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Mas as luzes ficaram acesas? “A Viagem de Chihiro” e as Intersecções do
Feminismo e Marxismo
Já existiram formas sociais que hoje estão extintas, assim como outras formas sociais podem
emergir e se estabelecer num momento futuro. A existência material das formas sociais impõe
restrições e determinações que são advindas do modo de produção que é dominante em
algum momento histórico. Um determinado modo de produção é constituído por relações e
práticas sociais específicas a ele próprio, o que leva ao estabelecimento de formas sociais
peculiares. Nos modos de produção pré-capitalistas, tais formas eram contingentes já que as
relações políticas e econômicas não eram fundamentalmente separadas, sendo diretamente
ditadas pela classe exploradora. É apenas no modo de produção capitalista que as formas
sociais se estabelecem através de abstrações universais que permitem a valorização do valor.
Por serem fundantes da sociabilidade capitalista existente, tais formas são determinações que
afetam todas as relações e práticas sociais que constituem tal sociabilidade. Formas sociais
podem se constituir como derivadas uma das outras; elas podem também se constituir
mutuamente, se conformando em derivações secundárias.
O presente trabalho visa estabelecer uma conexão entre: (i) a teorização de Alysson Mascaro
sobre formas sociais e sua leitura do materialismo aleatório, (ii) intervenções teóricas
apresentadas por Althusser em cursos sobre Maquiavel e Rousseau, e (iii) conceitos da teoria da
probabilidade e de sistemas complexos úteis para fundamentar o materialismo aleatório.
Em Estado e forma política (MASCARO, 2013), Mascaro desenvolve sua teoria sobre o Estado em
diálogo com autores como, por exemplo, Evgeny Pashukanis no direito, Joachim Hirsch na
política, Michel Aglietta na economia e Louis Althusser na filosofia. É demonstrado que o Estado
é a forma política necessária ao modo de produção capitalista, sendo factualmente derivado da
forma mercadoria, tal qual a forma de subjetividade jurídica o é. Contra o juspositivismo
dominante, Mascaro sustenta que ambas as formas sociais derivadas possuem suas nucleações
próprias, mas se conformam em derivações secundárias. O artigo Formas sociais, derivação e
conformação (MASCARO, 2019) apresenta pedagogicamente os fundamentos teóricos sobre o
que são formas sociais e como o processo de derivação se dá materialmente; uma abordagem
aprofundada sobre o debate da derivação do Estado pode ser encontrado em (CALDAS, 2021).
Mascaro anuncia que “(n)o estrutural, há uma forma política que possibilita a valorização do
valor quanto dela é derivada. O Estado é burguês não por captura ou domínio pela parte dos
burgueses, mas sim por sua forma.” (MASCARO, 2019, p. 11). O Estado é o terceiro necessário
para existir o intercâmbio generalizado entre os proprietários dos meios de produção e os
trabalhadores que serve fundamentalmente à acumulação capitalista e à valorização do valor;
sua existência é necessária para a existência sociabilidade capitalista definida pelo trabalho
abstrato, que é subordinado ao capital. O mesmo pode ser dito sobre a forma de subjetividade
jurídica, e sobre a conformação entre tais formas derivadas.
Os processos relacionados às formas sociais se constituem no plano das relações sociais que
existem materialmente em um dado período e uma dada localidade. Eles então não se dão no
vácuo, mas sim dentro de estruturas já estabelecidas compostas por articulações (complexas)
entre as formas, práticas e relações sociais que materialmente existem naquele período e local,
mesmo que tal existência seja marginal ou incipiente. Nesse sentido, não é possível falar de
determinismo pois é impossível prever o resultado dos processos conflituosos dados no campo
das relações sociais, mesmo quando há determinações bem definidas. Há o aleatório: encontros
de processos autônomos e relativamente independentes podem acontecer e daí pegar ou dar
liga, formando então uma nova estrutura com sua causalidade específica, como já indicado por
Althusser em um pequeno texto datado de 1966 chamado Sur la genèse [Tradução do autor:
Sobre a gênese] (ALTHUSSER, 2020, p. 33-36). Essas categorias são fundantes do que Althusser
denomina nos anos 80 de materialismo aleatório (MASCARO; MORFINO, 2020).
Mascaro já aponta como o materialismo aleatório como prática filosófica é fundamental para o
entendimento dos processos relacionados às formas sociais:
Então os processos referentes às formas sociais se dão de maneira não-linear sempre sujeitos a
determinações, coerções, restrições e coalizões variadas, que são conjunturais e históricas. Há
então uma relação inerente entre a necessidade das determinações dentro de uma estrutura
dada e o aleatório da conjuntura que afeta a própria relação estrutural. Tais temas são
estudados por diferentes campos do conhecimento e matematicamente formulados em casos
específicos através das teorias da probabilidade e de sistemas complexos, que podem ser úteis
para o estudo das formas sociais utilizando as categorias do materialismo aleatório.
A probabilidade quantifica a incerteza, mas uma vez que se conhece o valor assumido pela
variável aleatória, não há mais incerteza já que ela é relativa à observação da “realização” da
variável aleatória. Dessa forma, é possível pontuar um “antes” e “depois”, sendo que a teoria da
probabilidade trabalha com o momento anterior ao conhecimento do valor assumido pela
variável aleatória. No momento posterior, não há incerteza alguma em relação a tal realização
da teoria da probabilidade só pode ser construída
através
particular. A avaliação teórica anterior
se o espaço amostral (isto é, o conjunto de possíveis valores que a variável aleatória pode
assumir) for conhecido, daí a teoria quantifica a probabilidade da variável aleatória assumir um
valor específico dentre todos os outros possíveis.
Sistemas complexos são geralmente relacionados a sistemas compostos por muitos elementos
que interagem entre eles e com o ambiente em que eles existem, podendo exibir uma dinâmica
coletiva emergente, que por sua vez pode ser determinística, oscilatória, estocástica ou caótica
(THURNER; HANEL; KLIMEK, 2018), (PRIGOGINE; STENGERS, 2018). Há interações e causalidade
em múltiplos níveis: o micro, o meso e o macro se determinam mutuamente; seus níveis de
efetividade dependem da relação entre os elementos num mesmo nível, na forma que os
diferentes níveis se constituem e interagem, e a dependência entre sistema analisado e o
ambiente externo em que ele existe.
CIÊNCIA E REVOLUÇÃO
Apesar do estudo de sistemas complexos pode em si ser visto como reducionista ou idealista,
impondo abstrações teóricas a diferentes fenômenos do mundo real (THURNER; HANEL;
KLIMEK, 2018), variações dessa teoria vêm sendo desenvolvidas em diferentes ciências como
em biologia (LEVINS; LEWONTIN, 1980), ou física e química (PRIGOGINE; STENGERS, 2018). A
construção teórica de Althusser também pode ser lida dessa maneira (ALTHUSSER, 2020, p. 33-
36), (PIPPA, 2019), mas com o cuidado de se utilizar os conceitos teóricos apresentados pela
teoria de sistemas complexos e processos estocásticos qualitativamente para se compreender
cientificamente a materialidade dos processos sociais através de formas sociais em que há
determinações e o aleatório. Tal abordagem nos permite explicar a existência histórica de
diversas formações sociais através da dinâmica dos processos relacionados às formas sociais,
onde determinações estruturantes, nomeadamente a forma valor e suas derivadas mais
imediatas, produzem uma coerção de formas (MASCARO; MORFINO, 2020).
Um paralelo com as ciências físicas é interessante aqui. Tudo que existe e todos que habitam o
planeta Terra estão sujeitos às determinações do campo gravitacional terrestre. Não se pode
escapar disso, independentemente da vontade individual. No entanto, pode-se intervir de
diversas maneiras uma vez que seus efeitos são entendidos cientificamente. Através de uma
abstração concreta, o conceito físico ‘gravidade’ pode ser reconstituído para a materialidade
existente, podendo explicar a mecânica do voo de um pássaro, ou a dinâmica de objetos
jogados do décimo andar de um prédio. É também possível aplicar tal conhecimento para
materializar equipamentos técnicos para se construir novas tecnologias para o transporte
aéreo, considerando diversos aspectos que tanto são da determinação gravitacional fundante
quanto dos aspectos concretos e, portanto, incertos em certo grau da dinâmica da atmosfera
terrestre e do ambiente aéreo que tal equipamento poderá ser utilizado para voar.
Althusser oferece uma refinada leitura sobre isso. Além dos textos mais conhecidos e
publicados pelo autor como intervenções filosóficas em conjunturas políticas bem peculiares
(ALTHUSSER, 1979), há uma série de contribuições que refletem as possibilidades que o
materialismo aleatório abre dentro de um cenário de impossibilidades estruturais aparentes.
Pode-se encontrar essa visão em suas leituras de Rousseau e Maquiavel como parte de um
curso ministrado em 1972.
(…) Rousseau’s schema shows us differences that are irreducible, essential modifications,
modifications of the essence, discontinuities of essence, and leaps in the process. We may say,
broadly speaking, the following: what happens at the end is not reducible to what happens at
the start. This genesis is therefore discontinuous. [Tradução do autor: (…) o esquema de
Rousseau nos apresenta que as diferenças são irredutíveis, são modificações essenciais,
modificações na essência, são descontinuidades na essência e são saltos no processo.
Pode-se dizer grosseiramente o seguinte: o que acontece no final não é redutível ao que
acontece no início. A gênese é então descontínua. (ALTHUSSER, 2019, p.78).
(…) the abstraction of the theory of the encounter is not merely a theoretical abstraction here.
The place and interplay of this abstraction impart a concrete political function to it; in fact, the
abstraction of anonymity is simultaneously the clean sweep of the past and its consequence:
namely, that the great adventure begins apart from everything that actually exists, hence in
an unknown place with an unknown man. [Tradução do autor: (…) a abstração da teoria do
encontro não é aqui meramente uma abstração teórica. O lugar e a ação combinada dessa
abstração lhe concedem política; de fato, a abstração do anonimato é
uma função
simultaneamente uma limpeza do passado e sua consequência: a grande aventura se
inicia separadamente de tudo o que realmente existe, então em um lugar desconhecido
com um homem desconhecido. (ALTHUSSER, 2010, p. 94).
Fortuna must arrange the ‘matter’ that is to receive a form. At the same time, an individual
must emerge who is endowed with virtù – capable, should he have to resort to them, of
emancipating himself from dependency on another’s forces so as to fashion his own by virtù;
and finally capable of laying ‘very strong foundations for his future power’, by rooting himself
in the people through virtù. [Tradução do autor: Fortuna deve arranjar a ‘matéria’ para
receber uma forma. Ao mesmo tempo, deve-se emergir um indivíduo que detém virtù –
capaz, caso tenha que recorrer a elas, de se emancipar da dependência das forças de
outrem para constituir as suas por virtù; e, finalmente, capaz de lançar ‘bases muito fortes
no povo através de virtù.] (ALTHUSSER, 2010, p. 89).
para seu futuro poder’, enraizando-se
Note que há uma diferença importante entre Maquiavel e os filósofos do direito natural como
Rousseau. Tal diferença é explicitamente indicada por Althusser no início de sua primeira
palestra sobre Rousseau (ALTHUSSER, 2019, p. 29-34). Resumidamente, apesar do objeto de
discussão de Maquiavel e tais filósofos seja a monarquia absolutista, o primeiro encontra uma
situação em que ela ainda não existe de maneira definitiva sendo então um objetivo político a
ser atingido, enquanto Rousseau e os outros filósofos jusnaturalistas vivem em um momento
em que a monarquia absolutista já é um fato consumado e então “(…) natural law philosophy
thinks the accomplished fact and in the accomplished fact: its object and its form of thought will be
determined, as I shall to try to show, in a way quite different from the way Machiavelli’s object is.”
[Tradução do autor: (…) a filosofia do direito natural pensa o fato consumado e dentro do fato
consumado: seu objeto e sua forma de pensamento será determinado, como eu tento mostrar,
de uma maneira diferente que o objeto de Maquiavel é.] (ALTHUSSER, 2019, p. 33).
As ciências das formas sociais devem se dar nesse terreno, onde há determinações que impõem
suas necessidades materiais abstraídas concretamente através de relações simbólicas de
necessidade lógica e há o aleatório relacionado a processos internos e externos às relações
sociais fundantes (MASCARO, 2013), (MASCARO, 2019), (MASCARO; MORFINO, 2020). Como
indicado na teoria de sistemas complexos, a incerteza e o aleatório podem aparecer de
diferentes maneiras, mas sempre sujeitos a determinações internas ao processo estudado e às
a ele. Podem existir atratores em que a dinâmica
externos
suas relações constitutivas, e a efeitos
do processo convirja, se estruturando ao redor de tal ponto, dificultando a saída de tal região.
Podem existir ou emergir diversos atratores em que novas estruturações se deem, rearticulando
as relações do sistema, mas ainda assim mantendo uma dinâmica qualitativamente similar. A
mudança no regime de regulação capitalista entre o fordismo e o pós-fordismo pode ser
pensado dessa maneira.
Há uma dependência da história do processo, o que também abre a possibilidade, mesmo que
remota, de uma convergência a atratores com características qualitativamente diferentes. Esse
processo depende factualmente das articulações existentes, das intervenções dentro da
conjuntura e as reações a elas, e da história dos eventos e encontros aleatórios relacionados ao
sistema. Uma mudança qualitativa como essa pode ser exemplificada no caso da transição do
feudalismo ao capitalismo, cuja transição foi consumada com a subordinação real do trabalho
ao capital (TURCHETTO, 2005). A revolução russa de 1917, por sua vez, pode ser vista como uma
transição a um novo modo de produção além do capitalismo que não se consumou, e as formas
capitalistas nunca foram superadas materialmente.
Além disso, existe a possibilidade de hierarquia dentro de sistemas complexos, bem como há a
possibilidade de efeitos coletivos em que inúmeros elementos organizados coordenam suas
ações e reações. Tudo isso define o leque de possibilidades efetivas, o adjacente próximo, em
uma dada conjuntura, e sua própria dinâmica de desenvolvimento. As ciências naturais e a
engenharia já operam com tais conceitos há um bom tempo, e o aleatório é constitutivo desses
domínios do saber (KOLMOGOROV, 2018), (LEVINS; LEWONTIN, 1980), (PRIGOGINE; STENGERS,
2018), (THURNER; HANEL; KLIMEK, 2018); variações heterodoxas da economia neoclássica já
seguem por essa linha de maneira pragmática (ARTHUR, 2021). As ciências sociais no geral por
sua própria peculiaridade ainda têm dificuldades de trabalhar conjuntamente com a
necessidade imposta por determinações sociais e o aleatório da contingência inevitavelmente
determinada pela conjuntura externa e interna constituída pela articulação das relações,
práticas e processos históricos e sociais (PIPPA, 2019). Entender cientificamente a sociedade é
compreender a dinâmica complexa das formas sociais, suas relações fundantes, os modos que o
aleatório se apresenta quando estruturados por formas sociais específicas, o caráter
dependente dos processos históricos factuais que determinam os possíveis atratores da
dinâmica social e os processos relacionados às formas sociais, a importância da ação política
dentro da conjuntura, e os tipos de intervenções possíveis para se constituir conjunturas mais
favoráveis a intervenções que abrem a possibilidade revolucionária em algum momento futuro.
Não há nada de inevitável nem determinismo no sentido positivista do termo. A ciência das
formas sociais apreende a verdade através de seus conceitos e materialismo aleatório provê a
lógica em que a realidade social deve ser pensada. O contemporâneo pode ser conhecido
através da determinação das formas sociais fundantes dado seu caráter de constituir a
realidade, de modular práticas
estabelecidas historicamente e de restringir, moldar e daí
subordinar formas de relações com potencial revolucionário. O início das formas que existem
atualmente pode ser reconstituído pelos processos históricos pontuados pelos eventos e
encontros aleatórios, e intervenções em conjunturas históricas concretas que foram
factualmente capazes de desestruturar as articulações formadas ao redor de um dado “atrator”
que organizava a sociabilidade então existente para entrar em uma dinâmica transitória mais
suscetível ao aleatório e daí se reestruturar em um novo “atrator”, que por sua vez se estabelece
e dá pega durante próprio processo histórico. A leitura de Rousseau por Althusser (ALTHUSSER,
2019) é essencial aqui. A lógica do materialismo aleatório pode ser resumida na seguinte tese.
Tese: Existe um fenômeno Z e outros W, Y etc. dele derivados diretamente ou não, que se
reproduzem e determinam a estruturação, as articulações e a lógica própria do todo complexo
estruturado T que emergiu e se estabeleceu através de eventos e encontros aleatórios A, B, C etc. que
factualmente iniciaram fenômenos que pegaram (deram liga) e se estruturaram ao redor de
atratores específicos que identificam o todo T como T. A cada encontro ou evento aleatório, houve o
potencial de uma redefinição do que era possível, do próximo adjacente, naquele momento, abrindo
a possibilidade de se estabelecer novos atratores. Mas, tais encontros poderiam não ter acontecido
já que foram aleatórios e poderiam não ter pegado (dado liga) e com isso os fenômenos Z, W, Y etc.
não existiriam materialmente. Portanto, a história do processo seria diferente e o todo T não existiria
materialmente como tal. Se factualmente os encontros, os eventos e as pegas fossem outros, os
fenômenos estruturantes, dando início a outros processos potencialmente identificáveis por outros
atratores e uma outra dinâmica de reprodução. Dessa forma, pode-se explicar cientificamente o
passado e pensar politicamente o futuro considerando o estado presente.
CONCLUSÕES
A relação entre formas sociais e materialismo aleatório foi apresentada em (MASCARO;
MORFINO, 2020). Nesse texto, foi contribuir para tal debate, tentando trazer
nosso objetivo
aspectos relacionados à relação entre a necessidade das determinações e o aleatório presentes
nas ciências matemáticas, físicas, químicas e biológicas. Apresentaram-se conceitos da teoria
matemática da probabilidade e teoria de sistemas complexos que ajudam a entender como o
materialismo aleatório pode ser utilizado para pensar a ciência das formas sociais postuladas
por Mascaro em (MASCARO, 2013) a partir do debate da derivação (CALDAS, 2021) . Foram
estudados alguns textos de Althusser em que as categorias do materialismo aleatório são
utilizadas, ajudando a estabelecer as balizas teóricas necessárias ao entendimento da lógica de
tal prática filosófica, sintetizada em uma tese proposta aqui.
Ciência e revolução são os guias fundantes da luta contra a sociabilidade capitalista e suas
formas sociais próprias. A mais recente proposta de Alysson Mascaro apresentada em uma carta
sobre os centros socialistas (ver: https://blogdaboitempo.com.br/2021/03/05/alysson-mascaro-
sobre-os-centros-socialistas/) é uma intervenção política explícita que tenta intervir na
conjuntura, estendendo as possibilidades para que em algum momento futuro, em algum lugar
e por alguém, o processo revolucionário possa ser iniciado a favor do socialismo contra todas
as formas sociais capitalistas. Para isso, é preciso construir as bases socialistas concretas para
que o encontro entre a virtù e fortuna seja possível mesmo sob a coerção das formas sociais
capitalistas. A esperança é que a estabilidade dos “atratores” das formas capitalistas possa ser
confrontada por uma resposta organizada para o socialismo quando o aleatório favorecer,
conduzindo através da luta articulada a uma nova estruturação social sem exploração, para o
socialismo.
REFERÊNCIAS
MASCARO, Alysson Leandro. Estado e forma política. São Paulo: Boitempo, 2013.
PRIGOGINE, Ilya; STENGERS, Isabelle. Order out of chaos: Man’s new dialogue with nature.
Londres: Verso Books, 2018.
THURNER, Stefan; HANEL, Rudolf; KLIMEK, Peter. Introduction to the theory of complex
systems. Oxford: Oxford University Press, 2018.
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