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Aula 8.2
SUMÁRIO
A FAMÍLIA E O SERVIÇO SOCIAL ................................................................ 3
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 3
2. METODOLOGIAS NA INTERVENÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
NO TRABALHO COM FAMÍLIAS .................................................................... 8
2.1. SERVIÇO SOCIAL E PROCESSO DE TRABALHO COM FAMÍLIAS ................ 8
3. REVISANDO: A FAMÍLIA E A PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA ......................... 17
4. CUIDADOS COM A FAMÍLIA E GRUPOS VULNERÁVEIS ............................. 23
5. TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS: ELEMENTOS PARA SUA RECONSTRUÇÃO
EM BASES CRÍTICAS ............................................................................... 29
QUESTÕES DE PROVAS COMENTADAS ...................................................... 36
QUESTÕES DE PROVAS EBSERH ............................................................... 46
GABARITOS ........................................................................................... 50
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 51
1. INTRODUÇÃO
A família era tomada como unidade a partir das disfunções sociais apresentadas.
A proposta de intervenção baseava-se no ajustamento social, e este foi o enfoque
dado ao universo familiar, para ajustar a família aos princípios propostos pelas
classes sociais dominantes e manter assim a ordem social vigente.
A “questão social”, objeto do Serviço Social tem uma relação com o Serviço Social
desde sua gênese como profissão, ela sustenta sua base de intervenção. Todavia,
não se coloca de imediato nesta relação, pois “as conexões genéticas do Serviço
Social profissional não se entretecem com a questão social, mas com suas
peculiaridades no âmbito da sociedade burguesa fundada na organização
monopólica” (NETTO, 2000:18).
Mas essa mudança de percepção não atingiu as políticas sociais, que deveriam
voltar para o atendimento familiar. Essa trajetória histórica delineada a partir das
lutas sociais desenvolvidas em torno das questões da família, não favoreceu a
construção de uma política especifica de atenção, na época.
Embora não exista política especifica de atenção à família, esta, se insere, ainda
que de forma fragmentada, nas distintas políticas públicas de áreas como saúde,
educação e habitação, por exemplo, através dos diferentes segmentos que
compõem, tais como, mulher, criança, adolescente e idoso.
Essas novas expressões da questão social apresentam uma demanda por serviços
anteriormente inexistentes e que precisam receber respostas eficientes, seja via
ações públicas ou privadas.
Sabe-se que não só para o Serviço Social, mas que em todas as profissões o
tema “FAMÍLIA” não é desconhecido, intervém-se nesta dinâmica a todo instante.
Porém poucos profissionais são preparados para trabalhar as relações familiares
e as mudanças ocorridas na estrutura familiar ao longo da história.
O trabalho infantil deixa de ser problema e passar a ser solução uma vez que os
pais educam seus filhos com o pensamento de que “criança que não trabalha
cresce vagabundo”, não visualizando a escola de forma necessária para o
enfrentamento da vida, e a criança não é vista com o respectivo direito de
estudar, e brincar. As pessoas vêm se objetos e não sujeitos da história, das
políticas, dos projetos e programas públicos, a mentalidade já estar determinada
a pensar assim o que os impede de lutar para mudar tal situação.
Ainda hoje as ações dos assistentes sociais, são movidas por lógicas arcaicas e
enraizadas culturalmente, e não pela lógica da racionalidade dada pelo arcabouço
teórico-metodológico da profissão pós-reconceituação. Por isso, o exercício
profissional com famílias ainda é pautado nos padrões de normatividade e
estabilidade.
“É justamente este desafio que nos conduz a recolocar algumas questões que
acreditamos estarem contribuindo para a perpetuação do conservadorismo nas
intervenções com famílias, numa tentativa de resgatar da própria ação
profissional os elementos necessários para sua reconstrução. Como afirma
GUERRA (2000), é necessário resgatar a dimensão emancipatória da
instrumentalidade do exercício profissional, pois é através dela que a profissão
poderá superar o seu caráter eminentemente operativo e manipulatório dado pela
condição histórica do surgimento da profissão. ”
A realidade brasileira nos mostra que existem famílias com as mais diversas
situações socioeconômicas que induzem à violação dos direitos de seus membros,
em especial, de suas crianças, adolescentes, jovens, idosos e pessoas com
deficiência, além da geração de outros fenômenos como, por exemplo, pessoas
em situação de rua, migrantes, idosos abandonados que estão nesta condição
não pela ausência de renda, mas por outras variáveis da exclusão social. Percebe-
se que estas situações se agravam justamente nas parcelas da população onde
há maiores índices de desemprego e de baixa renda dos adultos.
São destinados, por exemplo, às crianças, aos adolescentes, aos jovens, aos
idosos, às pessoas com deficiência e às pessoas em situação de rua que tiverem
seus direitos violados e, ou, ameaçados e cuja convivência com a família de
origem seja considerada a sua proteção e ao seu desenvolvimento. No caso da
proteção social especial, à população em situação de rua serão priorizados os
serviços que possibilitem a organização de um novo projeto de vida, visando criar
condições para adquirirem referências na sociedade brasileira, enquanto sujeitos
de direito.
Aponta a necessidade não eleger um modelo de família, uma vez que poderá
estereotipar e provocar discriminação com outros grupos familiares (MIOTO,
2000).
Pode-se, então, afirmar que a política (e o Estado) assume uma posição que
contribui para enfraquecer os estigmas associados à maternidade sem
casamento, às famílias reconstituídas, às vezes, sem vínculos formais, às uniões
consensuais, ao divórcio, assumindo todos esses grupos como unidade familiar e
sujeitos à proteção social da assistência social, desde que dela necessitem.
Sugere-se:
A noção de autonomia como a capacidade de cada sujeito dar conta de sua vida,
dos cuidados necessários para que ele caminhe sem a necessidade de benefícios
sociais, de aconselhamento e acompanhamentos pode induzi-lo a buscar saídas
nele mesmo, em suas capacidades, potencialidades, inclusive do reforço de suas
responsabilidades familiares e individuais, e não na luta pelo benefício como um
direito, inclusive, universal, como dever do Estado de prover certo padrão digno
de vida a todo cidadão, cujas condições são reflexos das desigualdades e que
afetam as relações familiares.
Trata-se de uma visão ampliada e atual de família, posto que as pessoas que
convivem em uma ligação afetiva duradoura podem ser um homem e uma mulher
e seus filhos biológicos; mas também um casal do mesmo sexo, ou apenas a
mulher com seus filhos legítimos ou adotados, e outra infinidade de arranjos.
Apesar das mudanças que o termo terapia tem passado, ainda significa
“tratamento de doença, desordem, defeito etc., por algum tipo de processo
curativo ou que remedie” (PENGUIN apud CAMPOS; REIS, 2009, p. 60); seu uso
é, portanto, inapropriado para a proteção social básica, seja individual ou
coletiva.
Comentários:
Segundo José Filho (2007, p.150), a família tem que ser entendida enquanto uma
unidade em movimento, sendo constituída por um grupo de pessoas que,
independentemente de seu tipo de organização e de possuir ou não laços
consanguíneos, busca atender:
c- É considerada como uma instituição social isolada, que não sofre influências
do modelo de Estado liberal capitalista.
d- Tem como pilar a ótica neotomista que tem como base uma concepção de
família descolada das formas de organização da sociedade.
a- um acesso à empregabilidade;
d- deve ser resguardada, pois dela derivam todos os vícios e também todos os
bons exemplos;
a- I, apenas.
b- II, apenas.
c- III, apenas.
e- I, II e III.
Comentários: O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) é um
trabalho de caráter continuado que visa a fortalecer a função de proteção das famílias,
prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e usufruto de direitos e
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
O PAIF tem como público famílias em situação de vulnerabilidade social. São prioritários
no atendimento os beneficiários que atendem aos critérios de participação de programas
de transferência de renda e benefícios assistenciais e pessoas com deficiência e/ou
pessoas idosas que vivenciam situações de fragilidade.
Suas ações são desenvolvidas por meio do trabalho social com famílias, apreendendo as
origens, os significados atribuídos e as possibilidades de enfrentamento das situações de
vulnerabilidade vivenciadas, contribuindo para sua proteção de forma integral.
O trabalho social do PAIF deve se utilizar também de ações nas áreas culturais para o
cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar o universo informacional e
proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço. As ações do PAIF não
devem possuir caráter terapêutico. Gabarito: Letra B.
Comentários:
Qual o conceito de “família” para a PNAS?
A família para a PNAS - Política Nacional de Assistência Social é o grupo de pessoas que
se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos ou de solidariedade.
Em consonância com o disposto na LOAS, capítulo II, seção I, artigo 4º, a Política
Nacional de Assistência Social rege-se pelos seguintes princípios democráticos:
Gabarito: letra C.
Certo / Errado
Comentários: Essa visão de família é conservadora, a perspectiva crítica de Família é
concebida na sua condição histórica e as configurações que ela assume ao longo do
tempo e das culturas estão condicionadas às diferentes formas de relações sociais
estabelecidas. “A família, independentemente dos formatos ou modelos que assume é
mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade, delimitando, continuamente
os deslocamentos entre o público e o privado, bem como geradora de modalidades
comunitárias de vida. Todavia, não se pode desconsiderar que ela se caracteriza como
um espaço contraditório, cuja dinâmica cotidiana de convivência é marcada por conflitos
e geralmente, também, por desigualdades, além de que nas sociedades capitalistas a
família é fundamental no âmbito da proteção social. ” Gabarito: Errado.
IV. Atualmente existem duas grandes tendências em disputa nesse campo que
vimos denominado de proposta familista e de família protetiva.
a) I, II e III apenas
b) I, II e IV apenas
e) III, IV e V apenas
a) Proteção social
b) Proteção psicológica
c) Recuperação social
d) Recuperação psicológica
e) Proteção biológica
d) Somente a pobreza
b) Vulnerabilidade feminina
d) Dimensão do feminismo
GABARITOS
1E 2B 3A 4A 5E
6A 7B 8E 9C 1 ERRADA
GABARITO EBSERH
1C 2B 3A 4C 5C
BIBLIOGRAFIA
OLIVEIRA, NHD. Recomeçar: família, filhos e desafios. São Paulo: Editora UNESP;
São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.