Um suplemento para Ordem paranormal RPG

Chiclete Na Bota
Com inspiração de Gumshoe

Criado por MoonyInspired

APRESENTADO POR 20 NATURAL RPG

 Introdução Ao Sistema
O Sistema de investigação Chiclete Na Bota é uma adaptação no formato de suplemento para
Ordem Paranormal RPG, buscando inspiração em um sistema utilizado por RPGs como “Trails Of
Cthullu” e antigas inspirações para Ordem como “Esoterrorists” e “Fear Itself”, nomeado
Gumshoe.
O princípio básico dessa forma de jogar pode ser resumido em uma frase:

“Em uma cena de investigação, o que importa não é ENCONTRAR as pistas

Mas COMO você as encontra e a INTERPRETAÇÃO que tem delas”

Mas o que isso significa de verdade?
Significa que não serão mais
necessários os testes de investigação, que por
ironia do destino (uma divina comédia),
poderiam lhe entregar 1 natural ao investigar o
mínimo conteúdo, fazendo pistas que estariam
lá “desaparecer” na frente do seu personagem.
Para arrancar a investigação das garras da
sorte, o sistema Gumshoe se utiliza de
“Habilidades Investigativas”, que são
diferentes das “Habilidades Gerais” (usadas
para testes). As investigativas não irão requerer
um teste, e, caso seu personagem possua
aquela habilidade, ao investigar com ela, teria
sucesso automático, encontrando todas as
pistas disponíveis!
O foco da cena de investigação torna-se, então,
a interpretação do personagem e o uso de suas
habilidades, dando a este muito mais
personalidade e presença na gameplay. Além
disso, as pistas passam a ser muito mais
interpretativas, estimulando os jogadores a
serem mais criativos na forma que encontram
pistas e na hora de conectá-las ao mistério
maior.
Dito isso, vamos analisar a adaptação das
mecânicas de investigação para nosso amado
Ordem Paranormal RPG:
As antes mencionadas “Habilidades Gerais” e
“Habilidades Investigativas” não existem no
sistema de Ordem Paranormal, mas possuímos
as Perícias que já estão na ficha. Pela
simplicidade, e utilidade que será explicada
depois, não há necessidade de alterarmos a
ficha. Apenas as utilizaremos de uma nova
forma mais criativa e interativa.
Quando em uma cena investigativa, não mais o
Mestre irá ditar quais os tipos de testes
aplicados por um jogador (na maioria do
tempo). Aqui, a investigação está nas mãos
do jogador e funcionará da seguinte forma:
O Jogador anuncia o movimento de seu personagem e
o descreve, informando ao Mestre qual perícia seu
personagem vai utilizar, e, se o personagem for
treinado nesta, o Mestre, portanto, irá reagir de
acordo, dando a este personagem as pistas que serão
encontradas com o uso dessa perícia.
Imaginemos, então, que um personagem está
em uma sala-de-estar. Nela, há uma
escrivaninha, uma janela, um quadro, um
sofá…
Antes esta personagem teria que
caminhar até a escrivaninha e dizer “Eu quero
investigar a escrivaninha”, para que então o
Mestre lhe respondesse “Faça um teste de
Investigação com Intelecto”. Dependendo do
resultado do teste, os documentos seriam
dados de acordo com sua DT, fazendo com que
a sua existência para o personagem estivesse
atrelada à sorte.
Agora, a existência de papéis, na gaveta, já
está decidida. Apenas depende do jogador
caminhar até a escrivaninha e abri-la, dizendo
ao Mestre:
“Eu quero utilizar (a perícia de) investigação
na escrivaninha!”
Para que o Mestre descreva na escrivaninha
tudo que poderia ser encontrado dentro da
gaveta com a perícia de investigação.
Mantendo em mente que essa descrição é
superficial, valorizando as perguntas que serão
feitas pelas personagens quanto ao contexto
considerando a aparência das coisas.
Portanto, se dentro da escrivaninha havia um
recibo, o Mestre pode descrever (assumindo
que não se possua uma imagem descritiva):
“Você abre a gaveta e revira papéis,
encontrando um recibo de farmácia meio
amassado. Tem a data 21/08/2003, e fala da
compra de duas barras de cereal e uma
Dipirona.”
No entanto, a verdadeira investigação começa
quando os jogadores utilizam suas perícias de
formas criativas, como, por exemplo, se nessa
situação, o player então dissesse:
“Mestre, eu quero utilizar Crime para
checar se a gaveta tem um fundo falso ou
algo parecido.”
O Mestre então poderia não estar preparado
para esta situação e encontrar duas soluções:
Ou fornecer um fundo falso com uma pista
interessante, ou tentar indicar uma linha de
raciocínio com uma ideia, não dando uma
pista concreta, por exemplo:
“A gaveta não tem um fundo falso, mas
pelo seu conhecimento no ilegal, você
percebe que quem quer que estivesse aqui
não parecia estar tentando esconder algo.”
Isso indica um certo desleixo, acrescentando
no perfil de quem quer que estivesse na casa
antes, mantendo o status do que existe ou
não na casa, mas ainda recompensando a
criatividade deste jogador ao tentar utilizar
uma perícia além da investigação.
O uso de perícias em cenas de investigação é
considerado “Uso Investigativo”, e portanto
não requer um teste imediato. Porém, o que
define Uso Investigativo varia de Mestre para
Mestre, logo um Mestre pode considerar o uso
de “Luta” como investigativo, digamos, para
chutar uma porta, e outro ainda requerer um
teste de força, já que isso pode determinar o
estado da porta e do que há atrás dela. (ver
“Quando Pedir Por Testes (Mestre)” )
● Para facilitar o encontro de pistas, o Mestre
pode atrelar a mesma pista a ilimitadas perícias. O
mesmo investigador treinado seria capaz de
encontrar sangue no chão com “Percepção” e com
“Investigação”, por exemplo.
● O Mestre também pode descrever as
pistas como quiser, mas em caso dos jogadores
necessitarem ou pedirem, se pode realizar uma
“Análise Profunda”. Veja mais adiante sobre isso.
 O Que É Análise Profunda?
A Análise Profunda é uma mecânica
inventada para esse suplemento que pode ser
utilizada pelo Mestre e pelos jogadores como
uma forma de dar mais informações aos
jogadores, mas que pode ser utilizada para
deixar a investigação ainda mais complexa e
desafiadora.
A mecânica consiste em um teste de uma
perícia específica ou o uso de equipamento
especializado para conseguir mais informação
sobre a pista, muitas vezes essa informação
pode ser contextual, de forma que ajude os
jogadores a conectar a pista analisada com o
resto da investigação, ou mesmo lhes dar a
resposta de para onde ir. É um recurso que
permite aos jogadores uma forma em história
de pedir ajuda ao Mestre, enquanto também
permite ao Mestre criar pistas mais
complicadas, que poderão ser explicadas em
sequência.
Análises Profundas podem ser feitas:
- Por uma pessoa Treinada na perícia através de
um teste;
- Por uma pessoa Treinada na perícia utilizando
um Kit (ou em um lugar propício como a base da
ordem);
Kits serão itens fornecidos ou comprados que
possuem material básico para procedimentos
relacionados à perícia. E.g. Kit de Medicina, Kit
de Informática, Kit de investigação e outros
customizados.
- Por uma pessoa Veterana na perícia, sem
necessidade de teste.
Bem, voltemos a nosso exemplo anterior: O
jogador encontrou um recibo de uma farmácia
na gaveta da escrivaninha. Digamos que, no
cenário da missão, a data no papel não
condizia com um fato: O dono da casa havia
viajado no dia 18, e morava sozinho. Mas o
jogador não percebeu esse fato, pois era uma
conexão feita com descobertas passadas que
não estavam diretamente na pista. O jogador
poderia pedir:
“Mestre, eu gostaria de fazer uma
Análise Profunda desse papel com a minha
investigação. Aqui mesmo, sou treinado,
mas não tenho um Kit.”
O Mestre então poderia pedir um teste de
investigação com intelecto, e dependendo do
resultado guiar ele até a conclusão relacionada
às datas, podendo dar ainda uma
Retrospectiva para o agente se preferir.
- Retrospectivas (ou Flashbacks) São
descrições de cena que o Mestre pode optar por
fazer para relembrar algo de uma sessão passada,
um movimento criativo ou um momento importante.
Dica: Use os Pontos de Interesse de uma investigação,
também, como pontos da Retrospectiva. O agente que
descobrir material naquele ponto poderá voltar a ele em um
momento de Epifania!
Ou, em outro cenário, o jogador poderia dizer:
“Mestre, eu quero levar esse recibo
até a vã, onde temos equipamento de
pesquisa, e analisar ele com ciências.“
Nesse caso, o Mestre pode não apenas
apontar a inconsistência das datas, mas
fornecer uma digital ou parecido sem a
necessidade de um teste (embora a análise
tome mais tempo dentro do universo.)
Um agente Veterano em uma perícia pode
pedir uma análise profunda sem testes devido
sua proficiência. Vamos ver qual a relação da
evolução nas perícias a seguir;
 Evoluindo nas perícias
No sistema de Gumshoe cada Habilidade Investigativa pode ter até três Pontos, que simbolizam sua
desenvoltura naquele aspecto. Coincidentemente, Ordem Paranormal possui um sistema parecido,
que pode ser utilizado aqui para efeito semelhante:

Não-Treinado (+0): Seu
personagem possui o olhar
de uma pessoa comum
nesse aspecto,
conhecimento geral, que
pode muitas vezes perder o
óbvio. Mas, caso se atente,
com uma boa descrição,
ainda se é capaz de
encontrar pistas e desvendar
mistérios.
Treinado (+5): Seu
personagem é bom nisso,
ele entende mais que a
pessoa comum sobre e é
capaz de saber o tipo de
coisa que está procurando,
portanto, ao investigar com
essa perícia, será capaz de
encontrar todas as pistas
disponíveis, mas ainda
precisa das ferramentas
certas ou de tempo e sorte
para fazer deduções mais
complexas.
Veterano (+10): Você esteve
trabalhando com isso por
anos. Talvez até sem querer,
algumas práticas e linhas de
raciocínio já estão dentro de
você e, portanto, você é
capaz não apenas de
encontrar pistas facilmente,
mas também de fazer
Análises Profundas sem a
necessidade de um Kit ou
um teste.

Expert (+15): Um Gênio. Seu personagem estudou e

trabalhou, aprendeu a vida inteira sobre aquilo e agora
possui conhecimento para ser considerado um dos
melhores do mundo nessa área. Esse conhecimento
não apenas lhe permite fazer análises rápidas, mas
também lhe permite utilizar uma habilidade extra:
- “Só Mais uma coisinha…”: Uma vez por cena, o personagem pode utilizar de suas
habilidades nessa perícia, ou fama*, para impressionar ou coagir o NPC a falar, mesmo sem um
teste, sobre o que sabe sobre o caso. O detetive, então, recebe +1d em testes de Percepção contra
alvos dessa habilidade (um por uso), especialmente se o tópico de conversa envolver a perícia que a
originou.

Essa habilidade se torna disponível quando um personagem atinge Expert em qualquer perícia,
podendo ser utilizada com base em até duas perícias da escolha do jogador. Por exemplo: Se meu
personagem possui Expert em "Investigação" e "Ocultismo", eu posso escolher ambas como base
para a habilidade e, portanto, não será possível utilizar a habilidade com outras.

*A fama é algo opcional, que o jogador pode decidir se o personagem tomará para si ou não, mostrando seus
talentos ao mundo ou preferindo permanecer nas sombras por algum motivo
 Ajudando Seus Amigos

Com o sistema prezando pelo treinamento dos
personagens em cada perícia, podemos
renovar um pouco a mecânica de Ajuda para
testes que não envolvam investigação: Agora,
quando um teste for necessário e o desejo
de ajudar for manifestado, os ajudantes
irão se basear em seu próprio nível de
treinamento na perícia base do teste,
adicionando um bônus numérico ao teste,
com base na rolagem de um dado:
Não-Treinado:1d3
● Fazer um teste de Acrobacia para abrir
uma janela em um galpão escuro pode
ajudar a todos que lá estão.
Incentivamos aos Mestres que limitem o
número de ajudantes em tarefas delicadas
como o manuseio de documentos e a
investigação de artefatos antigos, assim como
prestem atenção a quando um teste pode se
tornar um sucesso automático (Cinco pessoas
com 1 de força conseguiriam levantar um carro
sem teste, por exemplo.)

Treinado: 1d6 Quando um jogador quiser realizar uma

“Análise Profunda” (Não Treinado, Treinado
Veterano: 1d8 sem Kit), não se pode ajudar nesse teste
Expert: 1d10 através da ajuda convencional,
considerando ser uma tarefa que exige
Além disso, se o ajudante decidir utilizar uma muita concentração e cuidado.
perícia diferente que ainda contextualmente
Opcional: A má descrição de uma ajuda, em que
ajude, o Mestre pode decidir pelo tipo de ajuda
fique evidente que a ajuda é mais pelo Bônus que
dada (+1d*, +5 bônus ou etc), dependendo da
pela situação, relação dos personagens ou outros
criatividade e natureza da prática. Isso inclui,
motivos (critério do Mestre), é possível que a
também, Ajuda Geral, ou seja, uma ação que
ajuda, no lugar, atrapalhe, dando alguma forma de
procura melhorar as condições de
penalidade (como subtrair os pontos, ou alguém
investigação para o grupo inteiro. Por
acabar se machucando.)
exemplo:

Dica: um dado de três faces (1d3) pode ser emulado ao se lançar um de seis faces
(d6), em que 4, 5 e 6 também representam 1, 2 e 3 respectivamente.
 Algumas Perguntas…
O que acontece se eu não for treinado em uma perícia que quero usar para investigar?
Como descrito em “Evoluindo Nas Perícias: Não-Treinado”, nesse caso, o Mestre irá pedir uma
melhor descrição da sua ação, algo mais específico que tente ser o mais claro possível, para que
seu personagem encontre com sua curiosidade o que uma pessoa normal não teria encontrado de
primeira, mas que ele conseguiu achar logicamente. Dependendo do Mestre, ele pode pedir ainda
um teste no lugar da descrição, ou ambos, mas o recomendado é que o jogador encontre sempre ao
menos um pouco de informação.

Como ficam as habilidades que envolvem perícias, como “Eclético” ou “Investigação

Científica”?
No caso da Habilidade de Origem “Investigação Científica” (Cientista Forense), ela funcionará como
normal: Ao declarar uma investigação usando outra perícia, o jogador deverá também declarar o uso
da habilidade, fazendo com que o Mestre deixe encontrar as pistas de tal investigação com essa
perícia.
Quanto à Eclético, este também funcionará normalmente, deixando o personagem treinado na
Perícia escolhida, porém, temos um problema de balanceamento. Considerando que Eclético pode
ser repetido diversas vezes, na mesma cena, em diferentes perícias, um jogador poderia repetir
muitas vezes o gasto de PE para ser treinado em todas. No entanto, se o jogador está disposto a tal,
por que tentar impedi-lo? Será contra-produtivo para a própria equipe se encontrar estagnada
investigando a mesma sala repetidas vezes por pistas que levam ao mesmo lugar, então será lógico
que o jogador se interesse mais por conectar as pistas já encontradas do que em encontrar cada
uma das coisas que o Mestre poderia improvisar.

- É possível punir jogadores obstinados fazendo gasto de PE realmente cansar seu

personagem, ou mesmo dar ao mistério uma progressão negativa a equipe pela perda de
tempo: EG. A criatura terá um posicionamento melhor, ou os cultistas talvez cheguem um
passo mais perto de descobrirem que estão sendo seguidos. Além disso, outras repercussões
podem ser encontradas em desvantagens futuras ou penalidades em testes (“Ver página
Bônus e Penalidades da Investigação”).

E perícias relacionais, como “Enganação” ou “Diplomacia” em relação a NPCs?

Enganação, Diplomacia e qualquer outra que exija a interação com um NPC, mesmo que em função
da investigação, ainda pode provocar um teste caso o Mestre o decida. Pessoas vão tentar entender
quando estiverem sendo enganadas, ou se sentirem desconfiadas quando um investigador parece
calmo demais, então suas informações podem ser acessadas através de um teste, ou de boa lábia
mesmo. No final, a interação entre os jogadores e os NPCs é que importa, mas os testes
representam que estes são seres sentientes, ainda que possam ter muita informação (para encorajar
a interação entre jogadores e estes, veja a sessão: “Conversar É Ajudar”.)
 Investigação - Interlúdio
Investigar também pode não ser para todos, e certos personagens preferem não fazê-lo. Além disso,
às vezes uma missão estará tomando muito esforço mental e corporal. Faz sentido, então, que se
possa ter um descanso rápido para recuperar as forças de um combatente ou para relaxar por um
segundo e se lembrar que, apesar de tudo, você é humano.
Por isso Chiclete Na Bota trás a mecânica de Investigação-Interlúdio:

Durante uma cena de investigação do Grau de Urgência Médio, Baixo ou Muito Baixo, um agente
pode decidir não investigar por aquela cena, tendo, então, acesso a uma ação de interlúdio no
lugar. Ao menos uma pessoa deve permanecer investigando pela cena.

Dessa forma, um Ocultista particularmente está dormindo durante uma missão

abalado pela missão pode recuperar seu
fôlego enquanto o Especialista da equipe tenta
progredir no caso… Mas como ficam as ações
de Interlúdio nesse cenário? Bem, depende do
local de investigação.
Alimentar-se, Exercitar-se, Ler,
Manutenção, Revisar o Caso e Relaxar
continuam as mesmas: O personagem
ganhará os benefícios de modo total e utilizará
toda a cena de investigação para isso,
contando que o ambiente da investigação seja
propício (não se pode Ler em uma sala
completamente escura, por exemplo).
Dormir, no entanto, pode variar com o
ambiente e com a urgência: O máximo de
sono que se poderia conseguir, inicialmente, é
um descanso normal, considerando que se
(tecnicamente, no trabalho). Além disso, o
descanso em uma cena de crime pode ser
ainda mais estressante, portanto fornecendo
um Sono Precário, assim como cenas com
Grau de Urgência Médio.
Essa regra não vem apenas para ajudar os
personagens, mas também seus jogadores.
Use cenas de investigação com Grau de
Urgência menores para aliviar um pouco a
tensão da missão, assim uma cena de
investigação se tornará, também, um
descanso emocional e uma ferramenta de
desenvolvimento de personagem para seus
jogadores.
Mas então qual será a interação com cenas de
Grau de Urgência mais altos? Veja a seguir
sobre a Contenda;
 O Que É Uma Contenda?
Uma Contenda começa quando uma cena tem seu Grau de Urgência Alto ou Muito Alto, e o
sucesso nela é determinado com a investigação; Escapar de uma sala cuja porta tem um enigma,
alcançar um objeto amaldiçoado antes de outro jogador, descobrir algo sobre a criatura antes que
ela te ache ou mesmo encontrar uma bomba antes que ela exploda! Vejamos as regras!

O objetivo principal é descobrir algo, o Mestre deve fornecer pistas escondidas que levem até
essa resposta, e os participantes realizam ações por turnos para tentar alcançar o objetivo,
Encontrá-lo termina a contenda. Falhar pode ser fatal. Você deve ser sagaz.

Dessa forma, ao início de uma contenda, os
jogadores rolam iniciativa e decidem a ordem
dos turnos. A cada turno uma pessoa pode
tomar uma das seguintes ações:
Investigar - O jogador procura por pistas utilizando
uma de suas perícias.
Atrapalhar - O jogador usa seu turno para de alguma
forma distrair outro ou o impedir de investigar (lhe
tirando um turno).
Salto Lógico - O jogador usa as informações das
pistas que já tem para tentar deduzir a localização de
outra pista ou da informação principal.
Nessa investigação de urgência será utilizado
também um limite de turnos, sendo 3 o
mínimo de turnos para uma contenda.
Assim, conforme o tempo passa, diferentes
acontecimentos podem atrapalhar os jogadores
na busca da informação. Esse limite é
determinado pelo Mestre, dependendo da
natureza da urgência e da quantidade de
personagens envolvidos.
A cada turno, um jogador que procurar por
uma pista deve encontrar algo que o aproxime
da solução da Contenda. Essas pistas, juntas,
logicamente devem levar até a solução, de
modo que os jogadores envolvidos consigam
desvendar o mistério antes do fim do limite de
turnos. Se o descobrirem, será uma ação livre
falar sobre a informação, terminando
imediatamente a Contenda e a cena,
proporcionando sucesso e segurança. - É
dever do Mestre aumentar a urgência da
situação conforme os turnos de investigação
passam, para, caso não encontrem a
resposta, que as consequências sejam
impactantes aos personagens.
Por exemplo: Se um jogador está preso em
um freezer e, para resgatá-lo, outro deve
encontrar uma senha que está escondida na
mesma sala, a Contenda se inicia e ele terá
uma certa quantidade de turnos para procurar
as pistas. Independente de quando, se ainda
dentro dos limites de turno, o jogador informar
ao Mestre a resposta - no caso, a senha -, ele
conseguiria abrir a porta. Quanto mais turnos
se passassem, maior poderia ser a
penalidade pelo tempo (o outro jogador
poderia, então, receber -5 em testes de
agilidade por ter passado tanto tempo no frio
ou semelhante). Falhar em descobrir a
resposta antes do fim dos turnos resultaria em
dano permanente ao outro personagem, ou
mesmo a sua morte.
E se meus jogadores não conseguirem
descobrir a informação por causa da
pressão?
Você pode se utilizar de uma regra alternativa:
Defina um número arbitrário de pistas que
devem ser achadas usando a criatividade do
jogador. Ao encontrar um número de pistas
equivalente a esse, o Mestre pode decidir
contar a conexão das pistas e terminar a
Contenda. Você pode ter esse número anotado,
pronto para ser usado, mas se lembre que a
resposta é o que mais importa, ou seja: se um
jogador adivinhar a resposta com base nas
pistas, mesmo que ele não tenha encontrado o
número necessário, a cena acaba.
Opcional: Um jogador poderia realizar um
teste de Intuição para perceber quanto tempo
ele ainda pode possuir, que significa dar aos
jogador uma ideia da quantidade de turnos
restante.
O tempo está passando…
Essas regras podem ser utilizadas, também,
para um “combate investigativo” entre
jogadores. A Rolagem de iniciativa
permanece, sendo seguida da escolha de
uma das ações. Quando executadas contra
um outro jogador, as ações os podem colocar
mais perto de conseguir alcançar a resposta
da Contenda, portanto, ao utilizar o sistema
de Pontos/Pistas antes descrito, as ações
podem tomar forma para impactar esse:
Procurar: +1 Pista;
Atrapalhar: -2 Pistas ao jogador adversário;
Salto Lógico: Se o palpite estiver correto ou
fizer sentido, +2 Pistas. Se o palpite não
condizer com a situação, nada acontece,
fazendo o jogador perder este turno.
 Conversar é Ajudar
A Investigação também é feita de pessoas, e portanto é sempre importante ter uma razão para falar
com as pessoas que conhece ao longo da missão. Muitas pessoas são vítimas do paranormal, suas
famílias gostariam de saber algo, ou ao menos conhecer uma mentira que as confortasse… Mas a
confiança traz benefícios também: Isso não será especificamente uma mecânica nova, mas uma
forma de utilizar suas relações com os NPCs. Tudo é uma questão de Manter Contato.

Manter Contato se refere a múltiplas ações como ligar, visitar ou informar de qualquer
maneira as pessoas relacionadas sobre o que está acontecendo. Visitar uma vítima e checar se
ela está bem, ligar para as autoridades e compartilhar pistas, ao longo de uma sessão ou
múltiplas delas. Benefícios podem ser adquiridos a gosto do mestre, mas devem ser
condizentes com a natureza da relação entre os jogadores e npcs.

Manter contato com:

Vítimas, enquanto as mantém longe de
perigo, pode resultar na recuperação parcial
da memória enquanto os investigadores a
ajudam a lembrar do evento.
Relacionados, pode necessitar algumas
enganações ou manipulações da verdade,
mas uma explicação para os acontecimentos
pode motivá-los a ajudar de alguma forma.
Autoridades normalmente é complicado, mas
podem manter uma relação com análise de
pistas, oferta de equipamento ou de reforços
para combate.
Benefícios:
Vítima: Informações lembradas que podem ser
úteis ao caso.
Relacionados: Lugares para dormir, contatos
nos arredores, Aliados mundanos.
Autoridades: Informações analisadas, Aliados
bem equipados, Aliados Investigadores.
- Ver “Aliados” no livro básico de Ordem
Paranormal, página 170 adiante (v1.1)
Importante: Os Benefícios devem ser
relacionados à personalidade e vida daquele
NPC: O guarda-chefe do shopping pode lhes
dar as chaves para uma investigação noturna,
O policial analista pode lhes emprestar o
laboratório ou equipamento. Um lutador
profissional pode se oferecer para lutar ao lado
dos jogadores. Isso fica a critério do Mestre e
da própria interpretação da história.
Mundanos: Pessoas não relacionadas à
missão ou ao contexto, que estão passando
pelas redondezas ou vivendo suas vidas sem
uma demonstração física do Paranormal.
Vítimas: Pessoas que presenciaram ou foram
alvo de um evento Paranormal.
Relacionados: Pessoas ao redor de uma
vítima, sua família, cuidadores, amigos.
Autoridades: Pessoas com autoridade de
investigação que podem estar envolvidas no
caso. Policiais, investigadores… Outros
agentes.
 Investigando o Paranormal,
Esclarecimento;
Como introduzir o paranormal nas cenas de
investigação? Enquanto o sistema de
Gumshoe muitas vezes será focado em
pessoas normais e investigadores descobrindo
um mundo alheio a eles, em Ordem
Paranormal o Outro Lado estará presente e
influenciando tanto a investigação quanto os
personagens. Portanto, a sua influência pode
ser identificada e seguida, como uma pista
material ou como uma força que guia os
personagens a fim dos próprios interesses.
Além de pistas físicas, como a presença de
Sangue Paranormal ou Lodo de Morte em
um local, um agente pode querer investigar
com Ocultismo para sentir a presença do
Outro Lado em um local. Para esse propósito
o Mestre deverá estar atento à presença dos
elementos em uma dada situação: Uma sala
que conteve uma criatura ou foi palco de um
combate obviamente terá rastros, mesmo que
não-físicos, desse confronto. Assim como um
local utilizado para um ritual. A presença de
Cultistas pode ser sugerida através disso.
Além disso, em alguns casos, a presença do
anormal pode provocar mudanças físicas no
ambiente, como uma distorção em certos
objetos ou os amaldiçoando, que também
podem ser utilizadas como Pistas.
A Perícia de Intuição normalmente será
utilizada como uma guia para objetos que não
deveriam parecer, de imediato, importantes.
Como uma chave específica em um molho
inteiro ou um objeto que contém uma pista
invisível. Muitas vezes ela não irá entregar
uma pista completamente, mas irá dar o
caminho para que os jogadores possam
prosseguir.
Bônus e Penalidades da
Investigação;
Uma das vantagens de se jogar com uma
equipe é que todos dão forças uns para os
outros, portanto, quando um membro tem uma
vitória, essa pode ser compartilhada pela
equipe de diversas formas:
Após um uso criativo de perícia, ou uma
descrição muito interessante, talvez um feito
de pura sorte em um teste, o Mestre pode
decidir uma forma de retribuir os jogadores de
seu grupo.
Por exemplo, ao checar uma pintura
utilizando Artes, o artista do grupo percebeu
uma similaridade com outra pintura que
avança o caso, e esse uso criativo pode levar
o Mestre a beneficiar toda a equipe com +2 de
Vontade pelo resto da sessão.
Em outro caso, um NPC poderia estar
presente enquanto um dos agentes
encontrava uma pista escondida, e por isso o
Mestre poderá lhe dar um bônus (+5) em
testes de Diplomacia relacionados ao NPC
presente. Infelizmente, é sempre possível
encontrar jogadores problemáticos que podem
tentar estagnar o ritmo da interpretação ou da
investigação, talvez até mesmo da sessão, e
estes também podem ter um efeito colateral
em sua equipe. Talvez o especialista tenha
ficado obcecado por procurar pistas, e utilizou
vezes demais do antes mencionado Eclético.
A equipe pode ficar desmotivada, tendo -2 em
Vontade pelo resto da sessão. Ou talvez uma
construção tenha sido derrubada pela falta de
cuidado de alguém, o que causaria tumulto na
rua e penalidade em testes de enganação ou
diplomacia da equipe.
 Quando pedir por testes?
(Guia Para o Mestre)
Ainda queremos que testes sejam parte da investigação, mas apenas quando o fator sorte e caos
seja requisitado (como em uma interação humana) ou possa favorecer a experiência. Por isso, o
Mestre ainda está livre para pedir testes de perícias como Intuição, Percepção ou similares quando
os jogadores não estiverem ativamente procurando por pistas, ou quando algo está propositalmente
escondido.
Digamos que nossos investigadores estão caminhando por uma rua normal, em direção a sua
próxima investigação. Ao chegar na rua de uma mansão, por exemplo, o Mestre pode pedir um teste
de Percepção para que os personagens se atentem à porta de uma das casas vizinhas, que tem seu
vidro quebrado, ou de Intuição para perceber que há algo de incomum sobre uma das árvores no
jardim.
Tentar encontrar um objeto, criatura ou pessoa que se encontra furtivo/invisível/camuflado
ainda necessitará de um teste, por mais que se esteja ativamente procurando por tal.
Outra atividade que pode causar confusão são as que envolvem a perícia [Tecnologia], no sentido
de buscar dados em computadores, celulares e similares. Nesse caso:
- Se a informação, documento ou arquivo, está diretamente no aparelho da busca e pode ser
encontrada facilmente em sua memória, um agente treinado pode fazer uso da perícia de
Tecnologia como "Uso Investigativo", adquirindo as pistas sem teste.
- Se o agente deseja fazer uma busca empenhada do objeto para procurar dados já apagados
ou metadados, similares, seguem-se as regras de uma Análise Profunda.
Se o personagem deseja fazer uma busca na Internet ou em qualquer rede de dados variável (base
de dados da ordem, fóruns, etc), o Mestre deve pedir um Teste de Tecnologia devido à sua
aleatoriedade.
Isso significa que, pela simplicidade, podemos definir Uso Investigativo como uso de uma perícia
que te leve mais perto de encontrar uma pista que está lá sem a danificar. Dessa forma, se um
jogador tentar um método agressivo (como usar a perícia de Luta para investigar), ele estará sujeito
a um teste, já que pode provocar um dano, ou uma procura na internet, como antes dito, provocará
um teste porque as pistas não estão diretamente ali. Esse conceito é customizável, mas o que
importa é ter uma noção de quando pedir testes irá melhorar a experiência da equipe.
 O Mundo;
Pequeno Guia de Ambientação.
Terminaremos este homebrew com uma sugestão a você, Mestre ou jogador, que agora se interessa
por jogar um jogo de Ordem Paranormal mais investigativo ou mais parecido com o que se
parecem os jogos de Gumshoe, ou Call of Cthullu: vamos tentar criar um cenário investigativo
juntos!
Comecemos com algo importante: Queremos adquirir o sabor de um mistério, de forma que para
isso devemos colocar os Jogadores distantes do conhecimento e, talvez, distantes do seu próprio
mundo, usando de tempos diferentes dos nossos ou localidades remotas. Além disso, O Paranormal
não deve ser conhecido por todos, mas algo que se esconde nas sombras, nas frestas do armário e
nos sonhos. O Paranormal é uma mancha na racionalidade da nossa vida, e os investigadores são
quem mais se deparam com elas.
Podemos, então, começar com um romance policial de época e dizer que a história se passará em
um bairro pequeno, no qual a Internet ainda não chegou e onde um caso muito estranho de
assassinato aconteceu. Os carros são clássicos, e se pudéssemos imaginar essa rua, ela teria
casas baixas e talvez apenas um prédio com três andares, e a imagem estaria com um filtro amarelo
desbotado.
Dessa forma, como criar personagens principais para uma trama como essa? Bem, estes podem ser
vítimas, relacionados, ou, principalmente, Investigadores. Pessoas cujas vidas são, ou ainda serão,
açoitadas pelo desconhecido através do que parece ser humano - mas está longe de ser.
Mantenhamos aqui que os personagens não conheceriam A Ordem, ou seriam parte de algo alheio
a ela. Eles são seus próprios personagens, tentando ganhar dinheiro em tempos difíceis.
Mas o que eles fazem? Resolvem. Resolvem os problemas que a força local não consegue,
descobrem o que acontece através dos próprios meios. Investigadores serão os heróis da sua
história porque eles estão aqui para descobrir como aconteceu, onde e quem o fez. Investigadores
podem ser bem reconhecidos, não apenas pelas pessoas, mas também pela Polícia, então, mesmo
não fazendo parte da Ordem, um contratante particular ou a própria força do estado pode os levar
até o caso em questão, os fornecendo tipos de equipamentos, automóveis e coisas parecidas.

Como funcionam as classes? Do mesmo jeito de sempre, a mudança é primariamente em como se

interpreta seu personagem. Um Especialista é apenas um investigador muito interessado pela parte
da exploração, um combatente nasce de alguém com o espírito de luta, mas já que não se possui
treinamento de um Agente da Ordem, você terá que aprender essas coisas sozinho, o que significa
que seus personagens podem ser mais velhos e experientes (se assim desejado!). Dessa forma,
podemos nesse cenário descartar a regra do Treinamento, permitindo a alguém que escolha sua
classe e ganhe seus poderes referentes logo ao atingir NEX5%.
E os Ocultistas? Isso é uma decisão particular do Mestre, mas é recomendado que se preste
atenção: Em momentos da história em que poucas pessoas temem o Estranho, suas manifestações
se tornam menores e mais difíceis de perceber. Um Ocultista deve ser uma pessoa que provoca
estranheza (se descoberta), mas isso é opcional. Seus estudos no Anormal podem ser originários de
casos passados em que se enfrentou Cultistas ou mesmo apenas de pesquisa geral.
Certo, como usamos o Paranormal? Reforçamos que em um momento como esse as manifestações
do Paranormal devem ser esporádicas, importantes e misteriosas. A presença de um simples
existido deve deixar vestígios que uma pessoa não seria capaz de compreender sozinha. Um Zumbi
de Sangue deve ser uma aberração da natureza. Salve suas criaturas poderosas para campanhas
de suspense estendido em que os investigadores podem se deparar com uma força incomparável.
- Um bom exemplo seria a campanha Sinais Do Outro Lado, a qual se utiliza do Estrangeiro
exatamente dessa forma. Guarde o inexplicável para que ele tenha importância!
E como produzimos a campanha? Foque seus esforços em um evento: Pense no que aconteceu,
que criatura atacou, que evento causou o surgimento daquela criatura, e comece a caminhar para
trás. Que vestígios isso pode ter deixado? Essas serão suas pistas! Onde os envolvidos estavam?
Seus cenários! Crie o fio lógico que seus jogadores devem seguir, mesmo que inclua algumas
pegadinhas no caminho!
Caminhe com seus jogadores pela descoberta de pistas em um caso policial como os de Sherlock
Holmes ou Columbo, encontre o culpado! Talvez tenha sido o mordomo! Mas ainda estamos em
Ordem. Ainda existem coisas maiores, além de nós, cujos objetivos são indecifráveis…

Mas não significa que não

vamos tentar.

Agradecimentos e créditos:
As artes aqui utilizadas foram reaproveitadas do livro de regras de Ordem Paranormal;
As artes de retrospectiva utilizadas são, também, de propriedade de Ordem Paranormal.
Agradecimento especial a @ASTVITU (twitter), artista responsável pelas retrospectivas.
Agradecimento especial a Athos Morales pela primeira diagramação e a todos os leitores de teste.
Agradecimento especial a Millewr, Luke/Layla, Gosk e Andressa pelas leituras e sugestões.
Agradecimento especial a Robin D. Laws, criador do sistema de RPG Gumshoe.