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DESCRIÇÃO

A construção de modelos para divulgação cientí6ca e os avanços na área da saúde com o uso de mídias indexadas.

PROPÓSITO
Compreender a importância da divulgação cientí6ca para avanços em diversas realidades socioambientais a partir
do impacto de artigos, notas e outras publicações dentro da ciência e, principalmente, na sociedade.

OBJETIVOS

Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3

Identi6car os meios necessários à Descrever resumo e nota Reconhecer a importância da


produção de um artigo cientí6co cientí6ca metodologia em um trabalho
cientí6co
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, você vai conhecer o processo de escrita e confecção de meios de comunicação cientí6ca,
como artigos, notas e resumos, observando seus impactos e sua importância para o desenvolvimento da
ciência. Além disso, verá como analisar os meios de publicação e como alcançar comunicações de
qualidade em meios de grande abrangência. Por 6m, conhecerá os processos metodológicos necessários
para que um trabalho cientí6co seja elaborado e aceito para publicação.

MÓDULO 1
! Identi'car os meios necessários à produção de um
artigo cientí'co

"
O ARTIGO CIENTÍFICO
Imagine-se descobrindo algo que pode mudar, em pequena ou larga escala, o direcionamento de uma sociedade.
Uma descoberta que pode melhorar a qualidade da vida humana ou então nos alertar sobre possíveis fatores que
podem impactar a humanidade no futuro. De que maneira você pode comunicar isso a ponto de ter alta
credibilidade em seu achado e amplo espectro de alcance em sua divulgação?

Você pode até imaginar meios para essa exposição, como um canal no YouTube, uma postagem no Instagram,
podcasts ou a utilização de outras redes sociais. Mas quem vai validar sua descoberta a ponto de considerá-la real
e relevante?

Ter meios de comunicação com processos bem estabelecidos, mediados por pro6ssionais quali6cados, que
aplicam a metodologia cientí6ca em suas avaliações, é importante para fazer valer a informação que você quer
divulgar. Para isso, existem os meios de comunicação indexados, que divulgam artigos, notas e resumos,
possibilitando a comunicação e6ciente e relevante de seus dados.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) :


#
Artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada, que
apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas
diversas áreas do conhecimento.
(ABNT, 2003)

Pela de6nição acima, observe que um artigo é uma publicação. O fato de ser publicado tem relação com a
relevância por indexação.

Clique no botão para ver as informações.

E como se dá esse processo?

Então, como sempre deve ser na ciência, a indexação


tem compromisso com a qualidade e a precisão das
informações. O fato de um artigo apresentar autoria
declarada permite a promoção do autor, mas também o
expõe a questionamentos. Quando alguém se declara
autor de um artigo, torna-se responsável pelas
informações que serão veiculadas, aumentando ainda
mais a credibilidade do que se publica.

A apresentação da discussão de ideias, métodos,


técnicas e processos é o cerne desse documento. Ele
se torna um ambiente propício para exposição, análise e
debate de ideias. Na verdade, o artigo cientí6co faz com
que sua ideia tenha o potencial de alcançar todo o
mundo acadêmico e, quem sabe, modi6car padrões que
vigoram em uma sociedade.
De forma diferente, as revistas de divulgação cientí'ca apresentam linguagem simples e didática, levando ciência
à comunidade leiga; são publicadas mensal ou bimestralmente e distribuídas em bancas de jornais e com acesso
remoto.

Há quem associe o termo ciência apenas às ciências naturais, mas todas as áreas do conhecimento são ciências.
Portanto, em todas elas podem ser construídos artigos cientí6cos. Associe sempre esses documentos à melhor
forma de expressão, a partir de métodos consolidados, e com credibilidade das suas ideias.

$ As oito áreas do conhecimento.


Artigo científico – breve histórico
Registrar ideias em um papel não é algo recente. Na
verdade, quando houve o desenvolvimento do papel, já
ocorreu o primeiro registro de ideias. Mas é claro que
essa não é a origem de um artigo cientí6co, que precisa
de critérios para ser publicado. Assim, estabeleceremos
critérios para voltar no tempo e observar qual foi o
primeiro artigo a veicular nos moldes atuais.

Um diário, mais precisamente um "diário dos sábios",


foi a primeira revista com critério e rigor cientí6co a ser
publicada. Seu nome original é Journal des Sçavans e
sua primeira edição foi publicada em 5 de janeiro de
1665, com apenas 12 páginas, mas com muita
informação (SPINAK e PACKER, 2015). Essa revista
continua sendo publicada até hoje com o nome Le
Journal des Savants, tendo mais de 480 edições ao
longo de todo esse tempo — com uma breve
interrupção entre 1792 e 1816. Já imaginou quanta
$ Imagem de um dos artigos publicados na primeira
informação foi veiculada por ali? revista com registro oficial.

Esse marco, fundamental para estabelecer um modo de comunicação que vigora até hoje, permitindo que as
pessoas tenham acesso às ideias e novidades do campo das ciências, resultou em um número quase incontável de
publicações com periodicidade diversa, que permeiam todo o campo da pesquisa cientí6ca.

O que compõe um artigo científico?


Para começar a pensar na escrita de um artigo cientí6co, é preciso entender quais são os elementos que compõem
esse tipo de documento.

Aqui você não irá escrever um artigo cientí6co, mas começará a ver quais são as principais necessidades para que
esse texto seja então produzido. Inicialmente é necessário um padrão, uma escrita formal que seja reconhecida
como um artigo cientí6co. Mas, ao observar as revistas que publicam tais artigos, percebe-se que nem sempre os
mesmos elementos constituem e compõem essa produção. Veja, por exemplo, as orientações da Revista Brasileira
de Zoologia:

Clique na barra para ver as informações.

MANUSCRITOS %

Observe agora como a Revista Brasileira de Epidemiologia, em sua página de políticas, orienta os autores quanto à
apresentação de seus artigos:
Clique nas barras para ver as informações.

RESUMO E ABSTRACT %

REFERÊNCIAS %

E onde está o padrão necessário para que haja publicação de um artigo científico?

Analisando os tópicos levantados pelas duas revistas, podemos encontrar congruências entre alguns deles. Na
verdade, observando um número maior de revistas, encontraríamos as mesmas congruências, ou seja, existem
elementos que são fundamentais para todo artigo cientí6co; os elementos que diferenciam o artigo de uma
publicação em relação ao de outra têm a ver com a especi6cidade do assunto abordado. Veja, então, quais são os
pontos congruentes que caracterizam um artigo cientí6co.

Todo artigo começa com uma introdução,


elemento fundamental para situar o leitor
quanto à proposta do conteúdo. Ela dá o
embasamento necessário para que o leitor
I
consiga conduzir a leitura, sabendo da
intenção do autor e dos objetivos que ele
pretendeu atingir ao escrever o artigo.

Logo após a introdução vêm os objetivos, que


podem ser divididos em objetivo geral e
objetivos especí'cos. O objetivo geral
apresenta ao leitor a proposta mais
abrangente, mais ampla do artigo. Já os II
objetivos especí6cos são propostas mais
estritas, que, juntas, promovem o alcance do
objetivo geral.

É preciso citar também a seção de


metodologia, que muitos artigos tratam
como materiais e métodos. É nesse ponto
que descrevemos as referências
III metodológicas e os procedimentos e
processos usados para chegar ao objetivo
esperado ou testar as hipóteses levantadas,
sempre com o princípio da falseabilidade.
Os artigos cientí6cos também apresentam a
seção de resultados, em que os dados
encontrados são demonstrados para que o
leitor possa fazer análises e algumas
correlações. Nessa seção, o ideal é que os IV
resultados sejam apenas explanados para
que as análises sejam feitas em seções
posteriores, como a discussão e a conclusão.

Alguns artigos apresentam a seção de


discussão. Nela, o autor apresenta o seu
olhar sobre as referências que usa a partir
dos resultados obtidos. É importante
compreender que o olhar do autor não tem
V por base uma opinião subjetiva, mas sim
critérios cientí6cos, sejam eles concordantes
ou não com seu ponto de vista. Isso valida o
artigo como um instrumento imparcial do
desenvolvimento da ciência.

Por último, todo artigo apresenta uma


conclusão. Em alguns casos a discussão e a
conclusão são trabalhadas juntas. A
conclusão é importantíssima porque é ela que
VI
de6ne se o objetivo foi ou não alcançado,
demonstrando se a questão apontada pelo
autor foi solucionada.

Saiba mais

Por mais que os artigos sejam padronizados e sigam uma proposta


metodológica de divulgação de dados, é necessário destacar seus modelos de
escrita. Não existe uma única linguagem para os artigos cientí6cos, cada revista
tem a sua proposta. Ela sempre se adapta à área, à disciplina ou ao teor da
pesquisa realizada. E isso demonstra um caráter particular da própria revista
que publica o artigo. Vivenciar essa diversidade de linguagens é importante para
conhecer as diversas formas de se falar de ciência.
Uma forma interessante para você começar a produzir um artigo é escrever uma proposta respeitando as
orientações fornecidas por uma revista da sua escolha. Assim, você já começa a vivenciar e participar desse
processo de construção, aproveitando para treinar o desenvolvimento da linguagem cientí6ca.

$ Algumas das principais publicações científicas da atualidade.

ONDE PUBLICAR UM ARTIGO


Já que estamos falando de revistas, é importante entender como se publica um artigo.

Você sabia

Existem hoje no mundo mais de 40 mil revistas que publicam artigos cientí6cos!
É claro que nem todas elas são da área de Saúde. Dentro dessa, são cerca de
dez mil publicações, das quais aproximadamente 200 são brasileiras e
pertencem às áreas de Saúde e de Ciências Biológicas.
O número pode até parecer pequeno quando se
constata o tanto de revistas que são publicadas no
mundo, entretanto, quando observamos a distribuição
pelos países, esse número se torna muito relevante.
Isso indica que a ciência no Brasil tem nessas revistas
grandes meios de divulgação formal e também
demonstra que a quantidade de publicações no nosso
país é consideravelmente relevante para o
desenvolvimento sociocientí6co.

Com tantas possibilidades, escolher uma revista mais


bem relacionada ao tipo de pesquisa que se está
fazendo é o que vai realmente indicar o caminho para a
publicação de um manuscrito. É interessante fazer uma
pesquisa nas plataformas de periódicos para buscar as
revistas mais próximas da intenção temática do artigo.

Dica

As revistas cientí6cas apresentam uma abrangência de divulgação. Revistas


bem consolidadas e de renome têm distribuição ampla e atingem diversos
pesquisadores, em diversos países. Publicando seu artigo em revistas de alto
impacto, mais pessoas vão saber sobre o que você está pesquisando, quais
foram os resultados e aonde você quer chegar com a proposta de seu
manuscrito.
As classificações Qualis
Uma das formas de comprovar credibilidade, abrangência e impacto é identi6cando a qualidade e o rigor nas
análises de artigos de um periódico.

Em 1998, a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) desenvolveu uma forma de
avaliar e classi6car os periódicos cientí6cos globais, referenciando-os em nível de importância, veracidade e
credibilidade. A partir dessa proposta, foram criadas oito classi6cações: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C.

Esses conceitos demonstram revistas de alta qualidade, com relevância e grande impacto, identi6cadas como A1 e
A2, até aquelas reconhecidas como revistas cientí6cas, mas muito recentes ou que não apresentam grande
impacto, identi6cadas por C. Essas classi6cações são chamadas de Qualis e têm norteado e direcionado os
investimentos das agências de fomento nos periódicos de maior qualidade.

$ Classificação Qualis CAPES.


Comentário

Recentemente, em 2019, a CAPES emitiu uma revisão dos conceitos e dos


critérios, criando os conceitos A3 e A4, considerados também de alto nível.
Agora existem dez conceitos Qualis.

Para buscar os periódicos e decidir o melhor lugar de publicação do artigo, é necessário acessar a Plataforma
Sucupira, da CAPES. Você pode buscar o periódico pelo ISSN ou pelo título da revista. Na plataforma, ao se deparar
com alguma dessas revistas, você notará que em um mesmo periódico há classi6cações distintas, que ocorrem
para as diferentes áreas abordadas na publicação.

Você pode estar se perguntando: quais são os critérios para que ocorra essa classi6cação de cada periódico?

Como já falado, os periódicos são avaliados pelas áreas do conhecimento que ela apresenta e não pela revista
como um todo. Abaixo, demonstramos um exemplo dessa classi6cação atribuída à Revista Trabalho, Educação e
Saúde, da Fiocruz:

$ Classificação Qualis CAPES 2013-2016 Revista Trabalho, Educação e Saúde, FIOCRUZ.

Se uma revista aborda artigos de duas áreas diferentes, cada área será avaliada separadamente, podendo receber
diferentes classi6cações. Portanto, é importante compreender que os critérios e classi6cações podem ser bem
distintos dentro de uma mesma revista.
Comentário

Ainda hoje, ao observar a Plataforma Sucupira, você encontrará esse tipo de


classi6cação temática, mas em breve isso mudará. Em função das novas
diretrizes da CAPES para a classi6cação de periódicos, as revistas passarão a
ser avaliadas de maneira completa, e não pelos temas que podem constar em
cada edição.

Publicar um artigo não é complicado. Você precisa sistematizar sua pesquisa, escrever o artigo seguindo as
instruções da revista que o publicará e encaminhar aos revisores. Você já tem algum resultado para mostrar à
comunidade cientí6ca?
OBSERVANDO AS INSTRUÇÕES AOS AUTORES.
Neste vídeo, especialista descreve uma instrução de publicação de uma revista indexada, demonstrando quais os
parâmetros de análise de um artigo para validação de sua publicação.

& VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. Uma equipe de pesquisa na área de Imunologia está analisando a melhor forma de


divulgar para a população leiga suas descobertas sobre o comportamento do SARS-CoV- 2 a
uma vacina em testes. Um dos membros da equipe indicou que publicar em uma revista de
divulgação científica pode ser mais eficaz do que em um periódico científico indexado.
Assinale a alternativa que mostra o motivo dessa indicação.

Revistas de divulgação cientí6ca apresentam sempre índices altos na Plataforma Sucupira,


A)
indo de Qualis B1 a A1.

Os periódicos indexados, mesmo sendo de fácil acesso pela população leiga, não são tão
B)
difundidos na sociedade.

Revistas de divulgação cientí6ca apresentam distribuição mais rápida e linguagem mais


C)
simples, sendo mais bem compreendidas pela população leiga.

As revistas de divulgação cientí6ca são todas em inglês, língua falada mundialmente, e por
D)
isso podem atingir diversos países ao mesmo tempo.

Os periódicos cientí6cos indexados não apresentam tanto rigor de dados quanto as revistas
E)
de divulgação cientí6ca e podem passar uma impressão errada dos resultados.

Responder

2. Um pesquisador encerrou seu projeto de pesquisa sobre células totipotentes de


poríferos e a relação com células tumorais, já tendo os resultados para divulgar para a
comunidade científica. Para conseguir fazer seus resultados chegarem a mais especialistas
dessa área, o pesquisador precisará

A) buscar uma revista multidisciplinar que apresente um ISSN de grande abrangência de temas.

submeter seu manuscrito às revistas da área de Zoologia, com índices Qualis de níveis A1 e
B)
A2.

submeter seu artigo a revisores de diversas áreas do conhecimento para que analisem se o
C)
entendimento está claro.

buscar revistas de publicação mensal ou quinzenal, sem ISSN e não constando na


D)
Plataforma Sucupira, para que a divulgação seja rápida.

submeter seu artigo a revistas de Zoologia de baixo espectro de abrangência, com circulação
E)
limitada, já que essa área é muito restrita.
Responder

MÓDULO 2
! Descrever resumo e nota cientí'ca

O QUE É E COMO SE ESTRUTURA UM RESUMO CIENTÍFICO


Tente resumir em poucas palavras toda a pesquisa que você já fez ou um projeto que esteja encaminhando:

Ao longo de sua vida acadêmica, certamente você escutou falar em resumo. Seja na educação básica, quando seu
professor de linguagens pedia para você sintetizar um texto, seja em sua graduação, quando precisou condensar
um trabalho realizado ou uma pesquisa produzida. Mas será que esses resumos são cientí6cos?

De modo geral, o resumo é uma apresentação abreviada de um texto, com a visão concisa dos pontos mais
relevantes. Fazer um bom resumo é muito importante: trata-se da parte mais lida de um texto acadêmico e
cientí6co, apresentado logo depois do título. Quando bem apresentado, ele acaba envolvendo o leitor, que continua
lendo e analisando o que você escreveu. Além disso, o resumo costuma ser a primeira parte julgada de um artigo e
às vezes a única a ser avaliada para a o aceite de um trabalho dentro de congressos e outros eventos.

Quais seriam as principais vantagens e a importância de um resumo para o texto


científico?

Clique nas informações a seguir.


Despertar o interesse Auxiliar na organização Destacar o artigo

A estrutura de um resumo cientí6co costuma ser a


mesma usada em artigos cientí6cos, teses,
dissertações e na maior parte dos textos cientí6cos:

1. Objetivos do trabalho.
2. Metodologia adotada.
3. Fundamentação teórica.
4. Dados sobre o resultado.
5. Conclusão.

As orientações dos periódicos para a publicação de resumos cientí6cos também variam. Algumas revistas pedem
para que não sejam colocados os referenciais teóricos utilizados no texto. No entanto, caso esse resumo seja
escrito para 6gurar em uma tese, uma monogra6a ou uma dissertação, você pode apresentar os referenciais
teóricos usados para fundamentar o seu trabalho. Nesses tipos de manuscritos, não há impedimento para essa
inclusão.

Atenção

É preciso consultar previamente as regras de formatação adotadas pela


instituição à qual você está vinculado.

Para 6nalizar a estrutura do resumo, é preciso elaborar a conclusão do trabalho. É a partir da leitura do resumo que
o leitor identi6ca se vai realmente querer observar o trabalho para entender como você chegou àquele desfecho. Por
isso, é importante que esse tipo de elemento esteja em seu texto.

Outro elemento bastante relevante é a metodologia. Muitas vezes as pessoas buscam um artigo para entender qual
método foi utilizado para se testar uma hipótese, e não necessariamente para conhecer os resultados 6nais
obtidos. A análise dos resultados é consequência do método adotado e esse mesmo método pode ser utilizado em
diversas outras pesquisas.

Muitas pessoas confundem o resumo cientí6co com a introdução de um artigo. Alguns elementos são até
similares, mas as diferenças são evidentes:
A introdução não apresenta uma conclusão. Como o nome indica, ela introduz o assunto, traz o
embasamento, para mostrar ao leitor sobre o que é a pesquisa.

A introdução não encerra o assunto nela mesma, mas dá elementos para que o leitor tenha uma leitura
guiada.

Clique na figura abaixo.

Tipos de resumos
Podemos encontrar dois tipos de resumos cientí6cos, quanto ao seu conteúdo:
Resumo indicativo Resumo informativo
Demonstra o processo da pesquisa, mas Vem com todos os elementos

'
não chega a nenhum resultado ou estruturantes de um artigo cientí6co,
conclusão. É usado principalmente para apresentando os objetivos, a
revisões bibliográ6cas, pesquisas em metodologia, os resultados e a conclusão
andamento e atualizações, e serve do estudo. Pode ser considerado como
apenas para sinalizar e chamar atenção um mini trabalho.
do leitor para a pesquisa.

Quanto à forma de apresentação, um resumo pode ser:

Resumo narrativo Resumo estruturado


Apresenta, como o nome indica, um A escrita é ordenada, promovendo uma
parágrafo com a narração, de forma livre,
sobre o que ocorreu na pesquisa. Nesse
resumo ,a leitura é mais ruida e não há
ordem especí6ca dos dados a serem
' construção sistematizada das
informações. Esse tipo de resumo
costuma ser solicitado pela maioria das
revistas cientí6cas indexadas.
apresentados.

Mesmo que o resumo cientí6co não tenha a mesma densidade e qualidade de um artigo cientí6co, ele é
fundamental para atrair a atenção do leitor.
A NOTA CIENTÍFICA
De início, é preciso esclarecer que nota cientí'ca não é o mesmo que notação cientí'ca. Essa informação pode
parecer desnecessária, mas se você 6zer um teste e pesquisar na internet sobre nota cientí'ca, verá que
praticamente nenhum buscador vai direcioná-lo para o que você realmente quer.

Clique na figura abaixo.

Uma nota cientí6ca deve ser escrita quando você


precisa comunicar algo, alguma descoberta dentro de
um projeto, mas ela não representa um resultado 6nal.
Também um manuscrito pode ser enquadrado como
uma nota cientí6ca quando a quantidade de dados que
serão expressos nos resultados não é su6ciente para
con6gurar um artigo cientí6co. Por isso muitos
periódicos adotam a seção de notas cientí6cas.

Pela limitação nos dados, as notas cientí6cas


representam trabalhos de caráter preliminar e muitas
vezes não trazem os resultados de6nitivos, mas são
importantes pois sua divulgação pode embasar outros
trabalhos feitos em paralelo.
Exemplo

Ao trabalhar com a sistemática 6logenética, pesquisadores sempre se deparam


com o processo de sinonimização de algumas espécies. Ao descobrir qualquer
dado sobre esse tema, eles precisam comunicar à comunidade cientí6ca que
dois nomes diferentes foram dados à mesma espécie. Como essa é uma
comunicação simples, mas precisa de todo embasamento metodológico para
que se possa veri6car a veracidade dos dados, ela é, então, apresentada como
nota.

Em revistas que publicam seus artigos em inglês, é comum a nota cientí6ca receber o nome short communication.

Estrutura básica da nota científica


Como você viu, a nota cientí6ca é de grande importância para a promoção e divulgação de dados no campo da
ciência, de forma que ela pode e deve ser explorada pelos pesquisadores que querem fazer uma divulgação rápida e
relevante dos resultados de suas pesquisas. Por mais que a nota cientí6ca seja menor que um artigo, ela apresenta
o mesmo rigor acadêmico na sua estruturação e avaliação. Na maior parte das vezes, os periódicos usam os
padrões de análise de um artigo cientí6co. Isso faz com que uma nota apresente os mesmos elementos
constitutivos de um artigo, ou seja, introdução, objetivos, materiais e métodos, resultados e conclusão.

Comentário

Perceba que o número de seções é o mesmo de um grande artigo. Por isso, um


dos fatores que diferenciam um artigo de uma nota é o tamanho dessa
comunicação. É interessante observar que a estrutura de uma nota também
apresenta um resumo — mais curto, narrativo, e em um único parágrafo.

Onde publicar um resumo e uma nota científica


Se você tem algo a publicar ou divulgar dentro da comunidade cientí6ca, é importante saber em quais meios essas
comunicações podem ser distribuídas.
Notas científicas
Já que uma nota cientí6ca apresenta o mesmo rigor de análise
de um artigo cientí6co, ela costuma ser publicada pelas revistas
e periódicos cientí6cos. Aqui também vale a recomendação
para observar revistas de ampla divulgação que tenham
qualidade e rigor em suas análises e uma classi6cação alta nos
bancos de pesquisa, como, por exemplo, na Plataforma
Sucupira.

Dica

Se por acaso você tiver oportunidade de publicar uma nota em uma revista
Qualis A1 ou A2, certamente alcançará boa parte da comunidade de
pesquisadores que trabalham na mesma área que você.

Resumo
Caso tenha sido escrito para acompanhar um artigo ou uma
nota cientí6ca, ele será publicado junto com esses textos. No
entanto, se ele foi escrito para ser apresentado em um evento
cientí6co, como um congresso ou simpósio, esse resumo será
submetido às organizações desses eventos seguindo as
instruções necessárias para a composição do texto. A partir
disso, você vai elaborar a redação e então submetê-la aos
organizadores do evento. Se o resumo for aprovado, e caso
você participe apresentando esse resumo para os espectadores
e leitores, seu texto será publicado em uma mídia chamada
anais do evento.
Os anais são compilações de resumos e outros textos — artigos, notas, e outros comunicados — apresentados em
algum evento. Por exemplo, em um evento sobre temas diversos, como costuma ser um congresso, haverá uma
publicação contendo informações de diversas áreas da pesquisa; da mesma forma, se o evento for menor e mais
especí6co, esse tipo de publicação 6cará mais restrito quanto à divulgação.

Dica

A apresentação de um trabalho em um congresso e sua consequente


publicação nos anais, são portas de entrada para que você seja conhecido no
campo da pesquisa. A partir daí, você pode explorar cada vez mais as mídias de
divulgação.

O DILEMA EM CONSEGUIR ACESSO ÀS REVISTAS


CIENTÍFICAS.
Neste vídeo, o docente irá falar sobre o aumento de revistas que liberam seus artigos apenas mediante pagamento
de valores — muitas vezes altos — freando o progresso cientí6co.

!
& VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. Ao escrever um resumo para um artigo científico que estava em desenvolvimento, um


pesquisador elaborou em modelo narrativo um texto que abordava os objetivos de sua
pesquisa e os seus resultados. Ao submeter seu artigo a uma revista científica, ele foi
recusado, tendo como argumento a falta de dados em seu resumo. Qual dado prioritário
deveria estar nesse texto?

A) Metodologia.

B) Discussão.

C) Objetivos.

D) Introdução.

E) Referencial teórico.

Responder

2. Um pesquisador na área de epidemiologia está desenvolvendo um projeto de


acompanhamento das sequelas da covid-19 em pacientes já curados. Ao longo de seu
projeto, ele obteve resultados preliminares que poderiam auxiliar no desenvolvimento de
outras pesquisas na área. Qual a melhor forma de publicação à qual esse pesquisador
poderia submeter seus resultados?

A) Nota cientí6ca.
B) Artigo cientí6co.

C) Anais de congresso.

D) Resumos.

E) Comunicado cientí6co.

Responder

MÓDULO 3
! Reconhecer a importância da metodologia em um
trabalho cientí'co

LINGUAGEM CIENTÍFICA NA DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA


Se você tivesse em mãos uma revista cientí6ca, de
Qualis alto, e uma revista de divulgação cientí6ca, como
você diferenciaria o tratamento da linguagem dessas
duas revistas?

A primeira, mais formal, complicada de se entender,


com padrões expositivos; já na revista de divulgação
cientí6ca, você poderia encontrar uma narrativa, um
texto corrido, mais simples e mais acessível.

Se imaginou essas diferenças, você não está errado.


Tais revistas trabalham com uma linguagem própria,
necessária para o público-alvo que as leem. E por mais
que a linguagem cientí6ca não seja tão acessível assim,
ela é fundamental para o campo acadêmico. Então,
vamos ver as principais características dessa
linguagem e o porquê da sua aplicação.

Atenção

Hoje, o meio acadêmico, no ambiente de pesquisa, não aceita pro6ssionais que


não dominem a linguagem. Biólogos, biomédicos, enfermeiros, educadores
físicos, entre outros pro6ssionais da área de Saúde, se não souberem se
expressar da forma adequada, não conseguirão êxito em suas pesquisas e em
seus trabalhos.

Características da linguagem em um texto científico

! Arraste para os lados.


A linguagem científica deve O texto científico deve ser O texto científico pr
ser explicativa claro ser completo
Signi6ca dizer que o texto de A clareza é um aspecto muito Seja um artigo, um resum
natureza acadêmica não é uma importante no desenvolvimento de dissertação, um TCC ou u
narração, um manual de instruções um texto. Ele precisa descrever de necessário que o leitor co
ou uma argumentação. Ele é uma forma objetiva os tópicos de um o trabalho de maneira com
explicação e, desse modo, o texto artigo cientí6co, como: qual o então, o principal aspecto
cientí6co deve sempre responder a problema de pesquisa e a temática? trabalhado no texto. Nenh
algumas perguntas: o que foi Quais os objetivos? Quais métodos aspecto relevante à comp
realizado? Como foi realizado? Por foram utilizados? Essas do trabalho deve ser omit
que foi realizado? Seguindo essas informações até podem estar isso, os pontos requerido
normas, você garantirá o caráter presentes em um texto, mas se não revista ou periódico para
explicativo requerido para a forem claras e sistematizadas, ele descrição devem ser cum
linguagem cientí6ca. perde o caráter cientí6co. sua integralidade.

Essas características mostram que a metodologia de uma pesquisa precisa ser apresentada ao leitor de maneira
clara, completa, objetiva, sem omissões e seguindo um padrão informativo, que auxiliará no desenvolvimento do
trabalho.

Um projeto de pesquisa deve ser pautado no método cientí6co apresentado durante sua construção, em etapas
organizadas e divididas em:

escolha do tema;
delimitação do tema;
situação-problema (contextualizar e apresentar de forma clara o problema, delimitando com exatidão o tipo de
resposta esperada ao 6nal da investigação);
hipóteses;
justi6cativa;
objetivos;
suporte teórico;
metodologia; e
considerações 6nais.

TÉCNICAS E MÉTODOS EM PESQUISA BIBLIOGRÁFICA


Uma pesquisa não se origina do nada. Em um processo análogo à biogênese, uma pesquisa, para ser desenvolvida,
necessariamente terá como base trabalhos anteriores publicados. E é aí que entra a pesquisa bibliográ6ca. Trata-se
de um procedimento técnico que oferece resultados de trabalhos anteriores, dando suporte para a apuração de
novos dados.

Antes de apresentarmos as características da pesquisa bibliográ6ca, é preciso fazer a distinção entre ela e a
pesquisa documental:
Pesquisa bibliográfica Pesquisa documental
Fundamenta-se na análise de materiais já Refere-se à busca por dados crus, sem
publicados, com característica cientí6ca, qualquer tipo de processo analítico que

(
veiculados por mídias de relevância, possa lhes dar algum direcionamento. É
revistas cientí6cas, artigos, anais de um tipo de pesquisa primária, original, de
congressos, entre outros. Esses materiais simples busca de dados. Como o nome
trazem tratamento de dados, com sugere, os dados são recolhidos de
análises e conclusões obtidas após a documentos, bancos de informações e
aplicação de metodologias sobre os outros locais de armazenamento.
resultados.

Um dos principais objetivos da pesquisa bibliográ6ca é estreitar o diálogo entre trabalhos já realizados e aquele que
se pretende realizar. Nessa pesquisa, são evocadas todas as análises já feitas sobre um certo assunto, propiciando
ao pesquisador a possibilidade de acompanhar o processo histórico do uso de diversos dados, além de inferir
hipóteses sobre o que a nova pesquisa quer buscar.

Como fazer uma pesquisa bibliográfica


Não se pode começar uma pesquisa bibliográ6ca sem
um direcionamento. Seria como tentar procurar uma
agulha no palheiro. Para iniciar esse levantamento, é
preciso relacionar as principais publicações cientí6cas
que trazem artigos e notas sobre o tema ou objeto da
pesquisa na qual você está trabalhando. Por isso, o
primeiro passo é encontrar o seu norte de pesquisa.

Hoje, o melhor local para fazer esse tipo de busca é a internet, com páginas e per6s que permitem ao pesquisador
investigar possíveis publicações. Infelizmente nem todas são de visualização gratuita, o que pode acabar atrasando
a pesquisa.

Algumas vezes, uma pesquisa bibliográ6ca é feita apenas para a publicação de uma revisão bibliográ6ca, mas
quase sempre o objetivo é encontrar um referencial teórico para fundamentar o trabalho em desenvolvimento.

Etapas da pesquisa bibliográfica


Não há regras para a realização de uma pesquisa bibliográ6ca, mas há um consenso lógico, que você verá agora:
Defina com clareza o tema do seu trabalho
1 Ter clareza sobre o que precisa buscar é importante para que o pesquisador
não perca tempo analisando materiais irrelevantes.

Roteirize o projeto
Toda pesquisa bibliográ6ca é feita com uma intencionalidade. A simples
de6nição de um tema não é su6ciente para direcionar a busca. Por exemplo, se
você está estudando um tema relacionado ao desenvolvimento de herbáceas, 2
só esse dado não será su6ciente para determinar o que precisa ser levantado.
Então, roteirize, observe o que pode ser feito dentro do tema, para conseguir
restringir mais o campo da pesquisa.

Encontre materiais para sua pesquisa


Esse é o momento da busca, é quando você irá às plataformas que congregam
revistas cientí6cas para iniciar o seu levantamento. Essa busca pode ser feita
pelo objeto de pesquisa, pelo tema, por aplicações metodológicas, ou seja, são
3 diversas possibilidades. É claro que, ao fazer esse levantamento, muitos dados
aparecerão, muitas análises já realizadas serão selecionadas, e você precisará
organizar esses dados. Uma ideia é fazer uma espécie de 6chamento para
ajudar nesse processo.

Organize o fichamento em uma sequência lógica


Tente observar as relações entre os dados levantados e como eles podem ser
consequências de outros dados. No momento da leitura, é importante seguir
alguns procedimentos para facilitar seu entendimento e o diálogo com o autor
do trabalho acadêmico. Para isso, faça a análise textual — com a 6nalidade de 4
se preparar para a leitura produtiva —; a análise temática — com a 6nalidade de
compreender a mensagem do autor pela percepção do tema, da argumentação
utilizada e da conclusão —; e a análise com a 6nalidade de buscar o signi6cado
do texto em relação à disciplina ou área de conhecimento.

Desenvolva seu texto


5 Essa parte não precisa de explicações. Agora, mão na massa!
TÉCNICAS E MÉTODOS EM PESQUISA EXPERIMENTAL
Ao ler o título desta parte, talvez você tenha associado a pesquisa experimental a alguma experimentação. E você
está certo! Diferentemente da pesquisa bibliográ6ca, em que praticamente fazemos uma viagem ao passado para
levantar dados e análises de pesquisas, na pesquisa experimental promovemos testagens para gerar novos dados.

A pesquisa experimental se faz com a testagem de hipóteses. Em todo projeto de pesquisa, diversas hipóteses são
levantadas para tentar resolver uma situação-problema ou então responder às perguntas que geraram a pesquisa.
Ela tem como objetivo dizer de que modo e por quais causas algum fenômeno é produzido ou algum dado é obtido.
Não determina uma verdade absoluta sobre o que está sendo estudado, mas oferece conhecimento a respeito
desse estudo. Como citado anteriormente, a pesquisa experimental acaba gerando novos dados.

Essa pesquisa é baseada, em parte, na tentativa e erro, e por isso é necessário manipular as variantes
metodológicas para conseguirmos analisar como o objeto de estudo se comporta dentro dessas variantes.

Exemplo

Um pesquisador precisa analisar os fatores ambientais que podem inruenciar


na reprodução de uma espécie de ave em risco de extinção. Para isso, ele
promove um experimento com duas dessas aves em cativeiro, uma com um
espaço que simula o ambiente natural, outra em um local do qual o pesquisador
retira algum componente ou então inclui novos elementos. Nós teremos, então,
um experimento controle para ser analisado junto a um experimento teste.
Esse tipo de pesquisa acaba gerando dados interessantes, mesmo que não atinja o seu objetivo, pois ao longo da
realização dessa pesquisa vários dados podem ser obtidos e publicados como notas cientí6cas.

O que caracteriza a pesquisa experimental?


As características da pesquisa experimental envolvem a metodologia para a construção dessa pesquisa. Uma delas
é a identi6cação das possíveis variáveis que podem ocorrer no fenômeno ou contexto estudado; para isolar tais
variáveis, é necessário manipular algumas delas. Outra característica é a determinação de um grupo controle, em
que não haverá a manipulação de variáveis — com isso elas estarão expostas às causas naturais. Por 6m, toda
pesquisa experimental conta com a aleatoriedade da distribuição de dados. Dentro da pesquisa não se sabe quais
elementos farão parte do grupo controle ou grupo experimental.

Exemplo

Durante as testagens de e6cácia da vacina contra a covid-19, vários voluntários


foram divididos em grupo controle e grupo experimental. Esse tipo de método é
importante, pois demonstra imparcialidade na obtenção dos dados.

É importante ressaltar que uma pesquisa experimental não necessariamente ocorrerá apenas em laboratórios; ela
pode ser desenvolvida em qualquer lugar, desde que contemple as propriedades antes mencionadas (controle,
manipulação e distribuição aleatória).

Caso você esteja inserido em algum projeto e intencione fazer uma pesquisa experimental, 6que atento aos
principais passos para a realização desse método:

Clique nas setas para ver o conteúdo.


1 - De'na o problema a ser estudado – esse passo é crucial para que os outros se desenvolvam. O problema
precisa ser muito bem de6nido e corresponder ao real problema a ser analisado. Muitos projetos não dão cer
em suas hipóteses e experimentações pois os problemas não estão bem explicitados.

COMO A PESQUISA EXPERIMENTAL AJUDOU A SALVAR


VIDAS?
Neste vídeo, o docente irá demonstrar o processo de pesquisa experimental na testagem de vacinas contra a covid-
19 e como essa experimentação foi fundamental para preservar vidas.

!
TÉCNICAS E MÉTODOS CIENTÍFICOS EM PESQUISA DE
CAMPO
Pare o que você está fazendo, dê uma pausa na leitura, vá até a janela e olhe para fora.

Clique na figura abaixo.

A pesquisa de campo tem um objetivo único, inserido em uma realidade também única, dentro do tema que você
pesquisa. Ela relaciona o conhecimento teórico com o que é de fato aplicado na prática em relação ao elemento
que está sendo pesquisado. Pretende veri6car in loco os fenômenos relatados pela teoria. A pesquisa de campo
está ligada a diversas áreas, pode ser desenvolvida em várias metodologias e se relaciona muito bem com os
estudos de caso.

Mas o que é um estudo de caso?


Resposta

Essa técnica visa analisar um fenômeno que esteja ocorrendo em um certo


ambiente, exposto a variáveis reais no contexto em que se encontra. Esses
estudos são realizados de forma intensiva e sistematizada e costumam
levantar uma grande quantidade de dados.

Para que uma pesquisa de campo seja realizada em um


estudo de caso, ela requer metodologias de
levantamento de dados, como entrevistas,
questionários e formulários. Isso servirá para rastrear
algumas inferências que o pesquisador tem sobre o
assunto. Toda pesquisa que envolva uma entrevista
precisa ter suas questões já formuladas e analisadas. E
essa técnica apresenta um preparo anterior bem
fundamentado, além de grande organização.

A pesquisa de campo pode ser:


Quantitativa-descritiva Exploratória Experimental
Aqui se analisam as Aqui são desenvolvidas Na verdade, a pesquisa
características dos fenômenos hipóteses a partir da experimental é uma
pesquisados, além de empregar formulação de problemas, sem característica da pesquisa de
artifícios quantitativos, com o interferir no objeto que se está campo. Diferencia-se da
intuito de quanti6car o que está pesquisando, mas observando exploratória pelo fato de nela
acontecendo em campo. Essa os fatores que provocam haver interferência no objeto
pesquisa gera métricas e alterações nele. com a manipulação de
estatísticas que, por sua vez, variáveis.
geram dados importantes para
o trabalho como um todo.

Esses três tipos se relacionam bastante entre si. De certa forma, não há como dissociar um tipo de pesquisa de
outro, até porque, em parte, eles se complementam.
Atenção

As pesquisas que envolvem seres humanos e animais precisam, na maioria dos


casos, de aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) e do Comitê de Ética
na Utilização de Animais (CEUA), respectivamente. Além disso, pode ser
necessária a aprovação de outras instâncias legais, dependendo do local em
que é realizada a coleta de dados. Assim, antes de iniciar um projeto, não deixe
de perguntar e veri6car, junto à instituição ou ao professor responsável, quais
pré-requisitos legais são necessários para o desenvolvimento de sua pesquisa.
Essas aprovações se encaixam na pesquisa experimental e de campo.

& VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. Ao apresentar em sua qualificação a pesquisa realizada durante o doutorado, um


estudante teve que solicitar o adiamento de sua defesa, pois a banca fez duras críticas
quanto à linguagem usada para descrever o trabalho. No caso, o estudante quis inovar,
escrevendo os textos de maneira narrativa e dialógica, contando sobre os dados de sua
pesquisa como se fosse a narração de um conto. Nesse caso, o estudante deve reescrever
seu texto levando em consideração

A) a formalidade da escrita do projeto.

B) a roteirização do projeto.

C) a imparcialidade do projeto.

D) a ordenação dos dados.

E) a objetividade da informação.

Responder
2. Um estagiário de enfermagem desenvolve uma linha de pesquisa em que precisa levantar
a incidência de novas infecções por covid-19 em um hospital da rede particular. Seu
orientador lhe entrega alguns formulários para que sejam aplicadas algumas entrevistas
com os funcionários desse hospital. Identifique o tipo de pesquisa que será realizada por
esse estagiário.

A) Quantitativa.

B) Qualitativa.

C) Experimental.

D) De campo.

E) Bibliográ6ca.

Responder

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, você pôde constatar que existem diversas possibilidades de construir e divulgar a produção
cientí6ca. A partir de breves resumos, passando por notas e chegando a artigos cientí6cos, independentemente do
meio pelo qual há comunicação cientí6ca, o acontecimento dessa comunicação é imprescindível para o
crescimento da ciência. E essa comunicação deve ser feita com linguagem apropriada e a partir de metodologias
bem embasadas.

PODCAST
Antes de encerrarmos, ouça este podcast no qual o especialista dá dicas sobre os
caminhos e di6culdades para você publicar sua primeira comunicação cientí6ca.

0:00 11:55
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em
publicação periódica cientí6ca impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p.

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Ideias, [s.l.] v. 11, n. 1, 2020.

CORREA, M. D. C.; ABREU, A. S. A linguagem do texto cientí'co: as metodologias e a potencialização do ensino


aprendizagem de língua, literatura e produção textual. 1. ed. [S.l.]: Inovar, 2020.

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77-80, 2000.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo:

Que tal acessar a Plataforma Sucupira? Lá você poderá encontrar revistas de diversos níveis Qualis.
Conheça o SciELO, uma biblioteca digital de artigos cientí6cos de acesso livre.
Leia o livro Como elaborar um projeto de pesquisa, de Antonio Carlos Gil (Editora Atlas), para saber mais
detalhes sobre como elaborar um projeto de pesquisa.

CONTEUDISTA
Luiz Rafael Silva da Silva

) Currículo Lattes

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