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Nome: Bianca Amaral Salvador

Turno: Noturno
Aula 12
Data: 03/10/2023
Tema da aula: Estudo de caso 3: Tópica, Nova Retórica e Ponderação.

Na aula de hoje foi abordado o Estudo de caso 3: Tópica, Nova Retórica e


Ponderação. As equipes que se apresentaram foram a primeira composta por Jenifer
Fagundes, Santielly Ramos, Suzane Medeiros e Valter Luz, que apresentaram a temática
Tópica, baseada na obra “ Sobre la Tópica Jurídica en Viehweg”, de Pablo Sanz Bayón.
Seus principais levantamentos foram:
1. Principal teórico: Theodor Viehweg
1.1 Jurista alemão que contribuiu para a construção de uma nova teoria da
argumentação, a tópica.
2. O que é tópica?
2.1 Ferramenta retórica que estuda os tópicos. Abrange ideias como analogia,
precedente, princípios legais, justiça, entre outros tópicos que serão relevantes a
um caso específico.
3. Como metodologia jurídica
3.1 Ver o problema como premissa
3.2 Tópica de 1º e de 2º grau
4. Esquematização
4.1 Identificação do problema jurídico
4.2 Identificação dos tópicos relevantes
4.3 Argumentação persuasiva
4.4 Resolução das lacunas legais
4.5 Decisão equitativa
5. Relevância
5.1 É preparada para conseguir lidar com problemas onde o contexto é duvidoso
e incerto e ajuda os operadores do direito na compreensão e análise de tópicos.
6. Caso 1
6.1 INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. Excesso de velocidade detectado por
equipamento eletrônico. MULTA. Cabimento. Princípio da proporcionalidade
inaplicável.
7. Caso 2
7.1 Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 - Regulamentação da
celebração de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
8. Limitações e Críticas
8.1 Insuficiência perante o problema da validade e da adstringibilidade jurídicas e
dificuldade em se determinar o que é justo aqui e agora.
9. Lógica paraconsistente aplicada ao direito

Já a segunda equipe, composta por Ludmila, Matheus K., Lucas e Jórleans,


apresentou a Nova Retórica com base nos textos “Comentários Acerca da Nova Retórica
de Chaïm Perelman”, de José Edmilson e Verônica Calado, e “A teoria pura do direito e a
argumentação”, de Chaim Perelman. Eles destacaram:
1. Nova Retórica (Chaim Perelman)
2. A Teoria Pura do Direito e a Argumentação
2.1 O que fez Chaim Perelman renunciar a lógica positivista e tecer sua teoria?
2.2 Porque ela surge?
2.2.1 As bases das teorias de Kelsen para ele, representam a redução de outras
áreas importantes no Direito. Exclusão do Direito na sociedade. Ele elabora uma
crítica às ideias positivistas de Kelsen
2.2.1 Argumentação do porque a norma existe
3. Como funciona a teoria?
3.1 Auditórios (Universal, Privado e Pessoal)
3.2 Visões de Manuel Atienza e Robert Alexy, onde para eles Perelman traz
outras áreas relevantes para o Direito.
3.3 Falhas e lacunas dessa teoria.
4. Nova Retórica e Nova hermenêutica
4.1 O texto da lei não possui um único sentido, mas é preciso achar um meio
termo, a multiplicidade da lei e vagueza.
4.2 O papel do jurista é construir verdades, ponderar e colocar fim em conflitos
4.3 Contribuições para hermenêutica (Mediação)
4.4 Argumentos equitativos, razoável
5. Topoi (Lugar Comum)
5.1 A ideia principal é que você deve adaptar seus argumentos ao contexto e
usar argumentos que fazem sentido no dia a dia
5.2 “Topoi” são justamente as ideias que as pessoas já conhecem e aceitam
6. Casos Exemplares
6.1 A decisão do Recurso Especial n.1.202.077-MS
6.1.1 O tema central da discussão é saber se o art.13 da Lei de Inquilinato
aplica-se ou não aos contratos de locação comercial
6.1.2 Recurso: O contrato de locação comercial não pode ser cedido sem o
consentimento do locador
6.1.2 Método: Assim como disserta Perelman, não é uma simples subsunção da
lei ao caso concreto, deve haver uma construção de um raciocínio lógico, através
de argumentos, premissas e acordos que busquem convencer o auditório
universal e/ou persuadir o auditório particular
7. Críticas
7.1Ambiguidade
7.2 Limitação Cultural

A terceira equipe, composta por Luana, Beatriz , Gustavo e Júlia Martins, sobre a
temática Ponderação, com base no texto “Ponderação e objetividade na interpretação
constitucional”, de Virgílio Afonso da Silva, além de “Riscos da ponderação à brasileira”,
de Georges Abboud e Júlio César Rossi . Foram salientados pontos como:
1. Escola da Ponderação
1.1 Robert Alexy
1.2 A problemática inicial (conflitos entre princípios)
1.3 Um meio para a resolução de conflitos entre normas e diminuição dos danos
2. O Método da Ponderação
2.1 A importância dos princípios para sociedade plural:
2.1.1 Questão: Colisão entre esses princípios da Lei Fundamental
2.1.1.2 O projeto de lei que proibi o casamento homoafetivo e a lei contra a
homofobia.
2.1.2 Questão do positivismo e as colisões
2.1.2.1 Analise da norma
2.1.2.2 Singularização
2.1.2.3 Ponderação entre os princípios
3. Sua relevância
3.1 Escalonamento jurídico: Degradação (Dar pesos diferentes entre os princípios
existentes em um conflito)
3.2 Exemplo do direito de ir e vir, e o direito de manifestação. Utilizar a ideia de
gradação entre esses princípios
3.3 Manter e sustentar os direitos fundamentais
3.2 A Ponderação do STF
3.3 O conflito de Princípios
4. Limitações
4.1 Subjetividade, Consistência e Previsibilidade e Legitimidade. Críticas à
Ponderação
5. ADI 4815/DF
6.1 Princípios da liberdade de expressão e o da vida privada
6.2 Caso de Suzane Von Richthofen e o jornalista,

Na última aula, exploramos os fascinantes tópicos do Estudo do Caso 3, abordando


a Tópica e a Nova Retórica, além da Ponderação. As equipas que se destacaram na
apresentação merecem este reconhecimento.A primeira equipe, trouxe à tona a Tópica,
centrada na obra "Sobre a Tópica Jurídica en Viehweg" de Pablo Sanz Bayón. Destacaram
Theodor Viehweg como um jurista alemão pioneiro na construção de uma nova teoria da
argumentação, a Tópica. Essa ferramenta retórica estuda diversos tópicos, como analogia,
precedente, princípios legais e justiça, essenciais para abordar casos específicos. A
metodologia jurídica proposta envolve a visualização do problema como localização, a
identificação de detalhes relevantes e a aplicação da Tópica de 1º e 2º grau. A
esquematização, através da identificação do problema jurídico, dos tópicos pertinentes e da
argumentação persuasiva, culmina na resolução de lacunas legais e em decisões
equitativas. A relevância da Tópica se destaca em sua capacidade de lidar com problemas
em contextos duvidosos, fornecendo apoio aos operadores do direito. Os casos
exemplificados, como a infração de trânsito relacionada ao excesso de velocidade e a ADI
4277 sobre casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, ilustram a aplicação prática da
Tópica. Entretanto, não podemos ignorar as limitações e críticas, como a insuficiência
perante questões de validade e adstringibilidade jurídicas, e a dificuldade em determinar se
é justo em situações específicas. Para Bayón,

La preocupación por el problema del método jurídico es una


constante en el pensamiento de Viehweg, lo cual se desprende de la obra
mencionada y por su propuesta de integrar la tópica en el derecho
moderno; y (2) que el pensamiento de Viehweg no puede ser calificado
de ningún modo como meramente retórico, por cuanto su obra supone un
intento de proyectar un conjunto de principios a los tópicos
argumentativos de la ciencia jurídica que proceden de las fuentes clásicas
grecorromanas. (Bayón, p.4, 2013)

A segunda equipe, apresentou uma Nova Retórica, baseada nos textos


"Comentários Acerca da Nova Retórica de Chaïm Perelman", de José Edmilson e Verônica
Calado, e "A Teoria Pura do Direito e a Argumentação", de Chaim Perelman. Destacaram
as razões que levaram Perelman a renunciar à lógica positivista e tecer sua teoria. A Nova
Retórica surge como uma crítica às ideias positivistas de Kelsen, buscando trazer outras
áreas importantes para o direito. A teoria opera através de auditórios universais, privados e
pessoais, permitindo diferentes visões sobre o direito. No entanto, falhas e lacunas na
teoria são apontadas, especialmente em relação à multiplicidade e vagueza da lei. A Nova
Retórica e a Nova Hermenêutica foram abordadas, enfatizando a necessidade de encontrar
um meio-termo na interpretação da lei e do papel do jurista na construção de verdades e na
resolução de conflitos. Os "Topoi" ou lugares comuns são destacados como fundamentais
para adaptar argumentos ao contexto. Casos exemplares, como o Recurso Especial
n.1.202.077-MS, ilustram a aplicação prática da Nova Retórica. No entanto, críticas, como
ambiguidade e limitações culturais, não podem ser ignoradas. A Nova Retórica, no texto
de Edmilson e Calado, apresentado pela equipe, vai trabalhar a partir Perelman, segundo
os autores,

O autor escolhido, dentre os muitos que tratam sobre o tema da


interpretação, foi Chaim Perelman. Isso se deve ao fato de que dentro do
contexto da teoria da argumentação denominada "Nova Retórica" muitas
foram as questões trazidas novamente a debate, notadamente no que diz
respeito ao método hermenêutico, resultante do resgate da dialética,
propiciando o confronto entre a questão da necessidade de limitação da
interpretação do direito em face da ameaça de eventual aumento da
discricionariedade (Edmilson, Calado, p.149, 2016)

A terceira equipe concentrou-se na Ponderação, baseada no texto "Ponderação e


Objetividade na Interpretação Constitucional" de Virgílio Afonso da Silva. Destacaram a
Escola da Ponderação, liderada por Robert Alexy, como um meio para resolver conflitos
entre princípios e diminuir danos. O método de ponderação é apresentado como uma
ferramenta essencial para lidar com colisões entre princípios fundamentais, como o projeto
de lei contra o casamento homoafetivo versus leis contra a homofobia. A relevância da
ponderação é evidenciada na manutenção dos direitos fundamentais, com exemplos
práticos, como o escalonamento jurídico entre o direito de ir e vir e o direito de
manifestação.Entretanto, não podemos ignorar as limitações da ponderação, como
subjetividade, consistência, previsibilidade e legitimidade, como visto no caso da ADI
4815/DF, envolvendo os princípios da liberdade de expressão e da vida privada no
contexto do caso Suzane Von Richthofen e a jornalista. Em síntese, a aula proporcionou
uma visão abrangente dessas teorias, oferecendo um conhecimento multifacetado sobre
como abordar e resolver questões jurídicas complexas. As apresentações das equipes
trouxeram à tona não apenas os aspectos teóricos, mas também a aplicação prática dessas
abordagens na análise de casos reais, proporcionando uma compreensão mais profunda e
abrangente das dinâmicas jurídicas.

Referências bibliográficas

ABBOUD, Georges; ROSSI, Júlio César. Riscos da ponderação à brasileira. In: Revista de
processo. 2017. p. 109-138.

CALADO, Veronica; DE SOUZA LIMA, Jose Edmilson. Comentários Acerca da Nova Retórica de
Chaïm Perelman. Revista de Teorias da Justiça, da Decisão e da Argumentação Jurídica, v.
2, n. 1, p. 148-165, 2016.

DA SILVA, Virgílio Afonso. Ponderação e objetividade na interpretação constitucional. Direito e


interpretação: racionalidades e instituições. São Paulo, Direito GV, p. 363-380, 2011.

PERELMAN, Chaïm. A teoria pura do direito e a argumentação. Tradução: Ricardo R. de


Almeida. Rio de Janeiro. Disponível em: http://www. puc-rio.
br/sobrepuc/dpto/direito/pet_jur/c1perelm. html. Acesso em, v. 19, 2000.

SANZ BAYÓN, Pablo. Sobre la Tópica Jurídica en Viehweg (About Viehweg's Topics and Law).
Revista telemática de filosofía del derecho, n. 16, p. 83-108, 2013.

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