PSI 3213 - Circuitos Elétricos 2

Profa. Elisabete Galeazzo

Aula 20 – 30/10/23
Tópicos da aula:

Transformadores – aplicações básicas

Modelo básico

Transformação de impedâncias com transformadores lineares

Acoplamento perfeito e fluxos concatenados

Transformadores ideais

Transformação de impedâncias com transformadores ideais

Transformadores reais e exercícios – ficou para a próxima aula

 Transformadores
São dispositivos baseados no conceito de acoplamento magnético
Permitem transformar:
Níveis de tensão Níveis de corrente Níveis de impedância

Aumentar ou diminuir o valor do sinal

Aplicação em sistemas de potência
 para facilitar a transmissão, distribuição
e consumo de potência elétrica
(redução das perdas por efeito de Joule,
do diâmetro, do peso e do custo das
linhas de transmissão.)
Aplicação em circuitos de
comunicação
 casamento (ou adaptação) de
impedâncias para máxima
transferência de potência
 (ex. sistemas de áudio baseados
em amplificador e alto-falante)

Atuam como CIRCUITO ISOLADOR – para promover o isolamento galvânico

 como o caso do kit de potência utilizado no PSI 3214, medição de sinais da rede elétrica
 Transformadores – modelo básico
:“meio” magnético que “acopla” as duas bobinas

Circuito
Magnético
fechado Fonte Carga

Aplicação para alimentar uma lâmpada de 12 V 𝑃𝑖𝑛 = 𝑃𝑜𝑢𝑡

Ex.
Lâmpada
dicroica

Potência fornecida pela fonte (Pin) é: 60 W Potência absorvida pela carga (Pout): 60 W
 Aplicação: transformação de impedância (Z) com um
TRANSFORMADOR LINEAR
(exemplo aplicado em circuitos de comunicação)
Qual é a impedância vista pelos terminais (a e b) da fonte
para um transformador linear, não ideal,Ex-aula
com 18
k<1?
L1: indutor R1 e R2 :
primário; resistências
L = valor a c dos fios das
real (em H) bobinas

L2: indutor
secundário +
L – valor
em henrys. -

Transformador
linear
b d relação linear
𝑉𝑠
𝑍𝑒 = entre corrente
𝐼1 e fluxo produzido
Transformador não ideal numa bobina:
Ψ = 𝐿𝐼
 Análise de malhas do circuito
𝒆 =
para obtenção de Ze:Ex-aula 18

a c
2ª LK no primário:
𝑅1 𝐼1 + 𝑗𝜔𝐿1 𝐼1 − 𝑗𝜔𝑀𝐼2 = 𝑉𝑠
+ (𝑅1 +𝑗𝜔𝐿1 )𝐼1 − 𝑗𝜔𝑀𝐼2 = 𝑉𝑠
-
2ª LK no secundário:
𝑗𝜔𝐿2 𝐼2 + 𝑅2 𝐼2 − 𝑗𝜔𝑀𝐼1 + 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐼2 = 0
b d
−𝑗𝜔𝑀𝐼1 + (𝑅2 +𝑗𝜔𝐿2 + 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 )𝐼2 = 0
Equação matricial da análise de malhas:
+ 𝒋𝝎 −𝑗𝜔𝑀 𝐼1 𝑉𝑠 Adotando-se:
= = + 𝒋𝝎
−𝑗𝜔𝑀 + 𝒋𝝎 + 𝐼2 = + 𝒋𝝎 +
0

𝑠
+ 𝜔2 𝑀2 𝝎
=
+ 𝜔 2 𝑀2 𝒆 = = = + 𝒋𝝎 +
 Análise da impedância vista pelos
terminais da fonte (Ze)
𝑉𝑠 + 𝜔2 𝜔2
𝒆 = = = + 𝒋𝝎 +
𝐼1
= 𝑅2 + 𝑗𝜔𝐿2 + 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
1) A impedância Ze não depende do sinal da polaridade magnética do transformador
2) O transformador afeta a impedância vista pela fonte
3) Se não houvesse o transformador, a fonte enxergaria apenas Zcarga
4) A fonte “enxerga” uma impedância de carga (Zcarga) modificada, onde:

𝜔2 𝑀2 𝜔2 𝑀2 ZR = impedância refletida
= = (impedância do secundário,
𝑍22 𝑅2 + 𝑗𝜔𝐿2 + 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 refletida no primário). Também
denominada “referida ao primário”
5) Caso não haja acoplamento magnético, M = 0, ZR = 0, e a fonte enxergará apenas a
impedância do rolamento primário ( + 𝒋𝝎 ).
 A impedância refletida (ZR) da carga existente no
secundário, representada na forma retangular:
𝜔2 𝑀2 𝜔2 2 Vamos assumir que a carga no
= = secundário seja indutiva:
𝑅2 + 𝑗𝜔𝐿2 + 𝑍𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
= + 𝒋𝝎
𝜔2 2
= = 𝑅2 + 𝑗𝜔𝐿2 +
𝑅2 + + 𝑗(𝜔𝐿2 + 𝝎 )
𝜔2 2
(𝑅2 + − 𝑗 𝜔𝐿2 + 𝜔𝐿 ) = 𝑅2 + 𝑅 + 𝑗(𝜔𝐿2 + 𝜔𝐿)
=
𝑅2 + 2 + 𝜔𝐿2 + 𝜔𝐿 2 ∗
= 𝑅2 + 𝑅 − 𝑗(𝜔𝐿2 + 𝜔𝐿)
𝜔2 2
é denominada
= 2
(𝑅2 + − 𝑗 𝜔𝐿2 + 𝜔𝐿 )
autoimpedância do secundário

 O transformador reflete para o primário o conjugado da

𝜔2 2
autoimpedância do secundário ( Z22 ), multiplicada pelo fator: 2
 O acoplamento perfeito
(característica de transformadores ideais)

As bobinas concatenam Não há perdas de

(ou abraçam) o mesmo outra natureza
O “meio” no qual o fluxo
fluxo magnético  , sem (resistivas)
magnético flui tem elevada
dispersão do mesmo permeabilidade (no caso ideal
Como:
a permeabilidade   ) 𝜇𝐴
 O fluxo magnético 𝐿= 𝑛2
 é o mesmo  𝓡 𝒆𝒍𝒖𝒕â𝒏 𝒊 → 𝟎
𝑙
passando por (mede a oposição à passagem 𝑛2
das linhas de indução magnética)
= → =∞
ambas bobinas 𝓡
Acoplamento perfeito, fluxos concatenados nas
espiras e a relação entre o número de espiras
Espiras do primário (bobina 1) Espiras do secundário (bobina 2)

𝜳 = 𝑛1 𝝓 𝜳 = 𝑛2 𝝓

𝜳 = 𝑛1 𝜙 = 𝒊 + 𝒊 𝜳 = 𝑛2 𝜙 = 𝒊 + 𝒊
Ψ1 𝑛1 𝜙 Ψ2 𝑛2 𝜙
𝑺𝒆 𝒊 = 𝟎 → = = 𝑺𝒆 𝒊 = 𝟎 → = =
𝑖1 𝑖1 𝑖1 𝑖1
𝒏
=
𝒏
=
𝒏
𝑺𝒆 𝒊 = 𝟎 ∶ =
𝒏 𝒏
=
𝒏
 Acoplamento Acoplamento
perfeito imperfeito

𝜙 = 𝜙1 = 𝜙2 𝜙2 = 𝑘1 𝜙 0 < 𝑘1 < 1

Não há dispersão do fluxo Há dispersão do fluxo

𝐿1 𝑛1 𝐿2 𝑛2 𝐿1 𝑛1 𝐿2 𝑛1
= = = =
𝑀 𝑛2 𝑀 𝑛1 𝑀 𝑘1 𝑛2 𝑀 𝑘2 𝑛2

= =𝒌
 Transformador ideal
usado para modelar transformador de núcleo ferromagnético
em sistemas de potência
M > 0  correntes opostas nos seus terminais
Define-se como transformador ideal:
Coeficiente de acoplamento k =1

* ou seja, há acoplamento perfeito

Auto-indutância das bobinas é infinita

= =∞
As perdas nos enrolamentos, devido às 𝜳 = 𝑛1 𝝓 𝜳 = 𝑛2 𝝓
resistências parasitas, são desprezíveis
( → 𝟎) 𝑑Ψ1 𝒅∅ 𝑑Ψ2 𝒅∅
𝒗 = = 𝑛1 𝒗 = = 𝑛2
𝑑𝑡 𝒅𝒕 𝑑𝑡 𝒅𝒕
* se não há perdas resistivas, não há Assumindo que há variação do fluxo para haver
dissipação de energia tensão induzida, temos:

𝑛 𝑑∅
Relação entre tensão no secundário e 𝒗 2 𝑑𝑡 𝒏
= = =
no primário para k = 1 (Acoplam. Perfeito): 𝒗 𝑛1 𝑑∅ 𝑑𝑡 𝒏
 No trafo ideal, qual será a relação entre as
correntes do primário e secundário?
𝑑𝑖1 𝑑𝑖2
𝑣1 = + Para k =1:
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑣1 𝑑𝑖1 𝑑𝑖2
: → = + 𝒏
𝐿1 𝑑𝑡 𝑑𝑡 =
𝒏
𝑑𝑖1 𝒏 𝑑𝑖2
𝒐𝒎𝒐 → ∞: 0= +
Condição do trafo ideal
𝑑𝑡 𝒏 𝑑𝑡 𝒏
=
𝑑𝑖1 𝑛2 𝑑𝑖2 𝒏 𝒏
=− → 𝒊 =− 𝒊
𝑑𝑡 𝑛1 𝑑𝑡 𝒏
𝒊 𝒏 É a relação entre as correntes no secundário e
Ou seja: =− =− primário somente para trafo ideal (onde r é
𝒊 𝒏 denominada relação de transformação).

𝒗 𝑛2 𝑑∅ 𝑑𝑡 𝒏 relação entre tensões no secundário

= = = e primário para trafo ideal ou apenas
𝒗 𝑛1 𝑑∅ 𝒏
𝑑𝑡 para acoplamento perfeito
Trafo ideal (transformador ideal)

𝒊 𝒏 𝒗 𝒏 𝒊 𝒏 𝒗 𝒏
=− = =+ =
𝒊 𝒏 𝒗 𝒏 𝒊 𝒏 𝒗 𝒏

𝒊 𝒏 𝒗 𝒏 𝒊 𝒏 𝒗 𝒏
=− =− =+ =−
𝒊 𝒏 𝒗 𝒏 𝒊 𝒏 𝒗 𝒏
Trafo ideal no domínio do tempo, em
Laplace e no domínio RPS

Domínio
do tempo:
𝒊 𝒏 𝒗 𝒏
=− =
𝒊 𝒏 𝒗 𝒏

Domínio de Laplace: Domínio RPS:

𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
=− = =− =
𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
 Transformação da impedância
utilizando-se um trafo ideal
𝒊 𝒏 𝒗 𝒏
=− =
𝒊 𝒏 𝒗 𝒏

A impedância no secundário é
uma carga resistiva

𝑛1
𝑣1 𝑛2 𝑣2 𝑣2 𝒏
𝒆 = = 𝑛 𝐶𝑜𝑚𝑜: 𝑅𝐿 = − 𝒆 =
𝑖1 − 2 𝑖2 𝑖2 𝒏
𝑛1
 Transformação da impedância
utilizando-se um Trafo Ideal
𝒏 𝒏
=− =
𝒏 𝒏

𝑛1
𝑉1 𝑛2 𝑉2 𝐶𝑜𝑚𝑜: 𝑍𝐿 (𝑗𝜔) = − 𝑉2 𝑍𝑒 (𝑗𝜔) = 𝑛1 2
𝑍 (𝑗𝜔)
𝑍𝑒 (𝑗) = = 𝑛 𝐼2 𝑛2 2 𝐿
𝐼1 − 𝐼22
𝑛1
 Trafo como elemento de acoplamento para
obtenção do casamento de impedâncias
Casamento de Impedâncias:
a potência fornecida para uma carga será máxima quando a
impedância da fonte (RTh) for igual à da carga
 TEOREMA DA MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA:

Um dado circuito X fornecerá a máxima potência à carga se RTH = RL

Qual é a potência 120

𝑃𝑠𝑜𝑢𝑟𝑐𝑒 = 𝑉𝑠 = 27,7 W
que é fornecida (512 + 8)
pela fonte? =
= 𝟎
+
Qual é a potência -
absorvida pelo 2
120
alto-falante? 𝑃𝑎𝑙𝑡𝑜_𝑓. = 8. = 0,43 W
(512 + 8)
=
Trafo como elemento de acoplamento para
obtenção do casamento de impedâncias
120
=
𝑃𝑠𝑜𝑢𝑟𝑐𝑒 = 𝑉𝑠 = 27,7 W
(512 + 8)
= 𝟎
+
2
120
- 𝑃𝑎𝑙𝑡𝑜_𝑓. = 8. = 0,43 W
(512 + 8)

=
𝒏
𝒆 =
𝑛1 ∶ 𝑛2 𝒏
=
𝑅𝑒 𝒏
= 𝟎
+ =
𝑅𝐿 𝒏
-
=
𝒏
= =8
𝑛2 8
𝑅𝑒 = 512 Ω 𝑷 𝒐𝒖 𝒆 ≅ 𝟒𝑾 𝑷 𝒍𝒕𝒐_𝒇. ≅𝟕𝑾
Trafo como elemento de acoplamento para
obtenção do casamento de impedâncias

Para que haja a

máxima 𝑛1 2 𝑛1 2
transferência de 𝑅𝑒 = 2
𝑅𝐿 𝑅𝑒 = 𝑅𝑇ℎ = 2
𝑅𝐿
potência: Re = RTh 𝑛2 𝑛2

Deve-se encontrar a relação de espiras que possibilite a 𝒏 𝑻𝒉

relação:
=
𝒏
 Ex.1: Calcular a impedância vista pela fonte e a
constante de tempo do circuito com o trafo ideal:
Trafo ideal, padrão:
𝒗 𝒏
=
𝒗 𝒏

Ze 𝒊 𝒏
=−
𝒊 𝒏
1º : obter a impedância do secundário, refletida no primário.
1
𝑍
Impedância do secundário: 𝐿𝑜𝑎𝑑 (𝑗𝜔) = 𝑅 2 + onde: = −𝑍𝐿𝑜𝑎𝑑 (𝑗𝜔)
𝑗𝜔𝐶
𝑛1
𝑛2 2 𝑛1 2 𝑛1
2
1 𝒏
´𝒆 𝒋 = = 𝑛 = − 2 𝑍𝐿 (𝑗𝜔) = 𝑅 + = +
− 2 2 𝑛2 𝑛2 2 2 𝑗𝜔𝐶 𝒏 𝒏
𝑛1 𝒋𝝎 𝑪
𝒏
𝒏
𝒆 𝒋𝝎 = 𝑅𝑜 + 𝑍´𝑒 𝑗𝜔 = 𝒐 + +
𝒏 𝒏
𝒋𝝎 𝑪
𝒏
 Resolução do exercício aplicando as fórmulas já
deduzidas:
𝒗 𝒏
=
𝒗 𝒏

𝒊 𝒏
Ze =−
𝒊 𝒏

1
Impedância do secundário: 𝑍𝐿𝑜𝑎𝑑 (𝑗𝜔) = 𝑅2 +
𝑗𝜔𝐶
𝑛1 2 1 𝒏
´𝒆 𝒋 = 2 𝑅2 + = +
𝑛2 𝑗𝜔𝐶 𝒏 𝒏
𝒋𝝎 𝑪
𝒏
𝒏
𝒆 𝒋𝝎 = 𝒐 + ´𝒆 𝒋𝝎 = 𝒐 + +
𝒏 𝒏
𝒋𝝎 𝑪
𝒏
Ex.1, continuação: cálculo da constante de
tempo do circuito com o trafo ideal
No enrolamento primário:
𝒏
𝒆 𝒋𝝎 = 𝑅𝑜 + 𝑍´𝑒 𝑗𝜔 = 𝒐+ +
𝒏 𝒏
𝒋𝝎 𝑪
𝒏

𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗 𝒍𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑪𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗 𝒍𝒆𝒏𝒕𝒆

𝒏 𝒏
𝝉= 𝒆𝒒 𝑪𝒆𝒒 → 𝜏 = 𝒐+ 𝑪
𝒏 𝒏

𝒏
𝜏= 𝒐 + 𝐂
𝒏

Aula 20/2023 terminou

aqui.