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UNIP – Universidade Paulista – Polo Pinheiros

Ética Profissional – Profa. Dra. Isabella Bastos


Alunos: Guilherme de Lima Brazão, Luis Guilherme Freire de Lima, Mirlla
Cristine Freires da Cruz, Sophia Maria da Silva, Tassia Schubert, Wesley Alves
dos Santos.

RESUMO: Psicologia com o cuidado em Saúde e a Proteção de Direitos


das Pessoas LGBTQIAPN+.
Instituições carcerárias: Uma análise sobre a transgeneridade e o
aprisionamento no cenário brasileiro.

O Brasil é um país que enfrenta grandes dificuldades quando se trata da


garantia de direitos para pessoas encarceradas. Além dos problemas
comumente conhecidos, os casos se tornam mais alarmantes quando
elucidamos as condições vividas por pessoas LGBTQIAPN+ dentro desse
cenário. Principalmente quando se trata de pessoas transexuais e travestis.
Por muito tempo, usamos punições corporais como forma de castigo para
pessoas envolvidas com criminalidade. Com o passar do tempo, essas
punições estavam vinculadas ao poder aquisitivo, garantindo mais direitos a
quem possuísse mais condições de pagar. Devido a necessidade de um
sistema mais igualitário, surge a institucionalização de penitenciárias, visando a
privação de liberdade como uma forma de condenação mais ética e
humanizada.
É importante diferenciar o conceito de sexo e gênero. Enquanto o sexo é
definido biologicamente no momento do nascimento, a identidade de gênero
está relacionada a forma como a pessoa se identifica.
A falta do reconhecimento civil é um dos principais desafios no tratamento
carcerário à população LGBTQIAPN+. As pessoas trans encarceradas, muitas
vezes se encontram em situação de vulnerabilidade muito antes de serem
presas. Essas violências às levam a um longo enfrentamento de
marginalização e luta por uma vida mais digna. Por consequência, esse
preconceito estrutural reflete na realidade com a qual estas pessoas se
deparam ao serem encarceradas.
Ainda que estejamos distantes de uma perspectiva idealista, passos
necessários estão sendo dados para que os direitos humanos e constitucionais
sejam minimamente garantidos. Hoje contamos com políticas públicas, como a
resolução Conjunta nº 01/2014, posteriormente reforçada na resolução Nº
348/2020, garantindo direitos, nome social, uso de roupas de acordo com a
identidade de gênero, tratamento hormonal e acompanhamento de saúde
especializado, incluindo atendimento psicológico, psiquiátrico e tratamento
médico especializado, bem como a garantia de não discriminação no trabalho e
educação.
Embora essas normas representem progresso, ainda se faz necessário
percorrer um longo caminho para alcançarmos uma sociedade que respeite os
direitos e necessidades básicas da população LGBTQIAPN+, nas prisões. O
aprisionamento deve ser direcionado como punição única e exclusivamente
pelos delitos cometidos, sem que haja violação de direitos concedidos à
identidade de gênero. Faz parte do papel da psicologia enquanto ciência e do
psicólogo enquanto atuante da profissão garantir, junto ao Estado, a difusão de
atendimentos psicológicos éticos e igualitários que promovam a saúde psíquica
da população LGBTQIAPN+ fora e, principalmente, dentro das instituições
prisionais.

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