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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL


FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL – FSSO

Jamile Luiza Silva dos Santos

Síntese do artigo “Lukács: trabalho, modos de produção e ontologia”

MACEIÓ - AL
2023
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL


FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL – FSSO

Jamile Luiza Silva dos Santos

Síntese do artigo “Lukács: trabalho, modos de produção e ontologia”

Síntese do artigo “Lukács: trabalho, modos


de produção e ontologia de Mariana Alves
de Andrade” solicitado pela professora
Norma Alcântara para composição da nota
de trabalho e sociabilidade referente a
avaliação bimestral 1.

Prof.ª Norma Alcântara

MACEIÓ - AL
2023
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A seguinte síntese irá abordar sobre a teoria de Georg Lukács sobre trabalho,
modo de produção e a ontologia do ser social através da visão filosófica da Professora
Doutora Mariana Alves de Andrade, que se destaca pela sua análise crítica e
reinterpretativa da teoria de Georg Lukács sobre trabalho, modos de produção e ontologia.
O artigo aprofunda determinados assuntos através das principais mediações
econômicas e sociais que influenciam principalmente o desenvolvimento social através
das forças reprodutivas sobre a sociedade através do crescimento natural presente nas
primeiras formações de convívio social através do trabalho como categoria fundante do
ser social, ou seja, abordando o trabalho como constituição central das gêneses do
homem.
O filosofo húngaro Georg Lukács tem sua teoria central apontada para o campo
do trabalho e modo de produção, por ser um filosofo considerado marxista, sua teoria está
enraizada na tradição marxista, destacando a alienação e reificação no contexto central
do capitalismo. Lukács, desenvolveu ideias significativas sobre como o trabalho se
relaciona com a estrutura social e econômica através de sua obra, Para a ontologia do ser
social, de 1986.
Essa obra trouxe consigo todo o fundamento da ontologia do ser social, que
através da história das relações sociais moldam a existência humana, oferecendo assim,
uma visão aprofundada e detalhada sobre como a sociedade, a história e as relações
sociais delineiam a existência humana, destacando a importância da consciência crítica e
da luta por mudanças sociais significativas. O trabalho é a categoria fundante da base
ontológica de todo o ser social, é através dele que se cria não só o a comunidade social,
mas também, a se cria todas as determinações social existentes.
De acordo com a autora, Mariana Alves, Luckács traz nas suas contribuições o
pressuposto de que a existência humana é profundamente social. Com base no artigo,
pode-se argumentar que a natureza humana é moldada pela interação com outros
indivíduos presentes na sociedade, pelas estruturas sociais, pelas relações de produção e
mercadoria e pela história coletiva da sociedade. A autora destaca também o papel da
mediação social na formação da consciência individual, que se consiste que a consciência
vai além de um fenômeno individual, mas que também é influenciada e moldada pelo
ambiente social, pelas relações sociais vividas historicamente pelos indivíduos
pertencentes de uma sociedade.
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Conforme foi abordado por Andrade no artigo, o processo de reprodução social é


enfatizado através da exploração da relação entre os modos de produção e a estrutura
social, considerando a influência das forças reprodutivas através dos diferentes tipos de
sociedades. Andrade traz a perspectiva das sociedades baseadas no modo de produção
asiático, no modo de produção escravista, no modo de produção feudal e no modo de
produção capitalista.
No modo de produção asiático a característica predominante se trata do método de
fabricação, que não mudou, ou seja, a reprodução social destas sociedades nada tem a ver
com o desenvolvimento social. As forças produtivas são consideradas naturais. E segundo
a visão de Lukács, o modo de produção asiático era considerado contrário, pois,
considerando o nível de desenvolvimento desse modo de sociedade é possível concluir
que isto se deve à longevidade das categorias económicas e à falta de distribuição de bens
que consequentemente leva a dissolução do modo de produção asiático.
A autora pontua que no modo de produção escravista foi fundamentalmente diferente
do modo asiático, pois o trabalho escravo atua na produção de riqueza e bens, através
desse tipo de trabalho irá ocorrer a reprodução social em que os casos avançam e
progridem, em vez de se limitarem a replicar o que já existe. Entretanto para o
desenvolvimento da sociedade escravista existem limites, a produção social baseada no
trabalho escravo leva à decadência, através de grandes concentrações de riqueza que
acabam sendo impossibilitadas de distribuição de produtos e restrições de capital e capital
comercial.
Contudo, como explicou Mariana Andrade, o modo de produção feudal obteve novas
camadas tanto sociais quanto financeiras, fica claro que nesse modo de sociedade a forma
dominação é entre o homem o fruto de seu trabalho, o produto final do trabalho vai torna
possível o modo de produção e o progresso da sociedade. Nessa sociedade o conflito
surge entre a cidade e o campo, o progresso da sociedade e o desenvolvimento das forças
produtivas desta forma de sociedade acabou neste ponto.
Através desse marco, deu início para um modo de produção capitalista. A acumulação
primitiva de capital marca um período de transição, onde as relações que eram baseadas
no sistema feudal de servidão, onde os camponeses trabalhavam na terra em troca de
proteção e segurança oferecida pelos senhores feudais deu lugar para as relações de
produção para uma forma mais voltada para a produção de mercadorias e a busca pelo
lucro. O surgimento do capitalismo trouxe uma nova visão em relação a produção de
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mercadorias, transformando a mercadoria como o principal motor da economia ao invés


da forma passada, em que a produção funciona apenas para uso próprio e não para o
mercado, visando assim, a troca e obtenção de lucro. A autora destaca no texto que a etapa
de desenvolvimento do capitalismo ocorreu através da indústria de transformação, o que
levou à ruptura com as corporações e trouxe numerosos mudanças no processo produtivo
ao outorgar aos trabalhadores um papel único e exclusivo.
Segundo Lukács, a transição de um modo de produção para outro está intrinsecamente
conectada à base material das relações do ser social e às mudanças nas relações de
produção, nas forças produtivas e na forma como a sociedade organiza a produção e
distribuição de bens. Estas mudanças são vistas como uma condição primordial para
mudanças sociais mais amplas.
É notável que segundo o artigo, ao mesmo tempo que o trabalho influência e molda o
ambiente social também gera um movimento de contradição gerada pelo próprio trabalho.
Através do capitalismo, os meios de produção são parte da propriedade privada e com
isso influencia na contradição, pois ao mesmo tempo que o trabalho forma uma atividade
social, os trabalhadores, apesar de contribuírem socialmente para a produção, não têm
controle sobre os meios de produção nem sobre o produto do seu trabalho.
Lukács argumenta que essa contradição gerada entre natureza social do trabalho e sua
formação no capitalismo contribuí para uma criação de tensões e conflitos no sistema
capitalista, causando um distanciamento entre os trabalhadores e o significado de seu
trabalho, prejudicando a relação humana.
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REFERÊNCIA

ANDRADE, Mariana Alves. Lukács: trabalho, modos de produção e ontologia.


Revista de Ciências do Estado. Belo Horizonte: v. 6, n. 1, e25171. ISSN: 2525- 8036

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