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11/04/2023

II. Decisão na Empresa. Análise de


Mercados

Cabral, L. (1994). Economia Industrial. McGraw-Hill (ou de 2001) (capítulo


2).
Mata, J. (2000). Economia da Empresa. Lisboa: F. Calouste Gulbenkian (ou
9ª ed., 2016, capítulo 9, 10 e 16).
Mateus, A. e M. Mateus (2001). Microeconomia - Teoria e Aplicações –
Volume I e II. 1º ed., Verbo. (capítulo 13).

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A EMPRESA COMO CENTRO DE DECISÕES

Mercados e Empresas: Duas alternativas para organizar a atividade


económica.

 Porque razão determinadas transações não se realizam no mercado e


sim dentro de organizações?
 Porque razão as empresas não levam a cabo todas as atividades de
que necessitam para a sua produção, recorrendo ao mercado?

Em determinadas circunstâncias, o custo de realizar estas transações


através dos mercados é superior ao custo de as realizar nas empresas,
noutras circunstâncias os mercados revelam-se mais económicos ao
organizar a atividade económica.

Questão fundamental: Até onde deve a empresa estender a sua


atividade de forma a assegurar que os fatores produtivos e os produtos
finais são tratados da forma mais eficiente possível.

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Benefícios
de usar o Possibilidade de aproveitar a existência de economias de
mercado: escala: quando as transações são realizadas no mercado,
as empresas vendedoras conseguem vender a diversos
compradores.

As empresas que laboram no mercado estão sujeitas a


uma pressão concorrencial (que não existe se a
produção for realizada internamente, não existe entre
divisões da empresa) que pressiona as empresas a
“fazerem melhor” do que as concorrentes (e são
recompensadas com maiores lucros ou potenciais
inovações).

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Custos de
usar o Muitas das transações realizadas no mercado envolvem
mercado: custos para além do preço que é pago pelo bem
(custos de transação):
Custos associados à procura do bem que se adequa aos
desejos do consumidor,
Custos de negociação do preço,
Custos de estabelecer contratos de compra e venda,
Eventuais custos associados ao incumprimento do
contrato.

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Porque existem empresas?

Empresa como entidade que combina fatores


produtivos para produzir produtos.

• Principal objetivo: maximização do lucro.

• Propriedade coincidente com administração.

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Empresa como uma organização onde se confrontam e


cooperam trabalhadores, administração, acionistas

• Problema do agente- proprietário, motivações e


incentivos.
• Necessidade de autoridade ou hierarquia para dirigir
as operações e resolver problemas.
• Os graus de esforço desenvolvidos pelas pessoas
determinam a forma como os recursos produtivos se
combinam.
• Os mecanismos ou sistemas de incentivo
influenciam o comportamento das diferentes partes.

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Além de pessoa coletiva, conjunto de meios, sistema de relações, a empresa é


um centro de decisões.

A tomada de decisão na empresa nem sempre é levada a cabo por um único


decisor considerado o proprietário (que age em interesse da empresa)

Problema…
A maioria da atividade económica é levada a cabo por empresas que agregam
vários agentes com interesses próprios, nem sempre coincidentes com os
interesses da empresa.
Empresas constituídas por diversos elementos que tomam as decisões em função
do seu próprio interesse.
Tomar decisões com base em interesses próprios origina conflitos.

Exemplos:
Os acionistas pretendem maximizar o valor das suas ações (o valor da empresa).
Os gestores podem pretender maximizar a sua utilidade pessoal (salário, benefícios
adicionais tais como, gabinetes sofisticados, despesas de representação, viagens…) que
pode contrariar a maximização do valor da empresa.

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Solução Possível : Mecanismos de incentivos


Tentar alinhar os interesses dos vários agentes com os interesses da empresa.

 Como pode a empresa assegurar que os trabalhadores e gestores dão o


melhor do seu esforço?

 Quais os mecanismos de incentivo para agirem de acordo com os interesses da


empresa (Como atenuar os conflitos de interesse de forma a motivar as
pessoas a agirem de acordo com os interesses da empresa)?

Motivar os trabalhadores…
Nem sempre é possível monitorar o esforço individual do trabalhador.
(Porque razão o trabalhador tem de desenvolver um esforço se este não é
medido e se recebe um salário mensal fixo ?)
Quando existe assimetria ou falhas de informação pode ocorrer um problema de
risco moral. Existem incentivos para os agentes económicos (que não podem ser
vigiados de perto) agirem em não conformidade com as expetativas do
empregador mas de acordo com os seus interesses. Existe um incentivo ao
menor esforço.
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Teoria da agência (problema agente-principal)

Teoria que se aplica às empresas onde o gestor não coincide com o acionista e
onde existem conflitos de interesse.

O agente (gestor) atua no interesse do acionista (proprietário ou principal), mas


tem interesses próprios que podem criar conflitos com os acionistas.

A empresa é uma entidade abstrata, uma pessoa ou um grupo de pessoas


(administração) devem ser autorizados a negociar em nome da empresa.

O gestor pode ser o proprietário da empresa ou não (administração pode estar


dissociada da propriedade).

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Elementos essenciais da teoria

Os acionistas (principal), verdadeiros proprietários, delegam a sua autoridade


num agente (gestor)

Uma das partes age por delegação da outra, supostamente em representação


dos seus interesses (o gestor age em representação do acionista, o trabalhador
age como delegado do chefe)

Os interesses dos delegados e dos delegantes não coincidem e existe alguma


assimetria de informação entre eles.

O resultado das ações do agente depende do seu esforço e de fatores que este
não controla e que o delegante não observa.

Dado que o delegante não observa o esforço do agente, o problema é elaborar


um contrato que motive o agente a agir de acordo com os interesses do
delegante.

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Formas de remuneração e incentivos

Como incentivar os gestores (e trabalhadores em geral) a prosseguirem


objetivos próximos aos da empresa (alinhar os interesses dos agentes
com os interesses da empresa).

 Comissão nas vendas: pagamento de um salário base e uma


percentagem sobre as vendas realizadas pelo trabalhador.
 Inconveniente: pouca preocupação com os custos, o objetivo é vender

 Salário à peça: pagamento por unidade produzida.


 Motivador mas pouco incentivador a poupar nos custos.
 Pode ser problemático para a qualidade do produto (pagar apenas em
função das peças sem defeito)

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 Participação nos lucros:


 Ultrapassa o problema da pouca importância atribuída à qualidade ou
aos custos. Quando a parte variável das remunerações depende dos
resultados da empresa, a quantidade, a qualidade e os custos são
tidos em consideração no prémio de desempenho.

 Problema: difícil distinguir qual a contribuição de cada um para o lucro


da empresa. (Os trabalhadores podem “descansar” à espera que os
outros trabalhem afincadamente).

 Este sistema pode funcionar bem quando a pessoa exerce um impacto


relevante sobre o desempenho da empresa – os gestores

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 Prémios baseados em desempenho relativo: prémios atribuídos


apenas a alguns trabalhadores, cujo desempenho foi melhor em
determinado ano.
 Problema: pode não incentivar a cooperação entre as pessoas

 Promoções:
 Podem ser um instrumento preponderante de motivação.
 Os trabalhadores tem incentivo a aumentarem o grau de esforço de
forma a serem selecionados para uma promoção.

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Incentivos externos à empresa:


 Pressão concorrencial: num mercado concorrencial apenas as
empresas eficientes sobrevivem.

 Ameaça de aquisição: se a gestão da empresa for ineficiente (abaixo


do seu potencial) o valor da empresa no mercado de capitais torna-se
reduzido e podem surgir interesses em a adquirir (eventual
despedimento dos gestores)

 Reputação dos gestores: uma reputação associada a ineficiência


dificulta a sua carreira.

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