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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

CCQFA – GRADUAÇÃO
QUÍMICA GERAL _ TEÓRICA

Introdução: Matéria e Medidas

Profa. Daniela Hartwig de Oliveira


Estudo da química

➢ A Química é o estudo das propriedades e do comportamento da matéria, que


é o material físico do universo, isto é, é tudo aquilo que tem massa e ocupa
lugar no espaço.
➢ Propriedade é qualquer característica que nos permita reconhecer um
determinado tipo de matéria.
➢ Toda matéria é feita de combinações de cerca de 100 substâncias chamadas
elementos.

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Estudo da química

➢ Há uma relação entre as propriedades da matéria e os elementos


particulares que ela contém.
➢ Cada elemento é composto por um único tipo de átomo, partícula
fundamental quase infinitamente pequena da matéria.
➢ As propriedades da matéria se referem tanto aos tipos de átomo contidos
nela (composição) como aos arranjos desses átomos (estrutura), que podem
constituir moléculas.
➢ Assim, a Química tem dois reinos: o macroscópico, dos objetos de tamanho
comum (macro = grande); e o submicroscópico, de átomos e moléculas.
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Por que estudar química?

➢ A Química está no centro de muitos assuntos de interesse público e é central


para garantir uma compreensão básica dos princípios dominantes de muitos
campos relacionados à ciência.

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Figura 1: Química é central para entendermos o mundo que nos cerca. 5
Linguagem da química

Figura 2: Modelos moleculares. As esferas em branco, preto e vermelho representam


átomos de hidrogênio, carbono e oxigênio, respectivamente. 6
Classificações da matéria

➢ A matéria é caracterizada por: (1) seu estado físico (gás, líquido ou sólido); e
(2) sua composição (substância simples, composta ou mistura).
➢ Os estados da matéria diferem em algumas de suas propriedades. Um gás
(também denominado vapor) não tem volume ou forma fixos. Um líquido
apresenta um volume específico independente do recipiente que ocupa,
assumindo a sua forma. Um sólido tem forma e volume definidos.
➢ Mudanças de temperatura e/ou pressão podem levar à transformação de um
estado da matéria para outro.

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Classificações da matéria

Figura 3: Os três estados físicos da água –


vapor de água, água líquida e gelo. Vemos
os estados líquido e sólido, mas não
podemos enxergar o estado gasoso
(vapor). Nas ilustrações, as setas
vermelhas mostram que os três estados da
matéria se convertem um no outro.

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Classificações da matéria

➢ A maioria das formas da matéria que encontramos não são quimicamente


puras. Uma substância pura é a matéria que tem propriedades específicas e
uma composição que não varia em diferentes amostras. Ela pode ser simples
ou composta.
➢ As substâncias simples são aquelas que não podem ser decompostas em
substâncias mais simples. As substâncias compostas são formadas por dois
ou mais elementos. Já as misturas são combinações de duas ou mais
substâncias em que cada substância mantém a sua identidade química.

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Classificações da matéria

Figura 4: Comparação molecular entre substâncias simples, compostas e misturas. Os elementos


podem ser constituídos de átomos individuais, como em (a), ou moléculas, como em (b). Os
compostos contêm dois ou mais átomos diferentes unidos quimicamente, como em (c). Uma
mistura contém unidades individuais de componentes, mostrado em (d) tanto como átomos
quanto moléculas.
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Classificações da matéria

Figura 5: Abundância relativa de elementos. *Percentagem da massa de elementos na crosta


terrestre (incluindo oceanos e atmosfera) e no corpo humano.

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Classificações da matéria

➢ A maior parte dos elementos, que são representados por símbolos


específicos e organizados na tabela periódica, pode interagir com outros para
formar compostos.
➢ A observação de que a composição elementar de um composto é sempre
igual é conhecida como lei das proporções constantes (ou lei das proporções
definidas) e foi estabelecida pelo químico francês Joseph Louis Proust (1754-
1826).

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Classificações da matéria

Figura 6: Eletrólise da água. A água é decomposta em seus elementos constituintes,


hidrogênio e oxigênio, quando uma corrente elétrica direta passa por ela. O volume de gás
hidrogênio, recolhido no tubo de ensaio à direita, é o dobro do volume de gás oxigênio.
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Classificações da matéria

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Classificações da matéria

➢ A maior parte da matéria que encontramos consiste em misturas de


diferentes substâncias, que são chamadas de componentes.

➢ Misturas heterogêneas não possuem composição, propriedades e aparência


iguais em todas as suas partes. Misturas homogêneas, ou soluções, são
uniformes. As soluções podem ser sólidas, líquidas ou gasosas.

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Classificações da matéria

Figura 7: Misturas. (a) Muitos materiais comuns, incluindo rochas, são misturas
heterogêneas. Na fotografia, vemos o granito, que é uma mistura heterogênea de dióxido de
silício e óxido de outro metal. (b) As misturas homogêneas são chamadas de soluções. Muitas
substâncias, incluindo o sólido azul mostrado (sulfato de cobre II) dissolvem-se em água,
dando origem a soluções.
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Classificações da matéria

Figura 8: Classificação da matéria. Toda a matéria pura é classificada, essencialmente, como


substância simples ou composta.
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Propriedades da matéria

➢ As propriedades da matéria são classificadas como físicas ou químicas.


➢ As propriedades físicas podem ser observadas sem que sejam alteradas a
identidade e a composição da substância.
➢ As propriedades químicas descrevem como uma substância pode se
transformar, ou reagir, para formar outras substâncias.
➢ Há também uma outra forma de classificar as propriedades da matéria. As
propriedades intensivas não dependem da quantidade da amostra a ser
analisada. As propriedades extensivas estão relacionadas à quantidade de
substância.
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Propriedades da matéria

➢ As transformações pelas quais as substâncias passam são físicas ou químicas.


Em uma transformação física, a substância tem sua aparência física alterada,
mas a composição permanece igual. Todas as mudanças de estado são
transformações físicas.

➢ Em uma transformação química (também denominada reação química), a


substância é convertida em outra quimicamente diferente.

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Propriedades da matéria

Figura 9: Uma reação química.

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Propriedades da matéria

Figura 10: A reação química entre uma moeda de cobre e o ácido nítrico. A dissolução do
cobre resulta em uma solução azul-esverdeada; o gás castanho avermelhado produzido é
dióxido de nitrogênio.
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Propriedades da matéria

➢ Pode-se separar uma mistura em seus componentes ao considerar as


diferenças de suas propriedades, como cor, reatividade, propriedades
magnéticas etc. Há diversos métodos de separação de misturas.

➢ Um método importante de separação dos componentes de uma mistura


homogênea é a destilação, processo baseado nas diferentes capacidades das
substâncias para formar gases.

➢ Já a cromatografia se baseia nas diferentes capacidades das substâncias para


aderir a superfícies de sólidos.

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Propriedades da matéria

Figura 11: Destilação. Aparelho para separar os componentes de uma solução de cloreto
de sódio (água salgada).
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Propriedades da matéria

Figura 12: Separação de três substâncias utilizando cromatografia em coluna.

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Propriedades da matéria

Figura 13: Separação por filtração. A mistura de um sólido com um líquido é filtrada. O
líquido passa pelo filtro de papel e o sólido fica retido no papel.

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Método Científico

Observações e Encontrar padrões, Formular e testar


Teoria
experimentos tendências e leis hipóteses

Figura 14: O método científico é uma abordagem geral de problemas que envolvem observar, procurar padrões nas
observações, formular hipóteses para explicar as observações e testá-las em experimentos posteriores. Essas hipóteses que
resistem a tais testes e mostram-se uteis em explicar ou prever um comportamento tornam-se conhecidas como teorias.

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Unidades de medida

➢ Quando um número representa uma quantidade


medida, as unidades dessa quantidade devem ser
especificadas. As unidades utilizadas para
medidas científicas são as do sistema métrico.

➢ As unidades métricas para uso em medições


científicas são chamadas de unidades do SI, do Figura 15: Unidades do sistema métrico.
Medidas que utilizam o sistema métrico são cada
francês Système International d’Unités. vez mais comuns nos EUA, como no exemplo da
lata de refrigerante em que o volume impresso
está tanto na unidade inglesa (onças líquidas, fl
oz) como no sistema métrico (mililitros, mL).

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Unidades de medida
➢ Esse sistema tem sete unidades básicas, a partir das quais todas as outras
unidades são derivadas.

Tabela 1. Unidades básicas do SI.

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Unidades de medida
➢ Com as unidades do SI, os prefixos são utilizados para indicar frações decimais ou
múltiplos de várias unidades.
Tabela 2. Prefixos utilizados no sistema métrico e as unidades do SI.

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Unidades de medida

➢ A unidade básica do SI de comprimento, como mostrou a Tabela 1, é o


metro. A massa é a medida referente à quantidade de material em um
objeto, e sua unidade básica do SI é o quilograma (kg).

➢ A temperatura, uma medida relacionada à quentura ou à frieza de um


objeto, é uma propriedade física que determina a direção do fluxo de calor.

➢ Para medida de temperatura, utiliza-se a escala Celsius e a escala Kelvin,


unidade básica do SI. Zero Kelvin, ou zero absoluto, é a temperatura mais
baixa que se pode atingir.

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Unidades de medida

Figura 16: Comparação das escalas de temperatura Kelvin, Celsius e Fahrenheit.

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Unidades de medida

➢ Exemplo 01: Se a previsão do tempo diz que a temperatura do dia atingirá 31


°C, qual é a temperatura prevista em (a) K e em (b) °F?

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Unidades de medida

➢ Uma unidade derivada do SI é obtida por multiplicação ou divisão de uma ou


mais unidades básicas. Por exemplo, a unidade da velocidade, m/s.

➢ Outro exemplo: A unidade derivada de volume é a unidade do SI de


comprimento, m, elevada à terceira potência.

➢ A densidade é definida como a quantidade de massa de uma unidade de


volume de uma substância. Nesse caso, é mais comum expressá-la gramas
por centímetro cúbico (g/cm3) ou gramas por mililitro (g/mL).

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Unidades de medida

➢ Exemplo 02: Se a 1,00 x 102 g de mercúrio ocupam um volume de 7,63 cm3,


qual será sua densidade?

➢ Exemplo 03: Calcule o volume ocupado por 65,0 g de metanol líquido sendo
sua densidade 0,791 g/mL.

➢ Exemplo 04: Qual é a massa em gramas de um cubo de ouro (densidade =


19,32 g/cm3) de arestas iguais a 2 cm.

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Incerteza nas medidas

➢ Dois tipos de números são encontrados em trabalhos científicos:


números exatos e números inexatos. Números obtidos por
medição são sempre inexatos.
➢ Quanto à incerteza de valores medidos, temos a precisão (quão
próximas medidas independentes estão umas das outras) e a
exatidão (quão próximas medidas independentes estão do valor
correto ou “verdadeiro”).
➢ A precisão das medidas é frequentemente expressa em termos
de desvio padrão (o quanto as medidas independentes diferiram
da média).
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Incerteza nas medidas

➢ Em muitos trabalhos científicos, utilizamos a


notação (leia-se “mais ou menos”) com a
compreensão de que há sempre alguma incerteza
no último número registrado para qualquer
quantidade medida.

➢ Todos os dígitos de uma quantidade medida,


incluindo o incerto, são chamados de algarismos Figura 18: Incerteza e algarismos
significativos em uma medida.
significativos. Quanto maior for o número de
algarismos significativos, maior será a precisão
implícita na medida.
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Incerteza nas medidas

➢ Em qualquer medida registrada adequadamente, todos os dígitos diferentes de


zero são significativos. Zeros são considerados significativos quando são parte
do valor medido ou localizam o ponto decimal.

➢ Ao utilizamos grandezas medidas por meio de cálculos, a medida menos exata


limita a certeza da grandeza calculada e, portanto, determina o número de
algarismos significativos na resposta final.

➢ Há duas regras: uma para adição e subtração, e outra para multiplicação e


divisão.

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Incerteza nas medidas

➢ Exemplo 05: Qual a diferença entre 4,0 e 4,00?

➢ Exemplo 06: Uma balança tem uma precisão de ± 0,001 g. Uma amostra que
pesa aproximadamente 25 g é colocada nessa balança. Quantos algarismos
significativos dever ser informados para essa medida?

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Análise dimensional

➢ Na análise dimensional, as unidades são multiplicadas ou divididas entre si,


junto com os valores numéricos, assim como unidades equivalentes são
canceladas para garantir que os resultados dos problemas estejam nas
unidades adequadas.

➢ Para converter uma unidade em outra em uma análise dimensional, utiliza-se


fatores de conversão, ou seja, uma fração cujo numerador e denominador
sejam a mesma quantidade expressa em unidades diferentes.

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Análise dimensional

➢ Exemplo 07: Se uma mulher tem massa de 115 lb, qual é sua massa em
gramas? (1 lb = 453,6 g)

➢ Exemplo 08: A velocidade média de uma molécula de nitrogênio no ar a 25°C


é 515 m/s. Converta essa velocidade para milhas por hora. (1 mi = 1,6093
Km)

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