Você está na página 1de 3

Podcast

Disciplina: Tendências e inovações


Título do tema: Conceitos em CT&I e ferramentas de
prospecção tecnológica
Autoria: Guilherme Simões Credidio
Leitura crítica: Elisangela Lazarou Tarraço

Abertura:

Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos conhecer o Plano de Ação para a


Promoção da Inovação Tecnológica.

Esse plano foi elaborado pelo então Ministério da Ciência, Tecnologia,


Inovações e Comunicações em dezembro de 2018 para colaborar no
aumento da capacidade inovativa e da competitividade das empresas
brasileiras no período de 2018 a 2022.

Apesar do Brasil ter tido sua produção científica majorada, com maior
número de patentes e artigos científicos, não conseguiu transferi-la para
maiores avanços tecnológicos e inovação no âmbito corporativo. O cenário é,
portanto, de um grande desafio na transferência da ciência produzida para as
inovações.

Especificamente, plano visa a corrigir o fato de que os investimentos em


Pesquisa e Desenvolvimento feitos pelo Estado nacional sempre foram
superiores àqueles feitos pelas empresas. Tem, então, o objetivo de
fomentar o investimento privado em P&D.

As empresas nacionais frequentemente têm tido dificuldade em transformar


tecnologia em inovação. Para exemplificar este fato, uma breve comparação
dos resultados da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (PINTEC)
nas edições de 2014 e 2017 revela decréscimo de 2 pontos percentuais na
relação entre empresas que desenvolveram inovações de produto e/ou de
processo e o total de empresas no Brasil. Somente para que você tenha uma
ordem de grandeza: apenas 39.329 empresas desenvolveram inovações de
produto e/ou de processo em 2017.

O cenário caótico de inovação no Brasil também pode ser apontado pela


ínfima quantidade de patentes concedidas a empresas brasileiras ao longo
do tempo. Isso denota que empresas nacionais ou não estão inovando, ou
não estão protegendo corretamente suas invenções.

Todo este panorama de dificuldade em transformar tecnologia em inovação


tem forte relação com a ausência de desenvolvimento das capacidades
necessárias. Podemos notar as deficiências nacionais quando percebemos
que exportamos produtos de baixa tecnologia, enquanto importamos
tecnologia, desequilibrando a balança comercial. Por isso, é fundamental que
as empresas brasileiras sejam capacitadas tecnologicamente. Para isso, é
primordial multiplicar as empresas inovadoras no Brasil, aumentar as
atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nas nossas empresas
e promover maior colaboração entre elas.

A Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação apresenta como


seus pontos fundamentais a promoção da inovação tecnológica nas
empresas por meio do apoio governamental à inovação e o estímulo ao
empreendedorismo baseado em negócios intensivos em conhecimento. Suas
prioridades são a reforma regulatória, a proteção da propriedade intelectual e
da transferência de tecnologia, a articulação de agentes como empresas,
centros de pesquisa e universidades para a criação de tecnologias que
possam empregadas em inovações, o incentivo ao empreendedorismo de
base tecnológica e a concepção de ambientes de inovação como
incubadoras.

Contextualizado o cenário brasileiro, o Plano tem por objetivo geral a


proposta de ações, programas e instrumentos de apoio à inovação para o
período de 2018 a 2022 que permitam a superação das dificuldades
históricas da inovação nas empresas nacionais. Para alcançar seu objetivo
geral, o Plano apresenta objetivos específicos. Os primeiros objetivos
específicos que se destacam são o incentivo de criação de empresas de
base tecnológica em setores estratégicos para o desenvolvimento
sustentável nacional e o incentivo aos investimentos empresariais em
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação por meio de instrumentos de política
de inovação que constantemente devem ser revistos. Mas os objetivos
específicos também tratam da construção de uma cultura do
empreendedorismo inovador, da capacitação em gestão da inovação e da
melhoria da competitividade da economia nacional por meio de aumento
significativo de empresas inovadoras atuantes em setores altamente
tecnológicos, por exemplo.

O Plano de Ação também apresenta alguns desafios que precisam ser


transpostos para a melhoria do desenvolvimento tecnológico e da inovação
nacionais. São eles: (1) a ampliação dos dispêndios empresariais em
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação;(2) a ampliação da quantidade de
pesquisadores atuando nas empresas; (3) a ampliação do universo de
empresas inovadoras; e (4) a promoção de maior cooperação entre ICT e
empresas. Vamos abordar em detalhes cada um deles.

Os dispêndios ou investimentos empresariais em PD&I nos países líderes em


tecnologia são cerca de 70% superiores aos equivalentes dispêndios ou
investimentos nacionais na mesma área. Enquanto, o investimento em
Pesquisa e Desenvolvimento feito pelo governo brasileiro é superior à média
dos países do G7, os investimentos das empresas no Brasil não excedem
40% do investimento médio das empresas dos países do G7. Por isso, é
preciso ampliar os dispêndios empresariais em PD&I.
A disponibilidade de mão de obra qualificada (pesquisadores, engenheiros e
técnicos) para atuarem nas empresas é fundamental para que possam
desenvolver suas inovações. Para que o Brasil possa se aproximar de países
reconhecidamente inovadores, como a Alemanha, é preciso que a
quantidade de pesquisadores seja multiplicada por 4. Ademais, é preciso que
os pesquisadores não somente atuem em universidades, mas também nas
empresas em posições em PD&I.

O país conta com poucas empresas que realizam P&D continuamente. Sem
o desenvolvimento de novas tecnologias, é impossível a proposta de
produtos inovadores. Assim, o Brasil precisa criar políticas de incentivo à
criação e à consolidação de empresas inovadoras, principalmente no setor
industrial, o qual sofreu maior afetação nas últimas crises econômicas.
Assim, o universo de empresas inovadoras poderá ser muito mais vasto.

A cooperação entre empresas e institutos de ciência e tecnologia (ICT) é


fundamental, porque as empresas nem sempre têm os recursos humanos,
científicos e tecnológicos que faculdades, universidades e centros de
pesquisa detêm. Áreas como meio ambiente, medicina, energia e alimentos
podem se beneficiar do conhecimento disponível nas ICT. Assim, a
cooperação entre eles pode permitir a colocação de novas tecnologias no
mercado por meio de inovações.

Fechamento:

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

Você também pode gostar