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17/05/2021

PROF. LEOPOLDO GRAJEDA


Administrador de Carteiras com notório saber (CVM, 2010)
ANÁLISE DE RISCO E Master of Science (New York University,1998)
Mestre em Matemática – Análise e Matemática Aplicada (UFMG,1994)
Bacharel em Matemática (UFMG, 1993)
GESTÃO DE CARTEIRAS
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Prof. Leopoldo Grajeda

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Aversão ao Risco

Perguntaram ao cineasta Francis Ford Coppola


INVESTIMENTOS como fazer um filme de sucesso tanto
financeiramente quanto artisticamente.
Unidade 2 – Aula 1
Resposta:
“Arrisque. Ninguém quer correr o risco.”

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Investimentos: definição Investimentos: por quê?

Investimento Investimentos são feitos para alcançar objetivos que

Ato de incorrer em um custo imediato na não podem ser prontamente conquistados.


Objetivos mais populares: aquisição da casa própria,
expectativa de uma recompensa futura.
educação, produção de bens, carreira profissional,
aposentadoria, realização de sonhos, etc.
DIXIT, Avinash K., & PINDYCK, Robert S.
Investment under Uncertainty.
Princeton University Press, Princeton, 1994.

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Investimentos: quando? Investimentos: quem?

Investimentos são imprescindíveis para a sociedade e Todos agentes econômicos devem sempre investir e
devem estar sempre sendo feitos. são os investimentos que mantêm a atividade
São eles que mantêm a atividade econômica. econômica e possibilitam a vida em sociedade.
O fator tempo desempenha um papel crucial em De uma forma ou de outra, todas as pessoas estão
todos investimentos e deve sempre ser considerado. sempre pensando no futuro.

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Investimentos: como? Investimentos: quanto?

Todo investimento começa com a definição dos Todo investimento tem sempre um custo, que consiste no

objetivos a serem buscados. dinheiro a ser aplicado, nos esforços a serem realizados e

A seguir, deve-se planejar, definindo os meios para em todos os recursos a serem utilizados no negócio.
Da mesma forma, o investimento deve ter um retorno,
alcançar os objetivos desejados.
seja em dinheiro, seja em outras formas.
Por fim, deve-se executar o planejamento traçado.

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Investimentos: vale a pena?

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Retorno INVESTIMENTOS
O investidor precisa
Riscos FINANCEIROS
sempre tomar decisões. 2

Para isso, deve ponderar Período Unidade 2 – Aula 2


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diversos fatores antes Responsabilidade
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de tomar suas decisões.
Satisfação pessoal
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Investimentos financeiros Investimentos financeiros

Analisando um investimento do ponto de vista financeiro, Os investimentos financeiros são classificados de acordo com
os fluxos de caixa podem ser efetivamente apurados, suas séries de fluxos de caixa.
permitindo efetuar cálculos matemáticos e estatísticos. Quando todos os fluxos de caixa estão bem definidos e são
Principais medidas financeiras de rentabilidade: conhecidos no momento em que o investimento é feito (na
a taxa interna de retorno (TIR), o valor presente líquido assinatura do contrato), o investimento é de renda fixa;
(VPL), o tempo de retorno (payback). caso contrário, o investimento é de renda variável.

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Investimentos de renda fixa Investimentos de renda fixa

Em um investimento de renda fixa, a remuneração do capital Títulos privados


é acertada em comum acordo entre as partes. CDB’s, LCI’s, debêntures, cheques, notas promissórias, etc.
Pode-se definir ainda um indexador financeiro para correção Títulos públicos
monetária e remuneração (IPCA, IGPM, INCC, SELIC). LTN’s, LFT’s, NTN’s, etc.
O principal risco envolvido no negócio é o não cumprimento Outros
do contrato por uma das partes. Cadernetas de poupança, títulos de capitalização, etc.

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Investimentos de renda variável Investimentos de renda fixa

Em um investimento de renda variável, nem todos os fluxos Contratos de Risco


de caixa são determinados ou conhecidos no momento do Apólices de seguros, contratos futuros, opções, swaps e
investimento (assinatura do contrato). outros derivativos, bilhetes de loteria, apostas em geral, etc.
A remuneração do capital pode até ser acertada entre as Títulos Patrimoniais
partes, mas dependerá também de certos fatores de risco, a Ações, commodities, cotas de empresas e fundos, imóveis,
serem determinados futuramente. veículos, obras de arte, selos, etc.

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Investimentos no mercado brasileiro

Mercado Inst. Principais Ativos Liquidez Risco Maior Vantagem Maior Desvantagem PRINCÍPIO DA
Títulos públicos SELIC NTN, LFT, LTN, etc. Imediata Zero* Renda fixa Ciclo político
Títulos privados B3 CDI, CDB, debêntures, etc. Imediata Baixo Renda fixa Baixa rentabilidade AVERSÃO AO RISCO
Câmbio BCB Dólar, euro, etc. Imediata Moderado Hedging Sem rentabilidade
Ouro B3 Ouro 24 k Moderada Moderado Reserva de valor Baixa rentabilidade
Bolsa de valores B3 Vale, Petrobras, etc. Alta Alto Alta rentabilidade Ciclo de negócios
Unidade 2 – Aula 3
Commodities B3 Soja, milho, café, etc. Alta Alto Oportunidade Choques de oferta
Futuros e derivativos B3 Opções, swaps, etc. Alta Altíssimo Hedging Alavancagem
Imóveis — Prédios, terrenos, etc. Baixa Moderado Valorização Altos custos
*Apesar de serem considerados títulos sem risco, certos títulos públicos são expostos ao risco de taxa de juros, como, por ex emplo, NTN e LTN.

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Aversão ao Risco Aversão ao Risco

O fenômeno da aversão ao risco pode ser Psicólogos consideram o comportamento


estudado sob diversas perspectivas, com humano e chamam de aversão ao risco a
destaque para os pontos de vista psicológico, preferência por um resultado certo sobre um
econômico e financeiro. resultado possivelmente melhor, porém incerto.
“Não se deve trocar o certo pelo duvidoso.”

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Aversão ao Risco Aversão ao Risco

Por sua vez, economistas pensam em termos Já os financistas raciocinam em termos do risco
da função utilidade de cada agente econômico. e do retorno esperado de um investimento.
A aversão ao risco se traduz na concavidade Aqui, o investidor deve ponderar entre quanto
voltada para baixo da função utilidade. ele espera ganhar e quanto risco ele assume.
Trata-se de uma abordagem quantitativa.

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Princípio da Aversão ao Risco: 1º avatar Investimento de renda variável: retorno

Sabedoria popular: Os investimentos de renda variável têm fluxos de


Não se deve correr risco à toa. caixa aleatórios e, por isso mesmo, não é possível
determinar antecipadamente o seu retorno.

“O que é que eu ganho com isso?”

Evolução real do preço do ouro (OZ1D), com base no IGP-M.


Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.

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Investimento de renda variável: retorno Investimento de renda variável: retorno

Retorno real mensal do ouro na BM&FBovespa


Entretanto, Harry Markowitz inovou em 1952
ao aplicar métodos estatísticos para calcular o
retorno esperado desses investimentos.

Harry Max Markowitz


Fonte: http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/economic- Retornos reais mensais do ouro (OZ1D), com base no IGP-M.
sciences/laureates/1990/markowitz-bio.html Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.

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Investimento de renda variável: retorno Investimento de renda variável: retorno

Retorno real mensal do ouro na BM&FBovespa


Tratando o retorno mensal de um ativo de renda
variável como uma variável aleatória,
Markowitz aplicou as ferramentas da Estatística, Retorno real esperado:
usando a média aritmética dos retornos mensais 0,54 % a.m.

como o valor esperado do retorno futuro.


Retornos reais mensais do ouro (OZ1D), com base no IGP-M.
Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.

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Princípio da Aversão ao Risco: 2º avatar Investimento de renda variável: retorno


Investimento Retorno Real
Harry Markowitz: Poupança 0,02% a.m.
Entre dois investimentos com mesmo risco, Tesouro SELIC (LFT) 0,46% a.m.
deve-se preferir sempre aquele com maior Ouro (OZ1D) 0,54% a.m.
retorno esperado. Petrobras (PETR4) 0,87% a.m.
Vale (VALE5) 1,21% a.m.
Retornos reais mensais médios dos ativos, com base no IGP-M.
Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.

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Investimento de renda variável: retorno Princípio da Aversão ao Risco: 3º avatar

Harry Markowitz:
Entre dois investimentos com mesmo
retorno esperado, deve-se preferir sempre
o de menor risco.

Retorno real acumulado dos ativos, com base no IGP-M.


Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.

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Investimento de renda variável: risco? Investimento de renda variável: risco

Retorno real mensal do ouro na BM&FBovespa


Ainda tratando o retorno mensal de um ativo de
renda variável como uma variável aleatória,
Markowitz desvio padrão dos retornos mensais
fornece uma medida do risco do investimento.
Foi a primeira medida de risco da história.
Retornos reais mensais do ouro (OZ1D), com base no IGP-M.
Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.

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Investimento de renda variável: risco Investimento de renda variável: risco


Investimento Retorno Real Risco
Retorno real mensal do ouro na BM&FBovespa
Poupança 0,02% a.m. 0,76% a.m.
Tesouro SELIC (LFT) 0,46% a.m. 0,77% a.m.
Risco (desvio padrão): Ouro (OZ1D) 0,54% a.m. 5,89% a.m.
5,89 % a.m.
Petrobras (PETR4) 0,87% a.m. 11,88% a.m.
Retornos reais mensais do ouro (OZ1D), com base no IGP-M.
Vale (VALE5) 1,21% a.m. 10,69% a.m.
Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017. Retornos reais mensais médios dos ativos e seus desvios-padrão, com base no IGP-M.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica. Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.

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Investimento de renda variável: risco Princípio da Aversão ao Risco: 4º avatar

Blume & Friend:


No longo prazo, o risco corrói o retorno.

BLUME, Marshall E., & FRIEND, Irwin.


Risk, investment strategy and the long-run rates of return.
The Review of Economics and Statistics, v. 56, n. 3, agosto 1974.
Retorno real acumulado dos ativos, com base no IGP-M.
Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.

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Investimento de renda variável: risco Princípio da Aversão ao Risco: 5º avatar

David Luenberger:
No longo prazo, o risco corrói o retorno,
segundo a fórmula:
σ2
r-longo prazo = r-curto prazo - ──
2

Retorno real acumulado dos ativos, com base no IGP-M.


Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017. LUENBERGER, David G. Investment Science.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.
Oxford University Press, Oxford, 1997.

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Investimento de renda variável: risco


Investimento Retorno CP Risco Retorno LP RISCO E RETORNO DOS
Poupança 0,02% a.m. 0,76% a.m. 0,02% a.m.
ATIVOS FINANCEIROS
Tesouro SELIC (LFT) 0,46% a.m. 0,77% a.m. 0,46% a.m.
Ouro (OZ1D) 0,54% a.m. 5,89% a.m. 0,36% a.m. Unidade 2 – Aula 4
Petrobras (PETR4) 0,87% a.m. 11,88% a.m. 0,17% a.m.
Vale (VALE5) 1,21% a.m. 10,69% a.m. 0,64% a.m.
Retornos reais mensais médios dos ativos, com base no IGP-M.
Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica.

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Modelo de Markowitz Modelo de Markowitz: risco-retorno

Em 1952, Harry Markowitz publicou seu famoso Markowitz foi o primeiro a medir estatisticamente
artigo “Portfolio Selection” no renomado periódico o risco de investimentos, bem como a perceber a
The Journal of Finance. relevância do princípio da aversão ao risco e da
diversificação de investimentos, sempre sob a
Harry Max Markowitz perspectiva de risco e retorno.
Fonte: http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/economic-
sciences/laureates/1990/markowitz-bio.html

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Modelo de Markowitz: risco-retorno Modelo de Markowitz: risco-retorno


Investimento Retorno Real Risco
Poupança 0,02% a.m. 0,76% a.m.
Tesouro SELIC (LFT) 0,46% a.m. 0,77% a.m.
Ouro (OZ1D) 0,54% a.m. 5,89% a.m.
Petrobras (PETR4) 0,87% a.m. 11,88% a.m.
Vale (VALE5) 1,21% a.m. 10,69% a.m.
Retornos reais mensais médios dos ativos e seus desvios-padrão, com base no IGP-M. Retornos reais mensais médios dos ativos e seus desvios-padrão, com base no IGP-M.
Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017. Período entre janeiro de 2000 e abril de 2017.
Cálculos do autor, com base em dados da Economatica. Gráfico do autor, com base em dados da Economatica.

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Modelo de Markowitz: risco-retorno


RISCO E RETORNO DE
CARTEIRAS DE Ativos:

INVESTIMENTOS
Retornos esperados (média):

Unidade 2 – Aula 5
Riscos (desvios-padrão):

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Modelo de Markowitz: diversificação Modelo de Markowitz: diversificação

Markowitz mostrou que, ao compor uma carteira com Entretanto, Markowitz percebeu que uma carteira
diversos investimentos, o retorno esperado de toda a composta por investimentos de renda variável pode
carteira será sempre a média ponderada dos retornos ter um risco significativamente menor do
esperados de seus ativos, usando como peso a que a média ponderada dos riscos de seus ativos.
participação relativa de cada ativo na carteira. Esse fenômeno é chamado de redução de variância.

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Modelo de Markowitz: diversificação Modelo de Markowitz: diversificação

Uma carteira de investimentos


será representada por um vetor
Redução de
Variância
composto pela participação de
cada ativo na carteira.

A soma dos pesos será

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Modelo de Markowitz: carteiras de ativos


DIVERSIFICAÇÃO DE
CARTEIRAS E
REDUÇÃO DE VARIÂNCIA Devido à redução de variância, a composição de
uma carteira de ativos pode ser muito vantajosa para
Unidade 2 – Aula 6 o investidor e, por isso mesmo, Markowitz tratou de
pesquisar os efeitos da diversificação no desempenho
de uma carteira em termos de risco-retorno.

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Modelo de Markowitz: carteiras de ativos Modelo de Markowitz: carteiras de ativos

Ativos:
Markowitz descobriu que redução de variância é
determinada pelas covariâncias entre os ativos. Retornos esperados (média):

De fato, quanto menores forem as correlações entre


Riscos (desvios-padrão):
os diversos ativos, maior será a redução de variância
observada na carteira.

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Modelo de Markowitz: carteiras de ativos Modelo de Markowitz: carteiras de ativos

Coeficientes de correlação:
Vetor de retornos esperados: Matriz de covariância:

Covariâncias:

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Modelo de Markowitz: carteiras de ativos

FUNDOS DE
Retorno esperado da carteira:
INVESTIMENTO
Variância da carteia:
Unidade 2 – Aula 7

Risco da carteira:

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Fundos de investimento: análise de risco Fundos de investimento: otimização

O modelo de Markowitz mostrou a importância da


gestão profissional de uma carteira de investimentos,
não apenas para selecionar os investimentos mais
promissores, mas também para equilibrar a sua
composição do ponto de vista de risco-retorno.
Trata-se de uma análise risco quantitativa .

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Fundos de investimento: estrutura Fundos de investimento: estrutura

Um fundo de investimento tem obrigatoriamente que


contar com certa estrutura operacional, com funções
bem definidas, por lei, para os diversos agentes que
o integram direta ou indiretamente.
No Brasil, essa regulação é feita pela CVM.

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Referências bibliográficas Referências Iconográficas e Audiovisuais


DUARTE JÚNIOR, Antônio Marcos. Gestão de
Riscos para Fundos de Investimento. São ▪
Paulo: Pearson, 2008.

SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática ▪


Financeira: aplicações à análise de investimentos.
5 ed. São Paulo: Pearson, 2010.

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