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Quem depende do serviço público não se conforma com as dificuldades que encontra e
sonha com um plano de assistência privado, para ter um atendimento melhor. Os que
contratam um plano de saúde, porém, continuam reclamando, pois acham que apesar
de pagar pelo serviço não são atendidos como gostariam.
Geralmente, os principais fatores que contribuem para que os planos suplementares possuem
valores exorbitantes são os tipos de reajustes que eles enfrentam. Tendo em vista que estes planos
possuem um preço elevado, o grupo da terceira idade é o que mais sofre em relação a esse quesito.
Na pesquisa de Anderson (1998), aproximadamente 35% dos indivíduos que se encontravam na
faixa entre 60 e 69 anos de idade possuíam uma renda de até meio salário mínimo, enquanto aqueles
que possuíam mais de 80 anos, a taxa chegou bem próxima dos 50%. Nesse sentido, percebe-se que
as condições financeiras deste grupo não são as melhores. Segundo Camargo (2020), no Estado de
São Paulo, por exemplo, cerca de 64% dos idosos já conseguiriam sua aposentadoria. Dentre esse
número, 95% auxiliam na renda familiar ao mesmo tempo em que 68% chefiam a própria família.
Além dos idosos terem que lidar com os gastos em alimentação, higiene pessoal, contas do
lar, transportes, entre outros, eles ainda precisam destinar uma parte da renda própria para os custos
na saúde, que é primordial nessa fase da vida. Nesse caso, os sêniores que “optam” por buscar
atendimento médico nos planos privados, uma vez que eles não encontram um suporte eficiente ou
até mesmo básico no SUS, precisam administrar suas finanças para o pagamento dessas
mensalidades, que, como foi retratado, possuem valores “salgados”. Acrescenta-se que os mais
velhos necessitam da compra dos medicamentos que são capazes de ajudá-los na cura de
enfermidades.
Na maioria dos casos, os remédios que são vendidos nas farmácias também possuem preços
elevados, e isso ocorre devido ao processo de desenvolvimento de determinado medicamento e a
sua carga de tributação, esta última pode apresentar valores diferentes. De acordo com Mancini
(2021, Oline) “‘Quando falamos em ‘menor preço’, levamos em consideração o preço sem imposto.
Ao chegar no Brasil, são colocados os impostos, o que aumenta em, mais ou menos, 42% o preço
do produto. Por isso, pode acontecer dele ficar mais caro aqui, que no exterior.’”. Por conta das
quantias absurdas cobradas sob esses remédios, muitos dos idosos deixam de comprar estes
produtos por não terem condições financeiras para este ato. Como consequência, muitos escolhem
destinar seu dinheiro às áreas que, para eles, são prioridades no momento. Assim sendo, a saúde
acaba sendo passada para segundo plano.
Existe uma contradição no fato de que quando os idosos mais precisam dos serviços de
saúde, é o momento em que enfrentam mais obstáculos em ter um acesso a eles. As razões para essa
problemática estão concentradas na imensa lista de despesas somada com a baixa renda.
Conforme o texto acima, a autora deixa claro que, além de existir certa desigualdade
financiaria entre os idosos e os não-idosos, há também um desequilíbrio de renda dentro do grupo
da terceira idade. Entretanto, é válido destacar que, mesmo com essa diferença, a renda dos idosos
não é suficiente para suprir todas as demandas que eles necessitam, visto que, em muitos casos, os
mesmos precisam custear vários gastos financeiros de modo independente. Consequentemente, mais
dificuldades monetárias vão surgindo a esta parcela da comunidade e esse fator se direciona à
construção do cenário da pobreza. Para contornar os problemas financeiros, parte dos sêniores
passam a ingressar no mercado de trabalho para tentar conseguir alguma verba que possa contribuir
na renda dos mesmos e, assim, amenizar os desafios que eles enfrentam financeiramente.