "a prescrição interrompe-se por
qualquer ato inequívoco, ainda que extra-judicial, que importe reconhecimento do direito
pelo devedor".
Tratando-se de ação de indenização por desapropriação indireta, entende-se como
"reconhecimento do direito pelo devedor" eventual ato inequívoco da União reconhecendo ser
devida indenização aos proprietários do imóvel ocupado, pois o só fato de exercer a posse sem
animus domini, pelos fundamentos já apresentados, não implica o reconhecimento do direito
pleiteado na ação.
Defende a parte recorrente que ao menos três atos ensejariam o reconhecimento
do direito pelo devedor: a) o fato de ter a União (FAB) envidado esforços para que outro órgão
da Administração Pública (TERRACAP) efetuasse a desapropriação; b) a cobrança do Imposto
Territorial Rural - ITR sobre as terras do autor originário; c) a devolução das terras até então
ocupadas pelo Ministério da Aeronáutica, em 1982, ao Distrito Federal.
A tentativa da União (FAB) de regularizar a situação das glebas junto ao Serviço
de Patrimônio da União - SPU, com a expedição de ofícios à TERRACAP solicitando a
desapropriação da gleba, não constitui ato inequívoco a importar o reconhecimento do direito do
devedor.
Deve tal ato ser interpretado como simples consulta ao órgão responsável, à
época, pela execução das atividades imobiliárias de interesse do Distrito Federal, objeto de
utilização, aquisição, administração, disposição, incorporação, oneração ou alienação de bens,
segundo os termos da Lei n.º 5.861/72 (art. 2º), quanto à viabilidade ou mesmo necessidade de
desapropriação da área.
Inexiste, todavia, ato inequívoco reconhecendo o direito à indenização, tal como se
dá com a edição de decreto expropriatório pelo Poder Público. Nesta específica hipótese esta
Corte admite a interrupção do prazo prescricional, destacando-se, sobre o tema, os seguintes
julgados:

ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. INDENIZAÇÃO.


PRESCRIÇÃO AQUISITIVA DE PARTE DO IMÓVEL. INTERRUPÇÃO DO PRAZO
PRESCRICIONAL. DECRETO ESTADUAL Nº 4.471/94. JUROS COMPENSATÓRIOS.
TERMO INICIAL. VALORIZAÇÃO DA ÁREA REMANESCENTE. ABATIMENTO. ART.
27 DO DECRETO-LEI 3.365/41.
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1. Mesmo que editado em data posterior ao indevido apossamento, o
decreto expropriatório emanado do Poder Público, ou qualquer outro ato normativo que
declare o interesse da entidade expropriante, implica o reconhecimento da titularidade do
domínio ao proprietário e tem o condão de interromper o prazo prescricional.
(...)
10. Recurso especial provido. (REsp 1.092.010/SC, Rel. Min. CASTRO
MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/4/2011, DJe de 15/9/2011)

ADMINISTRATIVO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DESAPROPRIAÇÃO


POR INTERESSE PÚBLICO. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL.
1. O decreto expropriatório emanado do Poder Público, ou qualquer outro
ato normativo que declare o interesse do ente expropriante, mesmo que editado em data
posterior ao indevido apossamento, implica reconhecimento da titularidade do domínio ao
proprietário e tem o condão de interromper o prazo prescricional. Precedentes do STJ.
2. Agravo Regimental não provido. (AgRg no Ag 1.313.923/MG, Rel. Min.
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/11/2010, DJe de 4/2/2011)

ADMINISTRATIVO - DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA - PRESCRIÇÃO -


DECRETO EXPROPRIATÓRIO - PRESCRIÇÃO - EFEITO INTERRUPTIVO.
1. O ato expropriatório do Poder Público que declara o interesse do ente
federativo interrompe o prazo prescricional da pretensão indenizatória. Precedentes.
2. Recurso especial provido. (REsp 1.046.367/SC, Rel. Min. ELIANA
CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 3/9/2009, DJe de 21/9/2009)

ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. INDENIZAÇÃO.


PRESCRIÇÃO AQUISITIVA DE PARTE DO IMÓVEL. INTERRUPÇÃO DO PRAZO
PRESCRICIONAL. DECRETO ESTADUAL Nº 4.471/94.
1. Mesmo que editado em data posterior ao indevido apossamento, o
decreto expropriatório emanado do Poder Público, ou qualquer outro ato normativo que
declare o interesse do ente expropriante, implica o reconhecimento da titularidade do
domínio ao proprietário e tem o condão de interromper o prazo prescricional.
2. "A edição de decreto estadual declarando como de utilidade pública
parte do imóvel objeto de desapropriação implica reconhecimento do direito à indenização
pelo expropriado, o que interrompe o prazo para a ocorrência de prescrição aquisitiva, nos
termos do art. 202, inciso VI, do Código Civil de 2002" (REsp 1037755/SC, Rel. Min, José
Delgado, DJU de 13.06.08).
3. Recurso especial provido. (REsp 1.052.783/SC, Rel. Min. CASTRO
MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 5/8/2008, DJe de 19/8/2008)

Quanto à cobrança do Imposto Territorial Rural, como bem ressaltou a Corte


Regional, o lançamento do ITR é feito mediante declaração cadastral do proprietário rural
(notificante), cabendo a ele informar ao INCRA o desapossamento de sua propriedade rural.
Salientou, ainda, que a área de propriedade do autor não foi totalmente ocupada pelo Poder
Público, restando a ele 251,10 ha, mantida, pois, sua condição de contribuinte legal do ITR.
Por fim, a devolução de parte da gleba ao Distrito Federal, conquanto possa servir
à demonstração da ausência de animus domini, em nada influi para o regular transcurso do
prazo prescricional da ação de indenização por desapropriação indireta, acrescentando-se à do
possuidor a posse de seu antecessor, sendo elas contínuas.

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Não procede a irresignação, pois, quanto à alegada interrupção do prazo
prescricional.
No tocante à data da efetiva ocupação, verifico que a conclusão adotada pela
Corte de origem está assentada em ampla análise das provas dos autos, cujo reexame é vedado
em sede de recurso especial, valendo conferir o seguinte trecho do voto condutor do aresto
impugnado:

Destaque-se que, segundo o magistrado sentenciante, restou


comprovado pelo laudo oficial de fls. 279-397 (acompanhado de documentos de fls.
308-397) que as glebas foram ocupadas pela União Federal - Força Aérea Brasileira-FAB - e
pela Fundação Zoobotânica do Distrito Federal - FZDF, de forma separada, tanto que o
perito delimitou as respectivas áreas como absolutamente distintas, nos termos dos
tópicos 2.2 (fls. 289-290) e 2.3 (fls. 290-291).
Ocorre que a área ocupada pela FZDF sempre esteve em sua posse, ao
passo que a área ocupada pela FAB (União Federal) foi dividida em duas partes: "uma que
ainda se encontra em seu poder, ocupada pelo Departamento de Polícia Federal, e uma
outra que transferida para o Governo do Distrito Federal, conforme descrito no laudo
pericial às fls. 280 e 289-293" (fl. 653).
Verificou, assim, o julgador que "os documentos que instruem a presente
demanda demonstram que o dies a quo da contagem do prazo prescricional ocorreu bem
antes do aduzido pelo Autor, a indicar a veracidade da afirmação da União de que as terras
'se encontram em sua posse legítima desde 1956' (fl. 91)" (fl. 653).
Assim, diante do conjunto probatório acostados aos autos, concluiu o
firmatário da sentença:

"Com efeito, é fato comprovado que houve ocupação


antes mesmo de 1964, como se observa das seguintes transcrições dos
documentos juntados aos autos, onde atos materiais lesivos à posse do
Autor são narrados, litteris:
'Relatório do Sexto Comando Aéreo Regional
Em 1964, o M. Aer. já está de posse de Planta e
Memorial descritivo da área, totalizando 9.250ha, ano em que foram
solicitadas providências à Prefeitura do D.F. para efetivar a
desapropriação da área. Neste mesmo ano, o M. Aer. começou a cercar a
área e fez indenização a antigos moradores no valor de Cr$150.000,00 para
cada um.
Ainda em 1964, foi feita a demarcação do terreno e o M.
Aer. construiu quatro casas destinadas a vigias da área (fl. 185).'
Os mesmos fatos são narrados no documento de fls.
372/373, que se encontravam devidamente autenticados.
Ressalto que o Autor não procedeu à impugnação dos
referidos documentos, na forma do artigo 390 do CPC, ficando, pois, esta
questão preclusa e incontroversa.
Dessa forma, esta ação, como dito, foi ajuizada em 11 de
abril de 1985 e os atos atentatórios à posse do Autor realizados no ano
de 1964, afigurando-se, portanto, consumada a prescrição vintenária de
toda a área inicialmente ocupada pela União Federal, descrita no tópico
2.2 do laudo pericial (fls. 289/290) e indicada na cor amarela no Anexo I
(intitulado 'Planta da Ocupação Inicial executada pela FAB e FZDF' - fl.
308) do referido laudo." (Cf. fl. 654.)

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Impugnam os apelantes o termo a quo do prazo prescricional - da


usucapião - adotado pelo julgador (1964), sustentando que a área mencionada na sentença
é distinta da que se discute nos autos, conforme anotou o perito oficial à fl. 304, ao afirmar
que "o início da implantação da pista de pouso, obras complementares, abrigo para
pessoal se deu fora da área desapropriada", de modo que não se pode falar que "tal época
foi o marco da INVASÃO PELO PODER PÚBLICO DA ÁREA DO AUTOR ORIGINÁRIO"
(fl. 699).
De fato, constato que o perito, ao responder sobre a data do efetivo
desapossamento do referido imóvel pela União (FAB), com base nos documentos
fornecidos pelo 6º COMAR, afirma que a ocupação se deu de forma gradual, tendo o início
da implantação da pista de pouso, das obras complementares e do abrigo para pessoal se
dado fora da área desapropriada, para chegar à conclusão de que "é muito difícil pela
leitura daqueles documentos precisar uma data para o desapossamento neste caso" (fl.
304).
Em que pese se tratar de trabalho técnico, tenho que a conclusão do
expert, no ponto, não infirma a convicção do julgador, porquanto os dados apresentados
no Relatório nº 002/SERPAT- 6/88 do Sexto Comando Aéreo Regional- COMAR (fls.
184-187 e 377-379) deixam bem claro que a efetivação da posse ocorreu em 1964, como se
pode perceber em seu resumo histórico:

"( ..) 5 - Em 1964, o M. Aer. já está de posse de Planta e


Memorial Descritivo da área, totalizando 9.250ha, ano em que foram
solicitadas providências à Prefeitura do D.F. para efetivar a
desapropriação da área. Neste mesmo ano, o M. Aer. começou a cercar a
área e fez indenização a antigos moradores no valor de Cr$150.000,00 para
cada um.
Ainda em 1964, foi feita a demarcação do terreno e o M.
Aer. construiu quatro casas destinadas a vigias da área (...) (Cf. fl. 185.)

Quanto às obras construídas fora da área desapropriada - como afirmou o


perito - note-se que elas se encontram no tópico nº 6, como medidas tomadas após a posse
propriamente dita, nos seguintes termos:

"(..) 6 - A partir de 1964, o M. Aer. procurou consolidar


a posse do terreno fazendo construir diversas benfeitorias, tais como:
Em 1965, deu início à construção da pista de pouso.
Em 1966, melhorou as condições da pista e ampliação da
cerca, implantando o patrulhamento contra caçadores, e construindo
abrigo para o pessoal e patrulha e para a guarda de material de tiro. (...)"
(Cf. fl. 186)

Ainda que não findassem claras as informações sobre o início da referida


ocupação, não há como negar que os apelantes não se manifestaram, em tempo oportuno,
contra tais documentos. Ressalte-se que tais documentos, contendo os mesmos fatos,
foram juntados, nestes autos, em dois momentos: primeiro, pela Companhia Imobiliária de
Brasília-TERRACAP, às fls. 184- 187, e, segundo, pelo perito, às fls. 372-379 (anexo XIV),
não tendo os apelantes impugnado qualquer dos seus termos antes da prolação da
sentença.
Descabidas, agora, nesta sede, as censuras feitas aos referidos
documentos - quanto ao signatário e à data dos documentos -, posto que já se consumou
a preclusão (artigo 390 do CPC), conforme salientou o julgador. De tal forma, não merece
também respaldo a alegação dos recorrentes de que, apesar de não ter havido uma
impugnação formal (de veículo), os autores sempre fizeram uma impugnação material (de
conteúdo), à fl. 724. (fl. 990-992)

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Eventual conclusão em sentido diverso do que foi decidido pela Corte Regional
pressupõe o reexame do contexto fático-probatório dos autos, o que é inviável na via recursal
eleita, consoante o disposto na Súmula 7/STJ.
É completamente despropositada, por fim, a alegação de ser inviável a usucapião
de terra particular pelo Poder Público, sobretudo porque não se está aqui a discutir o
cumprimento dos requisitos para a usucapião, mas a prescrição da ação pela qual se busca
indenização por apossamento administrativo.

Com estas considerações, conheço parcialmente do recurso especial e, nessa


parte, nego-lhe provimento.
É o voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA

Número Registro: 2009/0199049-3 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.162.127 / DF

Números Origem: 200601000427182 8500205210

PAUTA: 01/10/2013 JULGADO: 01/10/2013

Relatora
Exma. Sra. Ministra ELIANA CALMON
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO AUGUSTO BRANDÃO DE ARAS
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : HIROSHI KAMEYAMA E OUTROS
ADVOGADO : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)
RECORRIDO : UNIÃO

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Intervenção


do Estado na Propriedade - Desapropriação Indireta

SUSTENTAÇÃO ORAL
Dr(a). EDUARDO LYCURGO LEITE, pela parte RECORRENTE: HIROSHI KAMEYAMA

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, conheceu em parte do recurso e, nessa parte, negou-lhe
provimento, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
Os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques e
Marilza Maynard (Desembargadora Convocada do TJ/SE) votaram com a Sra. Ministra Relatora.

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