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Diretor Presidente
Diretor Geral
Vice-diretor
UNISEPE – EaD
Comissão editorial:
Apoio:
Projeto gráfico:
Revisão:
UNIDADE III........................................................................................ 5
1. LINGUÍSTICA TEXTUAL............................................................. 5
2. MEIOS DIGITAIS........................................................................ 14
3. O JORNAL E SEUS GÊNEROS................................................... 23
4. EXPRESIVIDADE....................................................................... 33
UNIDADE III
CAPÍTULO 9 - LINGUÍSTICA TEXTUAL
Introdução
Caro aluno!
Bom estudo!
Reflexão
5
9.1Elementos balizadores da leitura dos textos
Nessa conjuntura, ler não é apenas reconhecer um texto como uma mera sucessão de
palavras devidamente combinadas, mas acima de tudo, construir sentido, entendendo
o todo significativo a partir das relações que as unidades linguísticas estabelecem.
• Conhecimento do código;
• Aquisição de repertório cultural;
• Reconhecimento do contexto
Contexto interno (ou explícito): é aquele que está escrito no limite da página, claro
aos olhos do leitor.
6
Contexto externo (ou implícito): é aquele que se refere ao conjunto de
conhecimentos circundantes no cenário cultural do qual o texto faz parte. É externo,
pois não está contido no texto e é implícito, pois está na memória discursiva do leitor.
Notem que nesse contexto nos orientamos a considerar a frase numa conotação
irônica. Fora desse contexto, a mesma frase assumiria naturalmente outro sentido: a
de um dia muito bom e agradável.
Como já nos apropriamos dos conceitos e ideias referentes aos contextos, fica mais
fácil entender a noção de dois procedimentos de leitura que estão a eles associados:
apreensão e compreensão.
É um passo necessário, mas não suficiente, pois há significados que são dados como
conhecidos pelo leitor, pois pertencem ao contexto externo. Logo, além da apreensão
que está ligada ao contexto interno, é necessário compreender os significados que
competem ao contexto externo. É o que chamamos de compreensão.
Hiperlink:
7
O processo de apreensão é ativado quando captamos as informações na superfície do
texto: o lançamento de novas versões da boneca Barbie, sintonizados com a
tendência e valorização da diversidade. Em seguida, a própria autora instiga o
processo de compreensão, ao afirmar: “Quando a mudança é anunciada, a Mattel
povoou a terra com uma superpopulação de suas criaturas loiras, altas e magras”. Nas
entrelinhas do texto, acionamos o contexto externo (compreensão) no sentido de que
o padrão de beleza e consumismo já foi ditado e incorporado pelas meninas; mais
ainda, inferimos que a empresa realiza um jogo de marketing, uma vez que seu
interesse primordial é o de reverter a queda de vendas e retomar o índice de
lucratividade.
Hiperlink:
8
Ex: “Ser ou não ser, eis a questão”, (SHAKESPEARE, 1599, ato III Cena I), era
a expressão preferida.
Ex: A mais bonita de todas era sem dúvida Helena - a minha filha e não a
outra.
Você já deve ter ouvido falar em ambiguidade não é mesmo? Podemos entendê-la
como duplo sentido. Isso ocorre quando em um mesmo contexto, uma palavra ou
enunciado admite mais de um sentido. Dependendo da situação, a ambiguidade pode
ser um dano para o enunciado, por isso, devem ser evitadas nos discursos formais. No
entanto, quando trabalhada como recurso de expressividade, intencionalmente
explorada enquanto mecanismo gerador de sentidos, a ambiguidade se torna uma
figura de linguagem, na eloquência de textos poéticos e anúncios publicitários.
A palavra prato pode assumir tanto o sentido de objeto, quanto o sentido de refeição.
Não está claro se o rapaz pediu um prato, uma louça ou se pediu um alimento, uma
iguaria.
9
Ex: Chegou ao Brasil, o reitor de uma universidade, a qual acabou de receber
um prêmio da UNESCO.
Hiperlink:
• Cada parágrafo, a partir do primeiro retoma algo que foi dito anteriormente;
10
• Cada um acrescenta algo novo;
• Todos se orientam a cumprir o propósito de relatar um percurso que vai do rato
ao computador.
Resumindo
Lembre-se
Tome nota
Investigue
http://geniodoenem.com.br/redacao-enem-progressao-textual
11
Façamos juntos
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/
2014/29_letras_portugues_bacharelado.pdfacessoem:12/03/
2019
Gabarito: D
12
Reflita
Bibliografia comentada:
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Desvendando os segredos do texto. 5.ed.
São Paulo: Cortez, 2006.
Glossário
Inquestionável: que não é questionável; indiscutível.
Implícito: que está envolvido, mas não expresso claramente; tácito, velado. Diz-se
da oração que tem a maioria de seus termos subentendida.
Instigar: levar uma ou mais pessoas a praticar uma ação; incitar, induzir. Ser
persuasivo; aconselhar.
Estilização: dar estilo ou forma estética diferente a algo. Atribuir ou adquirir novos
traços estilísticos; aprimorar (-se), renovar (-se)
13
CAPÍTULO 10– MEIOS DIGITAIS
Introdução
Caro aluno,
Nesse capítulo você verá como os meios digitais têm ganhado cada vez mais espaço
no dia a dia da sociedade, haja vista sua natural proeminência nesta era globalizada.
Além disso, verá como esses meios são de fácil utilização e acesso, o que os torna
muito usuais e pertinentemente oportunos nas novas dinâmicas de relações
comunicacionais.
Reflexão
14
10.1 Meios digitais – Introdução
Vivemos em um mundo globalizado. Podemos notar o avanço das mais diversas áreas
sociais, inclusive a área da comunicação. Mas, para chegarmos à nossa era digital,
vamos voltar um pouco no tempo...
O desenvolvimento da escrita foi bastante prolongado. Levou muitos anos para que
outros marcos históricos surgissem (somente em 4000 a.C.)
15
Veremos a seguir, em cada item, um meio digital diferente cuja finalidade é, em termos
gerais, aproximar as pessoas por meio da mídia.
10.2 E-mail
O e-mail, também chamado “correio eletrônico”, surge no início dos anos 70, nos
computadores do departamento de defesa dos EUA (ARPANET), torna-se popular nos
anos 80 e assume a feição atual em meados dos anos 90. É uma “forma de
comunicação escrita normalmente assíncrona de remessa de mensagens entre
usuários do computador” (MARCUSCHI). No início, o e-mail tinha poucas linhas e,
apesar de ser emitido com certa rapidez, a recepção era muito lenta. Com o tempo, foi
sendo aperfeiçoado e tem sido bastante utilizado em nossos dias. Muitos o
consideram como o “fim dos correios tradicionais” e das cartas escritas. Realmente, o
e-mail tem tomado um espaço cada vez maior na sociedade, mas isso não representa
ameaça para os gêneros mais antigos, assim como os e-books não representam
ameaça aos livros impressos.
• São pessoais;
• Podem ser enviados de um emissor a um receptor ou a vários receptores
simultaneamente;
• A resposta à remessa pode ocorrer em um espaço curto de tempo quando
ambos estão conectados ou então em dias, pelo fato de o receptor ainda não
ter acessado sua caixa de mensagens.
• Geralmente os interlocutores são conhecidos ou amigos e raramente ocorre o
anonimato;
• Seu tamanho é ilimitado, mas geralmente não se ultrapassam de 5 a 10 linhas;
• Não é comum utilizar paragrafação
• A utilização de emoticons não é tão constante.
Podemos comparar o e-mail a uma carta tratando-se do formato textual. Há uma parte
pré-formatada, com cabeçalho já padronizado e posto pelo programa, e outra livre
para a escrita. Também pode receber textos anexados (attachmemnt). A estrutura
pode ser sequenciada desta forma:
16
Há também o que chamamos de encadeamento de turnos: e-mails que podem estar
em sequência, sem serem apagados. É como se fossem várias cartas emparelhadas
em correspondência a um arquivo sequencialmente anexado.
O sistema de colagens também é utilizado: é uma construção textual que permite “um
sistema de resposta de e-mails colando parte do e-mail recebido; depois mais uma
parte com a resposta e assim, por diante, na estrutura de turnos”.
10.3 Postagens
As postagens de imagens nas redes sociais geram certo engajamento social on-line. É
fundamental escolher bem como organizar o post para que se torne interessante ao
público e esteja adequado aos tamanhos de imagens que cada rede social pode
suportar. Quanto maior o engajamento de um post, maior será o seu alcance. Quando
um post é compartilhado e agrada a muitas pessoas torna-se viralizante como, por
exemplo, vídeos de pessoas cantando e que em pouco tempo, já são vistas por uma
grande maioria.
Os screenshots são também uma boa opção para ilustrar as postagens em redes
sociais e suas capturas podem ser feitas a partir de mensagens de WhatsApp, de e-
mails, de folders, entre outros.
Importa que toda postagem seja contextualizada para que seja possível a sua
compreensão por parte dos leitores.
10.4 Blogs
17
amplamente empregado. Esse software era um facilitador, pois permitia que a
população publicasse textos on-line, sem a necessidade de uma especialização em
computação, e justamente por essa causa o blog tornou-se popular.
Blog pode ser definido como a criação de uma página pessoal com o intuito de
compartilhar informações, experiências, etc., contendo textos, imagens e até músicas.
Diferentemente do diário escrito, no qual as pessoas colocam seus segredos sem a
intenção de serem lidos por outras pessoas, o blog evidencia questões humanas
justamente para serem lidas e discutidas por muitos. Encontram-se as seguintes
definições em sites destinados à produção de blogs:
• Periodicidade
• Universalidade
• Atualidade
• Publicidade
O jornal on-line é apenas mais uma das formas de materialização de uma realidade
ideal. Vemos também que esse tipo de jornal materializa jornais que outrora se
apresentavam ao público em outros suportes (impressos, radiofônicos e televisivos).
Vamos analisar a seguir como se dá o jornal on-line, considerando as características
especificamente singulares para todos os tipos de jornais.
18
Assim como nos demais tipos de jornais, a periodicidade também é um fator
incontestável para um jornal na web. Sua variação depende das capacidades de
produção, do tipo de informação e do público-alvo. Muitos jornais on-line somente
reproduzem a periodicidade dos jornais impressos, seja na regularidade diária ou
semanal, mas há vários casos em que a periodicidade é reforçada com atualizações
na versão on-line, visto que se houver um fato noticioso num dia, pode-se obter essa
informação on-line, sem ter que aguardar o dia seguinte para granjeá-la. As notícias
são dadas no momento em que chegam à redação, e, além disso, as informações
ficam armazenadas e acessíveis no suporte, ou seja, as edições estão em
disponibilidade ao leitor que geralmente é um assinante, assim a notícia ganha em
profundidade temporal.
E, por fim, a publicidade faz com que o jornal se abra para as pessoas e dê a elas as
informações sobre seu mundo objetivo, podendo ser potencial – visando a alcançar
todos os possíveis leitores – ou efetiva – quando se restringe a um público
determinado. O jornal on-line cumpre com essa publicidade na medida em que
possibilita o acesso a todos os que em qualquer parte do mundo estão conectados à
Internet. Assim como os outros tipos de jornais, o jornal on-line depende das
condições culturais, sociais e econômicas de cada indivíduo ou local como o acesso a
computadores com rede.
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Resumindo
Investigue
https://www.youtube.com/watch?v=A4HW7ydWXUI –
Evolução dos meios de comunicação no Brasil – Globo
Ciência
Lembre-se
Tome nota
Reflita
20
Façamos juntos
Resposta correta: C
21
Bibliografia:
Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital – Luiz Antônio
Marcuschi
Glossário
Assíncrono – que não se realiza ao mesmo tempo que outro.
22
CAPÍTULO 11 - O JORNAL E SEUS GÊNEROS
Introdução
Caro aluno,
Nesse capítulo você verá algumas características do jornal em termos gerais, porém é
necessário entender que o jornal, seja no suporte impresso, sejana versão digital, é
um gênero que tem a capacidade de abranger diversos outros gêneros
simultaneamente, por isso o chamamos de complexo. Mas há alguns gêneros como,
por exemplo, a crônica que também, pode ser encontrada em outros campos da
atividade humana.
Reflexão
11.1 Introdução
23
parcela, como uma fonte de entretenimento e distração. Vamos listar a seguir algumas
características do jornal:
24
a. Destinatários “explícitos”, seção de “carta ao leitor”, anúncios
publicitários, doadores ocasionais;
b. Idade, sexo, situação profissional, classe social e região geográfica.
Categoria: jornalismo
O jornal é um gênero textual que carrega em seu interior vários tipos de textos, cada
um com suas especificidades e características próprias, ou seja, ele carrega vários
outros gêneros textuais.
Segundo Takazaki (2004, p. 106), há pelo menos 18 gêneros textuais encontrados nos
jornais com mais frequência. São eles:
1. anúncio classificado
2. anúncio publicitário
3. artigo
4. carta do leitor
5. chamada
6. charge
7. crítica(de arte)
8. crônica
9. editorial
10. entrevista
11. gráfico
12. legenda
13. manchete
14. notícia
15. reportagem
16. resenha
17. tabela
25
18. tira
A esses gêneros, é possível incluir outros, pois sabemos que se trata de uma lista
infindável. O horóscopo, por exemplo, também é um gênero encontrado nos jornais,
além de palavras cruzadas, indicadores econômicos, notas de falecimento, etc.
Gêneros do Aspecto
Capacidade de linguagem Domínio social
jornal tipológico
Regulação mútua de
Anúncio Prescrições e comportamentos por meio da Regulação de
classificado instruções orientação (normativa ações.
prescritiva ou descritiva)
Sustentação, refutação, Discussões de
Anúncio
Argumentar negociação de tomadas de problemas sociais
publicitário
posição. controversos.
Sustentação, refutação, Discussões de
Artigo de
Argumentar negociação de tomadas de problemas sociais
opinião
posição. controversos.
Sustentação, refutação, Discussões de
Carta do leitor Argumentar negociação de tomadas de problemas sociais
posição. controversos.
Representação pelo discurso Documentação e
Chamada Relatar de experiências vividas, memorização das
situadas no tempo. ações humanas.
Sustentação, refutação, Discussões de
Charge Argumentar negociação de tomadas de problemas sociais
posição. controversos.
Sustentação, refutação, Discussões de
Crítica Argumentar negociação de tomadas de problemas sociais
posição. controversos.
Representação pelo discurso Documentação e
Crônica Relatar de experiências vividas, memorização das
situadas no tempo. ações humanas.
Sustentação, refutação, Discussões de
Editorial Argumentar negociação de tomadas de problemas sociais
posição. controversos.
Representação pelo discurso Documentação e
Entrevista Relatar de experiências vividas, memorização das
situadas no tempo. ações humanas.
11.3 Notícia
A notícia trata sobre fatos, acontecimentos reais e atuais, de caráter verdadeiro, cujos
valores são a proximidade, a importância, o conteúdo humano e a originalidade. Para
que uma notícia seja considerada como tal, precisa ter pelo menos três características:
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• Veracidade (tratar sobre fatos verdadeiros),
• Atualidade (uma boa notícia trata de assuntos atuais e só faz uso de dados
antigos quando necessário no caso de comparações, por exemplo)
• Capacidade de interessar (precisa ser algo chamativo, que interesse os
leitores).
Logo, tudo o que um jornal publica é considerado uma notícia. Porém, num sentido
mais técnico, sua definição se restringe um pouco mais. Neste caso, podemos dizer
que notícia se refere a textos informativos, sendo eles curtos e bem claros, elaborados
mediante algumas regras como: título, lead, subtítulos, construção por blocos e em
forma de pirâmide invertida. Vamos ver algumas delas.
O lead tem por função informar o leitor de forma imediata sobre o que vai se tratar a
notícia, as características mais importantes do fato, além de atraírem o leitor para o
restante do texto. Para isso, precisa se satisfazer num parágrafo curto e objetivo para
que a compreensão seja facilitada e a leitura, encorajada.
Em relação às seis questões para compor um lead, nem sempre todas serão incluídas.
Há casos em que algumas das perguntas, geralmente “Quando?” e “Onde?” são
desnecessárias. Por exemplo:
Há casos em que o lead é composto por uma única frase, logo o verbo a ser utilizado
precisa ser bem escolhido: direto, de ação e estar no presente, de preferência, para
dar “tom” à notícia.
Quando o lead é bem construído, o leitor nem precisaria se apegar tanto às outras
partes da notícia, pois suas informações principais já foram dadas no primeiro
parágrafo, mas o caráter apelativo do lead leva o leitor a se interessar por todo o
conteúdo e querer lê-lo de forma ainda mais completa. Vejamos mais um lead a seguir
que responde aos 4Q’s das 6 questões tratadas nos parágrafos anteriores:
O lead pode iniciar-se com qualquer uma das perguntas e a ordem pelas quais elas se
seguem dependerá do assunto e da ordem de relevância dos aspectos que envolvem
a notícia.
27
Nesse contexto da composição estrutural da notícia, é necessário pontuar o que na
linguagem jornalística é chamada de Pirâmide invertida – técnica mais comum de
construção da notícia que vem logo após o lead. As informações são relatadas em
ordem decrescente, ou seja, os fatos mais importantes vêm em primeiro lugar e à
medida que vamos descendo pelo corpo do texto, as informações vão se tornando
cada vez menos essenciais. Recebe esse nome porque sua base – o que é mais
importante – está no topo (diferentemente de uma novela, por exemplo).
10.4 Reportagem
É considerado o gênero jornalístico mais nobre. Assim como a notícia, seu objetivo é
informar os leitores sobre algum acontecimento, porém esta se diferencia daquela por
tratar do assunto de forma mais aprofundada, segundo o ponto de vista adotado. Na
reportagem, o assunto deve ser cuidadosamente investigado – sua estrutura é
diferenciada – e o jornalista deve investir mais tempo e recursos do que na notícia.
Uma reportagem sempre conta com títulos apelativos e permitem a livre construção do
texto desde a pirâmide invertida, até a isenção de quaisquer tipos de pirâmide O
jornalista é o responsável por recolher as informações para a produção de uma
reportagem, que permanece subordinada aos fatos e não admite intromissões de
qualquer natureza.
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Quando um jornalista se encarrega de uma reportagem, precisa estar atento a dois
fatores que devem ser avaliados em conjunto: o ângulo pré-definido e o olhar
fenomenológico. Quanto ao primeiro fator, o jornalista faz previsões a respeito do
acontecimento do qual vai falar; já no segundo caso, ele tem que olhar para as coisas
como se tudo fosse novo. Se houver um conflito entre suas previsões e a realidade,
mais importa o segundo aspecto, pois, a partir dos novos dados recolhidos, poderá
haver uma alteração no ângulo de abordagem do trabalho.
11.5 Editorial
O editorial não deve ser feito para agradar a todos sem tomar um posicionamento,
mas também não pode ser um “editorial em órbita”, que fala de tudo, menos daquilo
que realmente importa aos leitores e ao próprio jornal.
O tema do editorial deve ser de interesse comum e que o editorialista domine bem
para opinar sobre isso.
O texto em si deve ser “claro, incisivo, rigoroso e assertivo”. Deve mostrar rigor em
suas argumentações e clareza em suas deduções. Quanto a seu tamanho, deve ser
relativamente curto, ocupando sempre o mesmo espaço. Não deve ser entediante
para não aborrecer os leitores (por isso, evita-se frases longas), nem pedante (utilizar
sempre uma linguagem de fácil compreensão).
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Em relação à sua tipologia, Luiz Beltrão divide os editoriais em três aspectos:
Preventivo: se
antecipa à
Intelectual: apela à razão dos
realidade, Informativo: esclarece o leitor
seus leitores, convidando-os a
avaliando sobre fatos ou situações e explica
raciocinar e a seguirem uma
situações ainda aspectos que apenas ficaram
determinada linha de
esboçadas e implícitos na notícia
argumentação.
concluindo as
consequências.
De ação:
acompanha uma Emocional: apela à
ocorrência sensibilidade do leitor,
analisando as Normativo: intenta convencer e procurando tocar os seus
suas causas e exortar o leitor a assumir um instintos, crenças sentimentos
desenvolvimento determinado rumo de ação mais arraigados, de uma forma
no preciso emotiva e não totalmente
momento em racional.
que sucedem
De
consequência:
Ilustrativo: procura aumentar a
se debruça,
instrução dos leitores, chamando
dedutivamente,
a atenção para as questões do
sobre as
cotidiano que costumam passar
repercussões e
despercebidas.
consequências
de um fato.
Assim como nos artigos de opinião da área acadêmica, este é um texto inteiramente
subjetivo e pessoal, no qual o autor exprime sua opinião, seu ponto de vista, a respeito
de algum assunto que tenha chamado sua atenção. Ao escrever, o autor pode adotar
estilos e temáticas bem diversificadas como, por exemplo, redigir um texto mais suave
e cheio de humor a respeito de algum costume ou então, de forma mais rigorosa,
analisar acontecimentos, relacionando os fatos que, aparentemente, podem ser
diferentes, mas a partir deles tirar suas deduções e conclusões.
Mas qual a finalidade de um artigo? Para que ele serve? Bem, o objetivo desse tipo de
texto sempre será o mesmo: afirmar posições pessoais de um indivíduo – neste caso,
o autor do artigo para o jornal. Mas, para que se afirme algo, o autor precisa se utilizar
de argumentos favoráveis a si mesmo para que, a partir da leitura de seu texto, os
leitores possam aderir às teses e conclusões tiradas por ele.
30
Diferentemente da notícia, cujo objetivo é o de informar, noticiar sobre um fato novo, o
artigo lança o debate e esclarece o público. Mas podemos encontrar nesse tipo de
texto alguns aspectos que não são notados na notícia ou que não podem ser tratados
nela, e isso só será possível, pela capacidade de análise do opinante.
Embora sejam textos totalmente subjetivos como falamos no início deste capítulo, eles
contam com uma pretensão de validade, talvez não universal, mas, podendo ser
“intersubjetivamente alargada”. O autor sabe que há uma parcialidade em suas
posições, mas concomitante a isso, deseja e espera que sua opinião, sendo bem
argumentada, seja partilhada e convença a uma grande maioria.
Já vimos que um texto ou artigo de opinião pode variar bastante quanto a seu estilo e
à sua temática, e não há regras para que se escreva um bom texto. Quando alguém
escreve um texto desse tipo num jornal, demonstra que tem algo a dizer aos leitores.
O valor de uma opinião corresponde ao valor de quem a enuncia, e os critérios
editoriais da publicação devem, portanto, e evidentemente, levar isso em
consideração.
Resumindo
O jornal é um gênero complexo que abrange vários outros gêneros e que pode ser
caracterizado mediante vários aspectos, dentre eles seus aspectos formais e
materiais, históricos e econômicos.
Tome nota
Lembre-se
31
Investigue
https://www.youtube.com/watch?v=C8yhimFq4dY
Reflita
Glossário
Coloquialidade – qualidade do que é coloquial. Coloquial – relativo ao discurso
oral ou aum discurso espontâneo e informal.
.
Fidedigno– digno de todo o crédito.
32
CAPÍTULO 12 - EXPRESIVIDADE
Introdução
Caro aluno!
Que as páginas desse capítulo lhe reservem boas experiências no contato com formas
diferenciadas de burilar a linguagem.
Bom estudo!
Reflexão
33
verbalmente flui em todos os meios e nas mais diversas situações. No entanto, não só
de bate-papo e conversas informais vive o homem, logo, os discursos mais
formalizados e programados também se fazem presentes na vida social das pessoas.
E falando em “programados”, vale iniciar nosso estudo nos reportando à democracia
grega, que privilegiava as questões mais significativas numa discussão em praça
pública (a agora), das quais reverberavam tomadas de decisão. Havia um interesse
singular em construir um discurso que obtivesse sucesso nesses debates, e foi então
que nasceu a retórica, uma arte, que segundo alguns representantes, tinha como
propósito a persuasão dos juízes e conselheiros das reuniões públicas.
Retórica é a arte de persuadir por meio do bom uso da linguagem. No caso da língua,
por meio de palavras.
Argumentos são recursos de linguagem acionados para tornar uma proposta mais
aceitável que outra.
A Folha de S.Paulo é o jornal mais comprado “Folha de S.Paulo: o jornal que mais se
pelas pessoas, mas nunca se deixa compra e nunca se vende.” (Propaganda do
corromper por dinheiro. Jornal Folha de S.Paulo).
34
O jornal fez um considerável uso da linguagem para traduzir a dimensão da tragédia,
pois conseguiu registrar a brutalidade do massacre que atingiu a população brasileira.
A tristeza e a perplexidade diante da tragédia foram inscritas nesse título, que
sensivelmente ecoou a sensação de padecimento geral dos brasileiros.
Como nosso estudo se apoia no uso das palavras em sentido diferente do usual, ou
seja, nos desvios programados, o tipo de relação que se estabelece nesse processo é
de suma importância para nossa compreensão. Adentaremos então nas relações de
semelhanças planificadas nos traços de sentidos entre as palavras, a começar pela
figura de linguagem denominada “comparação”. Como o próprio nome já esclarece, a
dinâmica que se constitui no discurso é o da comparação entre dois polos, e isso
ocorre de forma explícita através do emprego de uma partícula comparativa (que,
como, assim como, bem como...).
Notem que o segundo termo (motoqueiro), transporta para o primeiro (drones), traços
de sentido que lhes são peculiares, conferindo maior expressividade. A agilidade e
destreza dos motoqueiros são características que foram transferidas para os drones.
Hiperlink:
O grande poeta Manuel Bandeira revela a enorme angústia e sofrimento que vibra em
seu coração. E, a cada verso, a dor fica mais patente ainda, por isso mesmo, “o fazer
versos” é comparado ao ato de chorar, de extravasar a dor e o sofrimento. Frequente
nos versos de Bandeira, a sensibilidade e a inspiração poética bebiam nas fontes de
sua vida pessoal.
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Vejamos mais um exemplo de comparação, dessa vez, exemplificada na música:
Hiperlink:
Caro aluno, leia a letra da música “Na Primeira Manhã”, de
Alceu Valença: https://bit.ly/2O376Gs
A metáfora é uma figura de linguagem, que nas palavras de José Luiz Fiorin
(Professor da USP), “dá concretude a uma ideia abstrata, aumentando a intensidade
do sentido”.
12.3Trabalhando os opostos
Hiperlink:
Ideias antitéticas:
• Riso x pranto
• Calma x Vento
• Triste x contente
• Próximo x Distante
36
Ex: *O cotidiano escolar era um misto de céu e inferno.
Ex: Minha irmã vive no mundo da lua, passa os dias sonhando acordada.
Hiperlink:
A construção textual aponta para sentidos opostos de um mesmo termo que é a casa:
ao mesmo tempo a liberdade e a escravidão do eu-lírico.
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1 - Autor pela obra:
Minha filha adora Danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca
Danone.)
Quem já não passou por situações em que proferiu algo em tom irônico?Seja de forma
cômica ou sarcástica? A ironia está muitas vezes presente nas falas cotidianas, e
como figura de linguagem, consiste no uso de uma palavra ou expressão com sentido
oposto ao usual. É próprio da ironia, expor uma ideia para ressaltar outra contrária e
implícita.
38
O discurso jornalístico, especificamente o de crivo interpretativo, além de lançar mão
de recursos sintáticos para construir e estruturar sua eficácia, também se utiliza de
ironia e refutação como estratégia retórica. Nesse caso, a ironia é assinalada
discursivamente nos momentos em que o texto demonstra a tomada de posição tanto
do enunciador quanto de suas fontes.
Nesse título, o uso da palavra “suposta”'', ironiza a proteção oferecida pela polícia,
levando o leitor a compreender que embora a ideia socialmente estabelecida seja de
que o cidadão deva cooperar com as investigações, esse procedimento é muito
arriscado, uma vez que não se verificam garantias de segurança.
Hiperlink:
39
Exemplos
Resumindo
Tome nota
Investigue
https://sosletras.wordpress.com/2015/02/19/papo-letrado-
entrevista-com-joao-jonas-veiga-sobral/
Lembre-se
40
Reflita
Façamos juntos
41
Façamos juntos
Gabarito: C
Bibliografia comentada:
FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e
redação. 5.ed. São Paulo: Ática, 2006.
42
Glossário
Retórica: conjunto de princípios que constituem a arte da eloquência ou do
bem-dizer; oratória.
Simultâneo: que se diz, faz ou acontece ao mesmo tempo em que outra coisa
pela qual se faz referência; concomitante, síncrono,
43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. Editora Scipione: São Paulo, 1996
(adaptado)
FRANCHI, C.; NEGRÃO, E.; MÜLLER, A. L. Mas o que é mesmo gramática? São
Paulo: Parábola, 2006.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38 ed. rev. ampl. e atual. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
44