A partir de 1485, o Humanismo torna-se numa corrente presenciável em
Portugal, nunca excluindo o interesse pela cultura greco-romana, através de traduções, algumas delas feitas por príncipes da casa de Avis. No entanto, para o autor, a chegada de Cataldo Parísio Sículo, um poeta siciliano que a partir de 1485 fez de Portugal a sua morada, argumentos presentes em Estudos Sobre a Época do Renascimento, do autor do mesmo artigo. Através de inúmeras correspondências, destacam-se aquelas dirigidas a portugueses, que retratam o ambiente da corte e da nobreza. Vários membros da casa de Avis são também mencionados, como os reis D. João II e D. Manuel, o conde de Alcoutim, D. Maria Freire marquesa de Vila Real. Alguns mestres de gramática são também enunciados nas correspondências. Aos cortesãos, como Garcia Moniz, elogia o ensino do latim aos jovens em África, pedindo informações para redigir uma crónica sobre a presença portuguesa em África. Problemas da época, como a questão judaica no reinado de D. Manuel também é abordada nas correspondências, como verificado numa carta a um rabi siciliano em Portugal. A compilação das cartas termina com um elogio a D. Fernando de Meneses, o primeiro defensor da cultura clássica no país. No segundo volume das epístolas, Cataldo elogia a Universidade de Salamanca e o seu reitor, no entanto a maioria dos elogios será destinado aos portugueses. No entanto, a correspondência entre Cataldo e o reitor da Universidade de Salamanca disfarça a verdadeira intenção do siciliano em Portugal: o de obter correções e verdadeiras opiniões, talvez pela falta de portugueses capazes de as fornecer. No entanto, sobre Cataldo não se verificam atitudes de humildade, muito pelo contrário, o facto de ser um poeta latino fazia-o assumir uma posição de prepotência. Cataldo iria encarregar-se de Ângelo Policiano, que iria escrever a crónica, em latim, para que fosse divulgada pela Europa, alimentada pelo classicismo e humanismo crescentes na Europa. No entanto, Policiano morre em 1494, e um ano mais tarde morre D. João II. No reino, o conhecimento do latim era crescente, destacando-se o nome do cronista Rui de Pina e Lourenço de Cáceres, mestre do infante D. Luís, bem como Vasco Fernandes de Lucena. Cataldo, na corte portuguesa, ensinou príncipes e cortesãs, sendo também por vezes requerido por alunos mais avançados (ou já formados) para que lhes orientasse os estudos. Ars Gramatica, do na de 1516 é uma das mais importantes obras do Humanismo em Portugal, escrito por Estêvão Cavaleiro, cujo prólogo se manifesta contra a falta do conhecimento, utilizando termos como “Tesouro dos Pobres” e “Bordão dos Cegos”. Começam assim a ser dados os primeiros passos do Humanismo em Portugal.
Desenvolvimento de Um Aplicativo Informático para o Cálculo Dos Fluxos de Caixa de Um Projecto de Investimento Mineiro, Tendo em Conta A Legislação de Angola