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cujo ganho é menor que a perda (logo, é compensador). Aumenta-se a utilidade total, logo
justifica-se a tributação com taxas progressivas.
Solução rawlsiana: consiste em concentrar os esforços de coesão
apenas nas perdas máximas, derivadas do facto de uma pessoa se encontrar no grupo mais
pobre. Assim, são medidas que procuram erradicar a pobreza extrema. Os esforços
concentram-se num grupo restrito, pressupondo-se que não sejam em demasia.
A Justiça dos meios: consiste numa perspetiva do Estado Mínimo, proposta por
Robert Nodzick - centra-se, assim, na igualdade de oportunidades, sem se interferir com os
resultados. Em teoria, o que cabe a cada um resulta da produção e das trocas, pelo que a
remuneração será a valorização da sociedade e a utilidade social daquele que é remunerado - a
justiça estará assegurada se o processo de distribuição for efetivamente justo, ainda que os
resultados sejam desiguais. A ideia principal será a de que cada um traça o seu destino
económico.
A Justiça Social: a solução da progressividade afigura-se como a mais querida, anda que
gere as maiores ilegalidades e isenções. A sua apologia social deve-se, maioritariamente, à ideia
de que há sempre quem pague mais.
Capitação, proporcionalidade, progressividade e regressividade: há várias
formas de tributação.
1. Capitação: todos pagam a mesma quantia (por cabeça - soma única).
É a mais eficiente, porque a taxa marginal é maior, não provoca perdas absolutas de bem-estar
e não tem custos administrativos. O problema é não ter em conta características individuais, o
que a torna a mais injusta.
2. Proporcionalidade: consiste numa taxa uniforme e proporcional a
cada rendimento. A taxa média e a taxa marginal coincidem, logo não há desincentivos à
mudança de condutas e a novas escolhas económicas.
3. Proporcionalidade limitada: isenção dos rendimentos mais baixos,
sendo a proporcionalidade limitada às classes inferior, às quais se aplica um imposto negativo.
4. Progressividade das taxas: taxas que se agravam com o aumento do
rendimento, admitindo-se um limite superior. Será regressiva se for no sentido inverso.
Apresenta uma clivagem entre a taxa média (sacrifício do contribuinte) e a taxa marginal
(incentivos), implicando a certo ponto uma taxa média que conduzirá a um completo
desincentivo ao enriquecimento. É a menos eficiente, contudo a mais justa.
extrema externalidade positiva - de que todos beneficiam. O bem público puro seria aquele
cujo custo marginal de proporcionar o seu gozo a mais um utente seria 0 (difícil de alcançar).
Aspetos relevantes: poderão
não ter o mesmo valor para todos, a classificação
depende do mercado e da tecnologia (há bens públicos
impuros), pode ter cumulativamente características de
bem público e de recurso comum, há entidades que,
apesar de não serem bens, têm as características de bens
públicos, o setor público não produz apenas bens
públicos e o setor privada também pode produzir bens
públicos.
Recursos Comuns: não são
suscetíveis de exclusão, contudo manifestam
características do uso rival ou exclusivo.
Monopólios Naturais: há
suscetibilidade de exclusão do uso, contudo não há
rivalidade no consumo.
Bens privados: será o bem que é
suscetível de exclusão do uso como é objeto de uso
exclusivo (o uso próprio rivaliza com o uso dos outros).
Custo dos bens públicos e recursos comuns: William Vickrey reconheceu a
necessidade de estabelecimento de preços extra-mercado para a produção de bens públicos e
gestão de recursos comuns, como taxas moderadoras, por forma a garantir o uso não
congestionado. Assim, este valor seria de acordo com os custos marginais de manutenção e de
congestionamento dos recursos.
Problemas: perda de incentivo à sua produção, já que todos beneficiam do bem
independentemente do pagamento (não é possível excluir o acesso) e a falta de travão à
degradação desse recurso.
O Problema da Boleia: a falha da produção dos bens públicos deve-se
ao efeito boleia, já que as características do bem público fazem com que cada indivíduo espere
pela respetiva produção pelos demais, para que depois possa retirar benefício sem ter que
suportar os custos. Esta falta de coordenação pode mesmo impedir que o bem venha a ser
produzido. Assim, há uma tendência natural para obter benefícios à custa da disposição de pagar
dos outros (tese da contribuição zero) - é um problema que explica a subprodução de bens
públicos, devido ao parasitismo.
O Financiamento de Bens Públicos: cabe ao Estado providenciar a produção de
bens públicos, contudo subsiste o problema da assimetria informativa (dificuldade de
determinar as prioridades de produção). Cabe, assim, aos planificadores estaduais, através da
análise custo-benefício (comparação entre o custo da produção e os ganhos dessa produção) -
deriva a técnica do preço-sombra, que consiste na avaliação de custos e benefícios quando não
preços de mercado. Para solucionar a incerteza poder-se-ia recorrer a questionários, que
poderia levantar problemas de insinceridade. Assim, dentro das das limitações, um projeto
público dependerá uma situação de pareto potencial, em que há possibilidade de, em cas de
necessidade, os beneficiários do projeto indemnizarem os prejudicados com ele.
Esgotamento e Apropriação dos Recursos Comuns: nos recursos comuns existe
rivalidade no uso, surgindo problemas de gestão desses recursos que podem obter ao seu uso
por outros. O mais comum é o abuso, associado ao problema da tragédia dos baldios - os
recursos esgotam-se pela sua saturação. Este problema gera-se porque cada um ganha em
retirar um benefício privado apoiado em externalidades negativas, mas ninguém ganha em
suportar os custos de benefícios comuns geradores de externalidades positivas (como a
manutenção ou a redução da exploração), o que conduz a sobreexploração dos recursos. Pode
também ocorrer no caso dos recursos renováveis, se a sua exploração no curso prazo for mais
Faculdade de Direito de Lisboa Mafalda Maló – 2016/2017
intensa que a sua capacidade de renovação. Uma solução possível consiste na implementação
de um sistema de quotas ou da negociação entre as partes - a tragédia dos baldios é uma das
justificações para a preferência pela propriedade privada, que permite ganhos de eficiência
maiores.
Falha de mercado: afigurando-se como uma falha de mercado, surge a
necessidade de ação coordenadora por parte do Estado. Assim, a privatização desses recursos
tem-se afirmado como a solução, contudo surgem obstáculos, nomeadamente na falta de meios
para se impor a exclusão do acesso e do uso, necessitando-se de instruções extra-mercado.
concentra os votos nos valores centrais e os dois partidos políticos maximizadores de votos
tomarão por alvo o mediano vencedor de Condorcet. É certo que, nesta medida, a teoria poderia
conduzir ao desincentivo na participação das eleições, dada a extrema impossibilidade de ser a
sua vontade a decidir os resultados.
Paradoxo do Voto: a legitimação através do voto impede a formação de
vontades coerentes e consistentes e, por vezes, a impossibilidade de se chegar a prevalências
agregadas.
Teoria da Impossibilidade: perante a dificuldade de associar estados de
satisfação a simples somatórios de produtos recebidos, a única redistribuição inequívoca desses
estados de satisfação, no sentido da maximização da satisfação coletiva, teria que ser unânime
(dada a irracionalidade e inconsistência procedimental presente na maior parte dos processos
de decisão coletiva).
Conclusões: a dificuldade de se encontrar unanimidade e até de a preservar
torna inevitável o recurso a regras maioritárias (paradoxo do voto, por exemplo). A necessidade
de decisões coletivas agrava-se, ainda, com a fundamental interdependência da vida em
sociedade e com a ocorrência de externalidades, que fazem com que terceiros sejam afetados
pelas decisões de outros agentes.
falhas de intervenção, mais agudas. No fundo, elas são o preço mínimo a pagar pela correção
das falhas de mercado.
IDEIA FUNDAMENTAL: a intervenção do Estado pode implicar custos que excedem os
benefícios, dados os incentivos não estritamente económicos por que se pauta a ação
política, podendo as interferências resultar em falhas de intervenção.