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seria Colomba da Quarentena. Isso porque estamos vivendo um período tão estranho
que queria oferecer a todos ao menos uma certeza: a de conseguir preparar com as
próprias mãos um pão doce típico da tradição pascal".
Para isso, além de abrir mão do levain, ela eliminou a dupla sova em batedeira
planetária (afinal, nem todo mundo tem esse equipamento em casa); desapegou da
farinha italiana importada; e foi para a cozinha desenvolver uma receita que
considera acessível para todos.
"Garanto que vocês ficarão felizes da vida e cheios de orgulho de terem preparado
essa belezinha, que, além de deliciosa, perfuma a casa toda", conta.
Mão na massa
O rendimento desta receita, composta por cinco etapas, é de uma colomba recheada e
glaceada de aproximadamente 750 g (colocar em formas de 500 g).
No dia anterior ao que você tiver escolhido para fazer a receita, prepare a
manteiga aromatizada misturando raspas de casca de laranja com a manteiga para que
ela ganhe mais sabor até o momento de usar. O modo mais fácil é deixar a manteiga
amolecer e só então acrescentar as raspas e misturar.
Conserve na geladeira até mais ou menos uma hora antes de preparar a massa (para
que dê tempo de ela amolecer e ficar em ponto de pomada). Para esta primeira etapa,
você vai precisar de:
Ingredientes
Massa:
Decoração:
amêndoas inteiras e açúcar de confeiteiro a gosto
Massa
Comece fervendo a quantidade total de água da receita e, com ela, dilua o açúcar,
formando uma calda (o açúcar diluído é mais facilmente absorvido pela massa). Deixe
esfriar bem antes de utilizar.
Em uma tigela, coloque o ovo inteiro e a gema, reservando a clara que sobrar para
fazer o glacê de amêndoas. Bata com um garfo, adicione a calda de açúcar, o mel, a
baunilha e misture bem.
Depois que esses ingredientes estiverem bem misturados, comece a juntar a manteiga
aromatizada em ponto de pomada: "Não coloque tudo de uma vez só, faça uma adição,
trabalhe a massa até que a manteiga seja absorvida, e só então acrescente mais",
diz Vivi.
Nesse ponto, você pode usar as mãos, pois a massa já estará menos grudenta — mas
não espere uma massa durinha, que chegue em ponto de véu e que solte facilmente das
mãos, afinal, estamos trabalhando com farinha nacional (que não tem força
suficiente para criar uma rede de glúten forte) e sovando manualmente. Resista à
tentação de adicionar mais farinha.
Transfira a massa para uma caixa plástica untada com manteiga, tampe e deixe em
temperatura ambiente até que triplique de volume: "Aqui, é importante fazer uma
marquinha com caneta ou com uma fita adesiva para marcar o volume inicial da massa
e, assim, ser mais fácil de verificar o seu crescimento", indica.
Dica extra: Com a pequena quantidade de fermento que estamos usando (justamente
para propiciar uma fermentação lenta e longa e obter um produto mais saboroso e sem
gosto de residual de fermento), esse tempo, em um local com temperatura de mais ou
menos 24 °C, poderá chegar a 12 horas. Caso você esteja em uma cidade com clima
muito quente, o tempo será mais curto, fique de olho. Se na sua cidade fizer muito
frio, pode demorar mais, e é importante respeitar o tempo da massa e não o do
relógio.
Modelagem
Se você tiver formas próprias para colomba em casa, faça a modelagem tradicional em
forma de pomba. Caso não tenha, use uma de pão ou de bolo inglês.
Comece enfarinhando a bancada e colocando a massa sobre a farinha (ela ainda vai
estar grudenta, então seja rápido ao manusear). Depois, divida-a em duas partes:
uma ligeiramente maior do que a outra. Com a ponta dos dedos, vá abrindo o pedaço
maior da massa em formato de retângulo e cubra com o recheio escolhido.
A consistência não pode ser nem tão grossa e nem tão fina
Depois, vá enrolando a massa sobre ela mesma como se fosse um rocambole, deixando-a
no comprimento das asas da sua forma. Transfira essa massa modelada para a forma e
pressione a parte central com quatro dedos unidos, para abaixar a parte onde você
colocará o corpo. Faça o mesmo procedimento com o outro pedaço de massa, porém, um
rolo mais comprido, pois esse será o corpo da colomba. Coloque na forma, cubra com
plástico, e deixe crescer até quase alcançar a borda da forma. Só então você poderá
colocar o glacê de amêndoas e levar ao forno.
Glacê de amêndoas
Se você não tiver achado farinha de amêndoas, não se preocupe, dá para fazer em
casa com a ajuda de um multiprocessador ou liquidificador. Basta colocar as
amêndoas na jarra e bater até que fique bem triturada. Para preparar o glacê,
coloque as claras em uma tigela, acrescente o açúcar e misture bem com um batedor
de arame (se não tiver, um garfo resolve). Depois, vá juntando a farinha de
amêndoas e continue misturando.
A consistência não pode ser nem tão grossa (porque depois de assada pode soltar da
colomba) e nem tão fina (para que não escorra tanto).
Dica extra: caso tenha ficado muito grossa, corrija com mais um pouco de claras. Se
estiver muito líquida, junte mais amido de milho e farinha de amêndoas.
Depois de pronto, leve à geladeira para ser usado quando a colomba tiver crescido
(ele ainda vai endurecer mais durante esse tempo): "Eu gosto de colocar esse glacê
em um saco de confeitar porque acho mais prático na hora de cobrir. Se não tiver,
pode improvisar com uma colher mesmo", diz a especialista.
Ligue o forno e deixe pré aquecer a 200 °C: "Não queremos assar a colomba a essa
temperatura, mas colocamos para termos uma margem de resfriamento do forno no
momento de abrir e colocar", explica.
Tire o glacê de amêndoas da geladeira e com o saco de confeitar (ou com uma colher)
cubra a superfície da massa. Não coloque muito glacê próximo à forma para evitar
que derrame.
Leve ao forno pré aquecido a 200 °C e diminua a temperatura para 180 °C.
Depois de 10 minutos, baixe para 170 °C e deixe mais uns 20-25 minutos (o tempo vai
depender do forno).
Se tiver um termômetro do tipo espeto (também conhecido como sonda), confira se
está pronta vendo se a temperatura interna está em 91-92 °C.
Tire a colomba do forno e aguarde o seu total resfriamento para colocá-la em saco
de celofane para alimentos (retirando o ar e fechando bem): "Por ser um produto sem
conservantes e emulsificantes, recomendo-se consumir em até cinco dias", finaliza.