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1.

Introdução ao estudo da comunicação humana

Comunicação

A comunicação resulta da convivência entre indivíduos, no seio de um grupo. A comunicação é


uma forma de socialização e uma ferramenta para construir comunidades.

Comunicação humana

A comunicação humana é uma construção multifacetada, onde os meios e o conteúdo não são
entidades separadas, ou seja, formam um todo. Isto significa que não podemos dissociar meio
de conteúdo, pois o meio condiciona fortemente a transmissão e interpretação da mensagem.

 Partilha traços com a comunicação feita por outros seres vivos (como os sinais
auditivos, visuais, olfativos e táteis)
 Possui traços específicos (linguagem verbal, uso de meios tecnológicos, abstração e
sofisticação)

Análise da comunicação humana

É possível analisar a comunicação humana quando a dois parâmetros: meios e números de


participantes.

Relativamente aos meios, a comunicação pode ser:

 Verbal – são usadas palavras para comunicar que dam uso às línguas naturais e formulam
frases a nível sintático de acordo com regras linguísticas.
 Não verbal – todo o tipo de comunicação humana que não se serve de uma língua:
gestos, expressões faciais, movimentos do corpo, etc. Nota: os gestos podem ter diversos
significados. O mesmo gesto pode ter, para uma pessoa, um carácter inofensivo e para
outra pessoa pode apresentar um carácter ofensivo.
 Paraverbal – são os recursos que de alguma maneira estão ligados ao discurso verbal,
mas que não são verbais. Servem para ressaltar as mensagens verbais. (tom de voz,
ritmo, velocidade)

Quanto ao número de participantes, a comunicação pode ser:

 Interpessoal – envolve duas pessoas. Implica um grau de conhecimento entre as


mesmas.
 Em grupo - restrito – pequeno/grande formal/informal
 Pública – 1 para muitos – existe assimetria nos papéis
 De massas – utiliza-se os meios tecnológicos, com retorno fortemente condicionado

Organizacional -instituições/empresas em contexto profissional

A construção da identidade pela comunicação

 o nosso meio sociocultural influencia a nossa visão e interpretação do meio


circundante
 na comunicação, a interpretação do recetor de determinada mensagem é fundamental
 deve-se distinguir o momento da observação do momento da interpretação
 ato comunicativo: dois seres inteligentes que transmitem informação mutuamente

Teoria das fachadas Erving Goffman

 a identidade de cada pessoa é uma construção (própria e alheia) que se traduz em


várias dimensões, seguindo guiões de representação, que assumem diferentes
máscaras/papéis sociais
 cada papel social é composto por:
o fachada pessoal- aparência e atributos físicos, tais como idade-género/ sexo-
vestuário-maquilhagem-acessórios-penteado-tom de voz-gestos
o fachada física – espaço e adereços, tais como espaço circundante – objetos –
mobília – iluminação
 desempenhamos um papel que é interpretado exteriormente

Complementos à teoria das fachadas: matriz de Johari

Complemento à teoria das fachadas: teoria das faces

 face conciliatória
o autorizar a entrada no território/partilhar recursos
o estabelecer laços e alianças
o obter solidariedade em caso de agressão externa
 face agressiva
o proibir a entrada no território/ preservar recursos
o manter a distância
o garantir o domínio

Voz autoral na revisão da bibliografia

 critérios para dominar a bibliografia:


o factos vs opiniões
o organização por ideias
o escolher de informação pertinente
 solução em três etapas – 1.identificar o público alvo e os objetivos do texto:
o três principais públicos alvo: especialistas – pares – leigan
 solução em três etapas – 2. Decidir que tipo de sequência é apropriada
o narrativa (contar algo sequencialmente)
o descritiva (enumerar as características de um objeto)
o expositiva/explicativa (explicar um sistema)
 solução em três etapas – 3. Identificar-me como autor:
o dimensão coletiva (termos técnicos da área científica)
o dimensão individual (técnicas/tendências pessoais)
o dimensão dialógica
 regras
o ser objetivo, validar dados, dar pistas para outros trabalhos
o respeitar a coesão e coerência textuais
o dividir em partes proporcionais
o evitar erros de escrita (ex: concordância)
o citar corretamente as fontes (não referir fontes não citadas)
o incluir índice, listas de siglas, nomenclaturas
o uniformizar anexos, tabelas, gráficos, legendas, imagens

O meio é a mensagem – Marshall McLuhan (1967)

 “o meio é a mensagem”
 “o conteúdo é a audiência”
 “a comunicação eletrónica está a transformar o mundo numa aldeia global”
 A forma da mensagem determina como a apreendemos (seja impressa, visual,
auditiva)
 Os meios de comunicação alteram a forma com compreendemos o mundo
 A comunicação determina a realidade

Modelos de representação: modelo linear vs modelo semiótico

1. Modelo linear da transmissão:


 O emissor (A) envia a mensagem ao recetor (B) e este envia feedback a A. A
codifica a mensagem e coloca-a num canal, B descodifica a mensagem
 A transmissão de mensagens pode ser perturbada pela existência de ruído
 Modelo processual, matemático
 Mensagem monolítica
 Perturbações na interpretação da mensagem explicadas pelo ruído
(=problema de transmissão).
 Lei da redundância vs pertinência: “Quanto mais repetida for uma informação,
mais redundante se torna e menor pertinência tem para o recetor”

Quais os limites deste modelo para a análise da comunicação humana?

 Imprevisibilidade
 Multiplicidade de meios (verbal, não verbal, paraverbal)
 Capacidade interpretativa

2. Modelo semiótico (Análise aos sinais de comunicação) (alternativa ao modelo 1)


O que é comunicação? A comunicação humana é um processo simbólico, contínuo, de
interpretação do mundo e de partilha desse conhecimento com os outros através de
mensagens verbais, paraverbais e não verbais.

 Contributos da semiótica:
o Emissor e recetor são elementos ativos da comunicação
o A mensagem não é um produto, antes uma produção
o O sentido é uma coprodução negociada entre intervenientes numa situação
comunicativa
o O contexto é crucial
o A compreensão da informação aumenta na proporção direta da sua partilha:
“Quanto mais informação for partilhada, mais e melhor se compreende”

A comunicação como interpretação/significação

 Construção da mensagem, cujo sentido é interpretado, partilhado, negociado


 Contexto – componente social e cultural
 Tudo pode ser pertinente: “a repetição tem objetivos sociais”
 Tudo pode ser comunicação: “basta que haja interpretação para haver significado”

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