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DESCRIÇÃO

A importância da produção cientí3ca para o desenvolvimento da sociedade e para impulsionar a inovação no Brasil.

PROPÓSITO
Compreender o quanto a produção cientí3ca é fundamental para o desenvolvimento da nação estimula o
crescimento de divulgadores cientí3cos e pesquisadores em nosso país.

OBJETIVOS

Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3

De3nir produção cientí3ca e sua Associar a pesquisa com a Descrever a construção de um


importância para a sociedade produção cientí3ca projeto de pesquisa
INTRODUÇÃO
Neste estudo, iremos analisar a importância da produção cientí3ca e sua relação com o desenvolvimento
da sociedade. Buscaremos ainda compreender os meios pelos quais os trabalhos cientí3cos são
divulgados e como os eventos cientí3cos são importantes para a democratização da ciência. Além disso,
explicaremos como se dá a construção de um projeto de pesquisa, passo a passo, e você será estimulado a
construir o seu próprio projeto.

Vamos juntos?

MÓDULO 1
! De#nir produção cientí#ca e sua importância para
a sociedade

CONCEITO DE PESQUISA
Provavelmente, esta semana você já abriu seu
navegador na internet, foi até uma página de busca e
fez algumas pesquisas sobre um assunto que estava
estudando. Ir em busca de informação é o que move a
humanidade desde sempre e é responsável pelo seu
desenvolvimento e crescimento.
! Consultas em sites de busca são ações comuns nos dias de hoje.

A investigação, a busca e o levantamento de dados fazem parte da humanidade desde os primeiros registros de
sua ação no planeta. São marcas da curiosidade humana sobre o ambiente que a cerca.

A princípio, sem sistematizar qualquer metodologia, podemos indicar que os seres humanos são pesquisadores
naturais e que todo conhecimento adquirido até hoje vem por conta da tríade:
Esta tríade pode ser entendida como Pesquisa.

Vamos compreender como se dá essa tríade e, em seguida, sistematizar metodologicamente o processo que
chamamos de pesquisa.

Curiosidade

A curiosidade é algo complexo. Existem muitos fatores que nos mantêm curiosos e isso nos torna informadores
naturais. A curiosidade epistêmica e perceptual são os dois tipos principais de curiosidade, vamos conhecê-las?

Clique nas barras para ver as informações.

CURIOSIDADE EPISTÊMICA "

CURIOSIDADE PERCEPTUAL "

Por mais que estejamos aqui sistematizando tipos de curiosidade, sabemos que eles se misturam no processo
curioso do humano, podendo se alternar ou atuar simultaneamente sobre um dado requerido.

! Representações da curiosidade. #

Investigação
$
$

Investigar é buscar É um impulso ativo, Investigar é o ato e

% %
caminhos. quase orgânico, que o não a conclusão.
indivíduo tem para
encontrar respostas.

Na tríade da pesquisa, a investigação pode ser considerada o momento de maior gasto energético, que gera as
maiores movimentações de um processo de pesquisa. Na investigação, ocorrem o encontro e o levantamento de
dados e, por ser um momento ativo, há a necessidade de um julgamento rápido sobre os dados levantados, para
que se compreenda se a investigação pode prosseguir.
Exemplo

Vamos avaliar dois exemplos do processo de investigação.

" O primeiro: famoso em 3lmes de


suspense, um detetive é contratado
para investigar o desaparecimento de
algumas obras de arte de um museu.
O detetive inicialmente promove um
levantamento prévio de dados que
podem impulsionar sua investigação.

Dados sobre o museu, sobre as obras de arte, os potenciais interessados, entre


outros dados que podem auxiliá-lo a resolver a demanda. Em seguida, o detetive
investiga e levanta dados a partir do que descobriu com o primeiro
levantamento. Faz então entrevistas, arguições, coleta dados inéditos e, en3m,
correlaciona tais dados.

Como segundo exemplo do processo investigativo, vamos tratar da pesquisa


cientí3ca, que iremos conceituar posteriormente. Na pesquisa cientí3ca, a
investigação também procura caminhos para levantar dados. Tais caminhos
apresentam uma sequência organizada e metódica de passos, que se con3gura
em uma metodologia. Se, por acaso, você trabalhasse com um grupo de insetos
bioindicadores de qualidade da água e precisasse analisar a composição
entomológica de um corpo d’água de certa região, você precisaria seguir passos
de investigação preestabelecidos ou então criar uma sequência de passos
coerentes para promover este levantamento. Por exemplo, levantar dados sobre
análises anteriores da composição entomológica do local, observar dados
físico-químicos do ambiente, buscar a melhor forma de coleta, aplicar a melhor
forma de triagem e identi3cação de morfotipos, entre outros passos que viriam
em uma sequência lógica de investigação.

Perceba que, nos dois modelos apresentados, o princípio ativo e de gasto energético que a investigação promove é
o mesmo. Mudam a forma e a sistematização dos modelos investigativos.

Análise

A análise dos dados coletados na investigação talvez seja o passo mais minucioso e demorado no processo de
pesquisa. A análise con3gura-se a partir de ensino e treinamento.
Analisar é uma É olhar através das A análise correlaciona
habilidade altamente informações mais os dados, cria pontes
complexa. super3ciais que um lógicas entre eles,

% dado pode trazer e


captar as nuances
mais implícitas de
% culminando em
respostas, sejam elas
conclusivas ou não.
uma informação.

Algumas de3nições nos remetem à lógica aristotélica da análise: um desmembramento dos dados mais complexos
em partes menores que constituem esses dados para um entendimento mais aprofundado e preciso da informação
global.

Exemplo

Na pesquisa sobre a entomofauna de um corpo aquático, após a coleta dos

" espécimes, precisamos fazer a identi3cação dos indivíduos. Essa identi3cação


ocorre a partir da separação e da análise minuciosa das suas estruturas
morfológicas, comparando os dados observados com os dados já registrados
pela literatura. A partir da comparação, podemos inferir informações mais
precisas sobre a identi3cação dos indivíduos analisados.

A análise correlaciona os dados, cria pontes lógicas


entre eles, culminando em respostas. Como exercício,
pense na pesquisa que você realizou esta semana ao
buscar informações em algum site de busca.

Você exerceu a curiosidade ao lançar o termo


procurado no campo “pesquisa”?
Você investigou os dados que foram levantados
após a busca?
Você analisou os melhores dados para que sua
opinião e/ou conhecimento se formasse?

Pelo senso comum, você é um pesquisador, mas não se engane! Esse termo não servirá para quali3cá-lo como um
pesquisador nas áreas da Ciência e da Saúde.
IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA PARA A SOCIEDADE
Em uma escala entre 0 e 5 para medir a importância da produção cientí3ca em sua vida, qual nota você daria? Essa
pergunta parece muito ampla, você provavelmente perguntaria: Quais produções? Sobre quais objetos de pesquisa
estamos falando?

Clique nas informações a seguir.

Vamos refazer a pergunta Agora, outra pergunta

Mas, por acaso, se uma produção cientí3ca não é relevante para você, isso desquali3ca a pesquisa realizada? Claro
que não. Primeiro, porque há a subjetividade envolvida quando damos uma nota de relevância para uma pesquisa —
o autor que vos escreve acha muito relevante a pesquisa com baratas, por exemplo.

Além disso, nem sempre uma pesquisa apresenta somente um objetivo. Existem objetivos especí3cos que servirão
de base para um conhecimento muito mais amplo e que levará, indiretamente, um avanço na sociedade. Esta
sociedade em que vivemos é uma sociedade do conhecimento e você sabe que o conhecimento é um recurso
cada vez mais importante na vida em sociedade. Isso porque, ele ultrapassa até mesmo os padrões anteriores que
estabeleciam outros bens como prioridade.

Quanto maior o conhecimento de uma sociedade,


maiores os caminhos que podem ser trilhados por ela.
Um estudo da ONU realizado em 2019 mostrou que
cerca de 4 bilhões de pessoas usam a internet hoje no
mundo. Isso demonstra um crescimento estrondoso
das relações entre indivíduos e estreita o laço entre as
sociedades, expondo as diferenças entre as culturas e
aumentando a incorporação de hábitos sociais de
outros locais. ! A internet estreita o laço entre as pessoas?

Perceba que esse tipo de laço não necessariamente une a população, mas acaba fragmentando-a quando a
capacidade analítica das informações é substituída pelo rápido processamento de uma notícia.

O papel da ciência na sociedade cada vez mais fragmentada e digital e seu signi3cado para a política e a sociedade
civil provavelmente serão rede3nidos. Não é papel da ciência oferecer uma verdade universal ou uma representação
objetiva do mundo, mas sim, oferecer interpretações metodologicamente veri3cáveis e questionar certezas e
desencadear regexões.
Cabe historicizar que, no 3nal dos anos 1960 e início dos 1970, uma doutrina
econômica e política estabeleceu o conhecimento cientí3co como o principal
motor de inovação e crescimento. Isso rompe com a visão do pós-guerra, da
# ciência com um objetivo altruísta, desenvolvendo conhecimentos considerados
como um bem público. À época, a produção cientí3ca passou a atender em
grande parte os interesses do capital.

Essa situação produziu grandes modi3cações e impôs um redesenho da


pesquisa de interação, inovação, economia e sociedade. Pesquisas políticas,
reformas universitárias, mudanças na regulação da produção de conhecimento
#
na era digital, mutação nas formas de modelos de legitimação e avaliação e
expertise acadêmica foram essenciais.

Da mesma forma, a análise da responsabilidade social sobre o impacto e os


usos das tecnociências e a mediação cientí3ca ou tecnológica foram e
#
continuam sendo essenciais para se pensar em inovação.

A produção cientí3ca, no formato que vigora hoje, acaba modelando um tipo de


sociedade que precisa sempre produzir e inovar. #

A análise da responsabilidade social sobre o impacto e


os usos das tecnociências e a mediação cientí3ca ou
tecnológica são essenciais para se pensar a inovação.

A sociedade hoje se move graças aos dados fornecidos


pela produção cientí3ca, que tem como compromisso
inovar, transformar e economicamente aumentar o
guxo de informações. Lembre-se que o conhecimento
hoje é capital, ou seja, a maior moeda de troca que
podemos ter.

A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL


$
AS AGÊNCIAS DE FOMENTO NO BRASIL
O especialista Luiz Rafael da Silva explica quais são as agências de fomento e como atuam.

Quando falamos da relação pesquisa X ciência, a de3nição básica de pesquisa ganha uma estruturação
sistematizada de três passos que mostram a responsabilidade na coleta e divulgação dos dados, além do
compromisso em informar soluções à sociedade. Portanto, a pesquisa se transforma em pesquisa cientí3ca
quando segue uma linha de trabalho metódica e baseada em testes de hipóteses. Toda pesquisa cientí3ca leva a
uma produção de dados e informações.

No Brasil, a produção de dados é intensa e exitosa, mesmo com a série de contratempos


os quais vamos relatar ao longo deste item.
Comentário

Talvez você não saiba, mas, segundo dados da Coordenação de

% Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em uma análise feita


pela Web of Science Group, o Brasil 3cou em 13º lugar no mundo em relação à
produção de artigos de pesquisa cientí3ca entre 2013 e 2018, atrás de países
como a Índia (10º) e Coreia do Sul (12º) e à frente da Rússia (15º) e África do
Sul (21º).

Mesmo com uma série de contratempos, sejam econômicos, sejam administrativos, nosso país se manteve muito
consistente em sua posição, o que indica uma cultura de produção já introjetada pelas instituições de pesquisa,
ainda que o conhecimento cientí3co tenha tão pouca divulgação na sociedade.

& Produtividade científica de diversos países no período entre 2013 e 2018.


Extraido de: Web of science group, CAPES, 2013-2018, pág 06.
Em outra pesquisa realizada pelo Pew Research Center, com base na análise de dados publicados e em entrevistas
para um levantamento da opinião pública sobre Ciência e Produção Cientí3ca no Brasil, observa-se que a população
tem uma visão muito deturpada sobre a produção cientí3ca e a qualidade da pesquisa no Brasil.

Para se ter uma ideia, somente 6% da população con3a nos tratamentos médicos realizados em nosso país e os
tem como um dos melhores do mundo. A avaliação sobre educação e divulgação cientí3ca, além da prática de
STEAM no país, são consideradas por 92% da população como setores que apresentam produtividade abaixo da
média. Esses dados revelam uma compreensão errônea da sociedade em relação à pesquisa cientí3ca, mas
também expõem a fragilidade da divulgação dos avanços e das produções realizadas no Brasil.

Saiba mais

STEAM é um acrônimo em inglês para as disciplinas Science, Technology,

+ Engineering, Arts e Mathematics. É uma metodologia integrada e baseada em


projetos que tem o objetivo de formar pessoas com diversos conhecimentos,
desenvolver valores juntamente com os conteúdos abordados e preparar alunos
e cidadãos para os desa3os do futuro.

Procure tanto em sites de notícias quanto nos programas telejornalísticos as seções direcionadas à produção
cientí3ca. Ou elas inexistem ou têm pouquíssimo espaço. Isso revela, e muito, o quanto ainda precisamos crescer
na divulgação das pesquisas cientí3cas.

Há, portanto, um campo vasto de trabalho para


cientistas e futuros cientistas: transformar a cultura dos
brasileiros, colocar a educação e a ciência como pilares
da construção do país. Além disso, mostrar a ciência
com uma linguagem acessível e de fácil entendimento,
uma vez que um dos maiores complicadores para a
popularização da ciência é a linguagem em que é
divulgada.
! A ciência enfrenta o problema da fragilidade da divulgação de seus
avanços e suas produções para a população.

PRODUÇÃO CIENTÍFICA NA ÁREA DA SAÚDE


'
Hoje, temos em nosso planeta uma Agora, vamos fazer uma comparação
população de cerca de 7,8 bilhões de com o ano de 1900. Quantos humanos
habitantes. É um número gigantesco e existiam nesse período? Cerca de 1 bilhão
que impressiona, mesmo que isso e 650 milhões de pessoas.
represente apenas 0,01% de toda a vida Impressionante? Mesmo sendo um
existente por aqui. número considerável, conseguiu perceber
o quanto crescemos em apenas 100
anos? Mais 100 anos atrás, em 1800,
temos o número de 978 milhões de
habitantes.

Gradativamente, quase que de modo exponencial, estamos crescendo e crescendo muito. Isso se dá em
consequência dos avanços na produção de conhecimento na área da Saúde. Quanto mais avançam as pesquisas
cientí3cas, mais processos de cura são disponibilizados para doenças antes não tratáveis. A produção cientí3ca na
área da Saúde tem inguência impulsionante sobre a população.

( Crescimento da população mundial entre os anos de 1800 e 2005.


Elaborado por: Eduardo Heberle , Wikipedia.org, Licença (CC BY-SA 4.0)
Talvez a forma mais familiar de pesquisa em Saúde seja o ensaio clínico, no qual os pacientes se voluntariam para
participar de estudos para testar a e3cácia e a segurança de novas intervenções médicas. No entanto, é cada vez
maior a pesquisa em saúde baseada em informações.

Grande parte da pesquisa envolve a análise de dados e amostras biológicas que foram inicialmente coletadas para
3ns de diagnóstico e tratamento ou como parte de outros projetos de pesquisa — e agora estão sendo usados para
novos 3ns de pesquisa.

Passe o cursor sobre a imagem

A pesquisa em Saúde pode fornecer informações importantes sobre tendências de doenças e fatores de risco,
resultados de tratamentos ou intervenções de saúde pública, habilidades funcionais, padrões de atendimento e
custos e uso de cuidados de saúde.

As diferentes abordagens de pesquisa fornecem percepções complementares. Os ensaios clínicos podem fornecer
informações importantes sobre a e3cácia e os efeitos adversos das intervenções médicas, controlando as variáveis
que podem impactar os resultados do estudo, mas o feedback da experiência clínica do mundo real também é
crucial para comparar e melhorar o uso de medicamentos, vacinas, dispositivos médicos e diagnósticos.

Exemplo

Podemos citar como exemplo a aprovação da Food and Drug Administration

" (FDA) de um medicamento para indicação especí3ca, baseada em uma série de


ensaios clínicos controlados, frequentemente com algumas centenas ou
milhares de voluntários, mas, após aprovação, pode ser usado por milhões de
pessoas em muitos contextos diferentes. Outro exemplo são os ensaios e as
testagens feitos com vacinas.
No período da pandemia de COVID-19, o número de
pesquisas e produção de dados na área da Saúde foi
intensi3cado e forneceu dados relevantes para as
agências de regulação em saúde, como a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para que elas
pudessem avaliar a aquisição e aplicação de vacinas
em território nacional.

Coletivamente, essas formas de pesquisa em Saúde levaram a descobertas, ao desenvolvimento de novas terapias
e a uma melhoria notável nos cuidados de saúde e na saúde pública. Com isso, economistas descobriram que a
pesquisa médica pode ter enorme impacto na saúde humana e longevidade e que o aumento resultante da
produtividade da população contribui muito para a economia nacional, além dos benefícios individuais de uma
saúde melhor. Logo, se o empreendimento de pesquisa for impedido ou menos robusto, interesses sociais
importantes serão afetados.

Atenção

Este é o caso não tão recente do Brasil. Segundo dados dos indicadores do

) Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), entre os


anos de 2012 e 2015, o investimento na pesquisa e produtividade na área de
Ciências e Saúde teve um aumento de gastos de 1,13% para 1,34% do PIB
Nacional. Esta crescente foi interrompida no ano de 2016 e gradativamente vem
caindo, o que resulta em perdas irreparáveis. Somente no ano de 2021, o MCTIC
sofreu um corte de 34% de sua verba para o ano.

As pesquisas e a produtividade na área da Saúde trazem benefícios individuais e coletivos e possibilitam maior
aquisição de qualidade de vida pela população humana, além de democratizar cada vez mais o acesso básico às
medidas sanitárias. Portanto, investir na Saúde é preciso.

E você, como pretende colaborar com isso? Irá produzir? Divulgar? Investir? Lembre-se que você tem uma função
social e um papel relevante em todo este processo.

* VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. A democratização da ciência é importante para desenvolver na sociedade o


sentimento de que, com os processos de pesquisa, a qualidade de vida irá aumentar. No
sentimento de que, com os processos de pesquisa, a qualidade de vida irá aumentar. No
Brasil, a percepção da importância da pesquisa ainda é baixa e a ciência não é colocada
como prioridade. De que maneira podemos incentivar a ramificação do conceito
científico no Brasil?

Colocando a ciência em um patamar elitista, erudito e formal, para a compreensão de sua


A)
importância.

Modi3cando a opinião popular a partir da divulgação de dados questionáveis, mas que


B)
atendam à demanda da sociedade.

Demonstrando a importância da ciência com uma linguagem acessível e popular, de fácil


C)
entendimento.

Abordando somente assuntos de interesse em saúde pois apresentam uma relevância maior
D)
para a população.

Colocando as informações cientí3cas em revistas indexadas, de acesso de toda comunidade


E)
acadêmica.

Responder

2. Durante o período da pandemia da COVID-19, foi possível perceber a corrida de


laboratórios públicos e privados em busca de uma vacina que pudesse proteger a
população. Essa corrida possibilitou que em menos de um ano surgissem vacinas que
tinham a capacidade de imunizar boa parte da humanidade. Infelizmente, essa corrida
não aconteceu entre as décadas de 1910 e 1920 em que mais de 40 milhões de pessoas
morreram por conta da gripe causada pelo vírus Influenza. De que modo o aumento da
produção científica colaborou para o avanço na produção de vacinas?

A produção cientí3ca possibilitou que laboratórios produzissem insumos de maneira mais


A) rápida, sem necessariamente descobrir novos métodos para vacinação, permitindo o
diagnóstico rápido.

Com o aumento das pesquisas, a quantidade de dados divulgados e compartilhados cresceu,


B)
aumentando o conhecimento cientí3co e possibilitando novas técnicas de vacinação.
Na verdade, o número relativo de mortos no passado comparado com os mortos na
C) pandemia da COVID-19 não regete avanço signi3cativo por conta do aumento da produção
cientí3ca.

As vacinas produzidas recentemente utilizam os mesmos princípios metodológicos de antes,


D) o que demonstra pouca inguência da produção cientí3ca. O número menor de mortes tem
relação com o processo de seleção natural.

Entre 1910 e 1920, a Medicina no Brasil já estava avançada com a criação da Fiocruz e do
E) Instituto Butantan, o que garantiu que poucos brasileiros sofressem com a pandemia nesta
época.

Responder

MÓDULO 2
! Associar a pesquisa com a produção cientí#ca

AFINAL, O QUE É PESQUISA CIENTÍFICA?


A melhor forma de entender como se faz pesquisa cientí3ca é acompanhar os passos da pesquisa, a importância
de cada um dos componentes da pesquisa cientí3ca e como se dá a construção da divulgação dos resultados. Por
isso, neste módulo, vamos abordar um exemplo simples de pesquisa e pontuaremos os passos de sua construção.
Toda pesquisa se inicia de um incômodo, uma
perturbação no que se considera natural. É um
movimento que vem como resposta a uma disfunção
do que se considera rotina ou realidade. Uma alteração
ambiental, uma nova doença, uma reação diferente à
aplicação de um medicamento, todos esses exemplos
modi3cam a rotina e desestabilizam conceitos antes
estáveis.

Vamos analisar a seguinte situação-problema:

Residentes de duas comunidades localizadas em um certo município começaram a perceber alterações na cor e no
sabor da água que chegava a suas casas. A água estava barrenta e com um odor estranho. Veja que aqui temos o
distúrbio.

A comunidade não esperava receber água de má


qualidade em casa e muito menos ter que consumir
esta água diariamente. Toda pesquisa é instigada pelo
incômodo, mas nem todos sabem pesquisar. Não há
como garantir que residentes dessas comunidades
realizem um processo de busca para saber o que está
acontecendo, e é aí que os pro3ssionais da área de
pesquisa e saúde entram. São eles que vão seguir os
passos para encontrar caminhos que atendam à
! Alteração da qualidade da água.
demanda das comunidades por água de qualidade.

Imagine que você é um desses pro#ssionais e tente vivenciar a narrativa a seguir.

A primeira coisa que a pesquisa cientí3ca exige é a elaboração dos objetivos necessários para a sua realização.

Onde queremos chegar?


Quais são as demandas que iremos atender?
Como fazer para que a comunidade saiba o que aconteceu com a água de abastecimento de suas casas?

Esses são questionamentos que nortearão a criação de seus objetivos.

ATIVIDADE DE REFLEXÃO DISCURSIVA


Reflita e escreva. Qual você acha que deveria ser o objetivo da pesquisa?

RESPOSTA

Já que um dos objetivos foi criado, vamos agora


levantar hipóteses para que isso tenha acontecido —
mas, antes de fazer esse levantamento, que tal
conhecer um pouco mais da região? Fazer um breve
levantamento de dados que possam ajudar a entender
o problema é importante, para que as suas hipóteses
levantadas tenham consistência e possam ser testadas
futuramente. Quando não se conhece bem o problema
que causa o impulsionamento da pesquisa, as
hipóteses levantadas podem nos afastar das reais
soluções.

Compreendendo que as comunidades são abastecidas por três rios, que cortam outras comunidades adjacentes,
uma delas com alta atividade industrial, podemos começar a levantar hipóteses.

Você sabe o que é hipótese?

Uma hipótese é uma proposição preditiva especí3ca, clara e testável sobre o possível resultado de um estudo de
pesquisa cientí3ca com base em uma propriedade particular de uma população ou de dados. Especi#car as
hipóteses de pesquisa é uma das etapas mais importantes no planejamento de uma pesquisa cientí#ca. O
pesquisador, geralmente, declara uma expectativa a priori sobre os resultados do estudo em uma ou mais
hipóteses de pesquisa antes de conduzi-lo, e elas funcionarão como um norte para a avaliação de resultados.

ATIVIDADE DE REFLEXÃO DISCURSIVA


Reflita e escreva. Qual hipótese você elaboraria?

RESPOSTA

Agora que uma hipótese foi gerada, está na hora de


testar essa hipótese por meio de uma metodologia.
Esse teste precisa seguir procedimentos operacionais
muito bem detalhados e com fundamentação. Temos
aqui a metodologia que será abordada. O método dá a
possibilidade de promover experimentos e levantar
dados que vão colaborar para responder o seu
questionamento inicial.

Não iremos detalhar muito a metodologia do exemplo que estamos apresentando, mas podemos sugerir:

O uso de coletas da Uma análise físico- Observar registros


fauna local para química de amostras anteriores de poluição
analisar de água coletada dos naquela região e
bioindicadores da
qualidade da água em
diversos pontos do
% três rios.
% outras pesquisas que
tenham sido feitas
por ali.
rio.

Para cada sugestão do método existem passos que precisam ser realizados e muitos desses passos estão em
pesquisas anteriores já publicadas. Com isso, observamos que um bom levantamento bibliográ#co ajuda a
embasar a metodologia escolhida.
Após a aplicação do teste sobre a Essas análises nos conduzirão a uma
hipótese gerada, precisamos observar os conclusão. Essa conclusão pode ser
dados coletados, organizar e analisá-los. parcial ou até mesmo 3nal, dependendo
A partir da análise, teremos dados mais
re3nados que nos ajudarão a
compreender a relação entre o teste e a
% da aplicabilidade da sua pesquisa e dos
resultados obtidos.

hipótese que levantamos.

Será que os resultados ajudarão as comunidades a resolver seus problemas em relação à qualidade da água? Não
saberemos, pois criamos aqui apenas uma situação-problema para mostrar sinteticamente os passos que devem
ser realizados em uma pesquisa cientí3ca.

INSTITUIÇÕES DE PESQUISA
NO BRASIL
Tudo o que você usa, vê e consome é fruto de
pesquisas que foram realizadas no Brasil e no mundo.
Por aqui, a alta produção de pesquisas, vinculada a uma
alta publicação de artigos, faz do Brasil uma grande
referência de inovação e conhecimento cientí3co. Muito
disso se deve às diversas instituições de pesquisa
espalhadas pelo nosso país.

Vamos citar aqui algumas instituições que,


historicamente, têm colaborado muito para o progresso
da ciência no Brasil.

Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro


O Jardim Botânico inicia essa lista por ser a primeira
instituição de pesquisa do Brasil. Criada em 1808 por D.
João VI, desde então mantém alta produtividade nos
setores agronômicos, desenvolvendo novas técnicas de
cultivo.

Além de ser um ponto turístico do Rio de Janeiro, o


Jardim Botânico guarda coleções históricas cientí3cas
e atua também na área da educação ambiental e
divulgação cientí3ca. Oferece ainda programas de pós-
graduação lato e stricto sensu, que conta com diversas
linhas de pesquisa.

Museu Nacional da Quinta da Boa Vista — Rio de Janeiro

Considerada a primeira instituição cientí3ca do Brasil, fundada em 1818 por D. João VI, o Museu Nacional tem seu
local de destaque. Além de guardar um acervo histórico signi3cativo, é uma das principais instituições de pesquisa
sobre a biodiversidade brasileira — um grande percentual de artigos publicados por ano sobre esse tema parte do
Museu.

O Museu Nacional conta com sete departamentos de


pesquisa que se rami3cam em laboratórios, cada um
com diversas linhas de pesquisa. Hoje, é considerado
um centro de referência em pesquisa e seus projetos
são 3nanciados por instituições de fomento. Os
programas de pós-graduação são considerados de alta
quali3cação em diversas áreas de conhecimento.

Infelizmente, no 3nal de 2018, um incêndio destruiu


quase a totalidade do acervo do Museu Nacional,
obrigando laboratórios de pesquisa se transferirem para
o horto botânico. Mesmo assim, a instituição resiste: o
! Museu Nacional antes do incêndio de 2018.
Museu está sendo restaurado para retornar em grande
estilo.
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — Rio de Janeiro

A Fiocruz é uma das maiores referências em pesquisa cientí3ca no Brasil. A instituição abarca desde trabalhos de
biologia molecular, passando pelas áreas de saúde pública, Medicina Tropical, Genética, Entomologia, entre outros
departamentos que a transformam em um local de profusão de trabalhos de inovação. Além disso, a Fiocruz é uma
das principais produtoras de vacinas de toda a América Latina — foi um dos pilares no combate à COVID-19 no
Brasil.

O surgimento da Fiocruz tem íntima relação com o crescimento da Medicina Tropical em nosso país. Ela surge a
partir do Instituto de Manguinhos, criado em 1899, que tinha como líder o pesquisador Oswaldo Cruz. A atuação
sempre aliada com o governo federal para o combate de uma série de epidemias e endemias no país transformou o
Instituto no principal nome no combate às doenças tropicais no Brasil.

Em 1954, a Fiocruz abrigou a criação da Escola


Nacional de Saúde Pública, formando diversos agentes
de saúde, criando cursos e aplicações variáveis que
impulsionaram as pesquisas na área da saúde em
território brasileiro.

Mesmo passando por alguns obstáculos, sejam


políticos, econômicos e sociais ao longo do tempo, a
Fiocruz se consolidou mundialmente como a mais
destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde
da América Latina. Hoje, desenvolve mais de mil
projetos de pesquisa, além de abrigar 32 programas de
! Sede da Fundação Oswaldo Cruz. pós-graduação stricto sensu. Esses números nos dão a
noção da importância da instituição para a ciência.

Instituto Butantan — São Paulo

A origem do Instituto Butantan remonta a epidemia de


peste bubônica no Brasil, em 1899. Seu primeiro diretor
foi o famoso pesquisador Vital Brazil.

O Instituto é o principal produtor de soros e vacinas no


Brasil e assume o protagonismo nas campanhas
federais de vacinação. Além disso, a produção cientí3ca
é garantida pela Escola Superior Instituto Butantan, que
apresenta cursos lato e stricto sensu. Desenvolve dez
linhas de pesquisa que estão incluídas no Centro de
Desenvolvimento Cientí3co (CDC) da instituição, o que o ! Instituto Butantan.
coloca entre um dos maiores centros de pesquisa no
mundo.
$
A PARTICIPAÇÃO DA FIOCRUZ E BUTANTAN NO COMBATE À
COVID-19
O especialista Luiz Rafael da Silva explica sobre a colaboração da Fiocruz e do Butantan no combate à COVID-19,
durante a pandemia.

!
Saiba mais

Existem diversas instituições de pesquisa no Brasil ligadas ao Ministério da

+ Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC) que também colaboram para o


crescimento de nosso país na área de inovação e tecnologia. Podemos destacar
o IMPA (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), o INPA (Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia) e a AEB (Agência Espacial Brasileira).

Universidades

Não há por que especi3car alguma universidade como centro de produção de pesquisa no Brasil. Todas as
instituições universitárias são, por excelência, centros de produção e colaboram anualmente com um grande
volume de trabalhos e produções nas variadas áreas das ciências — na universidade, não se desassociam o ensino,
a pesquisa e a extensão.

Se você estiver em uma universidade, saiba que ela faz parte desse conglomerado nacional de pesquisa. Caso você
se interesse pela pesquisa cientí3ca, procure se informar com seus professores e coordenadores, eles indicarão
laboratórios e linhas de pesquisa em que você poderá atuar.

PAPEL DOS EVENTOS CIENTÍFICOS NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA


Suponha que você, em uma pesquisa cientí3ca, tenha encontrado resultados impressionantes a partir de uma
coleta de dados. Certamente, você gostaria de divulgar estes resultados, pois o conhecimento não pode 3car retido.
O conhecimento precisa ser divulgado ao máximo número de pessoas. Por conta disso, as melhores oportunidades
para expor descobertas, trocar informações e conhecer novas pesquisas em andamento estão nos eventos
cientí3cos.

Evento cientí#co é uma atividade que congrega diversos pesquisadores de uma ou mais áreas do conhecimento,
para que troquem informações sobre pesquisas que estão em andamento ou que já foram concluídas. Além disso,
pesquisadores podem divulgar novos projetos e buscar captar investimento. Ou seja, evento cientí3co é uma
oportunidade de compartilhamento dos avanços e inovações da ciência.

Em um evento cientí3co você pode ter a oportunidade de conhecer pesquisadores que são referência em sua área,
dialogar com eles e ainda participar de discussões importantes que possivelmente nortearão os passos da ciência
no futuro.
! Evento científico: oportunidade de diálogo entre os pesquisadores.

Eventos cientí3cos são uma das formas mais e3cazes de comunicação entre pesquisadores da mesma área, até
mesmo em nível internacional. É por conta disso que o número de eventos internacionais vem crescendo a cada
ano. Atualmente, as plataformas virtuais, como ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), também possibilitam
congressos remotamente, o que tem aumentado a participação pública de indivíduos de diversos países.

Agora, como um novo objetivo, os eventos têm a meta de alcançar outros públicos que não os especialistas em
certas áreas, mas curiosos e interessados por conhecer algo novo. Com isso, há uma grande oportunidade para a
ciência se rami3car pela sociedade.

Historicamente, os eventos cientí3cos têm colaborado para o crescimento da divulgação cientí3ca e também para a
popularização e democratização da ciência. Em eventos cientí3cos realizados há séculos, tivemos descobertas
fantásticas que até os dias atuais são pilares na Biologia, por exemplo. Por isso, há a necessidade de investimento
público e privado, para que os eventos cientí3cos aumentem em número, tamanho e possibilidade de captação.

Congresso, simpósio, colóquio são diferentes tipos de eventos cientí3cos que variam em amplitude, captação,
intenção, quantidade de áreas de conhecimento, entre outras características. Vejamos alguns detalhes sobre cada
um, clicando abaixo:
Clique nas barras para ver as informações.

CONGRESSO "

SIMPÓSIO "

COLÓQUIO "

SEMINÁRIO "

JORNADA "

PALESTRA "

FÓRUM "

Atenção

) Nas universidades, é possível encontrar uma série de eventos ocorrendo ao


longo do ano. Entre em contato com sua instituição de ensino para saber quais
eventos estão programados e tente participar, seja como pesquisador ou como
ouvinte. Lembre-se que esses eventos cientí3cos podem impulsionar sua
produção.
O QUE MOBILIZA O PESQUISADOR NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA?
Ser pesquisador no Brasil não é algo fácil. Uma série de aspectos precisam ser elencados para procurarmos
entender o que é necessário para que a pesquisa cresça e tenha lugar de destaque no cenário mundial.

Primeiro, precisamos falar sobre a pro3ssão de pesquisador cientí3co no Brasil. Mesmo observando uma série de
pessoas intituladas como pesquisadores em diversas mídias, na verdade, o que temos são pessoas que trabalham
em algum laboratório ou alguma universidade, contratadas como técnicos ou professores que exercem a pesquisa.
Ou seja, não temos pessoas dedicadas integralmente à pesquisa, a não ser os estudantes de graduação e pós-
graduação que atuam como estagiários em laboratórios e 3nanciados por bolsas de fomento.

Consegue perceber o quanto isso expõe a fragilidade da pesquisa em nosso país?

Se os estudiosos não podem se dedicar integralmente à pesquisa, isso diminui o potencial de produção e inovação.
Desse modo, é necessário que se institucionalize a pro3ssão de pesquisador cientí3co.

Uma outra questão envolve o investimento feito em


pesquisas cientí#cas no Brasil, seja pelo poder público,
seja por empresas particulares. Se analisarmos o guxo
de investimentos na área de Biologia e Saúde, por
exemplo, temos que a Biologia Molecular e a
Bioquímica recebem o maior aporte de incentivo,
enquanto a área de Biodiversidade não aparece entre as
dez primeiras fomentadas. Isso acaba inviabilizando
pesquisas em áreas tão importantes quanto as mais
3nanciadas. ! O investimento feito em pesquisas científicas no Brasil prioriza algumas
áreas em detrimento de outras.

Quando falamos de 3nanciamento, destacam-se as agências públicas, ligadas diretamente ou não ao Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC). Qualquer tipo de corte no guxo de verbas para este ministério impacta
diretamente o fomento às pesquisas, que acabam fechando linhas de produção cientí3ca ainda que apresentem
resultados exitosos. No Brasil, as principais agências de fomento à pesquisa são o CNPq, a CAPES e as FAPs
estaduais, com destaque para a FAPESP e a FAPEMIG.

Para que os investimentos em pesquisa cientí3ca


aumentem, é necessária a pressão pública em apoio à
pressão já exercida pela academia e pelos
pesquisadores. Isso só irá ocorrer quando a ciência
estiver mais democratizada e atingir todas as camadas
sociais. O problema é que, para essa divulgação ocorrer,
é necessário investimento — e, por conta disso, caímos
em um ciclo entre falta de investimento e consequente
baixa divulgação.
A criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi uma forma de fazer a ciência ser
distribuída em larga escala e ter acessibilidade. A SBPC é uma organização no modelo de entidade civil sem 3ns
lucrativos que tem como papel cobrar das autoridades o devido valor que a ciência merece em nosso país. Ela
promove uma série de eventos no Brasil, em parceria com instituições de ensino, para promover a divulgação
cientí3ca em larga escala, atingindo muitas pessoas.

Você, como parte integrante da sociedade, tem também esse papel de pressionar pela popularização e o progresso
da ciência. A ciência conta com o seu apoio.

* VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. Uma instituição pretende planejar um evento científico para discutir a situação da


Amazônia no mundo. Neste evento, a organização pretende colocar palestras, mesas
redondas, apresentação de pôsteres e debates. Além disso, a programação será
divulgada em âmbito nacional. Portanto, a instituição irá desenvolver qual tipo de
evento?

A) Congresso

B) Simpósio

C) Colóquio

D) Seminário

E) Jornada

Responder
2. Anualmente, nota-se uma queda no número de novos pesquisadores que ingressam
nas instituições públicas. Esse problema está diretamente ligado à desvalorização que
a pesquisa, a ciência e os profissionais sofrem no Brasil. Uma das soluções para
reverter este quadro é:

A pro3ssionalização da função de pesquisador cientí3co, com valorização do cargo e


A)
exclusividade de atribuições.

B) Mais investimentos de iniciativas privadas, para que as pesquisas 3quem nessas instituições.

O aumento de cursos na área de ciências da natureza, para aumentar o número de


C)
formandos e assim gerar um número maior de possíveis pesquisadores.

Aumentar o valor das bolsas de pesquisa e fomento para possibilitar que o estudante e futuro
D)
pesquisador 3que mais tempo sem precisar ter trabalho formal.

Criar instituições de pesquisa, pois as que já temos estão saturadas de pesquisadores que
E)
não se renovam.

Responder

MÓDULO 3
! Descrever a construção de um projeto de pesquisa
QUE TAL CONSTRUIR UM PROJETO DE PESQUISA?
Com que área você gostaria de trabalhar? Você está inserido em algum laboratório que já tem uma linha de
pesquisa?

A busca por uma linha de pesquisa é importante, para que você pratique a pesquisa a partir de um projeto. Na maior
parte das vezes, como estagiário, você é inserido em algum projeto já existente, mas isso não indica que você
nunca terá que construir um projeto de pesquisa.

Você sabia

Para o ingresso em alguns programas de pós-graduação stricto sensu, como o

? mestrado, uma das etapas de classi3cação envolve a construção de um projeto.


A partir do projeto apresentado, você será avaliado em diversos aspectos como
coesão e coerência do texto, relevância do objeto de pesquisa e justi3cativa
para que a pesquisa seja realizada. Além disso, a metodologia aplicada nas
hipóteses levantadas por você também será observada pela banca de
admissão.

Esses processos de admissão são bem criteriosos e, por conta disso, você precisa treinar seu entendimento da
pesquisa e, claro, a sua escrita. Por isso, ser estagiário em um laboratório ajudará muito, especialmente, se tiver a
oportunidade de participar como colaborador de um projeto interno.

Por conta disso, vamos aqui esmiuçar cada parte que deve ser apresentada em um projeto e como você deve
escrevê-la. Treine tendo em mente alguma linha de pesquisa que você esteja interessado em trabalhar ou, se já está
inserido em alguma pesquisa, faça um projeto para ela.

Questão norteadora

Todo projeto deve ser iniciado com uma questão, algo


que precisa ser respondido. O termo norteador está aí
para indicar que, quando a resposta for encontrada, sua
pesquisa se encerrou. Por isso, a pergunta inicial
precisa realmente expressar o que se quer encontrar. A
questão norteadora não deve ser abrangente, ela
precisa ser especí3ca e é importante que dialogue com
o contexto que a impulsionou.
Essa questão precisa levar em consideração a narrativa do provável contexto que a gerou, portanto ela precisa vir
acompanhada de uma situação-problema. Então, quando você for criar uma questão norteadora, pense bem na
resposta que você quer encontrar, tente ser objetivo e direto em sua pergunta, leve em consideração todos os
elementos envolvidos em sua pesquisa.

Para exempli3carmos, vamos supor que um grupo de indivíduos que contraiu a COVID-19 manifestou, após a fase
de remissão da doença, algumas sequelas, entre elas, problemas renais. Para criarmos um projeto de pesquisa que
tente identi3car a relação entre a COVID-19 e a insu3ciência renal, precisamos de uma questão norteadora.

Você poderia fazer a seguinte pergunta:

“Qual a relação entre a COVID-19 e os problemas


renais?”

Ou outra:

“Compreendendo que há indícios de pacientes em


remissão da COVID-19 com o desenvolvimento de
problemas renais como a insu3ciência, de que maneira
o ciclo etiológico do SARS-Cov 2 pode alterar a função e
manutenção de células renais?”.

Entre essas duas perguntas, qual delas dá um caminho mais claro sobre o que precisa ser investigado para que
você inicie sua pesquisa? Certamente, você respondeu que a segunda pergunta deixa este caminho mais claro.
Quanto mais especí3ca sua pergunta, mais chances seu projeto tem de ser exitoso, tanto por conta da
previsibilidade de tempo quanto pela resposta também precisar ser mais especí3ca.

Além disso, é importante destacar que, antes de formular o problema, devemos analisar alguns aspectos:
viabilidade, justi3cativa, relevância, novidade, exequibilidade e oportunidade.
Justificativa do projeto

Se a questão norteadora está criada é porque há um motivo para a sua criação, e esse motivo é a justi3cativa do
projeto. Nem sempre um projeto que para você é relevante será considerado relevante por outra pessoa ou para o
avaliador de uma banca. Por conta disso, a escrita da sua justi3cativa não pode conter dados implícitos que são de
fácil compreensão apenas para você. Uma justi3cativa precisa elucidar muito bem o motivo do projeto e destacar o
quão ele é relevante para o impulsionamento da ciência e, principalmente, para a sociedade.

Às vezes, é possível perceber, facilmente, a relevância de uma pesquisa, principalmente, na área da saúde, mas é
preciso estar atento.

Exemplo

Se você fosse avaliar dois projetos, um que aborda o impacto do aumento do

" consumo de álcool no desenvolvimento de doenças cardiovasculares e outro


que observa a composição faunística de um riacho no distrito de Penedo
(Resende, Rio de Janeiro), qual deles você compreenderia com mais facilidade
só lendo o título?

Provavelmente, o primeiro teria a relevância mais bem compreendida, mas isso


porque a aplicabilidade direta na saúde humana ganha destaque. Mas, o
segundo projeto também tem muita relevância para a sociedade: o
levantamento da composição faunística de um local nos dá ideia dos impactos
antrópicos que aquele lugar está sofrendo e nos permite inferir projeções de
perda de biodiversidade, que impacta diretamente na manifestação de doenças
em seres humanos, principalmente, proveniente de parasitos.

Viu como ambos os projetos podem ser relevantes? Só que o segundo projeto
precisará de uma justi3cativa mais bem desenvolvida, para que seja
compreendido e aceito.

A partir da linha de pesquisa que você escolheu e da questão norteadora criada, tente didatizar ao máximo a
explicação sobre a importância de seu projeto para a sociedade. Distribua para seus colegas, familiares e outros
pares para aferir se eles conseguiram compreender a relevância de sua pesquisa.

Formulação de hipóteses

Chegamos em um momento crucial do projeto de pesquisa, quando formulamos hipóteses que tentam responder à
questão norteadora. Quando a criamos, já temos em mente as respostas que serão colocadas como hipóteses.
Só que as hipóteses precisam abrir a possibilidade Para construir uma hipótese
de testagem e veri3cação e, por isso, elas precisam factível, você precisa ser

%
ser factíveis e dialogar com a realidade. Claro que especí3co em sua construção.
você pode colocar elementos fora do espectro Uma resposta abrangente não
analisado para auxiliar na sua hipótese, só que irá lhe ajudar e nem permitir
esses elementos deverão fazer parte dos testes. uma testagem efetiva e correta.

Vamos usar o mesmo exemplo sobre a relação entre COVID-19 e insu3ciência renal:

“Compreendendo que há indícios de pacientes em remissão da COVID-19 com o desenvolvimento de problemas


renais como a insu3ciência, de que maneira o ciclo etiológico do SARS-Cov 2 pode alterar a função e manutenção
de células renais?”.

Quais hipóteses você levantaria para responder a esta questão? Você poderia seguir dois caminhos, uma resposta
simples, abrangente e que não te dará elementos como:

"O vírus consegue se ligar a proteínas especí3cas celulares fazendo ciclo lítico nestas células."

Ou então, seguir um caminho de maior especi3cidade, facilitando o desenvolvimento de uma metodologia que lhe
permita fazer testagens mais signi3cativas como:

“O SARS-Cov 2 apresenta em sua proteína spike um ligante ao receptor de células nefríticas que, ao serem
sinalizadas, permitem a entrada do vírus. No interior destas células, o RNA viral se liga a enzimas nucleares e
potencializam a sua duplicação”.

A segunda hipótese levantada lhe mostra especi3camente o que deve ser testado e o que se espera encontrar.
Portanto, ao formular hipóteses, lembre-se que você deve formular algo que facilite seu trabalho e dê ferramentas
para a resolução da questão norteadora.
$
O QUE É O PRINCÍPIO DA FALSEABILIDADE?
O especialista Luiz Rafael da Silva explica o princípio e sua importância na formulação das hipóteses.

!
Criação dos objetivos

Chegamos então à formulação dos objetivos. São


metas que dialogarão intimamente com a questão
norteadora. O objetivo marcará seu ponto de chegada.
Para o leitor de seu projeto, ele deve ser claro e factível.
A ciência não trabalha com aspirações em que o
caminho seja incerto. Os programas de pós-graduação
não irão aceitar objetivos que não sejam alcançáveis no
prazo do curso do estudante. Por isso, para que seu
projeto seja aceito, é importante ter noção da
temporalidade e isso implicitamente precisa estar
inserido na descrição de um objetivo.

Objetivos mais didatizados também são mais bem aceitos, pois auxiliam no entendimento da proposta do projeto.
Os objetivos são construídos com três elementos. O verbo que demonstra a complexidade deste objetivo e ainda a
capacidade de mensuração e avaliação, os dados e as informações que irão balizar o desenvolvimento desta meta
e a intencionalidade do objetivo. De certa forma, o objetivo é construído de acordo com o seguinte esquema.

Observando este modelo de construção, podemos sugerir o seguinte texto para a questão geradora que explicitada
anteriormente:

“Compreender a relação entre o vírus SARS-Cov 2 e os casos de destruição de células nefríticas, com base nos
ciclos de replicação viral para desenvolver meios de recuperação de pacientes que demonstram sequelas da
COVID-19”.

Veja que os três elementos de construção estão abordados no objetivo exposto e dão um sentido lógico para o
desenvolvimento de seu trabalho.

Construir um projeto não é algo simples, mas pode ser muito bem desenvolvido com estudo e prática. Lembre-se:
um bom projeto precisa demonstrar sua relevância e meios para que o problema levantado seja resolvido.

Como um bom teste, escreva objetivos sobre alguma linha de pesquisa, mostre para outras
pessoas e peça que digam a você o que elas entenderam daquilo.
TIPOS DE PESQUISA E SUAS CARACTERÍSTICAS
Agora, veremos os tipos de pesquisa que mais ocorrem nas áreas das Ciências da Natureza e da Saúde.

Pesquisa bibliográfica

Muitos resultados de pesquisas são publicados em um ano e tais resultados se acumulam com os de anos
anteriores. Por vezes, eles conversam entre si, corroborando os seus achados, mas, outras vezes, os resultados
sobre um mesmo objeto de pesquisa podem demonstrar diferenças relevantes.

Há, portanto, necessidade de coesão sobre um certo assunto e é nesse momento que a
pesquisa bibliográ3ca se torna fundamental. O pesquisador deve se debruçar sobre os escritos
do assunto, publicados mundialmente, e daí, começar a fazer correlações, questionar dados e
compreender o contexto em que as pesquisas foram desenvolvidas.

No levantamento bibliográ3co, o pesquisador tem uma atividade de investigação intensa. Sua capacidade de busca
por informações é acionada a cada momento e todo dado encontrado deve ser utilizado.

Na pesquisa bibliográ3ca, o pesquisador deve retornar aos primeiros trabalhos relacionados ao tema e às
pesquisas bibliográ3cas anteriores sobre o assunto. Então, começar a buscar o que já foi publicado e divulgado
desde aquele tempo até os dias de hoje. A pesquisa bibliográ3ca, por ser temporal e indicar contextos sociais,
também pode implicitamente demonstrar a intencionalidade do autor em sua pesquisa.

Exemplo

Um certo pesquisador encontra em uma coleção entomológica um espécime de

" mosquito que a princípio é desconhecido e não foi descrito. Para ter certeza,
esse pesquisador deverá buscar nos artigos de referência sobre a família
daquele espécime se ele já foi descrito ou não. Com isso, terá de ler artigos e
publicações de diversas épocas, alguns até mesmo do século XVIII ou XIX. Ao
coletar todos os dados necessários e conferir se o espécime representa o tipo
de uma espécie nova, o pesquisador publicará sua descoberta citando todos os
artigos que lhe deram base para essa descoberta. Isso é um tipo de
levantamento e pesquisa bibliográ3ca.
De outro modo, o pesquisador pode também criar um compilado de todas as informações já abordadas sobre um
determinado assunto. Isso é de grande valia para a pesquisa cientí3ca, pois reduz o tempo de investigação que
futuros pesquisadores teriam para encontrar respostas sobre o mesmo tema.

Pesquisa experimental

Como o próprio nome diz, a pesquisa experimental leva em consideração a testagem de hipóteses a partir da
experimentação. São pesquisas realizadas muito comumente na área das Ciências da Natureza e da Saúde e que
usam de todos os passos do método cientí3co.

A pesquisa experimental tem algumas características típicas que precisam 3gurar no processo de produção
cientí3ca, a saber:

Clique nas barras para ver as informações.

POSSIBILIDADE DE MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS "

A IMPLANTAÇÃO DE UM CONTROLE "

OS DADOS DEVEM SER DISTRIBUÍDOS ALEATORIAMENTE "

Pesquisa de campo

A pesquisa de campo é de3nida como um método qualitativo de coleta de dados que visa observar, interagir e
compreender as variáveis em um ambiente natural. Essas variáveis podem ser pessoas, fenômenos, animais,
vegetais, fatores físico-químicos, entre outros.

É uma pesquisa de coleta de dados e compilação a partir da observação e mensuração baseadas em algum tipo de
referência. Quando observamos na TV os dados que aparecem, principalmente, em grá3cos, indicando opiniões de
pessoas, por exemplo, estamos vendo o resultado de uma pesquisa de campo.

Pesquisa de campo sugere que o pesquisador “vá a campo”, ou seja, que ele vá buscar informações novas de
fatores mutáveis.

Pesquisa-ação

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, os projetos de pesquisa-ação consistem na resolução de um


problema coletivo, com 3ns de aplicabilidade social. No delineamento dos projetos de pesquisa-ação, o pesquisador
cumpre as principais etapas de uma pesquisa, desenvolve uma fase exploratória e realiza um seminário. Nesse
caso, no que consiste o seminário:
Evento organizado por grupos de estudos ou grupos de pesquisa que tem como função divulgar pesquisas em andamento por discussão
oral.

Tem porte regional, nacional e até mesmo internacional com duração de alguns dias, que costumam comportar diferentes mesas-
redondas e comissões de debate.

Reuniões de um determinado grupo científico, com a intenção de fomentar debates sobre um campo específico, com inúmeras mesas
redondas.

Reuniões com a intenção de informar sobre um tema, nas quais o palestrante é uma autoridade com amplo conhecimento sobre o
objeto apresentado, podendo ser de carácter técnico ou científico.

Encontro mais informal, normalmente, mais fechado a um grupo de pessoas especializadas, a fim de prestar esclarecimentos sobre um
tópico ou com ciclo de palestras.

ESTRUTURA DA INTRODUÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA


Você deve estar se questionando o motivo de tratarmos da introdução no último momento de nosso percurso.
Saiba que assim é feito em qualquer descrição de projetos de pesquisa ou até mesmo em artigos cientí3cos:
pensamos sobre a introdução por último. Mas, logo o tópico que conduz a leitura de quem observa um projeto de
pesquisa é o último a ser construído?

Vamos analisar como se constrói uma introdução.

A introdução a um artigo de pesquisa é onde são de3nidos o tópico e a abordagem para o leitor. É por ela que o
leitor vai identi3car até mesmo se o artigo ou o projeto terá validade. Portanto, uma introdução bem escrita deve
chamar a atenção de quem está lendo. Então, atenção, ela precisa pontuar os seguintes passos:
Demonstre o que sua pesquisa irá tratar
A introdução precisa captar a atenção do leitor logo de início e por isso você
precisa expor sobre o que seu artigo ou projeto trata. Nessa parte, a
objetividade e a clareza são fundamentais. Uma boa forma de começar uma

1 introdução é incluir a questão norteadora, seja ela em forma de pergunta, seja


ela como enredo para o seu trabalho. Esta parte não precisa ser
profundamente impactante ou inovadora. Clareza, didatismo e relevância são
mais importantes do que tentar cativar com apelos. O principal é orientar o
leitor sobre as ideias do artigo.

Abordar um histórico sobre o tema ou citar pesquisas


recentes
Neste momento, você deve utilizar dados da pesquisa bibliográ3ca para
construir um cenário para o seu projeto. Historicizar o conteúdo demonstrará 2
uma sequência lógica de fatos que culminará no seu trabalho. Isso vai auxiliar
o leitor a entender a proposta de seu artigo com o arcabouço que você criou.

Defina o seu problema para o leitor


O seu problema precisa ser descrito de forma detalhada, porque ele é um

3 problema e porque é relevante e precisa ser resolvido. Este ponto é


fundamental, pois dá consistência para o estudo que irá se seguir. Além disso,
a situação-problema descrita tende a engajar o leitor em sua pesquisa.

Demonstre qual será a sua função neste projeto


Ao escrever a introdução, você precisa demonstrar qual tipo de abordagem
você fará sobre o problema, indicando brevemente as hipóteses levantadas e 4
como você pretende testar tais hipóteses.

Dê uma visão geral da estrutura do artigo


Para 3nalizar a construção de uma boa introdução, você precisa indicar quais

5 serão os caminhos que o leitor irá percorrer ao ler seu trabalho. Esta indicação
pode ser uma explicação breve das seções do projeto ou artigo, mas também
pode ser uma visão geral e resumida do projeto.
Agora que os passos da introdução foram abordados, você consegue entender o motivo desta seção ser construída
por último?

Veja que muitos dados colocados na introdução são os que compõem as outras seções de seu trabalho. Por isso,
3nalizar a escrita dessas seções antes da introdução indicará melhor o caminho traçado para construir essa
abordagem de captação do leitor.

Leia introduções em artigos diversos e tente reconhecer nelas os passos que foram descritos aqui. Treine seu olhar
para esse reconhecimento e, assim, a construção desta seção 3cará bem mais amigável.

* VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. Um estagiário está em uma linha de pesquisa em que precisa investigar o histórico de


infecções por Leishmania sp. em habitantes da América Latina. Seu orientador lhe
mostra algumas revistas e sites em que ele pode fazer o seu percurso para escrever um
projeto. Neste caso, o estagiário irá fazer uma pesquisa:

A) Quantitativa

B) Qualitativa

C) Experimental

D) Bibliográ3ca

E) De campo

Responder

2. Um candidato a estudante de pós-graduação estava com dúvidas na montagem do


seu projeto de pesquisa. A dúvida era “como escrever os objetivos”. Para que o projeto
seja aceito em uma banca, ele precisa ser:
Claro, factível, didatizado e seguir uma sequência que demonstra o verbo da ação, a base
A)
para o desenvolvimento e a intencionalidade do objetivo.

Direto e curto, não tomando muito o tempo do leitor, para que ele possa ler as outras seções
B)
do projeto.

Prolixo, com termos cientí3cos formais e que tenha grande abrangência, possibilitando
C)
diversos caminhos de resolução.

Simples, didático e precisa considerar uma construção que seja abrangente, não
D)
especi3cando o objeto a ser estudado.

Extenso, mas didatizado, com uma estrutura padrão em que não se demonstre a
E)
intencionalidade, para que o leitor descubra ao longo da leitura do projeto.

Responder

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa e a produção cientí3ca têm papel relevante para o impulsionamento e crescimento tecnológico e social
de uma nação.

Como vimos, no Brasil, mesmo estando entre os vinte primeiros colocados em produção cientí3ca no mundo, não
contamos com muitos subsídios e investimentos em pesquisas nas diferentes áreas da ciência, o que impacta
diretamente na formação de novos pesquisadores e, consequentemente, no desenvolvimento de nosso país.

Aqui, analisamos o quanto os eventos cientí3cos têm colaborado para a divulgação da ciência e o potencial que
apresentam para aumentar a democratização do conhecimento. Observamos também os pontos principais de um
projeto de pesquisa e as melhores maneiras de construí-lo.

PODCAST
Agora, o especialista Luiz Rafael Silva da Silva encerra o conteúdo falando sobre os
meios para a produção cientí3ca ganhar destaque no Brasil.

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REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. ANVISA. Missão. Consultado na internet em: 05 mai. 2021.

AMIGO, I. In Brazil’s wealthiest state, scientists fear a budget plan could cripple research. Science, 2020.
Consultado na internet em: 21 mar. 2021.

CAPES. Research in Brazil: funding excellence: analysis prepared on behalf of capes by the web of science group. 1.
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EM DISCUSSÃO. Produção cientí#ca no Brasil: um salto no número de publicações. Jornal do Senado. (s.d.)
Consultado na internet em: 12 mar. 2021.

FONSECA, M. L. M. D. A institucionalização da pesquisa cientí#ca brasileira: os primeiros anos de atuação do


Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq). Parcerias Estratégicas: Edição Especial, Brasília, v. 18, n. 36, p. 253-268,
2005.

JÚNIOR, J. D. L. S. O desenvolvimento da política cientí#ca e tecnológica na Primeira República (1889-1930):


uma análise a partir dos institutos de pesquisa paulistas e federais. Cadernos de História da Ciência, São Paulo, v.
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NATURE. The scienti#c events that shaped the decade. Publicado em: 2019. Consultado na internet em: 11 mar.
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PITTA, G. B. B; CASTRO, A. A. A pesquisa cientí#ca. Jornal Vascular Brasileiro, v. 5, n. 4, p. 243-244, 2005.


Consultado na internet em: 2 mar. 2021.

WEB OF SCIENCE GROUP. Research in Brazil: Funding excellence: Analysis prepared on behalf of CAPES by the Web
of Science Group, 2013-2018.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo:

Assista a palestras no aplicativo do TED Talks, onde há a divulgação de várias áreas do conhecimento! É um
app muito enriquecedor.
Assista no Youtube à animação Human population through time, do American Museum of Natural History,
sobre o quanto a população cresceu ao longo dos anos.
Consulte o aplicativo Menthor, desenvolvido pela PUC do Paraná, que ajuda a organizar as referências
bibliográ3cas segundo as normas da ABNT. Será uma ferramenta essencial na construção do seu projeto.

CONTEUDISTA
Luiz Rafael Silva da Silva

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