Alunos: Guilherme de Lima Brazão, Luis Guilherme Freire de Lima, Mirlla Cristine Freires da Cruz, Sophia Maria da Silva, Tassia Schubert, Wesley Alves dos Santos.
RESUMO: Psicologia com o cuidado em Saúde e a Proteção de Direitos
das Pessoas LGBTQIAPN+. Instituições carcerárias: Uma análise sobre a transgeneridade e o aprisionamento no cenário brasileiro.
O Brasil é um país que enfrenta grandes dificuldades quando se trata da
garantia de direitos para pessoas encarceradas. Além dos problemas comumente conhecidos, os casos se tornam mais alarmantes quando elucidamos as condições vividas por pessoas LGBTQIAPN+ dentro desse cenário. Principalmente quando se trata de pessoas transexuais e travestis. Por muito tempo, usamos punições corporais como forma de castigo para pessoas envolvidas com criminalidade. Com o passar do tempo, essas punições estavam vinculadas ao poder aquisitivo, garantindo mais direitos a quem possuísse mais condições de pagar. Devido a necessidade de um sistema mais igualitário, surge a institucionalização de penitenciárias, visando a privação de liberdade como uma forma de condenação mais ética e humanizada. É importante diferenciar o conceito de sexo e gênero. Enquanto o sexo é definido biologicamente no momento do nascimento, a identidade de gênero está relacionada a forma como a pessoa se identifica. A falta do reconhecimento civil é um dos principais desafios no tratamento carcerário à população LGBTQIAPN+. As pessoas trans encarceradas, muitas vezes se encontram em situação de vulnerabilidade muito antes de serem presas. Essas violências às levam a um longo enfrentamento de marginalização e luta por uma vida mais digna. Por consequência, esse preconceito estrutural reflete na realidade com a qual estas pessoas se deparam ao serem encarceradas. Ainda que estejamos distantes de uma perspectiva idealista, passos necessários estão sendo dados para que os direitos humanos e constitucionais sejam minimamente garantidos. Hoje contamos com políticas públicas, como a resolução Conjunta nº 01/2014, posteriormente reforçada na resolução Nº 348/2020, garantindo direitos, nome social, uso de roupas de acordo com a identidade de gênero, tratamento hormonal e acompanhamento de saúde especializado, incluindo atendimento psicológico, psiquiátrico e tratamento médico especializado, bem como a garantia de não discriminação no trabalho e educação. Embora essas normas representem progresso, ainda se faz necessário percorrer um longo caminho para alcançarmos uma sociedade que respeite os direitos e necessidades básicas da população LGBTQIAPN+, nas prisões. O aprisionamento deve ser direcionado como punição única e exclusivamente pelos delitos cometidos, sem que haja violação de direitos concedidos à identidade de gênero. Faz parte do papel da psicologia enquanto ciência e do psicólogo enquanto atuante da profissão garantir, junto ao Estado, a difusão de atendimentos psicológicos éticos e igualitários que promovam a saúde psíquica da população LGBTQIAPN+ fora e, principalmente, dentro das instituições prisionais.