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 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL

 Período Colonial

 Foram criados os cargos de físico mor e cirurgião mor, para cuidar da


saúde das colônias, no entanto ninguém queria vir para o Brasil. Havia
grandes problemas, como, o tamanho do Brasil, a pobreza dos habitantes e
um método de tratamento, baseado em sangria e purgação que causava
medo na população. Assim, o curandeirismo se tornou o método da
medicina mais utilizado, pois a população já estava acostumada a medicina
tradicional popular.

 Também nessa época foram criadas as primeiras Santas Casas de


Misericórdia, sendo a primeira instalada na cidade histórica de Olinda,
em 1539. Outras que também foram criadas: a de Santos (1543), Salvador
(1549), São Paulo (1560), Rio de Janeiro (1582), João Pessoa (1602), Belém
(1619), entre outras.

 Durante todo o período da colônia e boa parte do império, pouco ou


nada foi feito com relação à saúde.

 Período do Império

 Vinda da Corte para o Brasil. Por ordem real, criou-se as primeiras


faculdades de medicina, instaladas nas cidades de Salvador e Rio de
Janeiro, ambas em 1808.

 Também foi criada a Inspetoria de Saúde dos Portos, onde através da


polícia sanitária, fazia a vigilância sanitária dos portos e áreas
comerciais das principais cidades, além da formulação das primeiras
normas e regulamentos sanitários do país.

 Em 1951 foi criada a junta central de higiene pública, com a


responsabilidade de atuar principalmente no combate a epidemia de Febre
Amarela. Também coordenava a junta central de vacinação.

 Período da República Velha

 Em 1889, houve a proclamação da República. É um período de


desenvolvimento de inúmeras epidemias. (Predomínio de doenças
transmissíveis: varíola, febre amarela, sífilis e tuberculose).

 Com a declaração do fim da escravidão em 1888, o país ficou dependente de


mão de obra imigrante para continuar no cultivo de insumos que eram a base
da economia brasileira, principalmente o café. Portanto, para conseguir trazer
mão de obra dos imigrantes europeus, houve diversas reformas urbanas e
sanitárias nas grandes cidades, como o Rio de Janeiro. Para o governo, o
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crescimento do país dependia de uma população saudável e com


capacidade produtiva, portanto era de seu interesse que sua saúde
estivesse em bom estado.

 Os sanitaristas comandaram esse período com campanhas de saúde, sendo


um dos destaques o médico Oswaldo Cruz.

 Nesse momento, a Saúde Pública" no Brasil passou a ser baseada na


corrente de pensamento do Modelo Sanitarista, que se operacionalizava
através de medidas pontuais sob a forma de campanhas de saúde pública.

 A crescente intervenção por parte dos guardas sanitários (com poder de


polícia) nos espaços urbanos foi recebida com desconfiança e medo pela
população. A retirada à força da população dos ambientes a serem saneados
foi constantemente acompanhada pela vigilância policial. A oposição da
população ao modo como eram feitas (as campanhas) pode ser
evidenciada na revolta contra a vacina obrigatória (contra varíola), em
1904. Contudo, desgastado com os acontecimentos, o governo revogou a
obrigatoriedade da vacina, tornando-a opcional para todos os cidadãos.

 Ainda nos anos de 1920, foram criadas as CAPS (1923): Caixas de


Aposentadoria e Pensão, sendo o marco inicial da previdência social no
Brasil, através da aprovação da Lei Eloy Chaves.

 Eram organizadas por empresas, de natureza civil e privada, responsáveis


pelos benefícios previdenciários e serviços de saúde para os empregados de
empresas específicas. As CAPs eram financiadas com recursos dos
empregados e empregadores.

 Era Vargas

 “Saúde centralizada no governo federal”

 Criação dos Institutos de aposentadoria e pensão (IAP´s) – o primeiro foi


o dos trabalhadores marítimos (1933).
 Os institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), eram organizados por
categorias profissionais. Diferentemente das CAPs, a administração dos
IAPs era bastante dependente do governo federal.

 O foco do governo Vargas foi o tratamento de epidemias e endemias, sem


muitos avanços, pois os recursos destinados à saúde eram desviados a
outros setores – vale lembrar que parte dos recursos dos IAPS ia para
o financiamento da industrialização.

 Criação do Serviço Especial de Saúde Pública (1942): visava,


principalmente, a assistência médica dos trabalhadores recrutados para
auxiliar na produção da borracha na Amazônia.
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 Criação do Ministério da saúde em 1953.

 Ditadura Militar

 A partir de 1964, com o golpe militar, além de mudar toda a estrutura e modelo
político, surge um novo modelo de atenção à saúde – modelo médico
assistencial privatista.

 A ênfase é dada à atenção individual, assistencialista e especializada,


em detrimento das medidas de saúde pública, de caráter preventivo e
de interesse coletivo.

 Ocorre a fusão dos IAP`s e surge o INPS (Instituto nacional da Previdência


social, em 1966).

 Aumenta o poder do estado sobre a saúde, com o financiamento da


previdência social para a construção de clínicas e hospitais privados,
com o famoso cheque em branco, juros mínimos e prazos a perder de vista.

 Década de 70: Tripé da saúde: estado como financiador do sistema, setor


privado como maior prestador dos serviços e setor privado internacional
como produtor de equipamentos e medicamentos.

 1977: surge o SIMPAS (Sistema nacional de previdência e assistência


social): subdivide-se em INPS (Instituto Nacional de previdência social) e
INAMPS (Instituto nacional da assistência médica da previdência
social).

 Houve aumento das epidemias e da mortalidade infantil, devido ao baixo


investimento nas ações de promoção e prevenção em saúde.

 Reforma Sanitária

 Movimento que surgiu como oposição e de luta contra a ditadura e o modelo


de saúde vigente.

 1976: criação do CEBES (Centro Brasileiro de Estudos Especiais em


Saúde): surge com o propósito de ser um espaço de divulgação do
movimento sanitário.

 1979: Realização do 1º Simpósio sobre Política Nacional de Saúde.


 1979: Criação da ABRASCO (Associação Brasileira de Pós Graduação
em Saúde Coletiva).

 1983: Surgimento das AIS (ações integradas em saúde).


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 Movimento de reforma sanitária organiza a VIII Conferência Nacional de


saúde em 1986, a primeira conferência que contou com ampla
participação da sociedade.

 Em suma, o relatório da conferência teve suas principais resoluções


incorporadas à Constituição Federal de 1988.

 O SUS foi criado pela Constituição de 1988, e regulamentado dois anos


depois pelas Leis nº 8080/90 e nº 8142/90.

 CONSTITUIÇÃO DE 88 – SEGURIDADE SOCIAL

 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de


ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.

 Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar a


seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações


urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - eqüidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento.

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante


gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

 Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de


forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada sobre:


a) a folha de salários;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
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II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos;

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele


equiparar.

 § 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas


à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não
integrando o orçamento da União.

 § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma


integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e
assistência social,

 § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como


estabelecido em lei, não poderá contratar com o poder público nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

 § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,


majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

 § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades


beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas
em lei.

 CONSTITUIÇÃO DE 88 – SEÇÃO DA SAÚDE

 Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.

 Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo


ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado.
 Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,


sem prejuízo dos serviços assistenciais;
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III - participação da comunidade.

 § 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,


com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

 § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos:

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício


financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento);

II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação


dos impostos, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos
Municípios; Sendo 12%.

III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação


dos impostos; Sendo 15%.

 § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir


agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por
meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.

 Atualização incluída pela EC nº 120, de 2022: O vencimento dos agentes


comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias fica sob
responsabilidade da União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer, além de outros consectários e vantagens, incentivos,
auxílios, gratificações e indenizações, a fim de valorizar o trabalho desses
profissionais.

 § 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de


combate às endemias não será inferior a 2 (dois) salários mínimos,
repassados pela União aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal.

 Atualização incluída pela EC. Nº 124, de 2022: Lei federal instituirá pisos
salariais profissionais nacionais para o enfermeiro, o técnico de
enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira, a serem observados
por pessoas jurídicas de direito público e de direito privado.

 Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

 § 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar


do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as
sem fins lucrativos.
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 § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções


às instituições privadas com fins lucrativos.

 § 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos
em lei.

 § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção


de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa
e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e
seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

 Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras


atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse


para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as


de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e


tecnológico e a inovação;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e


utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

 PRINCÍPIOS DO SUS

 Universalidade: o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços


públicos de saúde.

 Equidade: Todo cidadão é igual perante ao SUS, mas será atendido


conforme suas necessidades.
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 Integralidade: Cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma


comunidade. O homem é um ser integral, biopsicossocial, e deverá ser
atendido por um sistema de saúde também integral, voltado a promover,
proteger e recuperar sua saúde."

 Regionalização: A população deve estar vinculada a uma rede de serviços


hierarquizados, organizados por região, com área geográfica definida.

 Hierarquização: Os serviços devem ser organizados em níveis de


complexidade crescente.

 Resolubilidade: quando um indivíduo busca o atendimento, o serviço


correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível
da sua competência.

 Descentralização: É entendida como uma redistribuição das


responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários
níveis de governo.

 Participação Social: a garantia constitucional de que a população, através


de suas entidades representativas, participará do processo de
formulação e controle da execução das políticas de saúde, em todos os
níveis, desde o federal até o local, através de conselhos e conferências de
saúde.

 Intersetorialidade: É necessária a articulação e integração da política/


setor saúde com as diferentes políticas/ setores, como, educação,
assistência social, habitação, trabalho, saneamento básico, meio ambiente e
outras.

 Complementariedade do setor privado: A Constituição definiu que, quando


por insuficiência do setor público, for necessário a contratação de
serviços privados.

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