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O caso do homem dos lobos relata sobre um jovem que teve uma doença grave após

uma infecção gonorreica, pouco antes dessa doença teria tido uma vida normal, porém na sua
infância teve um grave distúrbio neurótico. Freud apontou que esse caso por muito tempo
ficou sem nenhum progresso, apenas quando o mesmo falou que a análise seria encerrada em
um período de tempo determinado foi que o jovem começou a falar mais sobre sua vida,
quanto a conteúdos que importavam para o tratamento.
Nesse caso a partir do momento em que o paciente começou a falar mais sobre sua
infância foi que Freud conseguiu entender melhor a respeito da neurose infantil do jovem,
mesmo não se lembrando ao certo as datas e ordens cronológicas dos acontecimentos. O
mesmo relatou que seus pais haviam se casado jovens e que ele tinha uma irmã, seu pai tinha
ataques de depressão e sua mãe sofria de afecções abdominais. Por muito tempo ele foi uma
criança dócil e tranquilo, mas lembra-se que a partir de um certo momento passou a se
comportar de forma agressiva, principalmente com sua babá que gostava, Nânia. Também
recordou de episódios em que tinha medo de animais (fobia), como insetos e cavalos, mas
destacou que praticou ações perversas quanto animais.
A relação com sua irmã ele destacou um episódio, que viu em um livro uma imagem
de um lobo andando em dois pés, o que lhe deixou com medo e sua irmã usou isso para
atormenta-lo, deixando esse livro em lugares para que ele visse. Quanto a relação com o pai
era ambígua, na primeira infância era uma relação terna, porém no final da infância, começou
a notar o pai mais próximo da irmã, logo após começou a sentir medo do pai.
A cena primária do caso do homem dos lobos foi na sua infância ter visto seus pais
tendo relação sexual, o que causou um intensa angustia, devido ter entendido aquele ato como
sendo hostil e de submissão por parte da mãe. Também teve um sonho em que havia uma
árvore e alguns lobos, sendo que um deles (um lobo branco) estava de pé e olhava fixamente
para ele. Freud relatou que esse sonho foi interpretado por Sergei como um coito entre feras,
além disso o lobo que estava de pé no sonho era uma representação do pai, que ao mesmo
tempo que organiza os desejos do filho também o causa problemas, estando na origem de suas
fobias, sendo portanto um sonho ligado ao complexo de Édipo. Nesse caso também apresenta
o medo da castração.
A medida que o Freud vai tendo conhecimento das lembranças da infância de Sergei o
caso vai se resolvendo, porém o paciente apresenta uma mudança de caráter, ficando mais
voltado para o cunho religioso, sendo essa uma forma de traduzir todos os terrores que ele
estava vivendo em seu imaginário, transformando-se em um suporte simbolizante, mas por
outro lado começa a dar origem a sintomas de natureza obsessiva.

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