Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Surgem problemas relativos ao controlo dessas empresas. – Esse controlo não é uma
emanação de uma vontade unanime, mas sim o resultado de uma forma de legitimação interna
(vontades divergentes).
TEORIA DA AGÊNCIA: É necessária uma transferência do controlo das empresas dos seus
proprietários para os seus gestores, uma vez que que estes não possuem todos os
conhecimentos necessários para tal gestão. O comitente estabelece um contrato que assegure
ações apropriadas da parte do comissário, no sentido de alinharem a conduta e o esforço do
comissário com a prossecução e maximização dos interesses do comitente.
É possível concluir que o risco moral tem por base a indefinição de poderes do gestor, ou a
amplitude de respetiva discricionariedade, depois convertido num problema de agencia, nas
suas relações com os proprietários.
-Tem de existir uma proporção entre o valor do contributo produtivo e o valor da remuneração
em função desse, fundamenta-se assim a justiça, uma vez que cada um se sente justiçado se
receber em função da sua produtividade e contributo.
-Existem distorções de todo o processo produtivo, porque não há um limite superior àquilo que
cada um pode querer reclamar, do total de riqueza criada, nem limite inferior que atenda à
satisfação de necessidades básicas.
Os diferenciais remuneratórios não são, maior parte das vezes, causalidades injustas. Muita
dessa injustiça é consequência inevitável, ainda que não intencional, da expressão livre das
nossas preferências através do mercado.
Os fatores serão tanto melhor remunerados quanto mais escassa for a respetiva oferta, ou
quanto mais intensa for a procura.
Os meios de produção não são procurados por eles próprios- o que os torna uteis como fatores
do processo produtivo inutiliza-os-; satisfazem diretamente as necessidades dos consumidores.
Existe então uma procura derivada- não são procurados por si mesmos, mas pelo que podem
produzir.
Procura de capital
Capital- conjunto de bens que foram produzidos com vista a auxiliar a produção de outros bens;
conjunto de bens instrumentais que coadjuvam o esforço laboral, potenciando-o.
O valor do capital varia consoante: a decisão do empresário seja por via da aquisição ou da
locução.
Locação (rendimento não é suficiente para a aquisição ou não se torna vantajoso) - remunerada
através de um equilíbrio entre oferta e procura de bens de capital, ou dos meios financeiros
através dos quais é possível adquirir o capital. Recorre-se à locação até que a remuneração
requerida pelo uso desse capital iguale ou exceda o rendimento marginal que se espera do
respetivo emprego.
Oferta de capital
Curto prazo: Capitalista cede, com relativa inelasticidade, aqueles bens de que já dispõe. O
capitalista está disposto a ceder todos os seus capitais aos juros correntes, se eles excederem os
custos marginais. No caso de não excederem, o capitalista estará disposto a vender os seus
capitais como equipamentos usados, saindo do mercado de fatores.
Longo prazo: É possível ao capitalista adquirir novos bens com vista à sua cedência temporária,
com maior elasticidade, a troco de um juro. Esta ação realizar-se-á em função do respetivo CO,
da depreciação total dos bens e de todos os custos totais envolvidos.
Todos estes custos totais têm de lhes ser aplicados a sua taxa de desconto, de forma a
permitirem a comparação com os juros que poderiam ser recebidos em cada período. A
durabilidade dos bens de capital adquiridos pela empresa afere-se em função do valor presente
dos ganhos esperados e da taxa de retorno do investimento.
A respetiva renda resulta igualmente do encontro de oferta e procura, com a única especialidade
da imobilidade desses fatores que tende para determinar alguma inelasticidade da respetiva
oferta.
A renda pode resultar de dois vetores: 1) da remuneração dos capitais aplicados na exploração
fundiária; 2)da “renda económica” decorrente das diferentes produtividade natural e localização
geográfica das terras, e das oscilações no rendimento marginal dessas terras. – pois pode haver
inovação tecnológica que as valorize, por exemplo.
Cabe ao trabalho a maior quota parte na repartição do rendimento total gerado pelo processo
produtivo. A procura, pelas empresas, do fator de produção de trabalho é uma procura derivada.
A procura de mão-de-obra depende também dos preços dos fatores que devam ser combinados
com o trabalho.
A decisão de produzir mais ou menos bens ou serviços, de admitir ou despedir mais ou menos
trabalhadores, é essencialmente um resultado colateral do esforço fundamental de maximização
de lucros.
Enquanto o valor do produto marginal for superior ao nível de mercado dos salários, justifica-se
a contratação.
Uma diminuição do número de trabalhadores tenderá para o aumento do nível de salários que
por seu turno provocará um aumento proporcional do valor do produto marginal (daqui surge o
estabelecimento de barreiras corporativas à entrada de trabalhadores por parte dos anteriores).
• Diferenciais compensatórios
• Capital humano
Capital humano como investimento na educação para se ser compensado por incrementos
remuneratórios, que compensam o custo integral do investimento, e o custo de oportunidade
do acesso tardio ao mercado de trabalho (college premium).
• Bens de mérito
Lado negativo: questiona-se se o estado não estará a condicionar a liberdade dos agentes (estado
numa perspetiva paternalista)
trabalhadores não pode ser definitivamente impedida, mas apenas adiada em benefício
temporário dos trabalhadores estabelecidos no setor.
Não justificam a discrepância salarial no entanto ainda são tidos como fatores que influenciam
os salários.
Quando se fala de redistribuir, temos que ter consciência de que, o cálculo da racionalidade
económica ao serviço da eficiência perde a sua validade, e cede perante valores sociais que
transcendem a própria economia. Dá-se uma perspetiva liberal que consiste nas diferenças de
rendimento justificáveis em função do esforço que cada um aplica na atividade produtiva.
Hoje fala-se de uma economia social que insiste na “retificação” das leis de mercado em nome
de um “bem comum” (força dos valores éticos e o peso das instituições).
Causas da pobreza:
• Distribuição irregular da propriedade que faz com que alguns disponham de grande
abundância de recursos naturais e de bens de capital, ou de recursos financeiros que
lhes permitam adquirir aqueles, enquanto a maioria não dispõe de quase nada;
Património: riqueza de que se dispõe em cada momento
Rendimento: na ausência de um património vultuoso, o acesso à riqueza significará
apenas acesso à criação riqueza nova
• Pobreza voluntária: nem tudo na pobreza é atribuível a desigualdades de oportunidades
ou a falhas no mercado dos fatores, sendo que muito resulta de escolhas que, por serem
menos avisadas, não deixam de ser livremente feitas pelas pessoas;
• Fatores de desigualdade profundos: pobreza que é tão generalizada e aguda, que os
habituais procedimentos redistributivos não passam, perante eles, de paliativos mais ou
menos ineficientes.
A medição da pobreza
Se esta sociedade não é muito rica como um todo, pode ultrapassar limiares de carência
absoluta.
Nicholas Kaldor e Simon Kuznets: existe uma tensão dificilmente reconciliável entre os
objetivos de coesão social e de crescimento-ideia associada à curva de kuznets, que indica
que, ultrapassada uma fase de desigualdade Máxima requerida pela aceleração do
crescimento, o próprio crescimento passa, numa fase superior, a ser o principal promotor de
convergência de rendimentos.
O limiar de pobreza
Há várias formas de medir a pobreza mas todas elas são suscetíveis de induzir em erro.
Alguns pontos a precisar para que não se incorra numa interpretação rígida dos contornos
que a pobreza assume como consequência extrema da desigualdade:
Não pode subestimar se a motivação de legar riqueza aos descendentes que alcança ainda algum
sucesso.
A pobreza tem uma viscosidade inter-temporal, e os vários fatores que a originam e favorecem
a sua transmissão entre gerações não são suscetíveis de erradicação absoluta nem de diminuição
sem medidas custosas e complexas.
• a sub-representação política dos pobres, retirando lhes “voz” e por essa via reduzindo a
probabilidade de acesso a como a educação, a saúde, e outros que propiciariam a
melhoria das suas condições;
• A inexistência ou escassez de instituições, que com imparcialidade prossigam os valores
da coesão social;
• a existência de um “mercado de favores políticos” nos quais os ricos dispõem de mais
“argumentos” e de mais capacidade de resistência.
Sinais de progresso
Está hoje comprovada a diminuição generalizada da pobreza nas áreas rurais, por efeito
combinado da melhoria da produtividade do trabalho e da produtividade dos fatores naturais.
Nos países mais desenvolvidos em termos de produtividade agrícola, é de esperar que, dada a
elasticidade rendimento, a procura de produtos alimentares e agrícolas cresceu muito pouco,
determinando antes a intensificação da migração “campo-cidade”, a redução da população
agrícola e do peso percentual da atividade agrícola no PIB.
Uma sociedade que queira apegar-se muito drasticamente a um ideal nivelador e igualitário cedo
descobrirá que esse ideal é esterilizante da iniciativa económica individual, a qual as mais das
vezes se pauta por uma ordem de valores que é praticamente a oposta àquele ideal.
uma sociedade que abra mão dos seus valores de coesão e da solidariedade pode não durar
muito enquanto sociedade.
A pobreza é um problema direto não apenas para os pobres mas para a sociedade como um
todo, na medida em que a pobreza exclui os pobres tanto no processo produtivo como no
consumo-quanto maior for a coesão social menor é a amplitude da queda nos rendimentos,
menor a perda(mecanismos de redistribuição de riqueza).
Há que encontrar um ponto intermédio em que seja possível preservar a coesão sem perder o
dinamismo económico, ou seja, em que em que exista igualdade e liberdade, mas a justiça não
seja sacrificada à eficiência.
Existem 2 perspetivas:
1) Ideologia igualitária, onde o que importa é o resultado material E não os meios empregues
para se alcançar o nivelamento dos rendimentos;
Solução utilitarista: presente o princípio da utilidade marginal decrescente, tirar a quem tem
mais doses de um bem implica uma perda de utilidade menos significativa do que o ganho
correspondente daquele que, dispondo de poucas doses desse bem, vê serem atribuídas aquelas
doses.
Há então uma transferência de riqueza que aumenta a utilidade total justificada numa tributação
com taxas progressivas
Solução rawlsiana: adotam se medidas cirúrgicas na erradicação das formas mais extremas da
pobreza, segurando a sociedade contra os resultados mais desfavoráveis do grupo mais pobre,
sem atender especialmente a repercussão dessas medidas de utilidade dos demais grupos.
Deve haver uma distribuição igualitária dos bens básicos que satisfaçam necessidades
primárias(minimização de perdas máximas), já que se cada um se colocar na pior hipótese, irá
querer alternativa de ter a possibilidade sair do limite inferior.
Nozick e Adam Smith: os ganhos recebidos pelo trabalho realizado honestamente, não devem
ser redistribuídos. O estado deve assegurar a proteção dos cidadãos sem interferir na vida das
pessoas.
Os libertários sugerem ideia de liberdade negativa- não prejudicar ninguém como única fronteira
à legitimação do exercício da liberdade.
Combate à pobreza:
Outra solução é a técnica do imposto negativo sobre o rendimento que consiste num alastrar da
ideia de progressividade das taxas de imposto a própria abordagem do problema da pobreza.
todos os indivíduos seriam formalmente tributados, não havendo isenção do mínimo de
existência; contudo, a todos seria concedido um crédito de imposto que, deduzido ao imposto
devido, corresponderia à atribuição de um subsídio às classes de rendimento mais pobres,
permitindo o mesmo passo assegurar uma transição suave de situações de benefício para
situações de oneração tributária. Esse crédito de imposto não seria mais do que um rendimento
mínimo garantido, acima do qual todo o rendimento seria tributado à mesma taxa marginal.
se pensarmos na pobreza como uma espécie de externalidade negativa agregada dentro de uma
sociedade, então todos os impostos progressivos deveriam idealmente contar com um setor de
taxas marginais negativas aplicáveis aos mais baixos rendimentos, uma espécie de “subsídio
pigouviano” destinado a prevenir a formação da externalidade negativa.
A armadilha da pobreza
designa o efeito combinado de início de tributação e define subsídio que recai sobre aquele
que pretende ultrapassar o limiar de pobreza. a presença desta armadilha complica as soluções
que possam conceber se para resolver esta questão social: se não se discrimine entre graus de
pobreza e se garante indiscriminadamente um rendimento mínimo a todos aqueles que estão
abaixo do limiar de pobreza, isso constitui um incentivo ao abandono de todos os empregos
que sejam remunerados abaixo desse limiar.
-recorrendo a formas de auxílio aos pobres mais decalcadas das tradicionais práticas
caritativas, ou seja, mais presas ou socorro de manifestações parcelares e inequívocas de
pobreza do que o apuramento do nível de rendimento total do qual se faça depender o
montante dos subsídios a atribuir
a solução continua a não ser fácil uma vez que aliviar a armadilha da pobreza implica a sua visa
são do tributo que marginalmente incide sobre o rendimento dos mais pobres, mas isso
significa necessariamente o alargamento do benefício a mais famílias, e consequentemente um
agravamento do peso de redistribuição sobre os contribuintes líquidos, ou seja, sobre aqueles
que pagam mais imposto do que aquilo que recebem subsídio.
o Transferências em espécie
As transferências para os mais desfavorecidos são a forma mais direta e das mais eficientes de
proceder a redistribuições.
Segurança social
Os impostos são meios de arrecadação de receita pública, vias pelas quais se encontra cobertura
financeira para as despesas inerentes às atividades que as entidades públicas desenvolvem.
A tributação causa sempre uma retração da atividade económica e uma perda de bem-estar. Um
Agravamento tributário pode ajudar ao crescimento económico se ajudar a reduzir o défice
orçamental e o endividamento público e um desagravamento tributário constituirá um incentivo
a esse crescimento, deixando mais rendimento líquido de imposto nas mãos de produtores e de
consumidores.
A tributação também agrava os problemas de justiça relativa, uma vez que são impostos
sacrifícios através da tributação- problema da carga tributária.
Custos de eficiência:
-custos de oportunidade associados ao facto do imposto retirar o incentivo que as partes possam
ter para concluir em transações- deadweight loss.
Torna-se mais aliciante e menos detetável a corrupção, uma forma de redução drástica dos
custos de acatamento que pode ser racionalmente compensadora, da expectativa de custos que
adviriam da detenção e punição do ato corruptor.
Estes custos de acatamento provocam também deadweight loss, porque não é pelo facto de o
contribuinte perder mais ou menos tempo a cumprir deveres acessórios e formais que existir a
maior receita fiscal.
Justiça fiscal
A maior parte das formas de tributação do rendimento adotam a solução da progressividade das
taxas- pretendem discriminar as pessoas de mais elevados rendimentos, fazendo-os pagar um
montante de imposto que é mais do que proporcional àquilo que pagam aqueles que têm
rendimentos menores.
Temos ainda o problema da coexistência de uma redistribuição justa com os efeitos mais ou
menos desincentivadores e ineficientes de qualquer mecanismo redistributivo.
-Tributação proporcional com isenção dos rendimentos mais baixos, ou seja, com
progressividade limitada às classes inferiores de rendimento, p.e, imposto negativo.
-Impostos progressivos (PT)- tributação com progressividade de taxas, isto é, com taxas que se
vão agravando à medida que é mais elevado o rendimento tributado (taxa é diferente consoante
os rendimentos).
No caso da tributação progressiva, esta é forma menos eficiente, mas num certo sentido
é mais justa, visto que É Ela quem por estrato mais retira o rendimento dos contribuintes
mais ricos, deixando-os mais próximos dos mais pobres e visto que aproxima o valor dos
rendimentos líquidos de imposto, tal como eles podem ser aferidos em termos de
utilidade marginal.
Capacidade e benefício:
Uma das soluções que tem sido sugerida como remédio é a simplificação das leis de imposto e
os deveres acessórios da obrigação tributária- a qualidade de um sistema tributário prende-se
com a necessidade de facilitar os esforços de acatamento por parte dos contribuintes.
Uma dessas medidas é a do imposto taxa uniforme ou plano que significa que se aplicaria a
qualquer montante de rendimento a mesma taxa- Nosso trataria de um puro imposto de taxa
proporcional por se admitir uma progressividade para os escalões inferiores (similitude com o
imposto negativo).
A igualdade vertical seria posta em xeque nestas propostas de taxa plano por tentarem
responder simultaneamente às exigências de justiça e de eficiência que são reclamadas de
qualquer solução de política tributária.
Poder-se-ia provar que a flat tax é inferior à progressividade dos impostos, se por Ventura fosse
evidente e consensual o padrão de um “sistema ótimo”; mas, na ausência de um tal padrão,
pode aceitar-se pacificamente que esta taxa plana é uma robusta solução sub-ótima para a
reforma fiscal.
-O mesmo para o consumidor que, dentro da sua racionalidade, opta pelos produtos com menor
valor (mais poluentes), já que estes satisfazem a mesma necessidade.
Tem competido à Economia indicar soluções eficientes para os problemas ambientais, seja para
os limites impostos pelos constrangimentos ambientais, seja para os limites da própria eficácia
interventiva na preservação e otimização das condições ambientais.
A externalidade envolve tanto um causador como uma vitima, sendo que sem a presença de um
essa externalidade não pode ocorrer. É nesta ideia que se funa do o Teorema de Coase.
Existem dois externalizadores que reciprocamente se impõem custos ou se proporcionam
benefícios através das decisões que tomam. É uma ideia de bilateralidade, essa externalidade só
ocorre porque existe uma vitima- estamos numa situação em que é concebível a formação de
um novo tipo de “mercado de internalização de externalidades” que eficientemente promova o
ótimo social.
Nas externalidades negativas o mercado falha na medida em que produz mais do que aquilo que
otimizaria o bem-estar social, nas externalidades positivas a falha de mercado consiste em se
produzir menos do que aquilo que optimizaria o bem-estar social. --- Não faltam propostas de
criação de um mercado para a satisfação das necessidades de internalização das externalidades.
Há que atender que a qualidade ambiental é um bem público, o que amplia os efeitos das
externalidades negativas e torna irresistível o efeito de boleia.
Criam-se condições para a intervenção do Estado na correção destas externalidades, mesmo que
o caráter bilateral destas aponte para a possibilidade de soluções negociadas que dispensam a
intervenção deste.
O custo para os produtores é menor do que o custo que essa produção acarreta para o todo da
sociedade. O custo social diminui o bem-estar coletivo, enquanto que o custo privado se limita
a redistribuir esse bem-estar entre as partes envolvidas nas trocas.
A ideia de custos de transação, elaborada por Ronald Coase, é a de todos aqueles em que se
incorre na troca de utilidades e a afetação comutativa de recursos, quando se busca uma
contraparte, se negoceia com ela, se preveem e supervisionam as contingências do
cumprimento. Há uma tendência para a existência de uma informação assimétrica, racionalidade
limitada e oportunismo que multiplicam os custos de transação e fragilizam o cumprimento de
contratos incompletos (lock-in). É esta perspetiva de custos de transação que veio permitir a
intervenção do Estado, já que a resolução espontânea não é possível por haver tais custos para
ambas as partes.
Teorema de Coase: Implica que as afetações iniciais de recursos se tornem irrelevantes num
contexto hipotético em que não haja “custos de transação”.
Se, num contexto hipotético, estivéssemos isentos de custos de transação, a solução eficiente
formar-se-ia sempre através da negociação.
Atribuição de direitos de apropriação, abarcando todos os aspetos nos quais possam manifestar-
se externalidades, garante a reação espontânea do titular desses direitos contra as
externalidades negativas e facilita a identificação dos beneficiários das externalidades positivas
(seria um passo na resolução do problema, restando o obstáculo dos custos de transação).
O Estado pode:
Apesar da tendência preferencial pelos incentivos, a solução de controlo quantitativo não deixa
de ser comum, dada a verificação de limites absolutos e não negociáveis.
-Os impostos que visam internalizar as externalidades negativas são apelidados de “impostos
pigouvianos”, por referência a Pigou.
Esses impostos recaem sobre os autores dessas externalidades negativas e esses não possam
repercuti-los inteiramente sobre terceiros, provocando um agravamento de custos e, portanto,
um incentivo à redução dos níveis de produção e da externalização.
Talvez não devessem ser designados como “impostos” porque não provocam perdas de bem-
estar, mas são impostos na medida em que através deles se obtém uma receita pública ao
mesmo tempo que se promove a coincidência dos valores do custo social marginal e do benefício
social marginal.
Fala-se no duplo beneficio dos impostos pigouvianos, já que estes, cirando benefícios
ambientais, criam também benefícios económicos (criação de riqueza).
-Considera-se, ainda, como sistema de incentivos, um sistema de quotas negociáveis que admite
uma maior flexibilidade, permitindo-se reduções de poluição a custos mais baixos que o imposto
pigouviano, tornando cada vez mais vantajoso o investimento em inovação. Este sistema consiste
na atribuição a cada poluidor de uma quota máxima permitida, que permite a livre
negociabilidade das quotas atribuídas. Cria-se um mercado de direitos de externalizar.
A sua natureza torna-os insuscetíveis de análise económica. Assim, sem preços, constituem uma
falha de mercado, não permitindo que haja sequer um mercado.
Bens públicos- não suscetíveis de exclusão do uso(ninguém consegue ficar afastado da fruição
direta e integral do bem) e a não rivalidade ou não exclusividade do uso (o acesso a cada um ao
bem não interfere com o acesso ao uso de qualquer outro agente). É um caso de extrema
externalidade positiva.
Problema da boleia: a falha da produção dos bens públicos deve-se ao efeito boleia, já que as
características do bem Público fazem com que cada individuo espere pela respetiva produção
pelos demais, para que depois possa retirar benefícios sem ter que suportar os custos. Esta falta
de coordenação pode mesmo impedir que o bem venha a ser produzido.
Esgotamento e apropriação dos recursos comuns: Nos recursos comuns existe rivalidade no uso,
surgindo problemas de gestão desses recursos que podem obter ao seu uso por outros. O mais
comum é o abuso, associado ao problema da tragédia dos baldios, os recursos esgotam-se pela
sua saturação. Este problema gera se por cada um ganha em retirar um benefício privado
apoiado em externalidades negativas, mas ninguém ganha em suportar os custos benefícios
comuns geradores destino de dispositivas, o que conduz à sobreexploração dos recursos.
Captação de Renda: consiste no esforço de desvio, para proveito próprio, de uma remuneração
que não seria necessária para incentivar uma atividade eficiente. Esta captação pode ocorrer
através de atividades protegidas por barreiras anti-concorrenciais, monopólio natural.
Mercado de Captação de Renda: não está protegido por barreiras de entrada, podendo nele ser
for o nível e a pressão concorrencial, sendo despendidos muitos esforços na captação. O
equilíbrio económico que se cria no mercado, muitas vezes, ultrapassa o equilíbrio renda zero,
fazendo com que os agendes despendam mais do que o valor de retorno esperado.
Teoria da Escolha Pública: James Buchanan e Gordon Tullock- uma desvalorização ideológica
relativa à existência de uma vontade geral funcionalizada à proeminência de um bem comum.
Constata-se que não existe uma solução espontânea que promova o bem-estar coletivo, já que
o esforço de decisão incorre em custos de interdependência. Entende-se, assim, que a
assimetria informativa e a falta de perceção levam a problemas na Escolha Pública - cabe à
economia fornecer boas intuições à forma e à legitimação que correspondem à agregação de
preferências.
Grupos de Interesse: a segunda grande dificuldade da atuação do Estado é o facto de esta nem
sempre se orientar por uma ponderação objetiva e igualitária de interesses, desviando-se para
o favorecimento de particulares ou grupos de interesse - é o resultado da captação de renda,
através da compra de favores políticos, que prejudicam o interesse geral.
Oferta: políticos (motivados pela maximização dos votos) e burocratas (tentando captar
para os seus setores dotações orçamentais).
IDEIA FUNDAMENTAL: a intervenção do Estado pode implicar custos que excedem os benefícios,
dados os incentivos não estritamente económicos por que se pauta a ação política, podendo as
interferências resultar em falhas de intervenção.