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Dieterson Debus
Mestre em Desenvolvimento Rural Sustentável pela Unioeste
Instituição: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Endereço: Rua Universitária, 1619, Jd. Universitário. Cascavel/PR.
CEP: 85819-110.
E-mail: dita.debus@gmail.com
Resumo
Com a crescente necessidade de produção de alimentos para o mundo, uma das grandes
oportunidades para o Brasil, está na criação de peixes. Assim, este artigo tem por finalidade
analisar os estudos realizados sobre a gestão financeira na piscicultura familiar. A
metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica em periódicos da área, publicados entre os
anos de 2003 a 2015. Os resultados apontaram que os estudos que abordam em suas pesquisas
à gestão financeira relacionada à piscicultura familiar, especialmente ao controle de custos,
ainda são incipientes, embora que vários artigos já tratam essa temática.
1. Introdução
2. Revisão Bibliográfica
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Debus, D.; Ribeiro Filho, G.V.; Bertolini, G.R.F.
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3. Procedimentos Metodológicos
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Para análise e discussão dos dados levantados foi realizada a tabulação dos mesmos
em uma tabela demonstrativa. Desse modo, a Tabela 1 representa a abordagem dada aos
artigos relacionados à gestão financeira na piscicultura familiar.
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pelos custos na Augusto Ramalho empregada pelos dominação por custos, contudo Gestão e
piscicultura sul- de Souza; Renato piscicultores da região com um deficiente controle dos Desenvolviment
mato- Luiz Sproesser; de Dourados MS, custos operacionais por parte o Regional,
grossense: o Patrícia Campeão especificamente dos piscicultores. 2010.
caso da região pretendendo-se avaliar
de os principais condutores
dourados/MS de custos e analisar a
estrutura de custos da
piscicultura na região.
Gestão do Este artigo pretende
A análise dos dados foi pautada
conhecimento discutir a importância
no modelo fatorial exploratório Revista
na gestão que tem, na sociedade
Maria Montserrat e outro confirmatório, criado Brasileira de
estratégica dos atual, gerir o
Cruz González; mediante o programa estatístico Gestão e
recursos conhecimento das
Francisco Javier AMOS 7.0, os quais permitiram Desenvolviment
humanos no empresas com a fim de
Sánchez Sellero estabelecer relações entre o o Regional,
setor da melhorar o seu
conhecimento e as variáveis 2010.
aqüicultura da rendimento
dependentes que o definem.
Espanha competitivo.
Objetivo avaliar a
sustentabilidade Qualidade da água utilizada para
ambiental do uso de abastecimento dos viveiros de
Emanuel Soares dos esgoto doméstico piscicultura, produzindo um
Avaliação da
Santos; Suetônio tratado na piscicultura efluente de pior qualidade, em
sustentabilidade
Mota; André por meio do Índice de comparação com a água
ambiental do
Bezerra dos Santos; Sustentabilidade afluente. Porém, é válido Eng Sanit
uso de Esgoto
Cleto Augusto Ambiental para Reúso salientar que toda atividade Ambient, 2011.
doméstico
Baratta Monteiro; em Piscicultura produtiva causa algum impacto
tratado na
Rafahel Marques (ISARP), do Índice de negativo, sendo necessário o
piscicultura
Macedo Fontenele Qualidade de Água para desenvolvimento de tecnologias
Reúso em Piscicultura e alternativas que reduzam esses
(IQARP) e do custo impactos.
ambiental (entropia)
O objetivo deste De acordo com os resultados, os
Licenciamento
trabalho foi diagnosticar principais problemas dos
ambiental na
os principais entraves piscicultores em buscar a
piscicultura
que o pequeno produtor regularização ambiental estão
com enfoque na Alinny Dotti; Paulo Revista Ibero‐A
de pescado da região da relacionados à falta de
pequena André Poliano mericana de Ciê
Grande Dourados (MS) informação. No entanto, notou-
propriedade: Valejo; Márcia ncias Ambientai
encontra para a se que os produtores têm
Uma Regina Russo s, 2011.
regularização ambiental, interesse em regularizar a
ferramenta de
assim como conhecer o atividade para obter incentivos
gestão
perfil dessas pequenas fiscais e poder investir na
ambiental
propriedades, no intuito melhoria e expansão da
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empresas, não necessariamente, que esta seja usada pelos piscicultores. Quanto aos custos de
produção, segundo a pesquisa, 62 % dos piscicultores o desconhecem.
Outro fato relevante está em torno do tamanho da lamina d`água da amostra estudada,
que confirmam os dados da pesquisa do IBGE (2006), onde cerca de 33 % dos piscicultores
podem ser considerados familiares.
No ambiente da competitividade, González e Sellero (2009) realizaram um estudo
amplo aplicando um questionário em 99 empresas espanholas do ramo aquícola. Esse estudo
teve como objetivo discutir a importância de gerir um recurso intangível nas empresas, o
conhecimento. Concluiu-se que o método mais adequado se faz pela medição do capital
intelectual da empresa e que este pode afetar a forma de trabalho de toda a organização.
Já no estudo de Santos et al. (2011) foi realizada uma avaliação detalhada quanto à
sustentabilidade ambiental do uso de esgoto doméstico tratado na piscicultura. Vale salientar,
que esse estudo vem de encontro com o que alguns autores relatam sobre o desenvolvimento
sustável relatado anteriormente.
Ainda em relação à gestão ambiental, Dotti et al. (2011) trazem a atividade da
piscicultura no âmbito familiar sob o olhar da gestão ambiental. No referido estudo buscou-se
delinear o perfil dos pequenos produtores da região de Dourados-MS com o objetivo de
diagnosticar os principais obstáculos encontrados para regularização ambiental da atividade.
Os resultados apontaram para a falta de informação dos piscicultores, porém um grande
interesse quanto à regularização para a obtenção de incentivos fiscais e financeiros geridos
por políticas públicas. No entanto, o estudo poderia demonstrar a importância de uma boa
gestão financeira utilizando os incentivos fiscais na melhoria da atividade.
Por outro lado, Vilela et al. (2013) apresentam um estudo quanto a viabilidade
econômico-financeira de investimento em piscicultura em tanques escavados como criação de
tambaquis. O artigo elencou inúmeros indicadores econômicos e de produção demonstrando
um resultado negativo quanto ao retorno financeiro, ou seja, o projeto não é economicamente
viável.
O ponto interessante nesse estudo está na discussão do planejamento da piscicultura
sob um elemento relevante que é o desenvolvimento de ferramentas de controle de gestão dos
aspectos econômicos elencando aspectos de controle de custos e receitas e como essas
ferramentas podem assessorar os piscicultores.
Kodama et al. (2015) realizaram um levantamento bibliográfico com o objetivo de
analisar o ambiente institucional e competitivo da atividade de aquicultura continental para o
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Paraná, recorrendo à teoria da Nova Economia Institucional (NEI). Como resultado constatou-
se que a piscicultura se beneficiou do aumento do consumo no Brasil e o mundo, além da
ampliação no acesso às políticas de crédito e licenças ambientais por parte dos agricultores
familiares, impulsionando a produção. Contudo, o artigo não está diretamente ligado à gestão
da propriedade, mas sim, na competitividade que a piscicultura está inserida e na capacidade
gerencial dos recursos disponíveis.
No estudo de Sabbag e Costa (2015), intitulado ‘Eficiência Técnica da Produção de
Tilápias em Ilha Solteira-Sp: Uma Análise não Paramétrica’, a principal contribuição
cientifica do trabalho está relacionada ao processo de gestão das propriedades piscícolas
elencando uma série de indicadores com objetivo de analisar a eficiência e produtividade dos
piscicultores.
Nesse sentido, o estudo evidenciou que os produtores eficientes são os que produzem
mais com menor quantidade de insumos no ciclo produtivo, considerando gastos com
investimentos e custos de produção, recomendando-se, ainda, a verificação de desperdícios
em relação aos insumos utilizados.
Desse modo, fica claro nos estudos apresentados que a temática da gestão financeira,
na agricultura familiar, vem sendo pouco discutida. Quando delimitada para a piscicultura o
índice ainda é mais restrito. Desse modo, se faz necessário que as pesquisa se voltem para
essa temática considerando a importância da mesma, visto que é através de uma gestão efetiva
e eficaz que é possível obter mais lucros, sustentabilidade da família e permanência desta no
meio em que vivem.
5. Considerações Finais
6. Referências
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