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UNICE – ENSINO SUPERIOR


IESF – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE FORTALEZA
GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E O MONITORAMENTO DE


GLICOSE EM PACIENTES DIABÉTICOS

ANTONIA ELOÁ MACIEL DAVID

Fortaleza – CE
2023.2
10

ANTONIA ELOÁ MACIEL DAVID

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA E O MONITORAMENTO DE


GLICOSE EM PACIENTES DIABÉTICOS

Monografia apresentada à UNICE – Ensino


Superior / IESF – Instituto de Ensino Superior de
Fortaleza como requisito parcial para a obtenção
do título de Bacharel em Farmácia sob a orientação
do Prof. Me. Fábio Luiz Tartuce Filho e do Prof.
Esp. Antônio Cláudio Silva Nunes.

Fortaleza – CE
2023.2
11

Monografia apresentada à UNICE – Ensino Superior/ IESF – Instituto de Ensino


Superior de Fortaleza, como requisito necessário para a obtenção do título de
Bacharel em Farmácia. A citação a qualquer trecho desta monografia é permitida
desde que em conformidade com as normas da ética científica.

____________________________________________
Antonia Eloá Maciel David

Apresentação em:_____/______/______

Orientador: Prof. Me. Fábio Luiz Tartuce Filho

1º Examinador: Prof.ª Dra. Terezinha de Jesus Afonso Tartuce

2º Examinador: Prof. Esp. Antônio Cláudio Silva Nunes

Coordenador do Curso: Prof. Me. Fábio Luiz Tartuce Filho


12

Dedico

Aos meus pais, Neuma e Aloizio (in memorian),


que torciam bastante pelo meu sucesso e
queriam me ver graduada como farmacêutica.
13

Agradeço

A Deus, que sem ELE nada seria possível por


ter me dado saúde e sabedoria para concluir
essa formatura.
Aos meus familiares, em especial, aos meus
irmãos, Socorro e Sebastião.
Ao meu querido esposo, Samir David, que me
incentiva diariamente a buscar meus sonhos.
14

RESUMO

A Diabetes Mellitus é uma doença ocasionada por um distúrbio metabólico que


ocasiona acúmulo de glicose na corrente sanguínea que em grandes quantidades
pode ocasionar sérios problemas de saúde para o paciente diabético devido um
fenômeno chamado de cetose metabólica. A referida doença possui duas
classificações, a do Tipo 1, que é responsável pela destruição das células produtoras
de insulina, ocasionada por anticorpos que atacam as células que produzem a insulina
e a do Tipo 2 que é o resultado apenas da resistência à insulina e da diminuição da
produção e excreção de insulina para o corpo humano. Devido a Diabetes Mellitus ser
uma das doenças que mais ocasionam hospitalização e afetam milhares de pessoas
de todas as idades, a indústria farmacêutica começou a investir cada vez mais em
pesquisas clínicas e na produção e novos medicamentos para o tratamento dessa
referida patologia. Uma das mais novas drogas que podem ser citadas é a Insulina
Afrezza® que tem como grande vantagem sua via de administração por via inalatória,
e dentro desse arsenal terapêutico também resolveram inovar na tecnologia do
controle glicêmico com aparelhos que conseguem desempenhar uma leitura da taxa
de glicose sem precisar de tiras reagentes que é o caso do aparelho Freestyle. Dessa
forma, é possível notar que o farmacêutico pode fazer a diferença, na vida do paciente
diabético que executando a Atenção Farmacêutica e o Acompanhamento
Farmacoterapêutico pode promover uma melhora da saúde do enfermo, como
também, diminuir os riscos ao uso de medicamentos. Uma das funções mais
importantes do farmacêutico nesse processo de cuidado é a educação a saúde no
aconselhamento do controle glicêmico que promove a diminuição de grandes
impactos negativos ocasionados pela diabetes. O referido trabalho monográfico teve
como método a realização da pesquisa de campo com o método qualitativo realizado
com a técnica de entrevistas com profissionais farmacêuticos, e também, uma
pesquisa quantitativa com abordagem do uso de um questionário com pacientes
diabéticos. A problemática questionada e a hipótese levantada foram respondidas e
por fim, o profissional farmacêutico precisa continuar com seu desempenho nas suas
funções com a finalidade de promover a saúde dos pacientes diabéticos.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Novos Tratamentos; Insulina Inalatória; Freestyle;


Atenção Farmacêutica.
15

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 09

CAPÍTULO I. DIABETES MELLITUS........................................................................10


1.1 Fisiopatologia da Diabetes Mellitus Tipo 1 e 2.....................................................12
1.2 Epidemiologia....................................................................................................... 16
1.3 Tratamento da Diabetes....................................................................................... 18

CAPÍTULO II. A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E O DESENVOLVIMENTO DE


NOVOS PRODUTOS PARA O CUIDADO DE PACIENTES DIABÉTICOS............. 21
2.1 Pesquisa Clínica.................................................................................................. 23
2.2 Insulina Inalatória................................................................................................. 24
2.3 Aparelho Freestyle Libre...................................................................................... 28

CAPÍTULO III. ATENÇÃO FARMACÊUTICA AO PACIENTE COM DIABETES


MELLITUS................................................................................................................. 31
3.1 Acompanhamento ao Paciente Diabético............................................................ 33
3.2 Método Dáder...................................................................................................... 34
3.3 Orientação ao Paciente Usuário de Insulina Inalatória Afrezza...........................38

CAPÍTULO IV. PESQUISA DE CAMPO....................................................................41


4.1 Método da Pesquisa............................................................................................ 41
4.2 Universo da Pesquisa.......................................................................................... 43
4.3 Perfil do Sujeito.................................................................................................... 43
4.4 Apresentação das Entrevistas............................................................................. 44
4.5 Análise das Entrevistas........................................................................................ 59
4.6 Apresentação dos Dados.................................................................................... 61
4.7 Análise dos Resultados........................................................................................ 64

CONCLUSÃO............................................................................................................ 66

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................... 68

FONTES ONLINE..................................................................................................... 69
16

APÊNDICE................................................................................................................. 72
17

INTRODUÇÃO

Na área da saúde, tem ocorrido bastante inovações que tem refletido na


contribuição para o aumento de melhores tratamentos e serviços com maior qualidade
em atendimento. Com o aparecimento de novas tecnologias e materiais utilizados
para a qualidade de vida das pessoas, um dos segmentos que mais investiu em novos
produtos foi a indústria farmacêutica, destacando-se entre diversas comorbidades, no
que se refere ao cuidado de pacientes diabéticos.

A Diabetes Mellitus – DM é considerada uma doença de origem


metabólica ocasionada pelo alto índice de glicemia na corrente sanguínea devido à
carência da insulina que é um hormônio produzido pelo pâncreas.

Logo após a descoberta da Diabetes Mellitus, a doença passou a ser


estudada com maior frequência e a indústria farmacêutica sempre realizou
investimento na produção de medicamentos e de produtos para o cuidado diabético.

Portanto, a monografia traz a seguinte problemática: Os profissionais


farmacêuticos estão capacitados a prestarem uma orientação sobre o uso de novos
produtos para o cuidado do paciente diabético?

A hipótese investiga que os profissionais farmacêuticos para realizar um


melhor atendimento para os pacientes diabéticos precisam ter um melhor
conhecimento sobre os novos produtos utilizados para o controle da Diabetes e sobre
as novas tecnologias de serviços que estão sendo lançadas no mercado. Em suma,
estes profissionais precisam estudar e pesquisar a fim de se manterem atualizados
constantemente.

O objetivo deste trabalho é avaliar o conhecimento farmacêutico a


respeito de novos produtos que tem sido lançado pela indústria farmacêutica, para o
cuidado de pacientes diabéticos.
O referido trabalho monográfico está dividido em quatro capítulos
saber:
9

O primeiro capítulo descreve a patologia da Diabetes Mellitus,


explicando a definição e o diagnóstico do tipo 2 e os prejuízos à saúde que podem ser
desenvolvidos no organismo de um paciente que possui essa enfermidade.

O segundo capítulo informa a respeito das inovações e do investimento


de produtos do ramo farmacêutico que são designados ao cuidado de pacientes
diabéticos como insulina inalatória, aparelho FreeStyle Libre e dentre outros.

O terceiro capítulo relata a respeito da importância da orientação


farmacêutica no acompanhamento clínico descrevendo cuidados terapêuticos para o
paciente diabético.

O quarto capítulo desenvolve uma pesquisa de campo realizada em


farmácias comerciais do município de Fortaleza-CE, onde são abordados profissionais
farmacêuticos com intuito de avaliar seu conhecimento sobre cuidados aos pacientes
diabéticos por meio de entrevistas. Em continuidade à pesquisa, também é aplicado
um questionário para pacientes diabéticos.

Desse modo, o farmacêutico é o profissional da saúde de mais fácil


acesso aos pacientes diabéticos, já que adquirem os seus medicamentos de forma
contínua na farmácia comercial ou nas Unidades Básicas de Saúde. Espera-se, então,
que o farmacêutico desempenhe cada vez mais o papel de orientar os enfermos sobre
o uso correto dos medicamentos e, também, repasse informações relacionadas ao
surgimento de novos produtos para o cuidado da Diabetes Mellitus.
10

CAPÍTULO I. DIABETES MELLITUS

A Diabetes Mellitus é considerada uma das doenças crônicas não


transmissíveis que mais atinge a população mundial. O desenvolvimento da
enfermidade é proveniente de um distúrbio metabólico que resulta no acúmulo de
glicose na corrente sanguínea.

GUIDONI, OBRELI-NETO e PEREIRA afirmam que,

As transições demográficas, nutricionais e epidemiológicas ocorridas


no século XX alteraram o perfil de risco, e as DCNT passaram a
representar um importante problema de saúde pública em todo o
mundo. O aumento na incidência do DM é atribuído a vários fatores:
* Envelhecimento da população com fatores predisponentes;
* Alterações dietéticas, com crescente substitução dos alimentos ricos
em fibras, vitaminas e minerais por produtos industrializados;
* Sedentarismo, favorecido por mudanças na estrutura de trabalho e
avanços tecnológicos;
* Obesidade;
* Glicemia elevada durante a gravidez afetando o feto;
* Tabagismo, entre outros. 1 (grifo original)

Reiterando o contexto abordado pelos teóricos, o rápido envelhecimento


da população, a urbanização e o estilo de vida com a dieta inadequada, o sedentarismo,
e o consumo de tabaco e álcool são os fatores responsáveis pelas doenças crônicas não
transmissíveis serem a principal causa de mortalidade no mundo, onde a Diabetes
Mellitus faz parte desse grupo que tem ocasionado sérios prejuízos a saúde da
população mundial.

BOAVIDA comenta que:

A diabetes, como doença sistêmica, provoca complicações micro e macro


vasculares e aumenta 2-5 vezes o risco de doença cardiovascular.
Constitui-se como a principal causa de insuficiência renal, de cegueira ou
ambliopia na população adulta e de amputações dos membros inferiores.
Nos últimos anos, o aumento de risco de alguns cancros como os do

1
Camilo Molino Guidoni; Paulo Roque Obreli-Neto; Leonardo Régis Leira Pereira. Atenção Farmacêutica
no Diabetes Mellitus. In: Paulo Caleb Júnior de Lima Santos. Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica.
2018, p. 124.
11

pâncreas, do fígado, do cólon, do endométrio e da mama, também se


juntou às complicações clássicas da diabetes. 2

Além disso, a referida enfermidade compromete vários órgãos e suas


funções sendo o fígado, pâncreas e rins, os principais afetados. A patologia é
responsável por uma alta taxa de morbimortalidade e reduzir a qualidade de vida de
pacientes que possuem a Diabetes Mellitus.

A respeito da predominância do Diabetes Mellitus e qual o perfil do


paciente que mais é afetado pela referida doença GUIDONI, OBRELI-NETO e
3
PEREIRA explicam que aparece insidiosamente, principalmente em adultos, mas
sua frequência está aumentando em crianças e adolescentes. Os pacientes obesos
ou que estão acima do peso corporal são os que se enquadram mais nos sintomas
característicos da resistência insulínica e no nível pré-diabético

Corroborando com os teóricos, a insulina é um hormônio produzido no


pâncreas que permite que a glicose entre nas células do organismo, onde é convertida
na energia necessária para o funcionamento dos músculos e tecidos. GUIDONI,
OBRELI-NETO e PEREIRA alertam que para:

O paciente com DM apresenta sintomas decorrentes de insulinopenia


ou déficit na ação da insulina, tais como polidipsia, poliúria, polifagia,
emagrecimento, fraqueza, parestesias, turvação e diminuição da
acuidade visual. A evolução da patologia sem o tratamento ou controle
glicêmico ideal pode acarretar complicações agudas (cetoacidose
diabética, estado hiperosmolar, hiperglicêmico, hipoglicemia, acidose
lática e entre outras) e crônicas, tais como as microvasculares
(retinopatia, nefropatia, neuropatia, entre outras) macrovasculares
(amputações, disfunção sexual, doenças cardiovasculares, vasculares
periféricas e cerebrovasculares. 4

Em concordância com os teóricos, é valido mencionar que o paciente


que possui uma resistência insulínica progressiva tende apresentar diversos
problemas de saúde, fazendo com que taxa de glicose no corpo humano fique instável.

2
José Manueri Boavida. Diabetes: uma emergência de saúde pública e de políticas da saúde. Disponível
em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252016000100001&Ing=pt
&nrm=iso. Acessado em: 01/set/2023.
3
Camilo Molino Guidoni; Paulo Roque Obreli-Neto; Leonardo Régis Leira Pereira. Op. Cit. In: Paulo Caleb
Júnior de Lima Santos. Op. Cit. p. 124.
4
Idem. Ibidem. In: Idem. Ibidem. p. 124.
12

É importante ressaltar que quando o paciente apresenta uma grande


deficiência de insulina, é a fase que o enfermo mais sente os sintomas característicos
da doença. A vontade de ir no banheiro constantemente, muita sede, fome e
emagrecimento são sinais de que o indivíduo pode estar diabético.

NUNES e CORDOVA afirmam que,

Diversos estudos na literatura demonstram que o perfil de secreção de


citocinas durante o desenvolvimento do DM1 é de padrão Th1 onde
temos como principais constituintes a IL-2 e o IFN-y. Já as citocinas
de resposta Th2, compostas basicamente pela IL-4, IL-6 e IL-10, são
responsáveis por bloquear a evolução do DM1. Através desses dados
conclui-se que o entendimento dos aspectos imunológicos constitui a
base para detecção e prevenção do DM1, sendo a disponibilidade de
citocinas clonadas e purificadas uma nova perspectiva para terapias
clínicas específicas para modular a resposta imune. Devido a sua
fisiopatologia, os pacientes diagnosticados são majoritariamente,
crianças e adolescentes, sendo uma quantidade muito inferior de adultos
que desenvolve o DM tipo 1. 5 (grifo não original)

De acordo com os mencionados teóricos, percebe-se que a Diabetes


Mellitus é avaliada como uma doença que apresenta uma patogenia complexa, que
envolve a contribuição de vários fatores para o seu desencadeamento, dentre esses,
cita-se a disponibilidade da genética do indivíduo desenvolver a doença, a diminuição da
imunidade que envolve a liberação de quimiocinas e acionam as interleucinas, fazendo
com que o corpo esteja sempre produzindo substâncias inflamatórias.

Inclusive, infecções virais e exposição a antígenos, por mimetismo


molecular, em indivíduos com predisposição genética, podem desencadear o processo
autoimune e levar ao desenvolvimento de DM1.

1.1 FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS TIPO 1 E 2

A fisiopatologia do Diabetes Mellitus se inicia com o desencadeamento da


destruição das células produtoras de insulina, que sofre interferência de diversos fatores,
podendo ser ambientais, genéticos, alimentícios e imunológicos.

5
Roberta Nunes; Caio Mauricio Mendes de Cordova. Citocinas de resposta Th1 e Th2 e diabetes mellitus
tipo. Disponível em: http://www.rbac.org.br/artigos/citocinas-de-resposta-th1-e-th2-e-diabetes-mellitus-
tipo-1/. Acessado em: 01/set/2023.
13

Perante o ensinamento de HALL e GUYTON, 6 na Diabetes Mellitus tipo 1


ocorre uma destruição crônica das células betas pancreáticas, por meio de mecanismos
autoimunes, mediados por células como linfócitos T e macrófagos. O processo de
autodestruição se inicia meses a anos antes do diagnóstico clínico da doença e,
dependendo da idade do diagnóstico, cerca de 70 a 90% das células β já foram
destruídas após os primeiros sintomas de hiperglicemia.

Aprofundando o assunto, KUMAR, ABBAS e ASTER expõem,

A doença apresenta patogenia complexa, envolvendo a participação de


vários fatores, dentre esses a susceptibilidade monogenética com forte
associação aos genes de histocompatibilidade (HLA), eventos
ambientais (infecções) e resposta autoimune contra antígenos próprios
pancreáticos, presença de linfócitos autor reativos e/ou autoanticorpos,
provocando a destruição das células β pancreáticas, desencadeando as
anormalidades metabólicas típicas dessa doença. 7

Corroborando com essa ideia, ALTMAN e SHOENFELD demonstram que,

O vírus da rubéola e um agente ambiental capaz de provocar infecção


em células beta pancreáticas podendo induzir alterações metabólicas
celulares, lesões e até sua destruição, ocasionando, também, liberação
de autoantígenos. A infecção viral pode levar a ativação de células
imunes (Linfócitos T CD8+) por meio da apresentação de antígenos
pancreáticos via moléculas do MHC de classe I que pode estar envolvido
no desencadeamento de autoimunidade contra ilhotas pancreáticas,
levando a DM1. O mimetismo molecular baseia-se na semelhança
estrutural entre um patógeno ou metabolito e a própria estrutura de algum
elemento tecidual podendo induzir resposta imune cruzada contra
estruturas próprias. 8

Consoante à citação, uma das causas do desenvolvimento da Diabetes


Mellitus tipo 1 pode estar interligada a problemas relacionados à tolerância e manutenção
do sistema imunológico com a reação de alguns agentes patógenos que comprometem
a função pancreática. Com isso, o órgão torna-se fragilizado e não consegue
desempenhar suas funções fisiológicas da maneira correta. De acordo com o relato dos

6
John Edward Hall; Arthur C. Guyton. Guyton & Hall Tratado de Fisiologia Médica. 2017, p. 352.
7
V. Kumar; A. K. Abbas; J. C. Aster. Robbins e Cotran: Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 2016.
p. 1458.
8
Arie Altman; Yehuda Shoenfeld. Rubéola e autoimunidade. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042012000300001. Acessado em:
03/set/2023.
14

autores, as ilhotas pancreáticas que é a principal região afetada do órgão e devido a


esse fato as células endócrinas que se encontram nessa região anatômica não
conseguem mais produzir a insulina com a mesma quantidade.

Nesse cenário, faz-se necessário discorrer sobre a sinalização da qual


9
depende do controle glicêmico normal de um indivíduo. BRASILEIRO FILHO relata
sobre essa questão afirmando que a ligação da insulina com um receptor específico da
membrana, uma proteína de ação quinase, marca o início a sinalização intracelular
insulínica. Esse receptor, a tirosina quinase, é formado por quatro subunidades, duas
subunidades α e duas subunidades β e age como uma enzima alostérica, a subunidade
α impede a ação tirosina quinase da subunidade β. Essa ligação entre a subunidade e a
insulina faz com que a subunidade β adquira a ação quinase e induza à auto fosforilação,
aumentando a atividade quinase do receptor. Após sua ativação, o receptor de insulina
produz a fosforilação dos substratos proteicos em tirosina, os substratos do receptor de
insulina 1 e 2 (IRS-1 e IRS-2) como pode ser visto na Figura 1. a seguir.

FIGURA 1. VIA DE SINALIZAÇÃO DA INSULINA NA CAPTAÇÃO DA GLICOSE

Fonte: Nader Antunes Neto. Síndrome metabólica e exercício físico: fatores relacionados à
resistência à insulina. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd172/sindrome-metabolica-
e-exercicio-fisico.htm Acessado em: 02/set/2023.

9
Geraldo Brasileiro Filho. Bogliolo Patologia. 2016, p. 152.
15

A Figura 1. representa a comunicação que existe na célula do corpo


humano entre as vias de sinalização da insulina e glicose. Para que a glicose consiga
ser capturada pela célula, se faz necessário que ocorra a ação da enzima tirosina
quinase que realiza a fosforização dos substratos IRS-1 e IRS-2. Quando ocorre o déficit
nessa ação metabólica, o indivíduo tende a desenvolver a Diabetes Mellitus tipo 2.

Nessa perspectiva, BRASILEIRO FILHO explica que,

A DM2 é uma doença crônica não transmissível (DCNT) decorrente da


disfunção e até destruição das células β do pâncreas, que reduz a
secreção de insulina, um hormônio anabólico que é responsável pela
correção do aumento glicêmico, sendo essa diabetes conhecida por não
ser insulinodependente. 10

Na DM tipo 2, o principal fenômeno fisiopatológico é a resistência à ação


da insulina, diminuindo a captação de glicose em tecidos insulina dependentes. No início
da doença, em resposta a esta resistência, ocorre hiperinsulinemia compensatória,
continuando por meses ou anos. Com o avanço da DM2, por causa da disfunção e
redução das células β pancreáticas, a síntese e a secreção de insulina poderão ficar
comprometidas.

Nessa premissa, KOCAK et al. explicam que,

A translocação e a captação da glicose celular através do receptor GLUT-


4 são afetadas, resultando em uma hiperglicemia crônica. Além disso, a
resistência à insulina pode induzir o fígado, o tecido adiposo e muscular
a uma menor capacidade de resposta às concentrações circulantes de
insulina, aumentando os níveis de ácidos graxos livres circulantes (AGLs)
e diminuindo a utilização periférica da insulina. 11

Fica evidente que a DM2 é caracterizada por níveis altos de glicemia devido
à reduzida secreção e resistência à insulina. Neste sentido, observando os fatores que
levam à ocorrência dessa doença, considera-se importante investigar os fatores
predisponentes, agravamentos, grupos de risco e a epidemiologia com a finalidade de
aprimorar campanhas de informação e prevenção.

10
Geraldo Brasileiro Filho. Op. Cit. p. 152.
11
M. Z. Kocak et al. A elevação do ácido úrico é um achado aleatório ou um agente causador de nefropatia
diabética? Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010442302019000
901155&lng=en&nrm=iso. Acessado em: 04/set/2023.
16

1.2 EPIDEMIOLOGIA

É de grande relevância mencionar dados estatísticos a respeito da


Diabetes Mellitus, pois é uma doença que tem sido considerada por muitos anos como
um risco de saúde pública.

Tratando-se dos dados epidemiológicos da Diabetes Mellitus, GUIDONI,


12
OBRELI-NETO e PEREIRA citam que a prevalência mundial da doença em 1995
na população adulta que tinha de 20-79 anos era de 4%, aproximadamente, 135
milhões de indivíduos enfermos, no ano de 2007 foram levantados novos dados que
apontavam cerca 5,9%, estima-se em 246 milhões de pessoas com diagnóstico
confirmado, 8,3 %. Em 2013, são 382 milhões de diabéticos e, futuramente, calcula-
se 10,1% para o ano de 2035, que é equivalente a 592 milhões de enfermos.

13
Complementando o assunto, GUIDONI, OBRELI-NETO e PEREIRA
explicam que a maioria das pessoas com Diabetes Mellitus vive nas regiões
economicamente menos desenvolvidas do mundo. Estudos recentes demonstram que
a cada ano 10 milhões de pessoas desenvolvem a referida doença, ou seja, três casos
novos a cada 10 segundos.

Enfatizando o que os mencionados teóricos descrevem, é de suma


importância que exista o aumento de políticas públicas que sejam investidas na
prevenção do crescimento dos casos de Diabetes Mellitus, pois a tendencia é que
esses pacientes apresentem complicações graves em longo prazo.

Neste mesmo contexto, é bom destacar que a Diabetes Mellitus merece


uma atenção especial dentro da saúde pública, pois a cada dia, o seu índice
apresenta-se cada vez mais elevado. As pesquisas mostram que a cada triagem de
dados estatísticos o Brasil tem se tornado um país com mais pacientes diabéticos.
Uma situação preocupante é o ritmo acelerado do crescimento de diagnósticos e
prevalência da doença, como mostra a Figura 2. a seguir.

12
Camilo Molino Guidoni; Paulo Roque Obreli-Neto; Leonardo Régis Leira Pereira. Op. Cit. In: Paulo
Caleb Júnior de Lima Santos. Op. Cit. p. 124.
13
Idem. Ibidem. p. 124.
17

FIGURA 2. DADOS ESTATÍSTICOS DA DIABETES MELLITUS NO BRASIL

Fonte: Federação Internacional de Diabetes. Diabetes em Pauta. Disponível em:


https://adj.org.br/diabetes-em-pauta/idf-divulga-dados-sobre-o-diabetes-no-brasil/. Acessado
em: 04/set/2023.
18

1.3 TRATAMENTO DA DIABETES

Um dos aspectos de gravidade mais comum que faz com que os pacientes
diabéticos venham desenvolver outros problemas de saúde desencadeado pela
Diabetes Mellitus é a realização de um mal tratamento farmacológico. LOPES et al.
mencionam que,

O DM é definido como uma desregulação do metabolismo da glicose


resultante de defeitos na secreção da insulina, na diminuição da
sensibilidade periférica a insulina ou uma combinação de ambos os
fatores, o que induz a hiperglicemia crônica e as complicações agudas e
crônicas da doença. Os principais sintomas clínicos são polidipsia,
poliúria, perda inexplicável de peso corporal, fraqueza e susceptibilidade
a certas infecções. 14

Esta colocação vem ao encontro de diversos outros teóricos que


descreveram sintomas nos três tipos de diabetes, a saber, urina frequente, inclusive,
durante a noite, sede excessiva, fome exagerada, cansaço, fadiga e tontura, presença
de glicose na urina, perda de peso inexplicável, demora para cicatrizar feridas e
machucados, alterações na visão e frequência de infecções mais alta do que a normal.

A Secretaria de Saúde do Paraná informa que,

As pessoas com Diabetes Tipo1 fazem sempre tratamento com


insulina – insulinoterapia. A insulinoterapia consiste na administração
de insulina por via subcutânea (por baixo da pele). Não existem
comprimidos de insulina pois não é possível absorvê-la uma vez que
os ácidos do estômago a destroem. Os pacientes que apresentam
diabetes do Tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para
manterem a glicose no sangue em valores considerados normais.
Para essa medição, é aconselhável ter em casa um aparelho,
chamado glicosímetro, que será capaz de medir a concentração exata
de glicose no sangue. 15

Em relação ao tratamento da Diabetes, atualmente, com o desenvolvimento


dos recursos terapêuticos, observa-se que pacientes com DM1 pode ter uma vida quase

14
V. P. Lopes et al. Farmacologia do Diabetes Mellitus tipo 2: Antidiabéticos orais, insulina e inovações
terapêuticas. Disponível em: <https://pdfs.semanticscholar.org/d9c8/73ee0ba2d9288b63a217ecc
6169242401c0e.pdf>. Acessado em: 04/set/2023.
15
Paraná. Secretaria de Saúde do Paraná. Diabetes (diabetes mellitus). Disponível em:
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Diabetes-diabetes-mellitus#:~:text=As%20pessoas%20com%2diabe
tes%20Tipo1,%C3%A1cidos%20do%20est%C3%B4mago%20a%20destroem. Acessado em:
04/set/2023.
19

normal, contando com a administração de insulina exógena por injeções diárias, contínua
terapia, ou transplantes de ilhotas pancreáticas. Por meio desses métodos, pacientes
diabéticos podem otimizar o controle glicêmico e diminuir a incidência de complicações
da doença.

O indivíduo que possui a Diabetes Tipo 1 não consegue produzir mais


insulina ou a sua produção é de baixa quantidade, fazendo, então, com que exista a
dependência do uso desse hormônio de forma exógena.

O Ministério da Saúde 16 esclarece com propriedade que, acompanhado de


outros fatores, o tratamento sem sucesso do DM pode levar à complicações crônicas
macrovasculares, como o acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e gangrena, e
complicações crônicas microvasculares, que são as mais comuns, como a retinopatia
diabética, doença renal crônica e neuropatia diabética.

Sobre esse assunto, a Sociedade Brasileira de Diabetes – SBD coloca que,

Os antidiabéticos não insulínicos mais recomendados são os inibidores


do SGLT-2 (dapagliflozina, empagliflozina e canagliflozina), a
metformina, a pioglitazona, as sulfonilureias (gliclazida, glibenclamida e
glimeperida), as glinidas (repaglinida e nateglinida), os inibidores da
DPP4 (vildaglipina, sitagliptina e alogliptina) e os agonistas do receptor
de GLP-1 (semaglutida, liraglutida e dulaglutida). O tratamento do DM2 é
realizado em 3 etapas e os antidiabéticos orais fazem parte da primeira
etapa, já que são fáceis de serem administrados, promovem o controle
glicêmico e diminuem a incidência de complicações. 17

A despeito do exposto na citação, isto é, sobre a terapia medicamentosa, a


prevenção também seria uma forma de manejo e prevenção de complicações da
Diabetes. A prevenção é realizada com base nos protocolos para atendimento ao
paciente com DM2, estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pelo Programa de
Prevenção de Diabetes – PPD.

16
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Diabetes: tipos, causas, sintomas,
tratamento, diagnóstico e prevenção. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/saude-de-a-
z/diabetes#prevencao>. Acessado em: 05/set/2023.
17
Sociedade Brasileira de Diabetes. Conduta Terapêutica no Diabetes Tipo 2: Algoritmo SBD, 2019.
Disponível em: <https://www.diabetes.org.br/publico/images/pdf/sbd_dm2_2019_2.pdf>. Acessado em:
05/set/2023.
20

A respeito do contexto apresentado, os indivíduos que são diagnosticados


como pré-diabéticos são direcionados para a intervenção por meio dos protocolos do
PPD, a qual possui os objetivos de diminuir o peso corporal do paciente com uma dieta
específica e ter um gasto calórico semanal por meio de atividades físicas. Além disso,
inclui-se a educação e apoio à autogestão, terapia nutricional e psicanálises para
alcançar melhores resultados na prevenção.

Adotando uma vida com hábitos mais saudáveis, uma alimentação


balanceada, prática de exercícios físicos e acompanhamento médico regular em sua
rotina, mantém-se a homeostase da glicemia no sangue prevenindo o surgimento de
complicações.

Desse modo, espera-se que o paciente diabético possa ter uma assistência
de qualidade que possa suprir as suas necessidades e solucionar os problemas de saúde
que a Diabetes Mellitus pode ocasionar. Nesse ponto, é importante que o profissional
que realiza o acompanhamento possa reconhecer de forma precoce os fatores de riscos
e as complicações que podem acometer a pessoa com DM.
21

CAPÍTULO II. A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E O DESENVOLVIMENTO


DE NOVOS PRODUTOS PARA O CUIDADO DE PACIENTES
DIABÉTICOS

A partir da Segunda Guerra Mundial, junto com a industrialização e os


avanços tecnológicos, os processos de pesquisa e produção de novos medicamentos
passaram por uma grande evolução e se consolidaram. A química orgânica sintética
tornou possível a criação de medicamentos sintéticos em larga escala e
economicamente viáveis.

Ao conceito de medicamento tem sido atribuídas diferentes definições,


consoante ao contexto em que é utilizado, levando, por vezes, a uma sobreposição
de significado com o termo fármaco. Contudo, uma das definições para o conceito do
que é medicamento, é descrita pelo Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento
– INFARMED:

(...) medicamento como toda a substância ou associação de


substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou
preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou
que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a
estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação
farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou
modificar funções fisiológicas. 18

Contextualizando essas informações, pode-se dizer que o medicamento


é um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade
profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico.

DUARTE et al. informam que,

No Brasil, a indústria farmacêutica tem seu surgimento fortemente


atrelado ao Estado, o que incentivou a pesquisa e produção de soros,
vacinas e medicamentos com o objetivo de sanar questões de saúde

18
NFARMED - Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento. Decreto-Lei n° 176/2006 de 30 de Agosto
Diário da República Portuguesa. Disponível em: https://dre.pt/application/dir/pdf1s/2006/08/16700/629763
83.pdf. Acessado em: 08/set/2023.
22

pública e também na promoção de práticas de prevenção e combate


a doenças como a malária e a febre amarela por exemplo. 19

Dessa maneira, percebe-se que as questões de desenvolvimento


farmacêutico e a saúde pública andavam lado a lado na realidade brasileira.
Atualmente, sabe-se que o Brasil é referência em vacinas e soros, possuindo dois
grandes institutos que trabalham nesse seguimento, apesar de ter tido um
desenvolvimento tardio em relação aos demais países, o Brasil conseguiu se
sobressair e organizar seu mercado de forma satisfatória.

De acordo com o que os mencionados teóricos, o direito fundamental à


saúde foi um dos alicerces para expandir o mercado industrial de medicamentos.
Melhorar as condições de saúde da população era uma questão de grande
necessidade, e todos os esforços realizados nesse propósito, culminaram na estrutura
referencial da atualidade, apesar de todos os desafios naturais a serem vencidos
quando se trata de saúde.

20
De acordo com RIBEIRO, o mercado brasileiro demonstrou forte
participação no início do desenvolvimento industrial farmacêutico ao apoiar e ofertar
recursos para os primeiros laboratórios farmacêuticos que existentes até então. A
contribuição do Estado também auxiliou na formação dos primeiros cientistas e
pesquisadores brasileiros, que, por sua vez, tornaram-se agentes de desenvolvimento
de planos em saúde pública, vacinas, medicamentos e soros por meio de empresas
pioneiras no ramo.

21
Conforme CARRARA e MEIRELLES, cientistas e pesquisadores
avançaram nas pesquisas fazendo com que a área epidemiológica tivesse mais
complexo em descobrir veículos capazes de controlar os mecanismos que transmitiam
doenças.

19
Allan Coelho Duarte et al. Análise da Indústria Farmacêutica – Perspectivas e Desafios. Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textosparadiscussao/td18
3. Acessado em: 08/set/2023.
20
Maria Alice Rosa Ribeiro. Saúde pública e as empresas químico-farmacêuticas. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/hcsm/a/6SzNkftK4pWT7FLbPnPwcvr/?lang=pt. Acessado em: 08/set/2023
21
Junior E. Carrara; H. Meirelles. A indústria química e o desenvolvimento do Brasil. 1996, p. 31.
23

Por definição, a Indústria farmacêutica é responsável pela produção de


medicamentos, além de atuar no ramo de pesquisas e desenvolvimento para curar
doenças e aliviar sintomas. Também compreende como competências da indústria, a
comercialização e a distribuição desses medicamentos.

É importante mencionar que a fabricação e comercialização de


medicamentos produzidos pela indústria farmacêutica ocorrem apenas quando
pesquisas e testes comprovam a eficácia e a segurança dos produtos e isso pode
levar até anos em alguns casos, além de muito investimento financeiro e tecnológico.

2.1 PESQUISA CLÍNICA

Pode-se afirmar que a fase clínica é o período da pesquisa de


desenvolvimento de um fármaco em que os testes clínicos são avaliados em seres
humanos. Dando embasamento teórico a esse assunto, TARTUCE esclarece que: “Na
área de saúde, quando uma pesquisa envolve seres humano para responder
importantes questões clínicas e biológicas, avaliando o efeito de intervenções ou da
22
exposição do participante ao objetivo de estudo, é denominado estudo clínico.”

Segundo LIMA et al., 23 a fase do estudo clínico é feita em indivíduos que


se disponibilizaram para serem voluntários, os quais precisam estar sadios e devem
aceitar as medidas adotas dentro do que descreve a referida fase.

Dando prosseguimento ao assunto, a Resolução n.º 01/88 do CNS


estabelece que:

A pesquisa de medicamentos em farmacologia clínica compreende a


sequência de estudos realizados, desde quando se administra a
substância pela primeira vez ao ser humano, até quando se obtém
dados sobre sua eficácia e segurança terapêutica em grandes grupos
de população. Os estudos clínicos são divididos em quatro fases
distintas. 24

22
Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Normas e técnicas para trabalhos acadêmicos. 2019, p. 85.
23
Jaderson S. Lima et al. Pesquisa clínica: fundamentos, aspectos éticos e perspectivas. Disponível
em: http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2003_04/a2003_v16_n04_art01.pdf. Acessado em:
01/out/2023.
24
CNS – Conselho Nacional de Saúde. Resolução n.º 01. Disponível em: http://www.bioetica.ufrgs.br/
r01-88.htm. Acessado em: 01/out/2023.
24

Corroborando o que o órgão da saúde determina, a fase da pesquisa


clínica inicia-se na administração do fármaco estudado a seres humanos. Nesse
período inicial, são selecionados indivíduos que não possuem enfermidades para as
quais a substância terapêutica irá servir. Ademais, avalia-se os níveis de segurança
da dose do medicamento e a interação medicamentosa entre outros fármacos e são
realizados, também, outros testes nas outras três etapas da pesquisa.

2.2 INSULINA INALATÓRIA

A insulina por via inalatória é uma das recentes modernidades lançadas


no mercado farmacêutico. Um dos benefícios que essa nova droga propõe ao usuário
diabético é um maior conforto, pois o seu modo de utilização é de fácil compreensão
e não existe a necessidade de uma técnica de administração, como é o caso das
insulinas por via subcutânea, que precisam de uma seringa e agulha ideal para o seu
uso.

O Laboratório BIOMM 25 informa que a insulina Afrezza® age diminuindo


os níveis da glicose na corrente sanguínea, fazendo com que exista a captação de
açúcar nos músculos e gorduras. Dessa forma, faz com que o fígado metabolize
menos a glicose ajudando a ser excretada pelo organismo por meio da quebra das
ligações peptídicas das proteínas da glicose e do colesterol.

Corroborando com o que o referido Laboratório menciona, além de tratar


a Diabetes, o fármaco apresenta em seu mecanismo de ação, a proposta do reduzir
as taxas de gordura no sangue fazendo, então, com que os pacientes diabéticos que
possuem distúrbios dislipidêmicos tenham suas taxas de colesterol reduzida.

Vale ressaltar que essa condição deve ser avaliada por um profissional
capacitado e que necessita ser utilizado junto a outras medicações para o tratamento
da hipercolesterolemia.

25
Laboratório Biomm. AFREZZA® (insulina humana) pó para inalação. Modelo de bula para o profissional
de saúde. Disponível em: https://biomm.com/wp-content/uploads/2021/01/Afrezza-bula-profissional-de-
saude-COM.pdf. Acessado em: 10/set/2023.
25

26
A respeito da farmacodinâmica, o Laboratório BIOMM ensina que o
curso do tempo da ação da insulina na redução da glicose pode variar
consideravelmente em indivíduos diferentes ou no mesmo paciente. A dosagem
também influencia no tempo de vida do fármaco, já que Afrezza® existe em sua
representação comercial doses de 4 unidades que possui 0,35 mg, o de 8 unidades
contém 0,7 mg e o de 12 unidades que tem 1 mg de insulina humana e fumaril
dicetopiperazina e polissorbato 80.

O Quadro 1. mostra o pico de ação de cada miligrama específica do


medicamento Afrezza®.

QUADRO 1. TEMPO DE AÇÃO DA AFREZZA®


AFREZZA® AFREZZA® AFREZZA®
PARÂMETROS DO
0,35 mg 0,7 mg 1mg
EFEITO
DA INSULINA 4 UNIDADES 12 UNIDADES 48 UNIDADES
(~) Aproximadamente

TEMPO PARA O
~12 minutos ~12 minutos ~12 minutos
PRIMEIRO EFEITO
MENSURÁVEL

TEMPO PARA
~35 minutos ~45 minutos ~55 minutos
ATINGIR O PICO

TEMPO PARA O
~90 minutos ~180 minutos ~270 minutos
EFEITO
RETORNAR
A LINHA DE BASE
Fonte: Laboratório Biomm. AFREZZA® (insulina humana) pó para inalação. Modelo de bula
para o profissional de saúde. Disponível em: https://biomm.com/wp-
content/uploads/2021/01/Afrezza-bula-profissional-de-saude-COM.pdf. Acessado em:
10/set/2023.

Observa-se por meio do Quadro 1. que os miligramas da insulina


Afrezza® apresentam o mesmo tempo de ação inicial e que a diferença se encontra
no pico de ação de cada uma delas, sendo a miligrama mais alta a que tem maior
tempo de ação e metabolização.

26
Laboratório Biomm. Op. Cit. Disponível em: https://biomm.com/wp-content/uploads/2021/01/Afrezza-
bula-profissional-de-saude-COM.pdf. Acessado em: 10/set/2023.
26

27
O Laboratório BIOMM explica como deve ser utilizado a insulina
Afrezza® da seguinte forma:

 A cartela de blíster do envelope de papel laminado deve ser removida. Em seguida


deve-se picotar a perfuração para remover uma tira. (Imagem 1)
 Deve-se remover um refil da tira pressionando no lado incolor para empurrar o refil
para fora. Remova o número correto de refis para sua dose. Se o receptáculo do
refil for empurrado, não há danos ao refil. Refis de AFREZZA® deixados em uma
tira aberta devem ser usados dentro de 3 dias. (Imagem 2)
 O inalador precisa ser segurado em uma mão com o bocal branco voltado para
cima e a base roxa voltada para baixo sempre na posição horizontal. (Imagem 3)
 O inalador deve ser levantando com o bocal branco para a posição vertical. Antes
de colocar o refil de AFREZZA® no seu inalador, garanta que ele tenha estado a
temperatura ambiente por 10 minutos. (Imagem 4)
 Segure o refil com o receptáculo voltado para baixo. Alinhe o refil com a abertura
no inalador. A extremidade apontada do refil deve se alinhar com a extremidade
apontada do inalador. Coloque o refil no inalador. Certifique-se que o refil esteja
plano no inalador
 Abaixe o bocal para fechar o inalador (isso irá abrir o refil de medicamento). Você
deve sentir um clique quando o inalador fechar.
 Remova a tampa do bocal Importante: Mantenha o nível do inalador durante e após
a remoção da capa roxa do bocal.
 Exale Segure o inalador longe da sua boca e sopre (exale) o ar completamente.
(Imagem A)
 Posicione o inalador na boca mantendo o nível da sua cabeça, coloque o bocal na
sua boca e incline o inalador para baixo, em direção ao seu queixo, conforme
mostrado. Feche seus lábios ao redor do bocal para formar um lacre. Incline o
inalador para baixo enquanto mantém o nível da sua cabeça. (Imagem B)
 Inale profundamente e prenda a respiração com sua boca fechada ao redor do
bocal, inale profundamente por intermédio do inalador. Segure sua respiração pelo

27
Laboratório Biomm. Op. Cit. Disponível em: https://biomm.com/wp-content/uploads/2021/01/Afrezza-
bula-profissional-de-saude-COM.pdf. Acessado em: 10/set/2023.
27

tempo máximo confortável para você e ao mesmo tempo remova o inalador da sua
boca. Após segurar sua respiração, exale e continue a respirar. (Imagem C)

Conforme o referido Laboratório descreve, o uso da insulina deve seguir


critérios iniciais de preparo para que a medicação seja totalmente aproveitada, como
também, deve ser realizada ser seguido as orientações relacionadas a temperatura
do medicamento e validade após abertura. Para um melhor entendimento a Figura 4.
mostra todo o processo de utilização do fármaco.

FIGURA 4. MODO DE USO DA AFREZZA®

Fonte: Laboratório Biomm. AFREZZA® (insulina humana) pó para inalação. Modelo de bula
para o profissional de saúde. Disponível em: https://biomm.com/wp-
content/uploads/2021/01/Afrezza-bula-profissional-de-saude-COM.pdf. Acessado em:
10/set/2023.
28

2.3 APARELHO FREESTYLE LIBRE

O Aparelho Freestyle Libre do Laboratório Abbout foi desenvolvido com


intuito de promover mais conforto, agilidade e prevenção aos pacientes que são
portadores de Diabetes Mellitus. O Laboratório Abbout informa:

Indicações de utilização O leitor do sistema Flash de monitorização da


glicose FreeStyle Libre (“Leitor”), quando utilizado com o sensor de
sistema Flash de monitorização da glicose FreeStyle Libre ou
FreeStyle Libre 2 (“Sensor”), está indicado para a medição dos níveis
de glicose no líquido intersticial em indivíduos (a partir dos 4 anos) com
diabetes mellitus, incluindo mulheres grávidas. O leitor e o sensor
foram concebidos para substituir o teste de glicemia na autogestão da
diabetes, incluindo a dosagem da insulina. A indicação para crianças
(entre os 4 e os 12 anos) limita-se a indivíduos vigiados por um
prestador de cuidados com idade igual ou superior a 18 anos. O
prestador de cuidados é responsável pela utilização ou por ajudar a
criança na utilização do leitor e do sensor e também por interpretar ou
ajudar a criança a interpretar as leituras de glicose do sensor. 28 (grifo
original)

Após informações relacionadas ao tipo de indicação de uso, é importante


mencionar que o aparelho não pode ser utilizado por pessoas que apresentem
problemas mentais, pois a falta de entendimento sobre a fixação do aparelho pode
promover alguma irritação psicológica e de outros que realizam constantemente o uso
de vitamina C, pois promove uma interação com o sistema de leitura.

A respeito de como funciona o novo aparelho da Freestyle o Laboratório


Abbout informa que,

O sistema Flash de monitorização da glicose FreeStyle Libre


(“Sistema”) possui duas peças principais: um leitor portátil e um sensor
descartável, o qual usa no corpo. O leitor é utilizado para a leitura sem
fios do sensor e obtenção das leituras de glicose. O leitor também
possui um dispositivo de medição da glicemia e cetonemia
incorporado, o qual funciona com as tiras de teste de cetonemia e de
glicemia FreeStyle Precision. 29 (grifo original)

28
Laboratório Abbout. Aparelho Freestyle Libre Manual de Instruções. Disponível em:
https://freestyle.abbott/content/dam/adc/fds/portugal/documents/ART40988-008_rev-a-freestyle-libre-
manual_1.pdf. Acessado em: 20/set/2023.
29
Idem. Ibidem. Disponível em: https://freestyle.abbott/content/dam/adc/fds/portugal/
documents/ART40988-008_rev-a-freestyle-libre-manual_1.pdf. Acessado em: 20/set/2023.
29

Para melhor entendimento sobre o uso é relevante que o paciente


conheça de forma ilustrativa como é formado o aparelho. O consumidor deve-se
atentar que o seu sistema só irá funcionar com a presença do kit do leitor e de um
sensor que trabalham em conjuntos. O aparelho leitor também consegue ser utilizado
por meio de um aparelho telefônico móvel compatível com o sistema.

FIGURA 5. KIT LEITOR E SENSOR

Fonte: Laboratório Abbout. Aparelho Freestyle Libre Manual de Instruções. Disponível em:
https://freestyle.abbott/content/dam/adc/fds/portugal/documents/ART40988-008_rev-a-
freestyle-libre-manual_1.pdf. Acessado em: 20/set/2023.
30

30
O Laboratório Abbout descreve que o leitor é utilizado para obter
leituras de glicose do seu sensor. Pode-se armazenar aproximadamente 90 dias de
histórico de glicose e notas que introduz sobre atividades, tais como a toma de
insulina, a ingestão de alimentos ou prática de exercício. Esta informação pode ajudá-
lo a compreender a forma como estas atividades afetam a sua glicose. O sensor mede
e armazena as leituras de glicose quando usado no seu corpo. É fornecido
inicialmente em duas peças: uma peça está na unidade do sensor e a outra no
aplicador do sensor. Ao seguir as instruções, prepara e aplica o sensor na parte
posterior da zona superior do braço. O sensor tem uma pequena ponta flexível que é
inserida imediatamente debaixo da pele. O sensor pode ser utilizado por um período
máximo de 14 dias.

Dessa forma, espera-se que os estudos voltados aos desenvolvimentos


de novos produtos para melhoria da qualidade de vida dos pacientes diabéticos sejam
analisados de forma indispensável pelo profissional farmacêutico pesquisador que
almeja criar e desenvolver novas formulações no âmbito da indústria farmacêutica.

Por fim, evidencia-se que o objetivo principal da pesquisa clínica é


oferecer informações respaldadas mediante a realização de estudos bem executados
e que envolvam a ética profissional, com intuito de sempre contribuir com a evolução
da área farmacológica por meio da pesquisa clínica, o que promoverá, desse modo,
mais benefícios à população.

30
Laboratório Abbout. Op. Cit. Disponível em: https://freestyle.abbott/content/dam/adc/fds/portugal/
documents/ART40988-008_rev-a-freestyle-libre-manual_1.pdf. Acessado em: 20/set/2023.
31

CAPÍTULO III. ATENÇÃO FARMACÊUTICA AO PACIENTE COM


DIABETES MELLITUS

A Atenção Farmacêutica é um conceito de práticas profissionais, na qual


o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. Diante desse
contexto, SILVA, ANDRADE e LEITE enfatizam que,

Atenção Farmacêutica é o compêndio das atitudes, os


comportamentos, os compromissos, as inquietudes, os valores éticos,
as funções, os conhecimentos, as responsabilidades e as habilidades
do farmacêutico na prestação da farmacoterapia com o objetivo de
obter resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de
vida do paciente. 31

Nesse contesto, esta consolida-se uma função como indispensável


dentro dos estabelecimentos relacionados à saúde: clínicas, hospitais, farmácias
comerciais entre outros, por tamanha responsabilidade em acompanhar todo o
atendimento ao paciente, desde a entrega dos medicamentos, como orientação de
doses, armazenamento após aberto e descarte no caso de não ser necessário a
utilização completa do medicamento.

No ponto de vista de CIPOLLE, STRAND e MORLEY,

A Atenção farmacêutica, independente do modelo utilizado, tem como


base o acompanhamento farmacoterapêutico, onde o usuário do
medicamento é o ponto de partida. Sempre priorizando o paciente, o
farmacêutico deve acompanhá-lo em todo o seguimento, na tentativa
de buscar resolver problemas relacionados ao medicamento e resolvê-
los dentro de sua competência. 32

Sendo assim, a atuação do farmacêutico e os demais requisitos, tanto


operacionais quanto de infraestrutura, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada –
RDC n.º 44/2009, dispõe critérios e condições mínimas para o cumprimento das Boas

31
Paulo Fernando da Silva; José Rivamar de Andrade; Flávia Regina de Pinheiro Leite. Farmacêutico:
breve trajetória histórica de sua profissão e formação acadêmica. Disponível em
http://geades.com.br/index.php/relecs/article/view/56/50. Acessado em: 01/out/2023.
32
Linda M. Strand; Robert J. Cipolle; Peter C. Morley. O impacto da prática de assistência farmacêutica
no médico e no paciente no ambiente de prática ambulatorial: vinte e cinco anos de experiência.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15579084/. Acessado em: 01/out/2023.
32

Práticas Farmacêuticas, para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação


e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em
farmácias e drogarias e que este profissional deve dispor de uma Sala de Atenção
Farmacêutica, não determinado o espaço, mas deve ser compatível com os serviços
a serem oferecidos.

Nesse mesmo segmento acerca da dispensação de medicamentos, a


RDC n.º 44/2009 dispõe que:

Art. 42. O estabelecimento farmacêutico deve assegurar ao usuário o


direito à informação e orientação quanto ao uso de medicamentos.
Art. 43. Os medicamentos sujeitos à prescrição somente podem ser
dispensados mediante apresentação da respectiva receita.
Art. 44. O farmacêutico deverá avaliar as receitas observando os
seguintes itens:
I - legibilidade e ausência de rasuras e emendas;
II - identificação do usuário;
III - identificação do medicamento, concentração, dosagem, forma
farmacêutica e quantidade; IV - modo de usar ou posologia;
V - duração do tratamento;
VI - local e data da emissão;
VII - assinatura e identificação do prescritor com o número de registro
no respectivo conselho profissional. 33

Segundo este argumento, é importante destacar a importância da


presença física e atuante do farmacêutico no estabelecimento comercial, colaborando
com o paciente na aquisição, levando informações sobre assuntos pertinentes às
prescrições médicas.

Quanto às atribuições do farmacêutico como responsável técnico, a


RDC n.º 44/2009 informa que deverão obedecer ao Conselho Federal e Regional de
Farmácia, além de considerar as legislações de vigilância sanitária vigentes, podendo
o profissional farmacêutico delegar algumas das atividades para outro farmacêutico,
exceto aquelas relacionadas à supervisão e responsabilidade pela assistência técnica
do estabelecimento, bem como aquelas consideradas indelegáveis pela legislação
específica dos Conselhos Federal e Regional de Farmácia.

33
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 44/2009. Disponível em:
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc-44-2009. Acessado
em: 01/out/2023.
33

Em síntese, a atividade da Atenção Farmacêutica no âmbito da farmácia


comercial é uma função de grande relevância que enriquece e promove uma
credibilidade ao profissional farmacêutico.

3.1 ACOMPANHAMENTO AO PACIENTE DIABÉTICO

A função do farmacêutico no manejo de um paciente diabético atrelado


à Atenção Farmacêutica é abordar os fatores de risco associados a patologia, além
da monitorização dos parâmetros de efetividade e segurança vinculados ao
tratamento tanto não farmacológico como farmacológico e no segmento
farmacoterapêutico.

34
A Associação Nacional de Atenção ao Diabetes esclarece que a
Associação Americana de Diabetes realizou em 2022 uma formulação de novos
cuidados específicos para os pacientes diabéticos. Devido às terapias
medicamentosas estabelecidas para o tratamento do vírus COVID19, em que o uso
de corticoides era primordial. Com isso, as reações adversas ocasionadas pelo uso
de diversos medicamentos faziam com que esses pacientes ficassem em estado
crítico de saúde. Dessa forma, o referido órgão estabeleceu que a educação
farmacológica deve ser uma atividade contínua é útil aos pacientes diabéticos, já que
o manejo da Diabetes Mellitus é complexo e requer esforços que envolvem o
monitoramento glicêmico, a adesão ao tratamento, atividade física e mudanças na
dieta.

Diante das informações repassadas pelo referido órgão de saúde,


analisa-se que os pacientes diabéticos devem ser incentivados ao aprendizado do uso
racional de medicamentos e, principalmente, debater as suas preocupações
relacionadas ao uso dos fármacos, como a insulina, que é um dos medicamentos que
mais ocasionam problemas de saúde ao paciente diabético quando utilizados da
forma errada.

34
Associação Nacional de Atenção ao Diabetes. Resumo da Associação Americana de Diabetes de
novas Revisões 2022. Disponível em: https://www.anad.org.br/resumo-da-associacao-americana-de-
diabetes-ada-de-novas-revisoes-2022/. Acessado em: 01/out.2023.
34

35
RUBIN et al. informam em seus estudos que metade dos pacientes
relataram ter problemas relacionados ao uso da aplicação de insulina e que um
número semelhante enfatizou que seus provedores não lhes deram uma solução para
problemas de dor e hematomas relacionados ao uso injetável. Embora o
conhecimento dos produtos para aliviar a dor da injeção fosse elevado entre os
prestadores, especialmente os educadores em diabetes, esta informação não foi
transmitida de forma eficaz aos pacientes.

Diante desse contexto, percebe-se que o paciente diabético que é


insulinodependente necessita de um acompanhamento constante de profissionais que
entendam sobre via de administração correta, como o calibre ideal da agulha para
cada tipo de pele, que sendo utilizada de forma errada ocasionam problemas como
dor no local da aplicação e hematomas.

Seguindo nessa mesma ideia, RUBIN et al. 36 mencionam que existem


diferentes fatores interligados na não adesão ou abandono do tratamento
farmacológico dos pacientes diabéticos, incluindo problemas sociais e econômicos,
pois tem ocorrido cada vez mais a prescrição de medicamentos que são considerados
de alto custo para os pacientes.

Dessa forma, destaca-se o especialista em farmacoterapia, o


farmacêutico clínico que atua na farmácia comercial e que conhece a ampla variedade
de medicamentos que os pacientes podem utilizar de forma gratuita pelo programa de
saúde pública, como, também, aqueles que possuem a mesma formulação ou o
mesmo mecanismo de ação com um custo bem menor, fazendo, então, com que o
paciente não deixe de utilizar a farmacoterapia para o controle da Diabetes Mellitus.

3.2 MÉTODO DÁDER

É importante destacar que o farmacêutico pode contribuir para o cuidado

35
Richard R. Rubin et al. Barreiras à terapia com injeção de insulina: perspectivas do paciente e do
profissional de saúde. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19934459/. Acessado em:
23/set/2023.
36
Idem. Ibidem. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19934459/. Acessado em:
23/set/2023.
35

do paciente em diversas áreas, auxiliando-o individualmente ou com outros


profissionais de saúde, na projeção e no monitoramento de planos terapêuticos, para
melhorar o estado patológico e o tratamento e a adesão.

Vale ressaltar que no acompanhamento farmacoterapêutico, o


farmacêutico pode utilizar o Método de Dáder, que é uma das estratégias na terapia
medicamentosa. BRUNE, FERREIRA e FERRARI relatam que,

O Método se baseia na obtenção da história Farmacoterapêutica do


paciente, isto é, os problemas de saúde que ele apresenta e os
medicamentos que utiliza, e na avaliação de seu estado de situação
em uma data determinada a fim de identificar e resolver os possíveis
Problemas Relacionados aos Medicamentos apresentados pelo
paciente. Após esta identificação, se realizarão as intervenções
farmacêuticas necessárias para resolver os PRM e posteriormente se
avaliarão os resultados obtidos. 37

Portanto, nesta mesma linha de raciocínio, observa-se que o


acompanhamento farmacoterapêutico realizado por essa sistematização é baseado
na resolução de casos clínicos em que o profissional farmacêutico, por intermédio da
Atenção Farmacêutica, elabora todo um plano terapêutico, seguido por anamnese,
orientação ao uso racional do medicamento, procurando sempre uma melhor terapia
medicamentosa para o paciente, onde pode ser incluído o paciente diabético.

No seguimento Farmacoterapêutico do Método de Dáder, MACHUCA,


FERNÁNDEZ-LLIMÓS e FAUS descrevem que o processo se inicia quando o
paciente busca a farmácia por diversos motivos, tais como:

 Consulta ao farmacêutico sobre suas necessidades relacionadas com


o tratamento farmacológico, problemas de saúde ou com referência a
alguma informação sobre sua saúde. São atos profissionais em que
não ocorre a dispensação de medicamentos.
 Dispensação de medicamentos.
 Verificação de algum parâmetro fisiológico do paciente, tais como:
pressão arterial, glicemia, ou qualquer outro que a farmácia ofereça.

37
Maria Fernanda Spegiorin Sala Brune; Ellen Eliane Ferreira; Carlos Kusano Bucalen Ferrari. O
Método Dáder na Atenção Farmacêutica em Pacientes no Município de Pontal do Araguaia-MT, Brasil.
Disponível em: http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/155566/A05.pdf. Acessado em:
23/set/2023.
36

 Solicitação do próprio paciente. 38 (grifo original)

Conforme descrevem os teóricos, a oferta do serviço pode ser realizada


quando o farmacêutico percebe alguma necessidade ou demanda do paciente
relacionada com seus medicamentos. Concretamente, pode ser identificado algumas
situações o paciente procura esclarecimentos ou solicita informações sobre o uso
correto, problemas de saúde ou parâmetro laboratorial.

Recomenda-se ao farmacêutico, no cenário descrito, fazer a oferta


abordando os aspectos positivos da terapia, evitando os negativos, porém promessas
ou abordagens triunfais sobre o sistema farmacoterapêutico devem ser evitadas, já
que nem sempre se atinge os resultados planejados.

Dando continuidade ao assunto, MACHUCA, FERNÁNDEZ-LLIMÓS e


FAUS esclarecem que no primeiro contato com o paciente devem ser analisados
aspectos prévios a serem considerados:

 (...) evitar qualquer interrupção, como por exemplo, ligações


telefônicas, atenção a outro processo da farmácia ou aos funcionários
da mesma.
 É aconselhável não fazer em uma mesa típica de escritório, sendo
conveniente que se utilize uma mesa redonda ou pelo menos evitar
estar um frente ao outro, facilitando a proximidade e eliminando
barreiras que causem distanciamento e limitem a confiança na
comunicação.
 A relação pessoal do farmacêutico com o paciente deve ter as mesmas
qualidades que uma boa equipe de trabalho.
 Mostrar interesse ao que o paciente expõe. Este deve sentir, ao
finalizar a entrevista, que tem um profissional em quem pode confiar
com relação a sua saúde. 39 (grifo original)

Observa-se que os teóricos mencionam um ambiente correto dentro da


Farmácia Comunitária, onde se faz necessário dispor de um local para esse tipo de
atendimento, que deve ser distinto no balcão. Para obter mais informações

31
M. Machuca; F. Fernández-Llimós; M. J. Faus. Método de Dáder: Manual de Acompanhamento
Farmacoterapêutico. Disponível em: http://www.phrmanet.com.br/atencao/metododader.pdf&ved=2ah
UKEwjXqqq1bvpAhULGbkGHAeE2BP0QFjACegQIAxAB&usg=AOvVaw2DRp3F5D-DOGwKDB9Nfy.
Acessado em: 23/set/2023.
32
Idem. Ibidem. Disponível em: http://www.phrmanet.com.br/atencao/metododader.pdf&ved
=2ahUKEwjXqqq1bvpAhULGbkGHAeE2BP0QFjACegQIAxAB&usg=AOvVaw2DRp3F5DDOGwKDB9
Nfy. Acessado em: 23/set/2023.
37

necessárias, problemas de saúde devem ser observados no momento de fazer uma


pergunta aberta ao paciente com relação à saúde e ao uso de medicamentos. Em
conclusão a esse processo, o farmacêutico sinaliza ao paciente que irá avaliar o caso
e, posteriormente, entra em contato ou deixa agendada uma data para um novo
encontro.

40
Segundo AGUAS, MIGUEL e VENEGAS, o estado de situação de um
paciente se define como a relação entre seus problemas de saúde e seus
medicamentos, em uma data determinada. Na anamnese realizada pelo farmacêutico
o estado da situação é representado em formato de um relato de caso que também
serve como um documento que é utilizado para apresentar casos em sessões clínicas.

Para os autores referenciados, as informações obtidas sobre o estado


do paciente devem ser organizadas para obter uma visão geral, de modo resumido
devendo conter anamnese em relação aos problemas de saúde e do uso dos
medicamentos.

CORRER et al. 41 informam por meio de suas pesquisas com pacientes


portadores de DM, o Método Dáder foi utilizado como um programa de seguimento
farmacoterapêutico nas farmácias comunitárias. Com aplicação da técnica os
pesquisadores conseguiram produzir reduções benéficas de fatores de risco, como o
controle glicêmico mostrados nos exames de hemoglobina glicada e glicose em jejum.

Portanto, observando esta conduta, pode-se dizer que é um recurso que


permite analisar o momento da História Clínica do paciente por meio de uma
anamnese, sendo que deverá ser de uma data específica. Com isso, novas entrevistas
posteriores serão feitas, onde todas deverão conter essa espécie de documento que

33
Yolanda Aguas; Enrique de Miguel; Carmen Suárez de Venegas. Modelo para presentación de casos
adaptado a la metodología Dáder. Disponível em: https:pdfs.semanticscholar.org/ee54/b
604d4c5f5f026d88cb0001d64d635fdcb9a.pdf&ved=2ahUkEwiLpoGn3bvpAhWtGbkGHTzLAjUQFjANe
gQIIBBAB&usg=AOvVaw1_C6ot0rQrapdMKTcL2lzp. Acessado em: 24/set/2023.
33
Cassyano Januário Correr et al. Avaliação econômica do seguimento farmacoterapêutico em
pacientes com diabetes melito tipo 2 em farmácias comunitárias. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/abem/a/3VPfMrF5FWCFZJsJtjxJ8CN/?format=pdf&lang=pt. Acessado em:
04/nov/2023.
38

servirá para avaliar as alterações do estado de saúde do enfermo sendo elaborado


novo estado situacional a cada mudança verificada na saúde do paciente.

3.3 ORIENTAÇÃO AO PACIENTE USUÁRIO DE INSULINA INALATÓRIA


AFREZZA

42
O Laboratório BIOMM traz informações na bula do medicamento
Afrezza a respeito da advertência e restrições do uso desse fármaco, alertando que
está contraindicado a pessoas que possuem problemas de doenças pulmonares,
inclusive a pacientes diabéticos que desenvolvem câncer. Um dos sintomas de maior
gravidade está o broncoespasmo e a fibrose pulmonar, ocasionados devido a muitos
anos de fumo, que dificulta a oxigenação capilar e comprometendo a absorção da
insulina inalatória.

Outras questões importantes estão interligadas aos pacientes que


realizam o uso de medicamentos hipoglicemiantes por via oral e de insulinas
43
subcutâneas. O Laboratório BIOMM informa que o monitoramento da glicemia é
essencial em pacientes recebendo terapia insulínica. Mudanças na concentração de
insulina, fabricante, tipo ou método de administração podem afetar o controle
glicêmico e predispõem à hipoglicemia ou hiperglicemia. Estas alterações devem ser
feitas sob supervisão médica e a frequência de monitorização da glicemia devem
aumentar. O tratamento antidiabético oral concomitante pode precisar de ajuste.

De acordo com o contexto exposto, percebe-se que o paciente que


possui outras comorbidades, além da Diabetes e faz uso de Afrezza®, necessita de
cuidados e de um rigoroso monitoramento farmacoterapêutico, principalmente
relacionado ao controle glicêmico e reações adversas.

44
De acordo com KATZUNG, uma reação adversa é uma resposta
prejudicial ou não intencional a um fármaco. Esse evento é considerado a quarta

32
Laboratório Biomm. Op. Cit. Disponível em: https://biomm.com/wp-content/uploads/2021/01/Afrezza-
bula-profissional-de-saude-COM.pdf. Acessado em: 10/set/2023.
33
Idem. Ibidem. Disponível em: https://biomm.com/wp-content/uploads/2021/01/Afrezza-bula-
profissional-de-saude-COM.pdf. Acessado em: 10/set/2023.
44
Beartram G. Katzung. Farmacologia Básica e Clínica. 2010, p. 65.
39

principal causa de morte, excedendo as que ocorrem por doenças pulmonar, AIDS, e
acidentes causados por automóveis.

Complementando, receitar um fármaco inapropriado para um paciente,


tem como consequência o desenvolvimento de contraindicações causadas por outras
doenças que esse paciente possa ter, comprovando que pode haver um
conhecimento insuficiente sobre outros fármacos que ele está tomando ou
informações escassas sobre as possíveis incompatibilidades físico-químicas entre os
fármacos que possam reagir entre si.

LEE complementa:

Reações adversas a medicamentos são importantes e deveriam ser


consideradas no diagnóstico diferencial de uma ampla variedade de
condições, afinal qualquer sistema corporal pode ser afetado e
mimetizar alguma doença. Uma reação adversa a um medicamento é
uma reação indesejada e prejudicial que ocorre após a administração
de um fármaco ou combinação de fármacos sob condições normais de
uso e possivelmente relacionadas a medicamento. 45

Nesse sentido, a autora explica que o uso seguro de medicamentos é


muito importante para médicos, farmacêuticos, enfermeiros, autoridades regulatórias,
indústrias farmacêuticas e população em geral. Embora os prescritores visem ao uso
de fármacos que ajudem os pacientes sem prejudicá-los, nenhum medicamento é
administrado sem risco. Logo, é essencial que todos os envolvidos tenham algum
conhecimento sobre os efeitos adversos potenciais dos medicamentos.

Sobre a questão do paciente diabético que usa Afrezza® necessitar de


46
um monitoramento especial, ARAUJO et al. informam que a relação direta entre o
farmacêutico e o paciente, fundamentada na orientação e no acompanhamento do
usuário dos medicamentos é o momento mais importante no trabalho do farmacêutico,
pois esse profissional é aquele que detém todo o conhecimento, inclusive na
dispensação.

45
Anne Lee. Reações Adversas a Medicamentos. 2009, p. 20.
46
Aílson da Luz André de Araújo et al. O Perfil da assistência farmacêutica na atenção primária do
Sistema Único de Saúde. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v13s0/a10v13s0.pdf. Acessado
em: 30/set/2023.
40

Ainda nesse contexto, fica claro que a atuação do farmacêutico nas


farmácias comerciais é fator exigido e regulamentado por Lei, devendo os
estabelecimentos comerciais seguirem as condições e os critérios mínimos para a boa
prática dos serviços farmacêuticos.

Enfim, constata-se que essa prática profissional, reveste-se de uma


série de funções, atitudes, compromissos, comportamentos, valores éticos,
conhecimentos responsabilidades e habilidades deste profissional na prestação da
farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos,
eficientes e seguros para prevenir, informar e resolver um Problema Relacionado a
Medicamentos – PRM, privilegiando a saúde e a qualidade de vida do paciente para
a saúde e a qualidade de vida do paciente.

SCHENKEL disserta que: “(...) de um modo geral, o consumidor não tem


conhecimentos suficientes e necessários para escolher seus próprios recursos
terapêuticos, fato que ocorre com frequência e faz com que essa prática seja bastante
danosa para a saúde.” 47

Por se tratar do uso de medicamentos que estão recentemente no


mercado farmacêutico, os usuários poderão não ter as informações que se fazem
úteis desse tipo de fármaco, sendo algo bem presente dentro das farmácias
comerciais, onde é cada vez mais frequente os indivíduos utilizarem drogas prescritas
no consultório médico e não terem recebido uma orientação adequada.

Vale ressaltar que o uso de medicamentos de forma incorreta acarreta o


agravamento da doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder
determinados sintomas. Se o remédio for a insulina inalatória, o profissional
farmacêutico deverá informar sobre os riscos relacionados à dosagem alta e seus
efeitos colaterais no organismo. Em certos pacientes, o referido fármaco pode não
apresentar uma boa farmacoterapia fazendo, então, com que sejam prescritas doses
elevadas de insulina subcutânea para ajudar no controle glicêmico.

47
Eloir Paulo Schennkel. Cuidados com os medicamentos. 2012, p. 19.
41

CAPÍTULO IV. PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo tem como principal finalidade coletar dados a partir


das respostas emitidas de um roteiro de entrevista com farmacêuticos atuantes em
farmácias comerciais localizadas na cidade de Fortaleza-CE.

TARTUCE destaca que: “O sentido formativo no atendimento de uma


missão, a estrutura organizacional e a dinâmica processada têm como objetivo
produzir conhecimento, contribuindo para o avanço da ciência e para o
desenvolvimento social.” 48

De acordo com a teórica mencionada, percebe-se que o intuito da


existência da pesquisa é promover mais conhecimento e esclarecimento a respeito de
um determinado assunto, contribuindo, assim, com a propagação de novos
conhecimentos. Logo, por meio da investigação e do levantamento de dados, define-
se algo a respeito do tema pesquisado.

Ainda de acordo com TARTUCE, “A pesquisa é realizada quando se tem


a problemática e não se tem, de imediato, a informação para solucioná-la. Esse
procedimento sistemático de investigação proporciona a revisão e ampliação do
conhecimento que existe no pesquisador.” 48

Pode-se alegar que o conhecimento científico, por intermédio da


pesquisa, constata variáveis descobertas de aproximação sucessiva da realidade,
fazendo uma combinação particular entre teoria e dados reais. Para que o processo
de pesquisa se inicie, é necessária a busca da solução de algum problema.

4.1 MÉTODO DA PESQUISA

A pesquisa de campo realizada é de natureza qualitativa, e a abordagem


dos dados coletados foi feita a partir de um roteiro de entrevista contendo perguntas,

48
Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Op. Cit. p. 55.
42

com as quais foi possível coletar informações acerca da problemática investigada.


Para complementar o tema, também foi adotado o método quantitativo, que foi
desenvolvido um questionário para os pacientes diabéticos.

SERAPIONI relata que,

Os métodos qualitativos devem ser utilizados quando o objeto de


estudo não é bem conhecido. Por sua capacidade de fazer emergir
aspectos novos, de ir ao fundo do significado e de estar na perspectiva
do sujeito, são aptos para descobrir novos nexos e explicar
significados. De fato, durante a pesquisa, frequentemente emergem
relações entre variáveis, motivações e comportamentos
completamente inesperados, que não surgiriam utilizando um
questionário estruturado, cuja característica técnica é a uniformidade
do estímulo. 49

Por conseguinte, uma das técnicas que podem ser utilizadas para
realização do método qualitativo é a entrevista, que estabelece um contato entre o
pesquisador e o sujeito a quem se dirige, estando mais presente. Tal encontro, para
fins de comprovação científica, torna-se mais palpável e as informações mais precisas
e próximas da realidade, sobre o tema apresentado.

De acordo com TARTUCE,

Pesquisa de campo de caráter quantitativo é a técnica de coleta de


dados de observação direta extensiva. É o resultado da formulação e
da aplicação de uma série ordenada de questões. As questões devem
ser respondidas pelo informante, por escrito, sem a presença do
pesquisador. 50

Dando embasamento ao assunto, a pesquisa quantitativa foi dividida em


duas partes, sendo essa realizada por meio de um questionário presencialmente com
pacientes diabéticos que se encontravam na farmácia comercial adquirindo os seus
medicamentos para o tratamento da doença e os demais foram coletados em um
grupo de uma rede social, o Facebook, destinados a pessoas que fazem o uso do
aparelho FreeStyle Libre.

49
Mauro Serapioni. Métodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em saúde: algumas
estratégias para a integração. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/8MGqFCjhjv
XKQsq37t6q7PK/?format=pdf&lang=pt. Acessado em: 10/out/2023.
50
Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Op. Cit. p. 60
43

4.2 UNIVERSO DA PESQUISA

O universo da pesquisa se caracteriza pela aplicação de um roteiro de


entrevista com 8 perguntas sobre Diabetes Mellitus, a qualidade da farmacoterapia e
do controle glicêmico de pacientes diabéticos, as quais foram repassadas informações
por 7 farmacêuticos atuantes na área de farmácia comercial. Já na pesquisa
quantitativa, o questionário teve como objetivo alcançar o conhecimento dos pacientes
a respeito da insulina inalatória e do uso do aparelho FreeStyle Livre. As pesquisas
foram realizadas no período de 03 de outubro a 16 de outubro de 2023.

4.3 PERFIL DO SUJEITO

Os farmacêuticos responderam às perguntas de acordo com suas


vivências em relação ao tema pesquisado. Todos os entrevistados possuem nível
superior em Farmácia, sendo alguns especialistas e, também, são atuantes em
farmácia comercial.

A identidade dos entrevistados foi autorizada à publicação de acordo


com a Resolução n.º 510/12, do Código de Ética para as pesquisas acadêmicas, que
garante a confidencialidade das informações, a privacidade dos participantes e a
proteção de suas identidades.

Sobre o perfil do sujeito dos pacientes que participaram da pesquisa


quantitativa, foi obtido o resultado de que 67% são do sexo feminino e 33% masculino.
O conceito da idade é de grande importância, pois, dessa forma, pode-se avaliar qual
tipo de faixa etária que a Diabetes Mellitus é mais desencadeada. Sendo então, 33%
os que possuem de 40 a 50 anos, 25% de 30 a 40 anos, 17% com idade de 20 a 30
anos. Os pacientes de mais de 50 anos foram 16% e apenas 9% com menos de 20
anos.

O conceito a respeito do nível de escolaridade dos pacientes também foi


mencionado na pesquisa, pelo fato de que é importante enfatizar o nível de
entendimento que os pacientes podem apresentar para compreender as informações
44

sobre a doenças e os seus cuidados específicos. Portanto, 55% estão os que


possuem apenas o ensino médio, 25% são os que tem alguma graduação de nível
superior, 15% encontra-se os que não terminaram seus estudos e possuem apenas o
fundamental e 5% estão os que já realizaram uma pós-graduação.

4.4 APRESENTAÇÃO DAS ENTREVISTAS

Primeira Entrevista
Nome: Thais Mendonça da Silva
Escolaridade: Bacharelado em Farmácia pela Unifor.
Quanto Tempo de Formação: 5 anos.
CRF: 4243.
Data da entrevista: 8/out/2023.

Antonia Eloá Maciel David: Nos dias de hoje, em seu entendimento como
farmacêutica, os pacientes com Diabetes Mellitus tem conhecimento a respeito dessa
patologia ou procuram informações ao profissional da saúde?

Thais Mendonça da Silva: Boa Tarde! Falando de maneira geral e abrangendo


principalmente a população que é portadora dessa doença, a resposta seria que
possuem somente um conhecimento muito básico e sendo mais específica a respeito
do que a patologia ocasionada como: ficar cego, problemas de má cicatrização de
ferimentos e emagrecimento de forma rápida e que não podem comer alimentos ricos
em açúcar. Alguns na farmácia procuram sim tirar dúvidas, mas é mais a respeito de
quais os medicamentos podem tomar e para saber se a glicemia está normalizada.

Antonia Eloá: Na farmácia comercial, na qual atua, existe prestação de serviços


clínicos ao paciente diabético e quais seriam os mais relevantes?

Thais Mendonça: Sim, a realização de exames de monitorização de glicose como


glicemia capilar e hemoglobina glicada, o acompanhamento farmacoterapêutico
principalmente aos que fazem uso de insulina. Eu sempre tento repassar
conhecimentos de acordo com o perfil de cada paciente e também orientação aos
familiares.
45

Antonia Eloá: A Atenção Farmacêutica deve ser um serviço constante para o


farmacêutico executar. Como é essa atuação na farmácia em que trabalha?

Thais Mendonça: Sim, na rede de farmácia que trabalho é um serviço primordial que
o farmacêutico é bastante cobrado até em números de atendimentos.

Antonia Eloá: Em sua opinião, é de grande importância o farmacêutico acompanhar


os cuidados ao paciente que é insulinodependente?

Thais Mendonça: É de grande importância esse acompanhamento, pois esses


pacientes possuem um perfil de cuidado bem mais detalhado do que os que ingerem
apenas comprimidos, pois esse tipo de indivíduo tem mudanças constantes em sua
taxa de glicose, e com isso, o cuidado precisa ser bastante rigoroso, outra coisa é o
armazenamento dessa insulina, como ela está sendo conservada contribui bastante
para o tratamento do paciente.

Antonia Eloá: Na prática farmacêutica, sabe-se que os pacientes


insulinodependentes estão com um grau mais avançado da patologia e que,
consequentemente, requer um pouco mais de cuidados e atenção. Em contra partida,
estão lançando na indústria farmacêutica, a insulina via inalatória. Qual a sua
consideração sobre esse novo avanço para os diabéticos?

Thais Mendonça: Cheguei a ler sobre o assunto e achei um grande avanço da


indústria farmacêutica, para pacientes pediátricos e idosos que odeiam aplicação de
insulina por meio de injeção, vai ser uma maravilha esse tratamento, mas precisa ser
vista a questão do custo benefício financeiro e como é a ação desse medicamento dá
certo para todo tipo de paciente. Espero que, cada vez mais, a indústria consiga
desenvolver fármacos que proporcionam um melhor conforto ao paciente.

Antonia Eloá: Sobre os novos medicamentos, e mesmo com a inovação de aparelhos


para monitoramento da glicemia, entende-se que a maioria de pacientes diabéticos
não tem acesso financeiro a esses aperfeiçoamentos. Na sua percepção, isso implica
no controle da doença?
46

Thais Mendonça: Realmente nesses últimos 4 anos tivemos uma mudança drástica
em relação a repasse de medicamentos e outros insumos hospitalares para o cuidado
do paciente diabético, principalmente as fitas reagentes de glicemia capilar que eram
distribuídas gratuitamente nos postos de saúde e, hoje, devido ao grande custo as
unidades públicas não realizam mais esse repasse. Com isso, alguns pacientes é que
sofre devido a questão financeira não conseguem realizar a compra desses produtos
e acabam não realizando o tratamento de qualidade.

Antonia Eloá: O aparelho Freestyle Libre oferece maior comodidade para medir a
glicemia, inclusive de forma mais eficaz. Como os farmacêuticos devem orientar seus
pacientes na utilização dessa inovação?

Thais Mendonça: O Freestyle é um dos melhores aparelhos que tem no mercado,


pois possibilita a verificação da glicemia por mais de um método e isso facilita a vida
do paciente. Acredito que as orientações principais estão em ter cuidado com o sensor
que fica instalado no braço, evitar pancada no local e a questão da higienização pra
não prejudicar o sensor. Sempre acompanhar os valores que o sistema apresenta e
caso apresente erro, ele mesmo pode realizar um teste com uma fita cetônica que em
casos de glicemia muito alta o paciente deve ir direto para o pronto socorro.

Antonia Eloá: De acordo com sua opinião, qual a contribuição do farmacêutico para
a população, de maneira geral, deveria ter conhecimento necessário para obter um
controle mais eficaz sobre a patologia diabetes?

Thais Mendonça: Conhecimento sobre dieta e consumo de alimentos que devem ser
evitados e os que devem ser consumidos, repasse de informações a respeito do uso
correto de medicamentos e se forem pacientes que fazem uso de insulina devem
adquirir conhecimentos sobre a conservação da medicação, temperatura correta e
locais de aplicação.

Segunda Entrevista
Nome: Louise Melina Nepomuceno.
Escolaridade: Pós-Graduação em Farmácia Clínica e Hospitalar pela Universidade
Federal do Ceará – UFC.
47

Quanto Tempo de Formação: 5 anos.


CRF: 5400.
Data da entrevista: 08/out/2023.

Antonia Eloá Maciel David: Nos dias de hoje, em seu entendimento como
farmacêutica, os pacientes com Diabetes Mellitus tem conhecimento a respeito dessa
patologia ou procuram informações ao profissional da saúde?

Louise Melina Nepomuceno: Para aqueles que realizam um acompanhamento


farmacoterapêutico de forma correta, com farmacêutico, nutricionista,
endocrinologista, acredito que esse perfil de paciente que é bem assistido possui, sim,
conhecimentos sobre a doença e como manter uma qualidade de vida boa, mas os
que não possuem esse acompanhamento que é grande parte dos pacientes ainda
necessitam de muitas informações e aprendizado.

Antonia Eloá: Na farmácia comercial, na qual atua, existe prestação de serviços


clínicos ao paciente diabético e quais seriam os mais relevantes?

Louise Nepomuceno: Sim, prescrição de exames, teste de glicemia capilar e


avaliação de bioimpedância para avaliar o metabolismo do paciente.

Antonia Eloá: A Atenção Farmacêutica deve ser um serviço constante para o


farmacêutico executar. Como é essa atuação na farmácia em que trabalha?

Louise Nepomuceno: Sim, aqui onde trabalho realizamos uns 50 atendimentos por
dia aos pacientes diabéticos e hipertensos. Devido a loja possuir farmácia popular,
muitos vem adquirir seus medicamentos e recebem uma atenção farmacêutica no
consultório da farmácia.

Antonia Eloá: Em sua opinião, é de grande importância o farmacêutico acompanhar


os cuidados ao paciente que é insulinodependente?

Louise Nepomuceno: Com toda certeza. Insulina é um hormônio que, se não for
aplicado da forma correta ou a glicemia do paciente já esteja baixa e for administrada,
48

esse indivíduo corre o risco de ir parar no hospital entre a vida e a morte. Portanto, se
faz necessário um cuidado especial sim para esses pacientes.

Antonia Eloá: Na prática farmacêutica, sabe-se que os pacientes


insulinodependentes estão com um grau mais avançado da patologia e que,
consequentemente, requer um pouco mais de cuidados e atenção. Em contra partida,
estão lançando na indústria farmacêutica, a insulina via inalatória. Qual a sua
consideração sobre esse novo avanço para os diabéticos?

Louise Nepomuceno: Ainda não vi nada relacionada esse medicamento, mas


acredito que vai ser maravilhoso, pois o paciente consegue utilizar em qualquer lugar
sem a necessidade de conservação de temperatura e que ele mesmo pode
administrar com mais facilidade.

Antonia Eloá: Sobre os novos medicamentos, e mesmo com a inovação de aparelhos


para monitoramento da glicemia, entende-se que a maioria de pacientes diabéticos
não tem acesso financeiro a esses aperfeiçoamentos. Na sua percepção, isso implica
no controle da doença?

Louise Nepomuceno: Olha, no meu ponto de vista, acredito que não implica no
tratamento se o paciente realiza tudo da forma correta, pois, como você mesmo,
explicou, o medicamento é uma opção a mais que traz conforto ao paciente, então,
para os que não tem condição de comprar a insulina inalatória, ainda existem outros
métodos para que o paciente se cuide a não ser que seja um paciente que apresente
problemas na pele que esteja muito sensível e não consiga mais utilizar a insulina
injetável e venha precisar dessa de uso inalatório.

Antonia Eloá: O aparelho Freestyle Libre oferece maior comodidade para medir a
glicemia, inclusive de forma mais eficaz. Como os farmacêuticos devem orientar seus
pacientes na utilização dessa inovação?

Louise Nepomuceno: Primeiramente, o que posso falar que é um aparelho incrível.


Eu entendo que o paciente deve ser orientado sobre todo o mecanismo de funções
do aparelho, pois não adianta ele ter o aparelho e não saber interpretar os dados que
49

são revelados. Dessa forma, precisa estudar todo o manual de instrução com o
paciente que adquire o aparelho; se o paciente for muito idoso ou não compreender
bem as informações, um parente deve ser orientado para ajudar no manuseio do
aparelho.

Antonia Eloá: De acordo com sua opinião, qual a contribuição do farmacêutico para
a população, de maneira geral, deveria ter conhecimento necessário para obter um
controle mais eficaz sobre a patologia diabetes?

Louise Nepomuceno: Orientação na dispensação do uso correto medicamentos e


insulinas para o tratamento da diabetes, prescrição de alguns fitoterápicos, orientar a
pratica de exercício físico, acompanhamento com nutricionista e fazer com que o
paciente nunca abandone o acompanhamento farmacoterapêutico.

Terceira Entrevista
Nome: Francisca Nariene Souza Pinto.
Escolaridade: Mestranda em Fisiologia pela Universidade Estadual do Ceará –
UECE.
Quanto Tempo de Formação: 7 anos.
CRF: 7608.
Data da entrevista: 10/out/2023.

Antonia Eloá Maciel David: Nos dias de hoje, em seu entendimento como
farmacêutica, os pacientes com Diabetes Mellitus tem conhecimento a respeito dessa
patologia ou procuram informações ao profissional da saúde?

Francisca Nariene Souza Pinto: O conhecimento que eles possuem é realmente o


básico da doença que é o “acúmulo de açúcar na corrente sanguínea.” Sobre as
informações, eles sempre nos procura na farmácia para tirar dúvidas, principalmente
quando o médico muda a medicação ou muda a insulina, então, temos que repassar
todo conhecimento sobre esses novos medicamentos. Uma das dúvidas principais é
o por quê que tem que tomar mais de um medicamento para o controle da diabetes e
eu sempre explico que cada um vai ter uma função diferente e que se faz necessário
utilizar, pois um complementa o outro.
50

Antonia Eloá: Na farmácia comercial, na qual atua, existe prestação de serviços


clínicos ao paciente diabético e quais seriam os mais relevantes?

Francisca Nariene: Realizamos a prestação de serviço aos pacientes diabéticos


diariamente em alguns dias, dedicamos a realizar ações voltada, para atender melhor
esses pacientes. Os serviços que mais se destacam é a orientação farmacêutica e o
teste de glicemia capilar.

Antonia Eloá: A Atenção Farmacêutica deve ser um serviço constante para o


farmacêutico executar. Como é essa atuação na farmácia em que trabalha?

Francisca Nariene: Aqui, em nosso consultório, realizamos bastante atendimento aos


pacientes diabéticos, inclusive, alguns clientes que são fidelizados em nossa rede
recebem alguns serviços gratuitos, como o teste de glicemia capilar e avaliação
antropométrica para saber se estão perdendo peso.

Antonia Eloá: Em sua opinião, é de grande importância o farmacêutico acompanhar


os cuidados ao paciente que é insulinodependente?

Francisca Nariene: Sim, bastante importante, pois o paciente realizando o tratamento


e o acompanhamento com o farmacêutico, este referido profissional consegue avaliar
se a insulina tem conseguido baixar sua taxa de glicemia, se faz necessário retirar ou
acrescentar algum medicamento, analisa, também, se o paciente está apresentando
alguma interação medicamentosa e se algum efeito adverso tem prejudicado a saúde
do paciente diabético.

Antonia Eloá: Na prática farmacêutica, sabe-se que os pacientes


insulinodependentes estão com um grau mais avançado da patologia e que,
consequentemente, requer um pouco mais de cuidados e atenção. Em contra partida,
estão lançando na indústria farmacêutica, a insulina via inalatória. Qual a sua
consideração sobre esse novo avanço para os diabéticos?
51

Francisca Nariene: Eu ainda não conheço muito bem sobre esse medicamento, mas
acredito que, se ele já foi aprovado pela ANVISA, ele já passou por testes e funciona,
então, tudo que contribua para melhoria da saúde do paciente diabético é valido.

Antonia Eloá: Sobre os novos medicamentos, e mesmo com a inovação de aparelhos


para monitoramento da glicemia, entende-se que a maioria de pacientes diabéticos
não tem acesso financeiro a esses aperfeiçoamentos. Na sua percepção, isso implica
no controle da doença?

Francisca Nariene: Acredito que não implica no tratamento, pois os aparelhos mais
básicos realizam a mesma função.

Antonia Eloá: O aparelho Freestyle Libre oferece maior comodidade para medir a
glicemia, inclusive de forma mais eficaz. Como os farmacêuticos devem orientar seus
pacientes na utilização dessa inovação?

Francisca Nariene: Devem ser oferecidas informações sobre o uso correto do


aparelho e, principalmente, que ele tem um prazo curto de tempo de uso e que seu
tempo de vida é de 14 dias e que vai necessitar da troca de outro.

Antonia Eloá: De acordo com sua opinião, qual a contribuição do farmacêutico para
a população, de maneira geral, deveria ter conhecimento necessário para obter um
controle mais eficaz sobre a patologia diabetes?

Francisca Nariene: Em minha opinião, todo paciente diabético deve receber


orientações mensais a respeito de como está a progressão de sua doença, mas as
informações mais importantes estão na realização do tratamento da forma correta.

Quarta Entrevista
Nome: Thais Marinho
Escolaridade: Bacharelado em Farmácia pela Uninassau.
Quanto Tempo de Formação: 3 anos.
CRF: 8193.
Data da entrevista: 10/out/2023.
52

Antonia Eloá Maciel David: Nos dias de hoje, em seu entendimento como
farmacêutica, os pacientes com Diabetes Mellitus tem conhecimento a respeito dessa
patologia ou procuram informações ao profissional da saúde?

Thais Marinho: Os que chegam até a farmácia demonstram pouco conhecimento


sobre a patologia.

Antonia Eloá: Na farmácia comercial, na qual atua, existe prestação de serviços


clínicos ao paciente diabético e quais seriam os mais relevantes?

Thais Marinho: Sim, exatamente de glicemia e hemoglobina glicada, e orientação


sobre o uso de medicamentos.

Antonia Eloá: A Atenção Farmacêutica deve ser um serviço constante para o


farmacêutico executar. Como é essa atuação na farmácia em que trabalha?

Thais Marinho: Sim, sempre orientamos nossos pacientes.

Antonia Eloá: Em sua opinião, é de grande importância o farmacêutico acompanhar


os cuidados ao paciente que é insulinodependente?

Thais Marinho: Sim, pois orienta sobre armazenamento, dosagem, aplicação da


insulina.

Antonia Eloá: Na prática farmacêutica, sabe-se que os pacientes


insulinodependentes estão com um grau mais avançado da patologia e que,
consequentemente, requer um pouco mais de cuidados e atenção. Em contra partida,
estão lançando na indústria farmacêutica, a insulina via inalatória. Qual a sua
consideração sobre esse novo avanço para os diabéticos?

Thais Marinho: Uma nova alternativa terapêutica, sendo um estudo mais eficiente por
ser via inalatória, não precisa o paciente ser furado para utilização, tornando, assim,
menos incômodo.
53

Antonia Eloá: Sobre os novos medicamentos, e mesmo com a inovação de aparelhos


para monitoramento da glicemia, entende-se que a maioria de pacientes diabéticos
não tem acesso financeiro a esses aperfeiçoamentos. Na sua percepção, isso implica
no controle da doença?

Thais Marinho: Não apenas o controle financeiro, rejeição e negação da condição de


doente, sofrimento e revolta devido às restrições impostas pela alimentação, atividade
física e medicamento. É possível inferir que o enfoque da abordagem educativa não
deve se restringir apenas à transmissão de conhecimentos, mas é importante
englobar os aspectos emocionais, sociais e culturais que influenciam no seguimento
do tratamento.

Antonia Eloá: O aparelho Freestyle Libre oferece maior comodidade para medir a
glicemia, inclusive de forma mais eficaz. Como os farmacêuticos devem orientar seus
pacientes na utilização dessa inovação?

Thais Marinho: Sim, pois ele passa rapidamente a informação em segundos, gerando
conforto ao paciente e melhor controle glicêmico.

Antonia Eloá: De acordo com sua opinião, qual a contribuição do farmacêutico para
a população, de maneira geral, deveria ter conhecimento necessário para obter um
controle mais eficaz sobre a patologia diabetes?

Thais Marinho: Sim, pois ele orienta o uso de insulinas, sobre o controle da glicemia
e outros medicamentos receitados pelos seus médicos.

Quinta Entrevista
Nome: Virna Saraiva
Escolaridade: Pós-Graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica - UFC
Quanto Tempo de Formação: 30 anos.
CRF: 1924.
Data da entrevista: 10/out/2023.
54

Antonia Eloá Maciel David: Nos dias de hoje, em seu entendimento como
farmacêutica, os pacientes com Diabetes Mellitus tem conhecimento a respeito dessa
patologia ou procuram informações ao profissional da saúde?

Virna Saraiva: Os pacientes diabéticos, em sua grande maioria, tem muitas dúvidas
devido ao grande número de informações errôneas nas redes sociais, por esse
motivo, muitos procuram o profissional da saúde.

Antonia Eloá: Na farmácia comercial, na qual atua, existe prestação de serviços


clínicos ao paciente diabético e quais seriam os mais relevantes?

Virna Saraiva: Sim! Glicemia capilar, orientação farmacêutica, entre outras.

Antonia Eloá: A Atenção Farmacêutica deve ser um serviço constante para o


farmacêutico executar. Como é essa atuação na farmácia em que trabalha?

Virna Saraiva: Sim, fazemos o acompanhamento farmacoterapêutico, sempre que


necessário.

Antonia Eloá: Em sua opinião, é de grande importância o farmacêutico acompanhar


os cuidados ao paciente que é insulinodependente?

Virna Saraiva: Sim, pois os pacientes insulínicos dependentes, precisam de um


acompanhamento glicêmico, para não ocorrer os riscos pertinentes ao uso de insulina,
como, por exemplo, a hipoglicemia.

Antonia Eloá: Na prática farmacêutica, sabe-se que os pacientes


insulinodependentes estão com um grau mais avançado da patologia e que,
consequentemente, requer um pouco mais de cuidados e atenção. Em contra partida,
estão lançando na indústria farmacêutica, a insulina via inalatória. Qual a sua
consideração sobre esse novo avanço para os diabéticos?

Virna Saraiva: Seria de grande relevância a insulina por via inalatória, pois
diminuiriam as infecções e os hematomas na pele dos pacientes.
55

Antonia Eloá: Sobre os novos medicamentos, e mesmo com a inovação de aparelhos


para monitoramento da glicemia, entende-se que a maioria de pacientes diabéticos
não tem acesso financeiro a esses aperfeiçoamentos. Na sua percepção, isso implica
no controle da doença?

Virna Saraiva: Com certeza! O monitoramento contínuo da glicose é um avanço para


os pacientes, mas com um custo muito alto.

Antonia Eloá: O aparelho Freestyle Libre oferece maior comodidade para medir a
glicemia, inclusive de forma mais eficaz. Como os farmacêuticos devem orientar seus
pacientes na utilização dessa inovação?

Virna Saraiva: A orientação é feita no sentido de ver a curva glicêmica onde podemos
avaliar os picos cada alimentação e avaliar o gráfico, para saber como está o
monitoramento.

Antonia Eloá: De acordo com sua opinião, qual a contribuição do farmacêutico para
a população, de maneira geral, deveria ter conhecimento necessário para obter um
controle mais eficaz sobre a patologia diabetes?

Virna Saraiva: O farmacêutico é o profissional mais acessível para o paciente


diabético e por este motivo, contribuímos de forma contundente para o controle geral
da doença, fazendo educação em saúde e os monitoramentos de glicemia.

Sexta Entrevista
Nome: Geisiane de Castro Coelho
Escolaridade: Pós-Graduação em Farmácia Clínica e Hospitalar pela Faculdade
FARIAS BRITO
Quanto Tempo de Formação: 5 anos.
CRF: 7431.
Data da entrevista: 10/out/2023.

Antonia Eloá Maciel David: Nos dias de hoje, em seu entendimento como
farmacêutica, os pacientes com Diabetes Mellitus tem conhecimento a respeito dessa
56

patologia ou procuram informações ao profissional da saúde?

Geisiane de Castro Coelho: De acordo com a Federação Internacional de Diabetes,


em 2017, 5,7 milhões de pessoas tiveram DM e não sabe. A minoria sabe a respeito
da doença, mas, não sabe como lidar com ela, poucos procuram o atendimento
farmacêutico.

Antonia Eloá: Na farmácia comercial, na qual atua, existe prestação de serviços


clínicos ao paciente diabético e quais seriam os mais relevantes?

Geisiane de Castro: Sim, existe prestação de serviços, a glicemia capilar realizada


no rastreamento do Diabetes e o exame de hemoglobina glicada.

Antonia Eloá: A Atenção Farmacêutica deve ser um serviço constante para o


farmacêutico executar. Como é essa atuação na farmácia em que trabalha?

Geisiane de Castro: Sim, os serviços prestados pelo farmacêutico para atender as


necessidades de saúde do paciente é de extrema importância. O rastreamento em
saúde, educação em saúde, manejo de problemas de saúde autolimitados,
dispensação conciliação de medicamentos e revisão da farmacoterapia, são os
principais.

Antonia Eloá: Em sua opinião, é de grande importância o farmacêutico acompanhar


os cuidados ao paciente que é insulinodependente?

Geisiane de Castro: Sim. Visto que esse perfil de paciente precisa ser orientado
sobre a importância de adesão do tratamento forma e uso de seus medicamentos.

Antonia Eloá: Na prática farmacêutica, sabe-se que os pacientes


insulinodependentes estão com um grau mais avançado da patologia e que,
consequentemente, requer um pouco mais de cuidados e atenção. Em contra partida,
estão lançando na indústria farmacêutica, a insulina via inalatória. Qual a sua
consideração sobre esse novo avanço para os diabéticos?
57

Geisiane de Castro: Será um avanço significativo para aplicar insulina várias vezes
durante o dia. Sem ser tão incomodo para o paciente.

Antonia Eloá: Sobre os novos medicamentos, e mesmo com a inovação de aparelhos


para monitoramento da glicemia, entende-se que a maioria de pacientes diabéticos
não tem acesso financeiro a esses aperfeiçoamentos. Na sua percepção, isso implica
no controle da doença?

Geisiane de Castro: Acredito que possa interferir, mas não afetaria no controle da
doença.

Antonia Eloá: O aparelho Freestyle Libre oferece maior comodidade para medir a
glicemia, inclusive de forma mais eficaz. Como os farmacêuticos devem orientar seus
pacientes na utilização dessa inovação?

Geisiane de Castro: Freestyle Libre é um aparelho que verifica o nível de glicose no


sangue do paciente diabético. O farmacêutico aplica o dispositivo no paciente, onde o
mesmo, terá oportunidade de ter informações pontuais da sua glicemia e relatório para
levar para seu médico. Com isso, um melhor controle da sua diabetes.

Antonia Eloá: De acordo com sua opinião, qual a contribuição do farmacêutico para
a população, de maneira geral, deveria ter conhecimento necessário para obter um
controle mais eficaz sobre a patologia diabetes?

Geisiane de Castro: O conhecimento e a adesão ao regime são aspetos


fundamentais para um eficaz controlo da diabetes, em que o paciente tem um papel
ativo, e cabe ao farmacêutico prestar o autocuidado e as orientações necessárias para
que o paciente tenha esse controle.

Sétima Entrevista
Nome: Francisco Oliveira Coriolano
Escolaridade: Bacharel em Farmácia na faculdade UNICE
Quanto Tempo de Formação: 3 anos
CRF: 9231
58

Data da entrevista: 09/out/2023.

Antonia Eloá Maciel David: Nos dias de hoje, em seu entendimento como
farmacêutica, os pacientes com Diabetes Mellitus tem conhecimento a respeito dessa
patologia ou procuram informações ao profissional da saúde?

Francisco Oliveira: A grande maioria dos pacientes tem poucas informações sobre
o diabetes, assim, eles buscam sanar suas dúvidas com os profissionais da farmácia.

Antonia Eloá: Na farmácia comercial, na qual atua, existe prestação de serviços


clínicos ao paciente diabético e quais seriam os mais relevantes?

Francisco Oliveira: Sim, mas só os mais básicos, como aferição de pressão arterial
e nível de glicemia.

Antonia Eloá: A Atenção Farmacêutica deve ser um serviço constante para o


farmacêutico executar. Como é essa atuação na farmácia em que trabalha?

Francisco Oliveira: Sim, a presença do farmacêutico na farmácia comercial é sempre


benéfica aos clientes.

Antonia Eloá: Em sua opinião, é de grande importância o farmacêutico acompanhar


os cuidados ao paciente que é insulinodependente?

Francisco Oliveira: Sim, pois o uso indiscriminado da insulina pode trazer malefícios
à saúde do paciente, e causar hipoglicemia.

Antonia Eloá: Na prática farmacêutica, sabe-se que os pacientes


insulinodependentes estão com um grau mais avançado da patologia e que,
consequentemente, requer um pouco mais de cuidados e atenção. Em contra partida,
estão lançando na indústria farmacêutica, a insulina via inalatória. Qual a sua
consideração sobre esse novo avanço para os diabéticos?
59

Francisco Oliveira: Acho bastante benéfico, principalmente para pacientes que


fazem uso de quantidades maiores de insulina.

Antonia Eloá: Sobre os novos medicamentos, e mesmo com a inovação de aparelhos


para monitoramento da glicemia, entende-se que a maioria de pacientes diabéticos
não tem acesso financeiro a esses aperfeiçoamentos. Na sua percepção, isso implica
no controle da doença?

Francisco Oliveira: O custo elevado dos medicamentos sempre é uma dificuldade a


mais para o paciente com diabetes, pois são de uso diário.

Antonia Eloá: O aparelho Freestyle Libre oferece maior comodidade para medir a
glicemia, inclusive de forma mais eficaz. Como os farmacêuticos devem orientar seus
pacientes na utilização dessa inovação?

Francisco Oliveira: Não tenho conhecimento sobre o funcionamento desse aparelho.

Antonia Eloá: De acordo com sua opinião, qual a contribuição do farmacêutico para
a população, de maneira geral, deveria ter conhecimento necessário para obter um
controle mais eficaz sobre a patologia diabetes?
Francisco Oliveira: O farmacêutico pode contribuir com informações sobre o uso
adequado dos medicamentos de controle do diabetes.

4.5 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

A partir das informações coletadas, constata-se que os profissionais


entrevistados relataram que os pacientes que efetuam atendimentos nas farmácias
comerciais, demonstram possuir informações básicas a respeito do que é a Diabetes
Mellitus e as suas consequências ao corpo humano, sendo alguns desses problemas:
muita sede, muita fome, emagrecimento, aumento de açúcar no sangue e problemas
de cicatrização.
60

Averiguou-se que todos os profissionais farmacêuticos realizam algum


atendimento clínico aos pacientes diabéticos que os procuram na farmácia, sendo a
verificação da glicemia capilar e taxa de hemoglobina um dos serviços mais ofertados
aos diabéticos. Alguns informaram que prescrevem exames e encaminham os
pacientes para outros profissionais da saúde para que exista uma avaliação completa.

Dessa forma, comprova-se que todos executam o serviço de Atenção


Farmacêutica na farmácia comercial e que o acompanhamento farmacoterapêutico
deve ser bem mais preciso para os pacientes que fazem uso de insulinas para que
seja evitado problemas de saúde como a hipoglicemia que é um incidente bem
recorrente dos insulinodependentes.

Quase todos os entrevistados informaram que conhecem a tecnologia


do aparelho Freestyle Livre e que o seu uso traz alguns benefícios diferenciados pelo
fato de ser um aparelho que realiza uma curva glicêmica mais precisa, não existe a
necessidade de estar perfurando a pele do paciente para que exista a verificação da
taxa glicêmica, mas o referido equipamento também apresenta algumas
desvantagens como o curto prazo de uso e o alto custo para estar renovando o sensor
que dura somente 14 dias.

A pesquisa, então, confirmou que os farmacêuticos afirmam ser uma


grande vantagem a produção de novos medicamentos para o tratamento da Diabetes
Mellitus, que, embora em certas situações, como os problemas econômicos, torna-se
inviável para os pacientes utilizarem os referidos fármacos que tem sido novidade,
mas algo bom a destacar é que os pacientes não deixam de realizar o tratamento para
a doença, pois existe um amplo recurso de medicamentos que o custo benefício são
acessíveis para o controle da glicemia do paciente.

Por fim, percebe-se que o profissional farmacêutico pode, de diversas


formas, contribuir para que a população, de maneira geral, obtenha conhecimentos
específicos a respeito da Diabetes Mellitus como, também, dos medicamentos que
fazem uso. O método mais qualificado e citado pelos entrevistados foi a educação em
saúde a respeito do uso racional de medicamentos, realizar uma adesão aos
programas de controle e tratamento para pacientes diabéticos e o repasse de
61

informações sobre o autocuidado que o paciente deve ter com eles mesmos, como,
por exemplo, verificar a glicemia, a realização de dieta e prática de exercícios físicos.

4.6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

O questionário para a pesquisa apresentada, foram selecionados 53


pacientes com a patologia crônica de Diabetes Mellitus, dentre elas a DM gestacional,
a DM tipo 01 e a DM tipo 2. Tendo como objetivo essencial demostrar o perfil e
características do paciente com Diabetes Mellitus.

GRÁFICO 1. TIPOS DE DIABETES

16% TIPO 01
TIPO 02
32% GESTACIONAL

52%

No Gráfico 1. estão as respostas relacionadas ao tipo de Diabetes


Mellitus que o paciente desenvolveu, onde 52% responderam que possui a Diabetes
do Tipo 2 com 32% estão os indivíduos que possuem a Diabetes do Tipo 1 e 16%
estão as mulheres que informaram ter desenvolvido Diabetes gestacional.

GRÁFICO 2. QUANTO TEMPO TEM CONHECIMENTO DA DOENÇA

14% 12% MENOS DE 3


ANOS
3 A 5 ANOS

31%
43%

No Gráfico 2. observa-se que com 43% estão os pacientes que


62

descobriram no período de 3 a 5 anos que possui Diabetes, com 31% estão os que
descobriram a doença há 5 a 10 anos, 14% estão os pacientes que possuem de 10 a
30 anos, com 12% estão nos que descobriram recentemente no período de menos de
3 anos.

GRÁFICO 3. TIPO DE ACOMPANHAMENTO FEITO PELO PACIENTE:

9%

32%
ENDOCRINOLOGIST
59% A
MÉDICO

OUTRO
ESPECIALISTA

Identifica-se no Gráfico 3. o tipo de acompanhamento utilizado pelos


pacientes onde 59% são fazem acompanhamento com médico endocrinologista, 32%
com clinico geral e 9% com outras especialidades.

GRÁFICO 4. ACOMPANHAMENTO COM FARMACÊUTICOS

10%
SEMPRE

19% PERIODICAMENTE

NUNCA

71%

O Gráfico 4. informa que 71% dos pacientes abordados receberam


orientação a respeito do uso do medicamento com o profissional farmacêutico e 19%
receberam periodicamente e somente 10% nunca obtiveram acompanhamento
farmacêutico.
63

GRÁFICO 5. TEM CONHECIMENTO DOS NOVOS MEDICAMENTOS E INOVAÇÃO


DE APARELHOS

20%

NÃO SIM

80%

No Gráfico 5. é destacado a respeito do nível de conhecimento que os


pacientes tem a respeito dos novos medicamentos lançado, no mercado, como
também dos aparelhos de tecnologia para controle glicêmico. 80% responderam que
não possuem e 20% responderam, que tem conhecimento sobre os novos
medicamentos e aparelhos. Vale ressaltar que o medicamento Afrezza e o aparelho
de glicemia Freestyle Livre foram apresentados por meio de foto para que o paciente
consiga entender do que se trata os novos tratamentos de cuidados que estão sendo
utilizados no mercado farmacêutico atual.

GRÁFICO 6. MEDICAMENTOS PARA CONTROLE DA DIABETES QUE UTILIZA

MEDICAMENTOS PARA DIABETES


90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
GLIFAGE DIAMICRON FORXIGA GLIBENCLAMIDA NESINA MET GALVUS MET
(Metformina) (Glicazida) (Dapagliflozina)

GLIFAGE (Metformina) DIAMICRON (Glicazida) FORXIGA (Dapagliflozina)


GLIBENCLAMIDA NESINA MET GALVUS MET
64

Analisa-se no Gráfico 6. os nomes dos medicamentos que os pacientes


responderam ao serem abordados na pesquisa. Vale ressaltar que alguns pacientes
relataram utilizar mais de uma droga para tratar a patologia. Por conta desse fato, os
resultados totalizaram acima de 100% (mais especificamente, 224% na amostragem).
Dessa forma, foram coletados os seguintes resultados: com 80% estão os que
informam utilizar Glifage (Metformina), 60% estão os que usam Diamicron (Glicazida),
35% fazem uso do Forxiga (Dapagliflozina), 25% informaram usar também
Glibenclamida, Nesina Met com 18% e Galvus Met 6%.

GRÁFICO 7. NO CONTROLE DA DIABETES FAZ USO DE

0%

32%
60%
INSULINA
INALATÓRIA

INSULINA
INJETÁVEL

FREESTYLE LIBRE
8%

HIPOGLICEMIANTES
ORAIS

O Gráfico 7. mostra que a maioria dos pacientes com 60% utilizam


medicamentos hipoglicemiantes orais no controle da Diabetes, 32% estão os que
realizam uso da insulina injetável e 8% utilizam o aparelho Freestyle para verificação
da glicemia capilar e nenhum dos abordados responderam utilizar a insulina inalatória.

4.7 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A partir das informações coletadas na pesquisa que envolve os


pacientes, grande parte informaram que são diabéticos tipo 2, sendo a maioria
usuários de medicamentos hipoglicemiantes orais e que descobriram a sua patologia
no período de 3 a 5 anos. Um ponto positivo dentro dessa vertente é que esses
65

referidos indivíduos ainda conseguiram reverter o seu quadro de saúde pelo fato de
ainda não estarem dependentes de insulina.
Observou-se que quase todos os pacientes possuem um
acompanhamento com médico especialista endocrinologista e que alguns ainda
realizam suas respectivas consultas com o clínico geral. É valido mencionar que, os
pacientes que são considerados insulinodependentes precisam realizar consultas
mais precisas e detalhadas para questões de ação metabólica da insulina e como o
corpo está reagindo. Portanto, o profissional da medicina que entende do sistema
endócrino sempre será a melhor opção para esses referidos pacientes.

Dessa forma, foi possível perceber que o tratamento que é mais prescrito
e utilizado pelos pacientes diabéticos é do uso de fármacos hipoglicemiantes orais,
onde se destaca o uso da Metformina, Glicazida e Depagliflozina. É importante
enfatizar que esses medicamentos são entregues pelo programa do governo brasileiro
de farmácia popular, onde algumas drogas são entregues de forma gratuita e outras
com descontos especiais para facilitar o diabético na adesão ao tratamento
farmacoterapêutico.

A pesquisa mostrou que os pacientes recebem orientação farmacêutica,


mas que ainda poucos possuem conhecimento a respeito dos novos medicamentos
lançados no mercado farmacêutico, como é o caso da insulina inalatória Afrezza®,
inclusive, os pesquisadores não relataram possuir informações a respeito do uso de
produtos tecnológicos para o cuidado e monitoramento da glicemia por meio do
aparelho Freestyle Livre.
66

CONCLUSÃO

Averiguou-se nesta pesquisa que a Diabetes Mellitus é uma das


Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNT que mais tem afetado a população.
Sabe-se que o diagnóstico precoce da doença é fundamental para que seja tratada
rapidamente e diminuam os impactos negativos ocasionados pelo agravamento da
doença.

É valido destacar que, na atualidade, a indústria farmacêutica tem feito


grandes investimentos na produção de novos medicamentos e no desenvolvimento
de sistemas de detecção de glicose para que exista um monitoramento interno e um
melhor controle glicêmico dos pacientes com Diabetes Mellitus.

Como citado na pesquisa, a população ainda possui pouco


conhecimento a respeito dos resultados positivos do uso de novos medicamentos e
aparelhos tecnológicos no tratamento e controle da Diabetes Mellitus. Pelo conteúdo
descrito, nota-se que o Freestyle pode trazer um maior benefício ao paciente que
utiliza esse referido produto, pois, além de resultados glicêmicos, também é possível
avaliar o nível de cetose no organismo de pacientes que possuem uma glicemia bem
descompensada.

Ademais, faz-se necessário que existam treinamentos sobre o uso do


aparelho Freestyle para alguns farmacêuticos que não possuem conhecimento a
respeito do uso e da função do equipamento. Dessa forma, o profissional consegue
desempenhar a sua função de educador da saúde e promover a assistência a saúde
aos pacientes diabéticos.

A pesquisa de campo mostrou que o monitoramento contínuo da glicose


juntamente com o acompanhamento farmacoterapêutico envolvendo profissionais
endocrinologistas e farmacêuticos resulta em uma precisão bem melhor no tratamento
do paciente. Diante do exposto, pode-se inferir que a revolução tecnológica na área
da saúde é uma grande aliada para o tratamento de diversas doenças, inclusive, a
Diabetes Mellitus.
67

Ademais, constatou-se que a Atenção Farmacêutica é essencial no


tratamento e no controle da Diabetes Tipo 1 e 2, que juntamente com o uso de
medicamentos hipoglicemiantes orais e de insulinoterapia quando necessário, os
pacientes diabéticos também devem realizar uma dieta específica e a realização de
atividade física com a finalidade de promover uma melhor qualidade de vida e saúde.

Dessa forma, considerando o que foi exposto, compreende-se que a


problemática e a hipótese levantadas no presente trabalho monográfico foram
respondidas e é de suma importância que o profissional farmacêutico continue a
desempenhar suas funções com a finalidade de promover a saúde dos pacientes
diabéticos.
68

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72

APÊNDICE I. ROTEIRO DAS ENTREVISTAS

1) Nos dias de hoje, em seu entendimento como farmacêutica, os pacientes com


Diabetes Mellitus tem conhecimento a respeito dessa patologia ou procuram
informações ao profissional da saúde?

2) Na farmácia comercial, na qual atua, existe prestação de serviços clínicos ao


paciente diabético e quais seriam os mais relevantes?

3) A Atenção Farmacêutica deve ser um serviço constante para o farmacêutico


executar. Como é essa atuação na farmácia em que trabalha?

4) Em sua opinião, é de grande importância o farmacêutico acompanhar os cuidados


ao paciente que é insulinodependente?

5) Na prática farmacêutica, sabe-se que os pacientes insulinodependentes estão com


um grau mais avançado da patologia e que, consequentemente, requer um pouco
mais de cuidados e atenção. Em contra partida, estão lançando na indústria
farmacêutica, a insulina via inalatória. Qual a sua consideração sobre esse novo
avanço para os diabéticos?

6) Sobre os novos medicamentos, e mesmo com a inovação de aparelhos para


monitoramento da glicemia, entende-se que a maioria de pacientes diabéticos não
tem acesso financeiro a esses aperfeiçoamentos. Na sua percepção, isso implica no
controle da doença?

7) O aparelho Freestyle Libre oferece maior comodidade para medir a glicemia,


inclusive de forma mais eficaz. Como os farmacêuticos devem orientar seus pacientes
na utilização dessa inovação?

8) De acordo com sua opinião, qual a contribuição do farmacêutico para a população,


de maneira geral, deveria ter conhecimento necessário para obter um controle mais
eficaz sobre a patologia diabetes?
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APÊNDICE II. QUESTIONÁRIO

Perfil do Paciente
Nome: (facultativo)
1. Idade:
Menos de 20 anos ( )
20 a 30 ( )
30 a 40 ( )
40 a 50 ( )
Mais de 50 anos

2. Sexo: masculino ( ) feminino ( )

3. Escolaridade:
fundamental ( )
ensino médio ( )
superior ( ) - área: ___________
pós-graduação ( )

4. Sua doença diabética é:


Tipo 1. ( ) Tipo 2. Gestacional ( )

5. Há quanto tempo tem conhecimento da sua doença ?


_______ anos

6. Tem acompanhamento com:


Endocrinologista ( )
Outra especialidade médica ( )

7. Costuma ter acompanhamento farmacêutico?


Sempre ( )
Periodicamente ( )
Às vezes ( )
Dificilmente ( )
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8. Quais são os medicamentos para controle da diabetes que utiliza?


____________; ________________; ____________

9. Você tem conhecimento sobre os novos medicamentos e a inovação de


aparelhos para monitoramento da glicemia?
Sim ( ) Não ( ) Ouvi falar ( )

10. No controle da Diabetes faz uso de:


Insulina injetável ( )
Insulina via inalatória ( )
Freestyle Libre ( )
Hipoglicemiantes orais ( )

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