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A vantagem competitiva pode ser definida como a extensão com que uma determinada
organização consegue oferecer aos seus clientes um valor superior ao oferecido pela sua
concorrência.
Definindo o valor como o preço que os clientes estão dispostos a pagar por um determi-
nado bem ou serviço, uma organização deterá uma vantagem competitiva relativa,
segundo Porter (1992) se conseguir:
A liderança de custo constitui uma vantagem competitiva quando uma organização con-
segue oferecer um bem ou serviço equivalente ao da concorrência, mas a um preço mais
baixo do que ela.
A vantagem competitiva assente na diferenciação, por outro lado, ocorre quando uma
determinada organização consegue oferecer um bem ou serviço aos seus clientes a um
preço que mais do que compensa os benefícios adicionais incorporados naquele, que
não são oferecidos pela sua concorrência.
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Para Porter, a base fundamental do desempenho acima da média a longo prazo é a van-
tagem competitiva sustentada. A empresa que consiga um correcto posicionamento,
pode obter altas taxas de rentabilidade, mesmo com uma estrutura industrial desfavorá-
vel com rentabilidade média baixa.
Se a atractividade de uma indústria para uma empresa pode ser medida através do retor-
no do investimento no longo prazo (e este é, naturalmente, função do grau de rivalidade
existente na indústria), já a posição competitiva relativa da empresa na indústria (que
determina a sua capacidade de obter rentabilidades acima ou abaixo da média da indús-
tria) depende da sua capacidade de criação de vantagens competitivas sustentáveis.
Estas vantagens competitivas, todavia e segundo Porter, não podem ser compreendidas
observando-se a empresa como um todo. Estas têm origem nas suas múltiplas activida-
des distintas como a produção, o marketing, a entrega e serviço pós-venda. Cada uma
destas actividades pode contribuir para a posição de custos relativos de uma empresa,
além de poder constituir uma base para a diferenciação.
INFRA-ESTRUTURA DA EMPRESA
DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA
AQUISIÇÃO
FONTE: Porter, Michael E. (1992), Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior , 5.ª edição, Editora
Campus, Pág. 35
Para além das próprias actividades de valor, Porter reconhece também que os próprios
elos (relações entre o modo como uma actividade de valor é executada) entre estas acti-
vidades interdependentes podem constituir-se como fontes de vantagens competitivas,
através da sua optimização e coordenação.
Porter nota também que a cadeia de valor, por outro lado, encontra-se integrada numa
outra cadeia de âmbito mais alargado, o sistema de valor, constituído não apenas pela
cadeia de valor da própria empresa, mas também pela cadeia de valor do fornecedor a
montante e pela cadeia de valor do cliente a jusante.
FONTE: Adaptado de Porter, Michael E. (1992), Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior , 5.ª Edição,
Editora Campus, Pág. 32
Esta intensidade, todavia, não é apenas função dos concorrentes actuais. Esta tem ori-
gem na sua estrutura económica de base e é determinada pelas 5 forças competitivas
identificadas acima que incluem, para além da rivalidade existente entre os concorrentes
actuais, a ameaça de novos entrantes, a ameaça de produtos substitutos, o poder nego-
cial dos fornecedores e o poder negocial dos clientes.
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De tal forma que, numa indústria com taxas de retorno acima da taxa de juro sem risco
(por exemplo a taxa de juro dos títulos do tesouro, também assimilável à taxa de renta-
bilidade de uma indústria funcionando em “concorrência perfeita”) a tendência seria a
do aumento do investimento nessa indústria, quer através da entrada de novos concor-
rentes, quer através do reforço dos investimentos efectuados por concorrentes actuais.
O resultado seria uma pressão no sentido de se fazer baixar a taxa de retorno da indús-
tria para valores próximos da taxa de juro sem risco, designadamente através de guerras
de preços, aumentos dos custos publicitários, ou outra forma análoga. Pelo contrário, se
a taxa de rentabilidade da indústria fosse inferior à taxa de juro sem risco, a tendência
seria a da sua subida, designadamente através da redução da intensidade competitiva,
pela saída de alguns concorrentes, com custos de oportunidade de investimentos alterna-
tivos superiores àquela taxa.
Com efeito, e conforme nota Porter (1992), se por um lado o poder negocial dos forne-
cedores determina o custo das matérias primas e de outros serviços e factores de produ-
ção, por outro, o poder negocial dos clientes determina o preço a cobrar (da mesma
forma como acontece com os produtos substitutos) e pode determinar também as neces-
sidades de investimento e os custos, em função dos serviços adicionais prestados.
O grau de rivalidade entre os concorrentes actuais, por seu turno, além de condicionar
os preços a praticar, tem impactos significativos ao nível dos custos associados a activi-
dades como a produção, a I&D, a força de vendas, os canais de distribuição, a publici-
dade, a logística, etc..
A figura abaixo apresenta, de forma resumida, o modelo completo das 5 forças competi-
tivas de Michael Porter evidenciando, não apenas cada uma daquelas forças mas, e mui-
to especialmente, colocando em destaque os determinantes (fontes) do grau de intensi-
dade com que cada uma daquelas se faz sentir numa dada indústria.
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Rivalidade entre
Determinantes do poder negocial concorrentes actuais Determinantes do poder negocial dos
dos fornecedores: clientes:
PRODUTOS SUBSTITUTOS
Esta ameaça será tanto maior quanto mais interessante for a oferta do produto substituto
em termos do binómio utilidade-preço.
O poder negocial dos clientes é uma força competitiva extremamente poderosa que tem
um impacto muito significativo na rentabilidade da indústria. Estes exercem sobre esta
um influência determinante, não apenas através das pressões exercidas sobre os preços e
prazos de pagamento, mas também através da exigência de qualidade e serviço e, muito
especialmente, através da colocação dos concorrentes uns contra os outros.
Menor for o n.º de empresas que domine a indústria fornecedora e quanto maior
for a concentração da indústria fornecedora quando comparada com a indústria
compradora;
Menor for a pressão de produtos substitutos enfrentada pela indústria fornecedo-
ra;
Menor for a importância da indústria compradora para a indústria fornecedora;
Maior for a importância de que se reveste o produto fornecido para a indústria
compradora;
Maiores forem os custos de mudança da indústria compradora;
Mais diferenciados forem os produtos fornecidos;
Maior for a capacidade da indústria fornecedora de se integral verticalmente a
jusante;
A ameaça de entrada de novos concorrentes numa dada indústria é tanto menor quanto
maior a probabilidade de uma retaliação vigorosa por parte dos concorrentes já existen-
tes e quanto mais elevadas (eficazes) forem as barreiras à entrada na indústria.
Se, por um lado, a retaliação expectável por parte dos concorrentes já instalados pode
ser aferida através do seu comportamento histórico, do seu nível de recursos disponíveis
e do seu grau de envolvimento na indústria, já o nível (ou altura) das barreiras à entrada
depende, sobretudo, do grau de:
Custos de mudança dos clientes: quanto maior forem os custos que os clientes
devem suportar para trocar de fornecedor (concorrente) na indústria, mais difícil
se tornará a um novo concorrente ganhar quota de mercado nessa indústria;
Para além disso, o simples facto de uma organização deter pontos fortes ou fracos rela-
tivamente à sua concorrência não constitui, por si só, qualquer fonte de vantagem com-
petitiva já que, segundo este, apenas existem duas fontes de vantagens competitivas: o
custo e a diferenciação.
Liderança de custo;
Diferenciação;
Focalização (no custo ou na diferenciação);
Graficamente:
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FOCO
Trata-se de uma estratégia destinada a obter uma liderança na indústria como o fornece-
dor que oferece os bens e serviços com mais baixo custo transferido.
A adopção de uma estratégia desta natureza pressupõe, para além da definição como
âmbito concorrencial um conjunto alargado de segmentos da indústria, a adopção de
uma série de políticas tendentes a assegurar a maximização da eficiência da exploração
do negócio, designadamente através de medidas como:
A adopção deste tipo de estratégia, todavia, envolve alguns riscos que importa conside-
rar, conforme nota Porter (1991). Entre estes, destacam-se:
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DIFERENCIAÇÃO
A adopção de uma estratégia de diferenciação implica, para além da aposta num conjun-
to alargado de segmentos de mercado da indústria, a adopção de um conjunto de políti-
cas tendentes a assegurar a diferenciação do produto oferecido.
O canal de distribuição;
As garantias;
FOCO
A estratégia de foco pode apresentar riscos consideráveis que importa ponderar, desig-
nadamente: