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Comunicação e Expressão

A disciplina inicia os estudos abordando o tema “texto e contexto”, trazendo


exemplos de situações verdadeiras de comunicação e diferenciando os
possíveis sentidos de cada caso. Assim, entramos nas definições básicas de
texto: ouvido, falado, lido e escrito. E nos sete fatores da textualidade: coesão,
relacionando o encadeamento de partes e unidades, coerência, sentido
atribuído por um interlocutor, intencionalidade, o que o autor espera do leitor,
aceitabilidade, o que o leitor espera do autor, informatividade, os dados novos
trazidos no texto, situacionalidade, os atores e locais da comunicação e
intertextualidade, fazendo referência a outros textos.

Estudamos as características de cada fator, suas regras de aplicação e


exemplos, e partimos para os conectivos. São eles: gradação, conjunção
argumentativa, disjunção argumentativa, conclusão, explicação ou justificativa,
contrajunção, argumento decisivo e generalização ou ampliação da informação.
Assim como os fatores da textualidade, estudamos os conceitos e
características de cada conectivo individualmente.

A seguir, trabalhamos com os gêneros textuais: a literatura, o jornalismo, a


academia ou ciência, a religião, o jurídico, a empresa e a escola, além de
outros domínios sociais. Vimos suas definições e exemplos de aplicação.

Ainda na primeira unidade da disciplina, passamos para os conhecimentos


fonéticos. Esse tópico aborda a questão linguística desde nossos órgãos,
trazendo, inclusive um esquema detalhado do aparelho fonador, responsável
pela fala. Estudamos cada um dos fonemas presentes na língua portuguesa,
assim como os locais de articulação vogal necessários para reproduzi-los.

Já na segunda unidade, trabalhamos com a intertextualidade. Após alguns


exemplos, vimos os conceitos de cada tipo de intertextualidade que pode ser
aplicado em produções textuais: temática, que consiste na abordagem de um
mesmo assunto por vários meios; estilística, dada a partir da produção de um
texto por meio de diferentes objetivos, recorrendo ao uso da repetição, imitação
ou paródia; explícita, caracterizada pela presença de citações de fontes do
intertexto; implícita, que recorre ao sentido figurado, não permitindo que o leitor
compreenda seu sentido imediatamente; genérica, definida como um gênero
que exerce a função de outro; e, por fim, a intertextualidade tipológica, que
decorre do fato de poder depreender, entre tipos textuais, um conjunto de
características comuns.

Vimos, também, conceitos breves de pressuposto e subentendido, metáfora e


metonímia e procedimentos argumentativos. Para finalizar a disciplina,
estudamos definições e características de gêneros textuais discursivos
opinativos e informativos, seguidos de alguns exemplos. O artigo de opinião,
onde sua função é convencer o leitor de determinada ideia, influenciá-lo,
transformar valores. A resenha, texto com temática voltada para objetos
culturais, onde o autor seleciona e sintetiza as informações, ampliando o texto
com comentários e informações sobre o tema. E a divulgação científica, que
intersecciona o discurso da ciência e o discurso do jornalismo, enquanto
transmite informação.

Ciências Sociais

Na disciplina Ciências Sociais, iniciamos os estudos com a conceituação do


senso comum, que se dá através da herança cultural, educação informal e
experiências pessoais, e o conhecimento científico, que se dá a partir da
realidade concreta, baseado em experimentações e possui uma ordenação
lógica.

A seguir, vimos as principais contribuições do pensamento sociológico clássico


e alguns autores importantes. Augusto Conte, considerado o fundador da
sociologia, crítico das ideias de Rousseau e das ideias iluministas, defendia
que o reestabelecimento da coesão social só seria possível com a constituição
de uma nova ordem de ideias e conhecimentos representados pelo positivismo.
Émile Durkheim, que também seguia a linha positivista, defendia que os fatos
sociais são de natureza coletiva e se apresentam ao indivíduo como exteriores
e coercitivos, podendo ser identificados a partir da exterioridade, da
coercitividade e da generalidade. Já Karl Marx, que defendia o materialismo
histórico e dialético, foi fortemente influenciado por Hegel, considerando que as
coisas possuem movimento e estão relacionadas uma com as outras; para ele,
é a contradição que atua como verdadeiro motor do pensamento.
Além disso, estudamos os conceitos de classes sociais: a grande burguesia, a
burguesia, o proletariado e o lúmpen. E os conceitos de salário, valor, lucro e
mais-valia. Esses conceitos nos auxiliam na compreensão da formação da
sociedade capitalista brasileira que, ligada ao desenvolvimento da economia
cafeeira em São Paulo, passa pelo processo de industrialização no início dos
anos 1920.

Na segunda unidade da disciplina, o foco vai para a globalização e suas


consequências. De caráter comercial e financeiro, a globalização envolve uma
ampla transformação na esfera do trabalho, modificando técnicas produtivas e
condições jurídicas, políticas e sociais. Com a mobilidade geográfica de fundos,
os mercados futuros, de ações e de acordos com compensação recíproca de
taxas de juros e moedas, significaram a criação de um único mercado mundial
de dinheiro e crédito.

Já no âmbito cultural, as novas tecnologias diminuíram as fronteiras, e a


cultural encontrou horizontes de universalização – o que era local e nacional
pôde tornar-se mundial. Essa cultura globalizada conduz a um processo de
homogeneização dos hábitos de consumo na medida em que os meios de
comunicação difundem um número cada vez mais restrito de modelos de
organização do modo de vida.

Para finalizar, estudamos os movimentos sociais: ações de grupos organizados


que têm como objetivo mudar ou manter as relações sociais. São exemplos: o
movimento feminista, iniciado no século XIX, que busca mudanças
comportamentais através de lutas, dinâmicas e desafios sociais a favor das
mulheres, e é reconhecido nacional e internacionalmente; e o movimento
ambientalista, que almeja a ampliação da consciência ecológica, trabalhando a
partir de ações de conscientização.

Prática de Ensino: Observação e Projeto

A disciplina de Prática de Ensino tem como objetivo direcionar o olhar para


diferentes ambientes educativos, por meio de técnicas de observação, e
relacionar o ambiente educativos não escolar com a educação formal.
O processo de observação engloba três aspectos: fato constante, partindo
sempre de um observador, delimitação da área a ser observada e os
elementos que interferem na observação, como o ângulo, a posição, a
distância, a luz e o realce ou a ocultação dos detalhes.

A prática de ensino se apoia em conceitos que resguardam o rigor científico da


observação, sendo necessário utilizar conceitos com base científica sólida para
que não haja dúvidas sobre as atividades. Foram realizadas técnicas de coleta
de dados para conseguir informações e utilizar os sentidos físicos na obtenção
de aspectos da realidade, incluindo a atenção voluntária e a inteligência,
orientados por um objetivo final e direcionados ao objeto de estudo. A
observação científica requer intenção, percepção, interpretação e descrição.

Na primeira atividade da disciplina, foi solicitado um relato de observação de


ambientes educativos não escolares e ambientes de educação formal. Já na
segunda atividade, o projeto, foi requerido a formulação de uma atividade
multidisciplinar que pudesse ser aplicada nos ambientes observados na
primeira etapa. Essa atividade deveria articular os conteúdos educacionais com
o ambiente não escolar, de modo a apresentar todo o cronograma de
atividades e avaliação.

Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem

Na primeira unidade da disciplina, estudamos três teóricos do desenvolvimento:


Piaget, Vygotsky e Wallon. Jean Piaget, um dos mais conhecidos teóricos na
área da psicologia educacional, tinha como principal campo de estudos o
desenvolvimento da inteligência humana e captou a transformação do sujeito
em cada ganho na estrutura cognitiva que este obtinha ao enfrentar os desafios
que os objetos de conhecimento o impunham; assim, Piaget desenvolveu sua
teoria pelo viés da epistemologia genética, que visa explicar a continuidade
entre processos biológicos e cognitivos.

Com uma abordagem construtivista-interacionista, onde o sujeito constrói seu


conhecimento através de interações com o meio ou contexto, o maior foco do
autor foi o campo da inteligência humana e seus desdobramentos.
Piaget desenvolveu uma teoria para descrever o desenvolvimento cognitivo
que explica detalhadamente a transformação qualitativa que a criança sofre até
se tornar um adulto. Para ele, a criança desenvolve as características que as
demandas do meio social ofertam, construindo ativamente suas funções em
contato com a resolução de problemas que ela aceita enfrentar. Cada fase
dessa transformação o autor denominou como estágios, são eles: Estágio
sensório-motor, estágio pré-operatório ou objetivo-simbólico, estágio operatório
concreto e estágio operatório formal.

Lev Vygotsky foi professor e pesquisador nas áreas de psicologia, pedagogia,


filosofia, literatura e deficiência física e mental, produziu cerca de 200 trabalhos
científicos, com temas que vão desde neuropsicologia até crítica literária. Ele
estruturou um grupo de jovens intelectuais e os estudos deles se baseavam em
um novo modelo de psicologia, uma vez que os modelos daquele contexto
eram por eles criticados. Tratava-se de uma psicologia como ciência natural ou
experimental que, tomando o homem basicamente como um corpo, buscava
explicar processos elementares reflexos e sensoriais, aproximando-se de
outras ciências igualmente experimentais; mas, também, da perspectiva da
psicologia como uma ciência mental, que dava uma entonação mais próxima
da filosofia e das ciências humanas, com uma abordagem mais descritiva,
subjetiva e dirigida a fenômenos globais, sem uma aceitação maior pelos
representantes da ciência. Basicamente, o grupo de intelectuais propunha que
a relação entre o homem e o mundo é uma relação mediada por sistemas
simbólicos; que o funcionamento psicológico se fundamenta nas relações
sociais entre o indivíduo e o mundo exterior, as quais se desenvolvem num
processo histórico; e que as funções psicológicas têm um suporte biológico,
pois são produtos da atividade cerebral.

Henri Wallon foi psicólogo, filósofo, médico e político e adepto a corrente


epistemológica materialista histórica e dialética. Ele buscou a construção do
psiquismo humano e construiu sua teoria pela psicogênese, ou seja, é no início
da vida que a história do sujeito começa a se constituir. Ele afirma que não
adianta buscar uma compreensão sobre o comportamento de uma pessoa
começando por algum momento de sua vida, mas sim deve-se partir de sua
gênese; do nascimento à idade adulta, muitas características se desenvolvem
pelo contato do sujeito com as determinações que o meio lhe impõe. Em sua
teoria, não há como compreender o ser humano longe de suas condições de
existência; essas condições são fatores que implicam diretamente o ritmo do
desenvolvimento. Portanto, o contexto é importante para se compreender o
desenvolvimento humano; podendo propiciar o aparecimento ou a extinção de
formas de ações que modificam e são modificadas dialeticamente pelas
condições que o meio oferece.

Já na segunda unidade da disciplina, estudamos Skinner, Ausubel e Gardner.


Burrhus Frederic Skinner foi psicólogo e conduziu trabalhos pioneiros em
psicologia experimental. Ele foi o propositor do behaviorismo radical,
abordagem que busca entender o comportamento em função das inter-relações
entre história filogenética e ambiental do indivíduo. Ele também escreveu
trabalhos nos quais advoga o uso de técnicas para a modificação de
comportamento, com a finalidade de melhorar a sociedade e tornar o homem
mais feliz.

O psicólogo Ausubel, baseando-se nas teorias de Piaget sobre o


desenvolvimento, pesquisou a fundo a aprendizagem cognitiva e construiu uma
teoria importante sobre como as pessoas se apropriam do conhecimento a
partir da aprendizagem. Diferentemente de Piaget, que pesquisou como o
sujeito constrói seus próprios conhecimentos, Ausubel pesquisou como o
sujeito aprende, o que corresponde ao oposto da teoria piagetiana; por ser uma
teoria da aprendizagem, seu estudo valoriza o trabalho de ensinar do professor
e propicia uma visão bastante interessante sobre como o conhecimento deve
ser ensinado para que atinja uma aprendizagem consistente e duradoura. Para
ele, aprendemos por todos os conjuntos funcionais: afetivo, motor e cognitivo.
No entanto, ele restringiu suas pesquisas ao conjunto funcional cognitivo e aos
domínios racionais do conhecimento humano, fazendo deles um arcabouço
teórico bem consistente.

Finalizando a disciplina, estudamos o professor de cognição e educação,


psicologia e diretor-sênior de Harvard, Howard Gardner, muito conhecido no
ensino de meios para a sua teoria das inteligências múltiplas, uma crítica da
noção de que existe apenas uma única inteligência humana que pode ser
adequadamente avaliada pelo padrão de instrumentos psicométricos. Durante
as duas últimas décadas, Gardner esteve envolvido na concepção de
avaliações de desempenho baseadas na educação para a compreensão e o
uso das inteligências múltiplas, a fim de obter um currículo mais personalizado,
uma melhor instrução e uma pedagogia adaptada.

Metodologia de Arte e Movimento: Corporeidade

A disciplina inicia conceituando a arte e sua função. A arte pode ser definida
como uma maneira de ser ou agir, habilidade natural ou adquirida,
conhecimento técnico, tudo que é de indústria humana; expressão criadora e
processo de produção que elabora a transfiguração do elemento sonoro, do
movimento, da linguagem, dos gestos, das cores, da própria realidade; símbolo
ou manifestação espiritual que permite alcançar a visão direta da perfeição, de
caráter doutrinário. Sua função pode ser descrita como pragmática ou utilitária,
quando a arte não tem a finalidade artística e nem a qualidade estética;
naturalista, quando avalia a correta representação, retratando imagens com
perfeição técnica; e formalista, quando sua função formal se sustenta em sua
apresentação estética, transmite ideias e emoções.

A seguir, passamos por breves descrições da arte em cada um dos


movimentos artísticos, desde a arte rupestre, arte antiga, arte na idade média,
renascentista, maneirista, neoclássica, barroca, rococó, realista, impressionista,
expressionista, cubista, surrealista, abstrata, dadaísta, pop art, land art, op-art,
body art, instalações e hiper-realista.

Além dos movimentos artísticos, estudamos as diferentes modalidades da arte.


A dança, que pode ser classificada como folclórica, histórica, cerimonial ou
étnica; a música, uma das modalidades mais presentes no cotidiano, é como
um meio em que mensagens são transmitidas através de diversos sons; e o
teatro, a arte que consiste em tornar uma história visualmente verdadeira.

Para entrar na área do movimento corporal, estudamos brevemente a história e


conceitos da educação física. Assim, passamos para a definição de
coordenação motora ampla, que consiste no resultado de exercícios realizados
com todo o corpo em harmonia e controle muscular geral; coordenação motora
fina, que desenvolve os pequenos músculos do corpo humano, óculo-manual,
óculo-pedal, músculo-facial e viso-motor; equilíbrio, caracterizado pelo
conhecimento da distribuição do peso do corpo em relação ao centro de
gravidade, determinada biologicamente pelo labirinto e cerebelo; respiração,
que é a movimentação rítmica do ar, ação involuntária e vital; descontração,
aprendizagem desenvolvida no sentido de relaxar os músculos do corpo; e
transversalidade, os movimentos imitativos com o objetivo de desenvolver
memória, linguagem e conhecimento.

Fotografia – Princípios e Técnicas

A disciplina inicia contextualizando a história da imagem fotográfica, partindo


dos descobrimentos ópticos e químicos. Foi durante o Renascimento, na Itália,
por volta do século XIV, que surgiram as referências mais precisas sobre a
câmara escura, descritas no livro de notas sobre espelhos de Leonardo Da
Vinci. Considerada a técnica tradicional da fotografia, a câmara escura,
consistia em possibilitar a passagem de luz através de um pequeno orifício
dentro de um quarto escuro e o objeto refletido na parede oposta aparecia
refletido. A partir desse princípio, pintores e desenhistas utilizavam desse
fenômeno físico para reproduzir retratos com maior fidelidade; até o século XIX,
muitos processos foram evoluindo: a lente colocada sobre o orifício, o jogo de
espelhos foi adaptado, a caixa foi ficando cada vez menor e mecanismos foram
desenvolvidos para facilitar o enquadramento e o aproveitamento da luz.

Já a descoberta da sensibilização à luz de certas substâncias químicas foi,


depois da óptica, o outro aspecto de maior importância à procura do processo
fotográfico. Em 1826, o químico e litógrafo francês Joseph Niépce recobre uma
placa de estanho com betume da judeia e a expõe durante oito horas na sua
câmara escura, em direção ao quintal de casa; apesar de o resultado ser uma
imagem escura e sem nitidez, é considerada a primeira fotografia do mundo. O
processo foi chamado de heliografia, gravura com a luz do sol. Três anos
depois, Niépce se associou ao pintor Louis Daguerre, quem prosseguiu com as
experiências de desenvolver uma substância que fosse mais sensível á luz que
o betume; assim, veio a descobrir o iodeto de prata como substância
fotossensível e o vapor de mercúrio como agente revelador do processo, que
denominou daguerreotipia.
Apesar do sucesso do daguerreótipo, a impossibilidade de se fazerem cópias e
a fragilidade do equipamento fizeram que o escritor e cientista William Henry
Fox-Talbot buscasse solucionar e aprimorar essas limitações técnicas. Ele foi
considerado o primeiro fotógrafo a registrar uma imagem pelo processo
negativo/positivo, permitindo obter várias cópias a partir de uma matriz; após
aperfeiçoar suas pesquisas e adotar como agente revelador o galonitrato de
prata, o negativo era lavado e tratado com uma cera para ficar transparente;
revelado o negativo, obtinha as cópias por contato, num papel sensibilizado
com cloreto de prata. Esse processo ficou conhecido como talbotipia. Ao
método de revelação pelo processo negativo/positivo é atribuído o
desencadeamento da reprodução em série da fotografia e, a partir daí, se
difundiu rapidamente pelos principais centros europeus e norte-americanos em
função das condições econômicas, sociais e culturais dos países onde a
Revolução Industrial se fazia mais evidente. No Brasil, a invenção de Daguerre
chega por volta dos anos 1940, trazida pelo abade francês Louis Compte.

A seguir na disciplina, estudamos alguns gêneros fotográficos: jornalístico,


documental, antropológico e cultural. O fotojornalismo oferece credibilidade ao
texto, informando, denunciando, revelando, opinando e expondo a notícia e,
como o valor informativo vem em primeiro lugar, nesse gênero os valores
técnicos ou estéticos acabam por ser secundários; o fotodocumentarismo é um
conjunto de imagens em sequência, com conhecimentos e significados que
contam uma história; a fotografia antropológica tem em sua raiz o estudo sobre
o homem, retratando o que o antropólogo consegue enxergar e extrair de uma
imagem, trazendo informações visuais significativas; e, por fim, a fotografia
cultural pode ser definida a partir de diversos olhares e compreensões, não
ficando restrita a um único conceito, podendo apresentar-se como elemento
integrador das culturas humanística e científica.

Dados os conceitos, passamos, na segunda unidade da disciplina, para as


especificações técnicas da fotografia. Vimos as definições da câmera
analógica, sendo as compactas de fácil operação e as reflex, ou SLR, mais
robustas e profissionais. Trabalhamos as características de cada elemento da
câmera, o visor, a objetiva, o diafragma, a ISO ou sensibilidade do filme, o
fotômetro e o flash. Vimos, também, o processo de revelação de uma fotografia
analógica em laboratório, como são feitos os testes de vedação, a organização
de um laboratório, os filmes e papéis fotográficos e a ampliação das imagens.

Finalizando a disciplina, na terceira unidade, estudamos a estrutura e


funcionamento da câmera digital. Divididas em três categorias, point-and-shoot,
advanced point-and-shoot e digital single lens reflex, estudamos os seguintes
componentes: objetiva, visor indireto, disparador, flash, leds indicadores, visor,
tela, botões de acesso, diafragma e obturador. Vimos, também, características
como a resolução, a compressão e formatos digitais, os meios de
armazenamento ou memórias, baterias e conceitos de edição, manipulação e
impressão de imagens.

Composição e Projeto Gráfico

Iniciamos a disciplina fazendo a conceituação da percepção: entender a arte e


a busca de referências nas obras do passado. Para Paulo Freire, “aprendemos
a ler a palavra só depois de já estarmos imersos em um mundo de sons e
significados”. A melhor solução para a leitura da obra é conjugar múltiplos
modos de se ler, assim, ampliam-se e tornam-se plurais suas interpretações.

Estudamos cada variável que permite uma ampla descrição da obra de arte e
suas características: a materialidade da obra e os aspectos formais, materiais,
técnicas, dimensão, elementos de imagem, relação dos elementos, título e
ambiente expositivo.

A seguir, vimos a produção a partir da pesquisa e na busca de referências,


trabalhando os seguintes conceitos: contextos e pesquisas, leitura da obra e a
investigação intertextual para se desenvolver a partir de outros textos; contexto
biográfico, que pretende conhecer não a obra em si, mas seu criador,
conjugando a leitura da vida do autor; contexto da história da arte, para
compreender a história da arte em seu sentido cronológico; contexto do
curador, fornecendo a leitura do curador sobre a obra de arte em questão e sua
exposição; podendo ser esse contexto, histórico, político, cultural e/ou
tecnológico. Para Ana Mae Barbosa, o estudo da história da arte será sempre
revisto e atualizado a partir do tempo presente de quem a estuda.
Trabalhamos com o conceito de retórica, onde devemos antes saber qual o seu
uso normal, norma ou nível zero, para então descobrir o desvio sobre o qual o
processo retórico irá atuar. A retórica pode ser definida como a transformação
formal dos elementos de um enunciado, de tal forma que na mesma
intensidade da percepção de um elemento manifesto no enunciado, o receptor
deve supor dialeticamente a intensidade da concepção. Ela atua como
metodologia de análise de imagens e busca, desse modo, refletir sobre como
as imagens atuam e significam.

Na segunda unidade da disciplina, estudamos a composição, para entender os


elementos de construção para a comunicação visual. Os tipos de configuração,
que ajudam na composição, podem ser a real, retratando a realidade e
buscando o naturalismo, ou esquemática, representando o conceito de
esqueleto estrutural, geométrico ou orgânico e agrupando vários elementos
visuais para formar outra imagem.

Outro elemento importante nesta disciplina é a escola de Gestalt. Nela, são


estudadas as partes em oposição ao todo, possibilitando o entendimento da
imagem. Algumas leis criadas da escola de Gestalt: unidade, único elemento
ou parte de um todo; segregação, para separar, identificar, evidenciar ou
destacar; semelhança, igualdade de cor e forma; pregnância, lei básica da
percepção visual, define equilíbrio, clareza e unificação visual de leitura e
interpretação, podendo ser de baixo grau, complicado, poluído ou confuso, e de
alto grau, simples, limpo ou direto.

Vimos, também, a evolução das principais linguagens e estilo da história da


arte. No Renascimento, a preocupação com o individualismo, o racionalismo e
o saber; na fotografia, a perpetuação da imagem realista; no expressionismo, a
busca de inspiração no sentimento e na emoção, com formas distorcidas e
cores estridentes; na arte modernista, a quebra de todos os vínculos com o
clássico e a busca de inovação; no cubismo, a ausência de perspectiva, sem a
representação da natureza; no surrealismo, a expressão dos sonhos, do lúdico
e do subconsciente; no pop art, a produção em relação ao comportamento
social, os meios de comunicação em massa e os produtos e personagens de
consumo popular; e na arte contemporânea, mais atual, que transita entre
diversos meios de comunicação e envolve, ao mesmo tempo, pintura,
escultura, arquitetura, audiovisual e música.

Estudamos a psicodinâmica das cores e o estudo dos tipos. A cor pode ser
definida como o resultado da sensação provocada pela luz sobre os órgãos da
visão, sendo a cor luz a mistura das cores que aparecem com a luz, que
somadas produzem o branco, e cor pigmento a mistura de cores que refletem
com a luz, que somadas produzem o preto. Já na tipografia, estudamos as
nomenclaturas de cada parte de um tipo, a haste, a base, a serifa, a trave, e
suas classificações, estilo antigo, moderno e sem serifa.

Na terceira, e última, unidade, trabalhamos com o projeto gráfico. Na fase


criativa, vimos a importância do planejamento e estudo inicial, ultrapassar a
página branca, elaborar a mensagem e escolher os materiais, veículos,
ferramentas e modelos de emissão da mensagem e aplicação das teorias de
composição, desvendar as plataformas de expressão – desenho, pintura,
colagem, gravura, fotografia – e a aplicação dessas plataformas nos diferentes
meios de comunicação, editorial, embalagem, impressa, digital. A seguir, na
fase de realização e desenvolvimento, trabalhamos com conceito e identidade
visual, que dão unidade à obra, fazendo com que todas as partes do projeto
falem a mesma língua, a identidade visual, além do layout e diagramação, que
servem para a aprovação e execução da arte.

Plano de aula

Tema: Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem - Fotojornalismo - 9º


ano, Ensino Fundamental II

Objetivos
- Explorar, conhecer e identificar trabalhos do fotógrafo brasileiro Sebastião
Salgado, refletir e relacionar os problemas da sociedade com a produção
artística contemporânea, sensibilizar e estimular o pensamento crítico.

Resumo do plano de aula


- Piaget, teórico do desenvolvimento, enfatiza a importância da aprendizagem
ativa e experiencial para o desenvolvimento cognitivo. O autor acreditava que a
aprendizagem se dá através da exploração ativa e da experimentação. Além
disso, defendia que é preciso construir ativamente seu próprio conhecimento.
Para essa atividade, trabalharemos com as fotografias de Sebastião Salgado
para estimular o pensamento crítico através da leitura das imagens e da
produção fotográfica.

Pesquisa - O conteúdo do plano de aula pode ser encontrado na página do


artista no Instagram.

Desenvolvimento
- Apresentação do perfil do artista e suas fotografias.
- Debate com os alunos identificando os problemas sociais retratados nas
imagens.
- Estimular os alunos a criarem suas próprias fotografias, utilizando o próprio
celular e o meio onde vivem para a produção.

Atividade
- Os alunos deverão fotografar uma cena em que haja uma crítica social, no
próprio bairro, utilizando a câmera do celular, que comunique e transmita sua
mensagem ao observador.

Avaliação
- A avaliação se dá pelo interesse do aluno, esmero durante o processo de
criação, e o resultado final da fotografia, demonstrando a mensagem crítica que
o aluno observou.

Referências

UNIP INTERATIVA. Labe-Arte/ArtesVisuais. A mudança do olhar após a


fotografia. Disponível em: https://lab.unip.br/Arte/ArtesVisuais. Acesso em: 12
nov. 2023.

SEBASTIÃO SALGADO. Official profile of photographer Sebastião


Salgado. Instagram: @sebastiaosalgadooficial. Disponível em
https://www.instagram.com/sebastiaosalgadooficial/?hl=pt. Acesso em: 12 nov.
2023.

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