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Professor de História

Material Específico
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ÍNDICE:

EXERCÍCIOS COM COMENTÁRIOS............PÁG 1 a 278

EXERCÍCIOS SEM COMENTÁRIOS.............PÁG 279 a 433

Autor: Magno Rocha de Freitas Fernandes


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Processo de construção da história; Fontes históricas; Preservação


do Patrimônio Histórico; Tempo histórico e tempo cronológico;
Surgimento dos primeiros grupos humanos; Surgimento da
civilização; Antiguidade Oriental; Antiguidade Ocidental.

01. Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os gregos tinham uma
profunda consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais
extraordinário, considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa
e o livre espírito de invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos
problemas políticos ou culturais que se colocavam para ela.

(Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998. Adaptado.)

O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade:

A) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes.

B) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas.

C) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos.

D) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação.

E) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras.

Comentários: Gabarito letra D

O texto aborda o destacável sentimento de pertencimento a uma mesma cultura mostrado


pelos gregos apesar da fragmentação política característica da divisão em cidades-estados,
típica da Grécia Antiga.

02. Em relação à ética e à justiça na vida política da Grécia Clássica, é correto afirmar:

A) Tratava-se de virtudes que se traduziam na observância da lei, dos costumes e das


convenções instituídas pela pólis.

B) Foram prerrogativas democráticas que não estavam limitadas aos cidadãos e que também
foram estendidas aos comerciantes e estrangeiros.

C) Eram princípios fundamentais da política externa, mas suspensos temporariamente após a


declaração formal de guerra.

D) Foram introduzidas pelos legisladores para reduzir o poder assentado em bases religiosas e
para estabelecer critérios racionais de distribuição.

E) Adquiriram importância somente no período helenístico, quando houve uma significativa


incorporação de elementos da cultura romana.

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Comentários: Gabarito letra A

A ética e a justiça que pautavam a vida política na Grécia amparavam-se em dois princípios:
a autonomia das pólis (as chamadas cidades-estados gregas, autônomas entre si) e a
participação ativa dos cidadãos (característica principal da política democrática ateniense).

03. “Democracia” é, como se sabe, uma palavra grega. A segunda metade da palavra significa
“poder” ou “governo” [...]. Démos era uma palavra de múltiplas significações, entre as quais “o
conjunto do povo” (ou, para ser mais preciso, o corpo de cidadãos).

(Moses I. Finley. Democracia antiga e democracia moderna, 1976)

Considerando o excerto e conhecimentos sobre a história dos sistemas políticos, é correto


afirmar que a democracia foi:

A) baseada na igualdade econômica dos indivíduos.

B) derivada das relações internacionais pacíficas entre Estados.

C) concedida às populações empobrecidas pelas elites militares.

D) adotada diversamente ao longo das experiências sociais.

E) garantida pela permanência da tradição cultural clássica.

Comentários: Gabarito letra D

O excerto do livro de Moses Finley, historiador estadunidense referência nos estudos de


História Antiga, nos apresenta uma breve, porém objetiva, conceitualização do termo
democracia. Segundo o autor, o termo significa, em linhas gerais, o poder (ou governo) do
povo (ou, precisamente, dos cidadãos).

Diante de tal definição, é fundamental que tenhamos em mente que a democracia grega teve
as suas primeiras manifestações na cidade de Atenas. De significado muito diferente do que
se tem definido atualmente, o termo, à época, era excludente por natureza, uma vez que
não incluíam, na participação política da cidade, os escravos, as mulheres e os metecos (ou
estrangeiros).

Apesar de ser um exemplo em termos de democracia, o direito ao voto pertencia somente


àqueles que eram considerados cidadãos, ou seja, os homens gregos, filhos de pai e mãe
atenienses, com mais de 18 anos. As decisões eram tomadas pelo corpo dos cidadãos gregos,
de forma direta (ou seja, todos os cidadãos poderiam participar da tomada de decisões),
através de reuniões feitas em espaços públicos, às chamadas Assembleias.

É importante considerar, neste sentido, que durante o governo de Péricles, no século V a.C.,
a população da cidade de Atenas era de cerca de 400 mil habitantes, sendo que os cidadãos,
ou seja, os habitantes que participavam ativamente da vida política, somavam cerca de 40
mil pessoas, aproximadamente 10% do total.

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Ainda que este seja um modelo de democracia por ser uma das primeiras - senão a primeira
das - manifestações de cidadania, é fundamental compreender que ele era muito restrito às
pequenas parcelas da população, sobretudo àquelas que detinham o poder político na
região, além da relevância do seu aspecto de nascença.

Neste sentido, a democracia nunca foi baseada de acordo com a igualdade econômica dos
indivíduos, nem na Grécia, tampouco em sua versão mais recente, erigida a partir das
Revoluções Burguesas nos séculos XVII e XVIII. Na cidade de Atenas podiam participar das
assembleias os cidadãos pertencentes a diferentes camadas sociais. Com a deflagração da
Revolução Francesa de 1789, estabeleceu-se a participação política do cidadão e a sua
igualdade jurídica. Pode-se compreender, dessa forma, que tanto em Atenas quanto no
mundo contemporâneo a democracia foi conquistada através da luta por direitos, sendo
adotada através de diferentes maneiras ao longo da História e nas diferentes sociedades,
com base nas diferentes experiências sociais.

(Fonte: https://incrivelhistoria.com.br/democracia-grega-caracteristicas/).

04. As cidades-estado antigas desenvolveram, progressivamente, formas mais abertas de


participação no poder, denominadas pelos próprios antigos de “democracia”. O caso mais
exemplar foi o de Atenas, modelo para muitas cidades-estado, onde a democracia se manteve
por quase dois séculos.

(Norberto Luiz Guarinello. Cidades-estado na Antiguidade Clássica. Em: J. Pinsky; C. B. Pinsky.


História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2008. Adaptado)

Entre as marcas da democracia antiga, é correto identificar

A) a eleição de representantes masculinos com direito a voz e voto pela assembleia da cidade-
estado, órgão político que incluía mulheres e estrangeiros.

B) a importância decrescente dos escravos, a ponto de discutir-se a abolição da escravatura, e a


consequente redução das desigualdades nas cidades-estado.

C) a conquista pacífica de direitos por parte dos mais pobres, ainda que se mantivesse a marca
aristocrática de distinção social regulada pelo nascimento.

D) a ojeriza à guerra e ao conflito social, o que contribuiu para que Atenas fosse derrotada
sucessivamente pelos persas e pelos espartanos.

E) a participação política direta, exercida por um corpo de cidadãos ativos, sem a noção de
representação e restrita aos cidadãos masculinos.

Comentários: Gabarito letra E

A questão é clássica no que diz respeito aos estudos sobre a História Antiga. Norberto Luiz
Guarinello, historiador brasileiro que se dedica ao período mencionado, nos traz uma breve
descrição de aspectos essenciais da democracia ateniense.

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Neste sentido, a cidade grega de Atenas foi exemplo para algumas formas de participação
política no poder ao longo da história. Diante disso, podemos compreender a que
características da democracia a questão se refere.

No caso evidenciado, podemos destacar o aspecto da participação política, a qual era feita
de forma direta, ou seja, era exercida por um corpo de cidadãos ativos atenienses, sem a
necessidade de se escolherem representantes para tomarem a decisão pela comunidade.

Porém, é imprescindível apontar qual tipo de participação direta era esta, uma vez que o
corpo político dos cidadãos era muito restrito quanto a tal aspecto. Cidadão ateniense era,
em resumo:

homem grego, maior de idade (21 anos), filho de pai e mãe atenienses e que poderia ter
diferentes condições econômicas. Não eram cidadãos, portanto, os escravos, as mulheres e
os estrangeiros (metecos).

05. A decisão, ao final de cada combate dos jogos de gladiadores, estava nas mãos da multidão,
a testemunhar um ato de soberania popular que só teria equivalência, no mundo moderno, com
os referendos ou plebiscitos, em que todos se manifestam. O princípio da soberania popular
manifestava-se, na arena, de forma direta e incisiva. Se nas eleições as mulheres não tinham
direito ao voto, na arena todos podiam manifestar-se, prerrogativa que a cidadania moderna
atingiria apenas no século XX.

(Jaime Pinsky e Carla Pinsky (orgs.), História da Cidadania).

De acordo com o texto, os jogos de gladiadores:

A) eram um aspecto importante da participação da coletividade na vida pública.

B) destinavam-se à diversão dos escravos, distraindo-os das questões sociais.

C) faziam parte da política social do Império, contribuindo para a redução das desigualdades.

D) reproduziam o caráter horizontal e igualitário da estrutura da sociedade romana.

E) funcionavam como o sistema penal da sociedade romana, punindo ladrões e marginais.

Comentários: Gabarito letra A

O exemplo das lutas (ou jogos) de gladiadores é trazido, nesta questão, para apresentar um
importante aspecto existente na Roma Antiga (VIII a.C. – V d.C.), a saber, a participação da
coletividade na vida pública. Diante disso, é possível observar que o direito à manifestação
pública era evidenciado ao final das batalhas, quando a multidão poderia decidir se o
perdedor, caso não tivesse sido morto, permaneceria vivo ou seria executado. Tal
manifestação popular somente é observada, contudo, na cidadania moderna do século XX,
como os autores do texto nos apresentam.

Em geral, os gladiadores eram escravos, criminosos ou prisioneiros de guerra, obrigados a


lutarem uns contra os outros.

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Acredita-se que as primeiras lutas têm origem no século III a.C., na região da Etrúria,
inicialmente nas ruas e praças e, posteriormente, em arenas específicas para isso. O exemplo
mais conhecido de tais arenas é o Coliseu, situado em Roma.

Também se atribui à luta de gladiadores um aspecto de “anestésico social”, para acalmar as


massas populares. Tal fato diz respeito à conhecida política do Pão e Circo, na qual os
imperadores organizavam as lutas para que a população se distraísse. A população, por sua
vez, recebia porções de pão e assistia às lutas, deixando de lado os problemas sociais
existentes. Contudo, o aspecto que se deve destacar, com maior ênfase, é a coletividade na
vida pública.

06. O grupo extremista islâmico autodenominado “Estado Islâmico” (EI) começou a destruir mais
um sítio arqueológico no norte do Iraque, segundo fontes curdas. No início desta semana,
militantes do grupo haviam começado a demolir as ruínas da cidade de Nimrud, antiga capital
do império assírio, situada no norte da Mesopotâmia e fundada no século 13 a.C.

(UOL, 07 mar. 15. Disponível em: http://goo.gl/zYfsfa. Adaptado).

Em relação à cidade citada no trecho, é correto afirmar que ficava localizada em uma região:

A) desértica, sem muitos recursos e sem a possibilidade de cultivar alimentos, o que fez do
lugar um sítio bastante inóspito e com uma ocupação sempre muito instável e irregular.

B) bem próxima ao vale do rio Nilo, o que favorecia o cultivo de alimentos nas terras férteis da
várzea do rio, tendo possibilitado o contato com os egípcios e o processo de sedentarização.

C) pouco propícia à sedentarização, o que levava os seus habitantes a estabelecerem trocas


comerciais em busca de alimentos, além de conviverem com a dificuldade de produzir objetos
de cerâmica.

D) banhada por dois importantes rios, o Tigre e o Eufrates, em torno dos quais surgiram os
primeiros agrupamentos humanos que dominaram a técnica da escrita de que se tem notícia.

E) que oferecia água corrente em abundância, sem que se fizessem necessárias obras
hidráulicas, o que favoreceu o desenvolvimento de uma sociedade complexa e
institucionalizada.

Comentários: Gabarito letra D

Inicialmente, a questão trata de um assunto que se encaixa mais na temática de


atualidades, acerca do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), o qual efetuou um ataque a um
sítio arqueológico no norte do Iraque. Em seguida, tem-se que a pergunta da questão
objetiva saber em que região a cidade mencionada (Nimrud, antiga capital do império
assírio) se localizava, no caso, a região da Mesopotâmia, na qual se desenvolveram grandes
povos da Antiguidade, também chamada de berço da cultura ocidental.

Sobre a Mesopotâmia, podemos afirmar que:

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I. Refere-se às civilizações surgidas entre os rios Tigres e Eufrates;

II. Ali viveram os povos que nos legaram grandes contribuições, como a escrita e o
calendário dividido em 360 dias. Disso, temos que a civilização mesopotâmica é conhecida
como o Berço da Humanidade;

III. Corresponde, atualmente, ao norte da Síria e boa parte do Iraque;

IV. Seus rios foram extremamente propícios para o desenvolvimento da agricultura e,


consequentemente, a sedentarização dos povos.

07. A religião dos romanos era politeísta e antropomórfica com nítidas influências das crenças
etrusca e grega. Ao dominar grande parte do mundo conhecido, os romanos entraram em
contato com diversas religiões e tiveram por elas grande respeito. Algumas chegaram a erigir
seus templos na própria cidade de Roma. O Panteão, ou conjunto de deuses, dos romanos
chegou a incorporar alguns dos deuses gregos, com nomes trocados para nomes latinos, mas
com os mesmos atributos.

(FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011).

A tolerância que os romanos tiveram para com diversas religiões do mundo por eles
conquistadas não existiu, entretanto, para com a religião cristã, pois:

A) o universo simbólico do cristianismo era muito próximo da religiosidade romana, inclusive


em relação ao monoteísmo, o que acabou gerando certa competição entre as religiões.

B) no momento em que surgiu o cristianismo, a sociedade romana vivia o período mais agudo
da sua crise política, social e econômica, o que aumentou a repressão à nova religião.

C) o cristianismo era, à época, uma religião fechada à conversão, assim como o judaísmo, o que
contrariava o esforço de expansão e a perspectiva universalizante da sociedade romana.

D) a figura do Papa e das outras autoridades da Igreja Católica, tais como cardeais, bispos e
arcebispos, ameaçavam simbolicamente a ordem, a hierarquia e a própria existência do império.

E) de início os cristãos foram perseguidos principalmente por motivos políticos, ainda que mais
tarde, no contexto de crise da sociedade romana, o cristianismo tenha se expandido.

Comentários: Gabarito letra E

Os adeptos do cristianismo, durante o período do Império Romano (27 a.C. – 476 d.C., com
o fim do Império Romano do Ocidente, e 1453, com o fim do Império Romano do Oriente)
tiveram uma série de entraves no que se refere à sua prática religiosa. Por não adotarem a
escravidão e a adoração ao imperador, aspectos estes fundamentais aos súditos romanos
como forma de lealdade para com o seu soberano, as perseguições aos cristãos tornaram-se
recorrentes desde o império de Cláudio (41- 54 d.C.). Tratar o imperador como a um “deus”
não fazia parte dos ritos cristãos, bem como a adoração a vários “deuses”, de acordo com o
politeísmo romano que vigorava na época.

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Dessa forma, podemos apontar como alternativa correta a letra E, uma vez que os cristãos
foram perseguidos de início e, posteriormente, expandiram-se em meio a uma crise na
sociedade romana, resultado das ameaças externas de invasão e tomada de território por
conta de sua falta de homogeneidade interna.

08. A cidadania nos Estados nacionais contemporâneos é um fenômeno único na História. Não
podemos falar de continuidade do mundo antigo, de repetição de uma experiência passada e
nem mesmo de um desenvolvimento progressivo que unisse o mundo contemporâneo ao
antigo. São mundos diferentes, com sociedades distintas, nas quais pertencimento, participação
e direitos têm sentidos diversos.

(Norberto Luiz Guarinello, Cidades-Estado na Antiguidade Clássica. In PINSKY, Jaime; PINSKY,


Carla Bassanezi (orgs.). História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2008, p. 29).

Entre as diferenças que separam o Estado nacional contemporâneo da cidade-estado da


Antiguidade, é possível destacar:

A) o aspecto militar, que no passado era considerado parte das responsabilidades particulares
de cada cidadão e hoje é um dever do Estado.

B) a concepção de cidadania, muito mais restrita à época do que hoje, de tal forma que
mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos.

C) a política educacional, de caráter público e direcionada a toda a população no mundo antigo,


enquanto hoje coexistem instituições públicas e privadas.

D) a política de reforma agrária, desnecessária no mundo antigo devido à igualdade econômica


existente, enquanto hoje é parte importante das políticas sociais.

E) a questão econômica, àquela época comandada pelo poder público e hoje sob a
responsabilidade os agentes privados, que gozam de grande autonomia.

Comentários: Gabarito letra B

A questão aborda um aspecto fundamental acerca da formação e concepção de um Estado:


a noção de cidadania. No excerto apresentado, os autores tratam da diferença entre o Estado
Nacional Contemporâneo e a cidade-estado da Grécia Antiga.

Dentre as principais diferenças que separam tais noções, podemos destacar que a cidadania
na Antiguidade esteve muito mais relacionada às questões sociais da época, visto que o
cidadão, na Grécia Antiga, era o homem grego, filho de pai e mãe atenienses, com mais de
21 anos.

A participação política era restrita a estes cidadãos, sendo que as pessoas que não fizessem
parte deste grupo (as mulheres, os escravos e os estrangeiros) não possuíam direitos
políticos e nem participavam das decisões tomadas nas cidades-estados.

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09. No século II a.C., os irmãos Tibério e Caio Graco defenderam a reforma agrária em Roma. Tal
proposta era consequência de um processo histórico anterior de concentração de terras na
sociedade romana, pois:

A) os camponeses, empobrecidos e sem condições de produzir, vinham perdendo suas terras


para os patrícios e migrando para as cidades.

B) os patrícios eram os únicos que poderiam ser proprietários de terra em Roma, já que havia
uma clara limitação social relacionada ao direito de propriedade.

C) a escravidão vinha diminuindo, o que fazia com que os ricos proprietários ampliassem as suas
propriedades na tentativa de aumentar a produção em mais terras cultiváveis.

D) as guerras de expansão tiveram como resultado a ampliação do número de pequenos


proprietários, porque formavam-se pequenas propriedades nos novos territórios conquistados.

E) apenas os grandes proprietários participavam do exército, o que tornava necessário aumentar


o número de latifundiários para ampliar e reforçar o poder militar de Roma.

Comentários: Gabarito letra A

A concentração de terras nas mãos dos mais ricos era prática comum na sociedade romana.
No que diz respeito ao século II a.C., Tibério e Caio Graco foram eleitos como tribunos da
plebe e, dessa forma, passaram a elaborar leis que tinham, em seu escopo, a distribuição de
terras inutilizadas àqueles que mais necessitavam (o que chamamos, atualmente, de reforma
agrária) e a limitação da posse de terras pelos mais nobres (os patrícios).

Anteriormente a estas reconfigurações, no entanto, as parcelas mais pobres da sociedade


romana sofreram com a perda de terras e posses para os mais ricos, o que resultou na
migração dos camponeses para as cidades e, dessa forma, mudou a dinâmica social.

10. No tempo de Péricles, a população de Atenas era de, aproximadamente, 400 mil habitantes.
Mas os cidadãos com direitos plenos não passavam de 40 mil.

(Luiz Koshiba. História: origens, estruturas e processos, 2000.)

Na época tratada no fragmento, eram considerados cidadãos em Atenas apenas os

A) homens e as mulheres religiosos, que tivessem propriedade rural.

B) homens, filhos de pais atenienses.

C) homens guerreiros, com origem nobre.

D) aristocratas e os comerciantes, atenienses ou estrangeiros.

E) homens e as mulheres, que possuíssem renda advinda de atividade urbana.

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Comentários: Gabarito letra B

Na Grécia Antiga, apesar de democrática, o direito ao voto pertencia somente àqueles que
eram considerados cidadãos, ou seja, homens gregos, filhos de pai e mãe atenienses, com
mais de 18 anos.

Mulheres, escravos e estrangeiros (os metecos) eram, portanto, excluídos da vida política.
As decisões eram tomadas pelo corpo dos cidadãos gregos, de forma direta, através das
reuniões feitas em espaços públicos, as chamadas Assembleias.

É importante considerar, também, que durante o governo de Péricles, no século V a.C., a


população de Atenas era de cerca de 400 mil habitantes, sendo que os cidadãos, ou seja, os
habitantes que participavam ativamente da vida política, somavam cerca de 40 mil pessoas,
10% do total. Ainda que seja um modelo por ser uma das primeiras manifestações de
cidadania, é fundamental compreender que este modelo ainda era muito restrito a pequenas
parcelas da população.

11. O povo, em muitas coisas, julga melhor do que o indivíduo, seja quem for. Além disso, a
multidão é mais incorruptível (...) e, se um indivíduo se deixa dominar pela ira ou por outra
paixão semelhante, necessariamente corrompe o seu juízo; em compensação, é difícil que
todos juntos se inflamem de cólera ou pequem.

(Aristóteles, 384-322 a.C. Política).

As considerações do filósofo grego permitem afirmar que:

A) o pensamento antigo era de natureza mítica, porque se apoiava em explicações de caráter


sobrenatural.

B) o despotismo esclarecido surgiu no período greco-romano e foi retomado pelos soberanos


da época moderna.

C) a doutrina demagógica, criada por Aristóteles, forneceu os fundamentos para a política de


pão e circo.

D) o poder político, em vez de ser exercido por um tirano ou uma oligarquia, deveria caber a
uma assembleia.

E) as disputas entre as cidades gregas foram causadas por indivíduos que não seguiram os
conselhos dos filósofos.

Comentários: Gabarito letra D

A questão apresenta algumas características existentes no pensamento do filósofo grego


Aristóteles e que, em conjunto com uma interpretação histórica sobre o período conhecido
como a Antiguidade Clássica (séculos VIII a.C. – V d.C.), nos possibilitam a resolução correta
da pergunta. Ademais, para a sua resolução é fundamental, também, que se faça um
exercício de interpretação textual, a fim de compreender a característica central apresentada
no excerto:

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a oposição existente entre o conjunto dos cidadãos (aqui denominado como povo) e o
exercício do poder através de uma única pessoa ou por um grupo minoritário.

Em seu texto chamado “Política”, Aristóteles procura apresentar, de forma racional, as


diretrizes que ele compreende enquanto ideais para o bom exercício do poder político, sendo
que ele é contrário à sua prática feita por um líder (o tirano, que exerceria um poder absoluto
sobre os demais) ou por um pequeno grupo (a oligarquia, que representa o governo da
minoria).

Sua concepção política, portanto, está mais relacionada à ideia de democracia, sendo que o
poder político e suas decisões devem ser tomadas por meio de uma Assembleia, ou seja,
através do conjunto de pessoas aptas a tomarem as decisões para o bem comum e que, dessa
forma, por estarem reunidas coletivamente, seriam menos corruptíveis em relação ao
indivíduo, como ele bem destaca em seu texto.

12. A Estátua do Laçador, tombada como patrimônio em 2001, é um monumento de Porto


Alegre/RS, que representa o gaúcho (em trajes típicos).

Disponível em: www.portoalegre.tur.br. Acessado em: 3 ago. 2012

O monumento identifica um(a):

A) exemplo de bem imaterial.

B) forma de exposição da individualidade.

C) modo de enaltecer os ideais de liberdade.

D) manifestação histórico-cultural de uma população.

E) maneira de propor mudanças nos costumes.

Comentários: Gabarito letra D

A Estátua do Laçador constitui um bem material de Porto Alegre porque representa um


traço histórico-cultural (maneira de se vestir) da população gaúcha.

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13. O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos
reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte.
As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do
reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais.

ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.

Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se
transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é

A) o palácio de Versalhes.

B) o Museu Britânico.

C) a catedral de Colônia.

D) a Casa Branca.

E) a pirâmide do faraó Quéops.

Comentários: Gabarito letra A

Desde a antiguidade, os palácios foram símbolos do poder imperial ou real, e acabaram por
expressar os valores artísticos da época em que foram construídos. No caso do Palácio de
Versalhes, foi construído a mando do rei Luis XIV no século XVII, tornando-se um símbolo do
Antigo Regime na França e uma obra que sintetiza a arquitetura do estilo rococó.

14. A Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)


desenvolveu o projeto “Comunidades Negras de Santa Catarina”, que tem como objetivo
preservar a memória do povo afrodescendente no sul do País. A ancestralidade negra é
abordada em suas diversas dimensões: arqueológica, arquitetônica, paisagística e imaterial.

Em regiões como a do Sertão de Valongo, na cidade de Porto Belo, a fixação dos primeiros
habitantes ocorreu imediatamente após a abolição da escravidão no Brasil. O Iphan identificou
nessa região um total de 19 referências culturais, como os conhecimentos tradicionais de ervas
de chá, o plantio agroecológico de bananas e os cultos adventistas de adoração.

Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=14256&sigla=Noticia&ret


orno=detalheNoticia>. Acesso em: 1 jun. 2009. (com adaptações).

O texto acima permite analisar a relação entre cultura e memória, demonstrando que:

A) as referências culturais da população afrodescendente estiveram ausentes no sul do País,


cuja composição étnica se restringe aos brancos.

B) a preservação dos saberes das comunidades afrodescendentes constitui importante


elemento na construção da identidade e da diversidade cultural do País.

C) a sobrevivência da cultura negra está baseada no isolamento das comunidades tradicionais,


com proibição de alterações em seus costumes.

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D) os contatos com a sociedade nacional têm impedido a conservação da memória e dos


costumes dos quilombolas em regiões como a do Sertão de Valongo.

E) a permanência de referenciais culturais que expressam a ancestralidade negra compromete

o desenvolvimento econômico da região.

Comentários: Gabarito letra B

Levando-se em conta as dimensões continentais do território brasileiro e a construção


histórica da sociedade brasileira, é natural a diversidade cultural existente no país. A
preservação dos saberes de determinadas comunidades constitui-se assim, em importante
elemento de compreensão de aspectos socioculturais da história brasileira.

15. O Cafundó é um bairro rural situado no município de Salto de Pirapora, a 150 km de São
Paulo.

Sua população, predominantemente negra, divide-se em duas parentelas: a dos Almeida


Caetano e a dos Pires Pedroso. Cerca de oitenta pessoas vivem no bairro. Dessas, apenas nove
detêm o título de proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra que constituem a extensão do
Cafundó, que foram doados a dois escravos, ancestrais de seus habitantes atuais, pelo antigo
senhor e fazendeiro, pouco antes da Abolição, em 1888. Nessas terras, seus moradores plantam
milho, feijão e mandioca e criam galinhas e porcos. Tudo em pequena escala. Sua língua materna
é o português, uma variação regional que, sob muitos aspectos, poderia ser identificada como
dialeto caipira. Usam um léxico de origem banto, quimbundo principalmente, cujo papel social
é, sobretudo, de representá-los como africanos no Brasil.

Disponível em: <http://www.revista.iphan.gov.br>. Acesso em: 6 abr. 2009 (adaptado).

O bairro de Cafundó integra o patrimônio cultural do Brasil porque:

A) possui terras herdadas de famílias antigas da região.

B) preservou o modo de falar de origem banto e quimbundo.

C) tem origem no período anterior à abolição da escravatura.

D) pertence a uma comunidade rural do interior do estado de São Paulo.

E) possui moradores que são africanos do Brasil e perderam o laço com sua origem.

Comentários: Gabarito letra B

As informações contidas no fragmento utilizado na questão e bem como a alternativa


correta, sustentam a existência de comunidades com características muito peculiares no
interior paulista, no caso o bairro do Cafundó em Salto do Pirapora, evidenciando-se assim a
diversidade cultural existente no estado.

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16. Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido nas
tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e
manifestações transmitidas oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao
longo do tempo. A essa porção intangível da herança cultural dos povos dá-se o nome de
patrimônio cultural imaterial.

Internet: <www.unesco.org.br>.

Qual das figuras a seguir retrata patrimônio imaterial da cultura de um povo?

Comentários: Gabarito letra C

Patrimônio imaterial é a construção de cultura, de tradição, expresso através do teatro ou da


dança, como o bumba meu boi, uma tradição folclórica do norte do Brasil. As demais
alternativas – com exceção da D - tratam de cultura material, cultura porque foi criada pelo
homem, material porque é palpável, ao contrário das Cataratas do Iguaçu, que é elemento
natural.

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17. Para escrever a História é necessário reunir fontes ou testemunhos, que são objetos e
documentos – restos do passado – que ajudam a compreender um contexto em determinado
período. Sobre as fontes documentais, é correto afirmar que:

A) não variam de modo algum; devem ser documentos escritos e registrados pela autoridade
competente da época e do local do qual fazem parte.

B) são criadas e elaboradas criteriosamente para fins de escrita por arqueólogos, etnólogos,
paleógrafos e paleontólogos.

C) são várias, como as escritas, as orais, as narrativas e os mitos populares, e diferentes tipos de
imagens.

D) são os mapas geográficos e históricos, e as linhas temporais, cronologias específicas dos


calendários geomorfológicos.

Comentários: Gabarito letra C

A questão remete a importância das fontes históricas enquanto documentos imprescindíveis


para a narrativa histórica. A doutrina Positivista defendia que somente documentos escritos
eram fontes históricas, isto significa que antes da escrita não havia História, era a Pré-
História. Porém, esta concepção Positivista foi muita criticada pela Escola dos Analles que
surgiu na França a partir de 1930 e que culminou na “Nova História”. Os historiadores dos
Analles ampliaram a noção de documento histórico, são vários, como documento escrito,
oral, pinturas, diferentes tipos de imagens, etc. Assim o termo Pré-História está ultrapassado.

18. O calendário é um sistema muito antigo utilizado para registrar e medir o tempo e
regulamentar os ritmos da vida humana. Nele temos a combinação de três elementos
astronômicos: o dia, o mês e o ano. No decorrer da história ocidental houve dificuldades de
combinar esses três elementos de modo satisfatório, resultando na elaboração de vários
calendários. Atualmente está em vigor o calendário:

A) Juliano.

B) Gregoriano.

C) Hebraico.

D) Metônico.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. A questão remete ao calendário Gregoriano. Este
calendário, utilizado oficialmente pela maioria dos países para facilitar o contato, foi criado
em 1582 no Papado de Gregório XIII. O calendário Gregoriano substituiu o calendário Juliano
criado por Júlio César em 46 a. C. A proposta do novo calendário era corrigir o calendário
anterior fazendo alguns ajustes.

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19. As ciências, as técnicas, as instituições políticas, as ferramentas mentais, as civilizações


apresentam ritmos próprios de vida e de crescimento.

(BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a história, 1969. Adaptado.)

No fragmento, o historiador Fernand Braudel critica a classificação da história em grandes


períodos unificados e homogêneos, ao ressaltar que:

A) a mudança histórica é orientada pelas concepções que os homens têm da política, da


sociedade e da economia.

B) as sociedades humanas seguiram, a partir da Revolução Industrial, um mesmo modelo de


transformação histórica.

C) as artes, a cultura e a tecnologia modificam-se, diferentemente dos fatos políticos, de maneira


muito semelhante.

D) a existência social dos homens é múltipla e que os elementos que a compõem modificam-se
de forma desigual no decorrer do tempo.

E) a economia é a determinação mais poderosa na vida dos homens e que a história da


humanidade é impulsionada pelas novidades técnicas.

Comentários: Gabarito letra D

Somente a alternativa [D] está correta. O grande historiador francês Fernand Braudel em sua
obra “Escritos Sobre a História” fornece elementos importantes para a teoria da História ao
trabalhar com a ideia da “longa duração”. Crítica, por exemplo, o hábito dos historiadores de
criar grandes períodos dentro da História e estudá-lo de forma unificada e homogênea. Este
tipo de abordagem engessa e atrapalha o bom entendimento da História. A vida humana é
múltipla e dinâmica modificando de forma desigual ao longo do tempo. Daí que Braudel
afirma que “as ciências, as técnicas, as instituições políticas, as ferramentas mentais, as
civilizações apresentam ritmos próprios de vida e de crescimento”. As demais alternativas
estão incorretas.

20. “A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não
seja menos vão esgotar-se em compreender o passado se nada se sabe do presente.” Marc
Bloch. Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001, p. 65.

Assinale a alternativa que contém a definição de história mais coerente com a citação do
historiador Marc Bloch.

A) A História é a ciência que resgata o passado para explicar o presente e fazer previsões sobre
o futuro.

B) A História é uma ciência que visa promover o entretenimento dos expectadores do presente
e um conhecimento inútil sobre o passado.

C) A História é, tal como a literatura, uma narrativa sobre o passado determinada pela
imaginação do historiador.

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D) A História é a ciência que se refugia no passado para não compreender as questões do


presente.

E) A História é uma ciência que formula questões sobre o passado a partir de inquietações e
experiências vividas no presente.

Comentários: Gabarito letra E

Somente a proposição [E] está correta. A questão remete ao texto do historiador francês
Marc Bloch que integrava o grupo dos Analles. A questão pode ser respondida a partir das
alternativas incorretas. A História não visa fazer previsões sobre o futuro, não significa um
conhecimento inútil sobre o passado, não é determinada pela imaginação do historiador e
não se refugia no passado para não compreender o presente.

21. A diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o que o homem diz ou
escreve, tudo o que fabrica, tudo o que toca pode e deve informar sobre ele.

BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2001, p. 79. (Adaptado).

Sobre as fontes históricas, com base no texto acima, assinale a alternativa CORRETA.

A) O pensamento marxista aboliu a utilização de fontes escritas nas pesquisas históricas.

B) A afirmação do texto sintetiza a nova perspectiva historiográfica sobre as fontes históricas.

C) Os utensílios produzidos pelo homem se enquadram como registros arqueológicos e não


como fontes para o historiador.

D) Marc Bloch, no texto, defende a primazia das fontes escritas.

E) A escola positivista foi a primeira a fazer uso da chamada história oral.

Comentários: Gabarito letra B

Para o estudo da História, são necessárias fontes, que são criadas pelos próprios homens
durante sua evolução; portanto, tudo que o homem faz é História.

22. Um líder jihadista egípcio convocou a população muçulmana para destruir a Esfinge e as
Pirâmides de Gizé, informa o site árabe Al Arabiya. Murgan Salem al-Gohary, que afirma ter
ligações com o Talibã, pediu que os egípcios repetissem o que foi feito no Afeganistão, quando
estátuas de Buda foram removidas após a chegada dos fundamentalistas ao poder. “A
destruição da memória, da História, do passado é algo terrível para uma sociedade”.

Jacques Le Goff, Revista Veja

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A destruição de patrimônios históricos da Humanidade, como as estátuas de Buda no


Afeganistão, e a ameaça à Esfinge de Gizé e às Pirâmides não se restringem aos conflitos político-
religiosos que assolam o Oriente Médio há séculos, mas fazem parte de um processo maior de
reconfiguração da Memória e da História da sociedade.

O processo acima descrito está diretamente relacionado ao (à):

A) uso da Memória e da História como campo de disputa e de construção de identidades


coletivas.

B) tentativa de uso da Memória e da História como estratégias para reforçar identidades


coletivas passadas.

C) destruição dos bens culturais construídos ao longo da dominação imperialista sobre a região
do Oriente Médio.

D) ataque aos Patrimônios Culturais como forma de destruição de símbolos ocidentais que
representam o domínio estrangeiro.

E) projeto de diluição das fronteiras culturais por meio da tentativa de imposição de uma única
memória coletiva aos demais povos do Oriente Médio.

Comentários: Gabarito letra A

Somente a proposição [A] está correta. A questão aponta para a destruição de importantes
patrimônios históricos da humanidade na contemporaneidade, como as estátuas de Buda no
Afeganistão e a ameaça de destruir um grande acervo cultural deixado pelos egípcios antigos,
a Esfinge de Gisé e as Pirâmides. O historiador francês Jacques Le Goff alerta que a destruição
da memória, do passado e da história, não contribui para resolver problemas da atualidade,
sendo horrível para a sociedade. No tempo presente, há uma grande disputa pelo passado,
pela memória e pela história. Basta observar como recentemente na História do Brasil, os
militares queimaram documentos históricos sobre o regime militar. De certa forma, há uma
disputa de poder pelo passado e pela memória devido à construção de identidades coletivas.

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23. A destruição, que alguns grupos radicais islâmicos vêm fazendo nas últimas décadas, parece
fazer parte de uma estratégia de anulação da memória coletiva, como se, ao fazerem isso,
estivessem a consolidar essa ideia peregrina de que são os escolhidos que foram para uma
missão verdadeiramente civilizadora, pretendendo apagar o passado, primeiro instrumento que
nos faculta aceder à capacidade crítica. E esse é o medo dessa gente: que aqueles que são
dominados olhem para as estátuas agora quebradas dessas salas de memória e questionem a
legitimidade de quem os pretende dominar.

PINTO, Paulo Mendes. O Direito à Memória, ou quando do alto destas pirâmides, 40 séculos de
História nos contemplam! Lisboa: O Público, 2015. (Adaptado)

Dessa forma, é CORRETO afirmar que a destruição de ruínas antigas:

A) é uma obrigação religiosa islâmica, e os grupos radicais apenas cumprem com seus deveres
de fé.

B) não representa nenhuma ameaça à nossa compreensão de História. São apenas pedras.

C) é uma obrigação civilizatória na qual os grupos radicais se empenham.

D) mostra como a Antiguidade permanece presente na construção de nossa memória coletiva.

E) é um objeto de preocupação apenas para os cidadãos dos países onde os atentados estão
ocorrendo.

Comentários: Gabarito letra D

A questão aponta para a relação entre terrorismo e a memória histórica coletiva. Grupos
radicais extremistas islâmicos têm cometido um verdadeiro atentado contra a memória ao
destruir estátuas e imagens que remetem às civilizações antigas como estratégia para apagar
o passado. Isso traz um prejuízo enorme para a humanidade por se tratar de um patrimônio
histórico cultural da humanidade.

24. Leia atentamente o seguinte excerto:

“Se o homem comum não conhece as suas origens ele é como um macaco louco. Ele não
conhece ao certo as relações de sua grande família, é como um dragão descomunal. Ele que não
conhece as circunstâncias e o curso das ações de seu nobre pai e avô é como um homem que,
tendo preparado a dor para seus filhos, joga-os neste mundo”.

MOMIGLIANO, A. As raízes clássicas da historiografia moderna. Bauru: EDUSC, 2004, p.55

Do trecho acima, depreendem-se algumas características da escrita da História, quais sejam:

A) conservação da memória do passado, quadro cronológico e interpretação dos


acontecimentos.

B) conhecimento da natureza, origem das espécies animais e lembrança ancestral.

C) dialética socrática, valores teóricos e morais e busca pela verdade intrínseca da origem
humana.

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D) atitude crítica em relação ao registro dos acontecimentos, desinteresse pelo passado e árvore
genealógica.

Comentários: Gabarito letra A

O conhecimento das origens configura conservação da memória do passado; as


circunstâncias e o curso das ações configuram quadro cronológico; e o conjunto dessas
habilidades configura interpretação dos acontecimentos. Essas são as características da
escrita da História presentes no texto.

25. A cultura material estudada pelo arqueólogo insere-se, sempre, em um contexto histórico
muito preciso e, portanto, o conhecimento da história constitui aspecto inelutável da pesquisa
arqueológica. Assim, só se pode compreender a cerâmica grega se conhecermos a história da
sociedade grega, as diferenças entre as cidades antigas, as transformações por que passaram.

(FUNARI, Pedro Paulo. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2003. p. 85.)

Com base nas afirmações acima, assinale a alternativa CORRETA.

A) A Arqueologia, diferentemente da História, concentra seus estudos na análise da cultura


material, negligenciando fontes escritas e orais.

B) A relação interdisciplinar entre a Arqueologia e a História é apresentada no texto como um


fator essencial na análise da cultura material.

C) Os estudos arqueológicos pouco retratam as sociedades pré-históricas tendo em vista a


ausência de fontes não materiais sobre esses povos.

D) A arqueologia não contribuiu para o estudo de regiões africanas como o Sudão e o Egito,
tendo em vista a exclusividade da análise das tradições orais no estudo dessas sociedades.

E) História e Arqueologia só constroem uma relação interdisciplinar nos estudos sobre a pré-
história e a antiguidade, em que a análise da cultura material é o cerne das pesquisas.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa [B] está correta. A História enquanto ciência necessita de outras disciplinas para
melhor compreensão do processo histórico. Neste sentido, a Economia, a Geografia, a
Sociologia, a Filosofia, a Antropologia, Arqueologia, entre outras, são fundamentais para a
compreensão do homem em sua totalidade. O trabalho do arqueólogo está sempre inserido
em um determinado contexto histórico. Só se compreende a arte cerâmica de uma civilização
se conhecer a história desta mesma civilização. As demais proposições estão equivocadas. A
arqueologia não negligencia as fontes escritas e orais. As escavações arqueológicas são
fundamentais para a melhor compreensão da Pré-História. Sem dúvida a arqueologia
contribuiu para o estudo do Egito. História e Arqueologia possuem uma relação
interdisciplinar nos estudos sobre a Pré-História, a Antiguidade bem como outros períodos
da História.

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26. É preciso advertir desde já que esse sistema quadripartite [dividido em quatro partes] de
organização da história universal é um fato francês. Em outros países, o passado está organizado
de modo diferente, em função de pontos de referência distintos.

CHESNEAUX, Jean. Devemos fazer tábula rasa do passado? Sobre a história e os historiadores.
Trad. de Marcos A. da Silva. São Paulo: Ática, 1995, p. 93.

O texto faz referência a um “sistema quadripartite”, ainda muito presente nos materiais
didáticos de História do Ensino Básico no Brasil. Esse “sistema” divide a história em Antiga,
Medieval, Moderna e Contemporânea. Sobre essa divisão, o autor observa que a:

A) conceituação de história universal é sempre francesa.

B) divisão da história em períodos prejudica o seu estudo.

C) periodização da história em alguns países é equivocada.

D) sistematização da história não depende das referências do passado.

E) organização da história como campo de estudo é uma construção cultural.

Comentários: Gabarito letra E

Jean Chesneaux em sua obra “Devemos fazer tábula rasa do passado?” elabora uma
interessante reflexão sobre teoria da História e sobre a relação entre passado e presente.
Mostra como o passado é narrado a luz do presente ao afirmar que “o controle do passado
e da memória coletiva pelo aparelho ideológico de Estado dirige sua atenção para as fontes.
Ora se mutila e se deforma, ora se faz silêncio completo” e que o passado está organizado
de forma diferente em outros países. O sistema tripartite que divide a História em Antiga,
Média, Moderna e contemporânea tem como referência somente a História da Europa.
Queda de Roma em 476, queda de Constantinopla em 1453, Revolução Francesa em 1789.
Assim, Chesneaux entende que a organização da História é uma construção cultural
conforme aponta a alternativa [E].

27. “Os judeus tinham que usar uma estrela amarela, [...] tinham que entregar as bicicletas, [...]
não podiam andar de bonde, [...] ficavam proibidos de dirigir automóveis.[...] só podiam fazer
compras das três às cinco horas e só em casas que tivessem placa dizendo ‘casa israelita’. Os
judeus deviam recolher-se às suas casas às oito da noite [...]. Ficavam proibidos de ir a teatros,
cinemas e outros lugares de diversão.”

FRANK, Anne. Diário de uma jovem. São Paulo: Editora Mérito S. A., 1958, p. 14, 3ª edição.

Esse trecho, que foi retirado do diário de uma adolescente judia prisioneira num campo de
concentração, na Alemanha, onde morreu em 1945, revela:

A) poucas e distorcidas informações para se compreender o que foi a 2ª Guerra Mundial.

B) detalhes das perseguições sofridas pelos judeus na Alemanha, durante a 1ª Guerra Mundial.

C) ideias falsas, pois os alemães não podiam abrir mão do dinheiro que os judeus gastavam em
locais como cinemas e teatros.

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D) aspectos importantes para nossa compreensão acerca das perseguições sofridas pelos
judeus, desde a 2ª Guerra Mundial até os ano de 1960, com o fim do apartheid.

E) a importância desse diário como documento histórico que registrou, para a posteridade, a
perseguição sofrida pelos judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

Comentários: Gabarito letra E

A política desenvolvida pelo partido nazista durante a Segunda Guerra Mundial e um pouco
antes, baseava-se na superioridade da raça germânica, tida como pura. Deste modo, os
judeus foram acusados de macularem a pureza da raça alemã. Através das chamadas Leis de
Nüremberg, Hitler foi sistematicamente cerceando os direitos e liberdades dos judeus,
proibindo-os de sentarem em bancos de praça, tomarem transporte coletivo, terem rádios,
até a solução extrema de serem confinados em campos de concentração e serem
sistematicamente exterminados com usos de gás venenoso, nas chamadas câmaras da
morte. O relato de Anne Frank narra como ela e a população judia estava sentindo os efeitos
da política de perseguição dos nazistas.

28. Ao longo da história da humanidade, as pessoas têm produzido objetos com as mais variadas
intenções: machados de pedra, roupas, utensílios domésticos, casas etc. Nas mãos do
historiador, esses e outros registros, vistos como evidências históricas, são chamados de
documentos ou fontes históricas. Sobre as fontes históricas, é correto afirmar que:

A) as fontes não documentais perderam muito de sua credibilidade após o advento da escrita,
pois não são consideradas oficiais.

B) só passam a ser consideradas fontes históricas aquelas com comprovação científica em


laboratórios, no que diz respeito à datação e origem.

C) o patrimônio imaterial de uma sociedade também e considerado como fonte histórica, uma
vez que pode retratar a própria essência dessa cultura.

D) os documentos oficiais, como inventários “post mortem”, testamentos e certidões, têm maior
respaldo histórico, pois constituem conteúdo irrefutável.

Comentários: Gabarito letra C

A proposição [C] está correta. Os historiadores valorizam todos os registros históricos de uma
civilização seja ele escrito ou não. O patrimônio imaterial de uma sociedade como expressões
culturais, músicas, saberes, festas, danças, entre outros, são valorizados pelos historiadores
como forma de expressão de uma determinada cultura. O Positivismo do século XIX
valorizava apenas documentos escritos, daí o termo Pré-História, ou seja, onde não há escrita
não há história. Porém a partir de 1950 com a Nova História tributária da Escola dos Analles
ampliou-se a noção de documento valorizando outras fontes históricas não escritas. As
demais alternativas estão incorretas.

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29. O estudo e a escrita da História são realizados com base em pesquisas documentais e
interpretações de fatos históricos. Como não é possível reconstruir o passado tal como
aconteceu, os historiadores utilizam fontes, que podem ser interpretadas de maneiras
diferentes, e, por isso, existe uma grande diversidade de produções historiográficas a respeito
de um mesmo tema. No decorrer do tempo, o conceito, o uso e o critério de seleção das fontes
históricas mudou.

Atualmente, é correto afirmar que:

A) toda fonte histórica é necessariamente escrita, as demais são consideradas fontes pré-
históricas.

B) o historiador deve priorizar as fontes com notória imparcialidade, tais como jornais e revistas,
que retratam o dia a dia de uma cidade, um estado ou mesmo um país, da forma mais fiel
possível.

C) filmes, obras literárias, histórias em quadrinho e pinturas não podem ser consideradas fontes
históricas, pois não têm compromisso com a verdade.

D) as diversas manifestações artísticas, como escultura, pintura ou uma canção, podem ser
consideradas fontes históricas, na medida em que retratam o espírito de um tempo.

E) o documento escrito, de preferência o oficial, imprime um caráter de seriedade ao trabalho


do historiador, evitando que ele trabalhe com mentiras e falsificações.

Comentários: Gabarito letra D

Somente a alternativa [D] está correta. A questão remete a historiografia Positivista e a


Escola dos Analles. Para a corrente Positivista que surgiu na segunda metade do século XIX
só pode ser fonte documental quando há escrita, sem escrita não há fonte histórica logo não
há História. Daí surgiu a divisão entre Pré-História (sem História pois não há fonte escrita) e
a História que começou com a invenção da escrita. Na década de 1930 surgiu na França um
grupo de historiadores conhecido como a “Escola dos Analles” que rompeu com concepção
Positivista de documento histórico. Este grupo ampliou a noção de documento e
manifestações artísticas em geral podem ser fonte documental na medida em que retrata o
espírito de um tempo. O grupo também começou a estudar outros temas como a história
das festas, da morte, da bruxaria, etc. com uma linguagem mais literária e menos acadêmica.

30. Sobre a História, enquanto disciplina, é INCORRETO afirmar que

A) construir a história é uma tarefa de investigação e o historiador a faz mediante o estudo


desinteressado e neutro dos vestígios que documentam a atividade humana.

B) o historiador formula as perguntas a serem feitas aos documentos selecionados e ele o faz
com base em sua cultura e suas escolhas.

C) muitos historiadores, até meados do século XX, privilegiavam o estudo do documento escrito
e davam preferência aos documentos oficiais.

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D) os documentos escritos ainda são considerados fontes fundamentais para a compreensão


dos fatos, mas, nas últimas décadas, a noção de documento se ampliou.

E) o estudo das fontes e a crítica dos documentos são partes fundamentais do processo de
investigação histórica.

Comentários: Gabarito letra A

O estudo do historiador nunca é desinteressado: uma vez que ele se volta para uma fonte, é
para “questioná-la” sobre um assunto que configura seu objeto de estudo. Além disso, é
quase impossível ao historiador não imprimir seu próprio ponto de vista na investigação das
fontes históricas, uma vez que as maneiras de pensar e questionar são variadas e inerentes
a cada pessoa.

31. As pinturas rupestres são evidências materiais do desenvolvimento intelectual dos seres
humanos. Embora tradicionalmente estudadas pela Arqueologia, elas ajudaram a redefinir a
concepção de que a História se inicia com a escrita, pois

A) funcionam como códices velados de uma comunidade à espera de decifração.

B) expressam uma concepção de tempo marcada pela cronologia.

C) indicam o predomínio da técnica sobre as forças da natureza.

D) atestam as relações entre registros gráficos e mitos de origem.

E) registram a supremacia do indivíduo sobre os membros de seu grupo.

Comentários: Gabarito letra A

O enunciado propõe uma crítica à ideia tradicional de que a História se inicia com a escrita,
pressupõe que se inicia antes, com as próprias pinturas no interior de cavernas na chamada
“pré-história”, pois nos transmitem informações, usadas para entender o grupo humano que
a produziu.

32. De fato, que alternativa restava aos portugueses, ao se verem diante de uma mata virgem e
necessitando de terra para cultivo, a não ser derrubar a mata e atear-lhe fogo? Seria, pois,
injusto dessa maneira. Todavia, podemos culpar os seus descendentes, e com razão, por
continuarem a queimar as florestas quando há agora, no início do século XIX, tanta terra limpa
e pronta para o cultivo à sua disposição.
SAINT-HILAIRE Viagem às nascentes do rio S. Francisco [1847]. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo:
EDUSP,1975 (adaptado).

No texto, há informações sobre a prática da queimada em diferentes períodos da história do


Brasil. Segundo a análise apresentada, os portugueses

A) evitaram emitir juízo de valor sobre a prática da queimada.

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B) consideraram que a queimada era necessária em certas circunstâncias.

C) concordaram quanto à queimada ter sido uma prática agrícola insuficiente.

D) entenderam que a queimada era uma prática necessária no início do séc. XIX.

E) relacionaram a queimada ao descaso dos agricultores da época com a terra.

Comentários: Gabarito letra B

Segundo o texto, os portugueses fizeram uma opção consciente, diante do problema efetivo
de ocupação da terra, desde seus primórdios até o século XIX. As queimadas eram realizadas
para facilitar a ocupação da terra e a prática da agricultura.

33. Para uns, a Idade Média foi uma época de trevas, pestes, fome, guerras sanguinárias,
superstições, crueldade. Para outros, uma época de bons cavaleiros, damas corteses, fadas,
guerras honradas, torneios, grandes ideais. Ou seja, uma Idade Média “má” e uma Idade Média
“boa”.

Tal disparidade de apreciações com relação a esse período da História se deve

A) ao Renascimento, que começou a valorizar a comprovação documental do passado,


formando acervos documentais que mostram tanto a realidade “boa” quanto a “má”.

B) à tradição iluminista, que usou a Idade Média como contraponto a seus valores racionalistas,
e ao Romantismo, que pretendia ressaltar as “boas” origens das nações.

C) à indústria de videojogos e cinema, que encontrou uma fonte de inspiração nessa mistura de
fantasia e realidade, construindo uma visão falseada do real.

D) ao Positivismo, que realçou os aspectos positivos da Idade Média, e ao marxismo, que


denunciou o lado negativo do modo de produção feudal.

E) à religião, que com sua visão dualista e maniqueísta do mundo, alimentou tais interpretações
sobre a Idade Média.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa correta explica por si só as razões das diferentes visões da Idade Média em
diferentes contextos do pensamento, quais sejam, iluminismo e romantismo. O termo
romantismo pode ter vários significados dentre os quais, o relativo a narrativas medievais
escritas em românico (língua neolatina) empregado em oposição ao termo classicismo
relativo ao neoclassicismo contemporâneo do iluminismo (romântico x clássico).

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34. O texto a seguir reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance.

- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? Perguntou Sofia.

- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus nasceu
à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e
morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais ou menos
proibida. (...) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação.

Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.

Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia.

São Paulo, Cia. das Letras, 1997 .

O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como
marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto,
que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que:

A) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.

B) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.

C) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.

D) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.

E) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.

Comentários: Gabarito letra A

Se o texto apresentado considera que cada hora corresponde a um século, a queda do


Império Romano, no século V, ocorreu às 5 horas e as grandes navegações do século XV
ocorreram às 15 horas; mesmo momento em que se iniciou a Idade Moderna (1453). A
Propagação do cristianismo por Paulo começou na primeira hora, no primeiro século da Era
Cristã e os mosteiros perderam o monopólio da educação entre os séculos X e XI, sendo que
a Idade Média termina no século XV.

35. “Consideremos o significado da palavra república. Ela vem do latim res publica, que quer
dizer ‘coisa de todos’. Denomina, portanto, uma forma de governo em que o Estado e o poder
pertencem ao povo.

No entanto, o que se observou na fase inicial da república romana foi a instalação de uma
organização política dominada apenas pelos patrícios. Não houve a distribuição do poder entre
todos, pois a maioria da população, os plebeus, não tinha, inicialmente, o direito de participar
das decisões políticas. Isso gerou grandes conflitos.”

(COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. Vol.1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 124).

Por conta da situação acima mencionada, os plebeus iniciaram uma longa luta em busca dos
seus direitos, sobre a qual é incorreto afirmar-se que

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A) a “Lei das XII Tábuas”, ainda que favorecesse os patrícios, serviu para dar clareza às normas
e aos costumes.

B) a “Lei Canuleia” autorizava o casamento entre patrícios e plebeus.

C) o “Comício da Plebe” deu aos patrícios o direito de decidirem pelos plebeus assuntos relativos
aos interesses de ambos.

D) a “Eleição de Magistrados” deu aos plebeus a condição de ascenderem, aos poucos, aos
principais cargos públicos.

E) a proibição da escravização por dívidas fez com que nenhum romano fosse mais escravizado
por conta de dívidas existentes.

Comentários: Gabarito letra C

A questão remete a República Romana, 509-27 a.C., quando surgiram diversas instituições
políticas como os Comícios que consistiam em assembleias populares que eram
encarregados de votar as leis e eleger os magistrados. O Comício da Plebe não deu aos
patrícios a prerrogativa de decidirem pelos plebeus assuntos pertinentes a ambos.

36. As imagens reproduzem quadros de D. João VI e de seu filho D. Pedro I nos respectivos papéis
de monarcas. A arte do retrato foi amplamente utilizada pela nobreza ocidental, com objetivos
de representação política e de promoção social. No caso dos reis, essa era uma forma de se fazer
presente em várias partes do reino e, sobretudo, de se mostrar em majestade.

A comparação das imagens permite concluir que:

A) as obras apresentam substantivas diferenças no que diz respeito à representação do poder.

B) o quadro de D. João VI é mais suntuoso, porque retrata um monarca europeu típico do século
XIX.

C) os quadros dos monarcas têm baixo impacto promocional, uma vez que não estão usando a
coroa, nem ocupam o trono.

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D) a arte dos retratos, no Brasil do século XIX, era monopólio de pintores franceses, como
Debret.

E) o fato de pai e filho aparecerem pintados de forma semelhante sublinha o caráter de


continuidade dinástica, aspecto político essencial ao exercício do poder régio.

Comentários: Gabarito letra E

A questão analisa a utilização do retrato solene como um recurso de promoção pessoal e


com finalidades políticas por governantes. Desde a antiguidade, a arte sempre foi um
instrumento de promoção pessoal, visando interesses imediatos ou a imortalidade de
indivíduos.

37. Relacione corretamente os fatos históricos com seus respectivos períodos, numerando a
Coluna II de acordo com a Coluna I.

Coluna I

1. Revolução Industrial

2. Formação das monarquias nacionais

3. Criação da democracia

4. Reforma e Contrarreforma

Coluna II

( ) Idade Média

( ) Idade Moderna

( ) Idade Antiga

( ) Idade Contemporânea

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A) 3, 4, 2, 1.

B) 1, 2, 4, 3.

C) 2, 4, 3, 1.

D) 4, 2, 1, 3.

Comentários: Gabarito letra C

Em ordem cronológica na linha do tempo histórica, os fatos se encaixam da seguinte


maneira: Criação da Democracia na História Antiga, Formação das Monarquias Nacionais na
Idade Média, Reforma e Contrarreforma na Idade Moderna e Revolução Industrial na Idade
Contemporânea.

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38. Sobre o surgimento da arte cênica, todos falam em Grécia, mas o teatro aparece
exclusivamente, em Atenas, nas últimas décadas do século VI a.C. Nenhuma das versões sobre
o advento do teatro, na verdade, é conclusiva ou informa qual o momento exato em que se deu
o fenômeno da arte dramática.

(HELIODORA, Barbara. Caminhos do teatro ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2013. p. 24.)

Sobre a temática abordada no texto, assinale a alternativa CORRETA.

A) O marco inicial do teatro é a Paixão de Osíris, encenada em Abydos, no Egito, no ano de 2600
a.C.

B) A arte teatral surge ainda na Pré-história, em forma de dança ou canto, com o objetivo de
evocar a chuva, a caça ou outras atividades básicas.

C) O auge da produção teatral grega se deu no século V a.C., em Atenas.

D) Os grandes nomes da dramaturgia grega foram Sófocles, Ésquilo, Eurípedes e Plauto.

E) O teatro, desde seu surgimento em Atenas, sempre foi uma arte elitista, sem muito apelo
popular.

Comentários: Gabarito letra C

Os rituais teatrais na Grécia Antiga concentravam-se em Atenas e, inicialmente, eram feitos


como parte das homenagens ao deus Dionísio. Seu auge coincide com o auge da própria
cidade de Atenas, por volta do ano 550 a.C, ou seja, por volta do século V a.C.

39. “Eucrates, filho de Aristôtimos, do Pireu, fez a moção: Com a boa sorte do Povo de Atenas.
Que os legisladores resolvam: se alguém se rebelar contra o Povo visando implantar a Tirania,
ou juntar-se a conspiradores, ou se alguém atenta contra o Povo de Atenas ou contra a
Democracia, em Atenas, se alguém cometeu algum destes crimes, quem o matar estará livre do
processo(...).”

Lei Ateniense contra a Tirania, 337-6 a.C. FUNARI, P.P.A. Antiguidade Clássica: a história e a
cultura a partir dos documentos. Campinas: Editora Unicamp, 2003. p.90.

A Lei Ateniense de 337-6 a.C contra a Tirania. insere-se na

A) passagem da cidade independente para o estado imperial helenístico.

B) fase em que as cidades gregas reforçavam sua autonomia e poder.

C) busca ansiosa de consolidar o legítimo poder do soberano.

D) conciliação das poleis gregas no decorrer do quarto século a.C.

Comentários: Gabarito letra A

Somente a proposição [A] está correta. A questão remete a Lei contra a Tirania implantada
na Grécia Antiga.

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No período Clássico, século V a.C., a Grécia estava no apogeu econômico e cultural. Foi o
século de ouro, o século de Péricles, o auge da democracia com as polis que possuíam
autonomia política. No entanto, em 338 a.C. Filipe II da Macedônia conquistou a Grécia e,
desta forma, surgiu o império helenístico colocando fim a autonomia das polis. A Lei da
Tirania se insere neste contexto de transição da Grécia Clássica para a Grécia Helenística. As
demais alternativas estão incorretas.

40. O episódio da violência exercida por Sexto Tarquínio contra Lucrécia, mulher de Colatino,
um dos nobres romanos, narra e celebra em tom comemorativo “a expulsão dos Tarquínios”
como a libertação da tirania. Este evento marca:

A) o fim da monarquia em Roma.

B) o início da estrutura gentílica romana.

C) o estabelecimento das leis das XII Tábuas.

D) a guerra contra os samnitas e o domínio da Itália central.

Comentários: Gabarito letra A

O Rei Tarquínio foi o último rei romano antes do fim da Monarquia em Roma. Ele sofreu um
golpe de Estado promovido pelos patrícios devido às suas tentativas de favorecer os plebeus
em Roma.

41. O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos
os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a
argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.

VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função

A) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.

B) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.

C) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da
comunidade.

D) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em


caso de guerra.

E) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em


assembleias.

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Comentários: Gabarito letra C

A Ágora era a praça pública onde os cidadãos atenienses discutiam os rumos da cidade.

42. TEXTO l

Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus
próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões
públicas por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato
de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação.

TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado).

TEXTO II

Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de
administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao
tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela
mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados.

ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.

Comparando os textos l e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no
século IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a)

A) prestígio social.

B) acúmulo de riqueza.

C) participação política.

D) local de nascimento.

E) grupo de parentesco.

Comentários: Gabarito letra C

Os trechos “olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida
apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil” (primeiro texto) e “um cidadão
integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de administrar justiça
e exercer funções públicas” (segundo texto) são demonstrativos das opiniões dos autores,
que julgam a cidadania pela participação política das pessoas.

43. Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente
de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios
manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram
eleger uma comissão de dez pessoas – os decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram
a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.

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COULANGES, F. A cidade antiga.São Paulo: Martins Fontes, 2000.

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à:

A) adoção do sufrágio universal masculino.

B) extensão da cidadania aos homens livres.

C) afirmação de instituições democráticas.

D) implantação de direitos sociais.

E) tripartição dos poderes políticos.

Comentários: Gabarito letra B

Como a própria questão deixa claro, quando a legislação era transmitida oralmente, as
classes superiores "manipulavam a justiça de acordo com seus interesses". Isso posto,
quando a legislação passou a ser escrita, houve o aumento do direito à cidadania pelas
classes inferiores.

44. No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos,
definida pelo confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto
esse que concedia a essas convenções a qualidade de instituições públicas.

MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de


compromisso dos deputados fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.

No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de


prática democrática:

A) Direta.

B) Sindical.

C) Socialista.

D) Corporativista.

E) Representativa.

Comentários: Gabarito letra A

Apesar do conceito de cidadania ateniense ser excludente, a democracia em Atenas era


exercida de maneira direta, com todos os cidadãos participando das decisões políticas, como
retratado no texto.

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45. A figura apresentada é de um mosaico, produzido por volta do ano 300 d.C., encontrado na
cidade de Lod, atual Estado de Israel. Nela, encontram-se elementos que representam uma
característica política dos romanos no período, indicada em:

A) Cruzadismo — conquista da terra santa.

B) Patriotismo — exaltação da cultura local.

C) Helenismo — apropriação da estética grega.

D) Imperialismo — selvageria dos povos dominados.

E) Expansionismo — diversidade dos territórios conquistados.

Comentários: Gabarito letra E

O período destacado foi marcado pelo apogeu do expansionismo romano, época do Império,
quando Roma dominava todos os territórios ao redor do Mediterrâneo, incluindo a Palestina.
O mosaico de animais demonstra a quantidade e diversidade desses territórios.

FORMAÇÃO DO MUNDO FEUDAL / AS CRUZADAS / CRISE


DO FEUDALISMO

46. Um texto bastante famoso produzido na Idade Média foi o Exemplo dos carneiros, dos bois
e dos cães, que explicava:

“A razão de ser dos carneiros é fornecer leite e lã, dos bois é lavrar a terra, a dos cães defender
os carneiros e os bois. Se cada um cumprir sua missão, Deus protegê-la-á. Do mesmo modo, fez
com os homens: instituiu os Clérigos e os Monges para que rezassem, plenos de doçura, como
ovelhas; os camponeses, como os bois, para assegurar a subsistência, e os guerreiros para que
defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que cultivam a terra.”

(Apud LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. Lisboa: Estampa, 1984, vol. 2, p.
10, adaptado).

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Partindo da análise dessa fonte, compreendemos que a Sociedade Feudal se dividia em três
ordens principais, registradas na alternativa:

A) Os religiosos (os carneiros), os trabalhadores (os bois) e os guerreiros (os cães).

B) Os mercadores (os bois), os clérigos (os cães) e os guerreiros (os carneiros).

C) Os reis (os cães), os plebeus (os bois) e os nobres (os carneiros).

D) Os reis (os cães), os plebeus (os bois) e a corte (os carneiros).

E) Os homens (os cães), as mulheres (os carneiros) e os religiosos (os bois).

Comentários: Gabarito letra A

A questão aponta para a sociedade feudal europeia no período medieval. A Igreja católica
era a instituição mais importante que organizava e explicava a sociedade. O texto citado pelo
historiador Jacques Le Goff foi elaborado na Idade Média e retrata muito bem a função social
de cada estamento. O clero (carneiro) deve cuidar da parte espiritual, os servos (os bois)
devem trabalhar e os nobres (cães) guerrear.

47. A produção feudal era agrícola, sendo a terra sua principal fonte de riqueza. O sistema
comunitário de cultivo reduzia o interesse por inovações técnicas, por isso, qualquer nova forma
de trabalhar a terra, exigia a aprovação de toda a aldeia. Além disso, todo aumento da produção
correspondia a mais tributos a serem pagos ao senhor feudal, desestimulando a produção
excedente pelos servos.

Entre os muitos impostos que estes pagavam, um deles era a corveia, que consistia em:

A) dias de trabalho no manso senhorial.

B) dias em que só se produzia artesanato.

C) parte dos alimentos produzidos no manso servil.

D) produção destinada à Igreja.

E) parte dos alimentos produzidos nos feriados e dias santificados.

Comentários: Gabarito letra A

O Feudalismo tinha como fonte de riqueza a posse da terra que estava nas mãos dos
senhores feudais e da Igreja. Desta forma Clero e Nobreza tinham privilégios. Os servos não
tinham terras e estavam sujeitos a trabalhar nas terras dos senhores feudais e pagar diversos
impostos como a talha, banalidades, mão morta, tostão de Pedro, etc. Todos os impostos
eram pagos em produtos, exceto a corveia que consistia em trabalho dos servos no manso
senhorial alguns dias da semana.

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48. Sobre a Igreja Católica, durante o Período Feudal, é correto afirmar que

A) a produção cultural, o comportamento e, sobretudo, a ordem social, através do controle da


fé, normatizava os costumes.

B) a figura do Papa, líder político mais influente durante toda a Idade Média, garantia a
centralização do poder.

C) a unificação da religião no Oriente e no Ocidente foi uma imposição apoiada pelo regime
político em todo território.

D) a crença difundida era a de que as pessoas obtinham a salvação espiritual pela


predestinação, ou seja, desde o nascimento os fiéis estavam destinados à salvação ou à
condenação eterna, independente de suas obras no mundo material.

E) a necessidade da participação em apenas dois sacramentos, o batismo e a eucaristia, era um


preceito para seus milhares de seguidores.

Comentários: Gabarito letra A

Somente a proposição [A] está correta. A questão aponta para a relevância da Igreja católica
durante o medievo. Com as invasões bárbaras e a subsequente queda do império romano do
ocidente em 476, a Europa viveu um processo de ruralização ou êxodo urbano. A fusão de
romanos e os germânicos não foi harmoniosa. Diante do caos que imperava na Europa, a
Igreja católica foi a única instituição capaz de organizar a sociedade através do controle da
fé e dos costumes colocando Deus (teocentrismo) em primeiro plano.

49. Observe as imagens a seguir.

As duas obras representam um processo histórico característico da formação do feudalismo,

corretamente identificado como:

A) dessacralização do poder temporal.

B) fusão de elementos romanos e germânicos.

C) constituição do Estado secular.

D) submissão da Igreja ao poder temporal.

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E) concessão da liberdade de culto aos cristãos.

Comentários: Gabarito letra B

O feudalismo, sistema político, econômico e social pelo qual a propriedade da terra está
diretamente associada ao modo de produção presente na Idade Média (séculos V-XV),
representa um aspecto essencial das relações entre os senhores de terra e os servos que
nela trabalhavam, a saber, a relação que ficou conhecida como suserania e vassalagem.

As imagens apresentadas, por sua vez, elucidam de forma substancial uma característica
fundamental da formação do feudalismo, marcada pela fusão de elementos romanos e
germânicos.

Com relação à conversão de Clóvis ao cristianismo, este processo foi seguido de uma
“cristianização” do reino franco, ao qual ele controlava, em busca de uma união entre as
tribos. A Igreja Católica, por sua vez, encontrou na conversão de Clóvis um importante
aliado que a protegesse das invasões bárbaras do período.

A coroação de Carlos Magno, no ano 800, por sua vez, impulsionou o poder da Igreja
Católica, uma vez que o seu reinado marcou um período conhecido como o Império
Carolíngio, no qual o reino franco teve grande participação e protagonismo na Europa
medieval.

50. O Oriente, com suas inúmeras e ricas cidades, economia desenvolvida, um campesinato de
pequenas propriedades, relativa unidade cívica e distância geográfica da violência dos ataques
bárbaros, sobreviveu. O Ocidente, com sua população mais esparsa e cidades mais fracas,
aristocracia grandiosa e campesinato explorado em arrendamentos, anarquia política e
vulnerabilidade estratégica às invasões germânicas, naufragou.

(Perry Anderson, Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Adaptado).

Entre os marcos da passagem da Antiguidade ao Feudalismo, é correto identificar:

A) o conflito entre as cidades gregas, lideradas por Atenas, e o Império Persa.

B) a crise das cidades-Estado e a ascensão das formas centralizadas de poder.

C) a derrota de Cartago para a República Romana nas Guerras Púnicas.

D) o apogeu do Império Macedônico depois de sua expansão para o Oriente

E) o declínio do Império Romano do Ocidente e a permanência do Império Bizantino.

Comentários: Gabarito letra E

O excerto de texto, escrito pelo historiador Perry Anderson, nos apresenta, de forma
objetiva, a temática do Império Romano, em suas duas dimensões: o Império Romano do
Oriente, também chamado de Império Bizantino e que perdurou até o ano de 1453, quando
foi tomado pelos turcos, e o Império Romano do Ocidente, o qual vigorou até o ano de 476
d.C.

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No texto, o autor apresenta algumas diferenças entre os dois Impérios, sendo que o do
Oriente obteve mais sucesso e permaneceu por mais tempo, em virtude de suas cidades mais
ricas e desenvolvidas, além de uma distância geográfica considerável dos ataques bárbaros.

O Império Romano do Ocidente, por sua vez, durou até 476, sendo que as invasões externas,
a instabilidade social, divisões internas e a indisciplina do exército foram cruciais para o seu
declínio.

Dessa forma, o autor contrapõe a permanência da região Oriental e o fim da região Ocidental
enquanto marcos da passagem da Antiguidade à Idade Média.

51. A cidade contemporânea, apesar de grandes transformações, está mais próxima da cidade
medieval do que esta última da cidade antiga. A cidade da Idade Média é uma sociedade
abundante, concentrada em um pequeno espaço, um lugar de produção e de trocas em que se
mesclam o artesanato e o comércio alimentados por uma economia monetária. É também o
cadinho de um novo sistema de valores nascido da prática laboriosa e criadora do trabalho, do
gosto pelo negócio e pelo dinheiro.

(Jacques Le Goff, Por amor às cidades. Adaptado).

O trecho faz referência à cidade medieval:

A) do contexto árabe-islâmico.

B) da Alta Idade Média.

C) da Baixa Idade Média.

D) das invasões germânicas.

E) do Império Carolíngio.

Comentários: Gabarito letra C

O texto escrito pelo historiador francês Jacques Le Goff apresenta características da cidade
medieval, no presente caso, daquela existente na Baixa Idade Média (aproximadamente
entre os séculos X-XV). É possível observar que a economia tinha um caráter agrário, no
entanto, tal período também é marcado pela crise do sistema feudal, sendo que, a partir de
então, passou a ocorrer um aumento na circulação das moedas, em contradição às trocas
até então estabelecidas.

Neste cenário europeu, verificou-se um crescimento demográfico elevado, além de um


processo de transformação no comércio, à medida em que novas técnicas agrícolas
permitiram a maior produtividade no campo da agricultura e do cultivo das terras.

Aspecto fundamental deste período, finalmente, é a importância das trocas comercias, as


quais representam um período que ficou conhecido como renascimento comercial, a partir
do século XI, diretamente associado ao crescimento urbano citado no texto, no qual o
excedente agrícola passou a ser comercializado.

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52. Observe a imagem.

Essa imagem, retirada do Livro de Horas do Duque de Berry, representa um aspecto da vida
social na Europa medieval em um contexto no qual:

A) o trabalho assalariado havia se tornado hegemônico.

B) as relações servis de produção predominavam.

C) os trabalhadores formavam comunas livres.

D) as revoltas sociais levaram ao fim das amarras feudais.

E) a religião perdera importância no regramento da vida social.

Comentários: Gabarito letra B

A imagem representa, de forma direta, um aspecto fundamental para a compreensão da


sociedade no período conhecido como a Idade Média (séculos V-XV): as relações feudo-
vassálicas se reproduziam no cotidiano das pessoas, sendo retratadas no conhecido Livro
de Horas.

A imagem representada na questão traz o mês de junho, considerado como a estação da


colheita, no qual podemos observar homens e mulheres trabalhando em conjunto para
colher o que foi produzido, um aspecto essencial das relações servis de produção, base do
sistema feudal e então predominantes no período compreendido pela questão.

Os servos eram presos à terra e aos seus senhores, sendo que deviam algumas obrigações
aos senhores feudais, a saber: o pagamento da talha (o servo deveria dar metade de sua
produção ao senhor feudal), a corveia (o servo era obrigado a trabalhar alguns dias da
semana cultivando as terras do manso senhorial) e a banalidade (ou seja, o pagamento de
uma taxa referente ao uso dos equipamentos do senhor feudal, como o moinho e a
fornalha).

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53. Durante boa parte do período medieval, a marcação do tempo era controlada pela Igreja
Católica, preocupada com o tempo religioso e com os ofícios religiosos a ele relacionados.

Nos séculos XIV e XV, no entanto, os relógios mecânicos começaram a espalhar-se pela Europa
e popularizou-se a divisão do dia em 24 horas. A afirmação desse tempo leigo perante o tempo
religioso representou:

A) o fim do poder da Igreja Católica, muito abalada pelo surgimento do protestantismo.

B) uma vitória dos servos sobre os seus senhores, pois eles vinham lutando para controlar o
próprio tempo.

C) uma mudança no ritmo de vida, associada ao ressurgimento das cidades e às trocas


comerciais.

D) o domínio do tempo pelos senhores feudais, que passaram a definir comportamentos com
base no relógio.

E) uma mudança cultural pouco significativa, pois as relações de trabalho continuaram a existir
da mesma forma.

Comentários: Gabarito letra C

De acordo com o historiador francês Jacques Le Goff (2002): “O tempo da Idade Média é,
em primeiro lugar, um tempo de Deus e da terra, depois dos senhores e dos que estão
sujeitos ao senhorio, depois – sem que os tempos precedentes tenham deixado de ser
presentes e exigentes – um tempo das cidades e dos mercadores, e, finalmente, um tempo
do príncipe e do indivíduo.”

Com o passar dos anos, porém, a forma de se marcar o tempo passou por uma série de
mudanças, sendo que na Europa, durante o período Medieval (sobretudo a partir dos
séculos XIV e XV), o tempo clérigo deu lugar ao chamado tempo leigo (ou laico).

Durante a Idade Média, o tempo era marcado através dos ritmos naturais e pelo
movimento do sol, sendo que a Igreja Católica passou a modificá-lo e inseriu, neste sentido,
o tempo circular da liturgia, cujas marcações se davam por meio dos eventos ligados à vida
de Cristo: Advento, Natal, Quaresma, Semana Santa, etc.

A partir do século XII, os monges introduziram mais duas formas de se controlar o tempo: o
toque dos sinos e as horas canônicas (de acordo com o Salmo 118.164: "Louvei-vos sete
vezes por dia."). Tais horas a que o salmo se refere são: as Matinas, Prima, Terça, Sexta,
Noa, Vésperas e Completas.

O desenvolvimento do relógio mecânico aconteceu graças a uma necessidade em se


cumprir pontualmente com as tarefas do dia a dia, desde os próprios mosteiros medievais
até às atividades ligadas ao comércio e ao desenvolvimento das cidades. Neste sentido, o
crescimento urbano e mercantil contribuiu para a necessidade de se marcar e controlar o
tempo.

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54. Leia o registro de um contemporâneo da peste negra.

Eis que, em outubro do ano de 1347 da Encarnação do Senhor, (...) muitos genoveses, em doze
galeras, fugindo à cólera divina que se abatera sobre eles em razão da sua iniquidade, acostaram
no porto da cidade de Messina. Os genoveses transportavam consigo (...) uma doença tal que
quem quer que tivesse falado com um deles era atingido por essa enfermidade mortal (...). As
pessoas odiavam-se umas às outras a ponto de, se um filho fosse atingido pelo mal, o pai se
recusar terminantemente a ficar do seu lado; e se ousasse aproximar-se dele, seria de tal modo
atingido pelo mal que não haveria modo de escapar à morte (...).

(Michel de Piazza. Historia secula ab anno 1337 ad annum 1361. Apud Georges Duby. A Europa
na Idade Média, 1988.)

A partir do trecho, pode-se afirmar que a peste negra era encarada como

A) uma manifestação de castigo divino e que teve como um de seus efeitos a desagregação das
relações sociais.

B) um momento fundamental de reorganização das relações familiares no interior da nobreza


feudal e de descrença na autoridade papal.

C) um produto da ação dos heréticos medievais e provocadora de novas ideias religiosas, como
a crença nos santos.

D) um fenômeno natural, derivado das condições de isolamento das comunidades feudais e


que gerou a ideia do ateísmo.

E) uma decorrência direta das atividades econômicas que buscavam o lucro e da defesa que a
Igreja fazia das indulgências.

Comentários: Gabarito letra A

A questão traz para a discussão um aspecto marcante do período conhecido como Baixa
Idade Média (séculos XI a XV): a presença da peste negra, doença que chegou à Europa em
decorrência do comércio entre a Ásia e o Mediterrâneo, cujas embarcações estavam
infestadas de ratos e pulgas.

Sua propagação ocorreu em decorrência das picadas de pulgas nas pessoas, sendo que, em
um nível mais avançado, chegou a ser transmitida através de espirros entre os humanos.

Com relação ao excerto apresentado, é possível destacar o seguinte trecho que nos
evidencia, assim, a forma pela qual a doença foi considerada como um castigo divino: “[...]
muitos genoveses, em doze galeras, fugindo à cólera divina que se abatera sobre eles em
razão da sua iniquidade [aquilo que é contrário à moral e à religião], acostaram no porto da
cidade de Messina [...]”.

Diante disso, percebe-se que que muito dos genoveses retratados no relato foram
divinamente castigados em decorrência de sua iniquidade, algo que prejudicava as relações
sociais e contribuía para o desconhecimento mais a fundo da doença.

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55. Maomé (570-632) uniu os povos árabes em torno dos princípios do Islã. Seus praticantes,
os muçulmanos, expandiram-se por diferentes regiões do mundo, o que resultou:

A) no surgimento dos cristãos-novos, termo aplicado aos recém-convertidos.

B) na imposição do politeísmo nas regiões ocupadas pelos príncipes árabes.

C) no fortalecimento das cruzadas, que pretendiam reconquistar Meca.

D) na queda do Papa, cujos exércitos foram incapazes de proteger Roma e o Vaticano.

E) na conquista da Península Ibérica, de onde foram expulsos no decorrer do século XV.

Comentários: Gabarito letra E

A questão apresenta a temática da Religião Muçulmana (ou Islamismo), monoteísta e


fundada pelo profeta Maomé no ano de 622, cujo Deus se chama Alá. Seu livro sagrado é
conhecido mundialmente como Alcorão, ou apenas Corão.

A expansão do islamismo a partir do século VII saiu da Península Arábica em direção a


outras regiões do mundo, como a África, Ásia e a Península Ibérica (esta última durante
cerca de oito séculos).

Quando ocuparam a Península Ibérica, em 711, a monarquia visigoda foi transferida para o
norte, sendo que os árabes somente seriam expulsos no decorrer do século XV, sob o
controle dos chamados reis católicos (Fernando de Aragão e Isabel de Castela).

56. “Maomé retirou-se às montanhas para rezar e meditar, vivendo como eremita. Em seguida,
começou a pregar a existência de um deus único, Alá, e a prática do Islã, submissão total a deus.”

(ORDOÑEZ, Marlene e QUEVEDO, Júlio. História. Coleção Horizontes. São Paulo: IBEP. Sd. p.58)

Em 622, ocorreu a Hégira, que significou para o mundo islâmico,

A) o nascimento de Maomé e a chegada dos muçulmanos na África.

B) a fuga de Maomé e seus seguidores de Meca para Yatreb.

C) o casamento de Maomé com Khadija e a retomada de Meca.

D) a ocupação da península Ibérica pelos muçulmanos.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. O excerto faz referência a algumas passagens da vida
do profeta Maomé (570-632). Este líder criou uma religião monoteísta denominada
Islamismo dando unidade política e religiosa aos árabes. Sendo perseguido pela elite de
comerciantes de Meca, Maomé, em 622, fugiu de Meca para Yatreb, uma pequena cidade
próxima de Meca. Lá Maomé converteu a cidade a sua nova religião. Hégira é o nome dado
a esta fuga do profeta que marca o início do calendário muçulmano.

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57. O islamismo, religião monoteísta fundada por Maomé (c. 570-632), mudou o cenário
religioso e político do Oriente Médio e de toda a bacia do Mediterrâneo. Os padrões islâmicos
de moralidade e as normas que regulam a vida cotidiana são fixados pelo Alcorão, que os
muçulmanos acreditam conter a palavra de Alá, tal qual revelada a Maomé. Para os
muçulmanos, sua religião é a conclusão e o aperfeiçoamento do judaísmo e do cristianismo.

Maomé conseguiu unificar as tribos árabes, envolvidas em constantes disputas, numa força
poderosa dedicada a Alá e à difusão da fé islâmica. Após a morte de Maomé, no entanto, seus
sucessores não conseguiram manter a unidade, por disputas sucessórias. Essas disputas
dividiram o Islã em dois grupos principais, que permanecem até os dias de hoje.

É CORRETO afirmar que esses dois grupos rivais são:

A) Monofisistas e nestorianos.

B) Monofisistas e maronitas.

C) Sunitas e xiitas.

D) Otomanos e assírios.

E) Xiitas e politeístas.

Comentários: Gabarito letra C

A questão remete ao surgimento do Islamismo bem como suas disputas internas. Maomé
fundou o Islamismo tendo como base o catolicismo e o judaísmo. Esta religião monoteísta
unificou as diversas tribos árabes. Após a morte de Maomé em 632 o Islamismo perdeu a
unidade surgindo dois grupos que permanecem até hoje: Xiitas e Sunitas. Xiitas. Partidários
de Ali, o jovem genro de Maomé, casado com Fátima. Defendiam o Corão e que a família de
Maomé (descendentes) deve governar. Os xiitas são minoria entre os muçulmanos. Eles são
maioria no Irã (90%) e Iraque (60%da população). Sunitas defendiam o Suna (livro sobre
Maomé) defendiam um Estado eleito pelos crentes. Defendiam que o califa (escolhido por
Deus) Abu Bahr, amigo de Maomé e mais experiente, deveria governar e não o inexperiente
Ali. Os sunitas são maioria entre os muçulmanos (Arábia saudita, Síria, Egito, Tunísia,
Paquistão, Jordânia). Os sunitas levam em consideração as transformações que correram no
mundo.

58. A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, dividida em três: uns oram, outros
combatem, outros, enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não suportam ser
separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras das outras duas; cada uma
por sua vez encarrega-se de aliviar o conjunto... Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da
paz.

ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da


Costa, 1981.

A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida durante a Idade Média. Um
objetivo de tal ideologia e um processo que a ela se opôs estão indicados, respectivamente, em:

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A) Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas.

B) Subverter a hierarquia social / centralização monárquica.

C) Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas.

D) Controlar a exploração econômica / unificação monetária.

E) Questionar a ordem divina / Reforma Católica.

Comentários: Gabarito letra A

A ideologia apresentada no texto tem como objetivo reforçar a divisão estamental da Idade
Média – “uns oram, outros combatem, outros, enfim, trabalham”. E os movimentos que mais
se opuseram a isso foram as Revoltas Camponesas.

59. Sou uma pobre e velha mulher,

Muito ignorante, que nem sabe ler.

Mostraram-me na igreja da minha terra

Um Paraíso com harpas pintado

E o Inferno onde fervem almas danadas,

Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.

VILLON. F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC. 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos
católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de

A) refinar o gosto dos cristãos.

B) incorporar ideais heréticos.

C) educar os fiéis através do olhar.

D) divulgar a genialidade dos artistas católicos.

E) valorizar esteticamente os templos religiosos.

Comentários: Gabarito letra C

As imagens das igrejas católicas do Medievalismo serviam para ensinar os fiéis os perigos
advindos da prática imperfeita da religião e os benefícios adquiridos a partir da boa prática.
O trecho “Um Paraíso com harpas pintado, E o Inferno onde fervem almas danadas, Um
enche-me de júbilo, o outro me aterra” é demonstrativo disso.

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60. A lei dos lombardos (Edictus Rothari), povo que se instalou na Itália no século VII e era
considerado bárbaro pelos romanos, estabelecia uma série de reparações pecuniárias
(composições) para punir aqueles que matassem, ferissem ou aleijassem os homens livres. A lei
dizia: “para todas estas chagas e feridas estabelecemos uma composição maior do que a de
nossos antepassados, para que a vingança que é inimizade seja relegada depois de aceita a dita
composição e não seja mais exigida nem permaneça o desgosto, mas dê-se a causa por
terminada e mantenha-se a amizade.”

ESPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1976 (adaptado).

A justificativa da lei evidencia que

A) se procurava acabar com o flagelo das guerras e dos mutilados.

B) se pretendia reparar as injustiças causadas por seus antepassados.

C) se pretendia transformar velhas práticas que perturbavam a coesão social.

D) havia um desejo dos lombardos de se civilizarem, igualando-se aos romanos.

E) se instituía uma organização social baseada na classificação de justos e injustos.

Comentários: Gabarito letra C

O Edito de Rotário (Edictus Rothari) foi promulgado pelo rei lombardo Rotário em 643. Com
388 artigos e redigido em latim, abrangia não somente a tradição nacional lombarda, mas
também outras legislações bárbaras e também o direito romano (justiniano e pré-justiniano).

A maior novidade introduzida pela legislação de Rotário foi a abolição da faida, isto é, da
vingança privada, e sua substituição pelo guidrigildo, uma compensação em dinheiro do
ofensor a quem havia sofrido o dano (ou a seus parentes em caso de homicídio). O guidrigildo
representava o valor de uma pessoa e não era um valor fixo segundo a gravidade objetiva da
ofensa sofrida, mas variava segundo a condição jurídica e a função exercida pela pessoa que
havia sofrido o dano.

61. A Idade Média é um extenso período da História do Ocidente cuja memória é construída e
reconstruída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento,
esse período vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto
histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo.

Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é

A) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germânico.

B) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos documentos do Concílio Vaticano II.

C) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristãos.

D) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes


que tivera Carlos Magno.

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E) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produções
cinematográficas de Hollywood.

Comentários: Gabarito letra A

A questão alude à inspiração de Hitler para a construção do III Reich, no Sacro Império
Romano Germânico, união de territórios de população predominantemente germânica da
Europa Central remanescente do Império de Carlos Magno que perdurou da Idade Média até
o início da Idade Contemporânea sob a autoridade do Sacro Imperador Romano (I Reich). O
II Reich compreende o Império Alemão entre 1871 e 1914, resultante do processo de
unificação da Alemanha iniciado em meados do século XIX.

62. O ano muçulmano é composto de 12 meses, dentre eles o Ramadã, mês sagrado para os
muçulmanos que, em 2001, teve início no mês de novembro do Calendário Cristão, conforme a
figura que segue.

Considerando as características do Calendário Muçulmano, é possível afirmar que, em 2001, o


mês Ramadã teve início, para o Ocidente, em

A) 01 de novembro.

B) 08 de novembro.

C) 16 de novembro.

D) 20 de novembro.

E) 28 de novembro.

Comentários: Gabarito letra C

O Calendário Islâmico é baseado no mês lunar, iniciado no dia seguinte ao da lua nova, que
é justamente o início da fase crescente. Baseado nesta informação, que não foi fornecida no
enunciado, concluímos que o mês do Ramadã se iniciou em 16 de novembro.

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63. Considere os textos a seguir.

(...) de modo particular, quero encorajar os crentes empenhados no campo da filosofia para que
iluminem os diversos âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de uma razão que se
torna mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé.

(Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da igreja católica sobre as relações
entre fé e razão, 1998)

As verdades da razão natural não contradizem as verdades da fé cristã.

(São Tomás de Aquino-pensador medieval)

Refletindo sobre os textos, pode-se concluir que:

A) a encíclica papal está em contradição com o pensamento de São Tomás de Aquino, refletindo
a diferença de épocas.

B) a encíclica papal procura complementar São Tomás de Aquino, pois este colocava a razão
natural acima da fé.

C) a Igreja medieval valorizava a razão mais do que a encíclica de João Paulo II.

D) o pensamento teológico teve sua importância na Idade Média, mas, em nossos dias, não tem
relação com o pensamento filosófico.

E) tanto a encíclica papal como a frase de São Tomás de Aquino procuram conciliar os
pensamentos sobre fé e razão.

Comentários: Gabarito letra E

Interpretação de texto somada ao conhecimento geral. Desde a baixa idade média, época de
Tomás de Aquino, a Igreja Católica desenvolveu concepções de mundo que procuravam
conciliar fé e razão. Tomás de Aquino foi um dos precursores dessa corrente filosófica
denominada, na época, de escolástica. O texto do Papa, atual, é explicito quanto à essa
opção.

64. No século XI, o bispo Fulbert de Chartes foi convidado a escrever sobre a fórmula da
fidelidade e assim o fez:

Aquele que jura fidelidade a seu senhor deve ter sempre em mente estes seis princípios:
proteção, segurança, honra, interesse, liberdade, faculdade. Proteção, quer dizer, nada deve ser
feito em prejuízo do senhor quanto ao seu corpo. Segurança, nada em prejuízo da residência
onde ele habita ou de suas fortalezas nas quais ele possa se achar. Honra, quer dizer, nada em
detrimento de sua justiça ou do que possa sua honra depender. Interesse, quer dizer, nada que
possa prejudicar suas possessões. Liberdade e faculdade, quer dizer, o bem que o senhor possa
fazer não lhe deva ser tornado difícil e o que ele esteja fazendo tornado impossível (...)

Fonte: Fulbert de Chartres. Epistolae, LVIII, ano 1020. In: Jaime Pinsky. Modo de produção
feudal. 2 ed. São Paulo: Global, 1982.

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Os princípios apresentados na cerimônia descrita pelo texto fazem referência às relações sociais
entre

A) patrícios e plebeus na Antiguidade.

B) suseranos e vassalos na Idade Média.

C) proprietários de terras e escravos no Brasil Colonial.

D) burgueses e classe trabalhadora na sociedade industrial.

E) latifundiários e camponeses na América Contemporânea.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. A questão remete a relação de suserania e


vassalagem ocorrido na Europa Feudal durante o Medievo. O nobre suserano doava terras a
um nobre vassalo e havia um juramento de fidelidade entre ambos, uma reciprocidade, um
auxílio mútuo entre eles.

O próprio texto do século XI já aponta para o referido contexto histórico e menciona o


compromisso inerente ao ritual da relação de suserania e vassalagem, tais como: proteção,
segurança, honra, interesse, faculdade e liberdade.

65. Segundo o historiador Demant, “em princípio, Maomé conseguiu converter à nova fé a
esposa e alguns amigos. Seu primeiro núcleo de ouvintes foi mínimo, mas suficiente para irritar
a elite comercial de Meca, cuja renda do turismo religioso foi ameaçada pela insistência de
Maomé em destruir as imagens dos deuses politeístas. A repressão contra essa pequena e
primeira comunidade muçulmana o levou a fugir com seus seguidores, no ano de 622 d.C, para
outra cidade, mais aberta às suas demandas: Iatreb, desde então nomeada de AlMedina (a
Cidade), situada a 300 quilômetros ao norte de Meca.

(DEMANT, Peter. O Mundo Muçulmano. São Paulo: Contexto, 2011, p. 26).

Com base na situação descrita sobre a fuga do fundador do islã, o Profeta Maomé, é correto o
que se afirma em:

A) Sua fuga é conhecida como a jihad (luta em favor de Deus) e marca o início do calendário
muçulmano.

B) Sua fuga é conhecida como a salat (reza que se faz cinco vezes ao dia) e marca o início do
calendário muçulmano.

C) Sua fuga é conhecida como a hijra (hégira ou migração) e marca o início do calendário
muçulmano.

D) Sua fuga é conhecida como o ramadan (ramadã - mês de jejum, entendido como purificação
e ascese para Deus) e marca o início do calendário muçulmano.

E) Sua fuga é conhecida como a shahada (testemunho – é a confissão que efetua a conversão) e
marca o início do calendário muçulmano.

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Comentários: Gabarito letra C

O texto narra a perseguição sofrida por Maomé em Meca e sua consequente fuga para
Medina. Esse episódio da história muçulmana ficou conhecido como hégira e marca o ano 1
do calendário muçulmano.

66. Os fragmentos de texto abaixo foram extraídos de VICENTINO e DORIGO (2011) e se referem
à Igreja Medieval.

I. Pouco a pouco, a Igreja foi “se transformando na maior proprietária de terras da Idade Média
e construindo fortes vínculos com a estrutura feudal”.

II. Viviam afastados das tentações do mundo por meio do isolamento em abadias e de votos de
castidade, pobreza e silêncio. Com o tempo, num mundo em que uma restrita minoria era
alfabetizada, as igrejas, os mosteiros e as abadias converteram-se nos principais centros da
cultura letrada.

III. Viviam apegados aos bens materiais e em contacto com a sociedade, a terra, a administração
e a exploração das riquezas.

IV. A proibição de casamento rigorosamente aplicada a partir do Século XI liberava os padres


dos compromissos conjugais e contribuía, além disso, para a manutenção do patrimônio
eclesiástico feudal, ao evitar a divisão entre possíveis herdeiros dos membros do clero.

Os fragmentos I, II, III e IV referem-se, respectivamente, ao

A) poder temporal, clero secular, clero regular e celibato clerical.

B) celibato clerical, clero regular, clero secular e poder temporal.

C) clero secular, celibato clerical, poder temporal e clero regular.

D) poder temporal, clero regular, clero secular e celibato clerical.

E) clero regular, clero secular, poder temporal e celibato clerical.

Comentários: Gabarito letra D

A questão remete ao mundo europeu durante o medievo. A sequência correta é:

[I] Poder Temporal.

[II] Clero Regular.

[III] Clero Secular:

[IV] Celibato Clerical.

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67. Os mosteiros eram em primeiro lugar casas, cada uma abrigando sua “família”, e as mais
perfeitas, com efeito, as mais bem ordenadas: de um lado, desde o século IX, os mais
abundantes recursos convergiam para a instituição monástica, levando-a aos postos avançados
do progresso cultural; do outro, tudo ali se encontrava organizado em função de um projeto de
perfeição, nítido, bem estabelecido, rigorosamente medido.

(Georges Duby. “A vida privada nas casas aristocráticas da França feudal”. História da vida
privada, vol. 2, 1992. Adaptado.)

A caracterização do mosteiro medieval como uma “casa”, um “posto avançado do progresso


cultural” e um “projeto de perfeição” pode ser explicada pela disposição monástica de:

A) valorizar a vida privada, participar ativamente da vida política e combater o mal.

B) recuperar a experiência histórica e pessoal do Salvador durante sua estada no mundo dos
vivos.

C) recolher-se a uma comunidade fechada para orar, estudar e combater a desordem do mundo.

D) identificar-se com as condições de privação por que passavam as famílias pobres, celebrar a
tradição escolástica e agir de forma ética.

E) reconhecer a humanidade como solidária e unida num esforço de salvação da alma dos fiéis
e dos infiéis.

Comentários: Gabarito letra C

A vida nos mosteiros era completamente fechada com relação ao mundo exterior, mas isso
não impedia os mosteiros de serem verdadeiras casas do saber, uma vez que cabia aos
monges estudar e aprimorar os preceitos da época e o latim.

68. Reproduz-se, abaixo, trecho de um sermão do bispo Cesário de Arles (470-542), dirigido a
uma paróquia rural.

“Vede, irmãos, como quem recorre à Igreja em sua doença obtém a saúde do corpo e a remissão
dos pecados. Se é possível, pois, encontrar este duplo benefício na Igreja, por que há infelizes
que se empenham em causar mal a si mesmos, procurando os mais variados sortilégios:
recorrendo a encantadores, a feitiçarias em fontes e árvores, amuletos, charlatães, videntes e
adivinhos?”

A partir desse sermão, escrito no sul da atual França, é correto afirmar que:

A) A Igreja Católica assumia funções espirituais e deixava à nobreza o cuidado da saúde dos
camponeses, através de ordens religiosas e militares.

B) O cristianismo tinha penetrado em todas as categorias sociais e era interpretado da mesma


forma através da autoridade dos bispos.

C) Práticas consideradas menos ortodoxas por Cesário de Arles ainda encontravam espaço em
setores da sociedade e a elite da Igreja tentava se afirmar como o único acesso ao sagrado.

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D) O avanço do materialismo estava afastando da Igreja os camponeses, que, com isto, deixavam
de pagar os dízimos eclesiásticos.

Comentários: Gabarito letra C

As práticas consideradas não ortodoxas pela Igreja Católica – como feitiçaria, encantos e
videntes – foram, durante a Idade Média, usadas por parte da população, em especial na
zona rural. Diante disso, a Igreja tentava adentrar nesse meio para ampliar sua influência
sobre a sociedade.

69. Examine a iluminura extraída do manuscrito Al-Maqamat, de Abu Muhammed al-Kasim


alHariri, 1237.

A imagem pode ser associada à tradição dos conhecimentos desenvolvidos no mundo árabe-
islâmico durante a Idade Média e revela

A) a inexistência de instrumental médico nas sociedades islâmicas, que impediam qualquer tipo
de corte nos corpos.

B) a preparação do cadáver feminino para a cremação, principal culto funerário desenvolvido


nas sociedades islâmicas.

C) a condenação imposta pelas autoridades religiosas islâmicas às pessoas que cuidavam de


doentes e mulheres grávidas.

D) o desenvolvimento da medicina nas sociedades islâmicas, o que permitiu avanços, como a


descrição da varíola e o emprego de anestesia em cirurgias.

E) o repúdio, nas sociedades islâmicas, à representação do nu feminino, o que provocou


sucessivas punições civis e religiosas a artistas.

Comentários: Gabarito letra D

A sociedade islâmica desenvolveu uma apurada vocação para as ciências, em especial a


Medicina. Logo, houve uma série de descobertas e avanços medicinais durante a Alta Idade
Média nos lugares habitados pelos árabes.

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70. Eis dois homens à frente: um, que quer servir; o outro, que aceita, ou deseja, ser chefe. O
primeiro une as mãos e, assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro símbolo de
submissão, cujo sentido, por vezes, era ainda acentuado pela genuflexão. Ao mesmo tempo, a
personagem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas quais se
reconhece “o homem” de quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado beijam-se na
boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram estes – muito simples e, por isso mesmo,
eminentemente adequados para impressionar espíritos tão sensíveis às coisas – os gestos que
serviam para estabelecer um dos vínculos mais fortes que a época feudal conheceu.

(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.)

O texto e a imagem referem-se à cerimônia que

A) consagra bispos e cardeais.

B) estabelece as relações de vassalagem.

C) estabelece as relações de servidão.

D) consagra o poder municipal.

E) estabelece as relações de realeza.

Comentários: Gabarito letra B

O texto e a imagem descrevem a cerimônia que acontecia para que fosse estabelecido o laço
da nobreza mais importante do Feudalismo: o laço de suserania e vassalagem.

71. A colisão catastrófica dos dois anteriores modos de produção em dissolução, o primitivo e o
antigo, veio a resultar na ordem feudal, que se difundiu por toda a Europa.

Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. Porto: Afrontamento, 1982, p. 140.

O autor refere-se a três tipos de formações econômico-sociais nesse pequeno trecho. A esse
respeito é correto afirmar:

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A) A síntese descrita refere-se à articulação entre o escravismo romano em crise e as formações


sociais dos guerreiros germânicos.

B) O escravismo predominava entre os povos germânicos e tornou-se um ponto de intersecção


com a sociedade romana.

C) A economia romana, baseada na pequena propriedade familiar, foi transformada a partir das
invasões germânicas dos séculos IV a VI.

D) Os povos germânicos desenvolveram a propriedade privada e as relações servis que


permitiram a síntese social com os romanos.

E) A transição para o escravismo feudal foi proporcionada pelos conflitos constantes nas
fronteiras romanas devido à ofensiva dos magiares.

Comentários: Gabarito letra A

A forma social de trabalho formada no Feudalismo foi uma síntese entre dois tipos de
relações sociais anteriores: o escravismo romano e o clientelismo bárbaro. Essa síntese
resultou na servidão feudal.

72. Observemos apenas que o sistema dos feudos, a feudalidade, não é, como se tem dito
frequentemente, um fermento de destruição do poder. A feudalidade surge, ao contrário, para
responder aos poderes vacantes. Forma a unidade de base de uma profunda reorganização dos
sistemas de autoridade […].

GOFF, Jacques Le. Em busca da Idade Média, 2008.

Segundo o texto, o sistema de feudos:

A) representa a unificação nacional e assegura a imediata centralização do poder político.

B) deriva da falência dos grandes impérios da Antiguidade e oferece uma alternativa viável para
a destruição dos poderes políticos.

C) impede a manifestação do poder real e elimina os resquícios autoritários herdados das


monarquias antigas.

D) constitui um novo quadro de alianças e jogos políticos e assegura a formação de Estados


unificados.

E) ocupa o espaço aberto pela ausência de poderes centralizados e permite a construção de uma
nova ordem política.

Comentários: Gabarito letra E

Somente a alternativa [E] está correta. A questão remete ao poder político na Europa durante
o medievo. O texto do historiador francês Jacques Le Goff aponta para a “feudalidade”. O
pensador defende que o feudalismo não se caracterizou pela destruição de poder.

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Ao contrário, a feudalidade surgiu para preencher um vazio de poder que se deu com a queda
do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. Com a queda de Roma, acabou a centralização
do poder político surgindo uma nova ordem social, econômica e política (conhecida como o
sistema feudal) através da fusão de romanos e germanos. Trata-se do surgimento da
Civilização Cristã Ocidental no começo da Idade Média. As demais alternativas estão
incorretas.

73. Os homens da Idade Média estavam persuadidos de que a terra era o centro do Universo e
que Deus tinha criado apenas um homem e uma mulher, Adão e Eva, e seus descendentes.

Não imaginavam que existissem outros espaços habitados. O que viam no céu, o movimento
regular da maioria dos astros, era a imagem do que havia de mais próximo no plano divino de
organização.

(Georges Duby. Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos, 1998. Adaptado.)

O texto revela, em relação à Idade Média ocidental,

A) o prevalecimento de uma mentalidade fortemente religiosa, indicativa da força e da


influência do cristianismo.

B) a consciência da própria gênese e origem, resultante das pesquisas históricas e científicas


realizadas na Grécia Antiga.

C) o esforço de compreensão racionalista dos fenômenos naturais, base do pensamento


humanista.

D) a construção de um pensamento mítico, provavelmente originário dos contatos com povos


nativos da Ásia e do Norte da África.

E) a presença de esforços constantes de predição do futuro, provavelmente oriundos das


crenças dos primeiros habitantes do continente.

Comentários: Gabarito letra A

Durante a Idade Média, a ideologia predominante era aquela criada e ditada pela Igreja
Católica, baseada no Cristianismo. Fundamentos como a terra ser o centro do Universo e a
criação do homem e da mulher por Deus faziam parte dessa ideologia.

O pensamento humanista é posterior e marca o início da Era Moderna.

74. Analisando as condições de trabalho da Europa medieval, o historiador Marc Bloch afirmou:

O servo, em resumo, dependia tão estreitamente de um outro ser humano que, fosse ele para
onde fosse, esse laço o seguia e se imprimia à sua descendência. Essas pessoas, para com o
senhor, não estavam obrigadas apenas às múltiplas rendas ou prestações de serviços. Deviam-
lhe também auxílio e obediência, e contavam com a sua proteção.

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(BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 79, s/d., p. 294-295. Adaptado)

De acordo com o texto, é correto afirmar que a servidão na Europa medieval

A) baseava-se na cobrança de taxas e no trabalho em troca de proteção e moradia.

B) organizava a produção monocultora de exportação que predominava no período.

C) proporcionava ampla mobilidade social para os servos e seus descendentes.

D) garantia aos servos a participação nas decisões políticas dentro dos feudos.

E) impedia a circulação dos trabalhadores nas lavouras dos territórios senhoriais.

Comentários: Gabarito letra A

A prática da servidão surgiu na Idade Média a partir do princípio da proteção: os romanos


abastados ofereciam moradia e proteção (contra os bárbaros) aos romanos menos
favorecidos em troca de serviço. E, a partir disso, surgiram as obrigações servis (talha,
corveia, banalidades, tostão de Pedro).

75. No início foram as cidades. O intelectual da Idade Média – no Ocidente – nasceu com elas.
Foi com o desenvolvimento urbano ligado às funções comercial e industrial – digamos
modestamente artesanal – que ele apareceu, como um desses homens de ofício que se
instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão do trabalho. Um homem cujo ofício é
escrever ou ensinar, e de preferência as duas coisas a um só tempo, um homem que,
profissionalmente, tem uma atividade de professor e erudito, em resumo, um intelectual – esse
homem só aparecerá com as cidades.

LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010

O surgimento da categoria mencionada no período em destaque no texto evidencia o(a):

A) apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.

B) relação entre desenvolvimento urbano e divisão de trabalho.

C) importância organizacional das corporações de ofício.

D) progressiva expansão da educação escolar.

E) acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.

Comentários: Gabarito letra B

O desenvolvimento urbano e o renascimento cultural promoveram transformações na


sociedade, como o surgimento de novas profissões urbanas, promovendo, também, uma
nova divisão do trabalho.

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76. Veneza, emergindo obscuramente ao longo do início da Idade Média das águas às quais devia
sua imunidade a ataques, era nominalmente submetida ao Império Bizantino, mas, na prática,
era uma cidade-estado independente na altura do século X. Veneza era única na cristandade por
ser uma comunidade comercial: “Essa gente não lavra, semeia ou colhe uvas”, como um
surpreso observador do século XI constatou. Comerciantes venezianos puderam negociar
termos favoráveis para comerciar com Constantinopla, mas também se relacionaram com
mercadores do islã.

FLETCHER, R. A cruz e o crescente: cristianismo de islã, de Maomé à Reforma. Rio de Janeiro:


Nova Fronteira, 2004.

A expansão das atividades de trocas na Baixa Idade Média, dinamizadas por centros como
Veneza, reflete o(a)

A) importância das cidades comerciais.

B) integração entre a cidade e o campo.

C) dinamismo econômico da Igreja cristã.

D) controle da atividade comercial pela nobreza feudal.

E) ação reguladora dos imperadores durante as trocas comerciais.

Comentários: Gabarito letra A

As chamadas cidades comerciais – como Gênova e Veneza – foram muito importantes para
o renascimento urbano-comercial e para a superação da crise agrícola do fim do Feudalismo.
Nessas cidades o comércio renasceu primeiro, a burguesia primeiro se formou, e as bases
econômicas da Era Moderna se fundaram.

77. Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um


profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo
no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por
uma muralha.

DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal
à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média,
quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está
diretamente relacionado com:

A) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.

B) a migração de camponeses e artesãos.

C) a expansão dos parques industriais e fabris.

D) o aumento do número de castelos e feudos.

E) a contenção das epidemias e doenças.

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Comentários: Gabarito letra A

O final da Idade Média é caracterizado por um processo de transformações socioeconômicas


que envolveram as cidades. Se durante a Alta Idade Média a cidade manteve-se isolada,
durante a Baixa Idade Média ela tendeu a crescer, impulsionada por maior circulação de
mercadorias provenientes do oriente. O Renascimento, comercial e urbano, possibilitou o
surgimento da burguesia e das raízes do processo de acumulação de capitais.

78. Os últimos anos do século X foram marcados, na Europa Ocidental, pela diminuição das
invasões bárbaras e pela queda da mortandade por epidemias. Tais fatos geraram estabilidade
e crescimento demográfico. A partir do século XI, o continente experimentaria profundas
transformações que levariam ao que se conhece como Renascimento Comercial.

Com relação ao acima exposto, é correto afirmar que

A) o Iluminismo gerou uma mentalidade de busca pela prosperidade material, o que levou ao
incremento de práticas comerciais.

B) o restabelecimento de rotas comerciais com a Oceania favoreceu o estabelecimento de novas


empresas de comércio na Europa.

C) os avanços tecnológicos elevaram a quantidade da produção agrícola e o excedente passou a


ser vendido.

D) as Cruzadas impediram a circulação de mercadorias entre o Ocidente e o Oriente.

E) a intensificação do comércio provocou o enfraquecimento de feiras regulares nos


cruzamentos das rotas comerciais.

Comentários: Gabarito letra C

A questão remete ao início da Baixa Idade Média. O texto aponta para o fim das invasões
bárbaras na Europa no século X e ao crescimento demográfico que ocorreu em seguida,
gerando a necessidade de aumentar a produção de alimento. Daí surgiu a “Revolução
Agrícola” com novas técnicas de plantio e desmatamento. Neste contexto surgiram o
“Renascimento Comercial e Urbano”, a crise feudal, as Cruzadas, a burguesia e o
desenvolvimento do comércio.

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79. Observe a imagem a seguir.

Sobre o desenvolvimento urbano e comercial no Ocidente Medieval entre os séculos XII e XIII,
marque a alternativa INCORRETA:

A) Existia uma grande multiplicidade de moedas que circulavam paralelamente entre si, sendo
o cambista a principal figura responsável pelas conversões nas feiras.

B) A sociedade que se estruturava no meio urbano reproduzia predominantemente as relações


de dependência típicas do meio rural, como a vassalagem e a servidão.

C) A regulamentação da produção artesanal realizada nos espaços urbanos aumentava com a


criação das Corporações de Oficio em diferentes setores produtivos.

D) Diversas cidades se desenvolveram a partir do aumento da circulação de comerciantes em


torno de entroncamentos de estradas e em muralhas de castelos importantes.

E) As grandes rotas de comércio marítimo se concentravam no Mar do Norte e no Mediterrâneo,


com mercadorias vindas inclusive do Oriente, como a seda.

Comentários: Gabarito letra B

A sociedade que se estrutura no meio urbano – que virá a originar a burguesia – não
reproduzia as relações básicas do Feudalismo – como a suserania e a vassalagem. Nas
cidades, a base das relações era o comércio.

80. Durante a Idade Média, havia um imaginário vinculado às cruzadas, pautado pela concepção
de que

A) Os nobres tinham a missão sagrada de proteger a população europeia dos “infiéis” que, após
a tomada da Península Ibérica, vinham impondo violentamente sua crença e cobrando altos
impostos a toda a cristandade.

B) os vassalos deveriam morrer por meio do “bom combate” pois, ainda que não houvesse
esperança alguma de reconquistar Jerusalém, o sacrifício humano fortaleceria a fé católica e o
poder do Papa.

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C) a Guerra Santa iniciada pelos muçulmanos era uma provação que os cristãos deveriam
enfrentar para que a tragédia da Peste Negra e outros castigos divinos não voltassem a incidir
sobre o Ocidente.

D) a longa peregrinação e os combates militares movidos pela fé, a fim de recuperar a Terra
Santa, assegurariam, a todos os participantes, o perdão de seus pecados e a purificação de suas
almas.

E) o enriquecimento obtido através de pilhagens deveria ser inteiramente destinado às ordens


mendicantes instaladas no Oriente e às famílias pobres muçulmanas como prova do não apego
aos bens materiais pela Igreja católica.

Comentários: Gabarito letra D

As Cruzadas foram um movimento militar patrocinado e incentivado pela Igreja Católica.


Usando de sua grande influência sobre a sociedade, a Igreja convocou e convenceu os fiéis
para pegarem em armas para recuperar Jerusalém dos muçulmanos sob a promessa de que
todos os seus pecados seriam perdoados.

81. A imagem reproduz um auto de fé. Essas cerimônias:

A) ocorreram em todos os países da Europa e nas regiões colonizadas por portugueses e


espanhóis.

B) permitiram a difusão do catolicismo e tiveram papel determinante na erradicação do


protestantismo na Europa central.

C) eram conduzidas por autoridades leigas, pois a Igreja Católica não tinha vínculo com a
perseguição e a punição dos hereges.

D) tinham caráter exemplar, expondo publicamente os réus forçados a pedir perdão, antes de
serem encaminhados para a execução.

E) visavam a executar os judeus e islâmicos, não atingindo protestantes nem católicos romanos
ou ortodoxos.

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Comentários: Gabarito letra D

Os autos de fé, promovidos pela Inquisição Católica, visavam, além de punir os hereges e os
infiéis, criar exemplos aos cristãos acerca das condutas aceitas ou não pela Igreja Católica.
Por isso, as cerimônias eram públicas.

82. Da mesma forma que a Terra Santa, ainda que com identidade menor, a Península Ibérica
possibilitava a reunião das ideias de paz (luta no exterior da Cristandade), de Guerra Santa
(engrandecimento da Igreja em terra anteriormente cristã) e de peregrinação (corpo santo
apostólico em Santiago de Compostela). A Reconquista revelou-se especialmente atraente, o
que é significativo, para o centro-sul francês (...) cujos cavaleiros foram os mais constantes
participantes ultramontanos da luta anti-moura na Península.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. Peregrinos, monges e guerreiros. Feudo-clericalismo e religiosidade


em Castela Medieval. São Paulo: Hucitec, 1990, p. 161.

Sobre a Reconquista Ibérica, é correto afirmar que se trata de:

A) um conjunto de guerras e conquistas territoriais cujas motivações foram semelhantes àquelas


que estimularam a ação dos cristãos durante as Cruzadas.

B) um movimento dirigido pelos comerciantes castelhanos, interessados em se apropriar das


riquezas e rotas mercantis do mundo islâmico.

C) um movimento sem vinculação às crenças religiosas e devocionais cristãs e estimuladas pelo


avanço científico precoce da Península Ibérica.

D) uma incursão de cavaleiros a serviço da monarquia francesa com o intuito de anexar a


Península Ibérica e reestruturar o antigo Império Carolíngio.

E) um movimento essencialmente religioso que visava a combater o fanatismo muçulmano e


estabelecer monarquias cristãs que respeitassem a liberdade religiosa na Península Ibérica.

Comentários: Gabarito letra A

Somente a proposição [A] está correta. A questão remete as “Guerras de Reconquista”.


Através do ideal da Guerra Santa, o Islamismo expandiu sobre o Oriente Médio, Norte da
África, Mar Mediterrâneo e Península Ibérica. Surgiu um conflito entre três civilizações:
Católica na Europa, Ortodoxa no Império Bizantino e a Árabe Islâmica. No contexto das
Cruzadas, 1095-1270, ocorreram conflitos dentro da Península Ibérica entre cristão e
muçulmanos chamados de “Guerras de Reconquista” nos quais os cristãos lutavam para
reconquistar suas terras. As Cruzadas podem ser vistas como a ‘Guerra Santa Católica”.
Somente em 1492, no século XV, os últimos muçulmanos foram expulsos da região de
Granada, na Espanha.

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83. A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre
mais a um meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um
centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor,
frequentemente confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou
burgueses, conquista “liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.

GOFF Jacques Le. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.

O texto trata de um período em que:

A) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e


econômica, que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.

B) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam


apenas pelas mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.

C) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores


urbanos e rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.

D) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da
burguesia ascendente e dos grandes proprietários de terras.

E) as principais características do feudalismo, sobretudo a valorização da terra, haviam sido


completamente superadas e substituídas pela busca incessante do lucro e pela valorização do
livre comércio.

Comentários: Gabarito letra A

No final da Idade Medieval, quando o sistema feudal já vivenciava sua crise, as bases do
Feudalismo passaram a coexistir com o renascimento das cidades e o surgimento de uma
nova classe social: a burguesia. Nesse contexto, quando o Feudalismo sucumbiu, no século
XV, a burguesia assumiu papel central nas transformações que marcariam o início da Idade
Moderna.

84. Durante a Idade Média houve uma grande circulação de viajantes entre a Europa e o Oriente
Médio. Algumas dessas viagens eram peregrinações religiosas a locais considerados sagrados
como, por exemplo, a cidade de Jerusalém.

No início do século XI, entretanto, essa cidade estava sob o domínio dos muçulmanos, o que não
correspondia aos interesses da Igreja Católica, por isso, em 1095, o Papa Urbano II fez um apelo
à cristandade para que nobres e camponeses libertassem Jerusalém.

De acordo com as informações citadas, é correto afirmar que o apelo do Papa Urbano II deu
origem:

A) ao Renascimento.

B) ao Protestantismo.

C) à Inquisição.

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D) à Contrarreforma.

E) às Cruzadas.

Comentários: Gabarito letra E

Somente a proposição [E] está correta. O famoso discurso do Papa Urbano II no Concílio de
Clermont em 1095 chamando os fiéis para lutar contra os muçulmanos infiéis. O texto faz
referência as Cruzadas. Os muçulmanos dominavam algumas regiões sagradas para o
cristianismo e o Papa Urbano II pediu apoio dos nobres e camponeses para libertar os lugares
sagrados. Ocorreram oito cruzadas oficiais entre 1095-1270. Somente a primeira teve
relativo sucesso.

85. “O modo de produção feudal, tal como apareceu na Europa ocidental, deixava em geral aos
camponeses apenas o espaço mínimo para aumentarem o produto de que dispunham dentro
das duras limitações do sistema senhorial.”

Perry Anderson. Passagens da antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1980, p. 208.


Adaptado.

O texto caracteriza o modo de produção feudal, destacando que

A) havia classes distintas e opostas no feudalismo, embora a luta social fosse atenuada pelas
amplas oportunidades de lucro que os senhores ofereciam aos camponeses.

B) as relações de suserania e vassalagem e o caráter rural do feudalismo eliminaram as cidades


e provocaram o declínio do comércio e das atividades de serviço.

C) a possibilidade de melhoria da condição econômica dos camponeses era bastante restrita,


devido ao conjunto de obrigações que estes deviam prestar aos senhores.

D) as longas jornadas de trabalho nas lavouras e a ampla gama de impostos impediam os


camponeses de ascenderem socialmente e provocavam a ruína dos senhores de terras.

E) havia oportunidades de transformação social no feudalismo, embora os camponeses


raramente as aproveitassem, pois preferiam se dedicar prioritariamente ao trabalho.

Comentários: Gabarito letra C

Devido à carga de impostos que os servos tinham que pagar no sistema feudal, a
possibilidade de melhora na qualidade de vida desse grupo social era muito difícil, porque
dependia, fundamentalmente, do aumento do nível de produção.

86. Chegam a Jerusalém a 7 de junho de 1099. Jejuam e fazem procissões em redor da cidade,
esperando que as suas orações deitem abaixo as muralhas, do mesmo que as trombetas de
Josué tinham derrubado as de Jericó. A chegada a Jafa de navios genoveses, pisanos e

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venezianos é para eles de um grande auxílio [...] A cidade tão cobiçada é tomada a 15 de julho
de 1099. Assistimos, então, à pilhagem e ao massacre sistemático de toda a população.

Depois do regresso dos cruzados ao Ocidente, a posse de Jerusalém torna-se precária.

Tate, G. “Dois séculos de confronto entre o Oriente e o Ocidente”. In Arneville, M.-B. D’ e outros,
As Cruzadas. Trad. Cascais: Pergaminho, 2001, p. 22.

O texto acima refere-se à:

A) terceira Cruzada e revela os interesses bizantinos nessa expedição.

B) Reconquista Ibérica e apresenta as motivações religiosas dessa empreitada.

C) sétima Cruzada e demonstra a forte presença da monarquia francesa.

D) primeira Cruzada e revela a forte religiosidade da peregrinação armada.

E) quarta Cruzada e revela a participação exclusiva dos fiéis franceses.

Comentários: Gabarito letra D

A data pode ajudar na resposta à questão, porém é uma exigência superficial na medida em
que os estudantes devem lembrar que as cruzadas se iniciaram no século XI, mas não
precisam decorar cada uma, sua numeração ou, muito menos, a data de realização. A
Primeira Cruzada foi a única que ocorreu neste século, já nos seus anos finais, conduzida por
líderes religiosos católicos da Europa, num momento marcado por forte sentimento
religioso.

Renascimento; Formação dos Estados nacionais;


Reforma e contra reforma; O antigo regime

87. “As teorias e práticas mercantilistas estão inseridas no contexto da transição do Feudalismo
para o Capitalismo, possuindo ainda características marcantes das estruturas econômicas
feudais e já diversos fatores que serão mais tarde identificados com características capitalistas,
não sendo nenhum dos dois sistemas, no entanto. O termo mercantilismo define os aspectos
econômicos desse processo de transição. Se o mercantilismo tem sua contraparte política no
Estado absoluto, no campo social tem relação com a estrutura social comumente conhecida
como sociedade do Antigo Regime.”

(SILVA, Kalina V. & SILVA, Maciel Henrique. “Dicionário de conceitos históricos”. São Paulo:
Contexto, 2009, p. 283-284).

Das práticas apresentadas abaixo, qual não pode ser identificada como pertencente ao
mercantilismo:

A) Metalismo.

B) Protecionismo alfandegário.

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C) Incentivo às manufaturas.

D) Balança comercial favorável.

E) Liberalismo econômico.

Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A é incorreta, pois o metalismo foi uma característica importante do


mercantilismo, que usava os metais preciosos extraídos principalmente das colônias como
moeda comercial.

A alternativa B também é incorreta, pois o protecionismo alfandegário consistia no aumento


das taxas alfandegárias, de tal maneira que os produtos importados ficavam mais caros. Isso
ocorria para estimular o comércio de produtos internos.

A alternativa C também é incorreta, uma vez que o incentivo às manufaturas ocorria, mas
apenas nas metrópoles dos Estados Absolutistas, que impediam a criação de manufaturas
nas colônias, de tal modo a centralizar o comércio e fortalecer o poder do Estado.

A alternativa D também é incorreta, pois a balança comercial favorável era a estratégia


utilizada pelos Estados Absolutistas com a implantação do protecionismo alfandegário, na
medida em que a balança comercial de um determinado país só está favorável quando este
exporta mais do que importa.

A alternativa E é a resposta correta, de tal modo que o liberalismo econômico é antagônico


ao mercantilismo, além de ser contrário ao Antigo Regime, pois pregava a liberdade
individual e a igualdade de direitos.

88. “[...] devemos obedecer sempre a esta regra: vender mais aos estrangeiros em valor do que
consumirmos deles.”

(MUN, Thomas. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano,
1976.vol. II, p.223).

O pensamento contido nesta frase expressa um dos princípios do mercantilismo, que é o da


balança comercial favorável.

Assinale a alternativa CORRETA na qual conste a denominação dada ao mercantilismo na França


e Espanha, respectivamente.

A) Colbertismo e Bulionismo.

B) Industrialismo e Colbertismo.

C) Colbertismo e Exclusivo Colonial.

D) Industrialismo e Bulionismo.

E) Comercialismo e Colbertismo.

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Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa. O colbertismo é a forma como também é conhecida a


política mercantilista de Jean-Baptiste Colbert (1619-1683), que se baseava na teoria da
balança comercial favorável e no pacto colonial. O pacto colonial obrigava as colónias a ter
relações comerciais apenas com a metrópole, de modo que a intervenção do Estado era
muito forte, limitando a iniciativa privada. Já o bulionismo é o nome da doutrina que
considerava a acumulação de metais preciosos como o principal e mais garantido meio de
conservar e acumular riquezas. Fernando e Isabel de Castela, os Reis Católicos, proibiam a
saída de metais preciosos e atraíram as moedas estrangeiras elevando a taxa de juros. Os
vícios desta política foram o contrabando, a estagnação das forças políticas e o atraso do
crescimento industrial e comercial.

As alternativas B e D são falsas, pois o industrialismo não é nem um nome dado ao


mercantilismo e nem uma característica sua. Ao passo que o mercantilismo, especialmente
por sua economia metalista, isto é, baseada no acumulo de metais precisos, acabou freando
o crescimento industrial e comercial, pois a riqueza era baseada no que se acumulava,
descartando os investimentos na produção e alimentando a falsa ideia de que tudo poderia
ser comprado e que o estoque de metais preciosos seria sempre suficiente.

A alternativa C também é falsa, uma vez que exclusivo colonial não é um nome dado ao
mercantilismo nem na Espanha e nem na França, ao passo que a colonização no
mercantilismo era uma ação estruturante que garantia as explorações e o acúmulos de
metais preciosos.

A alternativa E também é falsa, pois o comercialismo não é um nome dado ao mercantilismo


nem na Espanha e nem na França, ao passo que o comercio mercantilista tinha por
característica a balança comercial favorável, visando exportar mais do que importar.
(AS GRANDES DOUTRINAS ECONÔMICAS, 2018).

89. Durante a fase de transição do feudalismo para o capitalismo foi colocada em prática a
política econômica mercantilista. As grandes monarquias européias do século XVI, com maior
ou menor êxito, enveredaram pela via do intervencionismo econômico. Avalie as sentenças
abaixo sobre as características gerais do mercantilismo europeu.

I – entesouramento de metais como o ouro e prata advindos tanto do comércio externo como
dos territórios conquistados.

II – o desenvolvimento da manufatura para suprir tanto o mercado interno como para


exportação.

III – esforço para exportar mais e importar menos, deixando a balança comercial favorável.

Assim:

A) Nenhuma alternativa está correta.

B) Todas as alternativas estão corretas.

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C) Somente I e II estão corretas.

D) Somente II e III estão corretas.

E) Somente I e III estão corretas.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa B é a resposta certa, pois todas as sentenças estão corretas. As doutrinas


mercantilistas apareceram em meados do século XV e tiveram maior expressão no século
XVII e XVIII. Nesta época os descobrimentos marítimos eram proeminentes, aliados ao
consequente fluxo de metais preciosos para os cofres das metrópoles europeias. O volume
de ouro e prata aumentava de forma expressiva, forçando a substituição de uma sociedade
rural e artesanal para uma sociedade comercial e manufatureira. Surge um novo tipo de
homem: o mercador audacioso ou aventureiro. A produção manufaturada visava suprir o
mercado interno e a exportação, de tal modo que deveria se exportar mais do que importar,
para garantir uma balança comercial favorável. Para tanto, foi desenvolvido um sistema de
protecionismo alfandegário, que aumentava as taxas alfandegárias dos produtos
importados, forçando o comercio interno, pois os produtos estrangeiros ficavam bem mais
caros.
(AS GRANDES DOUTRINAS ECONÔMICAS, 2018).

90. O mercantilismo do Estado Moderno evidenciou a íntima relação entre o Estado e a


economia.

Relacionadas ao mercantilismo, todas as alternativas estão corretas, exceto a:

A) A expansão marítima europeia dos séculos XIV e XV e o consequente domínio de colônias


foram incentivados pelo Estado Nacional como forma de ampliar as práticas mercantilistas.

B) Defendia o liberalismo econômico e a livre concorrência, conforme pregava Adam Smith,


conhecido economista mercantil.

C) O mercantilismo defendia uma balança comercial favorável, ou seja, que as exportações


fossem maiores que as importações.

D) Uma das características do mercantilismo foi o metalismo, que identifica o poder e a riqueza
de um Estado com a quantidade de metais preciosos que ele possui.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A é incorreta, pois é fato que as expansões marítimas europeias dos séculos XIV
e XV favoreceram as práticas mercantilistas, de tal modo que a colonização advinda das
grandes navegações resultou na exploração e acumulo de metais preciosos, bem como na
política comercial centrada no enriquecimento das metrópoles, nos pactos coloniais e no
protecionismo.

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A alternativa B está correta, uma vez que o liberalismo econômico e a livre concorrência eram
contrários ao mercantilismo, uma vez que este era intervencionista e centralizador,
enquanto que os ideais liberais, aliados à burguesia ascendente, apostavam em um Estado
mínimo e no mercado alto-regulatório.

A alternativa C também é incorreta, pois de fato a balança comercial favorável era um dos
principais pontos do sistema mercantilista. A exportação da produção manufaturada e a
limitação do consumo interno de produtos estrangeiros, por meio do protecionismo
alfandegário, garantiam que o Estado exportasse mais do que importasse.

A alternativa D também é incorreta, ao passo que o metalismo era de fato uma característica
central do mercantilismo, resumindo o poder nacional na acumulação de metais preciosos
como principal e mais garantido meio de conservar e acumular riquezas.

(AS GRANDES DOUTRINAS ECONÔMICAS, 2018).

91.

A imagem acima é um fragmento da pintura do teto da Capela Sistina, pintada por Michelângelo,
entre 1508 e 1512. Esse pintor, juntamente com outros artistas e pensadores, faz parte de um
período a que a História chamou Humanismo. De acordo com a imagem e as características do
Humanismo, é correto concluir que

A) o homem é entendido como ser especial da criação divina, que age e reflete sobre sua
existência, mas sob os desígnios da divindade.

B) a igreja católica entrou em decadência, em razão da dificuldade de ceder às exigências dos


segmentos laicos em favor de uma postura mais caritativa.

C) a concorrência entre a religião católica e a protestante levou a igreja de Roma a decorar seus
templos com figuras humanas apelativas para atrair mais fiéis.

D) o homem passou a ocupar o centro das atenções, movimento conhecido como


antropocentrismo, negando-se Deus e a religião.

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Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta correta. Pode-se dizer que do ponto de vista do Humanismo,


como ideal e cosmovisão, o homem passou a ser o centro das indagações da sociedade. Em
todos os movimentos da época, literatos, artistas e pensadores acharam sempre que o
paradigma do homem e de tudo quanto lhe diz respeito está consubstanciado no legado dos
antigos helênicos e latinos.

Até mesmo a visão acerca da divindade, que era representada sob os traços humanos, de tal
modo a sustentar que o homem era uma criação divina, sendo a sua imagem e semelhança.

A alternativa B é falsa, pois a Igreja Católica, em razão do secularismo motivado por algumas
vertentes humanistas, acirrou e fortificou as suas relações de poder e prestígio, bem como a
aceitação repressiva por meio da Inquisição.

A alternativa C também é falsa, uma vez que as 95 Teses de Martinho Lutero, que
demarcaram simbolicamente a Reforma Protestante, só foram pregadas na porta da Igreja
do Castelo de Wittenberg em 1517. Ao passo que as representações dos templos católicos
com figuras humanas já eram feitas desde a Idade Média.

A alternativa D está incorreta, pois apesar de ter havido um Humanismo de inspiração laica,
não se pode afirmar que Deus e a religião eram completamente negados, pois a estrutura
dominante na época tinha a Igreja Católica como pilar central, definindo e determinando as
disputas e relações de poder.

92. Um professor de história inspira-se nas observações metodológicas de Leandro Karnal a


respeito do uso de obras de arte no ensino da História para tratar da cultura do Renascimento:
“Não se deve estabelecer na análise artística uma leitura de ‘reflexo’ da sociedade, pois
significaria negar o estatuto da própria arte. A arte não é um reflexo, mas constitui também a
maneira de perceber o mundo e passa a constituir este mesmo mundo”.

(Piero della Francesca, Perspectiva de uma cabeça, desenho a bico de pena, in Sobre a perspectiva do pintar, 1474.)

As opções a seguir interpretam corretamente o documento iconográfico no contexto da cultura


renascentista, sem reduzir a arte a um reflexo da sociedade, à exceção de uma. Assinale-a.

A) Os estudos de perspectiva do artista, ao tomar o corpo humano como modelo, espelham a


ideologia antropocêntrica própria da sociedade burguesados centros urbanos renascentistas.

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B) A perspectiva do artista se baseia na arte da medida, entendida como projeção matemática


dos corpos sobre a superfície da pintura.

C) As grandezas sofrem uma diminuição proporcional à distância do observador, como


demonstrado na representação frontal da cabeça inclinada.

D) O artista transforma o corpo natural em sólido geométrico para torná-lo mensurável,


seccionando a cabeça por planos meridianos e paralelos.

E) O artista produziu um manual técnico sobre as regras do desenho, fornecendo imagens


explicativas para o cálculo da projeção geométrica.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa, uma vez que a afirmação está reduzindo os estudos de
perspectiva do artista como um reflexo do antropocentrismo, por se tratar de uma face
humana. Mas o fato é que o desenho se trata de um estudo baseado na arte da medida, na
proporção, na mensuração, em regras e no cálculo: características definidoras da arte
renascentista.

A alternativa B é incorreta, pois a perspectiva matemática era uma característica


fundamental da arte renascentista, que percebia o mundo como algo a ser traduzido através
da linguagem matemática que antecipava as obras de arte.

A alternativa C também é incorreta, pois a proporcionalidade era uma característica da arte


renascentista, demarcando a sua condição harmônica e voltada para a busca da perfeição na
representação.

A alternativa D também é incorreta, pois a mensuração e a geometria na arte renascentista


eram estruturantes na proposta de representarem da melhor maneira a realidade das coisas,
seja a natureza, as obras humanas ou os próprios seres humanos.

A alternativa E também é incorreta, pois os manuais e tratados foram amplamente


desenvolvidos na arte renascentista, de tal modo a consolidar um movimento autentico.

93. A imagem abaixo é uma reprodução da célebre obra de Rafael Sanzio, A Escola de Atenas,
encomendada pelo Vaticano e pintada entre os anos de 1509 e 1510, e pode ser considerada
uma síntese perfeita do espírito renascentista em termos artísticos e intelectuais.

A partir da imagem, pode-se afirmar que os ideais estéticos e filosóficos do Renascimento são:

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A) A valorização do pensamento filosófico da Antiguidade clássica e a criação da perspectiva do


ponto de fuga.

B) A defesa da escolástica e a adoção dos princípios pictóricos sistematizados pela obra de


Giotto.

C) A hegemonia das concepções teológicas agostinianas e a preservação dos preceitos do gótico


flamejante.

D) O abandono da filosofia aristotélica e a utilização da técnica do chiaroscuro.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa. O Renascimento foi um movimento que buscou reviver as


capacidades do homem em um novo despertar da consciência de si próprio e do universo,
buscando inspiração na antiguidade clássica greco-romana. Na pintura renascentista, os
planos serviram para dar a ideia de profundidade. Na Escola de Atenas, afresco de Rafael,
representando os principais pensadores gregos, nota-se que o espaço da obra de arte é todo
construído a partir de um único ponto de vista, o que necessitou o emprego de complexos
cálculos matemáticos, empregando uma técnica chamada de perspectiva.

A alternativa B é falsa, pois a escolástica foi o movimento teológico-filosófico que ocorreu


durante a Idade Média, baseados fundamentalmente em Aristóteles e nas interpretações
deste filósofo advindas de pensadores árabes. A escolástica teve grandes expoentes, dentre
os quais citamos Tomas de Aquino, que fundou a filosofia tomista e foi conclamado como
doutor da Igreja. Além disso, as obras de Giotto são marcadamente góticas.

A alternativa C também é falsa, pois a partir da imagem é possível constatar certa laicidade,
quando se evidencia a presença dos filósofos gregos e não as representações de figuras
divinas.

A alternativa D também é falsa, uma vez que no período renascentista, apesar da filosofia
aristotélica começar a passar por algumas revisões interpretativas, principalmente no que
tange aos seus postulados acerca da natureza física, não é correto deduzir que houve um
abandono da filosofia de Aristóteles.

94. Os séculos XV e XVI constituem a época dos desbravamentos e das descobertas. É quando
surge também uma nova mentalidade, que mais tarde será o Renascimento. São características
desse período na Europa, EXCETO:

A) Teocentrismo.

B) Antropocentrismo.

C) Período de grandes navegações.

D) Renovação cultural.

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Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa, uma vez que é incorreto afirmar que o teocentrismo foi
uma característica do Renascimento europeu. Teocentrismo é a crença que considera Deus
como o centro de tudo, uma doutrina que foi amplamente sustentada durante a Idade Média
e que se não saiu de cena pelo menos entrou em declínio considerável durante o
Renascimento, pois o homem passou a ocupar o lugar de Deus, isto é, sendo o centro do
universo como a mais bela e perfeita obra criada pela natureza.

A alternativa B é falsa, pois o antropocentrismo de fato foi uma das características principais
do movimento renascentista europeu, colocando o homem como o centro de tudo,
principalmente por causa da proposta de fazer reviver as capacidades humanas e a valorizar
a razão.

A alternativa C também é falsa, de tal modo que o período das grandes navegações foi muito
importante no interior do renascentismo europeu, pois a descoberta de outros continentes,
de outros povos e de outras formas de vida natural diferentes da europeia, sobrevalorizou
as capacidades do homem europeu, levando-o a crer que o tempo e a natureza o pertenciam
e que ele deve usá-lo em benefício próprio.

A alternativa D também é falsa, ao passo que o Renascimento de fato promoveu uma


revolução cultural na Europa. Realizando um paralelo entre o período anterior podemos
perceber que os valores medievais, como a crença de que Deus está no centro do universo
ou que o corpo é fonte puramente de pecado, são contrário aos valores renascentistas, que
colocavam o homem como o centro das atenções e o corpo humano era valorizado como
fonte de beleza e de prazer.

(BOULOS JÚNIOR, 2009).

95. “A reflexão humanista colocou o homem no centro do mundo e, como ele passou a ter
consciência de seus feitos no mundo, era necessário que esses feitos no mundo, era necessário
que esses feitos fossem relatados como realizações humanas.”

(COLLINGWOOD. R. G. A ideia de história . Lisboa: Presença, [s.d.], p. 98.)

A partir da citação acima, com relação ao humanismo e ao renascimento, é correto dizer que:

A) a inspiração na cultura medieval permitiu que os humanistas valorizassem o homem e as suas


ações.

B) as ações humanas eram expressões únicas da vontade divina, daí o seu caráter teocêntrico.

C) a valorização do teocentrismo existiu como forma de oposição ao antropocentrismo


medieval.

D) as ideias socialistas desse movimento cultural inspiramos movimentos sociais da


modernidade.

E) a inspiração em ideais humanistas clássicos revalorizava a condição humana.

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Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A é falsa, pois foi diante de uma postura de ruptura que os renascentistas se
relacionavam com a Idade Média, acreditando que deviam buscar inspiração na Antiguidade
Clássica da Grécia e Roma.

As alternativas B e C também são falsas, uma vez que os renascentistas se distanciaram do


teocentrismo medieval, substituindo o lugar de Deus pelo do homem, que passou a ser
encarado como a criatura mais bela e perfeita da natureza.

A alternativa D também é falsa, de tal modo que o Renascimento é um movimento que


ocorreu entre o século XIV e o século XVI, ao passo que as ideias socialistas só surgem no
século XIX.

A alternativa E é a resposta certa. Os humanistas surgiram nesse ambiente próprio do


Renascimento, com a renovação de ideias. Eram homens que queriam melhorar o ensino nas
universidades, introduzindo estudos baseados na razão, no cálculo e na experiência. Seu
principal objetivo era o conhecimento do homem, de seu corpo, sua história, ideias e
emoções. O homem passou a construir as coisas à sua imagem e semelhança, escolheu seu
próprio passado e teve a capacidade de deixar um testemunho da sua existência a partir da
sua excelência e imortalidade.

(MOTA; BRAICK, 2005; BOULOS JÚNIOR, 2009).

96. Alguns dos mais importantes fundamentos da civilização ocidental foram lançados na
Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). Esse legado apresenta-se em múltiplos aspectos, entre os
quais podem ser citados as artes, a filosofia, a política e o direito. Nos mil anos que se seguem à
queda de Roma, a Europa se ruraliza, a economia mercantil sofre grande refluxo e verifica-se a
ascendência, não apenas religiosa, de uma instituição centralizada e de extrema capilaridade –
a Igreja Católica. A Baixa Idade Média anuncia profundas transformações que atingem a
culminância no início da Idade Moderna. Entre os séculos XVI e XVIII, o Ocidente se reinventa
geográfica, política e culturalmente. Em fins do século XVIII, a partir da Inglaterra, a Revolução
Industrial inaugura uma nova era para uma história crescentemente globalizada.

Tendo as informações acima como referência inicial, julgue o item, relativo à história do mundo
ocidental.

Renascimento, Reforma religiosa e Estados nacionais assinalaram o início dos tempos


modernos; a expansão comercial e marítima dos séculos XV e XVI alargou os horizontes do
homem europeu, levando-o à Ásia, à África e à América.

Comentários: Gabarito Certo

A divisão clássica da História indica que a Idade Moderna se inicia com o fim da Idade Média,
no século XV, quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, e se
estende até o século XVIII, com as Revoluções Industrial e Francesa.

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Nesse período, o mundo ocidental vivenciou uma série de episódios que transformaram a
sua História, dos quais destacam-se: a consolidação das monarquias na Europa moderna, o
absolutismo, o Renascimento cultural e científico, a descentralização de Deus, a
descentralização da Terra, a expansão ultramarina europeia, o encontro com culturas de
outros continentes, a Reforma Protestante, a Reforma Católica, a Reforma Anglicana, as
práticas mercantilistas, a colonização da América, a escravidão indígena e africana, o
primeiro livro impresso na prensa de Gutenberg, a volta ao mundo por Fernão de Magalhães,
etc. A Idade Moderna, sem dúvida, é marcada pela abertura dos horizontes da civilização
europeia, considerando aí as conquistas materiais e as barbaridades movidas pelo
pensamento euro-centrista dominador.

(MOTA; BRAICK, 2005).

97. “Voltemo‐nos pois, em primeiro lugar, ‘a pessoa interior’, para ver o que faz com que ela se
torne justa, livre e verdadeiramente cristão, isto é, pessoa espiritual, nova, interior. É evidente
que em absoluto nenhuma coisa externa, qualquer que seja o nome que se lhe dê, tem qualquer
significado para a aquisição da justiça ou da liberdade cristã [...]”

(Lutero. Obras Escolhidas, vol. II, p. 437, apud Toledo.)

Martinho Lutero liderou a reforma protestante no século XVI na Europa, suas ideias que eram
consideradas até então absurdas pela igreja católica viriam desafiar a mesma, que era naquela
época quem ditava as regras. Essa nova forma de pensar de Lutero foi se espalhando primeiro
pela Alemanha e, posteriormente, por toda a Europa. A característica do mundo moderno,
também presente na doutrina Luterana, mesmo que com restrições, expressa na citação
anterior é:

A) A laicização do estado.

B) A afirmação do individualismo.

C) A ética protestante e o espírito capitalista.

D) A crescente afirmação do profano sobre o sagrado.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A está incorreta, pois entre as propostas luteranas estava a existência de uma
Igreja nacional, sem as hierarquias religiosas como a que existia na Igreja Católica, em que o
papado estava acima de todos os cargos eclesiásticos.

A alternativa B está correta, uma vez que a Reforma Protestante rompeu com um estrutura
enrijecida, relativizando as concepções do mundo europeu e fortalecendo o sujeito
individual, especialmente ao afirmar que a fé (algo que é individual por excelência) constituía
a única e verdadeira fonte de salvação e que o dogma absoluto da religião reformada seria o
texto das Escrituras.

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A alternativa C é falsa, de tal modo que “A ética protestante e o espírito do capitalismo” é o


nome de um livro escrito pelo sociólogo Max Weber em 1904-1905, que traz uma reflexão
fundamental acerca da organização capitalista e a consolidação advindo do espírito
protestante, que valoriza a ação humana. Em todo caso, não convém considerar que essa
obra aposta em uma consequência direta entre o protestantismo e o capitalismo, uma vez
que o sociólogo reflete sobre as conjunções que favoreceram no avanço de um e na
consolidação do outro.

A alternativa D também é falsa, pois no interior das famosas 95 Teses de Lutero estava
explicito o combate à profanação da fé que vinha sendo realizada pelo papa, especialmente
no que diz respeito a venda de indulgencias.

(MOTA; BRAICK, 2005).

98. Durante a reforma protestante, surge um movimento em que a maioria dos convertidos era
recrutada nas massas camponesas e nos trabalhadores urbanos, cujas dificuldades materiais e
inquietações religiosas não foram levadas em conta por outros reformadores, identificados com
as classes dominantes. Identifique a qual corrente do movimento reformista o enunciado faz
referência.

A) Luteranismo.

B) Zwinglianismo.

C) Anabatista.

D) Calvinismo.

E) Anglicanismo.

Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A está incorreta, pois o que está sendo tratado no enunciado da questão diz
respeito ao movimento que foi dissidente do luteranismo, por este privilegiar os interesses
da aristocracia.

A alternativa B também é falsa, uma vez que o zwinglianismo foi a doutrina baseada na
Segunda Confissão Helvética, promulgada por Ulrico Zuínglio (Huldrych Zwingli, em alemão)
na década de 1560. Zuínglio acreditava que o Estado governava com sanção divina, que tanto
a Igreja como o Estado são colocados sob o governo soberano de Deus. Em sua doutrina, os
cristãos são obrigados a obedecer ao governo. Ele descreveu preferência por uma
aristocracia sobre regra monárquica ou democrático.

A alternativa C é a resposta certa. Lutero tinha expectativas de que a nobreza alemã


abraçasse a religião reformada e pusesse em prática suas concepções. Havia, porém, outros
setores comprometidos com a Reforma, mais radicais do que os príncipes: os cavaleiros e as
massas camponesas reunidas em torno da seita dos anabatistas.

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Este grupo admitia apenas o batismo dos adultos, pois as crianças não tinham maturidade
para optar. Sua proposta de maior apelo popular era o retorno ao igualitarismo do tempo
dos apóstolos, com a partilha das riquezas e especialmente da terra. A radicalização desses
grupos não tardou. Percebendo que as propostas luteranas beneficiavam prioritariamente a
aristocracia, um dos lideres camponeses, Thomas Münzer, rompeu com Lutero e estabeleceu
sua própria doutrina, que pregava o fim da propriedade privada. Lutero manifestou-se
contrário ao movimento, condenando Thomas Müzer publicamente. O movimento foi
reprimido, terminando com a morte de mais de 100 pessoas e a decapitação do líder.

A alternativa D também é falsa, pois o calvinismo foi uma doutrina que teve grande apoio
principalmente dos burgueses, por causa das suas ideias de vocação para o trabalho e de
puritanismo.

A alternativa E também é falsa, pois o anglicanismo foi a reforma religiosa realizada pelo Rei
inglês Henrique VIII, que rompeu com a Igreja de Roma e fundou a Igreja Anglicana na
Inglaterra.
(BOULOS JÚNIOR, 2009).

99. Artistas reinventaram a arte com novas noções de dimensão espacial, emprego das cores e
valorização dos planos e contrastes, como luz e sombra, ornamentação detalhada e equilíbrio
geométrico. Na escrita, autores detalhavam desejos, medos, qualidades e defeitos do ser
humano e de sua moral. Descreviam a utopia de um homem novo e do mundo perfeito, num
tempo em que sonhar era arriscado.

(Angelo Adriano Faria Assis. A razão brilha para todos. Revista de História da Biblioteca Nacional,
2013. Adaptado).

O trecho faz referência:

A) à Antiguidade Clássica.

B) ao Gótico.

C) ao Renascimento.

D) ao Barroco.

E) ao Realismo.

Comentários: Gabarito letra C

O historiador brasileiro Angelo Faria Assis nos apresenta, eu seu texto, aspectos de um
período fundamental para a compreensão da História, o qual é marcado pela transição da
Idade Média para a Época Moderna, a saber, o período que ficou conhecido como o
Renascimento Cultural.

Situado entre meados do século XIV e o século XVI, o Renascimento é marcado por uma
ampla valorização do homem (sobretudo com o desenvolvimento do humanismo) e do
pensamento científico, os quais moldaram as concepções artísticas e intelectuais.

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Com o incentivo de uma classe social emergente, a burguesia, as artes, através daquilo que
ficou conhecido como o mecenato (comerciantes e membros de tal camada social que
financiavam as produções artísticas, seja através de pinturas e esculturas), ganharam amplo
domínio em meio ao cenário europeu, sendo amplamente difundidas no período.

Como expoentes dessa época extremamente produtiva, tanto nas artes quanto nos escritos
teóricofilosóficos, podemos destacar Michelangelo, Rafael, Donatello, Leonardo da Vinci,
Giordano Bruno, Thomas Morus, dentre outros, os quais se destacaram em virtude de sua
ampla técnica e habilidade com as artes e as letras.

No caso das artes, por exemplo, temos a valorização dos contrastes claro-escuro (ou luz e
sombra) e do equilíbrio geométrico. Na filosofia, a valorização dos escritos sobre o homem
e sua racionalidade também ganham corpo neste período, evidenciando um novo tempo no
qual o antropocentrismo ganhava extrema relevância.

100. Se existe uma evolução na descoberta do indivíduo nesse contexto, ela se deve aos
procedimentos de análise do real, aos instrumentos e ao vocabulário: a prática da dissecação, o
hábito da frequente confissão, o uso da correspondência privada, a difusão do espelho, a técnica
da pintura a óleo. A Europa do período povoou-se de retratos, de início nas igrejas e nas capelas
familiares, onde os doadores e suas famílias conquistaram seu lugar ao lado da Virgem com o
Filho ou dos santos que os apresentam e os protegem.

(Georges Duby (org.), História da vida privada. Adaptado).

O texto refere-se ao período:

A) da expansão muçulmana na Península Ibérica.

B) do início da Idade Média.

C) da Renascença.

D) do Iluminismo.

E) do Império Napoleônico.

Comentários: Gabarito letra C

Georges Duby, importante historiador francês, traz uma breve descrição de um período que
ficou marcado pela produção artística na Europa, sendo que grande parte desta produção
era financiada por comerciantes e banqueiros, os quais ficaram conhecidos pelo nome de
mecenas.

Tanto a literatura quanto as esculturas, pinturas e arquitetura passaram a ser representadas,


para além das Igrejas e capelas familiares, como o autor bem destaca, nas casas, sendo que
tal difusão representa um aspecto essencial da sociedade europeia entre o final do século
XIV e o século XVI: a produção de temáticas que remetessem à tradição clássica (greco-
romana) e a valorização do homem enquanto centro do universo, no que ficou conhecido
como o antropocentrismo.

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Ademais, a valorização do humanismo e da criação artística são aspectos essenciais deste


período ao qual o texto se refere e que chamamos de Renascimento Cultural (ou apenas
Renascença), em que tivemos grandes expoentes em sua produção artística, a saber:
Michelângelo, Leonardo da Vinci, Leonardo Bruni e Erasmo de Rotterdan, alguns dos
exemplos mais conhecidos e que contribuíram, essencialmente, para a difusão das artes no
período.

101. Se o homem moderno não consegue viver sem dinheiro, o homem medieval mal conhecia
seu significado, afirma Jacques Le Goff (um dos maiores medievalistas vivos). O historiador
francês demonstra como, numa sociedade dominada pelo cristianismo, a Igreja doutrinou a
atitude que um cristão deveria ter perante o dinheiro, tendo em vista as obras de teólogos e as
várias passagens bíblicas que o condenam. Para ele, a moeda começa a se desenvolver na
Europa medieval apenas nos séculos XII e XIII.

(Carolina Ferro, A Idade Média e o dinheiro. Disponível em: http://goo.gl/UG45So. Adaptado).

O que explica esse desenvolvimento é:

A) a Reforma Protestante.

B) a Contrarreforma.

C) o Renascimento Urbano.

D) o Mercantilismo.

E) o Absolutismo.

Comentários: Gabarito letra C

Jacques Le Goff, historiador francês que faleceu em 2014, nos deixou inúmeros trabalhos
sobre a Idade Média, os quais são referências mundiais desde as décadas de 1970 até os dias
atuais. No trecho apresentado, Carolina Ferro traz a visão de Le Goff acerca da interpretação
histórica sobre o dinheiro, que não existia como o conhecemos na contemporaneidade.

O dinheiro, enquanto forma de se obter produtos, superou uma consciência e moral


teológicas e se transformou em moeda de troca somente a partir dos séculos XII e XIII, no
período que conhecemos como o Renascimento Urbano. O Renascimento Urbano está
diretamente associado ao Renascimento Comercial, uma vez que o crescimento dos burgos
ganhou corpo quando o comércio passou a se expandir. Assim sendo, o sistema feudal, o
qual era baseado nas trocas de mercadorias, foi substituído pelas relações comerciais (venda
dos produtos excedentes), fortalecidos no desenvolvimento das cidades e do sistema
econômico (o surgimento das moedas).

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102. As palavras de Lutero não foram ao encontro apenas das angústias espirituais de uma
Alemanha dividida, mas, também, revelaram-se interessantes às controvérsias humanas.
Cavaleiros, nobres, mercadores, muitos nutriam desconfianças por Roma, e, ao mesmo tempo,
mostravam-se ávidos por incorporarem suas riquezas. A defesa que Lutero fazia da dependência
exclusiva de Deus atraiu esses indivíduos.

(Patrícia Woolley, Um destino. Revista de História da Biblioteca Nacional, 08.01.2013.


Adaptado).

Entre outros fatores, as desconfianças de que trata o texto estavam relacionadas

A) às críticas feitas pelos protestantes à aproximação dos católicos com os pobres.

B) ao excessivo poder eclesiástico e ao vasto patrimônio territorial da Igreja.

C) ao discurso da Igreja que questionava a escravidão e a exploração do trabalho.

D) ao questionamento que os católicos faziam ao modo de vida da nobreza.

E) à oposição de Roma ao movimento anabatista, ala radical dos reformadores.

Comentários: Gabarito letra B

O excerto abordado traz uma temática fundamental para os estudos do período da História
Moderna: a chamada Reforma Protestante, ocorrida sob a liderança de Martinho Lutero, em
31 de outubro de 1517, na Alemanha.

Lutero afixou uma série de questões que acreditava serem contrárias a determinadas
práticas da Igreja Católica, popularmente conhecidas como as suas “95 Teses”. Elas diziam
respeito à venda de indulgências (ou seja, o perdão dos pecados), ao luxo excessivo, dentre
outras práticas existentes no Catolicismo.

Ademais, procurava reduzir a influência que determinados eclesiásticos possuíam sobre a


sociedade, muitas vezes tendo maior poder de decisão do que aquilo que o próprio livro
sagrado (a Bíblia) defendia, sem contar as críticas de Lutero às grandes propriedades de
terras que a Igreja Católica detinha, as quais não deveriam ser acumuladas pela Igreja diante
dos problemas sociais pelos quais a sociedade, no presente caso alemã, passava.

103. Observe a imagem para responder à questão

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A obra O banqueiro e sua mulher (1514), de Quentin Matsys, retrata o casal:

A) como membros da nobreza europeia, característica evidenciada pelos trajes, pelo espaço em
que se encontram e pela atividade que estão desenvolvendo.

B) de forma elogiosa, refletindo a mudança de mentalidade europeia em relação às finanças


devido às revoluções burguesas ocorridas no início do século XVI.

C) como representante da avareza, fruto de um contexto em que o empréstimo a juros, o lucro


e a usura eram duramente criticados pela Igreja Católica.

D) de forma crítica, ressaltando o vínculo existente à época entre os banqueiros e os operários,


o que levou à luta radical contra o Antigo Regime e a monarquia.

E) como pessoas simples e pobres, com poucos recursos, em um contexto histórico em que
burgueses e camponeses tinham a mesma situação econômica.

Comentários: Gabarito letra C

A obra acima, pintada no ano de 1514, é fruto de uma mentalidade da época conhecida como
a Idade Moderna. Como um dos marcos fundamentais deste período, podemos elucidar a
defesa da Igreja Católica em oposição à avareza das pessoas, que buscavam sempre o lucro
excessivo e os ganhos materiais.

O Catolicismo, desde o período medieval, defendia o fim da usura e da avareza, uma vez que
isto contribuía para o crescimento de propriedades privadas em detrimento do coletivo.

Assim, o quadro apresentado critica o ganho de lucros por parte da população, sob a figura
do banqueiro e de sua esposa, que desprezam as leituras sagradas (na imagem da Bíblia em
suas mãos), sendo ignoradas pelo casal. Criticam-se, assim, as vaidades humanas e a busca
pelo lucro.

104. A crise da monarquia absolutista na França, às vésperas da Revolução Francesa, esteve


relacionada:

A) às lutas de camponeses e trabalhadores contra o Terceiro Estado.

B) à crítica iluminista, que defendia a manutenção do poder do monarca.

C) às intenções da burguesia de usufruir dos mesmos privilégios que a nobreza.

D) à proposta da monarquia francesa de ampliar os privilégios da nobreza.

E) à tentativa da monarquia de propor a cobrança de impostos à nobreza e ao clero.

Comentários: Gabarito letra E

A Monarquia Francesa, no século XVII, necessitava de quantias muito elevadas para sustentar
os seus gastos e luxos. Diante disso, para que tal situação se mantivesse, e diante de um
quadro de crise econômica em decorrência da baixa arrecadação de impostos, decidiu-se
propor a cobrança de tributos e realizar uma reforma fiscal.

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A partir de então, o Primeiro e o Segundo Estados (Clero e Nobreza, respectivamente)


também seriam taxados.

Tal medida não agradou as ordens sociais mais elevadas, visto que isto implicaria na redução
de seus lucros e, consequentemente, na redução das propriedades particulares. A situação
se agravou, sendo que tais características contribuíram para a redução da força da
Monarquia Absolutista, culminando com a Revolução Francesa, em 1789.

105. No início da Era Moderna, a Igreja Católica foi abalada por uma série de acontecimentos
que levaram a significativas mudanças internas e ao surgimento de novas religiões na Europa.
Entre as ideias dos principais reformadores e contrarreformadores, podemos encontrar a(o):

I. Criação do Index.

II. Predestinação.

III. Criação da Companhia de Jesus.

IV. Uso da língua inglesa.

V. A Bíblia como fonte de fé e livre exame.

VI. Extinção da hierarquia eclesiástica.

Assinale, abaixo, a alternativa que apresenta ideias relacionadas com a Igreja Calvinista.

A) III, V e VI.

B) I, II e VI.

C) II, V e VI.

D) I, II e V.

E) II, IV e V.

Comentários: Gabarito letra C

A alternativa C é a resposta certa. A ideia de predestinação é um dos pontos definidores do


calvinismo. A ideia é que o desejo de Deus é a salvação de todos os homens, mas aquele que
é delituoso e pecador não será salvo. Contudo, se depender dessas condições, ninguém será
salvo, pois todos são pecadores. Por isso, Deus, movido por seu amor à humanidade, incluiu
no seu plano celestial a salvação daqueles que aceitarem que só Ele salva, chamando isso de
predestinação: Jesus chama os salvos de elites ou escolhidos. Além disso, outra base do
movimento protestante, de onde vem o calvinismo, era a livre interpretação e tradução da
Bíblia, que foi proibida a leitura por leigos em 1229 pela Igreja Católica, em uma época que
só era divulgada em latim. A livre interpretação e tradução da Bíblia revolucionou as bases
do cristianismo, de tal forma que desestruturou os alicerces da hierarquia eclesiástica. Como
só os membros da Igreja podiam ler, interpretar e pregar a Bíblia, era formada uma
hierarquia que os dava o poder soberano da verdade, pois a livre interpretação e tradução
retirou o poder absoluto da Igreja Católica do “dom” da verdade divina.

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106. Com relação às Reformas Religiosas ocorridas na Europa no século XVI, podemos afirmar
que

A) foram reflexo de disputas políticas entre os jesuítas e o papa.

B) tinham o objetivo de estabelecer a venda de indulgências para os pecadores.

C) permitiram à Igreja Católica uma total hegemonia religiosa na Alemanha.

D) só foram possíveis graças às decisões adotadas no Concílio de Trento.

E) na Inglaterra foram promovidas pelo rei Henrique VIII.

Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A é falsa, pois a Companhia de Jesus foi fundada justamente no contexto da


reforma protestante, com o intuito de promover a centralização racionalizada do poder da
Igreja Católica, no processo conhecido como Contrarreforma. A Ratio Stutiorum atestava tal
intuito dos jesuítas, que visava à formação integral do homem cristão católico sobre bases
“racionais” e universalistas.

A alternativa B também é falsa, uma vez que um dos motivos da Reforma era o protesto
contra a venda de indulgências, isto é, o comércio do perdão dos pecados, uma espécie de
compra de um terreno no reino dos céus.

A alternativa C também é falsa, pois o contexto do séc. XVI na Alemanha foi quando Martinho
Lutero começou a questionar as medidas da Igreja Católica. Naquele período, a Igreja recebia
doações de vários países para se organizar. No caso de países com monarquia consolidada,
como ocorria na França, as taxas eram menores como uma forma de protecionismo. A
Alemanha, que se encontrava dividida, colaborava com a Igreja romana. Com os sermões de
Martinho Lutero, contrários às práticas da Igreja Católica, os alemães começam a entender
que sua fortuna estava sendo apropriada por Roma. Em outubro de 1517, Martinho Lutero
afixou 95 teses em latim na porta da igreja de Winttenberg. Todas elas eram contrárias às
atitudes da Igreja.

A alternativa D também é falsa, uma vez que o Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563,
foi convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade da fé e a disciplina eclesiástica,
no contexto da Reforma da Igreja Católica e da reação à divisão então vivida na Europa
devido à Reforma Protestante, razão pela qual é denominado também de Concílio da
Contrarreforma.

A alternativa E é a resposta certa. Enquanto em outras regiões da Europa a Reforma


Protestante foi comandada por indivíduos extremamente religiosos, na Inglaterra ela foi
iniciada pelo próprio rei. O monarca em questão era Henrique VIII (1491- 1547), da dinastia
Tudor. Tudo começou quando o rei Henrique VIII pediu o divórcio de sua esposa, Catarina de
Aragão, para casar-se com outra mulher.

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A alegação de Henrique era que sua esposa Catarina não havia lhe dado um filho homem
para sucedê-lo no trono. Henrique decidido a casar-se com a amante, a cortesã Ana Bolena,
enviou ao Papa uma carta de solicitação de divórcio. Entretanto, o divórcio não poderia ser
autorizado pela Igreja, pois para os católicos a dissolução do casamento era um pecado
gravíssimo. Aproveitando-se do impasse, Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica,
declarando-se o novo chefe supremo da Igreja na Inglaterra. Em consequência, todos os bens
e as terras pertencentes à Igreja passam para as mãos do soberano. A nova Igreja fundada
por Henrique foi denominada de Igreja Anglicana.

(ARAÚJO, 2018; FABER, 2018).

107. Leia trechos do Manifesto dos camponeses, documento de 1525.

(...) nos sejam dados poder e autoridade, para que cada comunidade possa eleger o seu pastor
e, da mesma forma, possa demiti-lo, caso se porte indevidamente.

(...) somos prejudicados ainda pelos nossos senhores, que se apoderaram de todas as florestas.
Se o pobre precisa de lenha ou madeira tem que pagar o dobro por ela.

(...) preocupam-nos os serviços que somos obrigados a prestar e que aumentam dia a dia(...) In
Antologia humanística alemã, apud Marques e outros. História moderna através de textos, 2010.

A partir do documento, é correto afirmar que, no território da atual Alemanha,

A) os movimentos camponeses foram liderados por Lutero contra a exploração feita pelos
nobres que, de forma ilegal, apropriavam-se das florestas e reprimiam violentamente os
movimentos trabalhistas.

B) os movimentos dos trabalhadores em favor das mudanças propostas por Lutero baseavam-
se na solidariedade entre os homens e em contraposição ao individualismo tão característico da
Idade Média.

C) a liderança dos movimentos camponeses defendeu a exploração dos trabalhadores, na


Alemanha, apoiada por Lutero, e, juntos, receberam proteção dos nobres locais contra a
perseguição feita pela Igreja Católica.

D) as revoltas camponesas irromperam exigindo reformas sociais e religiosas que prejudicariam


parte da nobreza apoiada por Lutero, o qual se colocou abertamente contra os movimentos.

E) as experiências dos camponeses contra os nobres, apoiados por Lutero, restringiram-se aos
aspectos religiosos, isto é, de domínio da Igreja Católica, pois a cooperação entre os
trabalhadores e os proprietários marcava a sociedade alemã.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A está incorreta, pois a revolta dos camponeses alemães foi liderada não por
Lutero, mas por Thomas Müntzer, um pastor da Saxônia. A revolta camponesa alastrou-se
pelos campos e cidades da Alemanha.

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Os revoltosos baseavam-se na Bíblia para afirmar que os camponeses nasceram livres e


reivindicavam a livre escolha dos líderes espirituais, a abolição da servidão, a diminuição dos
impostos sobre a terra e a liberdade para caçar nas florestas pertencentes à nobreza. Lutero
condenou o movimento dos camponeses, apoiando os príncipes e nobres.

A alternativa B também está incorreta. Apesar de Thomas Müntzer ter tido contato com os
ensinamentos de Lutero em 1514 e como pregador na paróquia de Zwickau, no leste do país,
ter divulgado as teorias da Reforma, ao contrário de Lutero, ele acreditava que as pessoas
simples entendiam muito melhor sua pregação que os nobres e ricos. Sua conclusão de que
a Igreja sempre estava ao lado dos ricos e poderosos levou ao conflito com Lutero e seus
seguidores, sendo afastado da paróquia em 1521.

A alternativa C também está incorreta, pois o líder Thomas Müntzer os camponeses alemães
se revoltaram contra os senhores feudais, para os quais eram obrigados a trabalhar. A crise
do sistema feudal havia modificado a situação da população rural.

A alternativa D está correta. A Revolta dos Camponeses alemães foi uma revolta popular
generalizada nos países da língua alemã na Europa Central, entre 1524-1525. A revolta
incorporou alguns princípios e retórica na emergente Reforma Protestante, através do qual
os camponeses buscavam a liberdade e influência. Contudo, Lutero foi frente de combate às
ideias e ao carisma de Thomas Müntzer. A Revolta dos Camponeses falhou por causa da
intensa oposição da aristocracia, que abateu até 100 mil dos 300 mil camponeses e
agricultores mal armados e mal conduzidos. Os sobreviventes foram multados e obtiveram
poucos ou nenhum de seus objetivos.

A alternativa E é falsa, pois a Revolta dos Camponeses não se restringiu apenas aos aspectos
religiosos (que tampouco diziam respeito à Igreja Católica nesta época, mas à Igreja
Luterana).

(DW, 2012).

108. Em 1939, atendendo ao apelo do Papa Pio XII, o Conselho de Imigração e Colonização do
Ministério das Relações Exteriores do Brasil resolveu autorizar a entrada de 3 000 imigrantes de
origem “semita”. Condição sine qua non para obter “o visto da salvação”: a conversão ao
catolicismo. Pressionados pelos acontecimentos que marcavam a história do III Reich, os judeus,
mais uma vez, foram obrigados a abandonar seus valores culturais em troca do título de cristão.

[Maria Luiza Tucci Carneiro, O antissemitismo na Era Vargas (1930-1945)]

A situação apresentada tem semelhança com o processo histórico da

A) permissão apenas do culto católico no Brasil, conforme preceito presente na primeira


Constituição, de 1891.

B) repressão ao arraial de Canudos, no sertão baiano, pois recaiu sobre os sertanejos a acusação
de ateísmo.

C) obrigatoriedade, conforme costume colonial, dos negros alforriados de conversão ao


catolicismo para a obtenção da efetiva liberdade.

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D) conversão obrigatória dos judeus na Espanha e em Portugal, a partir do final do século XV, o
que gerou a denominação cristão-novo.

E) separação entre Estado e Igreja no Brasil, determinada pelo Governo Provisório da República,
comandada por Deodoro da Fonseca.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é falsa, pois foi na primeira Constituição do Império Brasileiro, datada de


1824, que a Religião Católica Apostólica Romana foi oficializada no Brasil independente,
sendo as outras religiões proibidas de fazerem cultos exteriores, mas apenas cultos
domésticos.

A alternativa B também é falsa, pois o arraial de Canudos tinha como religião “oficial” o
catolicismo, sob orientação do líder Antônio Conselheiro.

A alternativa C também é falsa, uma vez que a conversão dos negros era obrigatória antes
mesmo de uma possível alforria, de tal modo que seus cultos de religiões de matrizes
africanas eram realizados às escondidas ou sob a apropriação de símbolos católicos que se
relacionassem às suas crenças.

A alternativa D está correta, uma vez que uma das condições de apoio da Igreja Católica aos
reinóis de Espanha e Portugal era a expulsão dos judeus de seus reinos ou a conversão
forçada ao catolicismo, se quisessem permanecer no território. Em Portugal, o édito de 5 de
dezembro de 1496 marca o surgimento dos cristãos-novos, que eram os judeus forçados à
conversão, inclusive devendo trocar os nomes e sobrenomes de batismo.

A alternativa E também é falsa, pois ao ser considerado o Brasil como Estado laico, em 1890,
não forçou nenhuma crença religiosa à conversão, mas o contrário, pelo menos em tese,
respeitando as diferentes manifestações.

(BRASIL, 1824; PINHEIRO, 2015).

109. A ligação entre os reformadores com o poder político pode ser verificada por meio:

A) da defesa que o duque Frederico da Saxônia fez de Martinho Lutero e da adesão dos príncipes
alemães às teses luteranas.

B) da ação de Henrique VIII que, pautado pela doutrina da predestinação divina, funda a igreja
nacional na Inglaterra, mas ainda ligada a Roma.

C) do decisivo apoio político de Martinho Lutero e dos seus seguidores à revolta dos camponeses
alemães, em 1524.

D) da efetivação da aliança, a partir de 1533, entre João Calvino e a monarquia francesa, ambos
interessados em reforçar o poder da Igreja católica.

E) da interferência da nobreza alemã para que os luteranos e calvinistas se mantivessem fiéis ao


papa.

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Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa. Frederico III, também conhecido como Frederico, o Sábio,
(1463 - 1525) foi um membro do Sacro Império Romano-Germánico, Príncipe-eleitor da
Saxónia entre 1486 e 1525. Ele protegeu Lutero do imperador e do papa ao ordenar que o
abrigassem no castelo de Wartburg após a Assembleia de Worms. Frederico, contudo, teve
pouco contato pessoal com Lutero, tendo permanecido católico romano. Lutero também era
protegido pela nobreza da Alemanha, a qual apoiou durante a Revolta dos Camponeses.

A alternativa B é falsa. A ação de Henrique VIII não era pautada pela doutrina da
predestinação divina e nem estava ligada a Roma, uma vez que a fundação da Igreja
Anglicana declarava justamente o rompimento com o papa.

A alternativa C também é falsa, pois Martinho Lutero não apoiou a Revolta dos Camponeses
Alemães, apesar deles terem sido inspirados pelos preceitos difundidos por ele. Lutero, de
seu lado, apoiou a nobreza da Alemanha, numa espécie de retribuição de favores.

A alternativa D também é falsa, uma vez que João Calvino não tinha interesse algum em
reforçar o poder da Igreja Católica, de tal modo que fazia várias críticas ao papa e ao clero
no geral.

A alternativa E também é falsa, pois luteranos e calvinistas romperam com o papa e a Igreja
Católica.

(ARAÚJO, 2018).

110. Foram elementos da Reforma Católica no século XVI:

A) A tradução da Bíblia para as diversas línguas nacionais, a defesa do princípio da infalibilidade


da Igreja e a proibição do casamento dos clérigos.

B) A afirmação da doutrina da predestinação, a condenação das indulgências como instrumento


para a salvação e a manutenção do celibato dos clérigos.

C) A manutenção do latim como língua litúrgica, a reafirmação do livre-arbítrio e a eliminação


do batismo como um dos sacramentos.

D) A tradução da Bíblia para as diversas línguas nacionais, a abolição da confissão e a crítica ao


culto das imagens.

E) A manutenção do latim como língua litúrgica, o estabelecimento do Tribunal do Santo Ofício


e a criação da Companhia de Jesus.

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Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A é falsa, pois a tradução da Bíblia para as diversas línguas nacionais, chamadas
vulgatas, foi uma das bandeiras levantadas pela Reforma Protestante, contra a hegemonia
Católica que proibia a tradução da Bíblia em outra língua senão o latim.

A alternativa B está incorreta, pois a afirmação da doutrina da predestinação e a condenação


das indulgências como instrumento para a salvação não eram defendidos pela
Contrarreforma Católica, mas sim pela Reforma Protestante.

A alternativa C também está incorreta, uma vez que a eliminação do batismo como um dos
sacramentos não era defendido pela Contrarreforma, de tal modo que esse é o primeiro
sacramento da Igreja Católica.

A alternativa D também está incorreta, pois a tradução da Bíblia para as diversas línguas
nacionais, a abolição da confissão e a crítica ao culto das imagens foram reivindicações da
Reforma Protestante e não da Contrarreforma.

A alternativa E é a resposta certa. De fato, a Contrarreforma, que tem como marco inicial o
Concílio de Trento convocado em 1545, reforçava as tradições e doutrinas da Igreja Católica,
como a manutenção do latim como língua litúrgica e franca, o estabelecimento do Tribunal
do Santo Ofício e a criação da Companhia de Jesus.

111. "(...) João Calvino (...) dinamizou o movimento reformista através de novos princípios,
completando e ampliando a doutrina luterana.

(AQUINO, Rubim Leão (et al.). "História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades
contemporâneas")

Entre as mudanças propostas por Calvino à doutrina luterana, NÃO estão a:

A) a separação da Igreja do Estado e a livre interpretação da Bíblia;

B) aceitação do livre-arbítrio e o reforço da autoridade papal;

C) negação da autoridade do Papa e o repúdio ao livre-arbítrio;

D) justificativa para as atividades econômicas, anteriormente condenadas pela Igreja, e a livre


interpretação da Bíblia;

E) separação da Igreja do Estado e a aceitação do livre-arbítrio.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A não é a resposta certa, pois de fato nas propostas calvinistas, diferentemente
nos luteranos e anglicanos, a separação da Igreja e do Estado é defendida. Além disso, a livre
interpretação da Bíblia também é pregada pelos calvinistas.

A alternativa B é a resposta certa, uma vez que a autoridade papal é contestada e não
reafirmada.

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Além disso, o livre-arbítrio era negado, em razão da doutrina da predestinação. Nas palavras
de Calvino, “quando se atribui ao homem o livre-arbítrio, quantos não haverá que
incontinenti se julgarão mestres e senhores do seu juízo e da sua vontade, e capazes de fazer
girar a virtude de um e de outro lado?” Portanto o que se afirma não condiz com as propostas
de Calvino.

A alternativa C também não é a resposta certa, pois Calvino, assim como Lutero, negava a
autoridade do Papa e o livre arbítrio.

A alternativa D também não é a resposta certa, de tal modo que o calvinismo realmente
justificava as atividades econômicas através da graça de Deus, exaltando o trabalho e os
frutos vindos dele.

Além disso, a livre interpretação da Bíblia realmente era defendida.

A alternativa E também não é a resposta certa. Essa alternativa traz uma proposição que
condiz com a doutrina calvinista (separação da Igreja do Estado), fazendo a alternativa ser
falsa; e outra que não condiz com a doutrina calvinista (a aceitação do livre-arbítrio), fazendo
da alternativa a resposta certa. Mas, pela lógica, se uma das proposições é falsa, logo a
conclusão também é falsa. Portanto, essa alternativa também não é a resposta certa.

(CASTRO, 2011).

112. "Votos da Companhia de Jesus.

Que os membros consagrarão suas vidas ao constante serviço de Cristo e do Papa, lutarão sob
a bandeira da cruz e servirão ao Senhor e ao Pontífice romano como vigário de Deus na Terra,
de tal forma que executarão imediatamente e sem vacilação ou escusa tudo que o Pontífice
reinante ou seus sucessores puderem ordenar-lhes para proveito das almas ou para a
propagação da fé, e assim agirão em toda a província aonde forem enviados, entre os turcos ou
quaisquer outros infiéis, na Índia distante, assim como na região dos hereges cismáticos ou
indivíduo de qualquer tipo."

O texto acima está diretamente vinculado à(s):

A) Querela das Investiduras, disputa entre a Igreja e os Imperadores Alemães (XI);

B) radicalização da Igreja frente à ameaça do Cisma do Oriente e à criação da Ordem Jesuítica.

C) decisões do Papa Inocêncio III (XIII) em constituir os Tribunais de Inquisição;

D) Cruzadas e a imposição da fé cristã aos infiéis (XI - XIII);

E) decisões do Concílio de Trento após as Reformas Protestantes (XVI).

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Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A, C e D são falsas, uma vez que a Ordem dos Jesuítas ou Companhia de é datada
do séc. XVI.

A alternativa B está incorreta, pois a Ordem dos Jesuítas esteve ligada ao movimento da
Contrarreforma, que foi uma resposta às Reformas Protestantes.

A alternativa E é a resposta certa. O Concílio de Trento, entre 1545 a 1563, é o marco da


chama Contrarreforma, investida da Igreja Católica em resposta às Reformas Protestantes. A
fundação da Companhia de Jesus em 1534, reconhecida pelo Papa em 1540, esteve
diretamente ligada à

Contrarreforma. Os primeiros jesuítas participaram ativamente da Contrarreforma Católica


e do esforço de renovação teológica da Igreja Católica. No Concílio de Trento, destacaram-se
dois companheiros do fundador da companhia, Santo Inácio (Laínez e Salmerón). Desejando
levar a fé a todos os campos do saber, os jesuítas dedicaram-se às mais diversas ciências e
artes: Matemática, Física, Astronomia. Entre os nomes de crateras da Lua há mais de 30
nomes de jesuítas. No campo do Direito, Suarez e seus discípulos desenvolveram a doutrina
da origem popular do poder. Na Arquitetura, destacaram-se muitos irmãos jesuítas,
combinando o estilo barroco da época com um estilo mais funcional. Os jesuítas exerceram
papel importante na colonização ultramarina dos Estados europeus e na catequese religiosa.

113. As reformas protestantes do princípio do século XVI, entre outros fatores, reagiam contra:

A) a venda de indulgências e a autoridade do Papa, líder supremo da Igreja Católica.

B) a valorização, pela Igreja Católica, das atividades mercantis, do lucro e da ascensão da


burguesia.

C) o pensamento humanista e permitiram uma ampla revisão administrativa e doutrinária da


Igreja Católica.

D) as missões evangelizadoras, desenvolvidas pela Igreja Católica na América e na Ásia.

E) o princípio do livre-arbítrio, defendido pelo Santo Ofício, órgão diretor da Igreja Católica

Comentários: Gabarito letra A

Dentre os questionamentos promovidos pelos protestantes religiosos estavam: (1) a


corrupção da Igreja (venda de indulgências e simonia), (2) a intromissão da Igreja em
assuntos políticos e (3) o excesso de poder do Papa.

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114. Podemos afirmar que as obras A divina comédia, escrita por Dante Alighieri no início do
século XIV, e Dom Quixote, escrita por Miguel de Cervantes no início do século XVII,

A) parodiaram as novelas de cavalaria e defenderam a hegemonia da Igreja Católica e da


aristocracia, respectivamente.

B) derivaram de registros orais e foram apenas organizadas e sistematizadas na escrita de seus


autores.

C) contribuíram para a unificação e o estabelecimento da forma moderna dos idiomas italiano e


espanhol.

D) assumiram forte conotação anticlerical e intensificaram as críticas renascentistas à conduta


e ao poder da Igreja Católica.

E) retrataram o imaginário da burguesia comercial ascendente na Itália e na Espanha do final da


Idade Média.

Comentários: Gabarito letra C

Os dois autores são considerados como marcos do movimento renascentista, ao longo da


Idade Moderna. Nesse período, as características nacionalistas se desenvolveram ou se
aprofundaram.

Apesar da região italiana não ter se unificado politicamente, o renascimento resgatou a


cultura antiga romana, dando maior unidade cultural à península. No caso espanhol, a
formação da nação ocorreu no final século XV, porém, a unificação política não eliminou as
divisões internas nem as influências de origem árabe. Nesse sentido, pode-se entender a
importância de um grande autor que seja considerado como “espanhol” e, ao ser difundido
em todo o país, gerar forte influência linguística para maior padronização.

115. Os centros artísticos, na verdade, poderiam ser definidos como lugares caracterizados pela
presença de um número razoável de artistas e de grupos significativos de consumidores, que
por motivações variadas — glorificação familiar ou individual, desejo de hegemonia ou ânsia de
salvação eterna — estão dispostos a investir em obras de arte uma parte das suas riquezas.

Este último ponto implica, evidentemente, que o centro seja um lugar ao qual afluem
quantidades consideráveis de recursos eventualmente destinados à produção artística. Além
disso, poderá ser dotado de instituições de tutela, formação e promoção de artistas, bem como
de distribuição das obras. Por fim, terá um público muito mais vasto que o dos consumidores
propriamente ditos: um público não homogêneo, certamente (...).

(Carlo Ginzburg. A micro-história e outros ensaios, 1991.)

Os “centros artísticos” descritos no texto podem ser identificados:

A) nos mosteiros medievais, onde se valorizava especialmente a arte sacra.

B) nas cidades modernas, onde floresceu o Renascimento cultural.

C) nos centros urbanos romanos, onde predominava a escultura gótica.

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D) nas cidades-estados gregas, onde o estilo dórico era hegemônico.

E) nos castelos senhoriais, onde prevalecia a arquitetura românica.

Comentários: Gabarito letra B

O texto se refere às cidades europeias da época moderna e a prática do mecenato,


principalmente nos séculos XV e XVI, quando do desenvolvimento do renascimento cultural.
A prática do mecenato, de origem romana, deu-se por diversas razões, materiais ou
religiosas, e significou principalmente o apoio financeiro aos artistas ou a centros de
desenvolvimento cultural, sendo um dos mais famosos a Academia de Florença, mantida pela
Família Médici.

116. O fim último causa final e desígnio dos homens (...), ao introduzir aquela restrição sobre si
mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com
uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é
a consequência necessária (...) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder
visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de
seus pactos (...).

(Thomas Hobbes. Leviatã, 1651. In: Os pensadores, 1983.)

De acordo com o texto,

A) os homens são bons por natureza, mas a sociedade instiga a disputa e a competição entre
eles.

B) as sociedades dependem de pactos internos de funcionamento que diferenciem os homens


bons dos maus.

C) os castigos permitem que as pessoas aprendam valores religiosos, necessários para sua
convivência.

D) as guerras são consequências dos interesses dos Estados, preocupados em expandir seus
domínios territoriais.

E) os Estados controlam os homens, permitindo sua sobrevivência e o convívio social entre eles.

Comentários: Gabarito letra E

Como um dos maiores expoentes da filosofia moderna e defensor do Absolutismo como uma
condição necessária à coexistência pacifica entre os homens, Hobbes considerava que o ser
humano tendia ao conflito e à destruição coletiva (“estado de natureza”) se não fosse
colocado sob a tutela de uma autoridade superior capaz de deter o caos através da força e
coerção. Desse modo, acreditava que os próprios homens estabeleceram a sociedade civil e
o Estado como um esforço no sentido de preservar a sua própria existência. A superação do
“estado de natureza” só foi possível graças ao “contrato social” estabelecido entre os
homens e mantido pelo Estado.

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117. Quando sucumbe o monarca, a majestade real não morre só, mas, como um vórtice, arrasta
consigo tudo quanto o rodeia (...) Basta que o rei suspire para que todo o reino gema.

(Hamlet, 1603.)

Essas palavras, pronunciadas por Rosencrantz, personagem de um drama teatral de William


Shakespeare, aludem:

A) ao absolutismo monárquico, regime político predominante nos países europeus da Idade


Moderna.

B) à monarquia parlamentarista, na qual os poderes políticos derivam do consentimento


popular.

C) ao poder mais simbólico do que verdadeiro do rei, expresso pela máxima “o rei reina, mas
não governa”.

D) à oposição dos Estados europeus à ascensão da burguesia e à emergência das revoluções


democráticas.

E) à decapitação do monarca inglês pelo Parlamento durante as Revoluções Puritana e Gloriosa.

Comentários: Gabarito letra A

O Absolutismo Monárquico foi um regime político que predominou na Europa Ocidental no


período da Idade Moderna. Nele, todo o poder concentrava-se nas mãos dos monarcas que,
como o texto deixa claro, eram os centros de seus reinos (“basta que o rei suspire para que
todo o reino gema”).

118. (...) O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são
deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de
mais alto; deve-se acreditar que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o
murmúrio é uma disposição para a sedição.

(Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704), Política tirada da Sagrada Escritura. apud Gustavo de


Freitas, 900 textos e documentos de História)

Com base no texto, assinale a alternativa correta.

A) O autor critica o absolutismo do rei e enfatiza o limite da sua autoridade em relação aos
homens.

B) Para Bossuet, o poder real tem legitimidade divina e não admite nenhum tipo de oposição
dos homens.

C) Bossuet defende a autoridade do rei, mas alerta para as limitações impostas pelas obrigações
para com Deus.

D) Os princípios de Bossuet defendem a soberania dos homens diante da autoridade divina dos
reis.

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E) O autor reconhece o direito humano de revolta contra o soberano que não se mostre digno
de sua função.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. Inspirado na Bíblia, Jacques Bossuet escreveu sua
obra máxima chamada Política Tirada da Sagrada Escritura, defendendo o poder divino dos
reis absolutistas. Segundo ele, o rei é um intermediário entre Deus e os homens e que cabem
aos homens obedecerem a Deus e aos reis. As demais alternativas estão incorretas. O autor
não critica o absolutismo, “pois o trono real é o trono do próprio Deus”. Não defende
limitações do poder real e muito menos a soberania dos homens diante da autoridade dos
reis. Não cabe ao homem o direito de se rebelar contra o rei, pois seria se revoltar contra o
próprio Deus.

EXPANSÃO MARITIMA-COMERCIAL EUROPEIA

119. Entre os motivos que contribuíram para o pioneirismo português no fenômeno histórico
conhecido como “expansão ultramarina”, é correto afirmar que foi (foram) decisivo (a) (s):

A) o comércio de ouro e escravos na costa da África.

B) a precoce centralização política de Portugal e a ausência de guerras.

C) a luta contra os mouros no Marrocos.

D) a aliança política com o reino da Espanha.

E) as reformas pombalinas.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A é incorreta, pois a exploração de ouro e escravos da costa africana só


aconteceu mais tarde, em relação as primeiras explorações marítimas. A primeira conquista
dos portugueses no continente africano foi a marroquina de Ceuta, em 1415. A seguir,
navegadores portugueses atingiram a Ilha da Madeira em 1419 e, entre 1427 e 1431, o
Arquipélago dos Açores. Em 1434 ultrapassaram a barreira do Cabo Bojador, que segundo a
tradição grega era o limite seguro sem o perigo dos monstros marinhos. Em 1444, já
utilizando as caravelas, os portugueses atingiram a Arquipélago de Cabo Verde e
continuaram a explorar a consta africana.

A alternativa B está correta. O pioneirismo português na aventura marítima pode ser


explicado pelos seguintes fatores: consolidação precoce do regime monárquico; relativa
escassez de recursos naturais; existência de um grupo mercantil forte e enriquecido;
liderança em tecnologia náutica; e o espírito de aventura. Portugal foi o primeiro Estado
nacional a se consolidar na Europa, especialmente por causa das forças arregimentadas nas
Guerras de Reconquista, quando ocorreram a expulsão dos mouros da Península Ibérica.

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Tal centralização do poder português favoreceu enormemente aos investimentos nas


grandes navegações, visando interesses mercantilistas e a expansão do império.

A alternativa C também é incorreta, de tal modo que a luta contra os mouros ocorreu na
própria Península Ibérica e não no Marrocos.

A alternativa D também é incorreta, uma vez que desde 1383, quando ocorreu a Revolução
de Avis, por causa da vacuidade do trono português e a tentativa frustrada dos espanhóis em
tomar a coroa portuguesa, que Portugal e Espanha romperam as suas relações. Os burgueses
lusitanos venceram os espanhóis na batalha de Aljubarrota e conduziram Dom João I, mestre
de Avis, ao trono português.

A alternativa E é falsa, pois as reformas pombalinas ocorreram na segunda metade do século


XVIII, isto é, três séculos depois das primeiras expedições marítimas.

120. As especiarias do Oriente, de reduzido volume e alto valor comercial, eram muito
apreciadas na culinária europeia, onde seu consumo dava prestígio a quem as possuía.
Entretanto, o acesso a elas era extremamente irregular e monopolizado. Analisando o
processo de Expansão Marítima europeia dos séculos XV e XVI, podemos destacar
CORRETAMENTE:

A) O expansionismo português é resultado direto da conquista de Ceuta, onde uma pequena


esquadra portuguesa conquistou a cidade e dela conseguiu adquirir importantes tecnologias
de navegação como a caravela, a bússola e o canhão de bordo.

B) O desafio a ser enfrentado pelos europeus era quebrar o monopólio árabe-italiano, ao


tomar o controle do Mediterrâneo e as rotas terrestres que levavam às Índias e assim acabar
com intermediários comerciais.

C) As Grandes Navegações foram frutos das nascentes monarquias nacionais, capazes de


planejar e financiar empreitada tão cara e arriscada, estimulada pela nobreza, pela Igreja e
pela burguesia.

D) Entrave às Grandes Navegações foi a oposição da nobreza, que estava pouco disposta a
empregar seus recursos e conhecimentos técnicos em novas empreitadas, satisfeita com suas
rendas, herdadas dos antigos feudos.

E) Portugal foi um país que despontou por seu pioneirismo nas Grandes Navegações, resultado
de uma fragmentação política muito forte que colocava em disputa diversos grupos no interior
do país.

Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A está incorreta, ao passo que o pioneirismo português nas grandes navegações
foi motivado, primeiro, porque Portugal possuía uma monarquia centralizada, antes de
qualquer nação europeia, tendo um rei com controle sobre todo o território nacional;

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segundo, porque Portugal havia tempos que praticava a pesca e o comércio de sardinha,
bacalhau e atum, o que estimulou o surgimento de uma burguesia próspera nas cidades
litorâneas; e, terceiro, por causa do desenvolvimento de técnicas e de conhecimentos
necessários à navegação como o aperfeiçoamento de mapas, da bússola e a invenção da
caravela.

A alternativa B também está incorreta, pois as viagens e explorações marítimas tornaram-se


mais intensas após a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, porque a passagem
terrestre da Europa para o Oriente foi bloqueada, o que agravou a urgência de se achar um
novo caminho para as Índias, e o caminho era o mar.

A alternativa C está correta. O surgimento dos estados nacionais fortaleceu o


desenvolvimento das atividades mercantis e a cobrança sistemática de impostos. Tal
associação promoveu o pioneirismo ibérico, especialmente os portugueses, na expansão
marítima que se deflagrou ao longo do século XV.

A alternativa D é falsa, uma vez que a ordem feudal estava em decadência e as práticas
mercantilistas, em certa medida, já começavam a se instalar. A nobreza e a burguesia foram
os principais incentivadores das grandes navegações, buscando aumentar a lucratividade
comercial e o acumulo de metais preciosos, bem como a busca pelos produtos orientais.

A alternativa E também está incorreta, pois o pioneirismo português nas grandes navegações
ocorreu especialmente por causa do impulso da coroa de Portugal, que era centralizada e
controlava o território nacional. O apoio da nobreza e da burguesia comercial também foi
fundamental, mas sem o apoio monárquico, esses empreendimentos não teriam sido
possíveis. D. João I, conduzido ao trono com a Revolução de Avis, em 1383, estimulou a
criação de um centro de estudos náuticos conhecido como Escola de Sagres; ali se reuniam
cartógrafos, geógrafos, astrônomos, matemáticos, construtores e tradutores empenhados
em melhorar a navegabilidade e a segurança em alto-mar.

121. Com as Grandes Navegações os europeus conquistaram inúmeros territórios ao redor do


mundo, ampliaram suas atividades econômicas e estabeleceram contato com diferentes
culturas. Nesse processo de expansão, o contato dos europeus com os povos distantes
caracterizou-se pelo

A) intercâmbio esporádico, dificultado pelas diferenças linguísticas e hábitos culturais


divergentes.

B) extenso domínio territorial, sobretudo na África e Ásia, onde existiam povos desenvolvidos e
com enormes riquezas industriais.

C) convívio pacífico, incentivado pelos ideais religiosos cristãos, que fundamentavam a


evangelização e a prática da tolerância.

D) estranhamento, com o outro sendo visto, com frequência, por meio das crendices e lendas
que marcavam o imaginário europeu.

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Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é falsa, pois os europeus, movidos pelo espírito humanista e o


antropocentrismo, acreditavam na sua superioridade em relação aos outros povos, de tal
modo que as diferenças culturais e linguísticas não se tornaram obstáculos imediatos, uma
vez que a concepção deles era a de que os outros povos é que tinham que se adaptar a eles
e não o contrário.

A alternativa B está incorreta, uma vez que além das conquistas na África e na Ásia, os
europeus conquistaram territórios, sobretudo na América, onde concentraram a maior parte
das suas forças exploratórias. Outro fator é que não se tratava de povos com
desenvolvimentos industriais, aos moldes europeus, mas culturas diversificadas e com
sistemas organizacionais particulares.

A alternativa C também está incorreta, pois o convívio na maioria dos casos não foi pacífico.
Por mais que as ordens religiosas, como os jesuítas, que pregavam que os europeus deveriam
ter um tratamento mais próximo com os nativos sem o uso da violência, isso raramente
aconteceu. A verdade é que comunidades inteiras foram dizimadas ou escravizadas, tanto
por parte dos portugueses, quanto por parte dos espanhóis.

A alternativa D é a resposta certa. Na carta do escrivão português Pero Vaz de Caminha, que
estava a bordo das caravelas que chegaram no Brasil em 1500, por exemplo, foi registrado o
estranhamento dos europeus em relação os nativos das américas. Ele disse que era preciso
salvar aquela gente, tornando-a cristã. Essa mentalidade retrata o choque cultural no
encontro dos povos dos dois continentes, ressaltando ainda a sobreposição do europeu em
relação ao indígena, que o desqualificava por suas crenças, julgando que a salvação daquele
povo estava nas mãos dos brancos europeus.

122. A respeito da via portuguesa para as Índias Orientais, leia o fragmento abaixo.

“Em 1487, _____ descobre o cabo "das Tormentas", depois renomeado de Cabo da Boa
Esperança, e alcança o Oceano Índico. A partir de então, a via para o Oceano Índico e para os
tráficos das especiarias está aberta. Quando Colombo ofereceu o seu projeto de alcançar as
Índias navegando em direção ao Ocidente, Portugal recusou, pois já tinha outras perspectivas,
que se realizaram em maio de 1498: _____, que havia partido de Lisboa com três navios um ano
antes, aportava em Calicute.”

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima.

A) Gil Eanes – Gonçalo Coelho.

B) Diogo Cão – Duarte Pacheco Pereira.

C) Fernão de Magalhães – Américo Vespúcio.

D) Colombo – Pedro Álvares de Cabral.

E) Bartolomeu Dias – Vasco da Gama.

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Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A é falsa, pois Gil Eanes foi o navegador que ultrapassou o Cabo do Bojador e
Gonçalo Coelho foi um navegador português, que comandou as duas primeiras expedições
exploratórias das terras descobertas por Cabral, em 1501-02 e 1503-04, as duas
acompanhado de Américo Vespúcio.

A alternativa B também é falsa, pois Diogo Cão foi o navegador que em 1482 chegou à foz do
Rio Congo e nos três anos seguintes conduziu seus navios mais para o sul. E Duarte Pacheco
Pereira foi um navegador, militar e cosmógrafo português, que é visto por alguns estudiosos
como o descobridor do Brasil, por ter comandado uma expedição secreta que possivelmente
atingiu a costa brasileira em 1498.

A alternativa C também é falsa, pois Fernão de Magalhães português financiado pela


Espanha, que partiu com cinco navios dirigindo-se ao Atlântico sul, passou pelo extremo
meridional do continente, utilizando a passagem hoje conhecida como Estreito de
Magalhães, cruzou o Oceano Pacífico e em 1521 chegou às Filipinas, onde foi morto num
conflito com os nativos. Sua expedição, todavia, completou a circo-navegação do planeta
Terra, retornando à Espanha. E Américo Vespúcio foi um mercador, navegador, geógrafo,
cosmógrafo italiano e explorador de oceanos ao serviço do Reino de Portugal e de Espanha
que viajou pelo então Novo Mundo, escrevendo sobre estas terras a ocidente da Europa.

A alternativa D também é falsa, pois Cristóvão Colombo foi um navegador italiano que foi
financiado pela Espanha para descobrir uma rota para as Índias passando pelo oeste,
acabando por chegar na América, em 1492. E Pedro Álvares Cabral foi o conquistador
português que, a caminho das Índias, aportou na América em 1500, onde chamou de Ilha de
Vera Cruz (primeiro nome dado ao Brasil).

A alternativa E é a resposta certa. Bartolomeu Dias, entre 1487 e 1488, consegui chegar ao
extremo meridional do continente africano, que passou a ser chamado de Cabo da Boa
Esperança.

Em 1497, Vasco da Gama, nomeado pelo Rei D. Manuel I, partiu de Lisboa à frente de uma
expedição que descobriu o caminho marítimo para as Índias. Contornando a costa oriental
da África, a frota portuguesa passou por Moçambique e em 1498, finalmente chegou a
Calicute, na costa sudoeste da Índia. Em 1524, Vasco da Gama refez seu trajeto, implantando
as bases para o domínio português no Oceano Índico.

(MOTA; BRAICK, 2005; BOULOS JÚNIOR, 2009).

123. “O termo ‘donatário’ era utilizado para designar os particulares que recebiam uma doação
régia da coroa. O sistema das donatarias foi utilizado a partir do século XV com a expansão
ultramarina portuguesa, como forma de evitar despesas na administração das conquistas para
o tesouro régio. As conquistas ultramarinas, notadamente os arquipélagos atlânticos, Angola e
Brasil, foram concedidos a particulares portugueses, em forma de donatarias, durante os séculos
XV e XVI, com o intuito de assegurar as regiões conquistadas e promover o desenvolvimento das
capitanias e a expansão da fé católica."

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(Disponível em: https://edittip.net/2014/02/04/donatarios/.)

Dentre os direitos dos donatários podemos destacar:

A) Garantir, através de impostos e fiscalização, o cartel pessoal no comércio e na exploração de


pau-brasil.

B) Monopolizar a negociação do açúcar, principalmente na faixa litorânea, com os flamengos


(holandeses).

C) Exercer o poder político-administrativo em sua capitania e escravizar índios para serem


usados como mão de obra.

D) Administrar os aldeamentos (tribos indígenas que apoiavam a colonização sob o controle dos
jesuítas), impedindo a escravização indígena.

Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A está incorreta, pois os capitães-donatários ficavam apenas com a vintena (a


vigésima parte) do valor da exploração do pau-brasil.

A alternativa B também está incorreta, apesar de que cabia aos capitães-donatários a


implantação e o domínio dos engenhos de açúcar, a Companhia Holandesa das Índias
Orientais foi fundada apenas em 1602, isto é, mais de cinquenta anos depois da implantação
do governo-geral.

A alternativa C está certa. Em 1534, para promover o povoamento efetivo e o


desenvolvimento da América portuguesa, o Rei D. João III instituiu as capitanias hereditárias.
Esse sistema implicou na divisão do território, por linhas paralelas ao Equador, em lotes,
entregues aos chamados capitães-donatários: era um grupo heterogêneo, composto de
gente da pequena nobreza, burocratas e comerciantes ligados à Coroa. Os direitos e deveres
dos capitães-donatários constavam de um documento denominado Foral. No tocante à
administração, gozavam do direito de fundar vilas e doar sesmarias (lotes de terra não
cultivados), além de exercerem o monopólio da justiça e o comando militar. Também
podiam, anualmente, escravizar e mandar vender em Portugal 24 “peças”, ou seja, índios
capturados.

A alternativa D também está incorreta, pois os capitães-donatários tinham o direito régio de


escravizar os índios.

(MOTA; BRAICK, 2005).

124. A expansão marítima e comercial dos séculos XV e XVI acarretou importantes


transformações nas sociedades europeias, americanas, asiáticas e africanas.

Dentre elas, merece destaque:

A) a decadência dos empresários especializados na compra e venda de produtos africanos.

B) o aumento da força política dos camponeses europeus, em luta com seus senhores.

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C) a expansão das práticas escravistas nas terras incorporadas aos impérios europeus.

D) a disputa pelo controle das novas áreas, que opôs grupos católicos e organizações judaicas.

E) a mudança do poder político na América, que se concentrou em oligarquias mercantis.

Comentários: Gabarito letra C

As Grandes Navegações Europeias, iniciadas a partir do século XIV, cujo maior período de
expansão se deu a partir do século XV, representa o avanço de grandes potências europeias
(como Portugal e Espanha, principalmente) rumo à Ásia, África e América.

Tais navegações são resultado da ampliação do comércio e da busca por novos produtos,
visto que as especiarias já não rendiam tanto quanto o que era obtido inicialmente e
procurava-se diversificar os produtos, em decorrência da concorrência na região do
Mediterrâneo.

Diante disso, é possível identificar um aspecto similar da colonização das terras recém
descobertas pelos europeus: a adoção de práticas escravistas nas terras, como forma de se
ter mão de obra gratuita e, assim, obter mais lucro sobre o que era explorado.

No Brasil, por exemplo, a escravidão foi utilizada desde a chegada dos portugueses, a partir
de 1500, quando estes subjugaram os indígenas e os fizeram trabalhar, inicialmente, em
troca de objetos de pouco valor (prática conhecida como escambo) e, posteriormente,
quando os negros vindos da África foram escravizados, até 1888.

Tais aspectos foram muito comuns nas colônias europeias, sendo que isto mostra um caráter
semelhante entre si.

125. No século XV, Portugal inicia um processo de expansão ultramarina, em que uma das
finalidades era de caráter mercantil. Esta situação criou, imediatamente, uma ameaça aos
interesses comerciais dos:

A) espanhóis.

B) árabes.

C) franceses.

D) venezianos.

E) holandeses.

Comentários: Gabarito letra D

Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações e os principais fatores são a paz interna (fim
da guerra de reconquista) o ENC (Estado nacional centralizado – absolutista), uma burguesia
influente nos negócios do Estado, além de uma posição geográfica favorável e um avanço
tecnológico que permitia avanços na navegação oceânica como a bússola, astrolábio e
técnicas de mapeamento.

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Até o século XV quando Portugal tornou-se uma potência mercante marítima, as principais
potências eram as cidades estado italianas de Gênova e Veneza. Elas foram as primeiras a
enriquecer no século XII com a abertura do mar Mediterrâneo e o renascimento urbano
comercial.

A expansão marítima portuguesa ameaçou o domínio de Gênova e Veneza e mudou o eixo


comercial de navegação do Mediterrâneo para o oceano Atlântico.

126. O Tratado de Tordesilhas, assinado pelos reis ibéricos com a intervenção papal, representa

A) o marco inicial da colonização portuguesa do Brasil.

B) o fim da rivalidade entre portugueses e espanhóis na América.

C) a tomada de posse do Brasil pelos portugueses.

D) a demarcação dos direitos de exploração colonial dos ibéricos.

E) o declínio do expansionismo espanhol.

Comentários: Gabarito letra D

Os países ibéricos entraram em confronto por causa das conquistas ultramarinas. Em 1494,
logo após a viagem de Colombo e antes da descoberta do Brasil, com a mediação do papa,
os reis de Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, que regulou a questão dos
limites para exploração das colônias.

Estão incorretas as alternativas:

A) O Brasil ainda não havia sido descoberto pelos portugueses, portanto, não existia um
projeto de colonização sendo realizado.

B) O referido tratado regulou as fronteiras ultramarinas globais, não apenas as americanas.


Além disso, o Brasil ainda não era colônia portuguesa e as rivalidades territoriais na América
persistiram por vários anos, pois diversos tratados do gênero foram assinados pelos países
ibéricos após o Tratado de Tordesilhas.

C) Como o Brasil ainda não havia sido descoberto, não havia do que os portugueses tomarem
posse.

E) A expansão marítima espanhola teve início com a viagem de Colombo em 1492.

127. No século XV, o lucrativo comércio das especiarias - artigos de luxo - era praticamente
monopolizado pelas cidades europeias de:

A) Paris e Flandres.

B) Londres e Hamburgo.

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C) Gênova e Veneza.

D) Constantinopla e Berlim.

E) Lisboa e Madri.

Comentários: Gabarito letra C

Trata-se das cidades italianas que monopolizavam o comércio com o Oriente através do Mar
Mediterrâneo.

Estão incorretas:

A) Cidades francesas e flamencas que não participaram do comércio marítimo no século XV;

B) Cidades inglesas e Alemãs, que não participaram do comércio marítimo no século XV;

D) Muito embora Constantinopla fizesse a ponte comercial com o Ocidente, a cidade de


Berlim não participava desse comércio;

E) As cidades ibéricas farão o comércio via oceano Atlântico a partir do século XVI.

128. Inserido em um empreendimento mercantil, financiado com o objetivo de exploração


econômica para o fortalecimento do absolutismo espanhol, o navegante genovês [Cristóvão
Colombo] encontra uma realidade na América que não permite a identificação das imaginadas
riquezas orientais, dando origem a uma dupla narrativa: a do esperado e a do experimentado,
em que o discurso é pressionado pela necessidade de obter informações e um projeto
colonizador.

(Wilton Carlos Lima da Silva. As terras inventadas, 2003. Adaptado.)

Segundo o texto, o relato de Colombo

A) revela a convicção do navegador de que as novas terras oferecem riquezas imediatas e poder
planetário aos reis da Espanha.

B) expõe o esforço do navegador de conciliar o reconhecimento da especificidade americana


com as expectativas europeias ante a viagem.

C) confirma o caráter casual da descoberta da América e o desconsolo do navegador diante das


pressões comerciais da metrópole.

D) demonstra a superioridade religiosa e tecnológica dos navegadores europeus em relação aos


nativos americanos.

E) mostra a decepção do navegador com o que encontrou na América, pois não havia riquezas
que justificassem a longa viagem.

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Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. Cristóvão Colombo, um italiano que viajou
representando a coroa espanhola, chegou à América em 1492. Na Europa estavam se
formando os Estados Nacionais através de uma aliança entre rei e burguesia. Estes Estados
necessitavam de muitos recursos para montar e equipar exército, montar e equipar a
marinha bem como manter a burocracia estatal. Assim, havia os interesses econômicos nas
grandes navegações, ou seja, necessidade de metais preciosos e outras riquezas fáceis. Havia
no imaginário europeu a existência de um reino cristão no oriente associado à riqueza e ao
paraíso. Nutrido deste imaginário, Colombo chegou à América e se deparou com outra
realidade, as peculiaridades dos nativos da América Central. As demais alternativas estão
incorretas.

129. Após a morte do rei D. Fernando I em 1383, Portugal caiu em uma crise de sucessão que só
foi resolvida com a subida ao trono de D. João I (mestre de Avis), através da chamada “Revolução
de Avis”, finalizada na batalha de Aljubarrota em 1385.

A vitória de D. João I representou a consolidação da aliança da burguesia portuguesa junto ao


poder real. Tal fato favoreceu:

A) o fim da nobreza portuguesa, que se viu expulsa de Portugal.

B) o apoio da realeza portuguesa a empreendimentos que interessavam à burguesia, como a


expansão marítima.

C) a oposição da realeza portuguesa a empreendimentos que não interessavam à burguesia,


como a expansão marítima.

D) a aliança dos reis de Portugal com os reis da Espanha e da Itália.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. A questão remete à Revolução de Avis, 1383-1385.
Portugal manteve sua autonomia política, através de uma aliança entre a burguesia e a
realeza. O rei João I de Avis assumiu o trono e o país iniciou um processo de expansão
comercial e marítima a partir de 1415 com a tomada de Ceuta no norte da África. O século
XV foi o século das Grandes Navegações, tão importante para a história mundial, pode ser
considerado o início do mundo globalizado.

130. Entre os motivos do pioneirismo português nas navegações oceânicas dos séculos XV e XVI,
podem-se citar:

A) a influência árabe na Península Ibérica e a parceria com os comerciantes genoveses e


venezianos.

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B) a centralização monárquica e o desenvolvimento de conhecimentos cartográficos e


astronômicos.

C) a superação do mito do abismo do mar e o apoio financeiro e tecnológico britânico.

D) o avanço das ideias iluministas e a defesa do livre-comércio entre as nações.

E) o fim do interesse europeu pelas especiarias e a busca de formas de conservação dos


alimentos.

Comentários: Gabarito letra B

A precoce formação monárquica (século XII) e as aptidões marítimas da dinastia dos Avis
(conhecimentos cartográficos e astronômicos) são algumas as explicações para o pioneirismo
português nas Grandes Navegações.

131. A propósito da expansão marítimo-comercial europeia dos séculos XV e XVI pode-se afirmar
que:

A) a igreja católica foi contrária à expansão e não participou da colonização das novas terras.

B) os altos custos das navegações empobreceram a burguesia mercantil dos países ibéricos.

C) a centralização política fortaleceu-se com o descobrimento das novas terras.

D) os europeus pretendiam absorver os princípios religiosos dos povos americanos.

E) os descobrimentos intensificaram o comércio de especiarias no mar Mediterrâneo.

Comentários: Gabarito letra C

Nos séculos XV e XVI, estava se consolidando o processo de centralização do poder real


iniciado com a formação das Monarquias Nacionais em fins da Idade Média. A expansão
marítima e comercial europeia ocorrida em meio a esse processo contribuiu fortemente para
o fortalecimento do poder real na medida em que a descoberta e exploração de novas terras
permitiram aos reis o melhor aparelhamento do Estado em razão da maior arrecadação
tributária, consequentemente o estabelecimento do poder absoluto.

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Povos da América pré-colombiana; Indígenas da América


portuguesa e Espanhola; Capitanias hereditárias na
América portuguesa; Dominação e exploração Colonial
portuguesa; Escravidão indígena e africana na América
portuguesa; A era das revoluções; Expansão dos Ideais
Revolucionários; Expansão Napoleônica

132. As exportações de algodão aumentaram de maneira vertiginosa de 1790 a 1860. Em


1820, os Estados Unidos já haviam se convertido no maior produtor mundial de algodão e uns
dez estados e territórios dependiam em grande medida do sistema de plantações.

(Philip Jenkis. Breve história dos Estados Unidos, 2017. Adaptado)

O aumento da produção de algodão nos Estados Unidos foi condicionado por alguns fatores,
entre os quais

A) a Revolução Industrial e o aumento da exploração da mão de obra escrava.

B) a natureza da colonização inglesa e a manutenção do pacto colonial.

C) a unificação do país pelo governo central e a abolição da escravidão.

D) a anexação de mercados no Oeste e o emprego massivo da mão de obra imigrante.

E) a consolidação do capitalismo na agricultura e a adoção da pequena propriedade.

Comentários: Gabarito letra A

O período ao qual o excerto faz referência alude aos séculos XVIII e XIX nos EUA, sendo que
o enfoque da questão é associar o aumento na exportação do algodão a um processo
histórico ocorrido na passagem do setecentos para o oitocentos. Diante disso, é fundamental
que se tenha em mente que a produção do algodão alcançou elevados índices neste período,
sobretudo após a Independência das 13 Colônias dos EUA, em 1776.

Para compreender tal processo, é fundamental entender que a produção agrícola nos EUA,
durante o período colonial, estava direcionada para o envio de matéria-prima à metrópole
(a Inglaterra), responsável pela enorme produção de têxteis através do algodão obtido. Nas
colônias inglesas do Sul, o território era composto por grandes propriedades escravistas que
organizavam a produção através da plantation (grandes propriedades monocultoras com a
produção voltada para a exportação, além da utilização da mão de obra escrava).

Simultaneamente, a Inglaterra estava passando por um processo de modernização e


desenvolvimento de suas indústrias ao longo do século XVIII, conhecido como Revolução
Industrial e que representou um enorme avanço tecnológico para a época, tanto na Europa
quanto em outras partes do mundo, inclusive a América, além de alterar o modo de vida e a
forma de trabalho das pessoas.

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Antes dela acontecer, a produção de tecidos era um processo mais demorado e


extremamente trabalhoso. Depois que a lã era colhida, ela tinha que ser fiada para produzir
os fios, que eram então tecidos manualmente para formar o tecido. Em 1733, uma invenção
chamada lançadeira volante acelerou o processo de tecelagem. Em 1770, uma máquina de
fiar com fusos múltiplos facilitou este processo.

De forma mais geral, foi no início do século XVIII, devido à necessidade de se fazer as
máquinas funcionarem, que surgiram os motores a vapor. No final do mesmo século, James
Watt inventou um motor a vapor capaz de acionar as máquinas das fábricas. Após pouco
tempo, a Revolução Industrial passou a abranger todos os tipos de produção. Agricultores
começaram a inventar novas máquinas para arar a terra e semear mais rapidamente as suas
plantações.

Ainda que as máquinas tivessem facilitado o trabalho na Europa sob certos aspectos, a rotina
nas fábricas, contudo, criou muitos problemas para os operários. Os donos das fábricas
enriqueceram com o aumento da produção. Os operários, por sua vez, ganhavam um baixo
salário, sendo que o trabalho era, muitas vezes, perigoso. Muitos deles cumpriam uma
jornada entre 12 e 14 horas por dia, sendo que homens, mulheres e crianças chegaram a
trabalhar nas fábricas.

Na colônia inglesa na América, por sua vez, percebem-se algumas peculiaridades no processo
de cultivo e extração do algodão: por exemplo, além de o trabalho utilizado ser o escravo,
amplamente explorado no período e que proporcionava grandes lucros aos proprietários de
terras, percebe-se que não havia uma preocupação em se estabelecer outras formas de
trabalho, por exemplo a imigrante.

Aspecto fundamental para se compreender, finalmente, a situação vivida é o fator da


abolição da escravidão, ocorrida em 1863 durante a presidência de Abraham Lincoln. Em 1
de janeiro de 1863, o presidente emitiu o Ato de Emancipação, o qual declarava livres todos
os escravos dos estados confederados. Estes também foram recrutados para fortalecer o
exército da União e, finalmente, em dezembro de 1865, foi promulgada a XIII Emenda à
Constituição dos Estados Unidos, dando um fim a escravatura no país.

133. Sob qualquer aspecto, a revolução industrial foi provavelmente o mais importante
acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades.
E foi iniciado pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi acidental. Qualquer que tenha sido
a razão do avanço britânico, ele não se deveu à superioridade tecnológica e científica.

(HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998, p. 45).

Entre as razões para o pioneirismo britânico, é possível citar:

A) a importância que o despotismo esclarecido teve na Inglaterra para a modernização da


produção e para o estímulo à industrialização.

B) a presença de trabalhadores negros escravizados nas cidades industriais inglesas, o que


ampliava a margem de lucro dos capitalistas.

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C) a inexistência de colônias inglesas na América, diferentemente de Portugal, França e Espanha,


o que incentivou o empreendedorismo inglês.

D) o cercamento de terras, que levou muitos camponeses a perderem suas terras e os


transformou em trabalhadores industriais em potencial.

E) a irrelevância da produção têxtil inglesa devido à competição que sofria da produção francesa,
o que levou a Inglaterra a diversificar a produção.

Comentários: Gabarito letra D

O texto escrito pelo historiador Eric Hobsbawm procura destacar os possíveis motivos do
pioneirismo britânico, além das características que levaram a Inglaterra a iniciar o
movimento industrial. Diante disso, podemos compreender que tal processo não foi, como
o historiador mesmo aponta, algo acidental, mas foi resultado de uma alteração na forma de
os homens lidarem com a terra.

Neste sentido, os cercamentos de terras podem ser apontados como uma das razões para a
dianteira inglesa na industrialização, uma vez que os trabalhadores e camponeses que viviam
nas terras e de sua produção foram desapropriados de tais locais. Com isso, na transição do
feudalismo para o capitalismo, as terras se tornaram propriedades e os camponeses que
nelas trabalhavam se tornaram trabalhadores industriais ou, como ficariam conhecidos
posteriormente, operários.

134. A Assembleia Nacional elimina inteiramente o regime feudal (...). Todas as justiças
senhoriais são suprimidas sem indenização alguma (...). Todos os cidadãos, sem distinção de
nascimento, poderão ser admitidos a todos os empregos e dignidades eclesiásticas, civis e
militares.

(Decreto de 7 de agosto de 1789. Assembleia Nacional, França).

A partir do decreto, pode-se inferir que

A) as medidas da Assembleia Nacional alteravam a estrutura social vigente.

B) os interesses dos proprietários rurais não eram afetados pela legislação.

C) a crise da economia mercantil obrigou a tomada de medidas antiliberais.

D) a centralização política era uma tentativa de enfrentar as revoltas burguesas.

E) as crises do Antigo Regime eram enfrentadas por meios antidemocráticos.

Comentários: Gabarito letra A

A questão se refere a um dos períodos da Revolução Francesa (1789-1799): a Assembleia


Nacional, que aconteceu entre 1789 e 1791. Neste evento, as bases da política francesa
foram redefinidas de forma substancial, visto que alteraram a estrutura da sociedade até
então existente.

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Como o próprio trecho trazido na questão afirma, “Todos os cidadãos, sem distinção de
nascimento, poderão ser admitidos a todos os empregos [...]”, ou seja, a sociedade que,
anteriormente, era estamental (dividida em ordens sociais), passou a eliminar tais divisões e
garantir condições iguais para todos os cidadãos, independentemente de sua origem social.

135. Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu
cumprimento.

Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob
pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio.

Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim
como para corrigir, afirmar e conservar as leis.

Declaração dos Direitos. Disponível em http://disciplinas.stoa.usp.br. Acesso em: 20 dez. 2011


(adaptado).

No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais


Estados europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que
predominavam na Europa continental estão indicados, respectivamente, em:

A) Redução da influência do papa — Teocracia.

B) Limitação do poder do soberano — Absolutismo.

C) Ampliação da dominação da nobreza — República.

D) Expansão da força do presidente — Parlamentarismo.

E) Restrição da competência do congresso — Presidencialismo.

Comentários: Gabarito letra B

A Declaração dos Direitos ou “Bill of Rights” foi um documento produzido com o desfecho da
Revolução Gloriosa, que eliminou o absolutismo da Inglaterra e fortaleceu o papel do
Parlamento enquanto instituição de governo no país.

136. A revolução industrial ocorrida no final de século XVIII transformou as relações do homem
com o trabalho. As máquinas mudaram as formas de trabalhar, e as fábricas concentraram-se
em regiões próximas às matérias-primas e grandes portos, originando vastas concentrações
humanas. Muitos dos operários vinham da área rural e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a
14 horas, na maioria das vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito
lentamente ao longo do século XIX e a diminuição da jornada de trabalho para oito horas diárias
concretizou-se no início do século XX.

Pode-se afirmar que as conquistas no início deste século de decorrentes da legislação


trabalhista, estão relacionadas com:

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A) expansão do capitalismo e a consolidação dos regimes monárquicos constitucionais.

B) a expressiva diminuição da oferta de mão de obra, devido à demanda por trabalhadores


especializados.

C) a capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus interesses.

D) o crescimento do Estado ao mesmo tempo que diminuía a representação operária nos


parlamentos.

E) a vitória dos partidos comunistas nas eleições das principais capitais europeias.

Comentários: Gabarito letra C

A questão refere-se às conquistas do início do século XX. Podemos considerar que, desde as
primeiras conquistas, restritas à Inglaterra, até aqueles que gradualmente se seguiram em
diferentes países, foram frutos das pressões exercidas pelos trabalhadores, muitas vezes
organizados em sindicatos ou partidos políticos. Vale lembrar que em muitos países do
mundo essas conquistas são incompletas ou apenas existem formalmente, mas não na
prática.

137. Algumas transformações que antecederam a Revolução Francesa podem ser


exemplificadas pela mudança de significado da palavra "restaurante". Desde o final da Idade
Média, a palavra 'restaurant' designava caldos ricos, com carne de aves e de boi, legumes, raízes
e ervas. Em 1765 surgiu, em Paris, um local onde se vendiam esses caldos, usados para restaurar
as forças dos trabalhadores. Nos anos que precederam a Revolução, em 1789, multiplicaram-se
diversos 'restaurateurs', que serviam pratos requintados, descritos em páginas emolduradas e
servidos não mais em mesas coletivas e mal cuidadas, mas individuais e com toalhas limpas.
Com a Revolução, cozinheiros da corte e da nobreza perderam seus patrões, refugiados no
exterior ou guilhotinados, e abriram seus restaurantes por conta própria. Apenas em 1835, o
Dicionário da Academia Francesa oficializou a utilização da palavra restaurante com o sentido
atual.

A mudança do significado da palavra restaurante ilustra:

A) a ascensão das classes populares aos mesmos padrões de vida da burguesia e da nobreza.

B) a apropriação e a transformação, pela burguesia, de hábitos populares e dos valores da


nobreza.

C) a incorporação e a transformação, pela nobreza, dos ideais e da visão de mundo da burguesia.

D) a consolidação das práticas coletivas e dos ideais revolucionários, cujas origens remontam à
Idade Média.

E) a institucionalização, pela nobreza, de práticas coletivas e de uma visão de mundo igualitária.

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Comentários: Gabarito letra B

O texto deixa claro que a origem da palavra é popular, pois os restaurantes eram locais para
“restaurar as forças dos trabalhadores” e, gradualmente, se transformaram em locais mais
requintados, principalmente após a revolução, quando os nobres abandonaram a França e
os cozinheiros se tornaram proprietários, portanto negociantes.

138. “Declaramos que não podemos mais suportar, juntamente com a enorme maioria dos
homens, o trabalho e o suor em benefício de uma pequena minoria. Há muito tempo que menos
de um milhão de indivíduos vem desfrutando aquilo que pertence a mais de vinte milhões de
seus semelhantes. Jamais projeto mais vasto foi concebido ou posto em prática. Alguns homens
de gênio, alguns sábios, o mencionaram de tempos em tempos, com voz baixa e trêmula.
Nenhum deles teve a coragem de dizer toda a verdade. Povo da França, abri vossos olhos e
vossos corações à plenitude da felicidade. Reconhecei e proclamai conosco a República dos
Iguais!”

(Graco Babeuf. Manifesto dos Iguais. Citado em Edmundo Wilson. Rumo a Estação Finlândia)

O Manifesto dos Iguais de Babeuf surgiu no contexto:

A) da Revolução Gloriosa;

B) da Revolução Francesa;

C) da Revolução Liberal de 1848;

D) da Revolução de 1848, na França;

E) da Comuna de Paris.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. A questão remete a formação da Conjura dos Iguais
que surgiu no período do Diretório (1795-1799) fase final da Revolução Francesa. Em 1796,
ocorreu a Conspiração dos Iguais, um movimento dos Sans-culottes, liderado por Graco
Babeuf, um jovem revolucionário que defendia a “ditadura dos humildes”, um ataque a
propriedade privada, Babeuf era um leitor de Rousseau, sendo considerado um precursor do
Socialismo do século XIX.

139. A Santa Aliança, coalizão entre Rússia, Prússia e Áustria, criada em setembro de 1815, após
a derrota de Napoleão Bonaparte, tinha por objetivo político:

A) promover e proteger os ideais republicanos e revolucionários franceses em toda a Europa.

B) impedir as intenções recolonizadoras dos países ibéricos e apoiar as independências dos


países latino-americanos.

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C) lutar contra a expansão do absolutismo monárquico e a influência do papado em todos os


países europeus.

D) combater e prevenir a expansão dos ideais republicanos e revolucionários franceses em toda


a Europa.

E) apoiar o retorno de Napoleão ao governo francês e garantir o equilíbrio entre as potências


europeias.

Comentários: Gabarito letra D

A Santa Aliança pretendia restaurar os ideais absolutistas na Europa, freando a difusão dos
ideais republicanos franceses.

140. Durante a colonização inglesa na América, as colônias do norte tiveram uma flexibilização
política ao monopólio, pois, durante algum tempo, permitiram o comércio entre as colônias e
com as Antilhas francesas e espanholas, além de a metrópole não reprimir o contrabando.

Tal fato sucedeu-se devido a estas colônias:

A) terem como características o trabalho livre e a grande propriedade.

B) estarem localizadas em área de clima temperado, que não favorecia o cultivo da cana-de-
açúcar, tabaco e algodão, por isto não produziam produtos tropicais que interessavam à
Inglaterra.

C) terem sido formadas por pessoas da nobreza parasitária, que desejavam manter o “status
quo”.

D) serem de origem holandesa, colônia fundada por Giovanni Caboto, italiano radicado em
Amsterdã.

E) estarem numa posição geográfica próxima às Antilhas; além disso, a Inglaterra encontrava-se
em guerra com a França e por isso sofriam com a escassez de mão de obra especializada.

Comentários: Gabarito letra B

Devido às características descritas na opção [B], as colônias do norte foram governadas em


um regime chamado “negligência salutar”, em que a flexibilidade da metrópole permitia o
desenvolvimento dessas colônias e, consequentemente, dava vantagens à Inglaterra. As
colônias do norte foram beneficiadas com a política de “negligência salutar”, desenvolvendo-
se de forma mais autônoma.

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141. O processo da emancipação das Treze Colônias Inglesas da América do Norte, na segunda
metade do século XVIII, é denominado de Revolução Americana, pois

A) representou o fim do pacto colonial naquela parte do continente americano, servindo de


modelo para os demais processos emancipatórios americanos.

B) rompeu o Pacto Colonial mercantilista e criou uma sociedade liberal e democrática para todos
os setores sociais.

C) foi a primeira etapa das Revoluções Liberais que, a partir de então, iriam propagar-se somente
na Europa.

D) assinalou o início de uma sociedade capitalista, baseada no trabalho assalariado, livre das
instituições feudais.

E) a ideologia de seus grandes líderes era a mesma que caracterizaria, pouco tempo depois, a
Revolução Inglesa.

Comentários: Gabarito letra A

Sob a influência do iluminismo, a Independência das Treze Colônias Inglesas representou o


rompimento do pacto colonial com a respectiva metrópole, dando origem ao Estados Unidos
e servindo de inspiração para as independências na América Espanhola e para a Inconfidência
Mineira no Brasil.

142. Leia as informações a seguir.

Em meados do século XVIII, James Watt patenteou na Inglaterra seu invento, sobre o qual
escreveu a seu pai: “O negócio a que me dedico agora se tornou um grande sucesso. A máquina
de fogo que eu inventei está funcionando e obtendo uma resposta muito melhor do que
qualquer outra que tenha sido inventada até agora”.
Disponível em: <http://www.ampltd.co.uk/digital_guides/ind-rev-series-3-parts-1-
to3/detailed-listing-part-1.aspx>. Acesso em: 29 out. 2012. (Adaptado).

A revolução histórica relacionada ao texto, a fonte primária de energia utilizada em tal máquina
e a consequência ambiental de seu uso são, respectivamente,

A) puritana, gás natural e aumento na ocorrência de inversão térmica.

B) gloriosa, petróleo e destruição da camada de ozônio.

C) gloriosa, carvão mineral e aumento do processo de desgelo das calotas polares.

D) industrial, gás natural e redução da umidade atmosférica.

E) industrial, carvão mineral e aumento da poluição atmosférica.

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Comentários: Gabarito letra E

O texto versa sobre a Primeira Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, marcada pela
invenção da máquina a vapor, movida a carvão mineral. Tal invenção, além de promover a
mudança da manufatura para a maquino-fatura e a aceleração do processo produtivo, fez
com que a poluição ambiental aumentasse substancialmente.

143. Qual das alternativas a seguir apresenta apenas características associadas ao Liberalismo?

A) Monarquia parlamentarista, mínima participação do estado na economia, propriedade


privada e metalismo.

B) O processo de cercamentos, tolerância religiosa, direito divino, crescimento urbano.

C) Sistema de livre concorrência, monarquia parlamentarista, divisão entre os poderes, sufrágio


universal.

D) Livre comércio, o processo de cercamentos, a monarquia parlamentarista e o trabalho servil.

E) Propriedade privada, livre comércio, igualdade perante a lei e mínima participação do estado
na economia.

Comentários: Gabarito letra E

O liberalismo foi a teoria econômica defendida pelos Iluministas que combatia a política
econômica do estado Absolutista – o Mercantilismo. Esta baseava-se na lei da oferta e da
procura, defendia a propriedade privada e preconizava que o Estado não deveria intervir na
economia. Utilizavam a seguinte frase: laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même
(em português "deixem fazer, deixem passar, o mundo vai por si mesmo").

144. A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra no final do século XVIII e no século XIX:

A) trouxe a substituição da maquino-fatura pela manufatura e pelo trabalho artesanal.

B) provocou profundas transformações sociais, pois os salários masculinos subiram


vertiginosamente, levando as mulheres a voltarem ao seu papel tradicional de mãe e esposa.

C) rapidamente se espalhou pelo restante da Europa, sendo a Alemanha o segundo país a se


industrializar.

D) mudou substancialmente a vida do homem, que não mais era dono de seu tempo, como os
mestres artesãos o eram.

E) provocou mudanças políticas ao trazer a substituição da monarquia absolutista pela


monarquia parlamentarista, regime em vigor até hoje.

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Comentários: Gabarito letra D

A Revolução Industrial representou grandes mudanças no processo produtivo, alterando as


formas de produção e as relações de trabalho. A máquina representou a grande novidade
tecnológica, movida com energia a vapor, assim como a formação da classe operária
representou a grande mudança social. A Revolução foi responsável pela separação definitiva
entre capital e trabalho, com a consolidação do sistema capitalista e da burguesia como
classe dominante.

145. O Iluminismo foi um movimento intelectual, portador de uma visão unitária do mundo e
do homem, apesar da diversidade de leituras que lhe são contemporâneas, conservou uma
grande certeza quanto à racionalidade do mundo e do homem, a qual seria imanente em sua
essência.

FALCON, F. J. C. Iluminismo, São Paulo: Ática, 1986. Adaptado.

Suas principais linhas de força foram:

A) o pensamento crítico, o primado da razão, a antropologia e a pedagogia.

B) a ideia de progresso, a antropologia, a manutenção das tradições e a explicação racional para


tudo.

C) o direito coletivo, o direito à propriedade, o primado da razão, a ideia de progresso.

D) o sentimento humanitário, a futilidade da guerra, a manutenção das tradições e a explicação


racional para tudo.

E) a ideia de socialismo, o pensamento crítico, o antropocentrismo e o naturalismo.

Comentários: Gabarito letra A

O Iluminismo representa a ideologia da burguesia, em oposição ao “antigo regime”. A


preocupação em contestar os valores de origem medieval, que garantiam privilégios à
nobreza e ao clero deram suporte às novas ideias, baseadas no racionalismo e no
desenvolvimento do senso crítico, fortalecendo uma visão antropocêntrica baseada no
mérito e não mais na tradição.

146. O pensamento de Jean-Jacques Rousseau, fruto do Iluminismo do século XVIII, serve de


base, até hoje, para a estrutura política de vários países democráticos ocidentais.

Sobre essa realidade, assinale a alternativa CORRETA.

A) No pensamento de Rousseau, gesta-se a teoria do Estado Contratualista.

B) Os atuais regimes socialistas do ocidente condenam a propriedade privada com base nos
textos de Rousseau.

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C) A teoria da tripartição do poder é herança do pensamento de Rousseau.

D) A teoria contratualista foi desenvolvida por Rousseau na obra Origem da desigualdade social
entre os homens.

E) Na obra Do contrato social, Rousseau defende a propriedade privada.

Comentários: Gabarito letra A

O suíço e iluminista Jean-Jacques Rousseau, na sua obra O Contrato Social, condena a


propriedade privada e alega ser “um mal a ser evitado”, afirmando que haveria um contrato
entre o povo e o governo que regulamentaria as relações sociais. Rousseau defendia que a
propriedade privada é a origem da desigualdade entre os homens.

147. O desenvolvimento de teorias científicas, geralmente, tem forte relação com contextos
políticos, econômicos, sociais e culturais mais amplos. A evolução dos conceitos básicos da
Termodinâmica ocorre, principalmente, no contexto:

A) da Idade Média.

B) das grandes navegações.

C) da Revolução Industrial.

D) do período entre as duas grandes guerras mundiais.

E) da Segunda Guerra Mundial.

Comentários: Gabarito letra C

A Primeira Revolução Industrial revolucionou a maneira como se produziam as mercadorias,


em especial com a criação de maquinários movidos a vapor. Na Inglaterra da década de 1770,
o mercado de tecidos, os transportes (como trens e navios) e as comunicações funcionavam
a partir de máquina a vapor. Logo, a termodinâmica está relacionada à Revolução Industrial.

148. A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo célebre exemplo da manufatura de


alfinetes, analisada por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade tecnológica, mas
porque garantia ao empresário um papel essencial no processo de produção: o de coordenador
que, combinando os esforços separados dos seus operários, obtém um produto mercante.

(Stephen Marglin. In: André Gorz (org.). Crítica da divisão do trabalho, 1980.)

Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto destaca:

A) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.

B) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos


trabalhadores.

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C) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade


produtiva.

D) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos


na organização do trabalho.

E) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo


produtivo.

Comentários: Gabarito letra E

O texto deixa claro duas coisas que a Revolução Industrial produziu: (1) a divisão do trabalho
e (2) a criação do cargo de coordenador ou gerente, gerando uma hierarquia dentro das
fábricas.

149. O pensamento iluminista, baseado no racionalismo, individualismo e liberdade absoluta do


homem, ao criticar todos os fundamentos em que se assentava o Antigo Regime, revelava as
suas contradições e as tornava transparentes aos olhos de um número cada vez maior de
pessoas.

(Modesto Florenzano. As revoluções burguesas, 1982. Adaptado.)

Entre as críticas ao Antigo Regime, mencionadas no texto, podemos citar a rejeição iluminista
do:

A) princípio da igualdade jurídica.

B) livre comércio.

C) liberalismo econômico.

D) republicanismo.

E) absolutismo monárquico.

Comentários: Gabarito letra E

O movimento iluminista criticava, basicamente, duas instituições: (1) o Absolutismo


Monárquico e (2) a Igreja Católica.

150. As redes de comércio, os fortes costeiros, as relações tecidas ao longo dos séculos entre
comerciantes europeus e chefes africanos, continuaram a ser o sustentáculo do fornecimento
de mercadorias para os europeus, só que agora estas não eram mais pessoas, e sim matérias-
primas.

(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)

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O texto refere-se à redefinição das relações comerciais entre europeus e africanos, ocorrida
quando:

A) portugueses e espanhóis libertaram suas colônias africanas e permitiram que elas


comercializassem marfim, café e outros produtos livremente com o resto do mundo.

B) norte-americanos passaram a estimular a independência das colônias africanas, para ampliar


o mercado consumidor de seus tecidos e produtos alimentícios.

C) ingleses e holandeses estabeleceram amplo comércio escravista entre os dois litorais do


Atlântico Sul.

D) ingleses e franceses buscaram resinas, tinturas e outros produtos na África e desestimularam


o comércio escravista.

E) portugueses e espanhóis conquistaram e colonizaram as costas leste e oeste da África.

Comentários: Gabarito letra D

A partir do século XVIII, com a expansão da manufatura e da Revolução Industrial na


Inglaterra, os interesses europeus, principalmente de Inglaterra e França, se modificaram e
a África se tornou fonte de matérias-primas industriais ou de produtos utilizados como
complemento dessa atividade.

Desse modo, o tráfico negreiro que criava instabilidade entre povos africanos e em sua
economia básica passou a ser condenada.

151. Observe a imagem, cena do personagem Carlitos no filme Tempos modernos, 1936.

Tempos modernos, de Charles Chaplin, representa a situação econômica e social dos Estados
Unidos da América dos anos trinta do século passado. No filme, as aventuras de Carlitos
transcorrem numa sociedade:

A) capitalista em desenvolvimento e conflagrada pelos movimentos operários de destruição das


máquinas.

B) globalizada, em que o poder financeiro tornava desnecessário o uso das máquinas na


produção de mercadorias.

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C) imperialista e mecanizada, que aplicava os lucros adquiridos na exploração dos países pobres
em benefício dos operários americanos.

D) abalada pelo desemprego e caracterizada pela submissão do trabalho humano ao movimento


das máquinas.

E) pós-capitalista, na qual o emprego da máquina libertava o homem da opressão do trabalho


industrial.

Comentários: Gabarito letra D

O filme Tempos Modernos retrata as consequências do fenômeno histórico conhecido como


Revolução Industrial. No filme, Chaplin critica o afastamento do trabalhador do objeto de seu
trabalho, a submissão do homem perante a máquina e as péssimas condições de trabalho do
operariado nas fábricas.

152. “O governo revolucionário tem necessidade de uma atividade extraordinária, precisamente


porque ele está em guerra. Suas regras não são uniformes nem rigorosas, porque as
circunstâncias são tumultuadas e inconstantes (...). O governo revolucionário não tem nada em
comum com a anarquia nem com a desordem. Sua meta, ao contrário, é de as reprimir para
implantar e consolidar o reinado das leis.”

Discurso de Robespierre diante da Convenção, 25 de dezembro de 1793. In:


COSTA, M.; DOUBLET, F. (coord.). Histoire Géographie, 4ª ed. Paris: Magnard, 1998. p. 60.

Durante a Revolução Francesa, ao assumir a direção da Convenção (1792-1794), os jacobinos


adotaram medidas para conter as forças contrarrevolucionárias. O discurso de Robespierre, ao
afirmar que as ações do governo revolucionário não podem estar submetidas a regras uniformes
e rigorosas, procurava justificativas para:

A) a criação do Tribunal Revolucionário, para julgar os suspeitos de atitudes


contrarrevolucionárias. Muitas vezes, o destino dessas pessoas era a morte na guilhotina.

B) a instituição do voto censitário, sendo assim apenas pessoas com posses poderiam exercer o
poder de voto e se candidatar para mandatos eletivos.

C) a convocação dos Estados Gerais, órgão consultivo formado por representantes dos três
estados e que não se reunia desde 1614.

D) a criação do Diretório, órgão que desempenhava o poder Executivo e era composto de cinco
pessoas eleitas entre os deputados.

E) a coroação de Napoleão Bonaparte, definida a partir de um plebiscito que aprovou o fim do


Consulado e a transformação da França em Império.

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Comentários: Gabarito letra A

A questão remete a Revolução Francesa, 1789-1799, em especial ao período da Convenção


Nacional, 1792-1795. Em meados de 1793, os Jacobinos com apoio dos Sans Culottes
assumiram o poder dentro da Convenção Nacional e implantaram um governo ancorado em
reformas sociais significativas e o terrorismo através da guilhotina. Robespierre, "o
incorruptível”, apoiado nas ideias do filósofo iluminista Rousseau tornou-se o maior líder dos
jacobinos. Neste período foram criados comitês como o de “Salvação Nacional” e de
“Salvação Pública” que julgavam os opositores da revolução.

153. Os efeitos da Revolução Francesa sobre a vida privada ultrapassaram as expressões da


cultura política representadas pelo vestuário, pela linguagem e pelo ritual político. O novo
Estado atacou rigorosamente os poderes das comunidades do Antigo Regime em muitos outros
campos tais como:

A) a música, a pintura e as artes em geral.

B) a Igreja, as corporações e a nobreza.

C) a saúde, a higiene e as organizações sanitárias.

D) a constituição civil e todos os símbolos da vida familiar e doméstica.

Comentários: Gabarito letra B

Durante a Revolução Francesa, o Terceiro Estado, dividido em Girondinos, Jacobinos e


Planície, contestou – e derrubou – a ordem do Antigo Regime em todos os segmentos da vida
francesa, incluindo a ordem política, o vestuário, a linguagem, a Igreja, as corporações e a
nobreza.

154. A Revolução Francesa foi vivenciada, por muitos dos atores envolvidos, como uma ruptura
com o Antigo Regime. O próprio conceito de Antigo Regime era utilizado pelos revolucionários
para nomear a organização social e política anterior a 1789. As alternativas abaixo apresentam
transformações que representavam uma ruptura com essa organização. Assinale a alternativa
INCORRETA:

A) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamando a igualdade de todos os


cidadãos perante a lei.

B) A sanção da Constituição Civil do Clero, transformando os sacerdotes católicos paroquiais em


funcionários públicos.

C) A eliminação do feudalismo, suprimindo os privilégios dos senhores feudais.

D) A abolição dos dízimos e da propriedade privada como direito inviolável e sagrado.

E) A supressão da Monarquia absoluta e a defesa do princípio da soberania do povo.

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Comentários: Gabarito letra D

A Revolução Francesa não promoveu o fim dos dízimos nem a abolição da propriedade
privada na França.

155. Durante o Congresso de Viena, estabeleceram-se as bases políticas e jurídicas para uma
nova ordenação da Europa destinada a durar um século redondo. O resultado dos pactos
inaugurou uma época na qual os conflitos externos foram poucos; por outro lado, aumentaram
as guerras civis e a “revolução” se fez incessante.

KOSELLECK, Reinhart. La época das revoluciones europeas: 1780-1848. México:


Siglo XXI, 1998. p.189. (Adaptado).

A constituição do Congresso de Viena, em 1815, evidenciava a instabilidade da geopolítica da


Europa, e tinha entre seus objetivos:

A) o incentivo aos movimentos de libertação colonial, como forma de reduzir os conflitos que
pudessem ameaçar o equilíbrio europeu.

B) a recomposição do equilíbrio europeu sob o domínio das forças conservadoras,


antirrevolucionárias e anti-iluministas.

C) a preservação das aspirações nacionais de vários povos europeus, com o objetivo de evitar
novos conflitos que colocassem em risco o equilíbrio da Europa.

D) a aceitação das fronteiras nacionais existentes em 1815, o que era visto como essencial para
o fim dos conflitos entre as grandes potências.

Comentários: Gabarito letra B

O Congresso de Viena buscou reequilibrar o mapa geopolítico europeu após a Era


Napoleônica. Para isso, adotou medidas conversadoras e absolutistas, que buscaram apagar
os avanços iluministas no continente.

156. Classificada pela história como modelo clássico de Revolução Burguesa, a Revolução
Francesa deu sua contribuição para o Ocidente, seja no vocabulário político ou na influência das
constituições que adotaram alguns princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão.

Sobre a revolução francesa é correto afirmar, exceto:

A) A Assembleia Nacional aboliu as taxas e impostos que recaiam sobre o campesinato,


acabando com os vestígios do feudalismo que ainda perdurava em várias regiões francesas.

B) Monarquias como a Prússia e a Áustria assinaram a declaração de Pillnitz e anunciaram a


intenção de intervir militarmente na França e deter o processo revolucionário.

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C) No período do Terror, os excessos de Robespierre fizeram-no perder o apoio político.


Posteriormente, o próprio Robespierre foi guilhotinado.

D) Os jacobinos defendiam posições moderadas e representavam, sobretudo, os interesses da


alta burguesia e do primeiro Estado.

Comentários: Gabarito letra D

Os jacobinos representavam a baixa burguesia e seu modo de atuação era radical e, por
vezes, violento.

157. “O Terror, que se tornou oficial durante certo tempo, é o instrumento usado para reprimir
a contrarrevolução (...). É a parte sombria e mesmo terrível desse período da Revolução
[Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado dessa política.”

Michel Vovelle. A revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp,
2007, p. 74- 75.

São exemplos dos “dois lados” da política revolucionária desenvolvida na França, durante o
período do Terror,

A) o julgamento e a execução de cidadãos suspeitos e o tabelamento do preço do pão.

B) a prisão do rei e da rainha e a conquista e colonização de territórios no Norte da África.

C) a vitória na guerra contra a Áustria e a Prússia e o fim do controle sobre os salários dos
operários.

D) a ascensão política dos principais comandantes militares e a implantação da monarquia


constitucional.

E) o início da perseguição e da repressão contra religiosos e a convocação dos Estados Gerais.

Comentários: Gabarito letra A

Somente a alternativa [A] está correta. Na Revolução Francesa, 1789-1799, ocorreu o


período do “Terror” entre junho de 1793 até julho de 1794 no contexto da Convenção
nacional. Os jacobinos liderados por Robespierre com apoio dos Sans culottes utilizaram a
guilhotina e mataram muitas pessoas consideradas traidoras da revolução. No entanto,
apesar do terror e da violência, os jacobinos adotaram algumas medidas sociais importantes
como a lei do máximo que congelou preços e aboliu a escravidão nas colônias das França,
criou um novo sistema de pesos e medidas, entre outras medidas importantes. As demais
alternativas estão incorretas. O rei foi guilhotinado antes do período do terror. Em setembro
de 1792 foi adotada a república na França. A perseguição aos religiosos começou antes e a
convocação dos Estados Gerais ocorreu em 1789.

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158. No início da Revolução Francesa, a Assembleia Nacional Constituinte promulgou, em 26 de


agosto de 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que estabelecia: “Os
homens nascem e são livres e iguais em direitos” (art. 1º). Tal texto reflete uma característica
do pensamento liberal, que:

A) eliminava a ordem social e política calcada nos privilégios de nascimento;

B) fortalece o poder real;

C) preservava os direitos seculares do clero e da nobreza;

D) proclamava a igualdade econômica de todos.

Comentários: Gabarito letra A

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão buscava, dentre outras coisas, acabar
com um dos maiores males da época do Antigo Regime: a valorização social a partir do
critério de nascimento. Tal valorização beneficiava a Nobreza e estabelecia uma
hierarquização social prejudicial às camadas mais baixas da sociedade.

159. Segundo Eric Hobsbawm, no final do século XVIII, “o preço do pão registrava a temperatura
política de Paris com a exatidão de um termômetro”. De acordo com este historiador, no ano de
1788, a safra de alimentos na França foi péssima; isto prejudicou os camponeses e os
trabalhadores urbanos, pois houve a alta dos preços, levando a várias agitações sociais.

(HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p. 79-83. Adaptado.)

A crise alimentar mencionada por Hobsbawm teve, entre suas principais consequências,

A) a Quebra da Bolsa de Valores, levando a um colapso econômico e político na França.

B) a Primeira Guerra Mundial, pois os franceses foram buscar alimentos em outros países.

C) a Revolução Industrial, pois era necessário encontrar novos meios de produzir alimentos.

D) a Expansão Marítima, que visava à descoberta de territórios para a produção de alimentos.

E) a Revolução Francesa, quando o povo se revoltou contra o governo absolutista de seu país.

Comentários: Gabarito letra C

Somente a alternativa [E] está correta. O texto do historiador inglês Eric Hobsbawm remete
aos antecedentes da Revolução Francesa ocorrida entre 1789-1799. Devidos a problemas
climáticos ocorreram crises agrícolas gerando aumento nos preços dos alimentos como o
pão. A população mais humilde tinha dificuldade econômica para comprar alimentos básicos
como o famoso pão francês. Assim, conforme cita o texto, o pão passou a ser o termômetro
da temperatura política no país. Começaram as agitações sociais que culminaram na
Revolução Francesa.

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160. No fim do século XVIII, a população francesa estava dividida em três ordens sociais.
Apresentava um quadro que pode ser compreendido da seguinte forma:

A) o Clero compunha o Primeiro Estado; a Nobreza, o Segundo Estado; e os Operários, o Terceiro


Estado.

B) cerca de 98% da população compunha o Terceiro Estado, formado por artesãos, burgueses,
camponeses e trabalhadores em geral que sustentavam os dois primeiros grupos.

C) o Segundo Estado era formado por um grupo heterogêneo composto de burgueses, artesãos
e trabalhadores das cidades.

D) a França, no final do século XVIII, havia herdado um sistema feudal responsável pelo
enriquecimento da população.

E) no período em destaque, a nobreza francesa já não existia.

Comentários: Gabarito letra B

A sociedade do Antigo Regime guardava resquícios feudais, era considerada estamental ou


“de ordens”, sendo que o Terceiro Estado era formado pela grande maioria da sociedade,
que não possuía direitos políticos e pagava os impostos; ao contrário do clero e nobreza,
isentos de impostos e que controlavam os cargos políticos e militares.

161. Foi a partir das revoluções burguesas do século XVIII que o sistema capitalista se consolidou.
Assinale a alternativa que contém o conjunto das revoluções chamadas de burguesas.

A) Revolução Industrial, Revolução Francesa e Revolução Russa.

B) Revolução Francesa, Revolução Inglesa e Guerra dos Cem anos.

C) Revolução Francesa, Revolução Social Inglesa e Revolução socialista.

D) Revolução Industrial, Revolução Francesa, Revolução Inglesa e a Independência do Brasil.

E) Revolução Industrial, Revolução Francesa, Revolução Inglesa e a Independência dos Estados


Unidos.

Comentários: Gabarito letra E

Chamamos de Revoluções Burguesas aquelas que romperam os laços do Antigo Regime


contanto com a participação das chamadas camadas urbanas (burguesia). Foram elas:
Revolução Industrial (Inglaterra), Revolução Francesa (França), Revolução Inglesa (Inglaterra)
e Independência dos EUA (EUA).

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162. A cada um a sua função e o seu lugar na terra. No topo estão os religiosos, intermediários
indispensáveis entre a cidade terrestre e a cidade celeste (...). Depois vêm os nobres, que
receberam da Providência a qualidade de guerreiros e estão, portanto, investidos da missão de
manutenção da ordem. Finalmente, para o último lugar são relegados os trabalhadores,
destinados ao trabalho e ao sofrimento para o bem comum.

(Pierre Bonnassie. Dicionário de história medieval, 1985. Adaptado.)

O texto faz referência:

A) a um tipo de organização social que se apoiava nas diferentes aptidões dos seres humanos.

B) às crenças milenaristas, segundo as quais apenas os pobres alcançariam o reino dos céus.

C) à igualdade social, que caracteriza a sociedade ocidental desde a Antiguidade.

D) ao antropocentrismo, que reservava lugar de destaque para a vontade dos indivíduos.

E) à divisão da sociedade em três ordens, colocada em xeque pela Revolução Francesa.

Comentários: Gabarito letra E

O texto do dicionário faz menção à organização social da Idade Média, em que o clero seria
responsável por rezar, os nobres deveriam guerrear e os camponeses deveriam trabalhar
para sustentar essa ordem estamental. No período pré-revolucionário, houve a contestação
desse sistema social, pois não havia apenas camponeses “carregando” o Estado francês, mas
também trabalhadores urbanos (sans-culottes) e a burguesia, alguns dos grupos
responsáveis pela Revolução Francesa.

163. A independência dos Estados Unidos da América foi o primeiro grande indicador histórico
da ruína do Antigo Regime. Durante esse processo de independência,

A) a criação da Lei do Selo foi uma consequência do esforço inglês em fortalecer o pacto colonial
e levou os colonos americanos a efetuar um boicote comercial à Inglaterra.

B) a “marcha para o oeste” despertou os sentimentos expansionistas e nacionalistas dos colonos


americanos, incentivando os movimentos de independência.

C) o Primeiro e o Segundo Congresso Continental da Filadélfia resultaram na suspensão dos


tributos impostos por Townshend, exceto o que se referia ao comércio do chá.

D) os colonos americanos receberam apoio militar da Holanda e da Espanha nas lutas pela
emancipação.

E) Thomas Jefferson exerceu um papel importante, tendo sido nomeado comandante das tropas
americanas na guerra e se tornado o primeiro presidente americano.

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Comentários: Gabarito letra A

Ao longo do século XVIII os colonos ingleses – principalmente nas colônias do norte –


conseguiram afrouxar o pacto colonial e a principal representação dessa situação foi o
desenvolvimento do “comércio triangular”. A tentativa inglesa de retomar o controle
absoluto sobre as colônias ocorreu após a Guerra dos Sete Anos (1756-63) com leis
restritivas, como a Lei do Açúcar, Lei do Selo e Lei do Chá, que levaram os colonos a um
processo de organização e contestação do domínio metropolitano, amparados ainda nos
ideais iluministas.

164. Em 1773, procurando aliviar as dificuldades financeiras da Companhia das Índias Orientais,
o governo britânico concedeu-lhe o monopólio do chá nas colônias. Os colonos reagiram e
disfarçados de índios, patriotas de Boston, abordaram navios que transportavam chá, lançando
a mercadoria nas águas do porto.

(H. C. Allen. História dos Estados Unidos da América)

A ação descrita pelo texto levou o parlamento britânico a promulgar, em 1774, as Leis
Coercitivas ou, como foram chamadas pelos colonos, Intoleráveis. Tais leis:

A) lançavam impostos sobre vidro e corantes;

B) interditavam o porto de Boston até que fosse pago o prejuízo causado pelos colonos;

C) proibiam a emissão de papéis de crédito na colônia que, até então, eram usados como moeda;

D) impunham aos colonos os custos do alojamento e fornecimento de víveres para as tropas


britânicas enviadas para a colônia;

E) enfraqueceram a autoridade do governador de Massachusetts.

Comentários: Gabarito letra B

No episódio que ficou conhecido como “Boston Tea Party”, os colonos americanos
derrubaram cargas de chá de navios ingleses. A metrópole reagiu fazendo as “Leis
Intoleráveis” ou coercitivas, em 1774, interditando o porto de Boston, o principal da região.

165. A Guerra dos Sete Anos (1756-1763) conferiu à Inglaterra a condição de principal potência
marítima da Europa. Esse conflito:

A) possibilitou a recuperação econômica da Inglaterra.

B) foi travado entre potências imperiais, tendo desdobramentos em territórios americanos.

C) decorreu da rivalidade entre Inglaterra e Portugal.

D) contou com expressiva participação de escravos africanos nas disputas.

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E) foi encerrado com a assinatura do Tratado de Londres.

Comentários: Gabarito letra B

A Guerra dos Sete Anos envolveu Inglaterra e França e grande parte das ações militares
ocorreu na América do Norte, envolvendo colonos dos dois países e diversos grupos
indígenas. A vitória inglesa reforçou seu poderio naval e determinou a incorporação de terras
pertencentes aos franceses, como a região do Canadá e partes do interior do atual Estados
Unidos.

Normalmente, os livros didáticos abordam essa Guerra como um antecedente da


Independência dos Estados Unidos.

166. A expansão dos Estados Unidos em direção ao oeste, na primeira metade do século XIX,
envolveu, entre outros fatores, a:

A) intervenção norte-americana na guerra de independência do México, da América Central e


de Cuba.

B) anexação militar do Alasca, resultado de longo conflito armado com a Rússia.

C) Guerra de Secessão, que opôs os escravistas dos estados do sul aos abolicionistas do norte.

D) implantação de um sistema legal rigoroso nas áreas ocupadas, evitando conflitos armados na
região.

E) remoção indígena, transferindo comunidades indígenas que viviam a leste do rio Mississipi
para outras regiões.

Comentários: Gabarito letra E

Os defensores do “Destino Manifesto” pregavam que o país estava destinado a ocupar o


território do oceano Atlântico ao oceano Pacífico, pois foi a nação escolhida por Deus e, dessa
forma, impuseram seus valores (do homem branco) para os peles-vermelhas, os quais foram
expulsos de seus territórios, sendo confinados em reservas indígenas.

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PERIODO COLONIAL I
167. Observe a imagem a seguir

A obra de Victor Meirelles, realizada à época do Império de D. Pedro II, tem o seu contexto de
produção associado à dedicação de vários membros da Academia Imperial de Belas Artes à
representação de momentos importantes da política e da história nacional, com vistas a
desenvolver um sentimento ufanista.

Essa obra busca representar o descobrimento:

A) como um encontro pacífico e ordenado de raças, com a Igreja e o Estado ao centro e os


indígenas curiosos e passivos, de forma a silenciar sobre os conflitos do passado e do presente,
tais como a invasão e o genocídio indígena do século XVI e a escravidão negra do século XIX.

B) de maneira apologética, de forma a conferir legitimidade à presença portuguesa na América,


com o objetivo de justificar, em pleno século XIX, a guerra levada adiante pelo Brasil contra o
Paraguai, evidenciando a pretensão brasileira de se constituir como potência hegemônica no
Cone Sul.

C) como uma projeção pretérita da importância das elites de grandes proprietários do século
XIX, ressaltando, com isso, o projeto dessas oligarquias em relação à derrubada da monarquia e
ao estabelecimento de uma República que contemplasse os interesses das várias regiões do
país.

D) de modo laudatório, ressaltando o papel essencial da Igreja e dos bandeirantes no processo


de colonização do Brasil, o que ensejaria, no século XIX, o desejo da aristocracia rural do
Nordeste de se afirmar como grupo social político e economicamente hegemônico no Império.

E) de forma crítica, ressaltando o caráter violento da conquista portuguesa e da ação da Igreja


Católica, com o objetivo de denunciar as marcas de violência ainda presentes na sociedade
imperial, tais como a escravização de negros africanos e a exploração de imigrantes italianos.

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Comentários: Gabarito letra A

A obra produzida por Victor Meirelles, em 1860, ainda sob o Segundo Reinado (1840-1889),
é reflexo de uma preocupação, por parte dos membros da Academia Imperial de Belas Artes
(AIBA), em atribuir os valores nacionalistas e ufanistas de determinados acontecimentos
históricos brasileiros, recuperando a imagem positiva da colonização portuguesa no Brasil.

No presente caso, a obra retrata, de forma romantizada, a revalorização da história nacional


através da presença indígena, retratada na obra de forma idealizada e que, diferentemente
do elemento negro, até então considerado como uma figura anônima da nação, a imagem
indígena representaria uma presença mais ativa na confluência do europeu com os nativos.

Dessa forma, a obra retrata que não houve resistência por parte dos nativos, pelo contrário,
coloca-os de forma pacífica e curiosa com relação ao que está acontecendo. Tal imagem
procura, dentre outros aspectos, transmitir uma visão que silencie os conflitos existentes no
passado e, consequentemente, no presente, como mencionados no texto apresentado pela
banca. Ademais, busca minimizar o impacto do genocídio indígena do século XVI e da
escravidão dos negros, sobretudo, no século XIX.

168. Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de
cordialidade – daremos ao mundo o “homem cordial”, um traço definido do caráter brasileiro,
na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de
convívio humano, informados no meio rural e patriarcal.

(Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil. Adaptado).

O “meio rural e patriarcal” a que se refere o trecho está relacionado:

A) à exploração das drogas do sertão no vale amazônico, em que os comandantes das


expedições de extrativismo cumpriam o papel simultâneo de autoridades públicas e agentes
comerciais.

B) à interiorização da ocupação no vale do Rio São Francisco, graças à expansão da pecuária que
abastecia os engenhos da zona da mata, centrada na figura dos vaqueiros.

C) à produção de açúcar no engenho, no qual se constituíram relações sociais marcadas pela


escravidão e pelo convívio familiar, organizadas em torno da autoridade do senhor.

D) ao bandeirantismo, em que os bandeirantes portugueses exerciam o poder sobre uma vasta


população de negros, índios e mestiços que adentravam o continente em busca de ouro.

E) às missões jesuíticas, em que os jesuítas escravizavam povos indígenas com o objetivo de


explorar a sua mão de obra para fins comerciais relacionados à monocultura exportadora.

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Comentários: Gabarito letra C

Sérgio Buarque de Holanda, um dos mais importantes historiadores brasileiros, em seu


famoso livro “Raízes do Brasil” procura criticar um aspecto presente na sociedade brasileira,
o qual ele nomeia como a cordialidade e que é visto desde o período colonial, enquanto
herança das relações privadas e que, de forma característica, se expande para as relações
públicas dentro da sociedade.

Dito isto, um exemplo claro em que se imiscuem as relações rurais e patriarcais, citadas pelo
historiador, encontra-se nos engenhos de açúcar, localizados em grandes porções de terras
pertencentes ao senhor de engenho e que, dessa forma, as relações sociais eram marcadas,
por

parte dos escravos, pelo trabalho compulsório e, por parte da autoridade senhorial, no
convívio da sua família em torno de sua figura.

Assim sendo, os engenhos de açúcar eram lugares nos quais as relações sociais refletiam as
diferenças existentes entre os mais ricos e aqueles que deveriam se dedicar ao trabalho
braçal, em torno da figura patriarcal do senhor de engenho.

169. A exaltação dos bandeirantes, em São Paulo, está presente na nomenclatura de estradas,
avenidas e monumentos. Monumentos que vão desde a bela obra do escultor Brecheret junto
ao Parque Ibirapuera até o assustador Borba Gato, gigante de botas plantado no bairro de Santo
Amaro. A estátua, aliás, é muito pouco realista, pois existem boas indicações de que muitos
bandeirantes marchavam descalços.

(Bóris Fausto, História do Brasil)

A exaltação dos bandeirantes descrita costuma omitir, mascarar e esconder algumas das suas
atividades. Trata-se de uma tentativa de esquecer e apagar da História algumas ações não tão
nobres dos bandeirantes, tais como

A) a descoberta de metais preciosos nas Minas Gerais.

B) a contribuição para a extensão territorial do Brasil.

C) o trabalho relacionado à produção de açúcar.

D) a contribuição com os jesuítas na catequização de indígenas.

E) o combate e a repressão aos quilombos.

Comentários: Gabarito letra E

O texto apresentado pelo historiador brasileiro Bóris Fausto trata de uma temática
concernente ao período colonial brasileiro, no caso aqui mencionado, aquele em que os
bandeirantes ganharam ampla importância para a exploração do interior do Brasil.

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Inicialmente em busca de metais preciosos e de mão de obra indígena, uma prática


recorrente na ação dos bandeirantes era a captura de indígenas e a destruição de quilombos
organizados pelos negros fugitivos.

A figura dos bandeirantes é extremamente valorizada, ainda que contraditória, sobretudo na


região sudeste do Brasil, por conta da importância econômica que eles tiveram ao contribuir,
nos séculos XVII e XVIII, com a descoberta do ouro nas Minas Gerais e do avanço no
“desbravamento” do interior brasileiro.

170. O principal motivo da criação da capitania de Mato Grosso, em 1748, foi impedir que os
espanhóis tomassem a região e chegassem a Goiás e Minas Gerais. Era a época em que Portugal
e Espanha discutiam as cláusulas do Tratado de Madri, finalmente assinado em 1750, que fixou
os contornos aproximados da atual fronteira brasileira, substituindo o Tratado de Tordesilhas
(1494).

(Masilia Aparecida da Silva Gomes. Comer, beber, governar. In Revista de


História da Biblioteca Nacional, set. de 2010, n.º 60.)

A expansão territorial da América portuguesa teve relação com

A) as colônias de povoamento do sul e a cafeicultura.

B) a produção de algodão e as oficinas de artesanato.

C) as missões jesuíticas e a mineração.

D) a produção de tabaco em São Paulo e os desterrados portugueses.

E) as manufaturas e as feitorias do nordeste.


Comentários: Gabarito letra C

O período a que o enunciado se refere abarca o século XVIII, quando do estabelecimento do


Tratado de Madri (1750), que previa, dentre outros preceitos, a adoção do uti possidetis, ou
seja, a premissa de que “quem possui de fato, deve possuir de direito”, que dava a posse
das terras a quem tivesse ocupado e povoado o território.

Tal Tratado é contrário às premissas do Tratado de Tordesilhas (1494), que estabelecia a


posse através de uma demarcação de 370 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde,
sendo que a parte oriental das terras descobertas na América pertenceria a Portugal, e a
parte ocidental, à Espanha. Neste período, a atividade que representa a ocupação do
território brasileiro por meio dos portugueses e, dessa forma, justifica o princípio do uti
possidetis, é a extração de minérios no século XVIII, principalmente na região das Minas
Gerais.

A expansão territorial na América Portuguesa aconteceu por conta da necessidade de se


ocupar o interior do país e de se explorar as riquezas minerais (através das entradas e
bandeiras). Por meio do Tratado de Madri (1750) e do princípio do uti possidetis, passou-se
a expandir as missões jesuíticas no Brasil em busca do controle do ouro e da catequização
de indígenas.

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171. O vozerio interrompido e sempre repetido com que os negros levam de um lado para o
outro cargas sobre varas, o chiado de um tosco carro de bois de duas rodas, em que as
mercadorias são conduzidas pela cidade, os frequentes tiros de canhão dos castelos e dos navios
de todos os países do mundo que entram e o estrondo de foguetes com que os habitantes quase
que diariamente e já pela manhã festejam os dias santos, confundem-se num estardalhaço
ensurdecedor.

(J. B. Spix e C. F. P. von Martius. Viagem pelo Brasil, 1817-1820).

O texto, relativo à cidade do Rio de Janeiro no final da segunda década do século XIX, faz
referência:

A) ao pacto colonial e à sua estreita dependência em relação a Portugal.

B) à crise causada pelo Bloqueio Continental, decretado por Napoleão.

C) à importância do comércio na cidade, que abrigava a Corte portuguesa.

D) ao crescimento das importações, incentivadas pelos lucros da mineração.

E) à transformação da cidade em um centro produtor de manufaturas.

Comentários: Gabarito letra C

O texto apresentado pela banca faz referência às dinâmicas sociais existentes na cidade do
Rio de Janeiro no século XIX, especificamente entre os anos de 1817 e 1820. É preciso se
lembrar, para a correta solução da questão, que no ano de 1808 ocorreu a transferência da
Corte Portuguesa para o Brasil, fruto de um projeto que já estava sendo pensado e que foi
antecipado em decorrência das invasões napoleônicas a Portugal.

Com a transmigração da Família Real e de todo o seu aparelho estatal burocrático e


administrativo, o Rio de Janeiro passou por um primeiro momento de transformações, tanto
no que diz respeito aos aspectos sociais quanto econômicos. Neste sentido, o texto de Spix
e von Martius, que consolida uma narrativa sobre a fauna e flora brasileiras, também nos
apresenta características da sociedade oitocentista.

No trecho em destaque, podemos ressaltar a relevância que o comércio possuía na cidade,


uma vez que os autores descrevem o trabalho dos negros, de um lado para o outro da cidade,
carregando os produtos que seriam comercializados, bem como as mercadorias
transportadas nos carros de bois.

172. A economia colonial brasileira baseou-se na:

A) grande lavoura mercantil, na monocultora e no trabalho escravo.

B) exploração de minério e na utilização de mão de obra indígena.

C) pecuária extensiva conduzida por imigrantes portugueses.

D) exploração madeireira das florestas e no trabalho escravo.

E) monocultura com utilização de trabalho livre.

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Comentários: Gabarito letra A

Nesta questão, é preciso identificar que o enunciado trata da economia colonial brasileira,
ou seja, diz respeito à economia entre 1500 (início da colonização) e 1815 (quando o Brasil
foi elevado à categoria de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves). Dito isto, devemos ter
em mente que o Brasil se beneficiou, sobretudo, de uma produção através do cultivo da terra
e da plantação de determinados produtos, com características monocultoras. Podemos
destacar, dentre os produtos cultivados, a cana de açúcar, presente em abundância
sobretudo no nordeste do país entre os séculos XVI e XVII, e as lavouras de café, na região
sudeste, principalmente a partir do século XIX.

Para a extração de tais produtos, houve a utilização de mão de obra cativa, primeiramente a
indígena e, posteriormente, a negra. Assim sendo, a alternativa “B” está incorreta porque
apresenta apenas a exploração de minério e uso da mão de obra indígena; a “C”, porque
apresenta a pecuária como presente no período todo, além do uso exclusivo de mão de obra
imigrante portuguesa; a “D”, pois destaca apenas a exploração madeireira (sobretudo o pau-
brasil), e a “E” por fazer referência ao trabalho livre, algo que somente foi feito
posteriormente ao período colonial. Dessa forma, a única alternativa correta é a “A”.

173. Foram características dominantes no Nordeste açucareiro, durante o Brasil colonial, a:

A) intensa vida urbana e a policultura de exportação.

B) posse comunitária da terra e a servidão indígena.

C) enorme chance de mobilidade social e o minifúndio.

D) produção para o mercado interno e o trabalho familiar.

E) grande propriedade rural e a mão de obra escrava.

Comentários: Gabarito letra E

Durante o período colonial brasileiro, dentre os produtos que fizeram parte deste
mecanismo, destaca-se a cana de açúcar, sobretudo no nordeste brasileiro, pautada pelo uso
de uma grande propriedade rural e da mão de obra escrava. Estão incorretas:

1. A alternativa “A”, que fala sobre uma intensa vida urbana, uma vez que o Nordeste ainda
não possuía tais características e a maioria da população pertencia ao meio rural;

2. A alternativa “B”, pois a posse não era comunitária, mas pertencia a grandes proprietários
de terras, os chamados “senhores de engenho”;

3. A alternativa “C”, que discorre sobre a enorme chance de mobilidade social. Deve-se
destacar que neste período, a mobilidade social era mais restrita às pessoas que possuíam
terras e riquezas.

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Além disso, a adoção de minifúndio não era predominante no período, sendo o latifúndio o
uso predominante;

4. A alternativa “D”, pois a produção era voltada para o mercado externo, sobretudo para o
lucro da Metrópole. Ademais, o uso de trabalho escravo indígena e, posteriormente, negro,
foi adotado na Colônia.

A alternativa que é correta, portanto, é a alternativa “E”, apresentada pela grande


propriedade rural (o latifúndio) e pela mão de obra escrava.

174. Observe a imagem.

A ilustração de Jean-Baptiste Debret pode ser associada, no Brasil colonial:

A) ao fim da escravidão.

B) à produção de açúcar.

C) ao crescimento urbano.

D) à extração de ouro.

E) ao trabalho assalariado.

Comentários: Gabarito letra B

A imagem retrata a produção de açúcar em um engenho brasileiro, retratado por Debret,


que veio ao Brasil com a Missão Artística Francesa de 1816, tendo feito uma série de gravuras
do dia a dia dos escravos e da vida no Brasil Colônia. Esta imagem evidencia a vida dos
escravos que, de forma integral, participavam da produção do açúcar, desde o momento do
plantio da cana, até a sua colheita e consequente refinamento. O uso de escravos foi adotado
para garantir um maior lucro aos senhores do engenho. A alternativa “B” é, dessa forma, a
correta.

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175. De acordo com o historiador Stuart B. Schwarcz, durante o período da colonização, havia
um ditado popular que dizia: “Sem açúcar, não há Brasil; sem a escravidão, não há açúcar; sem
Angola, não há escravos”.

(http://tinyurl.com/njyvll6 Acesso em: 30.06.2014.)

Esse ditado traz elementos que permitem concluir que a organização colonial

A) dependia da produção de açúcar para exportação, produzido com trabalho de escravos.

B) era baseada na policultura de subsistência, para alimentar a grande população escrava.

C) utilizava-se do trabalho escravo, para garantir a produção de gêneros industrializados.

D) desenvolvia a economia do Brasil e de Angola, pois ambos dividiam os lucros do açúcar.

E) era baseada no trabalho assalariado, porém utilizava escravos nas atividades domésticas.

Comentários: Gabarito letra A

O ditado deixa claro uma tripla dependência: a Colônia precisa de Angola para fornecer
escravos, dos escravos para produzir açúcar e do açúcar para ter lucro. Logo, a Colônia se
organizava a partir da produção de Açúcar, no modelo de plantation (latifúndio monocultor,
agroexportador e escravista).

Está errada a [B] pois era monocultura.

A [C] porque a sociedade era agrária.

A [D] porque o açúcar só era produzido aqui e angola era para captura de africanos e a [E] o
trabalho era somente escravo.

176. "Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é
possível fazer, conservar e aumentar fazenda."

(ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo


Horizonte: Itatiaia, 1982, p. 89.)

No trecho citado, parte de uma obra publicada em 1711, o jesuíta Antonil:

A) torna evidente que o trabalho escravo constituiu a base da exploração econômica em setores
essenciais da economia colonial.

B) fornece argumentos para o combate movido pela Igreja contra a escravização de indígenas e
africanos nos domínios coloniais portugueses.

C) explica por que a escravidão foi importante no empreendimento açucareiro, mas teve papel
secundário e marginal na exploração mineradora.

D) justifica a brandura da escravidão no Brasil e sugere uma explicação para a “democracia


racial” predominante na sociedade colonial brasileira.

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E) condena as tentativas de introduzir trabalhadores livres, trazidos da Europa, para substituir a


mão de obra escrava nas lavouras de café.

Comentários: Gabarito letra A

A economia colonial brasileira estava totalmente atrelada à mão de obra escrava negra. Sem
os escravos, a economia perdia sua principal base de sustentação.

Estão erradas a [B], pois não fornece argumentos para a igreja, a [C] pois a escravidão foi
essencial na colônia seja na lavoura ou na mineração.

A [D] a escravidão não foi nada branda e a [E] porque Antonil escreveu no século XVIII e o
ciclo do café foi no Império em meados do século XIX.

177. Leia este trecho do documento:

Eu el-rei faço saber a vós [...] fidalgo de minha casa que vendo eu quanto serviço de Deus e meu
é conservar e enobrecer as capitanias e povoações das terras do Brasil e dar ordem e maneira
com que melhor e seguramente se possam ir povoando para exaltamento da nossa santa fé e
proveito de meus reinos e senhorios e dos naturais deles ordenei ora de mandar nas ditas terras
fazer uma fortaleza e povoação grande e forte em um lugar conveniente para daí se dar favor e
ajuda às outras povoações e se ministrar justiça e prover nas coisas que cumprirem a meus
serviços e aos negócios de minha fazenda e a bem das partes [...]

É CORRETO afirmar que, nesse trecho de documento, se faz referência:

A) à criação do Governo Geral, com sede na Bahia.

B) à implantação do Vice-Reinado no Rio de Janeiro.

C) à implementação da Capitania-sede em São Vicente.

D) ao estabelecimento de Capitanias Hereditárias, no nordeste.

Comentários: Gabarito letra A

A criação do Governo Geral pelo rei de Portugal em 1548, foi motivada pelo fracasso do
sistema de capitanias hereditárias adotado para promover a colonização e administração do
Brasil. Com a implantação do Governo Geral, promoveu-se a centralização administrativa da
colônia, mas sem que fossem suprimidas as capitanias.

178. Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois
destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul para
anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta
obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza.

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“Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro”, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no
Brasil colonial. In: CATELLI JR., R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo:
Brasiliense, 1994 (adaptado).

Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de:

A) exclusão social.

B) imposição religiosa.

C) acomodação política.

D) supressão simbólica.

E) ressignificação cultural.

Comentários: Gabarito letra E

O Congado, ou Festa do Rei Congo, é um movimento de sincretismo religioso realizado no


Brasil desde os tempos coloniais. A festa é uma mistura de cultos católicos e africanos, na
qual se comemora, ao mesmo tempo, a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora
do Rosário e a vida do negro Chico-Rei.

179. A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha
nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e
dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.

GÂNDAVO, P M.A primeira historia do Brasil: história da província de Santa Cruz a que
vulgarmente chamamosBrasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).

A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência


das letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a:

A) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.

B) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.

C) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.

D) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.

E) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.

Comentários: Gabarito letra D

Os portugueses enxergaram os indígenas de maneira etnocêntrica, medindo o povo indígena


a partir dos seus próprios valores. Por isso, a crítica à falta de fé, lei e rei.

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180. Os holandeses desembarcaram em Pernambuco no ano de 1630, em nome da Companhia


das Índias Ocidentais (WIC), e foram aos poucos ocupando a costa que ia da foz do Rio São
Francisco ao Maranhão, no atual Nordeste brasileiro. Eles chegaram ao ponto de destruir Olinda,
antiga sede da capitania de Duarte Coelho, para erguer no Recife uma pequena Amsterdã.

NASCIMENTO, R. L. X. A toque de caixas. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, n. 70,


jul. 2011.

Do ponto de vista econômico, as razões que levaram os holandeses a invadirem o nordeste da


Colônia decorriam do fato de que essa região:

A) era a mais importante área produtora de açúcar na América portuguesa.

B) possuía as mais ricas matas de pau-brasil no litoral das Américas.

C) contava com o porto mais estratégico para a navegação no Atlântico Sul.

D) representava o principal entreposto de escravos africanos para as Américas.

E) constituía um reduto de ricos comerciantes de açúcar de origem judaica.

Comentários: Gabarito letra A

Durante o chamado período da União Ibérica, quando Portugal e Espanha passaram a ser
governados pelo mesmo Monarca, os Países Baixos (Holanda), então uma possessão
espanhola, decretaram sua Independência. O Rei espanhol, Filipe II, em retaliação, proibiu
todas as possessões espanholas – incluindo o Brasil – de fazer comércio com sua antiga
possessão. Os holandeses, reagindo a isso, decidiram invadir o Nordeste brasileiro para não
perder os lucros advindos da venda do açúcar brasileiro na Europa, pois esse comércio já era
feito por intermédio dos Países Baixos.

181. Áreas em estabelecimento de atividades econômicas sempre se colocaram como grande


chamariz. Foi assim no litoral nordestino, no início da colonização, com o pau-brasil, a cana-de-
açúcar, o fumo, as produções de alimentos e o comércio. O enriquecimento rápido exacerbou o
espírito de aventura do homem moderno.

FARIAS, S. C. A Colônia em movimento. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).

O processo descrito no texto trouxe como efeito o(a):

A) acumulação de capitais na Colônia, propiciando a criação de um ambiente intelectual


efervescente.

B) surgimento de grandes cidades coloniais, voltadas para o comércio e com grande


concentração monetária.

C) concentração da população na região litorânea, pela facilidade de escoamento da produção.

D) favorecimento dos naturais da Colônia na concessão de títulos de nobreza e fidalguia pela


Monarquia.

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E) construção de relações de trabalho menos desiguais que as da Metrópole, inspiradas pelo


empreendedorismo.

Comentários: Gabarito letra C

O litoral colonial sempre foi mais populoso e desenvolvido que o interior, seja por uma
questão de solo e clima para a prática agrícola, seja pela necessidade de escoar a produção
e/ou extração colonial para a Europa pelos portos.

182. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu,
vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com
arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro,
nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito
bons ares [...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente.

Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História
moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.

A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra.

Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo:

A) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos.

B) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa.

C) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente.

D) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia.

E) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho.

Comentários: Gabarito letra A

Ao afirmar que "o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar essa gente",
Caminha demonstra que o português buscaria, através da catequese, "civilizar" o indígena,
considerado selvagem por não ter "fé, lei nem Rei".

183. Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os
próprios africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino
linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para
pensar que os africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em
perceber a existência entre si de elos culturais mais profundos.

SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil.


Revista USP, n.º 12, dez./jan./fev. 1991-92 (adaptado).

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Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a


experiência da escravidão no Brasil tornou possível a:

A) formação de uma identidade cultural afro-brasileira.

B) superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias.

C) reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos.

D) manutenção das características culturais específicas de cada etnia.

E) resistência à incorporação de elementos culturais indígenas.

Comentários: Gabarito letra A

O texto nos remete a uma situação muitas vezes ignorada, que os africanos provinham de
nações diferentes, que possuíam hábitos e língua diferentes. O senso comum do brasileiro
parte de uma ideia geral de africano, baseada principalmente na cor da pele. Destaca
também que as condições de cativeiro, que para todos os escravos eram iguais, acabou por
criar um elo entre os escravos, visto que na mesma senzala estavam pessoas de regiões
diferentes que, aos olhos de proprietários e capatazes, eram todos iguais, seres inferiores,
objetos de trabalho.

184.

O desenho retrata a fazenda de São Joaquim da Grama com a casa-grande, a senzala e outros
edifícios representativos de uma estrutura arquitetônica característica do período escravocrata
no Brasil. Esta organização do espaço representa uma:

A) estratégia econômica e espacial para manter os escravos próximos do plantio.

B) tática preventiva para evitar roubos e agressões por escravos fugidos.

C) forma de organização social que fomentou o patriarcalismo e a miscigenação.

D) maneira de evitar o contato direto entre os escravos e seus senhores.

E) particularidade das fazendas de café das regiões Sul e Sudeste do país.

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Comentários: Gabarito letra C

A imagem deixa claro que a “casa-grande” encontra-se no “centro” da fazenda, assim como
o “senhor de engenho” era o “centro” daquela sociedade, destacando, assim, o caráter
patriarcalista da mesma. Também do “centro” da fazenda, o senhor podia observar e
comandar todos os outros segmentos do seu engenho, mantendo tudo sob o seu comando
direto.

185. Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos deparamos com uma impressionante
multidão que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o Vice-Rei, cercaram-no e o
obrigaram a dançar e pular, exercício violento e pouco apropriado tanto para sua idade quanto
posição.

Tivemos nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser interessante
ver numa igreja padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dançar e pular misturados, e
a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo do Amarante”.

BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour du monde. Apud:


TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil Colonial. São Paulo: Ed. 34, 2000 (adaptado).

O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre uma festa ocorrida em Salvador, em
1717, demonstra dificuldade em entendê-la, porque, como outras manifestações religiosas do
período colonial, ela

A) seguia os preceitos advindos da hierarquia católica romana.

B) demarcava a submissão do povo à autoridade constituída.

C) definia o pertencimento dos padres às camadas populares.

D) afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção.

E) harmonizava as relações sociais entre escravos e senhores.

Comentários: Gabarito letra D

Questão de interpretação de texto, que envolve a religiosidade no Brasil colonial, já marcada


pelo sincretismo quando se percebe a presença de escravos em uma manifestação católica,
essa já caracterizada pela dança, influência africana.

186. O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII,
durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua
procura foi aumentando. Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e produzido
em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente
caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras.

CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.

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Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por
Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de:

A) o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.

B) os árabes serem aliados históricos dos portugueses.

C) a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.

D) as feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.

E) os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante.

Comentários: Gabarito letra A

O sistema colonial desenvolvido durante a Idade Moderna enquadra-se no processo de


expansão do comércio, responsável por fortalecer o Estado absolutista e possibilitou o
enriquecimento da camada burguesa. Todo o processo de exploração colonial tinha como
objetivo gerar riqueza, acumulada segundo a visão mercantilista de economia.

187. Formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica
de exploração econômica, híbrida de índio — e mais tarde de negro — na composição.

Sociedade que se desenvolveria defendida menos pela consciência de raça, do que pelo
exclusivismo religioso desdobrado em sistema de profilaxia social e política. Menos pela ação
oficial do que pelo braço e pela espada do particular. Mas tudo isso subordinado ao espírito
político e de realismo econômico e jurídico que aqui, como em Portugal, foi desde o primeiro
século elemento decisivo de formação nacional; sendo que entre nós através das grandes
famílias proprietárias e autônomas; senhores de engenho com altar e capelão dentro de casa e
índios de arco e flecha ou negros armados de arcabuzes às suas ordens.

FREYRE, G. Casa-Grande e Senzala. Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.

De acordo com a abordagem de Gilberto Freyre sobre a formação da sociedade brasileira, é


correto afirmar que:

A) a colonização na América tropical era obra, sobretudo, da iniciativa particular.

B) o caráter da colonização portuguesa no Brasil era exclusivamente mercantil.

C) a constituição da população brasileira esteve isenta de mestiçagem racial e cultural.

D) a Metrópole ditava as regras e governava as terras brasileiras com punhos de ferro.

E) os engenhos constituíam um sistema econômico e político, mas sem implicações sociais.

Comentários: Gabarito letra A

A questão analisa o processo de colonização da América enfatizando, de um lado, as


iniciativas particulares e de outro, o subentendimento da pouca interferência do Estado no
arranjo da organização econômica, social e cultural nas colônias.

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PERIODO COLONIAL II
188. A ênfase fortemente regionalista dos inconfidentes inclinava-se, às vezes, para o
nacionalismo econômico. Isto era mais explícito nos pronunciamentos do alferes Tiradentes,
embora ele não estivesse isolado em tal posição. Silva elogiava a beleza de Minas e apontava
seus recursos naturais. Livre, republicano, industrializado, continuava o propagandista, o Brasil
não teria necessidade de importar mercadorias estrangeiras.

(Kenneth R. Maxwell. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira, Brasil – Portugal, 1750-


1808, 1978. Adaptado)

Os projetos defendidos pelos inconfidentes podem ser explicados pela conjuntura histórica de:

A) reafirmação da prática econômica mercantilista e de instauração na metrópole portuguesa


do absolutismo monárquico.

B) avanço dos movimentos socialistas de contestação social e de difusão da concepção de


igualdade natural dos homens.

C) consolidação das independências políticas latino-americanas e de retração das riquezas


proporcionadas pelas exportações agrícolas brasileiras.

D) crítica ao Antigo Regime europeu e de aumento do peso da exploração colonial com o


declínio da produção aurífera.

E) disputas econômicas entre metrópoles coloniais e de guerras permanentes entre economias


industrializadas europeias.

Comentários: Gabarito letra D

O trecho do livro de Kenneth Maxwell, historiador britânico especializado nos estudos sobre
a História Ibérica e as relações entre o Brasil e Portugal ao longo do século XVIII, é trazido
pela banca para dar subsídio a uma questão (muito bem elaborada, por sinal) sobre o período
colonial brasileiro. No caso em específico, aborda-se sobre uma das revoltas de caráter
separatista ocorridas à época e muito conhecida até os dias de hoje: a chamada Inconfidência
(ou Conjuração) Mineira, ocorrida no ano de 1789.

Para compreender melhor a sua origem, é preciso entender que a mineração, a partir do
século XVIII, foi um fator determinante para a expansão das fronteiras no interior do país,
sendo que muitas jazidas de ouro de aluvião (encontrado às margens dos rios) foram
descobertas desde o final do século XVII. A notícia dessas descobertas se espalhou pelo Brasil
e inúmeras pessoas foram em direção às Minas Gerais.

Com isso, a Coroa Portuguesa, que detinha o controle sobre o ouro extraído, criou as
chamadas Casas de Fundição, instituições responsáveis pela transformação do ouro em
barras e que, a partir de sua transformação, já teria retirado o “quinto”, ou seja, 20% de todo
o ouro extraído deveria ser pago, sob o título de impostos, à Portugal.

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Devido à alta exploração ao longo do século XVIII, uma grave crise econômica ocorreu, na
qual os mineradores não conseguiam mais pagar os impostos para a Coroa. Acreditando que
os mineradores estavam roubando o ouro que era extraído (o que de fato acontecia durante
a época, sobretudo em virtude dos contrabandos) devido à sua brusca redução, Portugal
determinou, em 1765, a existência de um novo pagamento, a Derrama, que representava o
pagamento compulsório dos impostos devidos pelos colonos.

No dia 16 de julho de 1788, Luís Antônio Furtado de Mendonça, o Visconde de Barbacena,


pronunciou-se perante a Junta da Fazenda, em Vila Rica, cinco dias depois de assumir o
governo da capitania de Minas Gerais. Deu origem a um plano de reformas que Lisboa
elaborara para a região.

Reivindicou o pagamento das dívidas do quinto real. Nesta ocasião, a derrama transformava-
se no dilema histórico, preâmbulo da Inconfidência Mineira.

Sob a ameaça do lançamento da Derrama entre 1788 e 1789 por Portugal, os mineiros
ilustrados, insatisfeitos com a situação ocasionada, organizaram uma revolta em 1789, que
ficou conhecida como a Inconfidência Mineira, de caráter separatista e sob a liderança do
alferes Tiradentes e de outros letrados, cujos referenciais iluministas já estavam presentes
em suas ações.

Denunciada, contudo, por Joaquim Silvério dos Reis, um dos membros do grupo, em troca
do perdão de suas dívidas, a revolta foi, por sua vez, suprimida e os seus líderes foram presos
ou exilados, à exceção de Tiradentes, membro mais pobre, que foi punido com o
esquartejamento e exposição a público.

(Fonte: Derrama, boatos e historiografia: o problema da revolta popular na Inconfidência


Mineira - Tarcísio de Souza Gaspar).

189. Observe o seguinte trecho do Tratado de Methuen.

Artigo 1º – Sua Sagrada Majestade El-Rei de Portugal promete admitir para sempre de aqui em
diante, no Reino de Portugal, os panos de lã e mais fábricas de lanifício da Inglaterra.

Artigo 2º – É estipulado que Sua sagrada e Real Majestade Britânica será obrigada para sempre,
de aqui em diante, de admitir na Grã-Bretanha os vinhos de Portugal, de sorte que em tempo
algum não se poderá exigir direitos de Alfândega nestes vinhos.

(Tratado de Methuen – 1703. In: Nelson Werneck Sodré, As Razões da Independência.


Adaptado).

Entre outros fatores, foi devido ao Tratado de Methuen que

A) as manufaturas têxteis se desenvolveram muito no Brasil.

B) Inglaterra e Portugal foram os primeiros países a se industrializarem.

C) a burguesia portuguesa enriqueceu e lutou contra a monarquia.

D) o ouro explorado no Brasil foi transferido para a Inglaterra.

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E) Portugal diminuiu o seu interesse pela exploração da colônia.

Comentários: Gabarito letra D

O Tratado de Methuen, conhecido também por Tratado de Panos e Vinhos (em decorrência
das mercadorias que teriam privilégios no mercado entre Portugal e Inglaterra, sendo que os
britânicos reduziram a tarifa de importação do vinho português, enquanto os portugueses se
comprometiam a abrir o mercado para os produtos feitos a partir da indústria têxtil
britânica), estimulou o processo de industrialização da Inglaterra, deixando Portugal
“atrasado” e desfavorável economicamente.

Tal acordo comprometeu a economia portuguesa, uma vez que a tornou dependente da
Inglaterra e com dívidas que somente eram pagas (ainda que em atraso) através da extração
de minérios (sobretudo o ouro), que eram transferidos diretamente para a Inglaterra.

Dessa forma, Portugal teve de ampliar a exploração da sua colônia em terras americanas,
com o intuito de pagar suas dívidas. Diante deste contexto, a única alternativa correta que
se apresenta é a “D”, que retrata a transferência do ouro luso-brasileiro diretamente para a
Inglaterra.

190. A primeira companhia privilegiada de comércio, surgida em 1755, voltada ao


desenvolvimento da região Norte, e que pretendia oferecer preços atraentes para os produtos
que a região deveria exportar para o mercado europeu, foi instituída pelo Marquês de Pombal
e denominada

A) Companhia Geral do Comércio do Brasil.

B) Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão.

C) Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba.

D) Companhia das Índias Ocidentais.

E) Companhia Comercial do Governo Geral.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A é incorreta, pois a Companhia Geral do Comércio do Brasil é de 1649, isto é,


um século antes do rei D. José I o nomear como secretário de Estado (ministro) para assuntos
exteriores.

A alternativa B é a resposta certa. Antes da criação da Companhia Geral do Comércio do


Grão-Pará e Maranhão, em 1755, já havia a Companhia de Comércio do Maranhão, que foi
fundada em 1682.

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O Marquês de Pombal, contudo, fundou a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e


Maranhão com o poder de monopólio estabelecido, não tendo uma estrutura muito
diferente de outras companhias, com acionistas e corpo administrativo, mas de caráter
fortemente estatal, com poderes governamentais na prática, o que justifica a ideia de ser
uma companhia privilegiada de comércio. Entre seus principais acionistas se inclui,
inicialmente, o próprio rei Dom José I e o criador da companhia, o Marquês de Pombal.

A alternativa C também é incorreta, pois a Companhia Geral de Pernambuco e paraíba foi


fundada apenas em 1759.

A alternativa D também é incorreta, de tal modo que a Companhia das Índias Ocidentais era
uma companhia holandesa e não portuguesa, que foi fundada em 1621.

A alternativa E também é incorreta, pois o nome correto é Companhia Geral do Comércio no


Brasil, e esta foi fundada em 1649.

(SHIKIDA, 2007).

191. Entre 1708 e 1709 o estado de Minas Gerais foi palco de um conflito marcado pela disputa
pelo Ouro. Tal guerra se baseou no conflito entre bandeirantes paulistas e forasteiros que
buscavam a riqueza oriunda dos metais preciosos. Tal conflito ficou conhecido como:

A) Guerra das Emboabas.

B) Inconfidência Mineira.

C) Levante de Vila Rica.

D) Guerra Mata Maroto.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa, uma vez que a Guerra dos Emboabas (1707-1709) foi um
confronto que ocorreu pelo direito de exploração das recém descobertas jazidas de ouro, na
região das Minas Gerais. O conflito contrapunha, de um lado, os desbravadores vicentinos,
ou Bandeirantes, que haviam descoberto a região das minas e que por esta razão
reclamavam à exclusividade de explorá-las; e de outro lado um grupo heterogêneo composto
de portugueses e imigrantes das demais partes do Brasil (pejorativamente apelidados de
“emboabas” pelos Bandeirantes), todos atraídos à região pela febre do ouro.

A alternativa B é falsa, pois a Inconfidência Mineira foi uma tentativa de revolta abortada
pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, contra a
execução da derrama e o domínio português, visando a implantação de um República.

A alternativa C também é falsa, pois a chamada Revolta ou Levante de Vila Rica, também
conhecido como Revolta de Felipe dos Santos, aconteceu no ano de 1720, em razão do
descontentamento dos viventes com os impostos e imposições da Coroa Portuguesa.

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A alternativa D também é falsa, uma vez que a Guerra Mata-Maroto foi um movimento que
aconteceu na área do São Francisco, com disputas entre brancos nacionais, que participavam
da luta pela independência do Brasil em 1823, e portugueses.

(FARIA, 2013; GASPAR, 2010).

192. Sobre a economia do período colonial do Brasil, todas as alternativas estão corretas, exceto
a:

A) O ciclo do ouro contribuiu para a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil e para a
transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.

B) A propriedade agrícola no qual se baseava o sistema colonial tinha duas características


básicas: a monocultura e o trabalho escravo.

C) O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos europeus
numa relação de escambo com os nativos.

D) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico interno,


realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é incorreta, pois de fato o ciclo do ouro contribui para o primeiro surto urbano
do Brasil. A notícia espalhou-se rapidamente e milhares de pessoas da Colônia e da
Metrópole dirigiram-se para a região das Minas Gerais. Essa alteração na ordem colonial
acabou exigindo que a capital colonial se transferisse para o Rio de Janeiro, que tinha menos
infraestrutura do que Salvador, mas era mais perto das minas de ouro, facilitando o controle
da situação.

A alternativa B também é incorreta, pois de fato a produção agrícola do período colonial foi
organizada aos moldes do sistema de plantation, isto é, baseado na monocultura e no
trabalho escravo, produzindo para a exportação e comercio metropolitano.

A alternativa C também é incorreta, pois de fato os portugueses exploraram primeiramente


o pau-brasil, sob a mão de obra indígena, que era explorada em troca de objetos
desconhecidos para eles, como espelhos, facas, miçangas, foices e machados.

A alternativa D é a resposta certa, uma vez que é falso afirmar que o ciclo da cana-de-açúcar
contribuiu para a criação de um mercado econômico interno, ao passo que a produção de
cana- de-açúcar seguiu os moldes mercantilistas, firmando o pacto colonial que permitia o
comércio apenas com a metrópole e monopolizando a produção. Além disso, também é falso
dizer que o ciclo do açúcar fez a ligação entre o litoral e o interior da Colônia, de modo que a
atividade açucareira se concentrou especialmente na costa do nordeste brasileiro.

(VAZ, 2013).

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193. Na região das Minas Gerais, em fins do século XVIII, ocorreu uma revolta colonial contra a
dominação portuguesa. Esse movimento foi provocado pelos impostos abusivos cobrados sobre
a produção mineradora.

Identifique corretamente esse movimento.

A) Revolução Praieira.

B) Inconfidência Mineira.

C) Guerra de Canudos.

D) Guerra da Independência.

E) Revolta dos Farrapos.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A é falsa, pois a Revolução Praieira ocorreu na província de Pernambuco em


meados do século XIX, entre 1848 e 1850.

A alternativa B é a resposta certa, uma vez que a Inconfidência Mineira, de caráter


separatista, se opôs à cobrança forçada de impostos atrasados (a chamada derrama),
referentes aos tributos sobre a extração do ouro nas Minas Gerais. O tributo cobrado era o
quinto, ou seja, 20% sobre toda a extração de ouro. Devido à intensa exploração do ouro
durante todo o século XVIII, houve uma redução drástica na quantidade de impostos
recolhidos nas últimas décadas daquele século por causa da diminuição das explorações, o
que deixou a Coroa portuguesa insatisfeita e a levou a decretar a referida derrama. Diante
disso, uma parcela letrada da população mineira, da qual se destacam mineradores, grandes
proprietários de terras e membros do clero, sob a influência dos ideais iluministas que
ecoava, inclusive, no Brasil, passaram a se reunir para discutir formas contrárias à exploração
portuguesa. Dentre alguns de seus objetivos, podemos destacar: a separação de Minas
Gerais de Portugal e a respectiva proclamação da República; o fim do monopólio do comércio
com Portugal; o serviço militar obrigatório. Os inconfidentes iriam se rebelar contra o
governo português em 1789, ano que seria cobrada a derrama. Organizados um ano antes,
os inconfidentes, contudo, foram denunciados por Joaquim Silvério dos Reis, que buscava o
perdão das suas dívidas com a Coroa. Todos os membros que preparavam a revolta foram
presos, mas o único condenado à morte foi Tiradentes, que teve seu corpo esquartejado e
exibido em praça pública, a fim de servir como modelo aos que buscavam a insurreição.

A alternativa C também é falsa, pois a Guerra de Canudos aconteceu no interior da Bahia,


entre 1896 e 1897, já no período republicano.

A alternativa D também é falsa, pois a Guerra de Independência ocorreu em 1822.

A alternativa E também é falsa, pois a Revolta dos Farrapos (ou Farroupilha) aconteceu no
Rio Grande do Sul, entre 1835 e 1845, durante o Período Regencial, por conta do preço do
charque gaúcho e da concorrência com o charque importado.

(VAZ, 2013).

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194. Os holandeses estão entre os diversos povos que invadiram ou tentaram invadir o território
que hoje corresponde ao Brasil, durante o período colonial, no século XVII.

Sobre a presença holandesa no Brasil, assinale a alternativa CORRETA.

A) Os holandeses estabeleceram suas colônias no Sudeste brasileiro.

B) Os holandeses eram parceiros comerciais dos portugueses na atividade açucareira.

C) O principal interesse dos holandeses era a crescente economia cafeeira.

D) Os portugueses estabeleceram uma política de cordialidade com os holandeses quando estes


invadiram sua colônia.

E) Os holandeses saíram do Brasil por meio de um processo chamado “União Ibérica”.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. A questão remete às invasões holandesas no Brasil,
no século XVII. Os holandeses eram parceiros comerciais de Portugal no que diz respeito ao
açúcar. A Holanda se separou da Espanha no final do século XVI e, durante a União Ibérica, a
Espanha boicotou o comércio do açúcar entre Holanda e Portugal. Desta forma, os
holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais com o intuito de invadir o Brasil.
Ocorreu a invasão fracassada na Bahia em 1624 e, posteriormente, em 1630, ocorreu a
invasão em Pernambuco.

195. (UFPR 2015)

“(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento é resultado
de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar comunidades indígenas’."

(Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por Maria
Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.).

A afirmação acima se refere aos aldeamentos missionários e às transformações que eles


trouxeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das
missões jesuíticas eram:

A) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão de obra para a monocultura, o que
implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação de sistema de
trabalho e organização social.

B) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do pau-


brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e a modificação da
sua organização social.

C) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de fronteiras
com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande mortalidade por conta
dos confrontos com os espanhóis.

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D) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou para os


índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a Companhia de Jesus.

E) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial, o que
implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema de trabalho e
organização habitacional.

Comentários: Gabarito letra E

Somente a alternativa [E] está correta. A questão remete as missões jesuíticas na América
Latina durante o período colonial. No contexto da contrarreforma ou Reforma católica em
meados do século XVI foi criada por Inácio de Loyola a Companhia de Jesus com o objetivo
de angariar fiéis para o catolicismo e impedir o avanço protestante. Estes jesuítas
desempenharam um papel importante na América, criaram as missões para catequese dos
nativos. Daí que as aldeias que eram um espaço indígena passaram a ser um aldeamento, ou
seja, missões jesuíticas que ao catequizar os nativos contribuíram para o processo de
aculturação e destribalização. No caso do Brasil, os padres jesuítas foram expulsos em 1759
pelo ministro Pombal.

196. Entre os objetivos dos monarcas portugueses na colonização do Brasil, se destacaram:


expandir as fronteiras territoriais e encontrar metais preciosos. A esse propósito, analise as
seguintes proposições:

1. a ocupação de quase todo o litoral brasileiro estava esboçada nos dois primeiros séculos da
colonização portuguesa.

2. no século XVIII, através do Maranhão, os portugueses percorreram o Amazonas, rechaçando


esporádicos estabelecimentos de espanhóis e infiltrações francesas.

3. a colônia de Sacramento era periodicamente alvo de ataque dos espanhóis de Buenos Aires,
enquanto se consolidava o povoamento do Rio Grande do Sul.

4. a configuração do território brasileiro, tal como hoje se verifica foi, em linhas gerais, definida
pelo Tratado de Madri no século XVII.

5. os limites do território do Brasil obedeceram sempre ao estabelecido no Tratado de


Tordesilhas, quando se fixaram os domínios portugueses e espanhóis na América.

Estão corretas apenas:

A) 1, 4 e 5.

B) 1, 2 e 5.

C) 2, 4 e 5.

D) 1, 2 e 3.

E) 2, 3 e 4.

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Comentários: Gabarito letra D

A divisão do Brasil em capitanias hereditárias e a exploração de cana-de-açúcar


determinaram uma ocupação mais próxima ao litoral, com expedições que, através de rios,
percorriam áreas do interior, ora na procura de metais preciosos, ora para rechaçar ameaças
estrangeiras. Brasileiros ocuparam diversas áreas após o meridiano de Tordesilhas que,
teoricamente, pertenciam à Espanha, incluindo a Colônia de Sacramento, às margens do Rio
da Prata. O Tratado de Madri foi firmado em 1750, portanto, metade do século XVIII.

197. O Tratado de Madri (1750) pretendeu atender à disputa de territórios entre Portugal e
Espanha, representando também uma estratégia para melhor administrar os domínios ibéricos
na chamada região das Missões. A tentativa de impô-lo gerou uma guerra que, ao seu final,
terminou por definir o controle sobre as colônias que ocupavam a região dos Pampas. Esse
tratado

A) determinou a troca entre os sete povos das missões, no Uruguai, e a colônia de Sacramento,
no Brasil.

B) redefiniu as fronteiras territoriais na América do Sul, com base no uti possidetis.

C) permitiu aos jesuítas exercer um domínio que se estendeu por toda a região do Prata.

D) garantiu a consolidação da chamada “República dos Guaranis”, sob influência da Igreja


Católica.

E) possibilitou a anexação da região das Missões ao território argentino e do Chaco ao Uruguai.

Comentários: Gabarito letra B

O Tratado de Madrid, basicamente, surgiu para substituir o Tratado de Tordesilhas, que, na


prática, já não era respeitado desde o período da União Ibérica. De acordo com aquele
tratado, Portugal e Espanha admitiam a violação de Tordesilhas e a necessidade de estipular
os novos domínios territoriais, tanto na América quanto na Ásia. A base do novo Tratado era
o direito privado romano do uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato, deve possuir
de direito). Sendo assim, as terras espanholas na América do Sul ocupadas por Portugal
passaram a ser, por direito, dos portugueses.

198. A União Ibérica (1580-1640) caracterizou-se quando Filipe II invadiu Portugal com suas
tropas e assumiu a coroa portuguesa, unindo Portugal e Espanha.

No contexto da União Ibérica, todas as alternativas estão corretas, EXCETO a:

A) Em 1640 terminou o domínio espanhol, através do movimento liderado pelo Duque de


Bragança. O duque foi coroado monarca de Portugal, dando início à dinastia de Bragança.

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B) Neste período, o Tratado de Tordesilhas não teve nenhum efeito entre os limites territoriais
portugueses e espanhóis na América. Isto favoreceu o avanço português para o interior da
colônia.

C) O principal motivo da União Ibérica foi a tentativa da França de anexar a Espanha ao seu
território. A União do exército espanhol com o exército português conseguiu afastar esta
ameaça.

D) Os holandeses invadiram o nordeste neste período e dominaram Pernambuco, pois os


espanhóis não estavam permitindo o contato comercial dos batavos com os produtores de
açúcar.

Comentários: Gabarito letra C

A questão remete a União Ibérica, 1580-1640, através da submissão da coroa portuguesa e


suas colônias pela coroa espanhola que era governada por Filipe II da dinastia de Habsburgo.
Em 1578 morreu Sebastião, rei de Portugal e o cardeal Henrique assumiu o trono. Após a
morte do rei Henrique, a Espanha conseguiu realizar um velho sonho, unir as coroas ibéricas.
Esta “união” gerou mudanças na Europa e no Brasil. O Tratado de Tordesilhas perdeu o
sentido, a Holanda através da Companhia das Índias Ocidentais invadiu o Brasil em 1624 na
Bahia (fracassou) e Pernambuco em 1630.

199. A primeira metade do século XVII em Pernambuco foi marcada pela invasão holandesa à
capitania. A presença holandesa em Pernambuco durou 24 anos, de 1630 a 1654. A invasão foi
motivada por vários fatores, dos quais podemos destacar

A) o sucesso da colonização holandesa no sul da América, especialmente nas possessões


espanholas, e a vontade da Holanda em expandir seus domínios no Novo Mundo.

B) a necessidade do algodão, produto amplamente produzido na capitania de Pernambuco,


desde o século XVI, por parte das indústrias têxteis holandesas.

C) o bloqueio do acesso holandês pela Coroa Espanhola ao comércio do açúcar produzido em


Pernambuco, durante a União Ibérica.

D) a presença maciça de tropas holandesas na Bahia, desde 1625.

E) os interesses dos comerciantes e senhores de engenho locais em comercializar com os


holandeses, em detrimento dos portugueses.

Comentários: Gabarito letra C

Durante a União Ibérica, a Holanda, então colônia da Espanha, proclamou sua


independência. O rei espanhol, então, proibiu a ex-colônia de fazer comércio com qualquer
possessão espanhola, incluindo o Brasil. A Holanda, devido à participação que tinha no
comércio do açúcar brasileiro, invadiu a Capitania de Pernambuco.

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200. Com a união das coroas de Portugal e Espanha, ocorreu o início do período chamado de
União Ibérica (1580-1640). A Holanda, que enfrentou diversas lutas contra a Espanha, exerceu
influência direta na colônia portuguesa na América, pois

A) passou a pilhar e saquear as feitorias na costa africana dominada pelos espanhóis, interessada
no comércio de escravos e de marfim, invadindo, também, as cidades de Santos e Salvador, no
Brasil.

B) o embargo espanhol representou prejuízos para os interesses holandeses no Brasil, uma vez
que participavam do comércio de produtos tropicais nacionais, principalmente do pau-brasil.

C) sofria, na época, perseguições religiosas na Europa e retaliações dos católicos residentes em


seu país, por isso, seu desejo foi montar uma colônia protestante no Brasil.

D) ocupou o nordeste brasileiro para evitar a criação de bases e feitorias espanholas, visando
quebrar o monopólio da rota da prata advinda das demais colônias e também minar o prestígio
internacional ibérico.

E) apoderou-se do nordeste brasileiro e retomou o controle da lucrativa operação de transporte,


refino e distribuição comercial do açúcar brasileiro, perdido a partir da União Ibérica.

Comentários: Gabarito letra E

Devido ao seu conflito com a Espanha (luta de independência), a Holanda, através da


Companhia das Índias Ocidentais, invadiu o Nordeste brasileiro para retomar o negócio do
refino e do comércio do nosso açúcar que a Espanha havia proibido. Os holandeses
permaneceram no nosso Nordeste por 24 anos.

201. A Historiografia do Brasil registra várias revoltas e insurreições ‒ ações situadas no âmbito
do contexto social, político e econômico do Brasil colonial que expressavam a insatisfação dos
vários grupos sociais com os poderes instituídos. Assinale a opção que apresenta somente
movimentos ocorridos nesse período.

A) Inconfidência Mineira, Conjuração dos Alfaiates, Revolução Pernambucana.

B) Inconfidência Mineira, Balaiada e Conjuração dos Alfaiates.

C) Balaiada, Cabanagem e Revolução Pernambucana.

D) Revolução Praieira, Inconfidência Mineira, Revolução Pernambucana.

Comentários: Gabarito letra A

As três revoltas ou insurreições ocorridas durante o Período Colonial (1530-1822) foram: a


Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração dos Alfaiates ou Conjuração Baiana (1797) e a
Revolução Pernambucana (1817).

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202. Dentre os movimentos que contestavam o imperialismo português no Brasil, podemos


destacar a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Apesar dos dois movimentos terem
como base as ideologias do Iluminismo, também tiveram grandes diferenças entre si.

Comparando esses dois movimentos, é CORRETO afirmar que:

A) Minas Gerais e Bahia se comunicavam ativamente para que seus movimentos ocorressem.
Tanto é verdade que Tiradentes se tornou herói nacional por lutar nas duas revoltas.

B) Tanto a Conjuração Baiana quanto a Inconfidência Mineira foram movimentos burgueses,


com a participação popular quase nula e apenas os mais pobres foram condenados: João de
Deus Nascimento, na Bahia, e Tiradentes, em Minas Gerais.

C) Diferente da Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana tinha como proposta o fim da


escravidão e um levante armado imediato.

D) Um dos grandes motivos para que as revoltas ocorressem foi a Independência dos Estados
Unidos. Os revoltosos da Bahia e de Minas Gerais foram em comitiva para o país recém-
independente conseguir apoio para suas revoltas.

E) Os dois movimentos foram sumariamente reprimidos. Os dois líderes, João de Deus


Nascimento e Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foram enforcados juntos, lado a lado,
no Rio de Janeiro para servirem de exemplos.

Comentários: Gabarito letra C

A diferença fundamental entre a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana é que a


primeira era elitista e a última era popular. Nesse sentido, uma das exigências da Conjuração
Baiana era a abolição da escravatura.

203. Entre as formas de resistência negra à escravidão, durante o período colonial brasileiro,
podemos citar:

A) a organização de quilombos, nos quais, sob supervisão de autoridades brancas, os negros


podiam viver livremente.

B) as sabotagens realizadas nas plantações de café, com a introdução de pragas oriundas da


África.

C) a preservação de crenças e rituais religiosos de origem africana, que eram condenados pela
Igreja Católica.

D) as revoltas e fugas em massa dos engenhos, seguidas de embarques clandestinos em navios


que rumavam para a África.

E) a adoção da fé católica pelos negros, que lhes proporcionava imediata alforria concedida pela
Igreja.

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Comentários: Gabarito letra C

Além das mais conhecidas formas de resistência à escravidão como as fugas e os Quilombos,
a resistência cultural foi também de extrema importância durante o período em que vigorou
a escravidão no Brasil. Mesmo sendo batizados ao desembarcar no Brasil e obrigados a
participar das celebrações católicas, muitos escravos mantiveram tradições de seus locais de
origem como maneira de resistir ao processo de aculturação que lhes era imposto. Isso era
feito na maioria das vezes com a associação de divindades de origem africana com santos da
liturgia católica, porém não devemos esquecer da Revolta dos Malês que teve como
característica fundamental em sua organização a coesão de um grupo de escravos de fé
islâmica e que mantiveram as características fundamentais de sua religião sem abrir espaço
para a influência do catolicismo.

204. Na América portuguesa, as irmandades eram espaços de:

A) assistência aos negros que fugiam de seus senhores, providenciando alojamento e laços de
solidariedade para arrecadar fundos para sua alforria, através da realização de festas de devoção
aos seus santos padroeiros.

B) congregação de negros, indígenas e brancos pobres, constituindo sociedades de auxílio


mútuo para garantir um enterro digno aos seus membros e familiares, além de proteger seus
membros das visitações da Inquisição.

C) resistência ao catolicismo do regime de padroado, permitindo que os negros mantivessem


seus cultos originais africanos após conquistarem sua alforria, proibindo a entrada de membros
brancos e indígenas.

D) auxílio mútuo, em caso de doença, enterro e assistência a órfãos e viúvas, e de arrecadação


de recursos para alforria, servindo também para manter traços das culturas africanas, como
forma de resistência à sociedade escravocrata.

E) sociabilidade dos negros escravizados e libertos, compreendendo debates políticos de


resistência à escravização, por meio da preservação das culturas e devoções africanas, o que
gerou o primeiro ideário abolicionista.

Comentários: Gabarito letra D

As irmandades coloniais eram espaços de auxílio mútuo entre seus membros, em casos de
saúde, falecimento, assistencialismo e arrecadação monetária.

205. O principal interesse da metrópole portuguesa em relação ao Brasil, no período Colonial,


era:

A) produzir alimentos para alimentar a população de Portugal.

B) fazer o comércio e escravidão de índios e negros.

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C) vender os produtos manufaturados de Portugal e Espanha.

D) extrair produtos e matérias-primas rentáveis no mercado mundial da época.

E) criar gado para atender ao mercado europeu.

Comentários: Gabarito letra D

Somente a proposição [D] está correta. A questão remete ao interesse de Portugal na


colonização do Brasil. No final da Idade Média e início da Idade Moderna surgiram os Estados
Nacionais Modernos através de uma aliança entre rei e burguesia. Portugal foi o primeiro
Estado Moderno a surgir. Estes Estados necessitavam de recursos para criar e manter
exército, criar e manter a marinha além do custo para manter a burocracia estatal. Assim,
surgiu a política econômica denominada de Mercantilismo. Como consequência, surgiram as
Grandes Navegações e a Colonização da América. O interesse da metrópole na colonização
da América era exatamente angariar recursos através de produtos tropicais e matérias-
primas como o açúcar entre outros.

206. Assinale a alternativa correta sobre o papel social e econômico das cidades no período
colonial da América Portuguesa.

A) As cidades nunca tiveram um papel significativo na economia colonial, pois toda a riqueza
que interessava ao comércio português era de origem agrária. Dessa forma, as cidades eram
núcleos administrativos sem qualquer povoamento significativo, que só se tornaram alvo de
investimentos após a vinda da Família Real portuguesa.

B) As cidades passaram a ter um papel econômico primordial na colônia a partir da fundação de


São Paulo, que se tornou um grande entreposto comercial. Posteriormente, com o ciclo do ouro,
as cidades de Minas Gerais tornaram-se um centro irradiador de progresso econômico,
superando a importância das áreas rurais na economia colonial. Isso impulsionou um maior
desenvolvimento urbano, trazendo progresso material e cultural a toda a sociedade.

C) Mesmo com papel econômico secundário, a partir dos séculos XVII e XVIII, algumas cidades
foram valorizadas com o aumento da participação da colônia no comércio ultramarino, em
especial após as políticas pombalinas de incentivo às Companhias de Comércio. Além de
possuírem órgãos administrativos e políticos, as cidades agregaram boa parte dos elementos
sociais da colônia, definindo em seus espaços as diferenças de gênero, raça e status social.

D) Além de serem centros administrativos, as cidades formaram pequenos centros educacionais


de catequese dos indígenas e de evangelização dos colonos, agregando uma população
majoritariamente masculina. Por serem muito pobres, as cidades eram vilas incipientes, o que
gerava uma concentração populacional e econômica nas áreas rurais.

E) As cidades foram centros administrativos importantes para o desenvolvimento econômico e


social da colônia, por concentrarem escolas, jardins botânicos e assistência médica e jurídica à
população. Escravos frequentemente fugiam para tentar uma vida melhor nas cidades, o que
gerava uma rivalidade entre os centros urbanos e as áreas rurais.

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Comentários: Gabarito letra C

Grande parte das cidades, no período colonial brasileiro, ficou em segundo plano porque o
poder político e econômico estava descentralizado, de certo modo, nas mãos dos
fazendeiros. Uma outra razão está em que o Brasil, na divisão internacional do trabalho,
dentro da perspectiva colonial, assumiu o papel de produtor e exportador de produtos
agrícolas. Algumas exceções: Rio de Janeiro – capital; Vila Rica, Diamantina – ouro e
diamantes.

207. A Inquisição Portuguesa, ou Tribunal do Santo Ofício de Portugal, que esteve nas mãos do
poder real, utilizou-se da coerção para obter a confissão de culpa. Uma vez condenado, um dos
rituais consistia na execução pública do acusado na fogueira como forma de purificação.

Sobre esta instituição, é correto afirmar:

A) A Inquisição atuou mais contra os inimigos da pessoa do Papa do que sobre os inimigos da
Igreja.

B) A Inquisição durou em Portugal até meados do século XX, tendo sido abolida pelo Concílio
Vaticano II.

C) A Inquisição, por intermédio de seu braço papal, o Tribunal do Santo Ofício, poupava judeus
e muçulmanos da execução.

D) No Brasil, a Inquisição atuou por intermédio das Visitações detendo judeus, mulheres e
sodomitas, os quais eram julgados em Portugal.

E) O Tribunal do Santo Ofício, após as reformas religiosas ocorridas no século XIX, transformou-
se na Encíclica Rerum Novarum.

Comentários: Gabarito letra D

Somente a proposição [D] está correta. A questão remete a Santa Inquisição em Portugal. O
Tribunal do Santo Ofício ganhou força no contexto da Contrarreforma ou a Reforma Católica
em meados do século XVI. Ao longo do período colonial, o Brasil recebeu as Visitações, isto
é, a visita dos membros da Inquisição que detinham mulheres, judeus e sodomitas para
serem julgados em Portugal. Muitos morriam aguardando o julgamento em prisões
subterrâneas. A Bahia foi visitada entre 1591-1593 e Pernambuco entre 1593-1595. Os
cristãos novos (judeus convertidos ao cristianismo) foram importantes para a construção do
Brasil Colonial. As demais alternativas estão incorretas.

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O PROCESSO DE INTEDEPENDÊNCIA DO
BRASIL

208. O dia 21 de abril, data do enforcamento de Tiradentes, tornou-se feriado logo após a
proclamação da República. Durante o Império, no entanto, a lembrança do episódio da
Conjuração Mineira era incômoda, pois:

A) os inconfidentes tinham demonstrado clara oposição à forma monárquica de governo.

B) a revolta nas Minas Gerais se declarou muitas vezes contrária à independência.

C) a escravidão, mantida no Império, foi questionada pelos inconfidentes, que defendiam a


abolição.

D) a elite imperial se identificava com o Iluminismo, negado pelos revoltosos de 1789.

E) os dois imperadores do Brasil eram contrários aos impostos defendidos pelos inconfidentes.

Comentários: Gabarito letra A

A Inconfidência Mineira ocorreu no ano de 1789 e foi uma Revolta de caráter separatista em
relação à Metrópole Portuguesa. Defendia, dentre outros fatores, a adoção de um regime
republicano como forma de governo, em detrimento ao regime monárquico. Seus líderes
eram letrados e tinham predileção pelos ideais franceses da Revolução e do Iluminismo,
ambos do século XVIII.

Dentre tais líderes, temos o alferes Tiradentes, um dos poucos que advinha de uma parcela
mais baixa da sociedade e o único a ser condenado à morte, sob a pena de esquartejamento.
Tal punição, severamente aplicada, representava uma forma de coerção social, a fim de se
evitar que novas insurgências ganhassem corpo.

209. Observe a imagem a seguir.

A tela Iracema (1881), de José Maria de Medeiros, é um símbolo:

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A) do isolamento da monarquia, representada pela indígena melancólica e solitária, no contexto


de crise do império.

B) da vitória do Brasil na guerra do Paraguai, retratada pela flecha enterrada na areia,


ressaltando o papel dos povos indígenas nas batalhas.

C) do apogeu do império, no seu momento de maior prosperidade econômica e força política,


representadas pela louvação aos primeiros colonizadores portugueses.

D) do movimento romântico indigenista, que se apropriou da imagem do herói nativo para


resgatar as origens brasileiras e fomentar o nacionalismo.

E) da retomada da importância econômica que a exploração do pau-brasil, realizada com a ajuda


dos povos nativos, teve no início do período colonial.

Comentários: Gabarito letra D

O quadro de 1881, cujo título “Iracema” faz referência ao romance indianista homônimo
escrito por José de Alencar, em 1865, no qual a índia Iracema se apaixona pelo português
Martim, cujo fruto de seu relacionamento, Moacir, é considerado, na obra, o primeiro
brasileiro.

A tela, bem como a obra de Alencar, são exemplos claros do Romantismo brasileiro, no qual
o indivíduo retratado se refere a uma figura essencialmente brasileira (o índio), o qual
representa a nação brasileira e que deve, dessa forma, resgatar as origens e os ideais
nacionalistas.

Assim, Iracema representa a coragem, honestidade, a beleza e a pureza do Brasil,


romantizada e construída de acordo com um estado de exaltação do herói nativo.

210. A respeito do processo de Independência do Brasil, pode-se afirmar corretamente que:

A) a partir da Revolução Liberal do Porto, ocorrida em 1820, iniciou-se, em Portugal, uma


campanha política pelo retorno do Rei àquele país e pela independência dos reinos unidos do
Brasil e do Algarves.

B) a regência do príncipe D. Pedro, e seu reinado como Pedro I, são marcados pela manutenção
da hegemonia dos latifundiários e pelo esvaziamento do ideal republicano e do federalismo.

C) a participação de José Bonifácio de Andrada e Silva restringe-se ao movimento de


independência, pois, sendo republicano, defendia a instauração imediata da República no Brasil,
em oposição à D. Pedro.

D) o processo de independência somente logrou êxito em função do apoio popular a D. Pedro,


em oposição aos latifundiários que davam suporte às propostas recolonizadoras feitas pelas
Cortes Constituintes de Portugal.

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Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A é incorreta, pois a Revolução Liberal do Porto, de 1820, de fato queria o


retorno do Rei, mas não a independência dos reinos unidos do Brasil e Algarves, pelo
contrário, uma vez que os lusitanos queriam a restauração do Pacto Colonial, que havia sido
quebrado com a Abertura dos Portos em 1808.

A alternativa B é a resposta certa. A influência política dos grandes proprietários de terra no


Brasil é marcante em nossa história, de modo que durante o nascimento da Nação
independente D. Pedro I se viu às voltas dos latifundiários, em necessidade de conservar
estruturas de exclusão, como a monocultura e a escravidão, principalmente para manter a
unificação do país e afastar as ideias de República e de federalismo, que ecoavam das nações
vizinhas.

A alternativa C é falsa, pois José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da Independência,


não era um republicano, mas sim um monarquista convicto. Sobre sua atuação, José
Bonifácio foi eleito chefe do governo de São Paulo, a primeira província a reconhecer Dom
Pedro como o príncipe-regente do Brasil.

A alternativa D também é falsa, pois a elite brasileira estava revoltada com a Corte
portuguesa por causa do aumento das taxas alfandegárias sobre as mercadorias importadas
da Inglaterra. Isso propiciou a D. Pedro I o apoio das elites brasileiras.

(SILVA, 2010; PORTAL SÃO FRANCISCO, 2019).

211. Sobre o papel de escravos e libertos no processo de emancipação do Brasil em relação a


Portugal, no início da década de 1820, é CORRETO afirmar que:

A) para os grupos dominantes do Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves, a Liberdade


significava o direito de conservação da propriedade, noção que estabelecia uma relação de
igualdade social entre todos os indivíduos do mundo luso-brasileiro de então.

B) no contexto da emancipação do Brasil em relação a Portugal, escravos e libertos também


reivindicavam a liberdade jurídica, de ações e autonomia no espaço público.

C) por conta da grande parcela de analfabetos entre pretos e mestiços, escravos e libertos não
discutiam as notícias e projetos políticos que circulavam no Brasil no início da década de 1820.

D) os grandes proprietários não viam com apreensão o fato de escravos e libertos interpretarem
a noção de Liberdade também como liberdade jurídica.

E) no início da década de 1820, a noção de Liberdade era interpretada de forma unívoca por
todos os grupos sociais da América portuguesa.

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Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A é falsa, uma vez que a noção de Liberdade, em ato, não se equiparava à noção
de Igualdade, ou pelo menos não à noção de Igualdade para todos, de modo que a Igualdade
era restrita aos brancos, especialmente à elite branca, que formava, portanto, um novo
conceito de Liberdade para si.

A alternativa B é correta, pois os escravos e libertos participaram com igual intensidade da


política do país e dos movimentos ocorridos. Fizeram uma leitura própria das ideias sobre a
independência como autonomia, sobre a liberdade e sobre a libertação do jugo da
reescravização, tentando colocá-las na prática em diferentes momentos. As insurreições da
população negra foi uma ameaça constante para os senhores de escravos, de modo que as
fugas, os ajuntamentos e tumultos foram uma realidade. Escravos e libertos também
reivindicavam a liberdade como autonomia jurídica e de ações. O movimento da população
negra constituía-se sempre em ameaça à liberdade porque espelhava uma outra leitura
desta, ou, melhor dizendo, deste desejo de autonomia, que se traduzia em práticas sociais
e políticas diferenciadas.

A alternativa C é incorreta, uma vez que nos documentos do Primeiro Reinado e dos
primeiros anos da Regência, a tropa e o povo aparecem atuando decisivamente em todos os
episódios, pois a população pobre e desvalida estava sempre presente. Não como elemento
figurante, mas conduzindo conjunta e efetivamente os fatos, gritando palavras de ordem em
defesa de uns e de outros, verdadeiros motes que incitavam atitudes diferenciadas de acordo
com as circunstâncias.

A alternativa D também é incorreta, uma vez que o fato de escravos e libertos interpretarem
a noção de Liberdade também como liberdade jurídica tronou-se um temor entre os grandes
proprietários, que trataram de agir para que isso não fosse estabelecido.

A alternativa E também é incorreta, pois os grupos sociais eram muito bem definidos,
especialmente pela cor da pele, de modo que até mesmo a noção jurídica de Liberdade era
aplicada de forma diferente, não resumindo apenas em livre e escravo, havendo, por
exemplo, o ex-escravo ou o forro, que permanecia em um estatuto menor do que o livre.

(RIBEIRO, 2002).

212. Analise a charge

Tendo em vista o contexto da Independência do Brasil e o sentido dado pela charge a esse
importante momento da história do Brasil, assinale a afirmativa correta.

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A) A Independência do Brasil foi um processo liderado, em grande parte, pelos grupos que mais
se beneficiaram com a ruptura dos laços coloniais, ou seja, latifundiários e comerciantes.

B) O principal objetivo da Independência era organizar o novo Estado Nacional Brasileiro sem
colocar em risco sua autonomia econômica, conseguida a longo prazo através do pacto Colonial.

C) A situação da maioria da população sofreu drásticas mudanças com a implantação da nova


situação política do Brasil através de uma nova reorganização social, mesmo sem o
consentimento do povo.

D) A aparência liberal construída pela elite agrária, que apoiara D. Pedro I a romper os laços com
a metrópole lusitana, foi descoberta pela população, que logo empreendeu uma série de
movimentos sociais.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa. A vinda da família real para o Brasil, em 1808, agradou os
grandes proprietários de terra e comerciantes da colônia. Com o fim do pacto colonial as
elites brasileiras poderiam avolumar suas transações comerciais e ampliar significativamente
seus lucros.

De fato, essa primeira medida já colocava o Brasil enquanto nação economicamente


autônoma. Mas com a volta de D. João VI para Portugal os lusitanos desejavam reatar o pacto
colonial, de modo que os latifundiários e comerciantes apoiaram a Independência do Brasil
com o intuito de garantir os seus interesses e benefícios conquistados.

A alternativa B é incorreta, pois o pacto colonial não dava autonomia à América Portuguesa,
uma vez que o sistema colonial definia que o comércio brasileiro só poderia ocorrer com
Portugal, ao passo que o pacto colonial foi quebrado com a ascensão do Brasil a Reino Unido
de Portugal e Algarves.

A alternativa C também é incorreta, pois a Independência do Brasil pouco ou nada mudou na


situação social da Nação, como o tráfico de escravos e o sistema escravocrata que
continuaram.

A alternativa D também é incorreta, pois a elite agrária brasileira que apoiara D. Pedro I na
Independência era mais conservadora do que liberal, havendo alguns liberais, mas o número
de conservadores era maior.

(VAZ, 2013; SOUSA, 2019).

213. Com a vinda da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, não só os portos se abriram para as
Nações Amigas, mas também as portas para a entrada de estrangeiros. [...] Comerciantes,
especialmente ingleses, artistas franceses e imigrantes, além de viajantes naturalistas de várias
regiões do Velho Mundo, têm permissão de estudar o que o país desconhecido parecia prometer
em novidades. Esses visitantes serão autores de um novo descobrimento do Brasil [...].
LISBOA, Karen Macknow. A Nova Atlântica de Spix e Martius: natureza e
civilização na Viagem pelo Brasil (1817-1820). São Paulo: Hucitec, 1997. p. 29.

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O texto refere-se aos viajantes como autores de um “novo descobrimento do Brasil” porque eles
teriam

A) denunciado a condição degradante dos indígenas da América, dada a expropriação de suas


terras.

B) apontado a necessidade de emancipação política brasileira frente aos interesses colonialistas


de Portugal.

C) influenciado as práticas agrícolas brasileiras por compartilharem tecnologias modernizantes


dos Estados Unidos.

D) divulgado as informações sobre o país ao transformarem suas anotações de viagens em


relatos publicados na Europa.

Comentários: Gabarito letra D

Diversos viajantes vieram para o Brasil após 1808, acompanhando ou seguindo a Família Real
portuguesa. A maioria desses viajantes, como Antonil, Graham e Debret, transformou seus
escritos e anotações em livretos, que passaram a circular pela Europa, mostrando aos
europeus como era o Brasil daquela época.

214. O Brasil assistiu, nos últimos meses de 1822 e na primeira metade de 1823,

A) ao reconhecimento da Independência brasileira pelos Estados Unidos, pela Inglaterra e por


Portugal.

B) ao esforço do imperador para impor seu poder às províncias que não haviam aderido à
Independência.

C) à libertação da Província Cisplatina, que se tornou independente e recebeu o nome de


Uruguai.

D) à pacífica unificação de todas as partes do território nacional, sob a liderança do governo


central, no Rio de Janeiro.

E) à confirmação, pelas Cortes portuguesas e pela Assembleia Constituinte, do poder


constitucional do imperador.

Comentários: Gabarito letra B

O período que se seguiu a proclamação da independência foi marcado por um conjunto de


conflitos e denominado de “guerras de independência”. A cultura social foi marcada
historicamente pela ideia de que a Independência do Brasil foi pacífica, desprezando as lutas
das populações urbanas e das elites agrárias regionais, destacando-se as províncias do norte
(nordeste) do Brasil. Tais conflitos se deram pela resistência de militares e mercadores
lusitanos, contrários à Independência, e, em diversas casos, a vitória ocorreu com a ajuda de
mercenários.

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215. Considerando-se o intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra


Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de sua
publicação, é correto afirmar que a esse período corresponde o processo de

A) reforma e crise do Império Português na América.

B) triunfo de uma consciência nativista e nacionalista na colônia.

C) Independência do Brasil e formação de seu Estado nacional.

D) consolidação do Estado nacional e de crise do regime monárquico brasileiro.

E) Proclamação da República e instauração da Primeira República.

Comentários: Gabarito letra C

A história do livro citado se passa no Rio de Janeiro do início do século XIX e a obra foi
publicada, em forma de folhetim, originalmente, na década de 1850. Logo, esse período de
tempo engloba a Independência do Brasil e a formação do Estado nacional brasileiro.

216. Neste país, que se presume constitucional e onde só deverão ter ação poderes delegados,
responsáveis, acontece, por defeito do sistema, que só há um poder ativo onímodo, onipotente,
perpétuo, superior à lei, e à opinião, e esse é justamente o poder sagrado, inviolável e
irresponsável. (Trecho do Manifesto Republicano, publicado no Jornal A República, do Rio de
Janeiro, em dezembro de 1870.)

Disponível em: <http:/www.historiamais.com/manifesto.htm>. Acesso em 20.09.2015.

A crítica apresentada pelo Manifesto Republicano de 1870 pode ser associada:

A) ao despototismo de D. Pedro II, no desrespeito à Constituição Imperial.

B) aos amplos e ilimitados poderes garantidos ao Imperador pelo Poder Moderador.

C) à irresponsabilidade de D. Pedro II no trato com o dinheiro e com as finanças públicas.

D) ao estado de corrupção e fraudes que envolvia D. Pedro II e grande parte de seus assessores.

E) aos prejuízos econômicos do país nas negociatas que D. Pedro II realizou com a Inglaterra.

Comentários: Gabarito letra B

A questão faz uma crítica ao poder moderador instituído na constituição brasileira de 1824.
De acordo com este poder, o imperador poderia interferir nas demais esferas de poder, ou
seja, o regime era uma monarquia constitucional, mas com uma fachada absolutista. Esta
constituição foi muito centralizadora desagradando às elites locais. No mesmo ano em que a
carta foi outorgada, ocorreu a Confederação do Equador em Pernambuco com caráter
separatista e republicano.

Muitas críticas foram feitas a este documento como sugere o Manifesto Republicano de
1870.

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217. A partir da segunda metade do século XIX, vários intelectuais, escritores, jornalistas e
políticos discutiam a relação existente entre a utilização da mão de obra escrava e a questão do
desenvolvimento nacional. Enquanto as nações europeias se industrializavam e buscavam
formas de ampliar a exploração da mão de obra assalariada, o Brasil se afastava desses modelos
de civilidade ao preservar a escravidão como prática rotineira.

Disponível em: http://www.brasilescola.com/datas-


comemorativas/dia-abolicaoescravatura.htm. Acesso em 21 set. 2015.

A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos, tais
como:

A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.

B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de


escravos.

C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.

D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro, devido
à mecanização da agricultura nordestina.

Comentários: Gabarito letra B

A questão aponta para um grande debate que se estabeleceu no Brasil ao longo do século
XIX. A discussão era sobre a utilização da mão de obra escrava e o desenvolvimento
econômico nacional.

Muitos intelectuais e políticos criticavam a escravidão associando-a ao atraso, porém


entendiam a relevância da escravidão para a economia do Brasil. O escravo era um bem, uma
propriedade, acabar com a escravidão poderia exigir indenização.

218. ...uma Constituição não é outra coisa que a ata do Pacto Social que fazem entre si os
homens, quando se juntam e associam para viver em reunião ou sociedade.

(Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca. Citado por Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota
in História do Brasil: uma interpretação).

As palavras do Frei Caneca foram proferidas a propósito de crítica ao modelo autocrático-


imperial de Pedro I.

Assinale a alternativa que apresente a revolução republicana e separatista que eclodiu no


nordeste, ocorrida contra o governo de Pedro I:

A) Revolução Pernambucana de 1817;

B) Sabinada;

C) Cabanagem;

D) Balaiada;

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E) Confederação do Equador.

Comentários: Gabarito letra E

A Confederação do Equador (1824) eclodiu em razão do autoritarismo de d. Pedro I, que, no


ano anterior, fechou a Assembleia Constituinte, prendeu os deputados que a compunham e
autorizou a escritura de uma Constituição claramente absolutista para o país.

219. No que concerne à Confederação do Equador de 1824, analise as afirmações a seguir, e


assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) A Confederação costuma ser considerada um prolongamento da Revolução Pernambucana


de 1817.

( ) As propostas liberais, republicanas e federativas serviram de bandeira política para os


insurretos.

( ) Os revoltosos propunham a organização de uma república nos moldes dos Estados Unidos da
América.

( ) A adesão dos segmentos populares foi fundamental para unir todos os revoltosos.

( ) A imprensa, infelizmente, atuou contra o movimento e nenhum jornal nas províncias


envolvidas quis apoiar a causa.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A) F, V, V, V, F.

B) V, F, F, V, V.

C) V, F, F, V, V.

D) V, V, V, F, F.

Comentários: Gabarito letra D

A quarta afirmação é falsa, porque a Confederação era, originalmente, popular. Esse, aliás,
era seu grande diferencial;

A quinta afirmação é falsa, porque a imprensa esteve presente na Confederação. Líderes do


movimento, como Barata e Frei Caneca, tinham periódicos em Pernambuco.

220. República ou monarquia? Esse dilema esteve presente em todo o processo de


Independência do Brasil. Mas a monarquia acabou sendo o sistema adotado em terras
brasileiras, ao contrário do que ocorreu em outras nações americanas, pois, para essas novas
nações surgidas na América espanhola, a república:

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A) promovia uma relativa descentralização do poder, uma vez que o regente deveria ser eleito
pelo povo.

B) significava um rompimento maior com a metrópole e a fragmentação do antigo império


colonial.

C) facilitava a manutenção de um vasto território nas mãos dos chefes de Estado e dos
proprietários rurais.

D) garantia a implantação do princípio da soberania popular e da igualdade de direitos na


América.

E) atendia o desejo de políticos liberais e conservadores de libertar as províncias do poder


metropolitano.

Comentários: Gabarito letra B

Basicamente, o grande diferencial entre a Independência do Brasil e as Independências da


América Espanhola foi a LIDERANÇA: no Brasil, um membro da Família Real portuguesa e na
América Espanhola, a classe social crioulla, excluída durante o período colonial. Daí os
diferentes caminhos políticos seguidos após as independências.

221. A Constituição de 1824, primeira Constituição do Brasil, estabelecia:

I. Estado unitário, monárquico e hereditário.

II. Independência da Igreja Católica em relação ao Estado.

III. Voto indireto, censitário e aberto.

Quais estão corretas?

A) Apenas II.

B) Apenas I e II.

C) Apenas I e III.

D) Apenas II e III.

E) I, II e III.

Comentários: Gabarito letra C

A questão se refere à primeira constituição do Brasil, outorgada em 1824. Por meio dela o
Brasil tornou-se um Estado unitário, monárquico e hereditário, com voto direto, censitário
(de acordo com a renda) e aberto. Estabeleceu o Padroado e o Beneplácito, ou seja, a Igreja
católica era submissa ao Estado. Não havia independência da Igreja diante do Estado, isto
surgiu apenas na constituição brasileira de 1891.

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222. A história da construção do Estado brasileiro na primeira metade do século XIX foi a história
da tensão entre unidade e autonomia. Por outro lado, no interior do Estado, de elites com fortes
vínculos com os interesses de sua região de origem e ao mesmo tempo comprometidas com
uma determinada política nacional, pautada pela negociação destes interesses e pela
manutenção da exclusão social, marcou não apenas o século XIX, como também o século XX.

Através do parlamento essas elites regionais têm imposto uma determinada dinâmica para o
jogo político que se materializa na imensa dificuldade de empreender reformas sociais
profundas.

Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo,
2005, p. 11-12.

De acordo com o ponto de vista apresentado no texto,

A) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últimas
décadas com a redemocratização do país.

B) o parlamento é a única instituição política imune aos interesses e ao controle das elites
regionais brasileiras.

C) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças às transformações políticas ocorridas


na primeira metade do século XIX no Brasil.

D) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as elites
regionais e a exclusão social de outros setores.

E) as características descritas sobre o Estado revelam a supremacia do Poder Judiciário sobre o


Poder Legislativo na história política brasileira.

Comentários: Gabarito letra D

A autora, no trecho citado, salienta o caráter elitista da vida política brasileira, com arranjos
que excluíam a participação popular no processo político. O próprio fato de que durante
parte considerável do Império (século XIX) o voto era censitário, restrito a uma limitadíssima
parcela mais rica da população, reforça essa característica que a República não reverteu de
imediato.

Aspectos como o voto de cabresto e os currais eleitorais, típicos da República Velha, mostram
exatamente esse predomínio das elites locais no uso da política em benefício apenas de seus
interesses.

223. Em setembro de 1822, o príncipe regente Dom Pedro proclamou a separação do Brasil em
relação ao reino de Portugal. Sobre a independência do Brasil é correto afirmar:

A) Modificou parcialmente as estruturas do país, pois, embora tivesse mantido o latifúndio, a


monocultura e a escravidão, o Brasil tornou-se política e economicamente independente.

B) Não modificou o país em profundidade, pois manteve a concentração da terra, a monocultura


e a escravidão.

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C) Modificou o país, pois a Lei de Terras propiciou um maior acesso à terra pela população.

D) Não chegou a modificar o país concretamente, pois as ideias de fim de escravidão e de adoção
de uma política agrária para o país não foram cumpridas, como queriam os cafeicultores.

E) Representou um avanço social, pois o país passou a ser governado por uma família real cuja
mentalidade era abolicionista.

Comentários: Gabarito letra B

A Independência foi um movimento essencialmente político, que retirou o Brasil do domínio


português, mas preservou as estruturas socioeconômicas tradicionais.

224. Era “exclusivo do imperador e definido pela Constituição como ‘chave mestra de toda
organização política’. Estava acima dos demais poderes”.

(COTRIM, 2009)

O texto em epígrafe aborda a criação no Brasil, pela Constituição de 1824, do Poder:

A) Moderador.

B) Justificador.

C) Executivo.

D) Judiciário.

E) Legislativo.

Comentários: Gabarito letra A

O Poder Moderador foi uma criação da Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro I, e
dava ao imperador o controle sobre as estruturas políticas e judiciais do país, caracterizando
seu governo como centralizador e autoritário.

225. Em 1824, é outorgada a Constituição do Império do Brasil. Entre suas características,


podemos afirmar que:

A) dividia os poderes do Estado exclusivamente em Executivo, Legislativo e Magistratura.

B) separava a Igreja Católica do Estado Laico.

C) previa a eleição direta do Primeiro Ministro.

D) estabelecia o voto universal e secreto para a população masculina.

E) dividia os poderes do Estado em Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador.

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Comentários: Gabarito letra E

A 1ª Constituição do Brasil foi outorgada (imposta) por Dom Pedro I. Esta Carta Constitucional
organizava os poderes de Estado em 4: Judiciário, Legislativo, Executivo, além do Poder
Moderador. Este era exclusivo do Imperador, sendo considerado a “chave-mestra” de toda
a organização da política do Império. Este poder permitia ao Imperador intervir em todos os
demais poderes do Estado.

226. Era característica da Primeira Constituição Brasileira, de 1824:

A) ser imposta pelo Imperador D. Pedro I.

B) ser fruto de uma Assembleia Constituinte decorrente da Confederação do Equador.

C) instituir o voto universal, secreto, obrigatório, para maiores de 18 anos, independente de ser
alfabetizado ou não.

D) estabelecer três poderes, que funcionaram em harmonia e independência.

E) decretar o fim da escravidão, além de definir direitos, como a propriedade de terras, para os
indígenas e seus descendentes que ainda viviam no Brasil.

Comentários: Gabarito letra A

Somente a alternativa [A] está correta. A independência do Brasil ocorreu em 1822 e o país
necessitava de uma constituição. Em 1823 foi criada a Assembleia Nacional Constituinte para
elaborar o projeto constitucional. Porém o projeto da mandioca não agradou o imperador D.
Pedro I que dissolveu a Assembleia. Desta forma, a constituição de 1824 foi outorgada, ou
seja, imposta para o país. As demais alternativas estão incorretas. A Confederação do
Equador ocorreu em Pernambuco logo após a constituição. O voto não era secreto. Havia
quatro poderes sendo o quarto poder chamado de “Moderador”. A escravidão só foi abolida
em13 de Maio de 1888.

227. A liberdade política exige lutas e enfrentamentos, muitas vezes, violentos. Em Pernambuco,
a insatisfação da população levou à organização da Confederação do Equador, logo depois de
1822.

Liderada pelos liberais, a Confederação tinha como objetivo

A) afirmar um governo baseado numa Monarquia Constitucional, segundo os modelos do


Iluminismo francês.

B) definir um governo democrático, com o fim imediato da escravidão e do governo monárquico.

C) reforçar a centralização política, sem, contudo, alterar a Constituição de 1824 e suas normas
básicas.

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D) criar uma república federativa, facilitando a descentralização política e o fim do


autoritarismo.

E) destruir o poder dos grandes latifundiários, proclamando uma constituição radicalmente


liberal.

Comentários: Gabarito letra D

A Confederação do Equador foi o principal movimento de contestação ao autoritarismo de


D. Pedro I, manifestada pelo centralismo político imposto pela Constituição e pela nomeação
de Francisco Paes Barreto como presidente da província, em lugar de Pais de Andrade,
apoiado pelo povo. Na organização do movimento foi de grande importância o papel da
imprensa, em especial dos jornais A Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, de
Cipriano Barata e do Tífis Pernambucano de Frei Caneca.

O SEGUNDO REINADO
228. De 1854 a 1858, foram construídas as primeiras linhas telegráficas e de navegação e as
primeiras estradas de ferro, a iluminação a gás chegou às cidades, e o número de escolas e de
estabelecimentos de instrução começou a crescer. A urbanização da capital passava por uma
revolução. Nos locais de maior acesso foram sendo edificados palácios, jardins públicos e amplas
avenidas. Ao longo do século XIX, a corte obteve, ainda, outras melhorias: arborização,
calçamento com paralelepípedo, iluminação a gás, bondes puxados a burro, rede de esgoto e
abastecimento domiciliar de água.

(Lilia M. Schwarcz; Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia. São Paulo:


Companhia das Letras, 2015. Adaptado).

A partir do trecho, é correto afirmar que uma das principais características do Brasil no século
XIX era:

A) a oposição entre uma economia rural, desconectada das economias centrais do capitalismo,
e o processo de modernização dos centros urbanos.

B) a concentração de recursos em cidades escravistas, como São Paulo e Porto Alegre, em


oposição à carência material de cidades como Rio de Janeiro e Salvador.

C) o contraste entre as pretensões civilizadoras da corte e a violência da escravidão somada à


alta densidade de negros escravizados nas principais cidades.

D) a facilidade de integração territorial, em termos de transporte e comunicação, em um país


de dimensões continentais densamente povoado.

E) o complexo processo de reurbanização e modernização que atingiu igualmente todo o


território nacional.

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Comentários: Gabarito letra C

O excerto trazido nos apresenta uma das principais caraterísticas do Brasil oitocentista, o
qual procurava estabelecer um projeto de modernização e civilização das principais cidades
brasileiras, no que diz respeito à comunicação, iluminação, meios de transporte e
crescimento dos estabelecimentos de ensino, rede de abastecimento domiciliar de água,
dentre outros fatores.

Em oposição a este projeto estabelecido pela Corte Portuguesa, contudo, um aspecto


negativo desta mesma sociedade esteve amplamente inserido no período: a escravidão e a
violência contra os negros nas principais cidades, sobretudo o Rio de Janeiro e Salvador.

É preciso ressaltar, dessa forma, que o processo de modernização do Brasil, empreendido


desde o século XIX, esbarrava em problemas sociais amplamente prejudiciais, uma vez que a
ideia de progresso e modernidade eram contrariadas pela existência e permanência de
inúmeras casas com o sistema escravista vigente, misturando-se os ideais de “avanço” e
“retrocesso” em uma mesma parcela da sociedade.

229. Observe a imagem

A arquitetura da Estação da Luz e o contexto em que foi construída permitem que se estabeleça
uma relação entre:

A) a produção de cana-de-açúcar no interior de São Paulo e a necessidade de abastecer os


engenhos com mão de obra negra escravizada, transportada em trens de origem suíça, o que
influenciou o estilo da construção da estação.

B) a expansão da lavoura cafeeira em direção ao interior de São Paulo e a exportação de capital


e tecnologia ingleses para o Brasil entre os séculos XIX e XX, simbolizados na arquitetura da
estação.

C) a industrialização precoce do Oeste paulista e a chegada de imigrantes para trabalharem nas


fábricas de Campinas e arredores, o que levou à construção da estação de estilo francês para
transportá-los do porto ao interior.

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D) o projeto das elites da República de interiorização do povoamento, o que levou à construção


da ferrovia, e a influência cultural italiana devido ao alto número de imigrantes, refletida na
arquitetura da estação.

E) a crescente influência norte-americana no Brasil a partir do início do século XX, evidente na


construção da estação, e a importação da tecnologia ferroviária que o Brasil até então
desconhecia, aprofundando os laços econômicos entre os dois países.

Comentários: Gabarito letra B

A estação da Luz, localizada na cidade de São Paulo, é um marco da expansão cafeeira


paulista entre os séculos XIX e XX. No ano de 1867 foi construída a primeira estrada de ferro
que ligaria o município de Santos a Jundiaí, além de uma ligação com a capital paulista (São
Paulo) e cidades próximas.

Tal estrada facilitaria a exportação do café para países da Europa e para os Estados Unidos.
Foi a responsável, também, pelo escoamento do café produzido no Oeste paulista até o Porto
de Santos.

Construída pela companhia inglesa “São Paulo Railway”, foi idealizada sob a estética
vitoriana, sendo que o Barão de Mauá foi o responsável por angariar a tecnologia e o capital
vindos da Inglaterra para o Brasil, contribuindo significativamente para o desenvolvimento
econômico brasileiro a partir da exportação cafeeira.

230. A Estrada de Ferro São Paulo Railway pôs fim ao isolamento do planalto paulista, rompendo
as dificuldades de transpor a grande inclinação da Serra do Mar, facilitando o transporte de
mercadorias e o contato cultural e comercial com a Europa por meio do Porto de Santos.

(Silvia Helena Passarelli, Vitrines da cidade. Disponível em:


http://goo.gl/4bNKs8. Adaptado).

Um dos objetivos centrais da construção da estrada de ferro discutida no trecho foi:

A) estimular o desenvolvimento da indústria paulista, que estaria mais próxima da exportação


de seus produtos pelo porto.

B) tornar viável a importação de mercadorias por São Paulo, que até então só recebia produtos
importados que entrassem no país pelo Rio de Janeiro.

C) facilitar o transporte do café do Vale do Paraíba para o porto de Santos, de onde seria
exportado para a Europa.

D) garantir aos trabalhadores imigrantes vindos da Europa que tivessem acesso livre e direto às
fazendas de café do interior e às fábricas da capital.

E) escoar o café produzido na região do então chamado “Oeste paulista”, para onde a
cafeicultura tinha se expandido recentemente.

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Comentários: Gabarito letra E

Os séculos XIX e XX brasileiros presenciaram o crescimento de uma atividade econômica


extremamente vantajosa para a época, sobretudo em decorrência dos reflexos do processo
de Revolução Industrial na Europa e que, consequentemente, incentivaram o
desenvolvimento econômico no Brasil.

Neste cenário, a inserção da atividade cafeeira no Brasil obteve grande sucesso, sobretudo
na década de 1870, quando a economia paulista experimentava um desenvolvimento com
proporções nunca antes vistas. Assim, o café, em sua expansão para o Oeste paulista,
transpôs Campinas e alcançou Ribeirão Preto e Jaú.

O texto supracitado diz respeito à construção da Estrada de Ferro São Paulo Railway, a qual
ligava o município de Santos a Jundiaí, tendo como ponto de passagem a cidade de São Paulo.
Cruzava as cidades de Cubatão, Santo André (Paranapiacaba), Rio Grande da Serra, Ribeirão
Pires, Mauá, novamente Santo André (área central) e São Caetano do Sul até chegar à capital
paulista. Foi a responsável por escoar o café produzido no Oeste paulista até o Porto de
Santos, o qual exportaria o produto para a Europa e EUA.

231. [Foi] uma das revoltas que evidenciaram, no período regencial, as crises que marcaram a
organização do país independente, mobilizando a província do Rio Grande de São Pedro e
alcançando Santa Catarina, entre 1835 e 1845. (...) À diferença da repressão da maioria das
rebeliões do período regencial, nas quais a participação popular e dos grupos médios urbanos
foi expressiva, o governo imperial assumiu, nesse caso, postura que aliou negociação e
repressão.

(Ronaldo Vainfas (org). Dicionário do Brasil Imperial, 2002.)

O fragmento apresenta a

A) Confederação do Equador.

B) Farroupilha.

C) Sabinada.

D) Balaiada.

E) Revolta dos Malês.

Comentários: Gabarito letra B

A revolta a que o texto se refere é a Revolução Farroupilha, ocorrida no período regencial


brasileiro, entre os anos de 1835 e 1845, na atual região do Rio Grande do Sul. Ocorreu em
decorrência da cobrança, por parte dos portugueses, de impostos sobre os produtos
riograndenses, como o mate, o couro e, sobretudo, o charque (carne bovina).

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Com a baixa nos impostos do charque estrangeiro para a importação ao Brasil, sobretudo
vindo do Paraguai, a elite rio-grandense, que já se encontrava insatisfeita, passou a se unir
contra o Império.

Em 1835, portanto, teve início a Farroupilha, que uniu negociações e conflitos armados entre
os defensores do Império e os que defendiam a proclamação da República. Dentre os grandes
nomes da liderança farroupilha, temos o brasileiro Bento Gonçalves e o italiano Giuseppe
Garibaldi, este último tendo aderido ao movimento ao entrar em contato com o brasileiro.

232. Segundo os historiadores, um dos fatos que impactou o processo de abolição de


escravatura no Brasil foi o Bill Aberdeen, que correspondeu

A) ao documento aprovado pelo Parlamento Inglês em 1845 que declarava lícito deter e capturar
navios que traficassem escravos africanos.

B) ao acordo firmado entre Portugal e Inglaterra em 1864 para pôr fim à escravidão nas colônias
portuguesas no prazo de dez anos.

C) ao conjunto de regras que previram o fim paulatino da escravidão nos Estados Unidos da
América como resultado do acordo de paz que pôs fim à guerra de Secessão.

D) ao tratado firmado entre quatro países europeus no ano de 1870 dando liberdade aos filhos
de escravos nascidos a partir de então, nas suas colônias.

E) à primeira declaração internacional, de 1855, que reconhecia o direito de liberdade como


direito universal, extensivo a todas as pessoas integrantes de todos os povos inclusive escravos.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa. Bill Aberdeen refere-se a uma lei aprovada pelo
parlamento britânico em março de 1845 e que concedia ao Almirantado Inglês o direito de
aprisionar navios negreiros (navios que transportavam escravos capturados no continente
africano), que realizassem o transporte de cativos da África para as Américas, incluindo-se aí
inclusive os casos de navios em águas territoriais brasileiras.

A alternativa B é falsa, pois não houve acordo firmado entre Portugal e Inglaterra em 1864
para pôr fim à escravidão nas colônias portuguesas no prazo de dez anos.

A alternativa C também é falsa, ao passo que o processo que pôs fim a escravidão nos EUA
se iniciou antes da Bill Aberdeen, sendo que desde 1808 já era proibido o comércio de
escravos para os norte-americanos, mas os estados do Sul estadunidense continuaram com
a mão de obra escrava, o que culminou numa guerra civil entre 1861 e 1865.

A alternativa D também é falsa, de modo que o fato histórico que se aproxima da afirmação
proposta é a Lei do Ventre Livre, de 1871, também conhecida como Lei Rio Branco, que
propunha, a partir da data de sua promulgação, a concessão da alforria às crianças nascidas
de mulheres escravizadas no Império do Brasil.

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A alternativa E também é falsa, pois nunca houve tal declaração e, na verdade, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, publicada em 1948, delineia os direitos básicos e as
liberdades fundamentais do ser humano.

(SANTIAGO, 2011; VAZ, 2013).

233. No Brasil, a abolição da escravatura

A) impediu a inserção do Brasil no sistema capitalista de produção.

B) implantou vasta mão de obra no mercado de trabalho que substituiu a mão de obra imigrante.

C) aconteceu em concomitância com uma política de inserção dos ex-escravos na sociedade.

D) resultou de um longo processo iniciado com a extinção do tráfico, em 1850, e posteriormente,


com a Lei do Ventre Livre.

E) ocorreu por decisão isolada da corte, sem pressão da população ou de parte da elite

nacional.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é incorreta, pois a inserção do Brasil no sistema capitalista de produção


ocorreu antes mesmo do fim da escravidão, especialmente na produção de café da região
Sudeste. Além disso, a pressão inglesa para o fim da escravidão era também uma forma de
impulsionar o sistema capitalista, pois a mão de obra assalariada movimenta mais o mercado
do que o uso da mão de obra cativa, portanto o fim da escravidão impulsionaria ainda mais
o país no sistema capitalista e industrial.

A alternativa B é falsa, pois antes mesmo do fim da escravidão muitos donos de escravos já
estavam substituindo a mão de obra cativa pela mão de obra assalariada, principalmente de
imigrantes europeus que vieram para trabalhar nas plantações de café. Com o fim da
escravidão, essa substituição se intensificou, especialmente porque havia uma crença racista
de que a mão de obra branca seria melhor e mais produtiva do que a negra.

A alternativa C também é falsa, pois não houve política de inserção social dos ex-escravos. A
maioria deles viveram na mais completa miséria, sem trabalho, sem moradia, sem o que
comer, e malvistos pela sociedade. Aqueles que moravam nas cidades ou que saíram do
campo e foram para as cidades em busca de melhores condições, também não tiveram
recursos, sendo excluídos e marginalizados, de onde surgiram as primeiras favelas.

A alternativa D é a resposta certa, pois de fato a abolição da escravidão no Brasil resultou de


um longo processo que culminou na Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888. Desde o
início do século XIX a Inglaterra já pressionava as nações pelo fim do tráfico de escravos pelo
Atlântico. Este processo se deu a partir de medidas legais que, gradativamente, tentavam
propor resoluções à questão da escravidão.

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A primeira medida tomada efetivamente foi a Lei Eusébio de Queirós (1850), que proibiu de
vez o tráfico através do Oceano Atlântico para o Brasil. Já vinte anos mais tarde foi a Lei do
Ventre Livre (1871), que declarou livres os nascidos no Brasil, criando um desconforto com
os cafeicultores do Vale do Paraíba, base importante de apoio ao governo.

Próxima à Lei Áurea, decretou-se a Lei dos Sexagenários (1885), que libertou os escravos com
mais de sessenta anos. Todas essas medidas, de alguma maneira, anunciavam o fim da
escravidão.

A alternativa E é incorreta, ao passo que o processo que levou à abolição da escravatura foi
motivado por pressões populares, por intelectuais, magistrados e militares, estes
especialmente após terem lutado ao lado de muitos escravos durante a Guerra do Paraguai
(1864-1870).

(FAUSTO, 2007; VAZ, 2013; ANDRADE, 2018).

234. Os escravos, obviamente, dispunham de poucos recursos políticos, mas não desconheciam
o que se passava no mundo dos poderosos. Aproveitaram-se das divisões entre estes,
selecionaram temas que lhes interessavam do ideário liberal e anticolonial, traduziram e
emprestaram significados próprios às reformas operadas no escravismo brasileiro ao longo do
século XIX.

REIS, J. J. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra no Brasil oitocentista.
In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).

São Paulo: Senac, 1999.

Ao longo do século XIX, os negros escravizados construíram variadas formas para resistir à
escravidão no Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no aproveitamento das:

A) estruturas urbanas como ambiente para escapar do cativeiro.

B) dimensões territoriais como elemento para facilitar as fugas.

C) limitações econômicas como pressão para o fim do escravismo.

D) contradições políticas como brecha para a conquista da liberdade.

E) ideologias originárias como artifício para resgatar as raízes africanas.

Comentários: Gabarito letra D

O texto deixa claro que uma das formas de resistência escravista era o aproveitamento, por
parte dos escravos, dos conflitos políticos entre a elite brasileira, com vista a buscar a
liberdade.

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235.

A mudança apresentada na tabela é reflexo da Lei Eusébio de Queiróz que, em 1850,

A) aboliu a escravidão no território brasileiro.

B) definiu o tráfico de escravos como pirataria.

C) elevou as taxas para importação de escravos.

D) libertou os escravos com mais de 60 anos.

E) garantiu o direito de alforria aos escravos.

Comentários: Gabarito letra B

A Lei Eusébio de Queiróz proibia o tráfico intercontinental de escravos e classificava os navios


que o fizessem como piratas.

236. Decreto-lei 3.509, de 12 de setembro de 1865

Art. 1º – O cidadão guarda-nacional que por si apresentar outra pessoa para o serviço do Exército
por tempo de nove anos, com a idoneidade regulada pelas leis militares, ficará isento não só do
recrutamento, senão também do serviço da Guarda Nacional. O substituído é responsável por o
que o substituiu, no caso de deserção.

Arquivo Histórico do Exército. Ordem do dia do Exército, n. 455, 1865 (adaptado).

No artigo, tem-se um dos mecanismos de formação dos “Voluntários da Pátria”, encaminhados


para lutar na Guerra do Paraguai. Tal prática passou a ocorrer com muita frequência no Brasil
nesse período e indica o (a):

A) forma como o Exército brasileiro se tornou o mais bem equipado da América do Sul.

B) Incentivo de grandes proprietários à participação dos seus filhos no conflito.

C) solução adotada pelo país para aumentar o contingente de escravos no conflito.

D) envio de escravos para os conflitos armados, visando sua qualificação para o trabalho.

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E) Fato de que muitos escravos passaram a substituir seus proprietários em troca de liberdade.

Comentários: Gabarito letra E

Na formação dos Voluntários da Pátria para compor o exército brasileiro, na Guerra do


Paraguai, muitos senhores acabaram convencendo seus escravos a se alistarem em seus
lugares em troca da alforria. O Exército brasileiro que lutou tal Guerra teve maciça presença
de negros, o que chegou a ser objeto de piada no Paraguai.

237. Sobretudo compreendam os críticos a missão dos poetas, escritores e artistas, neste
período especial e ambíguo da formação de uma nacionalidade. São estes os operários
incumbidos de polir o talhe e as feições da individualidade que se vai esboçando no viver do
povo. O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar com igual
pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?

José de Alencar, prefácio a Sonhos d’ouro, 1872. Adaptado de ebooksbrasil.org.

De acordo com José de Alencar, a caracterização da identidade nacional brasileira, no século


XIX, estava vinculada ao processo de:

A) promoção da cultura letrada.

B) integração do mundo lusófono.

C) valorização da miscigenação étnica.

D) particularização da língua portuguesa.

Comentários: Gabarito letra D

O texto do escritor José de Alencar está vinculado ao Segundo Reinado, 1840-1889. José de
Alencar, 1829-1877, é considerado um precursor do Romantismo no Brasil. Em suas obras
procurou valorizar a língua falada no Brasil no cotidiano das pessoas, as particularidades da
língua portuguesa. Daí o autor afirma que “o povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e
a jabuticaba pode falar com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a
pera, o damasco e a nêspera?”.

238. Leia o trecho e em seguida responda ao que se pede:

Juiz de Fora progredia. A população subia, andava aí pelos doze a treze mil habitantes –
imaginem! Treze mil! e essa densidade exigia progresso. Esse começara em 1870 com a
inauguração dos telégrafos. Logo depois viriam os trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II. Em
1885 a cidade começa a ser dotada de encanamentos e de água a domicílio. No mesmo ano as
casas passam a ser numeradas. Em 1886, grande animação com uma Exposição Industrial que
reflete a pujança do município. (...) Meu avô teve certa pena de não terminar os serviços que

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começara, de dotar a cidade de luz e energia elétrica. A inauguração foi procedida a 5 de


novembro de 1889...

NAVA, Pedro. Baú de ossos – memórias 1; 5ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, pp. 200-
201.

O memorialista Pedro Nava mostra na cidade de Juiz de Fora aspectos do processo de


transformação que ocorria na sociedade brasileira no final do século XIX. Acerca deste contexto,
assinale a afirmativa INCORRETA:

A) Era um período de expansão do capitalismo que se estendia mundialmente.

B) Caracterizava-se pela preservação da herança luso-brasileira do período colonial que


adentrou pelo Império.

C) Marcava-se pela organização de indústrias têxteis e alimentícias com capitais excedentes do


café.

D) Processava-se o aumento da malha ferroviária e a criação de novos núcleos urbanos.

E) Ocorria a intensificação da imigração para substituição do trabalho escravo.

Comentários: Gabarito letra B

Em fins do século XIX, na passagem do Império para a República, o processo de


transformação pelo qual a sociedade brasileira passava aproximava-se daquele empreendido
pela Europa no século anterior e, logo, afastava-se da preservação da herança do período
colonial.

239. Considere as seguintes afirmações sobre a construção histórica da identidade nacional


brasileira.

I. A nacionalização da língua falada no Brasil e a busca por uma literatura brasileira autônoma
foram tarefas assumidas pelos escritores ligados ao Romantismo, entre os quais se destacam
Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e José de Alencar.

II. A expressão “Brasil, ame-o ou deixe-o” foi difundida durante o governo de D. Pedro I como
propaganda contra os ideais restauradores do Partido Português, que defendia o retorno do
Brasil à condição de Vice-Reino de Portugal.

III. Um dos traços marcantes do modernismo dos anos 1920 foi propor um nacionalismo crítico
em que se conjugava a tradição cultural do Brasil com as vanguardas artísticas europeias,
enfatizando a mestiçagem e o caráter híbrido da formação nacional brasileira.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas I e III.

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D) Apenas II e III.

E) I, II e III.

Comentários: Gabarito letra C

A afirmativa [II] está incorreta porque a expressão “Brasil, ame-o ou deixe-o” foi cunhada
pelo governo militar brasileiro, durante a Ditadura Militar.

240. Observe a charge a seguir.

A charge ironiza o dístico “ordem e progresso”, presente na atual Bandeira do Brasil. A sua
origem e significado remetem a um contexto marcado

A) pela presença do catolicismo romano nas instituições políticas do Império Brasileiro e o


esforço de preservar a ordem social vigente.

B) pela influência do positivismo francês entre os oficiais militares republicanos e uma postura
ideológica das elites dirigentes em evitar radicalismos políticos.

C) pelo desejo dos oficiais militares republicanos em romper os laços com a sociedade agrária
imperial, inspirando-se no liberalismo norte-americano.

D) pelo esforço das elites agrárias paulista e mineira em manter os seus privilégios sociais e
políticos, mas, ao mesmo tempo, buscando o progresso econômico.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. A questão remete ao conflito que ocorreu no Segundo
Reinado, entre a farda e o paletó, ou seja, entre militares e os políticos. Após a Guerra do
Paraguai, 1865-1870, os militares brasileiros adotaram ideias abolicionistas, republicanas e
positivistas. A ideia era conciliar “Ordem” e “Progresso”. A monarquia entrou em declínio
perdendo suas bases de apoio. A monarquia foi abandonada. Os militares ganharam
consciência de grupo, de corporação e, proclamaram a República em 15 de novembro de
1889.

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241. O Império brasileiro passou por grandes transformações econômicas a partir,


principalmente, de meados do século XIX. Qual das seguintes causas de mudanças na estrutura
econômico-social do país contribuiu diretamente para a crise da Monarquia?

A) Assinatura da Lei Áurea.

B) Aprovação da Lei de Terra.

C) Promulgação do Código Comercial.

D) Financiamento de empresas do Barão de Mauá.

E) Instituição das Tarifas Alves Branco.

Comentários: Gabarito letra A

Somente a proposição [A] está correta. A questão remete ao Segundo Reinado, 1840-1889,
em especial, à crise e a o fim da monarquia no Brasil. A partir da segunda metade do século
XIX o Brasil passou por transformações na economia devido ao café e à Revolução Industrial.
Ferrovias, indústrias e a transição do trabalho escravo para o trabalho livre assalariado
compõem este cenário de modernização econômica do Brasil. Surgiram leis vinculadas à
escravidão como a Lei Euzébio de Queirós de 1850 que proibiu o tráfico de escravos, a Lei do
Ventre Livre de 1871, a Lei dos Sexagenários de 1885 e a Lei Áurea de 13 de maio de 1888
que aboliu a escravidão no Brasil.

Esta última lei não indenizou os proprietários de escravos que, por consequência,
abandonaram a monarquia.

242. O fato de ser a única monarquia na América levou os governantes do Império a apontarem
o Brasil como um solitário no continente, cercado de potenciais inimigos. Temia-se o surgimento
de uma grande república liderada por Buenos Aires, que poderia vir a ser um centro de atração
sobre o problemático Rio Grande do Sul e o isolado Mato Grosso. Para o Império, a melhor
garantia de que a Argentina não se tornaria uma ameaça concreta estava no fato de Paraguai e
Uruguai serem países independentes, com governos livres da influência argentina.

(Francisco Doratioto. A Guerra do Paraguai, 1991.)

Segundo o texto, uma das preocupações da política externa brasileira para a região do Rio da
Prata, durante o Segundo Reinado, era:

A) estimular a participação militar da Argentina na Tríplice Aliança.

B) limitar a influência argentina e preservar a divisão política na área.

C) facilitar a penetração e a influência política britânicas na área.

D) impedir a autonomia política e o desenvolvimento econômico do Paraguai.

E) integrar a economia brasileira às economias paraguaia e uruguaia.

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Comentários: Gabarito letra B

A preocupação de d. Pedro II com relação ao rio da Prata era a possibilidade de a Argentina


invadir e dominar o Rio Grande do Sul e o Mato Grosso.

243. Em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queiroz, o tráfico de escravos para o Brasil foi proibido
definitivamente. Sobre a importação de escravos e sua proibição, assinale a alternativa
CORRETA.

A) A Lei Eusébio de Queiroz foi uma resposta à pressão estrangeira, principalmente exercida
pela França sobre o Brasil, após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

B) O fim do tráfico de escravos baseou-se em mais uma lei sem aplicação no Brasil, pois quando
ela foi promulgada, já não existia mais escravidão no país.

C) O fim do tráfico foi resultado dos crescentes movimentos armados empreendidos pelos
escravos brasileiros.

D) A proibição do tráfico de escravos para o Brasil não surtiu efeito, pois o trabalho realizado
por eles já não era economicamente relevante.

E) A Lei Eusébio de Queiroz levou ao aumento do comércio interno e do preço dos escravos
entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.

Comentários: Gabarito letra E

Somente a proposição [E] está correta. A questão remete à lei Eusébio de Queiroz aprovada
no Brasil em 1850. Esta lei proibiu o tráfico de escravos para o Brasil. Devido ao café, havia
uma grande demanda por mão de obra, assim, ocorreu um comércio interprovincial de
escravos e, ao mesmo tempo, aumentou o preço cobrado pelo escravo. Neste contexto,
intensificou a imigração para o Brasil.

244. A Guerra do Paraguai teve seu início no ano de 1864, a partir da ambição do ditador
Francisco Solano Lopes, que tinha como objetivo aumentar o território paraguaio e obter uma
saída para o Oceano Atlântico, através dos rios da Bacia do Prata.

Uma das consequências dessa guerra foi que:

A) acarretou para o Brasil uma redução considerável em sua dívida externa, bem como uma
crescente influência política e social do Exército na política vigente.

B) ocorreu a união entre Brasil, Argentina, Uruguai e Bolívia, para combater as tropas de Solano
Lopes e acabar com seu sonho de chegar ao Oceano Atlântico através da Bacia do Prata.

C) estimou-se uma pequena perda de soldados paraguaios e as importações chegavam ao dobro


das exportações no final da guerra.

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D) acarretou a destruição para a indústria paraguaia, que ficou arrasada após a guerra.

Comentários: Gabarito letra D

A questão faz referência à Guerra do Paraguai e suas desastrosas consequências para a nação
Guarani, a grande derrotada neste conflito. Formou-se a Tríplice Aliança entre Brasil,
Argentina e Uruguai contra o Paraguai governado pelo ditador Solano Lopes. Com a derrota
do Paraguai, o país foi destruído economicamente perdendo grande parte da população
economicamente ativa.

245.

A pintura histórica alcançou no século XIX importante lugar no projeto político do Segundo
Reinado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do Instituto Histórico
e Geográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e
monumental, em que toda a população pudesse se sentir representada nos eventos gloriosos
da história nacional. O trabalho de Araújo Porto-Alegre como crítico de arte e diretor da
Academia Imperial de Belas Artes possibilitou a visibilidade da pintura histórica com seus
pintores oficiais, Pedro Américo e Victor Meirelles.

CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.

Considerando as imagens das telas e as informações do texto, as pinturas históricas para o


governo do Segundo Reinado tinham a função essencial de:

A) consolidar o poder militar.

B) difundir o pensamento liberal.

C) garantir a pluralidade política.

D) fortalecer a identidade nacional.

Comentários: Gabarito letra D

Como o texto deixa claro, “por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e
monumental, em que toda a população pudesse se sentir representada”. Logo, as pinturas
eram usadas para fortalecer a identidade nacional.

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246. “Episódio que em princípio deveria ter marcado a memória popular foi a Proclamação da
República. Mas não foi o que aconteceu [...]. A participação popular foi menor do que na
proclamação da independência.”

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 17ª edição, Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2013, p. 80-81. (Adaptado)

Entre os principais grupos sociais, envolvidos na articulação do referido evento, destacam-se os:

A) empresários e imigrantes.

B) industriais e camponeses.

C) operários e intelectuais.

D) banqueiros e religiosos.

E) fazendeiros e militares.

Comentários: Gabarito letra E

A despeito da participação popular, nossa República foi proclamada a partir da ação dos
grandes fazendeiros (insatisfeitos com o governo devido à abolição da escravatura) e dos
militares (insatisfeitos com a falta de participação política e influenciados pelos ideais
republicanos europeus).

247. “Como resultado desse mecanismo, houve, em um governo de cinquenta anos, a sucessão
de 36 gabinetes, com a média de um ano e três meses de duração cada um. (...) Tratava-se de
um sistema flexível que permitia o rodízio dos dois principais partidos no governo, sem maiores
traumas. Para quem estivesse na oposição, havia sempre a esperança de ser chamado a
governar. Assim, o recurso às armas se tornou desnecessário”.

Boris Fausto. História do Brasil. 13ª ed. São Paulo: EDUSP, 2008, pp.179-180

O texto refere-se:

A) à República Oligárquica, cujo revezamento político das oligarquias paulista e mineira, no


plano federal, consolidou os interesses da elite agroexportadora.

B) ao sistema político vigente no Segundo Reinado, que fortaleceu a figura do monarca e


consolidou a ordem aristocrática-latifundiária-escravista imperial.

C) ao sistema bipartidário do Regime Militar no Brasil, que criou mecanismos fraudulentos de


eleições e suprimiu as liberdades individuais dos cidadãos.

D) às divisões políticas e partidárias da República Populista, com os embates entre os


conservadores e os entreguistas, no tocante à condução da política econômica.

E) aos mecanismos de poder existentes na Era Vargas, que permitiu o fortalecimento do


presidente ao alternar no poder os grupos políticos aliados a ele.

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Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. A questão remete ao Segundo Reinado, 1840-1889.
Foi o longo governo de D. Pedro II. Este assumiu o trono com quinze anos incompletos após
o caos político e social do Período Regencial, 1831-1840. O retorno da monarquia era visto
por muitos como a possibilidade de restaurar a ordem social. O jovem imperador consolidou
a ordem aristocrática-latifundiária-escravista e criou o Parlamentarismo no Brasil em 1847
inspirado no modelo Inglês para buscar a estabilidade política através da acomodação no
poder de representantes dos partidos Liberal e Conservador. Daí a sucessão de 36 gabinetes,
um verdadeiro rodízio político entre os dois partidos. Vale lembrar que os dois partidos
“eram farinha do mesmo saco”, ou seja, não havia tantas diferenças ideológicas entre eles.

248. Na Itália, na 2ª metade do século XIX, a escassez de carne e o excesso de polenta na dieta
alimentar ocasionaram grande número de casos de desnutrição e de pelagra, sinais de grave
crise econômica que afetava muito o setor camponês. Essa situação articulou-se com a seguinte
realidade brasileira, na mesma época:

A) a organização de uma estrutura econômica voltada à produção de alimentos e,


consequentemente, de mercado consumidor interno.

B) a política de incentivo à vinda de mão de obra europeia, com o propósito de substituir o


trabalho escravo nas fazendas de café.

C) a crise do Estado Nacional e o projeto de formação de uma população saudável e mestiça.

D) a necessidade de soldados para multiplicar o Exército nacional, defender as fronteiras e


garantir o domínio na Região do Prata.

E) a expulsão dos colonos das terras do Sudeste e o favorecimento de nova mão de obra para
gerir a pequena e média propriedade rural.

Comentários: Gabarito letra B

Durante o Segundo Reinado brasileiro, devido à queda na importação de escravos (por conta
da proibição do tráfico intercontinental), o governo brasileiro passou a incentivar a vinda de
imigrantes para trabalhar nas lavouras de café. Coincidentemente, como mostra o texto, a
Itália, nessa época, passava por um período de crise econômica, o que propiciou a vinda de
muitos italianos para o Brasil.

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249.

A charge sobre o período da guerra do Paraguai demonstra o claro preconceito dos autores da
charge contra os soldados brasileiros negros que lutaram na Guerra do Paraguai. Sobre o
alistamento de soldados para essa guerra é CORRETO afirmar que:

A) Como é demonstrado na charge, no Brasil um grande número de militares de alta patente,


como coronéis e generais, eram negros.

B) Ao alistarem-se para lutarem na Guerra do Paraguai, os escravos negros eram alforriados de


seus senhores.

C) Apesar da promessa de alforria para os que lutaram na Guerra do Paraguai, a lei não foi
cumprida.

D) O sucesso do alistamento de escravos brasileiros na Guerra do Paraguai foi continuado em


outras guerras como a Primeira Guerra Mundial.

E) Apesar de a charge retratar os brasileiros, o número de soldados negros do Brasil foi muito
reduzido em comparação aos negros argentinos e uruguaios.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] está correta. A questão remete a Guerra do Paraguai, 1865-1870.
A Guerra do Paraguai aconteceu dentro do Segundo Reinado, 1840-1889. Neste período
estava ocorrendo a transição do trabalho escravo para o trabalho livre assalariado com a
chegada dos imigrantes europeus. O nordeste brasileiro estava em grave crise econômica
desde a crise açucareira ocorrida no final do século XVII. Desta forma, a Guerra do Paraguai
foi utilizada pela elite branca e racista do Brasil para fazer uma limpeza étnica com
alistamento dos negros para lutar na Guerra do Paraguai. Ao compor o exército brasileiro, os
negros eram alforriados dos seus senhores. As demais alternativas estão incorretas.

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CRISE DO IMPÉRIO E PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA BRASILEIRA


REPÚBLICA VELHA E ERA VARGAS

250. Em termos econômicos, o Estado Novo (1937-45) caracterizou-se

A) pela redução do deficit público com o corte de gastos em algumas áreas sociais, como a
educação.

B) pela política dada aos serviços urbanos, como o abastecimento de água.

C) pela adoção de um nacionalismo extremado por meio do qual se proibiu a entrada de


capitais estrangeiros no país.

D) pelo forte intervencionismo estatal com a criação de conselhos regulatórios, como o


Conselho Nacional do Petróleo.

E) pela aplicação de medidas liberais, tais como o congelamento dos salários para evitar o
aumento da inflação.

Comentários: Gabarito letra D

O Estado Novo foi a ditadura varguista entre 1937 e 1945. Era inspirado no fascismo europeu,
principalmente em Portugal de Salazar e a Itália de Mussolini: Ditaduras, governos
centralizados, uso intenso da propaganda política, manipulação do sistema de educação,
forte intervencionismo estatal (antiliberais na economia). Sua política econômica procurou
aumentar o poder do Estado, e estimular a modernização a partir de estatais, principalmente
na indústria de base, em empresas como CSN-Companhia Siderúrgica Nacional e CVRD-
Companhia Vale do Rio Doce. Apesar da manipulação, inserindo a imagem de Vargas em
todos os livros e fazendo apologia ao líder, a educação recebeu fortes incentivos, e já existia
o MEC. Tudo que diz respeito ao liberalismo econômico ou político, permite anular as
proposições como a [A] e a [E]. Entre os órgãos reguladores criados por Vargas, podemos
citar o CNP-Conselho Nacional do Petróleo, de 1939, mas tome cuidado, pois a Petrobrás
somente foi criada em 1953, em seu governo democrático.

251. Observe o quadro O lavrador de café, pintado por Candido Portinari, em 1934.

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A pintura traz informações sobre a história do Brasil, ao mesmo tempo em que exprime uma
perspectiva social, presente nas disputas políticas dos anos 30 do século passado, que

A) enaltecia a ausência de discriminação étnica na sociedade brasileira.

B) atribuía a modernização do país à força transformadora do trabalho.

C) insistia na aliança das classes trabalhadoras com os proprietários rurais.

D) denunciava a desorganização produtiva da economia agrícola do país.

E) revelava a incompatibilidade entre trabalho especializado e meio ambiente.

Comentários: Gabarito letra B

Cândido Portinari (1903-1962) foi um pintor paulista muito famoso por suas obras voltadas
ao homem. Em suas obras, o pintor brasileiro procurava apresentar ao grande público a força
de sua temática social. Ainda que este seu lado seja menos conhecido, Portinari também
procurava colocar em suas obras alguns dos elementos das reminiscências de infância na sua
terra natal: os meninos da cidade de Brodowski, com as suas brincadeiras, danças, cantos; o
circo; os namorados; os camponeses. De forma geral, retratava o ser humano em situações
de ternura, solidariedade e paz.

Pela importância de sua produção estética e pela sua atuação consciente na vida cultural e
política brasileira, Cândido Portinari alcançou reconhecimento dentro e fora do país, sendo
um dos mais importantes artistas brasileiros e um dos maiores do mundo.

No que diz respeito, precisamente, à pintura trazida na questão, O lavrador de café, a análise
que pode ser feita deve levar em consideração o período em que ela foi produzida (década
de 1930, precisamente no ano de 1934), e o que tal obra representa para o período.

Ao considerar a modernização do Brasil a partir da valorização da força do trabalho do


homem, Portinari nos traz um trabalhador negro em primeiro plano, o qual representa a mão
de obra típica das fazendas de café do início do século XX, levando uma enxada em uma das
mãos e com uma lavoura ao fundo.

A árvore cortada, à direita da imagem, representa o desmatamento como a mudança da


paisagem proporcionada pela cultura do café. Em segundo plano, aparecem os montes dos
grãos já colhidos.

No olhar do trabalhador prevalece a preocupação, parecendo-nos que o lavrador percebe a


ação devastadora da exploração que o homem faz na natureza, com o intuito de modernizar
o país.

Mais um elemento presente no quadro é o trem, colocado entre os pés de café e os montes
de grãos, reforçando, aí, a ideia de modernização do país através da força do trabalho. Sabe-
se que o trem era o principal meio de transporte utilizado na época para enviar a produção
cafeeira até a cidade de Santos, responsável por exportar o café a diversos países, sobretudo
aos Estados Unidos.

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Neste sentido, Portinari contribuiu de forma significativa com a arte brasileira, mas não
somente com ela: ele foi um dos responsáveis por retratar a figura do trabalhador brasileiro,
realçando aspectos discriminatórios da sociedade, as divergências entre classe trabalhadora
e grandes proprietários rurais e, finalmente, também foi responsável por apresentar a
organização da produção agrícola brasileira, mas sempre valorizando o homem trabalhador
em suas obras.

(Fontes: http://www.portinari.org.br/#/pagina/candido-
portinari/apresentacao; https://arteeartistas.com.br/o-lavrador-de-cafe-candidoportinari/;
https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/lavrador-de-cafe-candido-
portinari/).

252. Leia a seguir o trecho retirado do jornal O Estado de S. Paulo publicado no dia 8 de maio de
1945, à época da rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial:

“Comemorando a paz que afinal foi conquistada, as nossas populações, pelo muito que fizeram,
hão de sustentá-la, ao lado de outros povos, com todas as suas forças e inteligência, para que o
sangue generoso da mocidade, derramado nas batalhas, tenha sempre a significação que hoje
todos lhe reconhecemos: o fim da opressão e o começo da liberdade, cuja existência se deve a
milhões de homens, mulheres e crianças sacrificadas.”

O trecho evidencia um dos fatores que contribuiu para a crise do Estado Novo, corretamente
identificado como:

A) a contradição entre a política externa e a política interna de Vargas.

B) o esgotamento da política intervencionista após a criação da Petrobras.

C) a derrota dos países aliados ao Brasil no contexto da Segunda Guerra.

D) a decadência dos países que participaram das batalhas na Europa.

E) a corrosão do apoio a Vargas devido à sua aliança formal com o campo fascista.

Comentários: Gabarito letra A

O trecho de uma notícia veiculada no jornal “O Estado de S. Paulo”, datado do final da


Segunda Guerra Mundial (08/05/1945), mostra uma característica contraditória da política
evidenciada no Estado Novo, regime ditatorial instaurado em 1937 e que perdurou, sob a
liderança de Getúlio Vargas, até o ano de 1945. Este regime foi simpático ao fascismo dos
países do Eixo (Japão, Alemanha e Itália), porém, durante a guerra, a posição externa
brasileira esteve ao lado dos países Aliados (França, Inglaterra, Estados Unidos e União
Soviética).

Tal aspecto se refere, portanto, ao contraste entre as políticas externa e interna de Getúlio
Vargas, as quais contribuíram, de forma significativa, para a própria crise dentro do Estado
Novo.

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Neste sentido, é importante compreender que a notícia contrapõe alguns dos próprios
modos de agir no Brasil ao longo dos anos ditatoriais: opressão, censura, perseguições
políticas, assassinatos, características então presentes no Brasil entre 1937 e 1945.

Pode-se concluir, dessa forma, que a posição do governo brasileiro, sob a presidência de
Vargas, em relação aos conflitos e ao cenário europeu no final da Segunda Guerra (1945) são
contrastantes e deixam em evidência os motivos de seu declínio.

253. Observe o cartaz.

É possível relacionar esse cartaz à disputa política em torno da criação da Petrobras, em que se
opunham:

A) a esquerda, favorável ao fornecimento de petróleo ao bloco socialista, e a direita, favorável


ao fornecimento de petróleo aos EUA.

B) os integralistas, que defendiam o controle estatal da empresa, e os liberais, que criticaram a


ineficiência do Estado à época da crise da ditadura varguista.

C) a burguesia industrial paulista, defensora da privatização da exploração do petróleo, e os


tenentes, favoráveis ao controle estatal da empresa.

D) os militares autoritários, favoráveis à defesa da soberania nacional, e os militares democratas,


favoráveis à aliança com os EUA.

E) o PTB, com o seu projeto de desenvolvimento econômico nacional, e a UDN, defensora da


entrada de capital estrangeiro.

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Comentários: Gabarito letra E

A questão remete ao período da criação da Petrobras, empresa estatal fundada em 03 de


outubro de 1953, durante o governo de Getúlio Vargas (1950-1954). Vargas, após ter sido
eleito em 1950, passou por uma crescente oposição conduzida, principalmente, pela União
Democrática Nacional (UDN), sobretudo no que diz respeito às questões trabalhistas e às
suas políticas de caráter nacionalista.

Tal situação colocou em contradição dois grandes partidos políticos, o PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro), de tendência nacionalista e liderado por Getúlio Vargas, e a UDN, de
caráter mais liberal e que se mostrava fortemente contrário ao caráter estatal da Petrobras.

Enquanto os nacionalistas defendiam a criação de um projeto de desenvolvimento


econômico nacional, sob o lema “O petróleo é nosso”, além da defesa da exploração e refino
feitos pela indústria brasileira, a UDN era defensora da entrada do capital estrangeiro, feito
pelas empresas estrangeiras que tinham atuação no mercado brasileiro.

Nesta disputa política acerca da criação da Petrobras, o grupo vitorioso foi aquele liderado
por Vargas, fundando a estatal que possuía, portanto, a exclusividade na extração, refino e
transporte do petróleo nacional.

254. (...) foi o primeiro veículo de comunicação a chegar às residências e aos locais de trabalho.
Por causa de seu enorme impacto no dia a dia dos brasileiros, Getúlio impôs o controle das
informações transmitidas (…) durante o Estado Novo. Nem tudo podia ser dito, e a forma de dar
a notícia também era pensada com cuidado, para evitar que a voz da oposição chegasse aos
brasileiros. Interesses políticos e comerciais sempre interferiram nos meios de comunicação.

(Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br. Acesso em: 14.08.2018. Adaptado)

A qual meio de comunicação o texto faz referência?

A) Rádio.

B) Televisão.

C) Jornal.

D) Revista.

E) Telefone.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa. Com o objetivo de aperfeiçoar e ampliar as atividades do


Departamento Nacional de Propaganda, Vargas criou, em dezembro de 1939, o
Departamento de Imprensa e Propaganda.

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A partir da criação do DIP, todos os serviços de propaganda e publicidade dos ministérios,


departamentos e estabelecimentos da administração pública federal e entidades autárquicas
passaram a ser executados com exclusividade pelo órgão, que também organizava e dirigia
as homenagens a Vargas, constituindo o grande instrumento de promoção pessoal do chefe
do governo, de sua família e das autoridades em geral. O DIP tornou-se o órgão coercitivo
máximo da liberdade de pensamento e expressão durante o Estado Novo e o porta-voz
autorizado do regime. No caso, competia à divisão de rádio, de acordo com regulamento do
DIP, levar aos ouvintes radiofônicos nacionais e estrangeiros, por intermédio da radiodifusão
oficial, tudo o que lhes pudesse fixar a atenção sobre as atividades brasileiras em todos os
domínios, fazer a censura prévia de programas radiofônicos e de letras a serem musicadas e
organizar o programa Hora do Brasil.

A alternativa B é falsa, pois foi só em 1950 que a televisão chegou ao Brasil, trazida pelo
jornalista e empresário Assis Chateaubriand, sendo ainda muito restrita aos que podiam
pagar o artigo de luxo. Ao passo que o Estado Novo vigorou de 1937 a 1945.

A alternativa C é incorreta, apesar do jornal ter permanecido sob a intervenção do DIP até o
final do Estado Novo (1937-1945), não é correto dizer que o trecho citado faz referência ao
jornal, especialmente porque não tinha tanta amplitude do que o rádio, mesmo sendo o
jornal um meio de comunicação mais antigo no Brasil, sendo que o rádio era só ligar e ouvir,
atingindo até mesmo o grande contingente de analfabetos.

A alternativa D também é incorreta, pois, assim como o jornal, as revistas tinham menos
amplitude do que o rádio, pelo próprio fato do rádio ser mais acessível ao grande contingente
de analfabetos do país. E, além disso, o rádio poderia ser ouvido em casa, no trabalho, na
rua, etc., não necessitando do tempo de dedicação e atenção exigidos pelo jornal e a revista.

A alternativa E também é falsa, uma vez que o telefone na época, além de ser um artigo que
poucos tinham acesso, era também simples, destinado apenas a telefonemas comuns e
dependia das centrais telefônicas, operadas por telefonistas que conectavam manualmente
os telefones dos usuários.

(FGV-CPDOC; ARAÚJO, 2017).

255. Analise a imagem, reflita sobre o conteúdo da faixa carregada pelos trabalhadores e
assinale a alternativa que completa corretamente o enunciado da questão.

O Estado Novo, implantado por Getúlio Vargas em 1937, promoveu mudanças na política e na
sociedade brasileira. Uma dessas mudanças foi a

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A) diminuição do intervencionismo do Estado para facilitar o processo de industrialização e a


ampliação dos mercados de trabalho e de consumo.

B) promulgação de reformas na legislação das empresas que reduziam os encargos trabalhistas


com o objetivo de ampliar a oferta de empregos.

C) proibição de instalação de empresas estrangeiras no país para incentivar e proteger a


indústria nacional e os trabalhadores brasileiros.

D) priorização das indústrias como setor principal da economia, o que beneficiou os


trabalhadores urbanos em detrimento dos camponeses.

E) unificação da legislação trabalhista (CLT) que garantia alguns direitos, como a instituição do
salário mínimo, para os trabalhadores brasileiros.

Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A está incorreta, pois um ponto importante da orientação ideológica de Getúlio


Vargas, centrado na área trabalhista, foi essencial para definir o futuro do
desenvolvimentismo, defendendo a integração do proletariado à sociedade moderna.
Seguindo esses preceitos, Vargas admite e utiliza maior intervenção estatal nos conflitos de
classe, como pode ser demostrado pela criação do Ministério do Trabalho já em 1930 e com
o controle das organizações sindicais pelo Estado, construindo as bases do populismo das
décadas de 40 e 50.

A alternativa B também é incorreta, pois a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), de 1º de


maio de 1943, reuniu diversas normas que regulamentaram as empresas, visando garantir
aos trabalhadores os seus direitos, como a fiscalização do trabalho, as normas de direitos
individuais e coletivos de trabalho, o direito processual do trabalho, etc.

A alternativa C também é incorreta, uma vez que uma das ações de Getúlio Vargas durante
o Estado Novo foi estabelecer uma série de acordos e negociações para empresas
estrangeiras, tentando mobilizar seus investimentos para uma usina siderúrgica no Brasil. É
notável que essa preocupação era vista como uma etapa para o objetivo maior de Getúlio:
engendrar a industrialização.

A alternativa D também é incorreta, pois a política de desenvolvimento no Estado Novo tinha


na burguesia industrial o seu maior ponto de sustentação. Mesmo que o governo também
desse apoio para os setores agrários, essa ala de produtores não estava unificada no apoio a
Getúlio. Até a burguesia comercial também não era uníssona, especialmente devido a
política industrializante, a qual subordinava os setores de importação e exportação às
necessidades do mercado interno. A princípio, Vargas se sustentava muito mais na
justificativa de unidade nacional do que na questão da distribuição do crescimento, para
assim se chegar à justiça social. Dessa forma, é notável que a “recompensa” aos
trabalhadores viria, mas, para isso, era preciso se submeter à aridez do processo de
industrialização, o qual se daria por medidas autoritárias.

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A alternativa E está correta. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é uma compilação de
leis trabalhistas brasileiras elaborada, no governo do então Presidente Getúlio Vargas e
promulgada no Brasil em 1º de maio de 1943 por meio do Decreto-Lei n. 5243, durante o
regime autoritário do Estado Novo. Nesse documento legal, foram reunidas normas de
direito individual e coletivo de trabalho, de fiscalização do trabalho e de direito processual
do trabalho. Também foi nesse ano que a implantação da Justiça do Trabalho, os benefícios
de salário mínimo e estabilidade adquirida foram consolidados, o que marcaria a legislação
trabalhista brasileira até as primeiras décadas do século XXI.

(CEZAR, 2019; JESUS; MENDONÇA; KIRSTEN, 2019).

256. No que diz respeito à Guerra de Canudos, pode-se afirmar corretamente que

A) a oposição ao Estado laico da República, que instituiu o casamento civil e a secularização dos
cemitérios, associada à miséria e ao abandono do povo, caracterizam a comunidade de Antônio
Conselheiro.

B) ocorreu no sertão nordestino, mas o objetivo de Antônio Conselheiro era espalhar aquele
modelo socialista de comunidade a todos os cantos do Brasil com apoio dos antimonarquistas.

C) o discurso messiânico e sebastianista de Conselheiro tinha guarida entre os donos de terra


que criticavam a República, pois faziam parte da elite monarquista deposta pelo golpe de 1889.

D) apesar de alguma simpatia popular, Canudos não teve apoio das populações das cidades
vizinhas, devido aos saques e às invasões promovidas pelos jagunços liderados por Conselheiro.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A está correta, pois Canudos (1893-1897) é talvez o melhor e mais trágico
exemplo das manifestações que associaram conteúdo religioso e carência social, durante a
Primeira República. O movimento, encabeçado por Antônio Conselheiro, ocorreu no interior
da Bahia, numa região às margens do Rio Vaza-Barris. A miséria, a fome e o desemprego
transformaram Canudos em uma possibilidade de vida melhor, que servia de alento para o
grupo de miseráveis da região.

A alternativa B está incorreta, uma vez que Antônio Conselheiro, na verdade, era
antirrepublicano, pois não concordava com as determinações laicas e seculares instituídas
com a Proclamação da República. Além disso, não se pode afirmar com certeza que seu
movimento era um modelo socialista, apesar na comunidade a terra, os rebanhos e o
produto do trabalho coletivo eram propriedade comum; sendo que apenas os bens móveis
e as residências constituíam propriedade pessoal.

A alternativa C também está incorreta, pois os latifundiários da região eram contra Canudos
e Antônio Conselheiro, de modo que se preocupavam com a possível escassez de mão de
obra e a elevação do preço da jornada de trabalho.

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A alternativa D também está incorreta, pois no arraial de Canudos se cultivava produtos


agrícolas, produzia artesanato, criava animais, que complementavam a alimentação e
forneciam o couro utilizado como matéria prima.

(MOTA; BRAICK, 2005).

257. Entre as causas da Revolta da Vacina (1904), encontram-se

A) as medidas autoritárias tomadas pelo governo estadual no processo de higienização da cidade


e as revoltas sociais causadas pelo “encilhamento”, política econômica que provocou inflação,
falências e desemprego no começo da República.

B) a indignação popular causada pela repressão ao levante dos marinheiros negros contrários
aos castigos corporais nos navios da Marinha de Guerra, e as barricadas urbanas decorrentes da
intervenção policial nos morros cariocas, em perseguição aos capoeiras.

C) a imposição de regras de moradia popular, com base na política sanitarista vigente, e a


rebelião popular organizada pelo partido monarquista, que acusava a República emergente de
anticonstitucionalismo e militarismo.

D) as tensões sociais urbanas causadas pelo deslocamento de populações pobres do centro por
causa das reformas urbanísticas do Rio de Janeiro e as tensões políticas envolvendo grupos
positivistas e liberais na Primeira República.

E) a insatisfação dos cariocas com a tentativa de golpe militar pelos partidários do Presidente
Prudente de Moraes, e a reação popular causada pela obrigatoriedade da vacinação contra a
Febre Amarela, extensiva a todos os bairros da cidade.
Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é incorreta, pois a crise de “encilhamento” foi uma bolha econômica que
ocorreu no Brasil, entre o final da Monarquia e início da República, e estourou durante a
República da Espada, desencadeando então uma crise financeira e institucional. Ao passo
que a Revolta da Vacina ocorreu em 1904, já no contexto da Política dos Governadores, isto
é, após a República da Espada.

A alternativa B é falsa, uma vez que tal afirmativa diz respeito à Revolta da Chibata, que foi
um motim naval no Rio de Janeiro, ocorrido no final de novembro de 1910. Foi o resultado
direto do uso de chibatadas por oficiais navais brancos ao punir marinheiros afro-brasileiros
e mulatos. Em 1888, o Brasil se tornou o último país do hemisfério ocidental a abolir a
escravidão, mas as práticas continuaram, ignorando o poder da lei.

A alternativa C também é incorreta, pois não houve uma rebelião popular organizada pelo
partido monarquista. Apesar disso, de fato o Presidente da República tinha em mente uma
Capital Federal nos moldes europeus, o que não passava, porém, de uma idealização elitista
que encontrava no projeto do Prefeito e Engenheiro Pereira Passos uma exclusão
populacional sem precedentes, já que a maior parte da população do Rio de Janeiro era
composta por sujeitos de renda baixa e que as más condições de habitação e higiene
alastravam-se pela cidade.

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A estruturação de uma capital ideal abrangia a derrubada de cortiços e casebres, que


compunham inúmeros quarteirões dos bairros centrais, e deram lugar a grandes avenidas e
ao alargamento das ruas, seguindo o modelo de urbanização dos grandes bulevares
parisienses. Isso, todavia, para a camada atingida pelo “bota abaixo” era um ato repulsivo,
que os colocava em uma situação literalmente periférica da sociedade carioca, buscando
refúgio nos morros da cidade e nas áreas afastadas.

A alternativa D está correta. O âmbito de uma manifestação de força popular como a Revolta
da Vacina vai além da própria insatisfação com a vacinação obrigatória. A força do povo foi
ao combate movida por ordem maior, quando grupos contrários à política republicana,
estabelecida desde Prudente de Morais, organizaram a movimentação social visando
usufruir seus interesses de retomar uma efetiva República nos padrões positivistas. Aqueles
que de armas e paus tomaram as ruas da Capital Federal foram talhados pela voz antipolítica
presente, que usou recursos demagógicos para convencer a população da ineficiência do
governo de Rodrigues Alves. Assim, seu ponto de partida foi atingir a população da forma
mais pratica, utilizando da revolta da população por causa da intromissão do governo no
cotidiano das pessoas, como a vacinação forçada e a expulsão dos pobres da zona urbana
para manifestarem contra as novas políticas.

A alternativa E também é incorreta, pois não houve tentativa de golpe militar pelos
partidários do ex-Presidente Prudente de Moraes. Apesar disso, de fato houve uma a
explosão da reação popular ao fato da aprovação pelo Congresso da lei que definia
obrigatória a vacinação contra a varíola. Por certo a violação dos meios populares já havia
iniciado uma indignação social, uma violação que no âmbito governamental era a luz que
abriria os olhos do mundo para o Brasil.

(PORTO, 2003).

258. A constituição de 1891 EXCLUIU as seguintes categorias do corpo eleitoral: mendigos,


analfabetos,

A) militares de baixa patente e membros do clero regular.

B) mulheres e soldados do exército republicano.

C) cidadãos que não comprovassem renda de 100 mil réis anuais, e escravos.

D) religiosos vinculados às diferentes crenças, e estrangeiros.

E) imigrantes não naturalizados, e libertos.

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Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta correta. De acordo com a Constituição de 1891, a primeira


Constituição da República brasileira e a segunda da história, os eleitores eram apenas os
homens maiores de 21 anos que comprovassem alfabetização básica. Essa Constituição pôs
fim a voto censitário ou por renda, excluindo mendigos, militares de baixa patente e
membros de ordens religiosas.

A alternativa B está incorreta, pois a Constituição de 1891 não excluiu o voto feminino, uma
vez que este não existia na Constituição Imperial de 1824. O voto feminino no Brasil só foi
instaurado em 1932, durante a Era Vargas.

A alternativa C é falsa, de modo que a Constituição de 1891 pôs fim ao voto por renda, como
era determinado pela Constituição Imperial de 1824. Além disso, a escravidão no Brasil
acabou em 13 de maio de 1888, ao passo que a República foi proclamada em 15 de novembro
de 1889 e a Constituição republicana é de 1891.

As alternativas D e E são incorretas, pois a Constituição de 1891 não excluiu de estrangeiros,


uma vez que este não existia na Constituição Imperial de 1824. Inclusive, até hoje, com a
Constituição de 1988, é proibido o voto de estrangeiros, de acordo com o Art. 14, § 2º.

(SOUSA, 2019).

259.

Em 1910, o Almirante Negro João cândido abalou as estruturas da Marinha do Brasil quando,
juntamente com outros marinheiros, tomou os navios e apontou os canhões para o Rio de
Janeiro exigindo o fim dos maus tratos na Marinha. Esse movimento social foi a(o):

A) Revolta da Chibata.

B) Levante dos Quilombolas.

C) Levante dos Encouraçados

D) Revolta da Armada.

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E) Revolta da Esquadra.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa. A Revolta da Chibata foi um motim organizado pelos


soldados da Marinha brasileira de 22 a 27 de novembro de 1910. A revolta organizada pelos
marinheiros ocorreu em embarcações da Marinha que estavam atracadas na Baía de
Guanabara e foi motivada, principalmente, pela insatisfação dos marinheiros com os castigos
físicos. O castigo físico em questão era a chibatada, praticada pela Marinha contra todos os
marujos que violassem as regras da corporação. O uso da chibatada como forma de punição
era uma característica que a Marinha brasileira havia herdado da Marinha portuguesa do
período colonial a partir de um código conhecido como Artigos de Guerra. Essa forma de
punição era dedicada somente aos postos mais baixos da Marinha, ocupados, em geral, por
negros e mestiços. Na ocasião, os marinheiros dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo
revoltaram-se, chefiados pelo gaúcho João Candido Felisberto, apelidado Almirante Negro, e
reivindicavam o fim dos castigos corporais, folgas semanais e melhores salários. Os rebeldes
enviaram um telegrama ao Presidente da República comunicando a decisão de bombardear
a cidade do Rio de Janeiro, caso não fossem atendidas suas reivindicações. O Congresso,
então, votou o fim dos castigos corporais na Marinha e anistiou os participantes da revolta.
Entretanto, o decreto de anistia foi descumprido e o governo passou a perseguir e prender
os marujos envolvidos. Uma suposta revolta na Ilha das Cobras foi o fato culminante para a
perseguição e prisão dos rebeldes. O governo ordenou que o Exército atacasse a ilha e
esmagasse os rebeldes. Os poucos sobreviventes foram deportados para a Amazônia, para
trabalhos forçados nos seringais. Durante o trajeto, foi ordenado o fuzilamento de nove
indivíduos.

O Almirante Negro sobreviveu, mas foi encaminhado para um hospital para doentes mentais.
Foi julgado em 1912 pela participação na revolta do Batalhão Naval. Inocentado, morreu ne
miséria, de tuberculose, no final da década de 1960.

A alternativa B é falsa, pois a escravidão no Brasil acabou em 13 de maio de 1888. Nesse


sentido, dizer de um Levante dos Quilombolas é falso, uma vez que isso só ocorreu durante
o regime escravocrata. Mas, a denominação de Quilombo permaneceu até os dias de hoje,
inclusive com terras demarcadas e a cultura reconhecida.

A alternativa C também é falsa, pois não houve um Levante dos Encouraçados. Apesar disso,
as embarcações Minas Gerais e São Paulo que os marinheiros usaram na revolta, apontando
seus canhões para a cidade do Rio de Janeiro, eram dois encouraçados.

A alternativa D também é falsa, pois a Revolta da Armada foi um movimento de rebelião


promovido por unidades da Marinha Imperial Brasileira contra os governos da recém-
imposta República brasileira, após o Golpe de 1889, que havia sido consolidada através da
Primeira Ditadura Militar do Brasil.

A alternativa E também é falsa, pois não houve uma Revolta da Esquadra na história do Brasil.

(MOTA; BRAICK, 2005; SILVA, 2019).

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260. Observe a caricatura.

A imagem acima está relacionada:

A) à prática do voto do cabresto.

B) ao projeto de embelezamento das favelas de Rodrigues Alves e Oswaldo Cruz.

C) ao projeto de reforma da capital da República.

D) às medidas saneadoras de Oswaldo Cruz.

E) ao projeto de erradicação das favelas.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é falsa, pois o voto de cabresto foi uma prática política baseada na influência
dos coronéis que sustentou a política dos governadores durante a Primeira República.

A alternativa B é incorreta, uma vez que não se tratou de um projeto de embelezamento das
favelas, mas sim do centro urbano da cidade do Rio de Janeiro, de modo que expulsaram as
os moradores pobres dos cortiços no centro da então capital federal para as favelas.

A alternativa C também é incorreta, ao passo que a charge não retrata o projeto de reforma
da capital da República, comandado pelo prefeito e engenheiro Pereira Passos. Apesar disso,
o período retratado na charge é o mesmo das reformas do Rio de Janeiro, mas ela diz respeito
mais especificamente às medidas saneadoras de Oswaldo Cruz.

A alternativa D está correta. O combate às epidemias no Rio de Janeiro, durante o período


de reforma e embelezamento do centro urbano, foi entregue ao médico sanitarista Oswaldo
Cruz, que passou a implementar uma série de medidas de higiene pública com o objetivo de
combater a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Oswaldo Cruz foi acusado de
implementar um “despotismo sanitário”, por causa dos seus projetos, principalmente o
projeto de vacinação obrigatória para os brasileiros com mais de seis meses de idade.

A alternativa E também é falsa, de modo que não houve um projeto de erradicação das
favelas, pois as reformas do prefeito e engenheiro Pereira Passos expulsaram muitos
moradores de baixa renda do centro urbano para as favelas.

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261. O Coronelismo, fenômeno social e político típico da República Velha, embora suas raízes se
encontrem no Império, foi decorrente da:

A) promulgação da Constituição Republicana que institui a centralização administrativa,


favorecendo nos Estados as fraudes eleitorais.

B) supremacia política dos Estados da região sul - possuidores de maior poder econômico - cuja
força advinha da maior participação popular nas eleições.

C) montagem de modernas instituições - autonomia estadual, voto universal – sobre estruturas


arcaicas, baseadas na grande propriedade rural e nos interesses particulares.

D) instituição da Comissão Verificadora de Poderes que possuía autonomia para determinar


quem deveria ser diplomado deputado - reconhecendo os vitoriosos nas eleições.

E) predominância do poder federal sobre o estadual, que possibilitava ao governo manipular a


população local e garantir à oligarquia a elaboração das leis.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é incorreta, pois a Constituição Republicana instituiu o modelo federalista


que, teoricamente, garantia a autonomia dos Estados pertencentes à União.

A alternativa B também é incorreta, pois a política da Primeira República ficou conhecida


como política do café-com-leite, porque os Estados de São Paulo e Minas Gerais, principais
produtores de café e laticínios, respectivamente, encabeçaram a política nacional por causa
da sua força econômica.

A alternativa C também é incorreta, pois o voto não era universal, sendo um direito apenas
dos homens maiores de 21 anos que comprovassem escolaridade básica. Portanto, o voto
era proibido para menores de 21 anos, analfabetos e mulheres, além de mendigos, militares
de baixa patente, indígenas e membros de ordens religiosas.

A alternativa D é a resposta certa. Tão logo chegaram ao poder em 1894, as oligarquias


agrárias trataram de implementar mecanismos que garantissem o seu controle sobre os
poderes Executivo e Legislativo. Esse controle ficou conhecido como a política dos
governadores, que foi uma sofisticada prática política baseada na hierarquia, que visava
assegurar um amplo apoio do Congresso Nacional para aprovar a política financeira e os
acordos com o capitalismo internacional. A proposta foi uma espécie de pacto político dos
governadores estaduais. Estes teriam o compromisso de eleger, para o Congresso Nacional,
deputados e senadores fiéis ao governo federal. Em contrapartida, o Presidente da República
assumiria o compromisso de não interferir nas eleições estaduais. A troca de favores com o
governo federal possibilitou o aumento do poder das oligarquias estatuais. Além disso, para
viabilizar a política dos governadores, o governo federal criou a Comissão de Verificação de
Poderes. Composta de cinco parlamentares, a Comissão ganhou o direito de diplomar os
candidatos que interessavam ao governo federal e degolar os opositores, ou seja, impedir
que eles tomassem posse. A justificativa era que esses candidatos haviam cometido
irregularidades durante a campanha eleitoral. Desse modo, o Executivo podia contar com um
Congresso dócil, sempre disposto a aprovar os projetos do governo.

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A alternativa E também é incorreta, pois o coronelismo iniciava o estabelecimento do poder


e da influência política nas regiões locais, nos chamados currais eleitorais, estabelecendo
uma relação de ajuda nas eleições e troca de favores que ligava o mandatário local ao
prefeito, este ao governador e aos deputados, e estes ao presidente. Tudo dentro de uma
relação muito bem entrelaçada que dava suporte para um Congresso dócil, a autonomia dos
Estados e a soberania eleitoral do presidente.

(MOTA; BRAICK, 2005).

262. O Coronelismo, presente nos primórdios da República Brasileira, representou uma variante
do fenômeno sociopolítico amplo denominado como clientelismo. O “Coronel” era responsável
por controlar os votos em sua região de domínio, recebendo em troca privilégios e favores dos
grandes grupos políticos da cena nacional, com o fim de manter seu poder e influência na região.
Contribuíram para o surgimento do Coronelismo, EXCETO:

A) A desigualdade social.

B) A impossibilidade de os cidadãos efetivarem seus direitos.

C) A precariedade ou inexistência de serviços assistenciais do Estado.

D) Inexistência de uma carreira no serviço público.

E) O fortalecimento das instituições estatais.

Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A não é a resposta certa, uma vez que a desigualdade social contribuiu muito
para a manutenção do coronelismo, de modo que a sujeição dos menos favorecidos
economicamente ao coronel, em troca de proteção e pequenos favores, garantia o aumento
do curral eleitoral e, consequentemente, os votos ao candidato apoiado pelo coronel.

A alternativa B também não é a resposta certa, pois de fato a efetivação dos direitos dos
cidadãos era medida muito mais pela força econômica do que a força da lei, de modo que a
força econômica dos coronéis repousou tranquila no exercício de uma cidadania que, na
verdade, dizia respeito ao interesse privado e não ao público.

A alternativa C também não é a resposta certa, pois o Estado não tinha infraestrutura
assistencial alguma, ficando por conta dos coronéis a assistência diminuta e interesseira aos
indivíduos de seu curral eleitoral.

A alternativa D também não é a resposta certa, ao passo que quem ocupava os serviços
públicos eram principalmente os bacharéis indicados pelos coronéis, que usavam da sua
influência política para empregar seus “afilhados”.

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A alternativa E é a resposta correta, uma vez que é incorreto afirmar que o fortalecimento
das instituições estatais contribuiu para o coronelismo na Primeira República, ora, as
instituições estatais eram precárias e mal definidas, ligadas mais ao interesse privado dos
oligarcas do que às questões públicas e cívicas. Isso marcou profundamente a cultura política
brasileira, tanto pela desconfiança da postura de nossas instituições estatais, quando pelos
interesses que estão em jogo na cena política brasileira.

(MOTA; BRAICK, 2005).

263. No início da Primeira República (1889-1930), a oligarquia governante teve que enfrentar,
no sertão baiano, um movimento social denominado:

A) Cabanagem.

B) Campanha Civilista.

C) Levante do Contestado.

D) Revolta de Canudos.

E) Revolução Farroupilha.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é falsa, pois a Cabanagem foi uma revolta popular do período regencial, que
ocorreu entre os anos de 1835 e 1840 na província do Grão-Pará (hoje, estado do Pará, região
Norte do Brasil), recebeu esse nome por causa dos muitos revoltados que moravam em
cabanas às beiras de rios e eram chamados de cabanos.

A alternativa B também é falsa, pois a Campanha Civilista é o nome pelo qual ficou conhecida
a participação do baiano Rui Barbosa na corrida presidencial de 1910, contra o marechal
Hermes da Fonseca. A campanha civilista representou a primeira grande fissura na política
do café-com-leite.

Afinal, em 1910, ao contrário de boa parte das disputas que ocorreram durante a República
Velha, Minas Gerais e São Paulo estiveram em lados opostos.

A alternativa C também é falsa, pois a Guerra do Contestado foi o conflito que surgiu entre
1912 e 1916, em uma área povoada por sertanejos, entre as fronteiras do Paraná e Santa
Catarina. Eram pessoas muito pobres, oprimidas, que não possuíam terras e também
padeciam com a escassez de alimentos. Subsistiam sob a opressão dos grandes fazendeiros
e de duas empreendedoras americanas que operavam ali, responsáveis pela implantação da
via ferroviária que uniu o Rio Grande a São Paulo, e uma madeireira.

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A alternativa D é a resposta certa. A Guerra de Canudos foi o maior movimento de resistência


à opressão dos grandes proprietários rurais. Ele ocorreu entre 1893 e 1897, no arraial de
Canudos, uma comunidade do Sertão da Bahia. Esse movimento refletia a extrema miséria
em que viviam as populações marginalizadas do Sertão Nordestino. Esse episódio da história
do Brasil foi relatado por Euclides da Cunha em Os Sertões e também foi tema constante do
escritor Machado de Assis em suas crônicas semanais na Gazeta de Notícias. Canudos é o
melhor e mais trágico exemplo das manifestações que associaram conteúdo religiosos e
carência social durante a Primeira República.

A alternativa E também é falsa, pois a Revolução Farroupilha, também chamada de Guerra


dos Farrapos ou Decênio Heróico (1835 – 1845), eclodiu no Rio Grande do Sul durante o
Período Regencial e configurou-se na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos e foi
liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usaram as
camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.

(ARAUJO, 2016; ANGELO, 2019; BEZERRA, 2019; SANTANA, 2019).

264. A República Brasileira começou com um Governo Provisório encabeçado por:

A) Benjamin Constant.

B) D. Pedro I.

C) D. Pedro II.

D) Marechal Deodoro da Fonseca.

E) Marechal Floriano Peixoto.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é falsa, pois Benjamin Constant não encabeçou a República brasileira durante
o Governo Provisório. Apesar disso, proclamada a República, Benjamin Constant integrou o
governo provisório na pasta da Guerra, e foi aclamado general-de-brigada em 1890, passou
a dirigir o Ministério de Instrução Pública, Correios e Telégrafos, no qual elaborou uma
reforma de ensino de nítida orientação baseada nos ensinamentos de Auguste Comte,
idealizador do positivismo, marcando a ditadura republicana dos cientistas e a educação
como prática anuladora das tensões sociais.

A alternativa B também é falsa, pois D. Pedro I foi o primeiro Imperador do Brasil, exercendo
o posto da data da Independência do Brasil, em 1822, até a sua abdicação do cargo em 1831.

A alternativa C também é falsa, pois D. Pedro II foi o segundo e último imperador do Império
do Brasil durante 58 anos, de 1831 até sua deposição em 1889, data da Proclamação da
República.

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A alternativa D é a resposta certa. Com o título de marechal, Deodoro da Fonseca proclamou


a república brasileira no dia 15 de novembro de 1889 e assumiu a chefia do governo
provisório. A primeira constituição republicana estabelecia que as eleições no Brasil seriam
diretas e que o presidente e seu vice seriam eleitos pelo voto popular. Entretanto,
determinava também que, em caráter excepcional, o primeiro presidente e o primeiro vice
seriam eleitos indiretamente, isto é, pelo Congresso Nacional. Foi o que aconteceu. No dia
seguinte à promulgação da Constituição, o Congresso elegeu de forma indireta os marechais
Deodoro da Fonseca para presidente e Floriano Peixoto para vice-presidente, em 25 de
fevereiro de 1891.

A alternativa E está incorreta, pois o marechal Floriano Peixoto foi o primeiro vice-presidente
do Brasil e o segundo presidente, após a renuncia de marechal Deodoro da Fonseca, entre
1891 e 1894.

(MOTA; BRAICK, 2005).

265. Observe a imagem a seguir:

A charge faz referência:

A) à Revolta da Chibata.

B) à Guerra do Contestado.

C) à comunidade de Canudos.

D) à Revolta da Vacina.

E) à Revolta Tenentista.

Comentários: Gabarito letra D

Observando-se a imagem apresentada e a data em que ela foi divulgada, na legenda da foto,
é possível perceber a qual acontecimento ela se refere, a saber, a chamada Revolta da Vacina
de 1904.

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Entre o final do século XIX e o início do XX, as principais cidades brasileiras ainda eram sujas
e sofriam com os problemas de saneamento e higiene, sendo que doenças como a varíola, a
febre amarela e a tuberculose eram comuns neste período. O Rio de Janeiro, até então a
capital brasileira, também era uma das cidades que sofriam com a falta de higiene e
prevenção de doenças.

Rodrigues Alves, que assumiu a presidência do Brasil a partir de 1902, adotou uma política
de saneamento e reurbanização das cidades, nomeando o médico Oswaldo Cruz como
diretor de saúde pública, efetuando uma campanha de saneamento e vacinação obrigatória
da população (como podemos observar, também na legenda, o título “O espeto obrigatório”,
em alusão à agulha e à obrigatoriedade da vacinação).

No entanto, a campanha não foi feita de forma a conscientizar e esclarecer a população sobre
os benefícios da vacinação e da higiene, mas de forma autoritária, na qual as casas eram
invadidas pelos agentes de saúde e as pessoas eram obrigadas à vacinação.

Em uma sociedade em que as pessoas não estavam acostumadas com tais formas de higiene,
tampouco em mostrar seu corpo para pessoas desconhecidas, tal ação do Estado gerou uma
insatisfação popular, culminando, portanto, naquela que ficou conhecida como a Revolta da
Vacina.

266. Considere as imagens a seguir.

As duas bandeiras nacionais brasileiras representam, respectivamente,

A) (1) os princípios do federalismo, que defendiam a descentralização política e a autonomia das


unidades da federação; (2) os princípios do positivismo, que defendia a centralização política e
a ditadura republicana.

B) (1) o projeto americanófilo, que defendia que o Brasil se inspirasse no modelo de sociedade
dos EUA; (2) o projeto nativista, que defendia o parlamentarismo em uma monarquia
constitucional.

C) (1) os interesses da elite liberal e ilustrada, habitante das grandes cidades; (2) os interesses
da oligarquia paulista cafeicultora aliada ao exército, responsável pelo golpe da República de
1889.

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D) (1) a perspectiva jacobina, mais radical e democrática, identificada com os lemas da


Revolução Americana; (2) a perspectiva oligárquica, mais autoritária, identificada com as ideias
de ordem e progresso.

E) (1) o liberalismo econômico, de acordo com os interesses da nascente burguesia industrial;


(2) o intervencionismo, de acordo com os interesses dos cafeicultores e grandes proprietários
em geral.

Comentários: Gabarito letra A

A primeira bandeira do Governo Provisório foi instituída com a Proclamação da República,


em 1889, e foi inspirada na ideologia do movimento republicano federalista, em oposição
ao centralismo da monarquia. Perdurou durante apenas 5 dias, quando foi substituída pela
atual bandeira (nº. 2), inspirada no movimento Positivista de Augusto Comte, sob o lema
“Ordem e Progresso” que, em conjunto, garantiria a evolução progressiva ao Estado Positivo
(científico). O governo deveria ser dado a um líder (presidente) republicano, o qual seria o
responsável por estabelecer as diretrizes para o bom andamento do país.

267. Em março de 1988, o modelo sindical levado por Lindolfo Collor para o Ministério do
Trabalho completou 57 anos de idade. Em todos estes anos foi olhado com suspeita pelos
empresários e com bastante desconfiança pelos grupos socialistas, comunistas e pela esquerda
em geral. Atribuía-se sua criação, na década de 30, à influência das doutrinas autoritárias e
fascistas então na moda.

(Letícia Bicalho Canêdo. A classe operária vai ao sindicato, 1988.)

Entre as características do modelo citado no texto, sobressaíam:

A) o direito de greve e a valorização da luta de classes.

B) a unicidade sindical por categoria e o corporativismo.

C) a liberdade de organização sindical e a conscientização política dos trabalhadores.

D) o predomínio de lideranças de esquerda e a autonomia de atuação dos sindicatos.

E) o controle governamental e a sindicalização obrigatória dos trabalhadores.

Comentários: Gabarito letra B

Dentre as características do modelo sindical criado por Lindolfo Collor estavam a união
sindical de acordo com a profissão do trabalhador e a defesa do corporativismo trabalhista.

268. Em 1939, atendendo ao apelo do Papa Pio XII, o Conselho de Imigração e Colonização do
Ministério das Relações Exteriores do Brasil resolveu autorizar a entrada de 3 000 imigrantes de
origem “semita”. Condição sine qua non para obter “o visto da salvação”: a conversão ao

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catolicismo. Pressionados pelos acontecimentos que marcavam a história do III Reich, os judeus,
mais uma vez, foram obrigados a abandonar seus valores culturais em troca do título de cristão.

[Maria Luiza Tucci Carneiro, O antissemitismo na Era Vargas (1930-1945)]

A situação apresentada tem semelhança com o processo histórico da:

A) permissão apenas do culto católico no Brasil, conforme preceito presente na primeira


Constituição, de 1891.

B) repressão ao arraial de Canudos, no sertão baiano, pois recaiu sobre os sertanejos a acusação
de ateísmo.

C) obrigatoriedade, conforme costume colonial, dos negros alforriados de conversão ao


catolicismo para a obtenção da efetiva liberdade.

D) conversão obrigatória dos judeus na Espanha e em Portugal, a partir do final do século XV, o
que gerou a denominação cristão-novo.

E) separação entre Estado e Igreja no Brasil, determinada pelo Governo Provisório da República,
comandada por Deodoro da Fonseca.

Comentários: Gabarito letra D

Durante a Guerra de Retomada, que levou a Península Ibérica à reunificação e inaugurou o


Absolutismo na Espanha e em Portugal, os ibéricos tiveram que vencer e expulsar os árabes
muçulmanos que ocupavam a Península desde o século XI. Os muçulmanos que não foram
expulsos tiveram, por imposição da Inquisição, que se converter ao Catolicismo, e passaram
a ser chamados de “cristãos novos” ou “marranos” (que, em português, significa “porco”).

269. Sobre o movimento constitucionalista de 1932, é possível afirmar que:

A) foi resultado da política federal, que impedia a exportação do café de São Paulo para o
Ocidente europeu.

B) atrasou o processo de democratização brasileira empreendido por Getúlio Vargas a partir de


1930.

C) tinha, como principal objetivo, a separação do estado de São Paulo do restante da federação.

D) levou o governo federal a negociar com a oligarquia paulista e a fazer concessões a seus
interesses.

E) obteve sucesso, derrotando as tropas de Vargas e devolvendo a presidência aos cafeicultores.

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Comentários: Gabarito letra D

A alternativa “D” está correta, porém não destaca as principais características ou


consequências do movimento. A revolução paulista não envolveu apenas interesses das
oligarquias e, de forma geral, representou uma derrota para a elite de São Paulo, apesar de
algumas concessões políticas aos representantes do Estado. Note que o modelo que havia se
iniciado a partir de 30 foi preservado e, nos anos seguintes, consolidou-se o populismo como
forma política predominante.

PRIMEIRA GUERRA MUNIDIAL / REGIMES TOTALITÁRIOS


SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

270. Uma das metas mais importantes do tratado era [...] controlar a Alemanha (segundo uma
expressão usada naquela época), isto é, destruir sua força militar no presente e no futuro. [...]
ficou decidido que o exército alemão ficaria limitado a 100 mil homens, recrutados com base
em um compromisso voluntário de doze anos para os soldados e suboficiais.

(Jean-Jacques Becker. O Tratado de Versalhes, 2011)

O Tratado de Versalhes, assinado após a Primeira Guerra Mundial, contribuiu para

A) a adoção de planos internacionais de ajuda financeira aos países economicamente


destruídos pelo conflito bélico.

B) a constituição, pelas nações asiáticas e europeias derrotadas na guerra, de um bloco militar


contrário ao imperialismo na África e na Ásia.

C) o fortalecimento de ideologias antidemocráticas habilmente exploradas por partidos


políticos nacionalistas.

D) o desenvolvimento duradouro da economia internacional como resultado da redução de


gastos públicos com equipamentos militares.

E) a emergência de relações estáveis, baseadas nos princípios de reciprocidade, entre as


potências industrializadas europeias.

Comentários: Gabarito letra C

A questão nos apresenta um tema clássico da História Contemporânea, sobretudo no que diz
respeito aos resultados da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e aos primórdios da
Segunda Guerra Mundial (1939-1945): o Tratado de Versalhes, assinado em 1919 e que
impôs uma série de punições aos países derrotados na Primeira Guerra, sobretudo à
Alemanha.

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Supostamente considerado como um Tratado de Paz que colocaria fim – oficialmente – à


Primeira Guerra, o Tratado de Versalhes culpabilizou a Alemanha como a principal
responsável pelo início e pelos danos causados durante essa Guerra. Em seu artigo 231, o
Tratado declarava que a Alemanha reconhecia ser a única responsável pelos prejuízos
(financeiros e humanos) causados entre os anos de 1914 e 1918. Concomitantemente, seu
artigo 232 definia que os alemães deveriam indenizar os países Aliados (Reino Unido e
França, sobremaneira) em razão das perdas que eles tiveram ao longo dos anos.

Dentre as principais sanções à Alemanha, podemos destacar: devolução da Alsácia-Lorena


para os franceses (a região havia sido tomada pelos alemães ao final da Guerra Franco-
Prussiana [1870- 1871]); pagamento de indenização de bilhões de libras-ouro para os países
vencedores da Primeira Guerra; redução do Exército alemão a cerca de 10% do montante
(aproximadamente 100 mil homens) e proibição do alistamento militar; proibição de
marinha, aeronáutica e artilharia pesada; limitação da indústria bélica; perda de parte de seu
território com a criação da Polônia; entrega de regiões e cidades para a Dinamarca, Bélgica e
Lituânia.

Em linhas gerais, tais punições provocaram uma grave crise social e financeira na Alemanha,
agravada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, sendo que tal situação
fez surgir um sentimento de revolta e revanchismo alemão, responsáveis pela criação de
partidos nacionalistas com ideologia antidemocrática, vinculados à extrema direita do país e
de características xenófobas (de aversão aos estrangeiros).

Seus líderes passaram a enaltecer a grandiosidade alemã e a questionar as humilhações


sofridas, ganhando adeptos em virtude de seus discursos. Na Alemanha, Adolf Hitler foi o
líder do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, fundado em 1920, sendo
que ele argumentava contrariamente ao Tratado de Versalhes, enaltecendo a humilhação
sofrida e destacando que os alemães eram superiores e não deveriam se sujeitar à imposição
destas duras penas.

Em meio a este ambiente de crises, o Partido Nazista conquistou adeptos de diversos setores
da sociedade alemã, atraídos pelo sentimento nacionalista e corporativista dos nazistas. No
ano de 1932, durante as eleições para o Parlamento alemão, os nazistas obtiveram 37% dos
votos, sendo que o então presidente, Paul von Hindenburg, nomeou Hitler como chanceler
alemão.

Em 1933, Hindenburg aprovou uma lei que permitia que o chanceler legislasse
independentemente do Parlamento, o conferia um maior poder de decisão a Hitler. Diante
disso, e com a morte de Hindenburg em 1934, Hitler assume, também, o cargo de presidente,
sendo assim chamado de Führer (líder), detentor de plenos poderes e responsável por
instaurar a ditadura nazista alemã, findada somente em 1945, ao término da Segunda
Guerra.

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271. Observe a imagem a seguir:

Trata-se de um cartaz:

A) dos setores conservadores e autoritários da sociedade espanhola, unidos em torno da causa


nacionalista, em luta contra as ideologias estrangeiras que rondavam a Europa à época, em
especial o socialismo soviético.

B) das Brigadas Internacionais chamando voluntários para a luta contra o fascismo na guerra
civil espanhola, o que contribuiu fortemente para a definição do campo antifascista na Europa
da época.

C) dos grupos da Resistência Espanhola que se prontificaram a defender a Espanha de uma


iminente invasão nazista após a ocupação da França pela Alemanha logo no início dos conflitos
entre os países europeus.

D) dos partidos espanhóis que defendiam a política de apaziguamento empreendida por França
e Inglaterra e pretendiam, com isso, evitar uma nova catástrofe de guerra como a ocorrida entre
1914 e 1918.

E) da União Soviética, difundido em território espanhol com o objetivo de arregimentar


militantes para a luta revolucionária na Espanha com o objetivo de estender o domínio socialista
na Europa.

Comentários: Gabarito letra B

O cartaz foi produzido entre os anos de 1936 e 1937, o qual diz respeito a um acontecimento
histórico que ficou conhecido como o prelúdio da Segunda Guerra Mundial (1939-1945): a
Guerra Civil Espanhola, ocorrida entre 1936 e 1939, colocando forças opostas em conflito.

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Diante deste cenário, o general Francisco Franco, contando com o apoio dos proprietários de
terras, clero e setores do exército, preparou-se para derrubar a República Espanhola,
instituída desde 1931.

O grupo conhecido como Falangistas (ou, simplesmente, Falange) apoiou Franco e


exerceram, a partir de 1936, o controle autoritário sobre a sociedade. Em 1939, suas tropas
venceram os republicanos, fazendo com que a sua ditadura de caráter fascista perdurasse
até o ano de 1975, quando a monarquia parlamentarista foi restaurada.

Em meio ao contexto da Guerra Espanhola, organizaram-se Brigadas Internacionais, as quais


procuravam angariar voluntários para a luta contra o invasor (como podemos ler no cartaz)
de caráter fascista, em defesa da república espanhola. Tal situação é um claro exemplo da
resistência antifascista na Europa.

272. Considerando a célebre frase de Karl Clausewitz: “A guerra é a continuação da política por
outros meios”, julgue (C ou E) o item a seguir, a respeito da participação brasileira no Teatro da
Guerra ao longo de sua história.

Aliado comercial das principais potências beligerantes, o Brasil declarou neutralidade na


Primeira Guerra Mundial e enfrentou represálias impostas pelos ingleses às nações que
mantiveram relações comerciais com a Alemanha. O país manteve essa posição até o final do
conflito, a despeito da pressão exercida pelo governo dos Estados Unidos da América para o
estabelecimento de um bloco americano contrário aos germânicos.

Comentários: Gabarito Errado

Essa afirmativa está errada, pois nos três primeiros anos da guerra, o Brasil permaneceu
neutro.

Porém, em 5 de abril de 1917, um submarino alemão atacou um navio brasileiro (vapor


Paraná da Marinha Mercante) carregado de café. Neste ataque, próximo ao litoral francês,
três brasileiros foram mortos. Em 20 de maio, outro navio brasileiro, agora o Tijuca,
navegando em águas francesas, foi torpedeado por um submarino alemão. Estes fatos foram
o estopim para a entrada do Brasil no conflito. O Brasil declarou guerra aos países da Tríplice
Aliança (Alemanha e Império AustroHúngaro) em 1 de junho de1917. Porém, o Brasil não
enviou soldados para os campos de batalha na Europa. Desta forma, nenhum militar
brasileiro foi morto durante o conflito armado mundial. O Brasil participou enviando
medicamentos e equipes de assistência médica para ajudar os feridos da Tríplice Entente
(Reino Unido, França, Rússia e Estados Unidos). Também participou realizando missões de
patrulha.

(RAMOS, 2020).

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273. No que se refere à Primeira e à Segunda Guerra Mundial, assinale a opção correta.

A) O liberalismo, tanto em sua vertente econômica quanto política, se fortaleceu no período


entreguerras.

B) Os Estados Unidos da América participaram das duas grandes guerras desde a irrupção dos
conflitos até seu desfecho.

C) A Grã-Bretanha conseguiu restabelecer a liderança do sistema internacional com a vitória dos


aliados em 1945.

D) Os desdobramentos da Primeira Guerra Mundial incluem: a queda dos impérios russo,


habsburgo e otomano; a eclosão da Revolução Russa; e o remapeamento do Oriente Médio e
da África.

E) A entrada do Japão na Segunda Guerra Mundial encerrou a longa tradição de relações


pacíficas entre esse país e seus vizinhos.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A) é incorreta, pois na segunda metade do século XIX, os ideais burgueses do


liberalismo, imperialismo e nacionalismo transformaram-se no eixo político do
desenvolvimento dos principais estados.

A alternativa B) é incorreta, pois no dia 6 de abril de 1917, os Estados Unidos declararam


guerra contra os alemães e seus aliados, ou seja, já quase no fim da primeira guerra.

A alternativa C) é incorreta, pois os Estados Unidos se saíram muito melhores depois da


segunda guerra. Ao término da 2ª Guerra Mundial os Estados Unidos da América tornou-se
a nação mais rica e poderosa do mundo.

A alternativa D) é correta, pois a dissolução do Império Otomano é um período que se


estende de 1908 seguindo o período de declínio do império até 1922 com a Revolução dos
Jovens Turcos que leva ao estabelecimento de uma Segunda Era Constitucional e
posteriormente a divisão do império entre os vitoriosos da Primeira Guerra Mundial. Em
fevereiro de 1917, o partido liberal-conservador russo, Menchevique, destituiu o Czar
Nicolau II do poder e implantou um governo provisório com o apoio da burguesia. No mês
de outubro de 1917, ocorreu a Revolução Socialista na Rússia. Liderado por Lênin e Trotsky,
o partido revolucionário bolchevique conseguiu ingressar no poder após a vitória sobre os
Mencheviques, implantando o socialismo e a nacionalização da economia. Por outro lado, o
fim da I Guerra Mundial marcou, o fim da experiência colonial alemã e o redesenhar do mapa
do continente. Olhar para África durante a Primeira Guerra Mundial, é observar um palco em
constante mutação, onde interagem e se relacionam diferentes elementos suscitados por
dinâmicas internas, é certo, mas que têm sido profundamente influenciados por realidades
exógenas ao próprio Continente.

A alternativa E) é incorreta, pois o Japão nunca teve relações tão pacíficas assim com seus
vizinhos, tendo ocorrido algumas guerras naquela região em muitas ocasiões.
(SOUSA, 2020; VICENTINO; MARONE, 1997; LEMOS, 2015).

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274. Vivenciando boa parte dos eventos narrados, o historiador marxista Eric Hobsbawm analisa
os anos que vão da Primeira Guerra Mundial ao colapso da URSS, afirmando que este foi um
período marcado pela “guerra mundial de 31 anos”.

Assinale a alternativa que justifica CORRETAMENTE esse ponto de vista de Eric Hobsbawm:

A) a civilização que viveu o século XX não apenas experimentou duas guerras mundiais, mas,
mesmo em tempos de paz, foi marcada pelo colapso de suas bases e pela possibilidade de novo
conflito global.

B) a luta pela democracia, que uniu Estados e ideologias opostas em torno de um inimigo
comum, definiu o que se entende por guerra mundial.

C) a história do confronto entre socialismo e capitalismo levou a humanidade a um estado de


guerra constante, que atravessou o período analisado.

D) o século XX foi marcado por guerras e revoluções que podem ser comparadas, na sua
abrangência e nos seus objetivos, aos conflitos europeus do século anterior.

E) o século XX viveu a expectativa de que conflitos globais envolvessem de fato todos os países
do mundo, já que ambos envolveram somente as grandes potências.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A está correta, pois, para essa sociedade, as décadas que vão da eclosão da
Primeira Guerra Mundial aos resultados da Segunda foram uma Era de Catástrofe. Durante
quarenta anos, ela foi de calamidade em calamidade. Houve ocasiões em que mesmo
conservadores inteligentes não apostariam em sua sobrevivência. Ela foi abalada por duas
guerras mundiais, seguidas por duas ondas de rebelião e revolução globais que levaram ao
poder um sistema que se dizia a alternativa historicamente predestinada para a sociedade
capitalista e burguesa e que foi adotado, primeiro, em um sexto da superfície da Terra, e,
após a Segunda Guerra Mundial, por um terço da população do globo. Os imensos impérios
coloniais erguidos durante a Era do Império foram abalados e ruíram em pó. Toda a história
do imperialismo moderno, tão firme e autoconfiante quando da morte da rainha Vitória, da
Grã-Bretanha, não durara mais que o tempo de uma vida humana — digamos, a de Winston
Churchill (1874-1965).

As outras alternativas não representam o ponto de vista de Hobsbawm, pois o trecho acima
foi retirado de seu livro, e representa exatamente o ponto de vista do autor sobre o tema.

(HOBSBAWN, 1994).

275. Acerca da História Mundial, assinale a alternativa correta:

A) Foi durante o reinado de Alexandre, o Grande, que o Império Romano alcançou o seu apogeu.

B) Durante a primeira Guerra Mundial, a chamada tríplice entente compreendia o Reino Unido,
a França e o Império Russo.

C) Durante a segunda Guerra Mundial, as Potências do Eixo eram a Alemanha, a Itália e a Rússia.

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D) Atualmente, diversos países que integraram a União Soviética fazem parte da Organização do
Tratado do Atlântico Norte – OTAN, inclusive a própria Rússia.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A) é incorreta, pois Alexandre e suas façanhas eram admirados por muitos
romanos, especialmente generais, que queriam se associar com seus feitos. Políbio começou
sua obra Histórias relembrando aos romanos os feitos de Alexandre. Muitos líderes políticos
e militares romanos se comparavam com Alexandre Magno, usando-o como modelo. O
general e cônsul Pompeu também adotou o epíteto "Magno" ("Grande") e até tentou copiar
o estilo de cabelo de Alexandre. Ele ainda costumava usar uma capa vermelha, assim como
Alexandre, como um sinal de grandeza.

A alternativa B) é correta, pois exatamente a Tríplice Entente (em francês: Triple Entente) foi
uma aliança militar entre o Reino Unido, a França e o Império Russo.

A alternativa C) é incorreta, pois os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados


(França, Inglaterra, EUA e, posteriormente, URSS) constituíram as alianças formadas na
Segunda Guerra.

A alternativa D) é incorreta, pois Atualmente, a OTAN é formada pelos seguintes países:


Países Ocidentais: Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Bélgica, Dinamarca, França,
Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Grécia Alemanha e
Espanha.

Países do Leste Europeu: Polônia, República Tcheca, Hungria, Bulgária, Estônia, Letônia,
Lituânia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Croácia, Albânia e Turquia, além da Macedônia,
que é um país aspirante.
(VICENTINO; MARONE, 1997; FRANCISCO, 2020).

276. “A primeira Guerra mundial, segundo Hobsbawm, inaugura um período de Guerra Total, o
autor considera a primeira e a segunda guerra como um único conflito. Embasado por esse
conceito o autor na obra ‘A era dos Extremos’ ressalta o que esse confronto se diferencia dos
anteriores e o porquê pode ser considerado uma guerra total. Hobsbawn destaca que não há
como compreender o século XX, sem compreender a Guerra mundial. O conflito de 1914 foi tão
marcante que para aqueles que nasceram antes desse período, ‘a paz’ só existia antes desse
ano. A primeira guerra entrará na memória dos europeus, sobretudo dos ingleses e dos
franceses, maiores envolvidos no conflito, como a grande guerra.”

(Disponível em: https://modernidadeifcs.wordpress.com/2009/12/18/o‐


conceito‐de‐guerra‐ total‐erica‐hobsbawm/.)

“Em 21 de agosto de 1941, Winston Churchill, em discurso feito no Parlamento, afirmou: ‘Esta
guerra, de fato, é uma confirmação da anterior’.”

(Disponível em: http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcorespmostra/0,5991,POR‐ 2803‐


h,00.html.)

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A afirmativa confirma a continuidade latente de problemas não solucionados na Primeira Guerra


Mundial, que contribuíram para alimentar os antagonismos e levaram à eclosão da Segunda
Guerra Mundial. Entre esses problemas, que caracterizam a II Guerra como a continuidade da I,
apontada nos trechos anteriores, identifica‐se:

A) A disputa dos EUA pela hegemonia mundial, que acabou por enfraquecer as nações
europeias.

B) A redução do controle pelos organismos internacionais na fabricação de armas e uso da


tecnologia para fins bélicos.

C) O crescente nacionalismo econômico e o aumento da disputa por mercados consumidores e


por áreas de investimentos.

D) O desaparecimento do equilíbrio entre os países europeus e a consequente desagregação


dos blocos econômicos anteriormente estabelecidos.

Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A) é incorreta, pois os países europeus continuaram a ser fortes, mesmo com a
ascensão dos Estados Unidos na Segunda Guerra.

A alternativa B) é incorreta, pois a redução do controle, principalmente pelo Tratado de


Versalhes, não ocorreu; apesar de a Alemanha tê-lo quebrado e começado a fabricar armas
de guerra e recrutar soldados no país, nos anos 30.

A alternativa C) é correta, pois em decorrência dos problemas internacionais, multiplicaram-


se as manifestações de nacionalismo. Em todos os estados, a preocupação com a segurança
foi substituída pelo desejo de conseguir prestígio e poder.

A alternativa D) é incorreta, pois os blocos econômicos continuaram a se fortalecer, e o


equilíbrio entre os países europeus era bastante notório, apesar de um país ou outro se
destacarem mais.

(VICENTINO; MARONE, 1997)

277. Ao declarar guerra às potências centrais da Europa, Woodrow Wilson, presidente dos
Estados Unidos, falou:

Esperamos que nosso esforço ajude a pôr fim à agressão alemã e abrevie o conflito na Europa.

A relação correta entre a intenção do presidente, identificada na frase, e a Primeira Guerra


Mundial, é:

A) O presidente dos EUA, que mantivera o país em paz, embora houvesse direcionado a
produção manufatureira para a indústria bélica, destinada aos aliados, e concedesse créditos
especiais à Inglaterra, decide declarar guerra contra o império japonês.

B) Os países em expansão, como os EUA, temendo represália, formam o Eixo Berlim-Roma-


Tóquio, pelo qual cada país envolvido comprometia-se a ajudar o outro em caso de ataque de
alguma potência não envolvida no conflito, após o encerramento da Guerra.

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C) A euforia econômica decorrente da recuperação dos EUA favoreceu a recuperação econômica


dos governos democráticos na Europa, obrigando as minorias totalitárias encerrar os conflitos
aos setores liberais e comunista da Europa, pondo fim à Guerra Mundial.

D) A entrada dos EUA ao lado da Entente propiciou um rápido rearmamento das tropas aliadas
que conseguiram derrotar a Alemanha em todas as frentes de batalha, encerrando a Guerra,
dois anos depois do envio de tropas norte-americanas à Europa.

E) A Alemanha foi dividida, após discussão entre os líderes dos EUA e os da Europa, que
condicionaram o fim do conflito mundial à partilha do território em zonas de ocupação, o Leste
seria controlado pelos europeus e os territórios do Oeste, pelos norte-americanos.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A) é incorreta, pois a declaração de guerra contra o império japonês só se deu


na Segunda Guerra Mundial.

A alternativa B) é incorreta, pois não há informações sobre esse eixo citado na questão.

A alternativa C) é incorreta, pois essas afirmações não tem relação com a Primeira Guerra
Mundial.

A alternativa D) é correta, pois no dia 6 de abril de 1917, os Estados Unidos declararam guerra
contra os alemães e seus aliados. Um grande volume de soldados, tanques, navios e aviões
de guerra foram utilizados para que a vitória da Entente fosse assegurada. Em pouco tempo,
as tropas alemãs e austríacas foram derrotadas. Em novembro de 1918, o armistício de
Compiègne acertou a retirada dos alemães e a rápida vitória da Tríplice Entente.

A alternativa E) é incorreta, pois esta afirmativa não tem relação com a Primeira Guerra
Mundial, tendo acontecido na Segunda Guerra, em que a Alemanha foi dividida em ocidental
e oriental, e a parte oriental era “comandada” pela URSS.

(VICENTINO; MARONE, 1997)

278. “Quando os nazistas levaram os comunistas, eu me calei, porque, afinal, eu não era
comunista.

Quando eles prenderam os socialdemocratas, eu me calei, porque, afinal, eu não era


socialdemocrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não
era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu.

Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse.”

O texto, em uma das versões atribuída ao pastor luterano alemão Martin Niemoller, faz a crítica
à Alemanha do III Reich. Entre as características do nazismo, é correto identificar:

A) o liberalismo econômico e a descentralização política.

B) a intolerância religiosa e a democracia racial.

C) a oposição entre o Estado de Israel e a Alemanha.

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D) a perseguição política e o racismo.

E) o respeito ao Tratado de Versalhes e à Liga das Nações.

Comentários: Gabarito letra D

Algumas das principais características marcantes do período nazista alemão são evidenciadas
no trecho acima descrito, atribuído ao pastor luterano Martin Niemoller, em sua crítica à
Alemanha do III Reich. No presente caso, podemos observar que o pastor relata a prisão de
comunistas, socialdemocratas, sindicalistas e judeus, aspectos estes que deixam claro a
perseguição política que o regime nazista efetuava na Alemanha, no qual os opositores
deveriam ser perseguidos, presos e eliminados.

Ademais, o racismo e a intolerância religiosa também eram presenciados neste regime, uma
vez que Hitler considerava os alemães enquanto uma “raça” superior, a ariana (segundo ele,
uma “raça pura”), a qual deveria subjugar todas as demais raças ditas inferiores (negros,
judeus, ciganos, homossexuais e outros inimigos do Estado).

Tais características nos evidenciam um grande preconceito em torno de parcelas da


sociedade alemã, as quais eram perseguidas e, em muitos casos, levadas aos campos de
concentração para a chamada “solução final” (a morte).

279. Observe a charge a seguir

Ela representa a política externa dos EUA na época:

A) da Guerra Fria, no contexto da luta contra o comunismo, marcado pelo bloqueio econômico
à Cuba socialista e pelo apoio às ditaduras militares na América Latina.

B) da Segunda Guerra Mundial, no contexto da disputa pela hegemonia militar e pelo controle
geopolítico da América Central e do Oceano Atlântico entre os EUA e a Alemanha nazista.

C) do imperialismo, no contexto das atuações marcadas pela “política do grande porrete”, das
quais são exemplos as participações nas independências de Cuba e do Panamá.

D) da grande depressão econômica dos anos 1930, no momento em que os EUA saíam para o
mar em busca de matéria-prima e mercado consumidor para reaquecer a sua economia.

E) das independências da América Espanhola no início do século XIX, em um momento em que


os EUA pretendiam garantir a hegemonia sobre a América por meio da “Doutrina Monroe”.

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Comentários: Gabarito letra C

A charge apresenta um episódio marcante daquilo que ficou conhecido como o


neocolonialismo ou Imperialismo Americano dos séculos XIX e XX: a chamada Política do
Big Stick (em português, “Grande Porrete”). Tal política se refere à ação externa dos EUA sob
a presidência de Theodore Roosevelt (1901-1909). Assim sendo, procurava-se negociar de
forma mais “cordial” com os países, contudo, ficava latente a possibilidade de se utilizar da
força para se conseguir seus objetivos.

Em meio a este cenário, notamos uma grande influência dos EUA no continente americano,
também em vista da recuperação do lema e da Doutrina Monroe, de 1823, intitulado
“América para os americanos”.

Foi também durante o governo de Roosevelt que passou a vigorar a chamada Emenda Platt,
um dispositivo legal adicionado à constituição da recém independente Cuba, pelo qual os
Estados Unidos poderiam intervir no país caso os seus interesses estivessem “ameaçados”.
Ademais, a independência do Panamá, na qual a atuação de norte-americanos foi
amplamente decisiva, uma vez que, independente o Panamá, ocorreram negociações para a
cessão da área do entorno do Canal do Panamá aos Estados Unidos, a qual permaneceria sob
o seu controle até o ano de 1999.

280. É coerente com as razões que levaram à 1ª Grande Guerra Mundial:

A) Um dos fatos que contribuiu para o final do confronto foi a entrada da Rússia na Guerra, pois
tinha um exército grande e bem preparado, impondo aos alemães derrotas vexatórias.

B) O processo de Imperialismo, promovido pelas grandes potências capitalistas da Europa,


principalmente França, Inglaterra e Alemanha, gerou conflitos e até confrontos pela disputa de
territórios, ao ponto de desencadear a 1ª Guerra.

C) Temendo uma ofensiva alemã, Japão, Inglaterra e França formaram a Tríplice Aliança.

D) O início da Guerra se deu quando as tropas alemãs invadiram a Polônia, apresentando ao


mundo a famosa Guerra Relâmpago, deixando marcas desastrosas para os poloneses.

Comentários: Gabarito letra B

A alternativa A) é incorreta, pois, embora a Rússia tenha entrado na guerra, sua situação
interna não era das mais favoráveis: constantes crises de fome, superexploração dos
trabalhadores (urbanos e rurais), assim como movimentos que contestavam o poder do czar.
Nos campos de batalha a situação dos combatentes russos não era melhor, pois os soldados
eram obrigados a racionar munição e sofriam com a superioridade bélica dos inimigos – a
Rússia não tinha condições financeiras para manter seus soldados na guerra.

A alternativa B) é correta, pois uma das principais causas da primeira guerra foi a competição
por mercados consumidores, a disputa por terras coloniais importantes e a busca por
hegemonia, isso feito pelas principais potencias econômicas da época: França, Inglaterra e
Alemanha.

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A alternativa C) é incorreta, pois a Tríplice Aliança foi formada entre Alemanha, Italia e
Império Austro-Húngaro.

A alternativa D) é incorreta, pois isso ocorreu na Segunda Guerra Mundial.

(VICENTINO; MARONE, 1997)

281. No dia 08 de maio de 2015, ocorreram solenidades em muitos países da Europa


relembrando o final da Segunda Guerra Mundial, que durou cerca de 6 anos (1939-1945).

Com relação a essa Guerra Mundial, é correto afirmar que

A) desencadeou inúmeras alianças entre países, como a Tríplice Entente, que unia França,
Portugal e Espanha.

B) foi o estopim para que ocorresse o avanço político- -econômico dos países europeus sobre
novos territórios africanos.

C) possibilitou que alguns países europeus, como a Bélgica e a Grécia, desenvolvessem indústrias
bélicas.

D) teve início com o bombardeio da base naval dos Estados Unidos, no Havaí (Pearl Harbor), por
aviões japoneses.

E) envolveu países Aliados de todos os continentes contra os países do Eixo, dentre eles,
Alemanha, Itália e Japão.

Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A é falsa, pois a Tríplice Entente foi uma organização bélica que ocorreu durante
a Primeira Guerra Mundial e, além disso, as nações que formaram a Tríplice Entente foram
França, Reino Unido e Império Russo, que receberam o apoio de outras nações como os EUA,
na luta contra a Tríplice Aliança, formada pela Itália, Alemanha e Império Austro-Húngaro.

A alternativa B também é falsa, pois o imperialismo europeu que dividiu o continente


africano entre as potências europeias ocorreu desde o século XIX, sem falar das grandes
colonizações da era moderna, promovidas principalmente por Portugal e Espanha. Em todo
caso, no período da Segunda Guerra Mundial, o engajamento dos africanos nos esforços de
guerra tem como plano de fundo a esperança de abertura democrática, o que acabou
acontecendo em 1939 quando os Aliados (França, Inglaterra e EUA) declararam guerra ao
Eixo fascista (Alemanha, Itália e Japão). Mas, muitos outros africanos ligados às colônias de
domínio fascista acabaram sendo recrutados forçadamente em frentes de batalhas na
Alemanha, Itália, Líbia, Normandia, no Oriente Médio, na Indochina e na Birmânia.

A alternativa C também é falsa, pois é incorreto dizer que países como a Bélgica e a Grécia,
desenvolveram indústrias bélicas. Por outro lado, os países do Eixo que se desenvolveram
belicamente em escala altíssima, como Japão, Alemanha e Itália, após a Segunda Guerra
Mundial, tornaram-se as duas grandes histórias de sucesso econômico dos últimos quarenta
anos.

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A sorte para a economia desses dois países foi terem perdido a Guerra pois, em consequência
disso, voltaram-se para conquistas civis, não militares. Foram obrigados pelos vencedores a
limitar seus gastos militares e a canalizar as energias para o êxito civil. Desta forma, houve
capital disponível para a indústria civil.

A alternativa D também é falsa, pois quando ocorreu o bombardeio da base naval dos Estados
Unidos, no Havaí (Pearl Harbor), por aviões japoneses, a guerra já estava em curso. O Japão,
que já estava em Guerra contra a China desde 1937, aproximou-se da Alemanha e ocupou a
Indochina.

Preocupados com o avanço nipônico, os EUA suspenderam o comércio com o Japão. Em


1941, o Japão atacaria a base naval de Pearl Harbor (EUA), forçando os EUA a entrarem na
Guerra, apesar de os Estados Unidos terem assinados a Carta do Atlântico com os aliados
meses antes, evitava entrar no conflito.

A alternativa E é a resposta certa. Na Segunda Guerra Mundial, a organização bélica das


Nações foi dividida em dois grandes blocos: os países Aliados e os países do Eixo. Entre os
Aliados estavam: Reino Unido, França, EUA, URSS, Canadá, Brasil, entre outros. Já as
Potências do Eixo eram: Itália, Alemanha e Japão, as principais, podendo incluir Bulgária,
Hungria, Roménia, Finlândia, Tailândia, Croácia, Eslováquia, entre outros.
(RESENDE, 2011; BUSSUNDA, 2019; GALBRAITH, 2019; SANTANA, 2019).

282. Filas de rostos pálidos murmurando, máscaras de medo. Eles deixam as trincheiras, subindo
pela borda. Enquanto o tempo bate vazio e apressado nos pulsos, e a esperança, de olhos
furtivos e punhos cerrados, naufraga na lama. Ó Jesus, fazei com que isso acabe!

(Siegfried Sassoon citado por HOBSBAWN, Eric. A Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das
Letras, 1994.)

A desesperada descrição refere-se às duras condições vividas nos campos de batalha da I Guerra
Mundial (1914-1918), embate bélico que transformou radicalmente as sociedades europeias.
Sobre esse primeiro conflito de âmbito global e seus desdobramentos, assinale a afirmativa
correta.

A) Os Estados Unidos abandonaram sua secular política de neutralidade e enviaram tropas para
lutar na frente oriental contra o exército russo.

B) A Revolução Russa em 1917 demarcou o ponto de virada da guerra com o exército vermelho
esmagando a resistência alemã.

C) Marcou o fim da chamada Belle Époque com o estancamento do avanço do capitalismo e do


imperialismo neocolonial.

D) As indenizações de guerra, bastante pesadas e penosas para os derrotados, fortaleceram a


democracia nesses países.

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Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A) é incorreta, pois, apesar dessa premissa conciliadora, os países europeus


preferiam a guerra como solução. Nesse novo contexto, os Estados Unidos passaram a lucrar
à custa da Primeira Guerra Mundial. Em um curto espaço do tempo, as nações europeias
necessitavam de enormes quantidades de alimentos e armas para o conflito. Mesmo que
permanecendo neutro, por uma questão de interesse e afinidade, o governo norte-
americano exportava seus produtos apenas às nações integrantes da Tríplice Entente. O
comportamento solidário dos EUA logo se aprofundou, principalmente quando observamos
o empréstimo de recursos financeiros para a guerra na Europa.

Até esse momento, o conflito se transformava em um evento bastante lucrativo e benéfico


para a economia norte-americana. No âmbito político, os Estados Unidos esperavam que a
nação pudesse se fortalecer ainda mais ao possivelmente assumir a condição de
intermediadora dos tratados de paz.

A alternativa B) é incorreta, pois a Revolução Russa marcou o fim da participação Russa na


Primeira Guerra Mundial

A alternativa C) é correta, pois a Primeira Guerra Mundial, estourada em julho de 1914, e


toda a leva de destruição que veio com ela decretaram o fim do clima eufórico da Belle
Époque, colocando em questão a própria razão de ser da civilização moderna. Além disso,
causou uma parada nas corridas econômicas, em partes, pelos países mais importantes

A alternativa D) é incorreta, pois as indenizações couberam muito mais à Alemanha, mas não
fizeram com que o país tivesse uma democracia forte, pois, nos anos 30, houve a ascensão
do Nazismo.
(SOUSA, 2020; FERNANDES, 2020).

283. “Um boato corre, há dias, pela cidade que tem enchido a uns de pavor, e a outros de
indignação, em cujo último número me coloco”, desabafou o médico Joaquim Cândido Soares
de Meirelles (1797-1868), diante do clima de pânico instaurado no Rio de Janeiro em 1831.

Rumores crescentes garantiam estar em andamento, na capital do Império, uma trama


conspiratória inspirada na Revolução do Haiti (1791-1825).

(Iuri Lapa, O Haiti é aqui? Revista de História da Biblioteca Nacional, 03.03.2010).

O clima instaurado na ocasião tinha origem

A) na propaganda abolicionista promovida pelos revolucionários haitianos e pela população do


norte dos EUA, mais afeita ao trabalho livre, à pequena propriedade e à policultura, e defensora
da libertação dos escravos em todo o continente americano.

B) na defesa da revolução realizada pelos herdeiros políticos da Revolução Francesa, que


defendiam que o governo francês exportasse a radicalidade revolucionária para o outro lado do
Atlântico, ameaçando a existência institucional do Império no Brasil.

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C) na aproximação política entre os líderes republicanos da independência de alguns países da


América Latina, como Bolivar (Venezuela), San Martin (Argentina) e Toussaint- -Louverture
(Haiti), que queriam transformar o Brasil em uma República.

D) no fantasma que assombrou por décadas os senhores escravistas do Brasil, receosos de que
se repetisse aqui o movimento haitiano, no qual convergiram abolição da escravidão e
proclamação da independência, incluindo o massacre de brancos.

E) no sentimento anticomunista existente no Brasil desde o início do século XIX, quando a elite
escravista assistiu assustada à tomada do poder no Haiti por revolucionários socialistas,
inspirados nas ideias do socialismo utópico de Saint-Simon.

Comentários: Gabarito letra D

A questão apresenta, como pano de fundo, a Revolução Haitiana (1791), liderada pelo negro
Toussaint L’Ouverture, na qual os escravos da colônia de São Domingos (atual Haiti) se
rebelaram contra os colonizadores franceses.

Sob os ideais iluministas e republicanos da Revolução Francesa (1789), este levante declarou
independência em relação à França e proclamou o fim da sua escravidão no ano de 1793.

Por ter sido a primeira revolta de escravos que obteve êxito, tendo abolido a escravidão na
região, a revolta do Haiti representou uma ameaça aos senhores de escravos de outras
colônias na América, inclusive no Brasil, os quais temiam que uma nova insurreição libertasse
os escravos e matasse os colonizadores.

284. O aperto de mãos de Hitler e Chamberlain: em 22 de setembro de 1938, Adolf Hitler


encontrou o Primeiro Ministro britânico Neville Chamberlain na Alemanha. Oito dias depois, de
volta à Inglaterra, Chamberlain sugeriu paz com o ditador alemão. O objetivo do encontro entre
os dois era debater a tomada da região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, pela Alemanha
Nazista.

Chamberlain acreditava que Hitler estava preocupado apenas com os Sudetos, e achava que a
guerra poderia ser evitada.

(Real Clear Politics, 8 Handshakes That Changed History. 22.05.2012. Adaptado).

O episódio descrito é característico da chamada

A) luta aliada.

B) política da boa vizinhança.

C) frente antinazista.

D) campanha de pacificação.

E) política de apaziguamento.

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Comentários: Gabarito letra E

O evento ao qual o texto se refere, que marca um acordo feito entre a Alemanha, sob a
liderança de Adolf Hitler, e a Inglaterra, com o Primeiro Ministro Neville Chamberlain, faz
parte daquela que ficou conhecida como a Política do Apaziguamento.

Procurando colocar fim à política do expansionismo alemão, evitando-se, dessa forma, uma
nova guerra, Chamberlain acreditava que a reivindicação alemã dos Sudetos era possível,
tendo convencido os franceses a cederem a região de forma pacífica. Assim, a partir da
chamada Política do Apaziguamento, foi assinado o Tratado de Munique, que oficializava a
anexação dos Sudetos à Alemanha.

Tal política não surtiu o efeito desejado, uma vez que Hitler invadiu a Polônia em 1939 e,
diante disso, a Inglaterra declarou guerra à Alemanha. Assim, portanto, teve início a Segunda
Guerra Mundial.

285. O episódio considerado por muitos historiadores como o “prelúdio da Segunda Guerra
Mundial” e que opôs a esquerda à direita fascista foi:

A) a Guerra Civil Espanhola.

B) o Congresso de Versalhes.

C) a Conferência de Berlim.

D) o Congresso de Viena.

E) a Guerra Franco-Prussiana.

Comentários: Gabarito letra A

O episódio que é considerado, por muitos historiadores, como o prelúdio da Segunda Guerra
Mundial é a Guerra Civil Espanhola, ocorrida entre os anos de 1936 e 1939, opondo a direita
fascista à esquerda política.

De um lado, a esquerda contava com uma Frente Popular, reunindo os setores mais
democráticos da sociedade. Do outro, a direita possuía um grupo chamado Falange, que
tinha como seu líder o General Francisco Franco, o qual procurava derrubar o governo
republicano espanhol.

Tal guerra foi resultado de crises sociais e políticas, sendo que houve milhares de mortes, as
quais foram retratadas, inclusive, na famosa pintura do artista espanhol Pablo Picasso, em
seu quadro Guernica (1937). A ditadura franquista perdurou até 1975, quando Francisco
Franco morreu e deuse, a partir de então, o processo de democratização espanhola.

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286. Leia a notícia:

Um jovem preso por planejar um massacre contra alunos da Universidade de Brasília (UnB) é
suspeito de atuar como representante de grupos neonazistas no Distrito Federal. A Polícia
Federal (PF) investiga a ligação de Marcelo Valle Silveira Mello. 26 anos. com radicais da Região
Sul que pregam o ódio a negros, homossexuais e judeus.

(http://www.correiobraziliense.com.br. Acesso em 14.05.2012. Adaptado).

Prática como essa tem como modelo o regime nazista (1933-45) que defendia

A) o pluripartidarismo e a expansão militar.

B) a xenofobia e o internacionalismo.

C) a democracia e o irracionalismo.

D) o nacionalismo e a intolerância.

E) a guerra e a diversidade cultural.

Comentários: Gabarito letra D

Tal notícia apresenta uma situação ocorrida no Brasil, no ano de 2012, e elucida a ação de
jovens participantes de grupos de caráter neonazista. Tal prática é reflexo do modelo
adotado na Alemanha do período entreguerras (1918-1939), sendo que o seu auge foi a
ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933.

O regime Nazista possui, como algumas de suas principais características, a existência de um


Partido Único, eliminação e intolerância das minorias étnicas (judeus, negros, ciganos, enfim,
todos aqueles que não pertencessem à raça ariana), fim do comunismo, censura aos meios
de comunicação opostos ao governo, Estado fortemente centralizado nas mãos de seu líder
(Hitler), busca por territórios e espaço vital (lebesraum), Estado fortemente militarista,
corporativismo, dentre outros aspectos.

287. Atritos permanentes decorrentes de disputas imperialistas, profundas rivalidades políticas


assentadas em extremado nacionalismo e constituição de dois blocos antagônicos de alianças
entre países, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente, configuram, entre outros aspectos, o quadro
histórico que resultou na:

A) Segunda Guerra Mundial.

B) Guerra Franco-Prussiana.

C) Guerra dos Boxers.

D) Guerra Civil Americana.

E) Primeira Guerra Mundial.

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Comentários: Gabarito letra E

A alternativa E) é a correta, pois todas essas descrições na questão dizem exatamente sobre
a Primeira Guerra Mundial, inclusive com alusão ao nacionalismo extremado e a divisão em
dois blocos de países, cada qual com suas peculiaridades.

(VICENTINO; MARONE, 1997)

288. Dentre os fatores responsáveis pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945), é correto
mencionar

A) o revanchismo expresso nos tratados de paz, como o de Versalhes, e o expansionismo


nazifascista.

B) os efeitos da crise econômica e o processo de descolonização, em destaque as guerras na


Índia e Argélia.

C) a ação belicista da Liga das Nações, que incentivou o rearmamento alemão, e a disputa por
territórios.

D) as rivalidades étnicas na península balcânica e a concorrência imperialista, principalmente na


América.

E) a preocupação em isolar a Rússia, devido ao comunismo, e os conflitos entre os países


absolutistas.

Comentários: Gabarito letra A

No fim dos anos 30 e no início dos anos 40, um dos grandes sentimentos que permeavam a
sociedade europeia era justamente o de tensão pré-guerra. Os alemães, tomados não só por
revanchismo, mas também por um governo autoritário nazista (1933 – 1945), buscavam a
todo momento ressaltar as fraquezas e debilidades do Tratado de Versalhes – acordo político
assinado pela Alemanha que sela o fim da primeira guerra mundial - e como ele apenas
enfraquecia a Alemanha.

Tomados por este sentimento, em 1939 a Alemanha Nazista empreende grandes campanhas
de anexação forçada ao redor de seu território. A primeira destas foi contra o território da
Áustria (1938), terra natal de Hitler, sendo seguida pela anexação da Tchecoslováquia (1938).
Por fim, ao subtrair o território da Polônia (1939) para si, a Alemanha Nazista dava indícios
de que não queria apenas os territórios que as circundavam, mas queriam ter controle sobre
toda a Europa, dando início à Segunda Guerra Mundial.

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REPÚBLICA POPULISTA; O ESTADO NOVO


DITADURA CIVIL-MILITAR NO BRASIL

289. Em 1979, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica dos Partidos, incluindo o
substitutivo que extinguiu a Arena e o MDB, e restabeleceu a liberdade partidária no país. Pela
aprovação do substitutivo, votaram 299 deputados e 41 senadores. Só nove deputados faltaram
à sessão.
(https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=360461. Acessado em 06 de setembro de 2019. Adaptado)

O bipartidarismo foi estabelecido

A) com a reforma política de 1972.

B) imediatamente após a queda de João Goulart.

C) com reforma constitucional de 1969.

D) com a eleição do presidente Costa e Silva em 1967.

E) por ato complementar ao Ato Institucional no 2 em 1965.

Comentários: Gabarito letra E

Essa era simples e direta. Inclusive recomendo decorar 3 atos institucionais:

AI-1, que ampliou os poderes do presidente e a cassação de servidores e políticos ligados


ao socialismo. Basicamente a instalação do novo regime.

AI-2, que instituiu a ARENA-Aliança Renovadora Nacional, e o MDM-Movimento


Democrático Brasileiro. O pluripartidarismo retornou em 1979 com a nova lei dos partidos,
no contexto do início do processo de redemocratização do país.

AI-5, que enrijecia a perseguição aos opositores da ditadura. Foi decretado em 1968 por
Costa e Silva e revogado em 1978.

290. Figueiredo prosseguiu no caminho da abertura política iniciada no governo Geisel. O


comando das iniciativas ficou nas mãos do general Golbery e do ministro da Justiça, Petrônio
Portella.

(Boris Fausto, História concisa do Brasil)

Durante o governo Figueiredo, a abertura política avançou com

A) a reabertura do Supremo Tribunal Federal (STF) em 1980.

B) o reestabelecimento, em 1982, da eleição direta para a presidência da República.

C) a aprovação, pelo Congresso, da Lei da Anistia, em agosto de 1979.

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D) a permissão para o funcionamento do Partido Comunista do Brasil em 1981.

E) a extinção do Serviço Nacional de Informação (SNI) em 1984.

Comentários: Gabarito letra B

A dica é sempre pesar nos principais momentos da redemocratização: 1978 revogação do


AI-5, 1979 campanha e a lei da anistia, retorno do pluripartidarismo, e a campanha pelas
Diretas Já. Se lembrar destes pontos, certamente conseguirá resolver as questões.

O STF não foi fechado durante a ditadura, mas adaptado a ela, as eleições diretas somente
vieram em 1989 (a campanha pelas diretas não teve sucesso). Após a redemocratização o
PCB somente se restabeleceu em 1996.

291. Historicamente, o Brasil foi povoado, desde o início da colonização, a partir da região
litorânea. A rigor, foi a partir de meados do século XX que políticas públicas foram lançadas com
o objetivo de ocupar extensas áreas do território nacional com população rarefeita, como seria
o caso do Centro‐Oeste. É nessa perspectiva que se entende, por exemplo, a decisão de se
transferir a capital da República para o Planalto Central do País. A criação da Região Integrada
de Desenvolvimento (Ride) do Distrito Federal e Entorno inscreve‐se nesse esforço de
interiorização do desenvolvimento nacional, tendo Brasília como polo desse processo.

A partir dessas considerações gerais e iniciais, julgue o item subsequente.

A ideia de transferência da capital brasileira para o interior do País é antiga, mas só se


concretizou no governo de Juscelino Kubistchek (JK), com a construção de Brasília.

Comentários: Gabarito Certo

A ideia da transferência da capital do Brasil, do litoral em direção ao interior do país, não era
nova quando as obras para a construção de Brasília iniciaram, em 1956. Já durante o século
XIX, momentos antes da Independência do Brasil, tinha-se o anseio em transferir a capital,
uma vez que o país se encontrava vulnerável ao ataque de invasores de outros países com a
existência de uma capital litorânea (que já havia sido Salvador e, à época, era o Rio de
Janeiro), mas sem o sucesso desejado.

Sua transferência também pode ser remetida à Constituição Federal de 1891, que previa a
formação de uma expedição para estabelecer limites de um terreno no Planalto Central, mas
a ideia foi abandonada e só voltou à tona durante o Governo JK, como parte do seu Plano de
Metas (“50 anos em 5”).

Juscelino Kubitschek, eleito em 1955, assumiu a presidência no ano seguinte com o desejo
de transformar o país em um centro moderno e urbanizado, símbolo de um país
desenvolvido. Em 21 de abril de 1960, foi inaugurada a capital federal, Brasília, com base no
planejamento conjunto entre o arquiteto Oscar Niemeyer e o urbanista Lúcio Costa.

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Além de fatores modernizantes, JK também procurou um lugar que fosse afastado dos
grandes centros sociais, como o RJ, em razão de motivos geopolíticos: com a transferência
para o interior, a capital do país não estaria muito vulnerável em possíveis guerras, a pressão
popular em relação ao governo seria menor e, finalmente, a construção de Brasília
contribuiria para a ocupação e desenvolvimento do interior do país.
(Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/historia-do-brasil/a-historia-transferencia-capital-
brasileira-para-centro-do-pais.html)

292. “Saio da vida para entrar na história”

O presidente populista a que este texto se refere foi criador de várias leis trabalhistas e da
maior empresa brasileira (Petrobras), está há 60 anos longe do povo. Após 15 anos no poder,
entre 1930 e 1945, conseguiu assumir em 1951, mas sem a popularidade de outrora.

Com oposições ferrenhas, como a dos conservadores, que eram contra o aumento do salário
mínimo em 100%, e a de seu rival Carlos Lacerda, que o acusa publicamente de uma tentativa
de assassinato, o presidente nacionalista não se sustenta no poder e se enclausura no Palácio
do Catete, onde se suicida.

Pode-se afirmar que o texto se refere:

A) Ao Golpe Civil Militar de 64.

B) Aos 50 anos da Ditadura Militar no Brasil

C) Aos 50 anos da Morte do General Costa e Silva.

D) Aos 60 anos da morte Getúlio Vargas.

Comentários: Gabarito letra D

Após um longo tempo no poder (entre 1930 e 1945), Getúlio Vargas saiu novamente vitorioso
em 1950, quando ocorreram novas eleições para a sucessão de Eurico Dutra. Vargas
concorreu e venceu o brigadeiro Eduardo Gomes por 49% frente a 30% dos votos. Procurou
apagar a imagem de ditador, construída durante o Estado Novo (1937-1945), e instituir uma
figura de líder popular e democrático. Retomou duas diretrizes associadas à sua imagem: o
nacionalismo econômico e a política trabalhista.

Neste sentido, debates entre grupos nacionalistas e “internacionalistas” (que defendiam a


abertura da economia ao capital estrangeiro) aconteceram por ocasião da nacionalização do
petróleo. Os nacionalistas defendiam a sua extração por uma empresa estatal brasileira,
criando a campanha conhecida como “O Petróleo é nosso”, enquanto os internacionalistas
defendiam a sua exploração pelos grupos internacionais.

Em 1953, fundou-se a Petrobras, empresa estatal brasileira responsável pelo monopólio da


extração e, parcialmente, pelo refino do petróleo brasileiro. Também em 1953, o governo
propôs uma Lei de Lucros Extraordinários, que limitava o envio ao exterior de lucros das
empresas estrangeiras no Brasil.

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Contudo, a lei foi barrada no Congresso, com o apoio da UDN (União Democrática Nacional),
principal partido de oposição ao governo. Com o apoio de setores ligados ao capital
estrangeiro, Carlos Lacerda, político ligado à UDN, começou a conspirar para a derrubada de
Vargas.

Associado a isso, em 1954 Vargas autorizou uma medida que provocou protestos entre os
grandes empresários: o aumento em 100% no valor do salário mínimo, atendendo à proposta
do ministro do Trabalho à época, João Goulart. Diante disso, os políticos da oposição e a
imprensa atacaram duramente Vargas, acusando-o de corrupção.

Em 05 de agosto de 1954, Carlos Lacerda foi vítima de um atentado na rua Toneleros, em


Copacabana. Lacerda escapou com vida, mas o major da aeronáutica, Rubem Vaz, faleceu.
Em investigações posteriores, a aeronáutica indicou que o assassino cumpria ordens de
Gregório Fortunato, chefe da guarda presidencial.

As notícias repercutiram negativamente na imprensa, sendo que entre os dias 22 e 23 de


agosto ocorreram manifestações de militares em defesa da renúncia de Vargas. Isolado
politicamente, em 24 de agosto de 1954 Getúlio escreve uma carta-testamento e, em
seguida, suicida-se com um disparo no coração.

Em relação às alternativas, a letra A está incorreta porque em 2014 (ano da realização da


prova) o Golpe de 1964 completava 50 anos, não 60, como vemos no texto introdutório. A
alternativa B se encontra errada porque o texto fala sobre a vida de Getúlio Vargas, que
governou entre 1930 e 1945 e, posteriormente, retornou em 1951, naquele que ficou
conhecido como o seu governo democrático. A alternativa C está incorreta porque o general
Costa e Silva faleceu no ano de 1969.

A questão, portanto, diz respeito aos 60 anos da morte de Vargas, sendo a alternativa D a
correta.

293. Considere as seguintes afirmações sobre o modelo de Nacional-desenvolvimentismo que


predominou durante o Governo Juscelino Kubitschek:

I. A Planificação da economia, através do Plano de Metas, apresentou a proposta de estatização


das empresas multinacionais e o investimento de capital público, oriundo de impostos, nas
empresas estatais.

II. Abertura da economia para o capital internacional com presença de empresas multinacionais,
sobretudo no setor automobilístico, provocou o escoamento dos recursos nacionais para o
exterior.

III. O alto custo da realização do Plano de Metas e a abertura para o mercado internacional,
gerou uma alta inflacionária e uma onda migratória de nordestinos e nortistas para as
metrópoles que se industrializavam.

É correto o que se afirma em

A) II e III apenas.

B) I e III apenas.

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C) I e II apenas.

D) I, II e III.

Comentários: Gabarito letra A

Juscelino Kubitschek foi presidente do Brasil entre 1956 e 1960, além de ser o responsável
pelo chamado nacional-desenvolvimentismo brasileiro, marcado por grandes investimentos
em transporte, produção de energia e crescimento econômico capitalista no Brasil. Em meio
a tal cenário, um dos destaques de seu governo, pautado pelo seu conhecido Plano de Metas
(“50 anos em 5”), foi o processo de urbanização e modernização do país, como podemos
observar, por exemplo, através da construção de Brasília, que passaria a ser a nova capital
federal e símbolo de modernidade no país. Em meio a este cenário, analisemos as assertivas:

I. Incorreta. Ao longo do Governo JK, o incentivo à entrada de capital estrangeiro foi


facilitado, uma vez que o desenvolvimento da indústria brasileira foi majoritariamente em
decorrência do investimento externo. Neste sentido, não se evidenciou a estatização de
empresas multinacionais, mas deu-se destaque ao aumento da produtividade das empresas
públicas, através da modernização e industrialização, não o investimento em capital público.

II. Correta. Através da entrada de capital externo, o desenvolvimento das indústrias


automobilísticas multinacionais foi crescente, mas isto gerou o redirecionamento de parte
dos recursos nacionais para o exterior.

III. Correta. O Plano de Metas de JK alcançou alguns objetivos, como o desenvolvimento


industrial do país e o processo de modernização, sobretudo através da construção de Brasília.
No entanto, a economia brasileira sofreu com grandes déficits fiscais, em conjunto com as
dificuldades de financiamento externo. Isto fez com que aumentassem as taxas inflacionárias
brasileiras, que levaram décadas para serem contidas (somente a partir da década de 1990
é que tal fato seria controlado). Outro fato associado a este contexto é a migração de
trabalhadores das regiões Norte e Nordeste em busca de melhores condições de vida, os
quais migraram para os grandes centros industrializados do país, como o Rio de Janeiro, São
Paulo e a recém fundada Brasília.
(Fonte: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Economia/PlanodeMetas)

294. O Memorial JK, onde estão depositados documentos e objetos que pertenceram a Juscelino
Kubitschek e sua esposa, foi:

A) construído numa área de 2.000 m², recebendo inúmeras críticas por ocupar tanto espaço.

B) inaugurado por ocasião do primeiro centenário de nascimento do ex-presidente, em 12 de


setembro de 2002.

C) projetado pelo arquiteto Lúcio Costa, em colaboração com Paulo Mendes da Rocha.

D) preparado para receber os restos mortais de todos os presidentes da República.

E) construído no mesmo local em que se rezou a primeira missa de Brasília, em 3 de maio de


1957.

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Comentários: Gabarito letra E

O Memorial JK foi construído no espaço em que, no dia 3 de maio de 1957, antes mesmo da
transferência da Capital Federal (do Rio de Janeiro para Brasília, que somente ocorreria em
1960), foi celebrada a 1ª missa de Brasília. Foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e
inaugurado em 12 de setembro de 1981. Está localizado na Zona Cívico-Administrativa do
Eixo Monumental.

A obra foi objeto de fortes críticas dos setores mais conservadores, que viam no monumento
uma referência a um dos símbolos do comunismo: a foice e o martelo.

No local, encontram-se o corpo de JK, diversos pertences, como sua biblioteca pessoal, e
fotos tanto dele como de sua esposa Sarah. Apresenta obras projetadas por Athos Bulcão em
sua área externa, um vitral desenhado pela artista Marianne Peretti sobre a câmara
mortuária e uma escultura de 4,5 metros de autoria de Honório Peçanha.

A respeito das alternativas, a letra A está incorreta, uma vez que o Memorial foi construído
em uma área de 25.000 m², e não 2.000 m². A letra B não é a correta por colocar a data de
sua inauguração como 2002, sendo que ele foi inaugurado em 1981. A alternativa C é
incorreta por colocar como uma obra de Lúcio Costa, sendo que foi Niemeyer o seu
idealizador. A letra D também está errada porque o Memorial não foi construído para
receber todos os restos mortais dos presidentes da República, mas somente os de JK. Resta-
nos, finalmente, a alternativa E como a correta.

(Fontes: http://www.conhecendomuseus.com.br/museus/memorial-
jk/; http://wbrasilia.com/memorialjk.htm; http://www.brasilia.df.gov.br/memorial-jk/)

295. No período republicano no Brasil, o governo de Juscelino Kubitschek:

A) reduziu a dependência brasileira dos Estados Unidos da América ao aumentar a dependência


em relação à Inglaterra.

B) instituiu política econômica nacional-desenvolvimentista, que aliava o Estado, a empresa


privada e a industrialização.

C) passou por um golpe entendido como preventivo, em virtude da falta de governabilidade no


Congresso Nacional.

D) adotou prática de contenção da industrialização em benefício da agricultura cafeeira.

E) revogou o programa de metas estabelecido durante o segundo governo de Getúlio Vargas.

Comentários: Gabarito letra B

Juscelino Kubitschek foi presidente do Brasil entre 1956 e 1960, além de ser o responsável
pelo chamado nacional-desenvolvimentismo brasileiro, marcado por grandes investimentos
em transporte, produção de energia e crescimento econômico capitalista no Brasil.

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Durante o seu governo, ficou famoso o lema 50 anos em 5, cuja administração estava
baseada no seu Plano de Metas, um programa que dava ênfase às obras de infraestrutura e
industrialização.

Entre as principais realizações desse governo, destacam-se a construção de usinas


hidrelétricas (Furnas e Três Marias), implantação da indústria automobilística, ampliação da
produção de petróleo (de 2 milhões para 5,4 milhões de barris) e construção de 20 mil
quilômetros de rodovias.

Além de tais obras, o governo JK se dedicou à construção da nova capital federal, Brasília.
Seu plano urbanístico foi traçado por Lúcio Costa, e os projetos arquitetônicos, por Oscar
Niemeyer. Foi inaugurada em 21 de abril de 1960. Para a sua construção, trabalhadores se
empenharam dia e noite ao longo de três anos, em busca de dinheiro e melhores condições
de vida, enxergando, em Brasília, uma nova “terra prometida”.

Sua política é marcada por um aumento da dívida externa (obtida em decorrência de


empréstimos junto ao exterior), baixos salários e a instalação de empresas multinacionais.
Era uma política modernizadora, mas, simultaneamente, desnacionalizadora. Na tentativa de
desenvolver a região nordeste, JK criou a SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do
Nordeste), mas obteve poucos resultados efetivos.

Por sua vez, as elites e as classes médias foram beneficiadas pelas medidas tomadas por
Juscelino, em um momento de prosperidade nacional que ficou conhecido como anos
dourados. O rádio e a inserção da televisão foram meios de divulgação e entretenimento da
sociedade, ainda que a televisão tenha ocupado um espaço restrito da sociedade em virtude
de seu elevado custo.

A alternativa A está incorreta por colocar a redução da dependência brasileira em relação


aos EUA, algo que notadamente não ocorreu, dada a inserção de multinacionais vindas dos
EUA ao longo dos anos 1950. A letra C está errada porque faz alusão ao golpe sofrido por
João Goulart anos mais tarde, em 1964, que deu início ao período militar brasileiro. A letra D
não é a correta, uma vez que o seu governo foi marcado por um investimento amplo na
industrialização. A letra E, por fim, faz menção ao programa de metas que, supostamente,
foi criado durante o Governo Democrático de Vargas (1951-1954), o que não é correto, visto
que o Plano de Metas, sob o slogan “50 anos em 5” foi idealizado por Juscelino ao longo de
sua presidência.

296. Com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, o Brasil mergulhou em grave crise política, na
qual se fez presente a perspectiva de guerra civil. O vice-presidente João Goulart, acusado de
esquerdista e de comprometido com o radicalismo sindical, teve sua posse contestada pelos
adversários do getulismo. A crise somente foi contornada por meio da aprovação de um Ato
Adicional à Constituição de 1946. Esse Ato Adicional estabelecia:

A) A instalação do sistema parlamentarista de governo no Brasil.

B) A convocação imediata de novas eleições, ato que não agradou a setores mais conservadores
do exército.

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C) A criação de um governo de exceção, comandado conjuntamente pelos presidentes da


Câmara e do Senado, até que retornasse ao Brasil o vice-presidente João Gulart, à época da
renúncia em visita oficial à China.

D) A criação de um gabinete civil-militar para governar o país até a realização de novas eleições,
mas que terminou por precipitar o Golpe Militar, em 1964, antes da efetivação das eleições.

E) A concessão de amplos poderes à Cadeia da Legalidade, liderada pelos setores nacionalistas


e pelo PTB.

Comentários: Gabarito letra A

Nas eleições de outubro de 1960, Jânio da Silva Quadros, apoiado pela UDN, foi eleito
presidente do Brasil, com 48% dos votos sobre Henrique Teixeira Lott (coligação PTB-PSD).
Para vice, novamente João Goulart foi eleito.

Jânio se mostrava contrário ao comunismo e queria manter o país aberto ao capital


estrangeiro. Contudo, em seu mandato ele defendeu a adoção de uma Política Externa
Independente (PEI), pela qual o Brasil seria independente das pressões de grandes potências,
como os EUA. Ademais, reatou as relações diplomáticas com a URSS e a China, o que
provocou inúmeras críticas da UDN e de empresas multinacionais.

Em 19 de agosto de 1961, Jânio condecorou o ministro da Economia de Cuba, Ernesto “Che”


Guevara, com a Ordem do Cruzeiro do Sul, uma das principais homenagens concedidas pelo
governo brasileiro (tal atitude não foi vista com bons olhos pela UDN, que rompeu com o
governo).

Carlos Lacerda, líder udenista, acusou Jânio de estar se relacionando diretamente com o
comunismo.

Ainda que tivesse prestígio popular (sobretudo em vista de sua vitória expressiva), Jânio não
possuía o apoio das forças políticas para sustentá-lo no poder. Sem o apoio da UDN, dos
grandes empresários e da imprensa, Jânio Quadros renunciou ao cargo em 25 de agosto de
1961, deixando uma carta direcionada ao Congresso, pela qual alegava que “forças terríveis”
se levantavam contra ele. O Congresso aceitou o pedido de Jânio, sendo que um impasse foi
estabelecido em relação à sucessão ao cargo.

De acordo com a Constituição, o cargo deveria ser entregue ao seu vice, João Goulart, que
estava em visita oficial à China. Assim, a presidência foi entregue ao presidente da Câmara
dos Deputados, Ranieri Mazzilli. A partir de então, dois grupos se formaram: um contrário à
posse de Jango, acusando-o de ser comunista (liderado por militares, udenistas e grandes
empresários); outro, liderado por sindicalistas e trabalhadores, profissionais liberais e
pequenos empresários, apoiava a sua posse. Para representar este grupo, formou-se a
chamada Frente Legalista, que pretendia garantir o cumprimento da lei, tendo surgido no Rio
Grande do Sul, sob a liderança do governador Lionel Brizola.

A saída para o impasse foi a aprovação do Ato Adicional nº. 4 à Constituição de 1946. Por
meio dele, seria adotado o regime parlamentarista na República.

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Dessa forma, Jango seria empossado presidente, como os legalistas desejavam, mas não teria
plenos poderes (os quais seriam atribuídos ao primeiro-ministro, indicado pelo Legislativo),
atendendo, dessa forma, às demandas dos opositores de Goulart.

De forma prática, João Goulart assumiria a presidência, mas com poderes limitados pelo
Congresso Nacional. Jango aceitou as condições e tomou posse em 07 de setembro de 1961,
sendo Tancredo Neves o primeiro-ministro.

A emenda constitucional que estabeleceu o parlamentarismo previa que esse sistema de


governo fosse referendado por um plebiscito (consulta ao povo). O mesmo foi realizado em
06 de janeiro de 1963 e teve o voto de mais de 12 milhões de cidadãos, sendo que cerca de
10 milhões se manifestaram contra o parlamentarismo e a favor do restabelecimento do
presidencialismo. Após o plebiscito, Jango assumiu a presidência e reforçou sua linha de
governo nacionalista e reformista.

297.

“Criado em 1961, durante o governo de Jânio Quadros, foi resultado de vários anos de trabalho
e luta política, dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas‐Bôas, ao lado de outras
personalidades.

Localizado ao norte do Mato Grosso, numa área com cerca de 30 mil quilômetros quadrados, é
considerada a maior e uma das mais famosas reservas do gênero no mundo.”

(Adap. de http://www.brasiloeste.com.br/especiais/)

O fragmento acima refere‐se ao:

A) Parque Indígena do Xingu.

B) Parque Nacional do Pantanal Matogrossense.

C) Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.

D) Parque Estadual do Araguaia.

E) Parque Estadual do Cristalino.

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Comentários: Gabarito letra A

A questão trata do Parque Indígena do Xingu (PIX), uma área de aproximadamente 2.600
hectares, localizada na porção norte de Mato Grosso, divisa com o Pará, em uma região de
transição entre o cerrado e a Floresta Amazônica, na qual vivem mais de 6 mil indígenas de
etnias variadas. Espalhase por cerca de 26 a 30 mil quilômetros quadrados.

O PIX foi criado em 1961, durante o a presidência de Jânio Quadros, por iniciativa de
sertanistas liderados pelos irmãos Villas-Bôas (Cláudio, Orlando e Leonardo), com o intuito
de garantir a sobrevivência, melhores condições de vida e a posse da terra à população
indígena da região e para preservar sua cultura, hábitos e religião.

Nele vivem indígenas pertencentes aos troncos linguísticos tupi e macro-jê. O português é
falado como uma das línguas entre as diferentes etnias. Nas escolas das aldeias, as aulas são
dadas na língua da etnia de seus moradores, mas o português é ensinado em todas elas.

Apesar das diferenças de costume e de línguas, no Parque há intercâmbio entre os povos,


sem que as aldeias abram mão de suas tradições. As terras são cultivadas de acordo com a
prática de cada povo, dependendo ainda das condições de terreno e do clima. Ocorre o
mesmo com relação aos rituais e à maneira como os indígenas comercializam seus produtos.

Em relação às demais alternativas, elas estão incorretas porque os parques mencionados


foram construídos em momentos diferentes ao mencionado no texto. Vejamos:

- Parque Nacional do Pantanal Matogrossense: criado em 1981, durante a presidência de


José Baptista Figueiredo;

- Parque Nacional da Chapada dos Guimarães: criado em 1989, durante a presidência de José
Sarney;

- Parque Estadual do Araguaia e do Cristalino: ambos foram criados em 2001, no término do


segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.
(Fontes: https://escola.britannica.com.br/artigo/Parque-Ind%C3%ADgena-do-Xingu/483650;
http://www2.tvcultura.com.br/caminhos/20xingu/terra-xingu.htm).

298. Observe a imagem a seguir

Essa fotografia foi tirada em 1961, na posse de Jânio Quadros na presidência da República, e
mostra João Goulart, recém-eleito vice-presidente; Jânio Quadros, discursando com a faixa
presidencial; Juscelino Kubitschek, antecessor de Jânio na presidência.

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A imagem registra um momento marcante da vida política nacional, pois:

A) a posse de Jânio Quadros representou a ascensão de um programa reformista e nacional-


desenvolvimentista ao poder.

B) a sucessão de Juscelino inaugurou um período marcado pelo crescimento econômico e pela


estabilidade política.

C) Jango, Jânio e Juscelino foram aliados na implementação de uma agenda economicamente


liberal e socialmente conservadora.

D) apenas muito tempo depois um presidente civil, eleito pelo voto popular, tornaria a entregar
a faixa ao seu sucessor.

E) as três lideranças políticas retratadas na imagem foram parte importante da articulação do


golpe civil-militar de 1964.

Comentários: Gabarito letra D

A imagem na qual estão presentes Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart é
icônica do período, os três últimos presidentes civis eleitos pelo voto popular, no período
imediatamente anterior à Ditadura Militar Brasileira (1964-1985). É preciso destacar,
contudo, que João Goulart foi eleito como vice-presidente em 1955 e 1960, nas chapas de
Juscelino e Jânio Quadros, respectivamente. Neste período, as eleições eram dissociadas, ou
seja, a população votava de forma separada para presidente e vice-presidente do Brasil.

JK, presidente entre 1956 e início de 1961, apresentou um programa de governo voltado ao
nacional-desenvolvimentismo, além de seu famoso plano de metas, autointitulado “50 anos
em 5”. Teve um grande enfoque na industrialização do país e na concretização de seu plano.

Eleito em 1960, Jânio Quadros tomou posse em 31 de janeiro de 1961 e seu governo é
marcado por uma intensa instabilidade política, fruto dos problemas socioeconômicos
brasileiros. Em 25 de agosto de 1961, renuncia ao cargo de chefe do Executivo, sendo que o
seu vice, João Goulart, então em viagem diplomática à China, tem problemas para assumir a
presidência do Brasil, a qual a ele pertencia por direito.

Em meio às acusações sofridas de comunista, João Goulart assume o cargo sob o regime
parlamentarista, porém, com poderes reduzidos pelo Congresso Nacional.

Em 1964, um golpe militar destituiu João Goulart da presidência, em razão de sua


“aproximação com a esquerda política”, abrindo o caminho para um longo período de
ditadura militar (21 anos), no qual as eleições para o Executivo foram suspensas e só
retornariam em 1989, com a vitória de Fernando Collor de Mello como o primeiro presidente
civil eleito através do voto popular no pós-ditadura.

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299. Observe a imagem a seguir:

A capa da Revista Manchete, de agosto de 1961, retrata a:

A) aliança entre o governo trabalhista brasileiro e os países do bloco socialista em plena Guerra
Fria, o que contribuiu para atiçar a histeria anticomunista e foi um dos fatores que levou ao
golpe civil-militar de 1964.

B) ligação entre a esquerda brasileira e a esquerda revolucionária latino-americana, fato que


ficaria em evidência pelos próximos anos em função da radicalização política dos setores da
esquerda que optaram pela luta armada.

C) estabilidade política característica dos anos 1950 e 1960 no Brasil, quando setores da direita,
apoiados pela UDN, aceitaram condecorar o revolucionário cubano, sem que tal gesto tivesse
grande repercussão.

D) animosidade nas relações entre Cuba e o Brasil depois que os revolucionários cubanos
tomaram o poder em 1959, o que levou o Brasil a tomar a dianteira da luta anticomunista na
América do Sul.

E) política externa independente instituída em 1961, o que contribuiu para o isolamento político
do governo, revertendo o alinhamento com os EUA estabelecido anos antes, quando o PCB
passou a atuar na clandestinidade.

Comentários: Gabarito letra E

A imagem é icônica e representa um acontecimento importante da breve presidência de


Jânio Quadros (apenas sete meses), na qual o então presidente brasileiro condecorou o líder
cubano Ernesto “Che” Guevara, em 19 de agosto de 1961, com a Grã-Cruz da Ordem Nacional
do Cruzeiro do Sul, quando de sua visita à Brasília.

Tal atitude diz respeito à sua Política Externa Independente (PEI), na qual Jânio procurava
dialogar com diferentes países, levando-se em consideração as relações diplomáticas e o
estabelecimento de acordos comerciais, deixando-se de lado a polarização até então
estabelecida entre os polos “Leste-Oeste” e ”Norte-Sul” entre os países capitalistas e aqueles
ditos socialistas e, consequentemente, a dependência em relação a estes países.

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A política idealizada em 1961 pelo então ministro das Relações Exteriores, Afonso Arinos,
procurava estabelecer uma certa “neutralidade” no cenário internacional, colocando o Brasil
de forma mais independente de quaisquer interesses de outras nações, sobretudo dos
Estados Unidos, revertendo o seu alinhamento estabelecido anos antes, no qual o Partido
Comunista Brasileiro (PCB) foi colocado na clandestinidade.

300. Ato institucional era o decreto utilizado pelos militares para legitimarem suas decisões. Em
dezembro de 1968, ocorreu a promulgação do Ato Institucional no 5 (AI-5) que, em seu
preâmbulo, dizia-se ser uma necessidade para atingir os objetivos da revolução, “com vistas a
encontrar os meios indispensáveis para a obra de reconstrução econômica, financeira e moral
do país”.

O AI-5 foi promulgado no governo de

A) Costa e Silva e representou o fechamento do sistema político, restringiu drasticamente a


cidadania e permitiu a ampliação da repressão policial-militar.

B) Castello Branco e fixou eleições indiretas para governadores e prefeitos das capitais, acabou
com a garantia do habeas corpus e ampliou a repressão policial.

C) João Figueiredo e fechou o Congresso, determinou as regras para a aprovação de nova


Constituição e suspendeu os direitos políticos de oposicionistas.

D) Garrastazu Médici e estabeleceu eleições indiretas para os cargos de presidente e


governador, extinguiu os partidos políticos e permitiu ao Executivo cassar mandatos de políticos.

E) Ernesto Geisel e deu ao executivo plenos poderes para cassar mandatos, além de suspender
a estabilidade dos funcionários públicos e militares.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa, pois foi no governo do general Costa e Silva que o AI-5 foi
decretado, em 13 de dezembro de 1968. O impacto do AI-5 na história brasileira é bem
conhecido, mas não custa reiterar alguns pontos básicos. Para além da imagem corrente de
“golpe dentro do golpe”, o mais significativo é que ele representou um aprofundamento da
ditadura, ou da “revolução” como diziam seus apoiadores. O novo instrumento autoritário
armou o Estado de poderes extraordinários, tal como o primeiro Ato Institucional, editado
em 1964. No entanto, diferente do primeiro Ato, o AI-5 não tinha prazo de expiração e
poderia abrir caminho para ditadura eterna dos militares. Ele permitiu o fechamento do
sistema político, suspendeu direitos políticos de oposicionistas, permitiu ao Executivo a
cassação de mandatos, restringiu a cidadania, e permitiu a ampliação da repressão policial-
militar.

A alternativa B é falsa, pois o marechal do Exército brasileiro Humberto Castello Branco foi
um dos organizadores do Golpe Civil-Militar de 1964, governando o país até 1967, isto é,
antes de promulgarem o Ato Institucional nº 5.

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A alternativa C também é falsa, pois o presidente militar João Batista Figueiredo assume a
presidência da República em 1979, ao passo que o AI-5 já havia sido revogado no ano
anterior.

A alternativa D também é falsa, pois o presidente militar Emílio Garrastazu Médici governou
o país entre 1969 e 1974, isto é, após a promulgação do Ato Institucional nº 5. Além disso,
vale dizer que Médici conseguiu apaziguar os quartéis ao permitir que as aspirações e
interesses dos militares direitistas radicais, que defendiam o emprego sistemático da
repressão policial-militar contra todos os opositores da ditadura, se expressassem em seu
governo.

A alternativa E também é falsa, pois foi no governo do presidente militar Ernesto Geisel, entre
1974 e 1979, que se deu início a abertura política, como ele dizia: “lenta, gradual e segura”.
Geisel era considerado um militar da área moderada e foi no seu mandato que o Ato
Institucional nº 5 foi revogado, em 13 de outubro de 1978.
(MOTTA, 2018; CANCIAN, 2019; NEVES, 2019).

301. Assim, se é verdade que de 1946 a 1964 houve regularmente eleições para presidente,
deputados, senadores e governadores, é preciso reconhecer que sempre foi com grande
dificuldade que os perdedores aceitavam a derrota, sobretudo nas disputas para a Presidência.
As pregações em favor de golpes, anulações de resultados eleitorais e ameaças de impedir a
posse dos eleitos, quer por meio das armas, quer por meio de expedientes jurídicos, foram
frequentes. A democracia esteve o tempo todo sob risco.

(Luiz Koshiba e Denise M. F. Pereira. História do Brasil no contexto da história ocidental. São
Paulo: Atual, 2003).

Um exemplo de ameaça de impedir a posse de um presidente ocorreu em:

A) 1946, pois os partidários do Partido Comunista consideraram ilegal a eleição de Eurico Dutra,
pelo seu apoio à Ditadura Vargas.

B) 1951, momento no qual a Câmara dos Deputados não reconheceu como legítima a vitória do
candidato Eduardo Gomes.

C) 1954, após o suicídio do presidente Vargas, quando o Senado questionou a posse do vice-
presidente Café Filho em função da sua ligação com o Partido Comunista.

D) 1961, quando alguns setores da sociedade não aceitavam, após a renúncia do presidente
Jânio Quadros, a posse do vice-presidente, João Goulart.

E) 1964, quando a posse de Carlos Lacerda não era aceita pelos partidos políticos mais
conservadores, apesar de ele ser eleito com a maioria absoluta de votos.

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Comentários: Gabarito letra D

A questão diz respeito ao período pré-ditadura, o qual ficou marcado pela renúncia do então
presidente Jânio Quadros, em 1961. Seu vice, João Goulart, seria o substituto imediato. No
entanto, setores da sociedade, como o próprio corpo militar, acusando-o de querer
implantar um regime comunista no Brasil, procuraram deslegitimar a sua posse.

A alternativa para garantir a presidência de Jango foi o regime parlamentarista, no qual o


chefe de governo e o chefe de Estado são funções distintas. Um acordo político garantiu a
posse de Jango, após o veto militar que alegava o seu alinhamento com o comunismo.

Jango, porém, teve parte de seus poderes constitucionais transferidos para o Primeiro
Ministro, cargo instituído com o parlamentarismo.

302. O presidente João Goulart procurou implementar um programa que incluía reformas gerais
na estrutura social e política brasileira. Entre elas estava a concessão do direito de voto aos
analfabetos, a extensão dos direitos trabalhistas ao campo e a reforma agrária. (...)

Em nenhum outro momento da história do Brasil as pressões populares haviam sido tão
intensas. A política deixava de ser privilégio das elites. A política era jogada nas ruas, quartéis,
universidades, fazendas e fábricas. (...) No entanto, os grupos conservadores também se
articularam. Proprietários rurais, grandes empresários, setores das classes médias e militares
conspiraram contra o governo.

(Flavio de Campos, Lidia Aguiar, Regina Claro e Renan Miranda, O jogo da história).

O texto refere-se ao(s):

A) fatores da crise da República Velha.

B) contexto de implantação do Estado Novo.

C) motivos do suicídio do presidente.

D) início do processo de redemocratização.

E) antecedentes do movimento de 1964.

Comentários: Gabarito letra E

O assunto abordado trata do governo de João Goulart (1961-1964), que assumiu a


presidência do Brasil após a renúncia de Jânio Quadros, em 1961. Dentre o seu ideal de
governo e suas propostas, podemos destacar uma aproximação com os setores populares e
rurais, além da defesa das chamadas Reformas de Base (política, econômica e social nos
setores educacional, fiscal e agrário).

Tais características representam os antecedentes do golpe militar de 1964, que destituiu


Jango da presidência e deu início ao período conhecido como a Ditadura Militar, que vigorou
entre 1964 e 1985 e contou com a cassação de direitos políticos, a censura, tortura e mortes
aos opositores políticos do regime.

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303. A construção da cidade de Brasília fez parte do processo desenvolvimentista dos anos 1950
liderado pelo presidente Juscelino Kubitschek e seu vice, João Goulart. O projeto modernizante
de JK assentava-se na política do “50 anos em 5”, que preconizava, entre outras coisas, dotar o
país de uma infraestrutura suficiente para sustentar a industrialização.

Com base nos conhecimentos sobre a política econômica desse período histórico brasileiro,
assinale a alternativa correta.

A) Disseminou o ensino técnico para todas as regiões do país, por meio dos institutos técnicos
federais.

B) Expandiu a construção de usinas hidrelétricas e abasteceu de energia o setor produtivo.

C) Implantou a SUDAM, que realizou a modernização e a transformação da região amazônica.

D) Priorizou a importação de veículos automotores para o país se inserir no mercado


internacional.

E) Privatizou a Companhia Siderúrgica Nacional, com a abertura do seu capital para investidores
estrangeiros.

Comentários: Gabarito letra B

Somente a proposição [B] é correta. O mineiro JK pertencia ao grupo liberal do PSD e


defendia o nacional desenvolvimentismo através do “Plano de Metas”. Sua proposta era
abrir a economia brasileira para o capital internacional, ou seja, a internacionalização do
mercado interno. Assim, o país teria 50 anos de progresso em 5 anos de governo. O “Plano
de Metas” apresentava 31 metas que se vinculavam a indústria, transporte, energia,
alimentação e educação. Porém, alimentação e educação tiveram resultados modestos. A
metassíntese de JK era a construção de Brasília objetivando a modernização, integração e
desenvolvimento. A privatização ocorreu a partir de 1990 com o governo de Collor de Mello
em um contexto neoliberal. O ensino técnico foi prioridade no governo militar para obter
mão de obra para o “Milagre Brasileiro”. JK consolidou o setor de consumo duráveis.

304. Brasília simbolizou na ideologia nacional-desenvolvimentista o “futuro do Brasil”, o


arremate e a obra monumental da nação a ser construída pela industrialização coordenada pelo
Estado planificador, pela ação das “forças do progresso” (aquelas voltadas para o
desenvolvimento do “capitalismo nacional”), que paulatinamente iriam derrotar as “forças do
atraso” (o imperialismo, o latifúndio e a política tradicional, demagógica e “populista”).

(José William Vesentini. A capital da geopolítica, 1986.)

Segundo o texto, a construção de Brasília deve ser entendida

A) como uma tentativa de limitar a migração para o Centro do país e de reforçar o contingente
de mão de obra rural.

B) dentro de um conjunto de iniciativas de caráter liberal, que buscava eliminar a interferência


do Estado nos assuntos econômico-financeiros.

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C) dentro do rearranjo político do pós-Segunda Guerra Mundial, que se caracterizava pelo clima
de paz nas relações internacionais.

D) dentro de um amplo projeto de redimensionamento da economia e da política brasileiras,


que pretendia modernizar o país.

E) como um esforço de internacionalização da economia brasileira, que provocaria aumento


significativo da exportação agrícola.

Comentários: Gabarito letra D

A construção de Brasília enquadra-se na política de Estado promovida pelo governo de JK a


partir do chamado Plano de Metas, que pretendia modernizar o país a partir de uma
economia desenvolvimentista e aliada ao capital estrangeiro.

305. “(...) eu comecei a defender a tese que me valeu o título de golpista e até de fascista.
Comecei a defender a tese de que a eleição de outubro de 55 – a sucessão de Café Filho – não
poderia ser realizada com a lei eleitoral em vigor, toda cheia de defeitos (...)”

(Carlos Lacerda, apud José Dantas Filho e Francisco F. M. Doratioto, A República bossa-nova – A
democracia populista (1954-1964))

Entre os “defeitos” da lei eleitoral em vigor entre 1946 e 1964, é correto apontar

A) a proibição de coligações eleitorais para os cargos majoritários, que tornou comum as traições
partidárias, nas quais um candidato ao executivo apoiava um candidato a parlamentar de outro
partido.

B) a realização de eleições gerais a cada quatro anos, em todos os níveis, que potencializava a
importância da eleição presidencial e retirava a atenção dos pleitos estaduais e das casas
legislativas.

C) as cláusulas de barreira para as agremiações partidárias, que inviabilizavam a formação de


partidos efetivamente nacionais, o que impediu o crescimento dos principais partidos, a UDN e
o PSD.

D) as inesgotáveis polêmicas que marcavam as eleições presidenciais, pois a prática do segundo


turno era considerada inconstitucional pelos partidos mais progressistas, especialmente o PTB.

E) a votação em separado dos candidatos à presidência e à vice-presidência, que não precisavam


ser da mesma coligação partidária, o que poderia ocasionar a escolha popular de candidatos
com projetos políticos bem diversos.

Comentários: Gabarito letra E

Somente a alternativa [E] está correta. Ao longo da República Brasileira, havia eleições para
presidente e para vice-presidente, o que poderia gerar problemas políticos caso fossem
eleitos um presidente e um vice de chapas diferentes. Isso aconteceu na eleição indireta à
presidência da República em 1891 quando Deodoro ganhou para presidente e Floriano, da

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outra chapa, foi eleito para vice. Isso incomodou o político da UDN Carlos Lacerda na eleição
de 1955 quando foram eleitos JK e João Goulart. Desde a eleição presidencial de 1989 não
há mais eleição para vice-presidente.

306. Dirijo-me a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas
escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao Brasil mais do que recebem, que
pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro e de trabalhar sol a
sol para a grandeza deste país. Aqui estão os meus amigos trabalhadores, na presença das mais
significativas organizações operárias e lideranças populares deste país. Àqueles que reclamam
do Presidente da República uma palavra tranquilizadora para a Nação, o que posso dizer-lhes é
que só conquistaremos a paz social pela justiça social. A maioria dos brasileiros já não se
conforma com uma ordem social imperfeita, injusta e desumana.

João Goulart, em comício no Rio de Janeiro, 13/03/1964. Adaptado de jornalggn.com.br.

No evento conhecido como Comício da Central do Brasil, o Presidente João Goulart proferiu
discurso em que reafirmava algumas das propostas de seu governo, atendendo a demandas de
organizações sindicais.

A proposta desse governo mais diretamente associada à promoção da justiça social foi:

A) realização da reforma agrária.

B) gratuidade do ensino público.

C) concessão do voto aos analfabetos.

D) introdução dos direitos trabalhistas.

Comentários: Gabarito letra A

A questão remete ao histórico discurso do presidente do Brasil, João Goulart, na Central do


Brasil no dia 13 de março de1964. Neste encontro, Jango, de forma populista, apresentou as
Reformas de Base para aproximadamente 150 mil pessoas com a promessa da reforma
agrária e antecipou a futura reforma urbana. Este discurso incomodou muitos os
conservadores e contribuiu para a deposição de João Goulart em 1964.

307. Leia o fragmento a seguir, extraído de um artigo do jornalista Carlos Lacerda, publicado no
jornal A Tribuna da Imprensa, em de junho de 1950.

O Sr. Getúlio Vargas senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser
eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo
de governar.

A partir do fragmento, assinale a alternativa que apresenta a interpretação correta do discurso


de Carlos Lacerda.

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A) Marca o rompimento público com o trabalhismo, devido aos planos ditatoriais de Vargas.

B) Reflete a posição dos setores liberais contrários à aproximação do Brasil com os países do
Leste europeu.

C) Denuncia Vargas, que pretendia modificar a constituição para se candidatar à Presidência da


República.

D) Representa o posicionamento político de setores contrários ao trabalhismo.

E) Mostra a defesa intransigente do processo eleitoral contra as ameaças ao sistema


democrático.

Comentários: Gabarito letra D

Carlos Lacerda foi o maior opositor que Getúlio Vargas enfrentou em sua carreira política.
Parte da oposição que Lacerda fazia à Vargas centrava-se na crítica à política trabalhista
varguista, conhecida como trabalhismo.

308. No dia 14 de novembro de 1961, realizou-se a primeira reunião de um gabinete


parlamentarista na história republicana brasileira. Atente ao que se diz acerca do período
parlamentarista brasileiro.

I. A experiência parlamentarista brasileira, que durou pouco mais de um ano, foi recusada pelo
povo brasileiro através de um plebiscito.

II. Tancredo Neves foi o Primeiro Ministro durante o breve período em que ocorreu o
parlamentarismo brasileiro.

III. Com a renúncia do Presidente Jânio Quadros, João Goulart, o vice-presidente, assumiu a
Presidência; contudo, a emenda parlamentarista restringiu os seus poderes.

É correto o que se afirma em

A) II e III apenas.

B) I e II apenas.

C) I e III apenas.

D) I, II e III.

Comentários: Gabarito letra D

A questão faz menção à experiência parlamentarista que o Brasil viveu entre setembro de
1961 até janeiro de 1963. Esta experiência começou logo após a renúncia de Jânio Quadros
em agosto de 1961, após uma grave crise política. A adoção do parlamentarismo era vista
como uma saída para esta crise política. Tancredo Neves foi o Primeiro Ministro, seguido por
outros. Jango assumiu o governo com um sistema parlamentarista de governo que limitava
sua esfera de atuação, o tendo em vista que era o Primeiro Ministro quem possuía mais
poder.

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309. Observe a capa do exemplar n.º 16 do jornal ex-16, publicado em novembro de 1975.

Sobre as intenções dos editores, é correto afirmar que:

A) declaravam, de forma indireta, seu apoio ao regime militar, então em vigor no Brasil.

B) faziam referência à tradição pacífica do povo e do governo brasileiros.

C) apoiavam a perseguição aos comunistas, característica marcante do período.

D) estimulavam a ação de grupos paramilitares e de jovens guerrilheiros.

E) escolheram estrofe do Hino da Proclamação da República para denunciar arbitrariedades do


poder executivo.

Comentários: Gabarito letra E

O jornal Ex- circulou no Brasil durante o período da Ditadura Militar, entre os anos de 1973
e 1975. Sua periodicidade era mensal e ele funcionou como um importante instrumento de
mídia alternativa neste período, em oposição aos militares.

A edição apresentada na questão traz a figura do jornalista Vladimir Herzog, preso, torturado
e assassinado em 25 de outubro de 1975 pelos militares, por se opor à Ditadura e estar
associado aos ideais comunistas.

O jornal, contrário ao regime militar, publicou a foto de Vladimir após a sua morte, sob os
dizeres contidos no Hino da República: “Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós”,
enquanto uma forma de denúncia às arbitrariedades do Poder Executivo, que poderia
determinar o fim dos direitos políticos de deputados e senadores, censurar os meios de
comunicação, além de ter um respaldo político e constitucional através da Constituição de
1967, que incorporava os Atos Institucionais elaborados pelos militares.

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REDEMOCRATIZAÇÃO; A NOVA REPÚBLICA BRASILEIRA

310. A Assembleia Constituinte instalou-se em 1o de fevereiro de 1987, e a Constituição foi


promulgada no ano seguinte, em 5 de outubro de 1988. [...] É a mais extensa Constituição
brasileira – tem 250 artigos principais, mais 98 artigos das disposições transitórias – e está em
vigor até hoje.

(Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia)

Essa Constituição

A) restringiu o direito de greve para funcionários públicos federais.

B) garantiu o voto facultativo para os analfabetos.

C) permitiu a formação de partidos políticos estaduais.

D) proibiu as coligações partidárias nas eleições majoritárias.

E) criou as Comissões Parlamentares de Inquérito.

Comentários: Gabarito letra B

A constituição de 1988 também é chamada de cidadã, pois além de redemocratizar o país,


trouxe novidades, como garantias sociais e o voto facultativo para os analfabetos, garantiu o
direito de greve aos funcionários públicos federais. Durante o Estado Novo os partidos
políticos foram proibidos e em 1945, a lei eleitoral de 1945, determinou a criação de partidos
de caráter nacional, colocando fim a tradição de partidos políticos regionais, que desde então
são proibidos. A constituição também prevê coligações partidárias nas eleições majoritárias,
chapas casadas (presidente e vice na mesma chapa, e podem ser de coligações), eleições de
quatro anos e o segundo turno. Fique atento, que a reeleição somente foi introduzida em
1997 no governo FHC. A CPI-Comissão parlamentar de Inquérito, consta na constituição
desde 1934.

311. Graças à bem-sucedida industrialização substitutiva das importações, conduzida nas


décadas de 1950, 1960 e 1970, o Brasil se ergueu à posição de nona potência econômica do
mundo. É hoje um país mal desenvolvido por ter adotado um padrão de crescimento
socialmente perverso. Ostenta uma das mais regressivas repartições da renda no mundo, com
diferenças abismais entre a minoria dos ganhadores e a massa dos sacrificados.

(Ignacy Sachs. Quo Vadis, Brasil? In Ignacy Sachs, Jorge Wilheim e Paulo Sérgio Pinheiro (org.).
Brasil: um século de transformações, 2001.)

A partir do fragmento, é correto considerar:

A) A economia brasileira cresceu de forma sustentável apenas na região mais pobre do país, o
Centro-Oeste.

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B) O desenvolvimento da economia brasileira desde a segunda metade do século XX não gerou


um processo justo de distribuição da riqueza criada.

C) O pequeno aumento das riquezas nacionais permitiu que a maior parte dos brasileiros
conquistasse a cidadania plena.

D) Durante o regime autoritário, originário do Golpe de 1964, a distribuição das riquezas


brasileiras foi mais justa do que nos períodos democráticos.

E) Paradoxalmente, a desigualdade na distribuição de renda no Brasil nasceu com a opção de


substituir a agricultura de exportação pela indústria.

Comentários: Gabarito letra B

O texto apresentado ilustra uma característica que é resultado do processo de


industrialização brasileira, evidenciando o desenvolvimento do país em detrimento da
correta distribuição de renda entre as pessoas.

Neste sentido, ainda que o país tenha se tornado uma das grandes potências econômicas
mundiais, isto se deu através de desigualdades sociais e má distribuição econômica,
sobretudo a partir da década de 1950. Os mecanismos de industrialização estiveram
inseridos desde a agricultura até no desenvolvimento das cidades, que ampliaram a
economia brasileira.

Sob as custas dos inúmeros trabalhadores subvalorizados, grandes proprietários de terras e


empresários enriqueceram e contribuem, até os dias atuais, para a manutenção das
desigualdades socioeconômicas no Brasil.

312. O processo de redemocratização do Brasil avançou em 1979, com a extinção do Ato


Institucional número 5 (AI-5) e a anistia política. Ele foi, de certa forma, consolidado, em 1982,
com:

A) a adoção de medidas econômicas liberais.

B) a criação da Lei de Segurança Nacional.

C) as eleições diretas para os governos estaduais.

D) a extensão do direito de voto aos analfabetos.

E) a vitória da oposição no Colégio Eleitoral.

Comentários: Gabarito letra C

A questão aborda o processo de redemocratização brasileiro, ocorrido entre a segunda


metade da década de 1970 e os anos 1980, de forma lenta e gradual. Tal período ocorreu
sob o contexto da Ditadura Militar Brasileira, entre 1964 e 1985.

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O AI-5, que endureceu o poder dos militares, legalizou a censura e favoreceu as torturas aos
opositores políticos do regime, vigorou até dezembro de 1978, quando foi extinto.

Em 1979, foi promulgada, durante o governo de João Baptista Figueiredo (último dos
presidentes militares), a Lei da Anistia, que concedia o “perdão” político a deputados e
perseguidos políticos durante a Ditadura, além de possibilitar o retorno ao Brasil de exilados.
Simultaneamente, tal lei concedia o perdão aos militares que torturaram os opositores,
sofrendo críticas ao longo dos anos.

Como marco da redemocratização política brasileira, é fundamental considerar as eleições


de 1982 para governadores dos Estados. Elas foram as primeiras eleições diretas ocorridas
no Regime Militar, o que incentivou a população a reivindicar eleições diretas para a
Presidência da República, em 1984, com o movimento das “Diretas Já!”.

Elas somente ocorreram, contudo, somente em 1989, com a vitória de Fernando Collor de
Melo.

313. Um dos pontos altos da Constituição é o artigo 5.º, que garante amplas liberdades [...]
Foram asseguradas as liberdades de manifestação, opinião e organização. O crime de racismo
foi considerado inafiançável e imprescritível…

(Marco Antônio Villa. A história das Constituições brasileiras. São Paulo: Leya, 2011, p. 119)

O texto refere-se a atual Constituição brasileira, promulgada em 1988. Os princípios assegurados


pela Constituição

A) comprovam a ausência de preconceitos raciais na sociedade brasileira.

B) garantem à sociedade direitos democráticos, assim como a salvaguarda das diferenças


cultural e étnica.

C) caracterizam o Brasil, desde a independência, como país democrático.

D) legitimam a liberdade de crença no Brasil, com a união entre Estado e religião.

E) reconhecem a impossibilidade de implantação da democracia plena no Brasil.

Comentários: Gabarito letra B

A Constituição Federal promulgada em 1988, também conhecida como Constituição Cidadã,


trouxe uma série de direitos que, anteriormente, com a Carta Magna outorgada em 1967,
não eram garantidos.

Ela levou essa denominação pelo então deputado Ulysses Guimarães, por trazer e garantir
avanços sociais e políticos, sobretudo no que diz respeito às diferenças étnico-culturais, além
de ter sido elaborada em um contexto de redemocratização brasileira, após os 21 anos de
Ditadura Militar (1964-1985).

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O voto universal, eleições diretas para o Executivo, garantia do habeas corpus para presos
políticos, dentre outros direitos humanos que estavam em consonância com a Declaração
Universal dos Direitos Humanos de 1948.

314. Considerando o regime político brasileiro após a Constituição de 1988, pode-se dizer que o
Brasil é um/uma:

A) República democrática parlamentarista.

B) Ditadura democrática nacionalista.

C) República democrática presidencialista.

D) Parlamentarismo republicano.

E) Monarquia republicana democrática.

Comentários: Gabarito letra C

O Brasil é uma república, na qual os representantes do povo são eleitos de forma


democrática, sendo que o chefe do poder executivo é o presidente. Desta forma, o país
constitui-se como uma República Democrática Presidencialista.

315. Associe de forma correta os conceitos abaixo com as definições correspondentes.

1. Nepotismo

2. Corrupção

3. Clientelismo

4. Propina

5. Impeachment

( ) Ato de se utilizar do setor público para benefício próprio ou de colegas, obtendo sobretudo
ganhos financeiros ilícitos.

( ) Ato de contratar ou favorecer parentes através do serviço público.

( ) No Brasil, diz respeito a uma quantidade de dinheiro oferecida a algum agente do Estado para
obter favores ilícitos. É um tipo de suborno.

( ) Troca de favores entre quem detém o poder e o eleitorado que tem como objetivo manter
alguém ou grupo de pessoas no poder.

( ) Ato de destituir, mediante processo político-criminal, algum funcionário de alta categoria


(como Presidente da República, por exemplo) de sua função.

A sequência correta é:

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A) 1, 2, 3, 4 e 5.

B) 3, 5, 2, 4 e 1.

C) 2, 1, 4, 3 e 5.

D) 4, 5, 2, 1 e 3.

E) 5, 3, 1, 4 e 2.

Comentários: Gabarito letra C

Todos os conceitos tratados na questão são comuns ao contexto político brasileiro. É


importante que as pessoas os conheçam para compreender a mecânica inerente a qualquer
sistema político dentro do qual estão inseridas.

316. O rompimento da barragem da Samarco Mineração no distrito de Bento Rodrigues, em


Mariana, Minas Gerais, no dia 05 de novembro de 2015, retomou o debate sobre a privatização
da Companhia Vale do Rio Doce. Sobre essa medida do Governo Federal, assinale a alternativa
CORRETA.

A) A privatização da Vale do Rio Doce foi encabeçada pelo governo de Fernando Collor de Mello,
que tinha uma postura política vinculada ao neoliberalismo mundial.

B) A privatização da Vale do Rio Doce, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e teve como
principal objetivo atrair o capital produtivo internacional.

C) A privatização da Vale do Rio Doce foi negociada no governo do Itamar Franco, como medida
de combate à inflação, que alcançou o percentual de 1764 no ano de 1989.

D) A privatização da Vale do Rio Doce foi encabeçada pelo governo de Fernando Henrique
Cardoso e foi uma medida consensual do ponto de vista político, uma vez que nenhum partido
se opôs à ação.

E) A privatização da Vale do Rio Doce foi feita durante o primeiro governo Lula e teve como
principal objetivo atrair o capital especulativo internacional.

Comentários: Gabarito letra B

No governo de Fernando Henrique Cardoso algumas empresas nacionais foram privatizadas


com o intuito de recuperar a empresa e diminuir os gastos governamentais. Dentre essas
empresas, estava a Vale do Rio Doce.

317. O Brasil contemporâneo é o resultado de vários processos políticos e sociais. As opções a


seguir apresentam marcos significativos desses processos, à exceção de uma. Assinale-a.

A) A estabilização econômica, devido à aplicação do Plano Real a partir de 1994.

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B) A abertura da economia e a redução das tarifas externas, a partir dos anos 1990.

C) A adoção na última década, entre outras políticas distributivas, do aumento persistente do


salário mínimo.

D) A redução do papel do Estado na economia, graças à política de privatização e à instalação


das agências reguladoras na década de 1990.

E) A valorização dos setores industriais ligados à tecnologia da informação, por meio da política
de substituição de importações a partir de 1980.

Comentários: Gabarito letra E

A entrada do Brasil na industrialização sempre ocorreu de maneira lenta e atrasada.


Passamos por alguns processos de substituição de importações, mas entre 1920 e 1930 e
1940 e 1950. Esse processo não ocorreu na década de 1980.

318. Um condicionante decisivo para o triunfo de Collor foi o “agressivo” marketing de sua
campanha. Collor e sua assessoria apostaram na construção da imagem de um candidato jovem,
moderno, decidido e, principalmente, diferente dos demais políticos. Além disso, prometia
moralizar a política e se apresentava como protetor dos “descamisados” e “pés-descalços”,
prometendo-lhes solucionar todos os seus problemas.

MACHADO, Fabiana Michelle de Sousa. Política econômica e política externa do governo Collor
1990-1992. Belo Horizonte: Centro Universitário, 2007.

No campo político-econômico, esse curto governo foi caracterizado pela

A) retração do Brasil para o mercado externo.

B) extinção da inflação e desvalorização cambial.

C) desindustrialização do país, ampliando a agricultura familiar.

D) substituição das importações, retomando o desenvolvimento.

E) adoção de um novo modelo econômico, chamado de Plano Collor.

Comentários: Gabarito letra E

O Plano Collor – nas suas duas versões, Collor I e Collor II – buscava trazer melhorias à
economia brasileira através de algumas medidas até certo ponto radicais, mas não atingiu
seus objetivos.

319. Na história republicana brasileira (1889-2015), os dois presidentes que governaram o país
por períodos mais longos, além de Getúlio Vargas, foram:

A) Fernando Henrique Cardoso e Castello Branco.

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B) Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.

C) Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva.

D) Juscelino Kubitschek e Luís Inácio Lula da Silva.

E) Emílio Garrastazu Médici e José Sarney.

Comentários: Gabarito letra C

FHC e Lula governaram por oito anos devido ao dispositivo da reeleição. Vargas governou
por 19 anos, somando seus dois governos.

320. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre a história do Brasil
contemporâneo.

( ) A expressão “Pacote de Abril” refere-se ao conjunto de decretos editados durante o governo


Geisel que adiou para 1982 a eleição indireta para governadores, modificou a composição do
colégio eleitoral e reforçou a presença do partido governista (ARENA).

( ) O governo de José Sarney foi marcado pela aprovação do mandato presidencial de quatro
anos, pelo controle rígido da inflação com o Plano Cruzado e pela estatização das
telecomunicações no Brasil.

( ) O Brasil passou por um processo de integração política, social e econômica com países da
América Latina, após o período da transição democrática e da definição de uma nova carta
constitucional em 1988.

( ) A estabilidade monetária alcançada a partir do governo de Itamar Franco foi a principal causa
para o fim dos conflitos fundiários no Brasil, na década de 1990, contexto de democratização de
acesso à terra.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A) V – F – V – F.

B) F – F – V – V.

C) F – V – F – V.

D) V – V – F – F.

E) F – V – V – F.

Comentários: Gabarito letra A

A segunda afirmativa é falsa, porque o governo Sarney não alcançou o controle inflacionário
nem a estabilidade da moeda nacional;

A quarta afirmativa é falsa, porque não houve democratização do acesso à terra no Brasil
durante o governo Itamar Franco. Essa democratização, aliás, ainda não foi alcançada no
país.

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321. A imagem a seguir, divulgada no site do jornal O Estado de São Paulo, retrata o movimento
social de grupos que pedem o impeachment do governo de Dilma Roussef na manifestação de
16 de agosto de 2015.

Tendo em vista a experiência democrática brasileira, assinale a alternativa CORRETA.

A) Na ocasião do impeachment de Fernando Collor de Melo, a situação política do Brasil estava


invertida: PSDB no poder executivo, PT na oposição. Tal fato ficou evidente na manifestação
verde-amarela convocada por Collor em 1992, em que a oposição, representada, sobretudo,
pelo Partido dos Trabalhadores, convocou a população a vestir negro em protesto contra a
corrupção.

B) Os grupos que se mobilizaram a favor do impeachment em agosto de 2015 têm base na


experiência histórica da manifestação verde-amarela que tirou Sarney do poder e levou
Fernando Collor de Melo à presidência em 1992.

C) O afastamento de Fernando Collor de Melo do poder executivo brasileiro em 1992, resultado


do processo de impeachment, foi um movimento organizado pelo poder legislativo e não
contou, de forma alguma, com o apoio popular.

D) Nas eleições de 1989, Fernando Collor de Melo contou com um amplo apoio da mídia, o que
contribuiu para a sua vitória. Em 1992, após grande pressão popular, a Câmara dos Deputados
votou pelo afastamento do presidente depois da investigação da CPI que, diferentemente do
contexto político atual, confirmou a sua participação direta em um esquema de corrupção.

E) Diferentemente da situação econômica do contexto das manifestações de 2015, o quadro


econômico do país no governo Fernando Collor de Melo era estável e contava com a novidade
do Plano Real. O impeachment foi resultado, sobretudo, da decepção com a corrupção na
política na incipiente retomada da democracia no Brasil após os anos de Ditadura Militar.

Comentários: Gabarito letra D

A questão estabelece uma comparação entre as manifestações que ocorrem na atualidade


pedindo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e o impeachment que afastou o
presidente Fernando Collor de Melo, em 1992. Collor foi eleito no segundo turno nas eleições
presidenciais de 1989 derrotando Lula. O candidato do PRN contava com apoio midiático. Em
meados de1992, Collor estava envolvido diretamente em escândalos de corrupção e a mídia
estimulou o movimento “Cara Pintada” que culminou com impeachment do presidente
oriundo de Alagoas.

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322. A imagem abaixo retrata cenas do movimento dos caras pintadas que marcou o Brasil
durante o ano de 1992.

Observe que, ao fundo, identificamos Brasília e, em destaque, dois jovens marcam o rosto com
tinta nas cores verde e amarela presentes na bandeira nacional. O país se transformou em um
palco de reivindicações e direcionou o futuro, exigindo:

A) a abertura da UNE e o subsídio do movimento estudantil brasileiro.

B) a renúncia do presidente da Câmara dos Deputados.

C) o fechamento do Congresso Nacional.

D) o impeachment do presidente do Brasil.

E) a anistia e a instalação da Comissão da Verdade.

Comentários: Gabarito letra D

Somente a proposição [D] está correta. A questão aponta para o “Movimento Cara Pintada”
em 1992 que contribuiu para o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. O
vice-presidente da República Itamar Franco assumiu e concluiu o mandato.

323. Com o término da Ditadura Militar em 1985, os primeiros governos civis tiveram como
objetivos:

A) Solidificação das instituições democráticas e estabilização econômica.

B) Reabertura do Congresso Nacional e o estabelecimento de eleições indiretas.

C) Criação do MERCOSUL e rompimento com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

D) Indexação da economia e fim do bipartidarismo.

E) Anistia política aos militares e outorga da nova Constituição brasileira.

Comentários: Gabarito letra A

No pós-ditadura, duas preocupações rondavam o país: a garantia da volta da democracia e a


correção da economia, descontrolada pela dívida externa e pela inflação.

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324. O movimento dos caras pintadas ocorreu no ano de 1992, quando milhões de brasileiros
foram às ruas, liderados por jovens estudantes, pressionando pelo impeachment do então
presidente da república Fernando Collor de Melo. Na atualidade, dois grandes movimentos de
repercussão nacional levaram novamente milhões de jovens às ruas, sendo eles:

A) a luta contra o aumento das passagens de ônibus urbanos em 2013 e contra o fechamento
de escolas em São Paulo em 2015.

B) a luta contra a privatização da Petrobrás em 2014 e pela derrubada do Presidente da Câmara


dos Deputados em 2015.

C) a luta contra a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil em 2013 e a favor da
permanência de Renan Calheiros na Presidência do Senado em 2014.

D) a luta contra a tomada de empréstimos do FMI em 2014 e contra a adesão do Brasil à guerra
ao terrorismo do Estado Islâmico em 2015.

E) a luta contra a emenda da reeleição para Presidente da República em 2013 e a favor do


impeachment da Presidente Dilma Roussef em 2015.

Comentários: Gabarito letra A

A questão aponta para as manifestações com a participação de jovens que ocorreram no


Brasil no contexto da Nova República. Em 1992 ocorreu o movimento “Caras Pintadas”
gerando o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, as manifestações de junho
de 2013 contra as passagens de ônibus urbano e a recente manifestação dos estudantes em
São Paulo contra o fechamento de escolas públicas.

325. O ano de 2016 destaca-se pela realização de um grande evento internacional em terras
brasileiras. Tendo sua origem histórica remontada na vida cultural grega, essa experiência foi
retomada e se apresenta como uma grande expressão de encontro da diversidade dos povos da
terra. Esse ano o Brasil será palco da XXXI edição:

A) do Lollapalooza.

B) da Copa das Confederações.

C) da Copa Mundial de Futebol.

D) do Campus Party.

E) dos Jogos Olímpicos.

Comentários: Gabarito letra E

A questão faz referência aos jogos olímpicos que começaram na Grécia Antiga visando à
confraternização das pólis e homenagear Zeus, o maior dos deuses do Monte Olimpo. No
final do século XIX, estes jogos foram retomados. Em 2016, a cidade do Rio de janeiro será a
sede desta competição.

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326. “Economicamente, o neoliberalismo fracassou, não conseguindo nenhuma revitalização


básica do capitalismo avançado. Socialmente, ao contrário, o neoliberalismo conseguiu muitos
dos seus objetivos, criando sociedades marcadamente mais desiguais e desestatizadas. Política
e ideologicamente, todavia, o neoliberalismo alcançou enorme êxito, disseminando a simples
ideia de que não há alternativas para os seus princípios, que todos têm de adaptar-se a suas
normas.”
ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo. In: SADER, Emir & GENTILI, Pablo (Orgs.). Pósneoliberalismo: as políticas sociais e o
Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 23.

Ao longo da década de 1990, a referida política econômica manifestou-se no Brasil por meio da:

A) nacionalização do Sistema Telebrás.

B) criação da empresa Petróleo Brasileiro S.A.

C) inauguração do Estado de Bem-Estar Social.

D) privatização da Companhia Vale do Rio Doce.

Comentários: Gabarito letra D

O texto do historiador Perry Anderson faz uma análise do Neoliberalismo. O discurso


neoliberal foi defendido pelo Consenso de Washington visando abrir mercado para as
grandes potências escoarem suas mercadorias a partir da década de 1980. Entre as bandeiras
neoliberais estão: livre cambismo, livre concorrência, menor intervenção do Estado na
economia, privatizações, etc. Deve prevalecer o mercado, a “mão invisível”, quanto menos
Estado melhor. A partir da Era Collor, 1990-1992, o Neoliberalismo entrou na nossa agenda
através do processo de privatizações e se fortaleceu ainda mais no governo de FHC. O leilão
para privatização a mineradora Vale do Rio Doce, entre outras estatais, gerou inúmeros
protestos por manifestantes contrários a venda desta empresa.

327. “O que se denominava partido político, na primeira metade do século XIX diferencia-se da
compreensão atual: era mais do que ‘tomar um partido’ e constituía-se em formas de
agrupamento em torno de um líder, ou através de palavras de ordem e da imprensa em
determinados espaços associativos ou de sociabilidade e a partir de interesses ou motivações
específicas, além de se delimitarem por lealdades ou afinidades (intelectuais, econômicas,
culturais etc.) entre seus participantes. Tais grupos eram identificados por rótulos ou
nomeações, pejorativos ou não”.

MOREL, Marco. O período das Regências (1831-1840). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. p.32).

Embora a análise do historiador seja do século XIX, o atual quadro político no Brasil tem
retomado as mesmas caracterizações ao partido que se encontra no poder. Como exemplo disso
podemos evidenciar:

I. Desqualificação do PT e do governo pela mídia.

II. Negação das contribuições sociais, obtidas no Brasil pelo governo do Partido dos
Trabalhadores.

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III. Ofuscamento da imagem do ex-presidente Lula como líder político.

IV. Interdição do atual governo, sob a alegação de superação para a conjuntura atual.

São verdadeiras

A) I, II, III e IV.

B) apenas I, II e III.

C) apenas III e IV

D) apenas, I, III e IV.

E) apenas I e IV.

Comentários: Gabarito letra A

Embora seja discutível, o gabarito considera a alternativa [A] como correta. Há uma grande
polarização no debate sobre política nacional entre “coxinha” e “petralha”, há também muito
ódio permeando a discussão e a influência da mídia é inegável. Tudo isso tem empobrecido
o debate político o que não interessa ao país. Os partidos políticos deveriam trabalhar para
construir um projeto republicano para o Brasil, um projeto de nação e não construir um
projeto de poder como fazem os partidos políticos.

328. Associe os nomes dos presidentes brasileiros do período da Nova República (coluna A) às
características de sua Presidência (coluna B).

Coluna A

1. José Sarney

2. Fernando Collor de Mello

3. Fernando Henrique Cardoso

4. Luís Inácio “Lula” da Silva

Coluna B

( ) Seu mandato foi marcado pela busca da estabilidade monetária, pelo controle da emissão de
moedas e pelo baixo crescimento industrial, devido aos efeitos negativos sobre a indústria,
decorrentes da abertura da economia brasileira ao mercado internacional.

( ) Sua presidência foi marcada pela estabilidade monetária, pelo crescimento da economia,
impulsionado pela exportação de commodities, e pelo incremento do consumo interno, através
de políticas de ampliação de renda e crédito, e de redistribuição de renda.

( ) Seu governo enfrentou uma forte inflação através de planos econômicos como o Plano
Cruzado, o Plano Cruzado II e o Plano Verão, que acabaram fracassando e gerando grande
impopularidade ao presidente no fim de seu mandato.

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( ) Em seu mandato, procurou combater a inflação através do confisco da poupança, tentou


modernizar a economia brasileira, iniciando a sua abertura para o mercado internacional, e
enfrentou grande instabilidade política, perdendo o apoio do Congresso.

( ) Tentou marcar o seu governo pelo slogan “Tudo Pelo Social”, promovendo a criação da
“farmácia básica” e do seguro desemprego, a extensão dos benefícios da previdência ao
trabalhador rural e a aplicação do Programa do Leite.

A numeração correta, de cima para baixo, é:

A) 1 – 2 – 3 – 4 – 3

B) 2 – 3 – 4 – 1 – 2

C) 3 – 1 – 4 – 2 – 4

D) 3 – 4 – 1 – 2 – 1

E) 3 – 4 – 2 – 1 – 4

Comentários: Gabarito letra D

A associação correta é:

3 – FHC – governo marcado pelo controle monetário a partir da criação do Plano Real;

4 – Lula – governo marcado por programas sociais que promoveram a redistribuição de renda
no Brasil;

1 – Sarney – governo marcado por tentativas frustradas de controle da inflação, através dos
Planos Cruzado, Cruzado II e Verão;

2 – Collor de Mello – governo marcado pelo confisco da poupança dos brasileiros e por graves
denúncias de corrupção;

1 – Sarney – “tudo pelo social”, farmácia popular, seguro desemprego e programa do leite
são feitos do governo de José Sarney.

POVOS E REINOS AFRICANOS


Julgue os seguintes itens 329 e 330

329. O nascimento do Brasil como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide
com o esforço das elites locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o
advento da República, em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que
legitimassem a nova ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do
Estado Novo (1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros
de algo sistemático, conduzido pelo governo central.

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Conforme disposição legal, a disciplina história da África, a ser ministrada em todos os níveis de
ensino, deve se restringir, fundamentalmente, ao estudo da escravidão.

Comentários: Gabarito Errado

A afirmativa desta questão está errada, pois o atual texto da Lei 10.639/03 propõe novas
diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana,
englobando uma temática mais ampla do que o fenômeno da escravidão negra, mas também
a história do continente africano. Por exemplo, os professores devem ressaltar em sala de
aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual
os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o
pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música,
culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
(CARVALHO, 2019).

330. No permanente processo de construção da identidade nacional, a determinação legal para


a introdução da história da África nos currículos escolares é mais uma conquista no esforço de
resgatar e reconhecer a importância capital dos africanos e de seus descendentes para a
configuração da sociedade brasileira.

Comentários: Gabarito Certo

A afirmativa desta questão está certa, pois de fato o ensino da história e cultura afro-
brasileira e africana, após a aprovação da Lei 10.639/03, fez-se necessário para garantir uma
ressignificação e valorização cultural das matrizes africanas que formam a diversidade
cultural brasileira. Portanto, os professores exercem importante papel no processo da luta
contra o preconceito e a discriminação racial no Brasil. É importante assinalar também que
a contribuição da África para a cultura universal, a despeito da desqualificação cultivada por
alguns segmentos de opinião, tem sido crescentemente valorizada por um número cada vez
maior de centros acadêmicos e por organismos como a Organização das Nações Unidas para
a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

Apesar de nem sempre acompanhadas da devida atenção por parte de países que, como o
Brasil, deveriam ter pautado essa discussão como prioridade, tais iniciativas evidenciam, de
qualquer modo, a projeção que os estudos africanistas têm alcançado.
(SERRANO; WALDMAN, 2010; CARVALHO, 2019).

331. Escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma nos itens abaixo sobre o
comércio de pessoas e mercadorias no continente africano.

( ) A história da África é marcada desde a antiguidade pelas relações entre tráfico de escravos e
diásporas.

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( ) O comércio escravista sempre se constituiu em uma prática única e específica do continente


africano.

( ) Após a formação de Axum no século III d.C. ocorreu um incremento nos bens comerciais
com ampliação para a venda de escravos.

( ) com a consolidação do mundo muçulmano, desde o século VII d.C. tem havido uma
diminuição na correlação tráfico escravista e diáspora.

Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:

A) F, F, V, V.

B) V, V, F, F.

C) F, V, F, V.

D) V, F, V, F.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa D é a resposta certa, uma vez que a primeira proposição é verdadeira, a segunda
é a falsa, a terceira é verdadeira e a quarta é falsa.

A primeira proposição é verdadeira, porque de fato desde a antiguidade a história da África


é marcada pela escravidão e diásporas, assim como nas outras partes do mundo antigo. Mas
a escravidão moderna, que os europeus impuseram nas colônias na América com a força de
trabalho africana, foi bem diferente da escravidão nos reinos e cidades-Estado africanas, que
também apresentou características particulares. Na África antiga, havia escravos que
trabalhavam ao lado de camponeses e artesão livres, executando o mesmo tipo de tarefas.
Não era incomum que depois de alguns anos os escravos se integrassem à comunidade
dominante. Seus filhos nasciam livres. Certos escravos podiam se destacar e se tornar
importantes administradores de fazendas, palácios e negócios públicos.

A segunda proposição é falsa, porque a escravidão não é um fenômeno historicamente


específico do continente africano. Na antiguidade as populações inimigas, quando vencidas,
eram escravizadas, independentemente das suas características raciais, culturais e
linguísticas ou do seu status social e político. Na própria Europa ocidental, berço das nações
que tomaram dianteira no processo mercantilista e onde a estereotipia do escravo foi
cultivada com todo esmero possível, muitos grupos não escaparam dessa sina. Contudo, o
ápice da escravidão na Europa ocorreu entre as populações eslavas do Leste. Abrigando
grupos que no alvorecer da Idade Moderna ainda permaneciam “pagãos”, essas populações
foram alvo de cruzadas implacáveis que reduziam muitos dos capturados a condição de
escravos vendidos para países estrangeiros. É, portanto, uma mitologia dizer que a África é
o continente da escravidão.

A terceira proposição é verdadeira, uma vez que de fato após a formação de Axum no século
III d.C. ocorreu um incremento nos bens comerciais com ampliação para a venda de escravos.
Mas desde o século V a. C., onde hoje está a Etiópia, já se desenvolveu o Reino de Áxum. Em
certo momento, Áxum chegou a ser a potência dominante da região, entre o Império
Romano e o Império Persa.

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Através do porto de Adulis, no Mar Vermelho, tinham contanto com comerciantes da Arábia
antes de surgir o Islamismo, além de comerciantes da China e da Índia. Adulis exportava
escravos, marfim e chifres de rinoceronte. Apesar do reino sofrer perdas para os invasores
árabes e persas, manteve-se de pé e cristão durante os mil anos seguintes.

A quarta proposição é falsa, porque o contato efetivo e permanente dos europeus com os
africanos ocorre no século XV, quando intensifica o tráfico de escravos pelo atlântico, até
mesmo de regiões árabes. Além disso, mais tarde, no século XIX, quando vigorou o avanço
da industrialização, a escravidão proporcionada pelos árabes se intensificou, num cenário em
que o continente africano deixa de ser requisitado para fornecer escravos e passa a ser
solicitado para exportar guano, ouro, diamante, óleo de palmas e madeiras de lei.
(SERRANO; WALDMAN, 2010; SILVA FILHO, 2013).

332. A questão da islamização da África e a história do Sudão possui a seguinte particularidade:


o reino cristão da Núbia resistiu às incursões muçulmanas e, apenas no século XIII, com a invasão
egípcia, o norte se converteu ao Islã. A vontade de impor a nova religião também para o sul
cristão foi uma das causas da guerra civil que ainda hoje continua. Sobre a islamização sudanesa,
é correto afirmar que se trata de um processo

A) heterogêneo e mais ligado às classes dirigentes sudanesas.

B) dinâmico e carismático que atinge todos os níveis sociais do Sudão.

C) uniforme e baseado em uma visão ortodoxa e radical.

D) sincrético, com grande difusão do sufismo adaptado às culturas locais.

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta certa, pois de fato a islamização sudanesa foi um processo


heterogêneo e mais liga às classes dirigentes, principalmente. No século VI da era cristã,
missionários cristãos entraram na Núbia e converteram três importantes reinos da região. O
mais poderoso deles foi o de Makuria. Esses reinos cristãos negros coexistiram por vários
séculos com seus vizinhos muçulmanos no Egito, constituindo-se baluartes contra o avanço
do islamismo. Do século XIII ao XV, porém, nômades árabes emigraram do Egito para o
Sudão, o que provocou o colapso dos reinos cristãos. Os árabes se instalaram e controlaram
a região norte. O sul escapa ao controle muçulmano e sofre incursões de caçadores de
escravos.

A alternativa B está incorreta, pois a islamização do Sudão só atinge níveis sociais mais
amplos, homogeneizando-se, no princípio do século XVI, quando por volta de 1500, uma
confederação árabe e os Funjes (ou Fungues) puseram fim ao reino de Alódia, reino cristão
mais meridional do Sudão. Daí em diante, a metade norte do Sudão abrigaria povos
racialmente mesclados, na maioria muçulmanos e árabes.

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A alternativa C também está incorreta, pois a islamização do Sudão não poder ser
considerado um processo uniforme, na medida em que inicialmente apenas as classes
dirigentes se alinharam ao islamismo. Apenas na época moderna que o islamismo ganha
uniformidade no Sudão.

A alternativa D também está incorreta, pois o sincretismo, com grande difusão do sufismo
adaptado às culturas locais, é um fenômeno que advém da modernidade com a ampliação
da religião entre as classes sociais, não podendo ser considerado desde o período medieval.
Muitos sufis na África são sincréticos, praticando crenças folclóricas tradicionais. Salafistas
criticam os folcloristas sufis, pois alegam ter incorporado crenças "não-islâmicas" em suas
práticas, tais como a celebração dos vários eventos, visitando os santuários de "santos
islâmicos", dançando durante a oração (dançarinos dervixes ou "dervixes rodopiantes"). A
África Ocidental e o Sudão têm várias ordens sufis, considerados com ceticismo pelos mais
estritos ramos do Islã no Oriente Médio. A maioria das ordens sufis na África Ocidental
enfatizam o papel de um guia espiritual (marabu) ou a posse de poderes sobrenaturais,
considerada como uma africanização do Islã.

(FRANCISCO, 2019).

333. As relações entre o Egito e os outros Estados africanos do curso do Nilo, como de Napata e
Méroe, foram marcadas por trocas intensas e pela fundação de uma dinastia etíope ou
sudanesa, criada com a tomada do poder faraônico por reis kushitas.

Comentários: Gabarito Certo

A afirmativa desta questão está correta, de modo que a princípio uma colônia egípcia, Kush
mais tarde veio a dominar o Egito e boa parte do vale do rio Nilo. Sua civilização reunia a
cultura egípcia e a de outros povos africanos. O reino de Kush era muito rico. Além de possuir
minas de ouro e terras cultiváveis, ficava em uma ótima localização para comerciar com
outros povos. Os cuchitas transportavam mercadorias pelo rio Nilo e também por estradas
que levavam ao mar Vermelho.

Eles vendiam ouro, incenso, marfim, ébano, óleos, penas de avestruz e pele de leopardo. A
Núbia originalmente era parte do Egito antigo. Durante o século XV a.C., o Egito dividiu a
Núbia em duas partes. Kush era a parte sul. Por volta do século XI a.C., o Egito enfraqueceu.
No século VIII a.C., os cuchitas o conquistaram, mas não conseguiram dominá-lo por muito
tempo. No século VII a.C., os assírios, da Ásia, os repeliram de volta à Núbia. Kush tornou-se
um reino menor do vale do Nilo e assim permaneceu durante quase mil anos. Por volta do
ano 350 da era cristã, o reino de Aksum acabou por liquidá-lo.
(ENCYCLOPÆDIA-BRITANNICA; CAPES, 2019).

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334. Acerca dos reinos africanos pré-coloniais, assinale a opção correta.

A) Os dilemas decorrentes dos achados arqueológicos das ruínas do grande Zimbábue foram
esclarecidos com a descoberta de fontes escritas que permitiram desvendar a história desse
reino e, principalmente, as razões de seu declínio.

B) Os portugueses desconsideravam as organizações africanas, por isso o uso da força era a única
estratégia de dominação dos portugueses contra os africanos.

C) A África Oriental encontrava-se ainda inexplorada no momento em que os europeus ali


chegaram, ao final do século XV.

D) O Reino do Congo, cuja economia incluía atividades rurais e um rico comércio de tecidos,
metais e animais, entrou em decadência no século XV, momento em que foi rapidamente
conquistado por Portugal.

E) A segurança experimentada ao sul do Saara durante o Império Malinês facilitou a expansão


do islã para a região. Nesse contexto, a cidade de Tombouctu tornou-se uma importante
referência de erudição muçulmana.
Comentários: Gabarito letra E

A alternativa A está incorreta, pois o declínio do grande Zimbábue ocorreu no período das
colonizações europeias na África subsaariana, principalmente com as investidas de Portugal
na região em busca de escravos. Os portugueses destruíram o comércio e começaram uma
série de guerras que deixaram o império em quase colapso no início do século XVII. Como
resposta direta à agressão portuguesa no interior, surgiu um novo estado Kalanga chamado
Império Rozwi.

Baseando-se em séculos de desenvolvimento militar, político e religioso, o Rozwi (que


significa "destruidores") removeu os portugueses do platô do Zimbábue pela força das
armas. Os conflitos ocorreram em períodos distintos e frequentes, mas foi no século XIX que
o Zimbábue foi finalmente colonizado pelos ingleses. Os britânicos chegaram com Cecil
Rhodes British South Africa Company em 1898, e o nome Rodesia do Sul foi adotado na
região. E o país ganhou independência oficial como Zimbábue apenas em 18 de abril de 1980,
quase um século depois.

A alternativa B é falsa, uma vez que os portugueses fizeram diversas investidas comerciais na
África, das quais utilizavam-se práticas “diplomáticas”. É certo que houve inúmeras
estratégias de dominação dos africanos, usando da força bélica principalmente, mas não
cabe generalizações. O próprio tráfico de escravos no Atlântico dependia de uma relação
com as organizações africanas que já estavam estabelecidas, de modo a realizar o comércio
com grupos que capturavam seus inimigos e comercializavam com os portugueses.

A alternativa C também é falsa, de modo que a África Oriental compreende à região mais a
Leste do continente, que é a região dos grandes lagos, com poucos rios, mas com realce para
o Nilo, que teve grandes povoações no seu entorno ao longo da História da África. A
população dessa região dedica-se principalmente à agricultura e criação de gado. As
principais culturas são: café, banana, copra, algodão, caju e amendoim. A criação de gado
bovino e de ovinos é habitual nesta região. Os países dessa região são: Tanzânia, Uganda,
Ruanda, Burundi, Quênia, Etiópia, Somália, Djibuti, Eritreia, Madagascar, Seychelles,
Comores, Maurício e Ilha da Reunião.

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A alternativa D também é falsa, pois o Reino do Congo não entra em decadência no século
XV, tampouco é rapitamente conquistado por Portugal. Só para se ter uma ideia da grandeza
desse reino, a capital tinha dezenas de milhares de habitantes, maior do que muitas cidades
europeias do século XVII e impressionou os portugueses pela organização e beleza das casas,
decoradas com tecidos nas paredes. No que temos relato, com a chegada das caravelas
portuguesas, o Reino do Congo, já em meados do século XV, possuía uma estrutura política
descentralizada, tendo por base as chefias das aldeias. O reino era constituído por uma
aristocracia dominante composta de 12 candas, ou clãs, localizados ao redor de Banza Congo,
sede do reino bacongo. O processo de escolha de um rei era eletivo com a participação da
aristocracia representada pelos muxicongos de cada canda de Banza Congo. O eleito, porém,
deveria ser descendente do rei. Como o rei podia casar-se com várias mulheres pertencentes
às candas, os chefes menores estavam ligados a ele por parentesco, assim o poder mantinha-
se circulando entre os aristocratas. Mas o modo de organização do reino, principalmente em
sua estrutura social, nos costumes e na religião, foi modificado devido a influência dos
portugueses, sobre os chefes locais. O catolicismo quebrou os alicerces que permitiam uma
harmonia na sociedade congolesa, pois o catolicismo em seus preceitos chocava-se com as
práticas da poligamia, da sucessão ao poder a partir da linhagem matrilinear e do direito de
primogenitura.

A alternativa E está correta. O Império do Mali foi um estado grande e rico que existiu na
África ocidental do século XIII ao XVI. Expandiu-se a partir de um pequeno reino chamado
Cangaba, às margens do rio Níger, para uma vasta área que incluía algumas das mais
importantes regiões comerciais da época. O comércio e a mineração de ouro foram
responsáveis pela riqueza do Mali. O Mali era um reino do povo malinqué. Seu fundador
chamava-se Sundiata Keita. Ele assumiu o poder em Cangaba por volta de 1230 e começou a
conquistar as terras ao redor, que eram ricas em minerais valiosos como ouro e sal. O império
cresceu rapidamente. O mais famoso imperador do Mali foi Musa, que ascendeu ao trono
por volta de 1307. Musa era muçulmano, embora muitos de seu povo cultuassem seus
deuses tradicionais. Sua grande peregrinação (viagem religiosa) em 1324 à cidade sagrada
de Meca tornou o Mali famoso na faixa que vai do centro-norte da África à Arábia. Dizem
que ele levou consigo 60 mil seguidores e escravos ricamente vestidos. Também se diz que
cada um dos oitenta camelos de sua caravana carregava 135 quilos de ouro. Musa
acrescentou as cidades comerciais de Tombuctu e Gao ao seu império. Em seguida, ordenou
a construção de muitos edifícios nessas cidades e em outros lugares. Alguns desses edifícios
eram lugares de culto muçulmano, como a Grande Mesquita de Tombuctu. Ele também
apoiou artistas e eruditos, tendo criado uma Universidade em Tombuctu durante seu
reinado. Como a cidade era um grande centro de estudos superiores islâmicos, havia intenso
comércio de livros de Matemática, História, Medicina, Lógica e Astronomia. Um velho
provérbio africano dizia que “O sal vem do norte, o ouro vem do sul, mas as palavras de Deus
e os tesouros da sabedoria vêm de Tombuctu”. O império começou a declinar no século XV.
Algumas das cidades se rebelaram contra os governantes e outras foram atacadas pelos
povos vizinhos. Em 1550, o Império do Mali havia perdido grande parte de seu poderio. Seu
nome permanece hoje no moderno país chamado Mali, que resultou de três impérios: o do
Mali, o de Gana e o Songai.
(SERRANO; WALDMAN, 2010; ENCYCLOPÆDIA-BRITANNICA; CAPES, 2019).

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335. No período que se estendeu de 1500 a 1800, estabeleceu-se um novo sistema


geoeconômico orientado para o Atlântico, com seu dispositivo comercial triangular ligando a
Europa, a África e as Américas. A abertura do comércio atlântico permitiu à Europa e, mais
particularmente, à Europa Ocidental, aumentar sua dominação sobre as sociedades das
Américas e da África.

Desde então, ela teve um papel principal na acumulação de capital gerado pelo comércio e pela
pilhagem, organizados em escala mundial.

M. Malowist. A luta pelo comércio internacional e suas implicações para a África. In: Allan Ogot
Bethwell (ed.). História geral da África: África do século XVI ao XVIII. Brasília: UNESCO, 2010, p.
2 (com adaptações).

A respeito de aspectos ligados ao processo histórico de que trata o texto apresentado, assinale
a opção correta.

A) As mudanças ocorridas no continente africano entre os séculos XVI e XIX deram-se


exclusivamente em resposta às ações europeias e, marcadamente, ao moderno tráfico de
escravos.

B) A África subsaariana era, em sua totalidade, desconhecida dos europeus até sua costa ter sido
alcançada pelas embarcações portuguesas.

C) A África apresentava grande diversidade cultural, social e política. Em termos políticos, por
exemplo, os portugueses se depararam com potentados grandiosos, como o Império do Mali e
o Reino do Congo.

D) As regiões costeiras da África eram as únicas fontes de cativos para o tráfico atlântico.

E) As dinâmicas internas da sociedade europeia foram pouco influenciadas pelo contato com os
povos africanos e americanos, ocorrido a partir da expansão marítima.

Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A é falsa, de modo que a estrutura a afirmativa da margem para a interpretação


que enxerga a África composta por agentes passivos que precisaram do impulso das
investidas europeias para ter uma resposta de mudanças. Na verdade, quando os europeus
estabeleceram contato com regiões antes desconhecidas da África subsaariana, eles
encontraram reinos desenvolvidos e bem estruturados, com cidades maiores e mais
populosas do que as grandes e tradicionais europeias.

A alternativa B também é falsa, pois os europeus podiam até não ter contato direto com
certas regiões da África subsaariana, mas não se pode afirmar que desconheciam por
completo da sua existência. Uma visão europeia do continente africano seria a de que este
enfrentasse uma condição de isolamento, observando relatos referentes à dificuldades em
ultrapassar barreiras, como as corredeiras dos rios, que podemos dar um exemplo das
Cataratas de Livingstone, localizadas num ponto onde o Rio Zaire limita com a declividade
das áreas planálticas, que configurariam um obstáculo a ser vencido. Entretanto, tais
discursos são exclusivamente europeus, pelo fato desses acidentes naturais dificultarem a
eles o acesso ao interior do continente. Já para as populações locais tais rugosidades nunca
se revestiram da dramaticidade pregada pela visão colonialista.

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Aliás, essas barreiras poderiam ser antes entendidas como muralhas naturais para deter a
invasão europeia, mas de forma alguma seriam obstáculos à civilização.

A alternativa C está correta, de tal modo que o continente africano teria sido o palco de
diversas sociedades organizadas e estruturadas muito antes dos europeus. Por exemplo,
desde o século XIII, numa região banhada pelo rio Níger, imperou o Reino do Mali. Já o Reino
do Congo contava com uma capital, por exemplo, que tinha dezenas de milhares de
habitantes, maior do que muitas cidades europeias do século XVII e impressionou os
portugueses pela organização e beleza das casas, decoradas com tecidos nas paredes.

A alternativa D está incorreta, de modo que a escravidão configurou como um sistema


complexo que envolvia diversos agentes, desde os traficantes ou mercadores de escravos até
os povos da África que combatiam seus inimigos. Os povos africanos faziam guerras uns com
os outros e os vencidos eram vendidos como escravos para os europeus. Assim, os traficantes
de escravos obtinham suas mercadorias humanas, que vinham de toda parte, não só da
costa, mas de regiões até mesmo distantes. O tráfico escravista enriqueceu muitos reinos
africanos. Isso estimulou os Estados do continente a fazerem mais guerras contra outros
reinos, exclusivamente para conseguir mais escravos que seriam vendidos aos europeus.
Algumas vezes, os “aristocratas” africanos escravizavam até mesmo pessoas do próprio
povo, acusadas de terem cometido algum crime.

A alternativa E também é falsa, de maneira que um dos grandes fenômenos da Idade


Moderna foi justamente o contato dos europeus com as populações ameríndias e sul-
africanas, pois houve grande transformação na consciência dos europeus, especialmente
sobre suas crenças, religiosidades, organizações político-econômicas, etc. As Grandes
Navegações são lembradas não só pelas conquistas dos europeus, mas pelo confronto de
culturas, de onde as nações europeias desejavam saírem vitoriosas. Foi no conjunto desses
acontecimentos que a Europa viu a transição do sistema feudal para o sistema capitalista,
bem como a queda da aristocracia e a ascensão da burguesia. Até mesmo o imaginário dos
europeus também viu transformações, com novas visões de mundo, novas filosofias e a
ressignificação do conceito de homem.
(SERRANO; WALDMAN, 2010; SILVA FILHO, 2013; ENCYCLOPÆDIA-BRITANNICA; CAPES, 2019).

336. Entre os séculos VIII e XVII, a África ao sul do deserto do Saara era habitada por vários povos
negro‐africanos, cada um com seu jeito próprio de ser. Alguns desses povos construíram
impérios e reinos prósperos e organizados, como o Império do Mali e o Reino do Congo. Há
poucos documentos escritos sobre o Mali; os vestígios arqueológicos (vasos, potes, panelas,
restos de alimentos e de fogueiras) também são reduzidos. Dentro do contexto da história
africana e de alguns impérios como o Mali, conferia‐se a importância notável aos griots, que:

A) Representavam o grupo majoritário na sociedade, pois, como guerreiros, cuidavam da


segurança e das estratégias de guerra.

B) Eram os líderes religiosos, que baseados em conhecimentos ancestrais, ainda mantêm intacta
a religião de seus antepassados.

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C) Eram os indivíduos que tinham o compromisso de preservar e transmitir histórias, fatos


históricos, os conhecimentos e as canções de seu povo.

D) Detinham o poder entre as mais variadas tribos por serem os únicos proprietários de terras,
responsáveis por distribuir o trabalho e a produção.

Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A é falsa, uma vez que os griots não eram guerreiros e nem eram um grupo
majoritário, ao passo que os griots eram guardiões da palavra, pessoas escolhidas,
geralmente entre os anciãos, para exercer a função de conduzir os ensinamentos na
comunidade em que vivia.

A alternativa B também é falsa, de modo que o griot não era um líder religioso, apesar de
que as histórias que contava certamente eram povoadas de figuras míticas e heroicas da
religiosidade. Em todo caso, o líder religioso nas comunidades africanas era considerado o
conselheiro mais importante, abaixo apenas do grande líder na hierarquia tribal.

A alternativa C está correta, pois de fato os griots eram os indivíduos que tinham o
compromisso de preservar e transmitir histórias, fatos históricos, os conhecimentos e as
canções de seu povo.

Além de contadores de histórias, também eram mensageiros oficiais e guardiões de tradições


milenares. Eram responsáveis por firmar transações comerciais entre os impérios e
comunidades e passar aos jovens ensinamentos culturais, sendo hoje em dia a prova viva da
força da tradição oral entre os povos africanos. Utilizando instrumentos musicais como o
Agogô e o Akoting (semelhante ao banjo), os griots estavam presentes em inúmeros povos
da África, transitando entre os territórios para firmar tratados comerciais por meio da fala e
também ensinando às crianças de seu povo o uso de plantas medicinais, os cantos e danças
tradicionais e as histórias ancestrais.

A alternativa D também é falsa, uma vez que os griots não eram proprietários de terras, mais
sim guardiões da tradição, estando presente ainda hoje em muitos lugares da África
Ocidental, incluindo Mali, Gâmbia, Guiné e Senegal, e entre os povos Fula, Hausá, Woolog,
Dagomba e entre os árabes da Mauritânia.
(SERRANO; WALDMAN, 2010; PEREIRA, 2019).

337. Os estudos africanos, área de crescente interesse entre os historiadores brasileiros, têm
revelado a existência de um grande número de sociedades e culturas na África que poderiam
ser estudadas nas escolas. Além disso, há algumas décadas, pesquisadores africanos produzem
qualificadas investigações que possibilitam o reconhecimento de importantes contribuições do
passado africano para o patrimônio histórico da humanidade.

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir, a respeito do processo
de humanização e das dinâmicas na formação das sociedades africanas.

O aparecimento dos Estados em África ocorreu por influência das sociedades orientais e
mediterrâneas; as sociedades africanas antigas desconheciam as organizações estatais.

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Comentários: Gabarito Errado

A afirmativa desta questão está errada, de tal modo que quando os europeus vieram a ter
contato direto com as comunidades africanas, eles se surpreenderam, pois encontraram
organizações sociais bem estruturadas. Além disso, desde tempos muito remotos, o que se
presenciava na África era uma intrincada rede de caminhos ou de trocas. Evidentemente, os
circuitos articulados pelo comercio de longa distância, tanto o marítimo quanto o saariano,
pela própria natureza que os animava, desdobraram-se em epifenômenos que diferem dos
relacionados com o mercado local. A intensificação das trocas induziu uma especialização,
engendrando centros urbanos cuja finalidade exclusiva era o intercambio. Temos assim uma
infinidade de grupos humanos que se organizaram em sociedades complexas desenvolvendo
atividades econômicas, políticas e culturais. Dois grandes grupos étnicos podem ser
identificados separados pelo Saara: ao norte, o grupo árabe Berbere com um patrimônio
genético mediterrâneo; e ao sul o grupo negro originado dos troncos sudanês e bantu e
algumas variantes locais. A expansão de grupos étnicos influenciou na criação dos reinos
africanos. A união de várias etnias e sua posterior organização política foram os primeiros
passos para o desenvolvimento dos reinos africanos. Alguns reinos se destacaram na história
da África, como o reino de Kush, o reino Songhai, o reino do Kongo, o reino de Mali. Deste
modo, entende-se que muitas ideias sobre a África são parte de uma impregnação de valores
que nunca se distanciaram da ambição de dominá-la. São ideias que mostram um certo
retrocesso, que partem de interpretações mal analisadas, impregnadas com discursos em
que a elevação do ego se vê na necessidade de manter a superioridade europeia, do homem
branco sobre o negro. Nesse sentido, é muito importante estudar a África com outros olhos.
Tentar vê-la como ela é: um continente plural.
(SERRANO; WALDMAN, 2010; ENCYCLOPÆDIA-BRITANNICA; CAPES, 2019).

A HISTÓRIA, SEU ENSINO E APRENDIZAGEM, USOS,


CONCEITOS, MÉTODOS E TEORIAS. HISTORIOGRAFIA

338. O grande medievalista francês Marc Bloch, autor do clássico Apologia da História ou o ofício
do historiador, inaugurou a concepção de “história como problema”, em oposição a uma
historiografia positivista que se apoiava em fatos, datas, grandes nomes e heróis. Com Lucien
Febvre, ele foi um dos criadores da moderna historiografia conhecida como Escola dos Anais
(Annales).

Relativamente às transformações pelas quais passou a produção e a escrita do conhecimento


histórico a partir das primeiras décadas do século XX, julgue o item seguinte.

Uma característica marcante da nova história, na esteira das inovações trazidas pela Escola dos
Anais, foi o radical afastamento da história em relação às demais ciências humanas e sociais.

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Comentários: Gabarito Errado

A afirmativa dessa questão está errada, uma vez que uma das grandes inovações da Escola
dos Annales foi justamente a interdisciplinaridade, isto é, o aproveitamento e o diálogo com
outras disciplinas, como a sociologia, a geografia, a estatística, a demografia, a ciência
política, a psicologia, a linguística, a antropologia etc.: estiveram fornecendo
frequentemente conceitos e metodologias aos historiadores, e certos desenvolvimentos em
campos como História Cultural ou a História das Mentalidades não teriam sido possíveis,
certamente, sem os respectivos diálogos interdisciplinares com a Antropologia e com a
Psicologia. A Escola Positivista, que surgiu no século XIX, foi que segregou as disciplinas
definindo campos específicos de investigação demarcados com barreiras aparentemente
intransponíveis. A Escola dos Annales e, na esteira, a Nova História, ou terceira geração dos
Annales, rompeu com essa postura disciplinar enveredando para outras propostas
historiográficas, com novos problemas, novas abordagens e novos usos do passado. O fato
sobre a interdisciplinaridade é que, ao se colocarem em contato dois campos disciplinares
podem enriquecer sensivelmente um ao outro nos seus próprios modos de ver as coisas e a
si mesmos. Particularmente a História, no decorrer do século XX e além, foi beneficiada por
uma longa história de contribuições interdisciplinares às concepções e abordagens dos
historiadores.
(D'ASSUNÇÃO BARROS, 2012).

339. Considere a seguinte proposição: “Para superar a escola vazia de conhecimentos


significativos, é necessário que os docentes alcancem um domínio complexo daqueles
conteúdos que têm de ensinar, sob pena de se limitarem ao domínio da forma sem conteúdo”.
CAIMI, Flávia. O que precisa saber um professor de história?
História & Ensino, Londrina, v. 21, n. 2, jul./dez. 2015, p.112-3. Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/histensino/article/ view/23853

O que se espera do professor de história em relação ao domínio complexo do conteúdo é que


ele

A) reconheça todos os componentes do conteúdo, datas, nomes e eventos, para que possa
transpô-los ao aluno de forma que este conheça como foi o passado.

B) promova o conhecimento do conteúdo pelo aluno, no plano abstrato, já que a associação do


conteúdo histórico com a realidade em que vivemos não é possível.

C) conheça o conteúdo em aspectos como a sua historicidade, a natureza dos conceitos nele
presentes e reconheça sua relevância como fundamental para torná-lo significativo para o
aluno.

D) desenvolva a capacidade mnemônica através do estudo da história de forma a conseguir


realizar esta tarefa em seus alunos, tornando-os exímios conhecedores do passado.

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Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A é falsa, pois é errado a ideia que compara o professor de História a uma
enciclopédia, onde pode se encontrar a descrição pronta de todos os conteúdos, datas,
nomes e eventos históricos. Na verdade, o conhecimento do professor de História é
construído, remontado, adaptado aos contextos e cultura das salas de aula, não devendo ser
considerado como algo uniforme e horizontal.

A alternativa B também é falsa, pois mesmo que o conteúdo trabalhado pelo professor de
História esteja estritamente vinculado ao que já não é mais, isto é, o tempo passado, não que
dizer que seja algo inacessível. O trabalho do professor de História, bem como do historiador,
tem como chave de acesso ao passado algumas ferramentas específicas, como a memória,
os documentos, os artefatos, os monumentos, construções, relatos, contos, músicas, práticas
culturais, modos de viver etc.

A alternativa C está correta. O se defende é a centralidade do professor de História como um


agente mediador decisivo na concretização das finalidades educativas desta disciplina e
questiona-se acerca de quais conhecimentos e capacidades um professor de História precisa
manejar para dar conta das exigências que emergem dos atuais contextos social e escolar.
No raciocínio empreendido, destaca-se três principais conjuntos de saberes a serem
instrumentalizados na docência em História, a saber: os saberes a ensinar, circunscritos na
própria história, na historiografia, na epistemologia da história, os conceitos historiográficos,
dentre outros; os saberes para ensinar, que dizem respeito, por exemplo, à docência, ao
currículo, à didática, à cultura escolar; e os saberes do aprender, que se referem ao aluno,
aos mecanismos da cognição, à formação do pensamento histórico etc.

A alternativa D também é falsa, ao passo que o aprendizado da História não se trata de uma
tabuada em que o estudante precisa decorar o conteúdo. O ensino de História deve ser
voltado muito mais para o objetivo de que os estudantes possam fazer relações orgânicas e
trabalhar o conhecimento mediante uma consciência histórica, do que um processo
mecânico de memória e decoração.
(LOWENTHAL, 1998; CAIMI, 2015).

340. Como o objeto da história (entendida como um constructo teórico) é o que aconteceu,
abstraído tanto do presente quanto do futuro, então o tempo torna-se um dos elementos
determinantes do conceito de história. Parece-me, no entanto, que nem a relação que o tempo
mantém com outros elementos nem o sentido específico do seu efeito na história foram
identificados até hoje com a clareza desejável, tampouco com a clareza possível.

Georg Simmel. O problema do tempo histórico [1916]. In: Simmel. Ensaios sobre teoria da
história. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011, p. 9 (com adaptações).

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item seguinte, relativos à relação
entre tempo e história.

A noção tripartite do tempo histórico desenvolvida em meados do século XX pelo historiador


francês Fernand Braudel está calcada na distinção entre evento, conjuntura e longa duração.

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Comentários: Gabarito Certo

A afirmativa desta questão está certa. Fernand Braudel se tornou um dos mais conhecidos
expoentes da Escola dos Annales. A obra de Braudel definiu uma segunda geração na
historiografia dos Annales e foi muito influente nos anos 1960 e 1970, especialmente por sua
obra, O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico na época de Felipe II. Talvez algumas das
contribuições mais criativas tenham sido as experimentações em torno das novas formas de
lidar com o tempo. É possível encontrar três formas de temporalidade diferentes: a primeira
é referente a uma história quase sem tempo, de longa duração (homem e ambiente); já a
segunda uma história das estruturas civilizacionais dos territórios banhados pelo
mediterrâneo, formando uma conjuntura (tempo lento); a terceira uma história dos
acontecimentos ou eventos (tempo curto). Braudel chega a falar das diferenças entre o
tempo do historiador e o tempo do sociólogo. Para ele, o historiador passaria do tempo curto
ao longo e depois ao muito longo, proporcionando uma análise aprofundada, dentro daquilo
que Braudel chama de história inconsciente (que ultrapassa a simples superficialidade dos
eventos). Já o sociólogo estaria mais voltado apenas para análise particular, não dando
ênfase ao todo. Sendo assim, segundo o pensamento Braudeliano, a história lidaria muito
melhor com a temporalidade do que a sociologia e as demais ciências sociais, proporcionado
uma análise completa e aprofundada. Por isso, ela seria superior às outras ciências.

(REIS, 2012).

341. Leia as afirmativas sobre o conceito de História do Tempo Presente.

I) Refere-se ao campo da história que se dedica aos estudos do período após a II Guerra ao final
do século XX.

II) Consiste na produção historiográfica na qual não houve ruptura cronológica entre o tempo
dos acontecimentos e o tempo da escritura de sua história.

III) Identifica-se com os estudos historiográficos da História Contemporânea, que utilizam como
metodologia a história oral.

IV) Campo da história em que o historiador é contemporâneo dos acontecimentos que ele
estuda, não havendo, portanto, o elemento de alteridade próprio dos estudos de períodos mais
afastados.

Assinale a alternativa que apresenta somente afirmativas CORRETAS:

A) I, III e IV

B) II e III

C) I e III

D) I e IV

E) II e IV

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Comentários: Gabarito letra E

A alternativa E está correta, pois apenas as proposições II e IV são verdadeiras.

A noção de “história do tempo presente” remete a uma noção que é ao mesmo tempo
banalizada, controversa e ainda instável. Ela implica em uma reflexão sobre o “Tempo”, que
foi durante longa data o impensado da disciplina histórica. Mas uma boa definição é a história
do tempo presente é um campo dos estudos históricos voltado à análise das rupturas e
permanências do passado no presente. Baseando-se no entendimento ampliado do ofício do
historiador, a história do tempo presente pode ser pensada como mais uma renovação no
campo da disciplina História ao deslocar o centro da pesquisa histórica do passado para o
presente, colocando problemáticas que partem do presente para análise do passado. Deste
modo, o que os estudiosos do campo propõem é compreender, a partir do presente, a
constituição de permanências e rupturas temporais que, de algum modo, possuem eco ou
reverberação na atualidade. Diferentemente da História do presente, da História imediata
ou ainda do Jornalismo, a história do tempo presente busca colocar em contexto histórico as
sociedades atuais por meio da investigação da construção de seu passado e de seus usos
públicos e políticos, argumentando que o tempo presente não é uma dimensão ligada apenas
ao imediato, mas sim permeada por camadas de passados, lembranças e experiências.
(DOSSE, 2012).

342. “Defendo vigorosamente a opinião de que aquilo que os historiadores investigam é real. O
ponto do qual os historiadores devem partir, por mais longe dele que possam chegar, é a
distinção fundamental, para eles, absolutamente central, entre fato comprovável e ficção, entre
declarações históricas baseadas em evidências sujeitas a evidenciação e aquelas que não o são.
Nas últimas décadas, tornou-se moda (...) negar que a realidade objetiva seja acessível, uma vez
que o que chamamos de 'fatos' apenas existem como uma função de conceitos e problemas
prévios formulados em termos dos mesmos.”

HOBSBAWM, Eric. Sobre história. São Paulo: Companhia da Letras, 1998.

Nesse trecho, o autor

A) alega que a realidade objetiva não é acessível, pois o passado não existe materialmente.

B) afirma que o passado é uma construção mental operada pelo investigador com base em
algumas evidências.

C) defende que a qualidade da operação histórica depende de como os fatos são agrupados,
verificados e interpretados.

D) sustenta que dizer a verdade na história é narrar as diferentes visões sobre o processo
histórico.

E) critica que seja possível apontar qualquer tipo de tendência para a história com base no
estudo do passado.

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Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A é falsa, pois o que Eric Hobsbawm afirma no trecho é exatamente o contrário.
A realidade do passado é uma manifestação que precisa de certa abstração para que seja
compreendida. De fato, o passado já não é mais, mas os vestígios desse tempo que já se foi
podem ser encontrados de diversas formas e nisso consiste o trabalho do historiador, isto é,
trazer à luz os fatos comprováveis que ocorreram no passado através das mais variadas
fontes históricas que possam contribuir com essa tarefa.

A alternativa B também é falsa, uma vez que o passado não é uma construção metal, apesar
de ser exigido do historiador certo nível de abstração na interpretação e trabalho com os
fatos do passado. Mas a ideia de construção mental está mais ligada à ficção do que aos fatos
comprováveis. A ficção histórica, por exemplo, um romance histórico, pode até se atrelar a
fatos, datas, períodos e pessoas que realmente existiram, mas a linguagem ficcional é
diferente da linguagem do historiador, pois a ficção usa a construção mental como a sua
principal ferramenta, enquanto que o historiador tem nas fontes históricas o seu ferramental
e no método historiográfico o seu esteio.

A alternativa C está correta. A operação historiográfica consiste em mostrar como a


realização empreendida por cada historiador, entre o agrupamento dos fatos, o recorte
temporal e temático, a seriação das fontes, o tratamento metodológico, até a coparticipação
da rede historiográfica enunciativa, termina por fazer emergir uma operação que se situa em
um conjunto de práticas. O trabalho do historiador depende muito dessas diretrizes, que são
estabelecidas no exercício das investigações, pois é nesse processo que os fatos
comprováveis do passado se mostram e de onde as hipóteses emergem, encaminhando para
a sua comprovação ou não.

A alternativa D também é falsa, de modo que a verdade na história pode ser entendida como
as declarações históricas baseadas em evidências sujeitas a comprovação através de fontes
históricas.

As diferentes visões sobre o processo histórico são, na verdade, instrumentos para o


historiador, uma vez que ele se vale dessas visões para empreender seu trabalho, organizar
as fontes, definir seu tema, recortar seu objeto etc.

A alternativa E também é falsa, pois se não for possível apontar qualquer tipo de tendência
para a história com base no estudo do passado, então o trabalho do historiador deixa de
existir. O estudo do passado é o campo de ação dos historiadores, até mesmo daqueles que
trabalham com a História do Tempo Presente. Na verdade, o que diferencia o trabalho do
historiador é justamente a forma como ele vê a disposição temporal, seja ela de forma
processual, seja de forma serial, seja de forma recursiva, ou seja de forma hermenêutica, não
importa, o que importa é que o trabalho do historiador é voltado para as ações dos homens
no tempo, uma noção que pressupõe intrinsecamente o movimento, o passado.

343. Leia o texto a seguir:

Não obstante a grande obra de Marx ser a crítica ao modo de produção capitalista, sua análise
não se faz apenas pelo aspecto econômico. Sua teoria considera a economia como parte da vida

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social, parte da história que é a produção da existência humana. Falamos, assim, sobre as classes
sociais decorrentes da divisão social do trabalho, falamos da vida de homens e mulheres que
não apenas trabalham. Eles comem, reproduzem-se, vivem em sociedade, relacionam-se,
constroem laços de amizade e de colaboração e de competição, pertencem a diferentes grupos,
têm ideologias, afetos, filiação religiosa etc. E constroem sua história em espaços-tempos
determinados.

Ciavatta, M. Da Educação Politécnica à Educação Integrada: Como se escreve a história da


educação Profissional. Disponível em: < https://www.fe.unicamp.br> Acesso em 20 ago. 2016.

Analise as alternativas a seguir e assinale a que estiver em desconformidade com o


desdobramento do texto:

A) Conforme Comte, a sociedade apresenta duas leis fundamentais: a dinâmica social e a


estática social. De acordo com a lei da estática social, o desenvolvimento só pode ocorrer se a
sociedade se organizar de modo a evitar o caos, a confusão. Uma vez organizada, porém, ela
pode dar saltos qualitativos, e nisso consiste a dinâmica social. Essas duas leis são resumidas no
lema “ordem e progresso”.

B) Diferentemente da história tradicional, que registrou a vida humana dando protagonismo aos
heróis, aos poderosos, aos grandes feitos, Marx eleva todos os atos da vida humana ao nível do
acontecimento.

C) A história é a produção social da existência (MARX, 1979), é sua concepção de história, tão
bem apropriada por alguns historiadores que incorporaram novos temas, novos objetos, os
grandes acontecimentos e os fatos do cotidiano (BURKE, 1991), como a École des Annales.

D) Mesmo sem admitir a influência de Marx em seus estudos, seus historiadores trabalham, “em
primeiro lugar, a substituição de uma história narrativa de acontecimentos por uma história
problema. Em segundo lugar, uma história de todas as atividades humanas e não apenas história
política”.

E) Como desfecho previsível desta ampliação de objetos e de concepção teórica da história, “em
terceiro lugar, visando completar os outros dois objetivos, a colaboração com outras disciplinas,
tais como a geografia, a sociologia, a psicologia, a economia, a linguística, a antropologia social
e tantas outras” (BURKE, 1991).

Comentários: Gabarito letra A

A alternativa A é a resposta correta, pois é falso afirmar que Auguste Comte é um autor que
apresenta sua teoria como um desdobramento da obra de Marx. Ora, Auguste Comte é o
fundador da escola de pensamento que surge no século XIX chamada de Positivismo, que
segue a perspectiva de que há um marcha teleológica da civilização para o progresso. O
Positivismo, como paradigma, já está praticamente pronto desde o início do século XIX, uma
vez que herda uma série de pressupostos do Iluminismo, embora por vezes invertendo a sua
aplicação social e vindo a constituir de fato uma visão de mundo tendencialmente
conservadora, ao contrário dos setores mais revolucionários do pensamento Ilustrado. O
pensamento Positivista está atrelado à ideia de que há a possibilidade de um conhecimento
humano inteiramente objetivo, de modo que também há possibilidade de construção de
uma história universal, comum a toda a humanidade, e mesmo da possibilidade de amparar

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um conhecimento científico sobre as sociedades humanas com base na ideia de


imparcialidade do sujeito que produz o conhecimento.

A alternativa B não é a resposta certa, uma vez que de fato um dos desdobramentos do
paradigma de Marx é a historicização, isto é, elevar todos os atos da vida humana ao nível
do acontecimento no espaço e no tempo.

A alternativa C também não é a resposta certa, pois de fato a concepção de história para
Marx está disposta na ideia da procura das causas de desenvolvimentos e mudanças na
sociedade humana nos meios pelos quais os seres humanos produzem coletivamente as
necessidades da vida. Isso trouxe uma nova interpretação para os historiadores, pois é uma
concepção distinta que vê a história como produto social da existência.

A alternativa D também não é a resposta certa, pois é certo dizer que a Escola dos Annales
teve certa influência do marxismo, principalmente na interdisciplinaridade e
descentramento das disciplinas com barreiras intransponíveis. Além disso, a ideia de que o
trabalho humano é que produz a consciência e a história, o que também influenciou
fortemente a historiografia do século XX, abrindo diversos subcampos de estudo.

A alternativa E também não é a resposta certa, de modo que a ampliação de objetos e de


concepção teórica da história pode ser encarada como um desdobramento do pensamento
marxista, mesmo com as divergências posteriores, como a Escola dos Annales com a
colaboração de outras disciplinas, tais como a geografia, a sociologia, a psicologia, a
economia, a linguística, a antropologia social e tantas outras.
(SOUZA; DOMINGUES, 2009)

344. “Para deixar claro: o objetivo de se traçar a evolução histórica da humanidade não é antever
o que acontecerá no futuro, ainda que o conhecimento e o entendimento históricos sejam
essenciais a todo aquele que deseja basear suas ações e projetos em algo melhor que a
clarividência, a astrologia ou o franco voluntarismo [...]".

HOBSBAWN, Eric. Sobre História , 2011.

De acordo com o texto:

A) a função do historiador confunde-se com o misticismo de adivinhações da antiguidade.

B) a evolução da humanidade é uma linha ascensional previsível através da história.

C) o conhecimento histórico permite projetar uma sociedade futuristicamente igualitária.

D) a história não produz conhecimento com base em previsões futurísticas.

E) tanto as ciências como a astrologia são fundamentais à história.

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Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é falsa, pois o que Eric Hobsbawn afirma é exatamente o contrário. O


historiador não é futurólogo, isto é, seu trabalho é tem o passado como objeto, e mesmo
que consiga traçar

evoluções históricas ou identificar avanços e recuos, o historiador não faz previsões sobre o
que irá acontecer.

A alternativa B também é falsa, de modo que a História não se constitui como uma linha
evolutiva com processos previsíveis e tecnicamente calculados pelo historiador.

A alternativa C também é falsa, pois nem mesmo a concepção de “História mestra da vida”
não traz essa ideia de ensino. A História, entretanto, tem sim algo a nos ensinar, mas não de
maneira linear, como uma fórmula que pode ser sempre empregada, uma vez aprendida
através de ciclos que sempre se repetem.

A alternativa D está correta, uma vez que é exatamente isso que o fragmento citado de Eric
Hobsbawn está afirmando. O trabalho do historiador não é fazer previsões, nem do passado,
tampouco do futuro. O historiador trabalha com fontes, pesquisas, evidências, resolve
hipóteses, organiza metodologicamente, utiliza ferramentas conceituais etc., coisas que o
futuro não oferece, afinal o futuro não é ainda.

A alternativa E está incorreta, pois a astrologia não tem nada a oferecer à História, senão
como objeto de estudo muito específico e, diga-se de passagem, um tanto irreverente.

345. Sobre a História produzida pela “Escola Metódica", também chamada “positivista", analise
as afirmativas.

I - O Historiador não é juiz do passado, deve apenas narrar o que realmente aconteceu.

II - Há intrínseca interdependência entre o sujeito do conhecimento e seu objeto.

III - A História (res gestae) existe em si, objetivamente, e se oferece por meio dos documentos.

IV - É imprescindível ao historiador a reflexão teórica e filosófica.

Estão corretas as afirmativas

A) II e IV.

B) I e II.

C) III e IV.

D) I e III.

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Comentários: Gabarito letra D

A alternativa D é a resposta certa, pois apenas as proposições I e III são verdadeiras.

A proposição I é verdadeira, pois a Escola Positivista de fato prezava pela neutralidade do


trabalho historiográfico, na medida em que as sociedades humanas seriam reguladas por leis
naturais, invariáveis, independentes da ação humana. Sendo assim, o melhor método seria
das Ciências Naturais, que deveria ser incorporado pelas Humanas, visando a objetividade
científica, uma vez que o objeto de estudo estaria na própria natureza, e o cientista dele se
apropria. Separado de seu objeto de estudo, o historiador poderia ser neutro e imparcial,
indo de encontro à verdade dos fatos A proposição II é falsa, pois o método historiográfico
positivista desconsidera a relatividade do objeto histórico, sendo que a subjetividade é
completamente dispensada.

A proposição III é verdadeira, na medida em que os positivistas acreditavam ir de encontro


aos fatos passados concretamente quando estivessem em posse de algum documento. Isso
faz parte da ideia de uma imparcialidade absoluta, consagrada pelo estatuto de verdade
garantido através das fontes, e louvado na possibilidade de um conhecimento humano
inteiramente objetivo que existe a favor da construção de uma história universal.

A proposição IV é falsa, pois o método positivista como um todo descartou a reflexão


filosófica, que estaria ligada ao pensamento teleológico de uma filosofia da história que
deseja conhecer apenas o motor da história. Os positivistas, por sua vez, pautaram-se na
ideia de que a História se refere a uma realidade humana temporalizada, e na perspectiva de
que poderia se tornar objeto de conhecimento este mundo humano real a ser compreendido
no tempo.
(D'ASSUNÇÃO BARROS, 2014).

346. “A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa
experiência pessoal às das gerações passadas – é um dos fenômenos mais característicos e
lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente
contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por
isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais
importantes do que nunca no fim do segundo milênio.”

(HOBSBAWM, E. A Era dos extremos.O breve século XX. 1914-1991. São Paulo: Companhia das
Letras, 1995. p.13).

Com base nas questões suscitadas pelo texto acima é correto afirmar que:

A) Nossos jovens precisam de formação no campo da História

B) Não há políticas públicas para preservação de patrimônios que representem as gerações


passadas e a História.

C) Cabe apenas aos historiadores a arte de lembrar e preservar o passado.

D) A relação entre História e a memória carece do historiador e seu metiér.

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E) A memória do passado é um fenômeno em extinção e cabe ao historiador recuperá-la


treinando a juventude.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A está incorreta, pois o texto supracitado de Eric Hobsbawm não ressalta a
necessidade da formação dos jovens no campo da História, mas constata a experiência
coletiva de uma espécie de presente contínuo no final do século XX, sem perspectivas ou
relações com o passado (o que se pode dizer que adentra pelo século XXI).

A alternativa B também está incorreta, pois o texto supracitado de Eric Hobsbawm não trata
de forma específica das políticas públicas para preservação de patrimônio. A preocupação
do autor é com a falta de lastro histórico entre as gerações, especialmente com o
imediatismo que surge no final do século XX.

A alternativa C também está incorreta, na medida em que não se trata de tarefa única do
historiador a arte de lembrar e preservar o passado, pois é algo que envolve desde a esfera
pública, até ao indivíduo envolvido numa comunidade de pessoas que compartilham uma
experiência coletiva. Mas o historiador é visto como ator importante na cena final do
segundo milênio, por causa da sua função de lembrar aquilo que os outros esquecem, numa
época em que as pessoas parecem viver um presente contínuo.

A alternativa D é a resposta certa, pois o historiador traz a experiência que pertence ao


passado e a faz concretizar pela rememoração no presente. O historiador faz isso de
múltiplas maneiras, trabalhando em seu ofício e usando as suas ferramentas metodológicas
e conceituais específicas, como, por exemplo, através da memória, dos vestígios, das
permanências e das mais diversas fontes históricas. É nesse sentido que o historiador é
importante, principalmente numa sociedade que vive uma espécie de presente contínuo.

A alternativa E também está incorreta, uma vez que o trabalho do historiador não é treinar
a juventude para rememorar o passado. O fato é que o historiador é visto, aparentemente,
como o guardião dessas memórias e promotor de uma memória coletiva orgânica.

347. François Furet orienta pedagogicamente a “história-problema” como percurso para que os
alunos sejam investidos de um novo estatuto epistemológico – aquele de sujeitos ativos de seus
processos de aprendizagem, diferentemente dos percursos tradicionais. Na perspectiva da
“história-problema”, é correto afirmar:

A) Para que a concepção de “história-problema” seja colocada em prática, é necessário que a


dinâmica de sala de aula também seja centrada na figura do professor, que se encarrega por sua
vez, de expor os conteúdos que, em seguida, devem ser memorizados pelos alunos.

B) Na perspectiva da “história-problema”, o historiador abraça a pretensão de narrar tudo aquilo


que se passou de importante na história da humanidade para que os alunos possam ter
fundamentos históricos para problematizar os fatos, sejam do passado ou do presente.

C) A evolução recente da historiografia mostra que passamos de uma narração cronológica para
uma “históriaproblema” que visa o exame analítico de um problema, delimitando um período e

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a parte do conjunto de acontecimentos em que está inserido, para o qual buscamos respostas,
nunca definitivas.

D) A preocupação da “história-problema” está em se comprometer com o desenvolvimento da


noção da temporalidade histórica, para que a História não perca o seu verdadeiro objeto que é
o estudo do tempo.

E) A problematização no processo dinâmico da sala de aula enfrenta obstáculos no processo de


constituição da cidadania, pois essa deve partir de um traço central sugerido pelos governantes
para não despencar para a concepção anárquica.
Comentários: Gabarito letra C

A alternativa A é falsa, uma vez que a afirmação diz respeito ao método pedagógico
autoritário em que o professor é visto como o detentor de um conhecimento inquestionável
e o aluno como uma tábula rasa que é planificada para receber aquilo que o professor tem a
dizer. Esse tipo de metodologia, por sua vez, não traz contribuições na proposta de empregar
em sala de aula o modelo de uma História-Problema, pois o aluno é um mero receptor, uma
figura passiva dentro do ambiente escolar.

A alternativa B também é falsa, pois a ideia de que o historiador possa narrar tudo aquilo que
se passou de importante na história da humanidade é, no mínimo, pretensão. O historiador
não é uma enciclopédia que tem posse de todas os fatos e datas da História da humanidade.
Além disso, esse não é um método problematizador, pois também nesse caso os alunos são
figuras passivas dentro do ambiente escolar.

A alternativa C está correta, na medida em que essa metodologia se vincula a ações


concretas, dirigidas à resolução de um problema, mais do que ao pensamento, remete à ação
e a prática. Por exemplo, a "análise de discurso'' (exame minucioso, crítica, estudo) de que
um historiador lança mão para compreender as suas fontes históricas, são relacionados ao
âmbito dos procedimentos técnicos e das metodologias. Quando o historiador situa um
conjunto de documentos em série, e procura incidir sobre ela um determinado questionário
ou uma tabulação de tópicos e critérios, estará certamente empregando uma metodologia
que segue a problematização do objeto de estudo. Esta História problematizada é hoje, no
século XXI, lugar-comum para qualquer historiador formado historiador, isto é, formalmente
bacharelado em curso superior universitário.

A alternativa D também é falsa, pois o verdadeiro objeto de estudo da história é a ação dos
homens no tempo, e não o tempo em si, ao passo que o estudo do tempo em si é um trabalho
essencialmente filosófico. Mas, acerca disso, o estudo sobre do tempo tem feito escola entre
os historiadores, mas não com a mesma investigação dos filósofos, pois os historiadores se
utilizam do tempo como categoria específica e distinguem o tempo histórico. Em todo caso,
é a ação dos homens no tempo o objeto de estudo dos historiadores, e através do recorte
desse objeto que a História-Problema é executada.

A alternativa E também é falsa, uma vez que a afirmação não diz respeito ao conceito de
História-Problema. Além disso, a noção de cidadania sugerida na afirmação também é falsa,
pois a cidadania não diz respeito aos programas veiculados pelos governantes, mas sim a
consciência de coletividade e participação que deve imperar categoricamente entre os
indivíduos de uma nação.
(D'ASSUNÇÃO BARROS, 2012).

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348. Assinale a alternativa correta.


A) Historiadores com Eric Hobsbawm, Perry Anderson e Edward Thompson, fazem suas próprias
interpretações do pensamento marxista. Na atualidade esta linha de pesquisa é denominada de
História Cultural.

B) Na segunda geração da Escola dos Analles, surgiu a História Nova, idealizada por Jacques Le
Goff e Pierre Nora.

C) Os trabalhos de Fernand Braudel foram muito influentes e marcaram a terceira geração da


Escola dos Analles.

D) A Escola dos Analles, surgiu na França (1929), através da revista Analles d´histoire
économique et sociale, criada por Marc Bloch e Lucien Febvre.

E) Os historiadores positivistas acreditam que a história deve ser escrita através da estrita
observação dos fatos que permitam revelar a verdade histórica, onde o historiador não poder
ser uma pessoa neutra.

Comentários: Gabarito letra D

A alternativa A é falsa, uma vez que os historiadores citados fazem parte da corrente
historiográfica britânica, que de fato propôs um revisionismo dentre da metodologia
marxista.

Contudo, não se trata da História Cultural, apesar de eles terem se voltado mais o olhar para
as questões culturais, não postulando a economia como mero epifenômeno. Destarte, cada
um destes historiadores continuava trabalhando com os pressupostos fundamentais do
Materialismo Histórico: Dialética, Materialismo, Historicidade Radical. Utilizavam também,
como todos os historiadores materialistas históricos, conceitos básicos para este paradigma:
"modo de produção", "luta de classes", "classe social", "revolução". A questão é que estes
historiadores trabalham de modo mais flexível com estes conceitos, evitando
esquematismos muito simples e procurando apreender uma totalidade mais complexa da
vida social. Já a História Cultural propriamente dita se sobrepõe, em sua abordagem, ao
movimento francês da história das mentalidades e à chamada Nova História. Na França, um
dos expoentes mais conhecidos da História Cultural é Roger Chartier.

As alternativas B e C também são falsas, pois cometem equívocos acerca das gerações dos
Annales.

A segunda geração da Escola dos Annales teve como um dos mais conhecidos expoentes
dessa escola a obra de Fernand Braudel, que definiu uma segunda geração de historiadores
dos Annales e foi muito influente nos anos 1960 e 1970, especialmente por sua obra, O
Mediterrâneo e o mundo mediterrânico na época de Felipe II. Já a terceira geração dos
Annales que é conduzida por Jacques Le Goff e ficou mais conhecida como a Nova História,
segundo a qual toda atividade humana é considerada história. Além de Le Goff, nesse período
se destaca também seu companheiro de profissão, Pierre Nora.

A alternativa D está correta. A Escola dos Annales é um movimento historiográfico do século


XX que se constituiu em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire
économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos das Ciências Sociais à
História. Fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 1929, propunha-se a ir além da visão

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Positivista da história como crônica de acontecimentos, substituindo o tempo breve da


história dos acontecimentos pelos processos de longa duração, com o objetivo de tornar
inteligíveis a civilização e as mentalidades.

Marc Bloch foi morto pela Gestapo durante a ocupação alemã da França, na Segunda Guerra
Mundial, e Febvre seguiu com a abordagem dos Annales nas décadas de 1940 e 1950.

A alternativa E também é falsa, pois os historiadores positivistas estavam atrás de Leis Gerais
na História, acreditando que haveria uma universalidade humana. Para eles, as sociedades
humanas são reguladas por leis naturais, invariáveis, independentes da ação humana, de tal
modo que a História deveria seguir uma relação de identidade de métodos com as Ciências
Naturais. A objetividade científica seria encontrada na neutralidade. O objeto de estudo já
está na natureza, e o cientista dele se apropriaria. Separado de seu objeto de estudo, o
historiador poderia ser neutro e imparcial, indo de encontro à verdade dos fatos.
(D'ASSUNÇÃO BARROS, 2011; D'ASSUNÇÃO BARROS, 2012).

349. Um dos nomes mais importantes da Escola dos Annales foi o historiador medievalista
francês Marc Bloch. Sua proposta epistêmica buscou romper com o paradigma positivista em
que a ciência histórica estava apoiada no início do século XX, problematizando a própria noção
de história, que naquele momento definia o passado como um dado rígido, inalterável. Em
Apologia da História, publicado em 1949 por Lucien Febvre ou O Ofício do Historiador (2002),
último texto escrito por Bloch, inacabado por causa da sentença de fuzilado imposta pela
Gestapo em 1944, na cidade francesa de Saint Didier de Formans, por ter participado da
Resistência em Lion contra o nazismo alemão, o referido livro traz grandes contribuições
metodológicas para as ciências humanas, tendo influenciado muitos historiadores como
Braudel, Duby, Le Goff, Ferro, Lepetit, entre outros. Dentre as contribuições conceituais
desenvolvidas pela Escola dos Annales, também chamada posteriormente de História Nova,
destacamos algumas noções desenvolvidas por essa corrente teórica:

I. História de longa duração;

II. História das mentalidades;

III. História das multidões e das massas.

Indique a opção que representa os conceitos desenvolvidos por tal escola teórica:

A) I e III, apenas.

B) I e II, apenas.

C) II e III, apenas.

D) I, II e III.

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Comentários: Gabarito letra B

A alternativa B é a resposta certa, uma vez que apenas as proposições I e II são verdadeiras.

A Escola dos Annales, fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 1929, propunha-se a ir
além da visão Positivista da história como crônica de acontecimentos, substituindo o tempo
breve da história dos acontecimentos pelos processos de longa duração, com o objetivo de
tornar inteligíveis a civilização e as mentalidades. O novo movimento historiográfico foi
muito impactante e renovador, colocando em questionamento a historiografia tradicional e
apresentando novos e ricos elementos para o conhecimento das sociedades. Apresentava
uma História bem mais vasta do que a que era praticada até então, apresentando todos os
aspectos possíveis da vida humana ligada à análise das estruturas. Seus principais objetivos
estavam no desenvolvimento de um tipo de História que levasse em consideração o
acréscimo de novas fontes à pesquisa histórica e realizasse um novo tipo de abordagem.
Outros nomes importantes seguiram-se ao de Bloch e de Febvre, como o de Fernand Braudel,
que se notabilizou, na década de 1940, por desenvolver um tipo de História que se mesclava
com a Geografia e levava em conta grandes estruturas temporais, que ele denominou de
longa duração. O maior exemplo disso é sua obra “O Mediterrâneo”, publicada em 1947.
Outro exemplo é o do especialista em história medieval Jacques Le Goff, que, junto a outros
historiadores herdeiros dos annales, como Pierre Nora, organizou o que ficou conhecido
como “História Nova”, um tipo de História que alargava ainda mais as possibilidades de
pesquisas abertas pela Escola dos Annales. O movimento dos Annales – ao lado do
Materialismo Histórico e das contribuições da Hermenêutica Historicista – constitui
certamente uma das influências mais impactantes e duradouras sobre a historiografia
ocidental. O impacto dos Annales sobre a historiografia ocidental como um todo, e sobre a
historiografia brasileira em particular, não deixa de ser produzido por uma parte efetiva de
contribuições substanciais e extremamente inovadoras para a historiografia, e também por
uma parte não menos significativa de recepção favorável do “mito” construído pelos
primeiros líderes do movimento em sua ascensão ao domínio do território institucional.

A proposição III é falsa, pois não existe uma corrente historiográfica definida como História
das Multidões ou História das Massas.
(D'ASSUNÇÃO BARROS, 2011).

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Processo de construção da história; Fontes históricas; Preservação


do Patrimônio Histórico; Tempo histórico e tempo cronológico;
Surgimento dos primeiros grupos humanos; Surgimento da
civilização; Antiguidade Oriental; Antiguidade Ocidental.

01. Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os gregos tinham uma
profunda consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais
extraordinário, considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa
e o livre espírito de invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos
problemas políticos ou culturais que se colocavam para ela.

(Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998. Adaptado.)

O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade:

A) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes.

B) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas.

C) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos.

D) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação.

E) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras.

02. Em relação à ética e à justiça na vida política da Grécia Clássica, é correto afirmar:

A) Tratava-se de virtudes que se traduziam na observância da lei, dos costumes e das


convenções instituídas pela pólis.

B) Foram prerrogativas democráticas que não estavam limitadas aos cidadãos e que também
foram estendidas aos comerciantes e estrangeiros.

C) Eram princípios fundamentais da política externa, mas suspensos temporariamente após a


declaração formal de guerra.

D) Foram introduzidas pelos legisladores para reduzir o poder assentado em bases religiosas e
para estabelecer critérios racionais de distribuição.

E) Adquiriram importância somente no período helenístico, quando houve uma significativa


incorporação de elementos da cultura romana.

03. “Democracia” é, como se sabe, uma palavra grega. A segunda metade da palavra significa
“poder” ou “governo” [...]. Démos era uma palavra de múltiplas significações, entre as quais “o
conjunto do povo” (ou, para ser mais preciso, o corpo de cidadãos).

(Moses I. Finley. Democracia antiga e democracia moderna, 1976)

Considerando o excerto e conhecimentos sobre a história dos sistemas políticos, é correto


afirmar que a democracia foi:

A) baseada na igualdade econômica dos indivíduos.

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B) derivada das relações internacionais pacíficas entre Estados.

C) concedida às populações empobrecidas pelas elites militares.

D) adotada diversamente ao longo das experiências sociais.

E) garantida pela permanência da tradição cultural clássica.

04. As cidades-estado antigas desenvolveram, progressivamente, formas mais abertas de


participação no poder, denominadas pelos próprios antigos de “democracia”. O caso mais
exemplar foi o de Atenas, modelo para muitas cidades-estado, onde a democracia se manteve
por quase dois séculos.

(Norberto Luiz Guarinello. Cidades-estado na Antiguidade Clássica. Em: J. Pinsky; C. B. Pinsky.


História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2008. Adaptado)

Entre as marcas da democracia antiga, é correto identificar

A) a eleição de representantes masculinos com direito a voz e voto pela assembleia da cidade-
estado, órgão político que incluía mulheres e estrangeiros.

B) a importância decrescente dos escravos, a ponto de discutir-se a abolição da escravatura, e a


consequente redução das desigualdades nas cidades-estado.

C) a conquista pacífica de direitos por parte dos mais pobres, ainda que se mantivesse a marca
aristocrática de distinção social regulada pelo nascimento.

D) a ojeriza à guerra e ao conflito social, o que contribuiu para que Atenas fosse derrotada
sucessivamente pelos persas e pelos espartanos.

E) a participação política direta, exercida por um corpo de cidadãos ativos, sem a noção de
representação e restrita aos cidadãos masculinos.

05. A decisão, ao final de cada combate dos jogos de gladiadores, estava nas mãos da multidão,
a testemunhar um ato de soberania popular que só teria equivalência, no mundo moderno, com
os referendos ou plebiscitos, em que todos se manifestam. O princípio da soberania popular
manifestava-se, na arena, de forma direta e incisiva. Se nas eleições as mulheres não tinham
direito ao voto, na arena todos podiam manifestar-se, prerrogativa que a cidadania moderna
atingiria apenas no século XX.

(Jaime Pinsky e Carla Pinsky (orgs.), História da Cidadania).

De acordo com o texto, os jogos de gladiadores:

A) eram um aspecto importante da participação da coletividade na vida pública.

B) destinavam-se à diversão dos escravos, distraindo-os das questões sociais.

C) faziam parte da política social do Império, contribuindo para a redução das desigualdades.

D) reproduziam o caráter horizontal e igualitário da estrutura da sociedade romana.

E) funcionavam como o sistema penal da sociedade romana, punindo ladrões e marginais.

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06. O grupo extremista islâmico autodenominado “Estado Islâmico” (EI) começou a destruir mais
um sítio arqueológico no norte do Iraque, segundo fontes curdas. No início desta semana,
militantes do grupo haviam começado a demolir as ruínas da cidade de Nimrud, antiga capital
do império assírio, situada no norte da Mesopotâmia e fundada no século 13 a.C.

(UOL, 07 mar. 15. Disponível em: http://goo.gl/zYfsfa. Adaptado).

Em relação à cidade citada no trecho, é correto afirmar que ficava localizada em uma região:

A) desértica, sem muitos recursos e sem a possibilidade de cultivar alimentos, o que fez do
lugar um sítio bastante inóspito e com uma ocupação sempre muito instável e irregular.

B) bem próxima ao vale do rio Nilo, o que favorecia o cultivo de alimentos nas terras férteis da
várzea do rio, tendo possibilitado o contato com os egípcios e o processo de sedentarização.

C) pouco propícia à sedentarização, o que levava os seus habitantes a estabelecerem trocas


comerciais em busca de alimentos, além de conviverem com a dificuldade de produzir objetos
de cerâmica.

D) banhada por dois importantes rios, o Tigre e o Eufrates, em torno dos quais surgiram os
primeiros agrupamentos humanos que dominaram a técnica da escrita de que se tem notícia.

E) que oferecia água corrente em abundância, sem que se fizessem necessárias obras
hidráulicas, o que favoreceu o desenvolvimento de uma sociedade complexa e
institucionalizada.

07. A religião dos romanos era politeísta e antropomórfica com nítidas influências das crenças
etrusca e grega. Ao dominar grande parte do mundo conhecido, os romanos entraram em
contato com diversas religiões e tiveram por elas grande respeito. Algumas chegaram a erigir
seus templos na própria cidade de Roma. O Panteão, ou conjunto de deuses, dos romanos
chegou a incorporar alguns dos deuses gregos, com nomes trocados para nomes latinos, mas
com os mesmos atributos.

(FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011).

A tolerância que os romanos tiveram para com diversas religiões do mundo por eles
conquistadas não existiu, entretanto, para com a religião cristã, pois:

A) o universo simbólico do cristianismo era muito próximo da religiosidade romana, inclusive


em relação ao monoteísmo, o que acabou gerando certa competição entre as religiões.

B) no momento em que surgiu o cristianismo, a sociedade romana vivia o período mais agudo
da sua crise política, social e econômica, o que aumentou a repressão à nova religião.

C) o cristianismo era, à época, uma religião fechada à conversão, assim como o judaísmo, o que
contrariava o esforço de expansão e a perspectiva universalizante da sociedade romana.

D) a figura do Papa e das outras autoridades da Igreja Católica, tais como cardeais, bispos e
arcebispos, ameaçavam simbolicamente a ordem, a hierarquia e a própria existência do império.

E) de início os cristãos foram perseguidos principalmente por motivos políticos, ainda que mais
tarde, no contexto de crise da sociedade romana, o cristianismo tenha se expandido.

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08. A cidadania nos Estados nacionais contemporâneos é um fenômeno único na História. Não
podemos falar de continuidade do mundo antigo, de repetição de uma experiência passada e
nem mesmo de um desenvolvimento progressivo que unisse o mundo contemporâneo ao
antigo. São mundos diferentes, com sociedades distintas, nas quais pertencimento, participação
e direitos têm sentidos diversos.

(Norberto Luiz Guarinello, Cidades-Estado na Antiguidade Clássica. In PINSKY, Jaime; PINSKY,


Carla Bassanezi (orgs.). História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2008, p. 29).

Entre as diferenças que separam o Estado nacional contemporâneo da cidade-estado da


Antiguidade, é possível destacar:

A) o aspecto militar, que no passado era considerado parte das responsabilidades particulares
de cada cidadão e hoje é um dever do Estado.

B) a concepção de cidadania, muito mais restrita à época do que hoje, de tal forma que
mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos.

C) a política educacional, de caráter público e direcionada a toda a população no mundo antigo,


enquanto hoje coexistem instituições públicas e privadas.

D) a política de reforma agrária, desnecessária no mundo antigo devido à igualdade econômica


existente, enquanto hoje é parte importante das políticas sociais.

E) a questão econômica, àquela época comandada pelo poder público e hoje sob a
responsabilidade os agentes privados, que gozam de grande autonomia.

09. No século II a.C., os irmãos Tibério e Caio Graco defenderam a reforma agrária em Roma. Tal
proposta era consequência de um processo histórico anterior de concentração de terras na
sociedade romana, pois:

A) os camponeses, empobrecidos e sem condições de produzir, vinham perdendo suas terras


para os patrícios e migrando para as cidades.

B) os patrícios eram os únicos que poderiam ser proprietários de terra em Roma, já que havia
uma clara limitação social relacionada ao direito de propriedade.

C) a escravidão vinha diminuindo, o que fazia com que os ricos proprietários ampliassem as suas
propriedades na tentativa de aumentar a produção em mais terras cultiváveis.

D) as guerras de expansão tiveram como resultado a ampliação do número de pequenos


proprietários, porque formavam-se pequenas propriedades nos novos territórios conquistados.

E) apenas os grandes proprietários participavam do exército, o que tornava necessário aumentar


o número de latifundiários para ampliar e reforçar o poder militar de Roma.

10. No tempo de Péricles, a população de Atenas era de, aproximadamente, 400 mil habitantes.
Mas os cidadãos com direitos plenos não passavam de 40 mil.

(Luiz Koshiba. História: origens, estruturas e processos, 2000.)

Na época tratada no fragmento, eram considerados cidadãos em Atenas apenas os

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A) homens e as mulheres religiosos, que tivessem propriedade rural.

B) homens, filhos de pais atenienses.

C) homens guerreiros, com origem nobre.

D) aristocratas e os comerciantes, atenienses ou estrangeiros.

E) homens e as mulheres, que possuíssem renda advinda de atividade urbana.

11. O povo, em muitas coisas, julga melhor do que o indivíduo, seja quem for. Além disso, a
multidão é mais incorruptível (...) e, se um indivíduo se deixa dominar pela ira ou por outra
paixão semelhante, necessariamente corrompe o seu juízo; em compensação, é difícil que
todos juntos se inflamem de cólera ou pequem.

(Aristóteles, 384-322 a.C. Política).

As considerações do filósofo grego permitem afirmar que:

A) o pensamento antigo era de natureza mítica, porque se apoiava em explicações de caráter


sobrenatural.

B) o despotismo esclarecido surgiu no período greco-romano e foi retomado pelos soberanos


da época moderna.

C) a doutrina demagógica, criada por Aristóteles, forneceu os fundamentos para a política de


pão e circo.

D) o poder político, em vez de ser exercido por um tirano ou uma oligarquia, deveria caber a
uma assembleia.

E) as disputas entre as cidades gregas foram causadas por indivíduos que não seguiram os
conselhos dos filósofos.

12. A Estátua do Laçador, tombada como patrimônio em 2001, é um monumento de Porto


Alegre/RS, que representa o gaúcho (em trajes típicos).

Disponível em: www.portoalegre.tur.br. Acessado em: 3 ago. 2012

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O monumento identifica um(a):

A) exemplo de bem imaterial.

B) forma de exposição da individualidade.

C) modo de enaltecer os ideais de liberdade.

D) manifestação histórico-cultural de uma população.

E) maneira de propor mudanças nos costumes.

13. O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos
reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte.
As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do
reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais.

ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.

Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se
transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é

A) o palácio de Versalhes.

B) o Museu Britânico.

C) a catedral de Colônia.

D) a Casa Branca.

E) a pirâmide do faraó Quéops.

14. A Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)


desenvolveu o projeto “Comunidades Negras de Santa Catarina”, que tem como objetivo
preservar a memória do povo afrodescendente no sul do País. A ancestralidade negra é
abordada em suas diversas dimensões: arqueológica, arquitetônica, paisagística e imaterial.

Em regiões como a do Sertão de Valongo, na cidade de Porto Belo, a fixação dos primeiros
habitantes ocorreu imediatamente após a abolição da escravidão no Brasil. O Iphan identificou
nessa região um total de 19 referências culturais, como os conhecimentos tradicionais de ervas
de chá, o plantio agroecológico de bananas e os cultos adventistas de adoração.

Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=14256&sigla=Noticia&ret


orno=detalheNoticia>. Acesso em: 1 jun. 2009. (com adaptações).

O texto acima permite analisar a relação entre cultura e memória, demonstrando que:

A) as referências culturais da população afrodescendente estiveram ausentes no sul do País,


cuja composição étnica se restringe aos brancos.

B) a preservação dos saberes das comunidades afrodescendentes constitui importante


elemento na construção da identidade e da diversidade cultural do País.

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C) a sobrevivência da cultura negra está baseada no isolamento das comunidades tradicionais,


com proibição de alterações em seus costumes.

D) os contatos com a sociedade nacional têm impedido a conservação da memória e dos


costumes dos quilombolas em regiões como a do Sertão de Valongo.

E) a permanência de referenciais culturais que expressam a ancestralidade negra compromete

o desenvolvimento econômico da região.

15. O Cafundó é um bairro rural situado no município de Salto de Pirapora, a 150 km de São
Paulo.

Sua população, predominantemente negra, divide-se em duas parentelas: a dos Almeida


Caetano e a dos Pires Pedroso. Cerca de oitenta pessoas vivem no bairro. Dessas, apenas nove
detêm o título de proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra que constituem a extensão do
Cafundó, que foram doados a dois escravos, ancestrais de seus habitantes atuais, pelo antigo
senhor e fazendeiro, pouco antes da Abolição, em 1888. Nessas terras, seus moradores plantam
milho, feijão e mandioca e criam galinhas e porcos. Tudo em pequena escala. Sua língua materna
é o português, uma variação regional que, sob muitos aspectos, poderia ser identificada como
dialeto caipira. Usam um léxico de origem banto, quimbundo principalmente, cujo papel social
é, sobretudo, de representá-los como africanos no Brasil.

Disponível em: <http://www.revista.iphan.gov.br>. Acesso em: 6 abr. 2009 (adaptado).

O bairro de Cafundó integra o patrimônio cultural do Brasil porque:

A) possui terras herdadas de famílias antigas da região.

B) preservou o modo de falar de origem banto e quimbundo.

C) tem origem no período anterior à abolição da escravatura.

D) pertence a uma comunidade rural do interior do estado de São Paulo.

E) possui moradores que são africanos do Brasil e perderam o laço com sua origem.

16. Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido nas
tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e
manifestações transmitidas oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao
longo do tempo. A essa porção intangível da herança cultural dos povos dá-se o nome de
patrimônio cultural imaterial.

Internet: <www.unesco.org.br>.

Qual das figuras a seguir retrata patrimônio imaterial da cultura de um povo?

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17. Para escrever a História é necessário reunir fontes ou testemunhos, que são objetos e
documentos – restos do passado – que ajudam a compreender um contexto em determinado
período. Sobre as fontes documentais, é correto afirmar que:

A) não variam de modo algum; devem ser documentos escritos e registrados pela autoridade
competente da época e do local do qual fazem parte.

B) são criadas e elaboradas criteriosamente para fins de escrita por arqueólogos, etnólogos,
paleógrafos e paleontólogos.

C) são várias, como as escritas, as orais, as narrativas e os mitos populares, e diferentes tipos de
imagens.

D) são os mapas geográficos e históricos, e as linhas temporais, cronologias específicas dos


calendários geomorfológicos.

18. O calendário é um sistema muito antigo utilizado para registrar e medir o tempo e
regulamentar os ritmos da vida humana. Nele temos a combinação de três elementos
astronômicos: o dia, o mês e o ano. No decorrer da história ocidental houve dificuldades de

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combinar esses três elementos de modo satisfatório, resultando na elaboração de vários


calendários. Atualmente está em vigor o calendário:

A) Juliano.

B) Gregoriano.

C) Hebraico.

D) Metônico.

19. As ciências, as técnicas, as instituições políticas, as ferramentas mentais, as civilizações


apresentam ritmos próprios de vida e de crescimento.

(BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a história, 1969. Adaptado.)

No fragmento, o historiador Fernand Braudel critica a classificação da história em grandes


períodos unificados e homogêneos, ao ressaltar que:

A) a mudança histórica é orientada pelas concepções que os homens têm da política, da


sociedade e da economia.

B) as sociedades humanas seguiram, a partir da Revolução Industrial, um mesmo modelo de


transformação histórica.

C) as artes, a cultura e a tecnologia modificam-se, diferentemente dos fatos políticos, de maneira


muito semelhante.

D) a existência social dos homens é múltipla e que os elementos que a compõem modificam-se
de forma desigual no decorrer do tempo.

E) a economia é a determinação mais poderosa na vida dos homens e que a história da


humanidade é impulsionada pelas novidades técnicas.

20. “A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não
seja menos vão esgotar-se em compreender o passado se nada se sabe do presente.” Marc
Bloch. Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001, p. 65.

Assinale a alternativa que contém a definição de história mais coerente com a citação do
historiador Marc Bloch.

A) A História é a ciência que resgata o passado para explicar o presente e fazer previsões sobre
o futuro.

B) A História é uma ciência que visa promover o entretenimento dos expectadores do presente
e um conhecimento inútil sobre o passado.

C) A História é, tal como a literatura, uma narrativa sobre o passado determinada pela
imaginação do historiador.

D) A História é a ciência que se refugia no passado para não compreender as questões do


presente.

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E) A História é uma ciência que formula questões sobre o passado a partir de inquietações e
experiências vividas no presente.

21. A diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o que o homem diz ou
escreve, tudo o que fabrica, tudo o que toca pode e deve informar sobre ele.

BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2001, p. 79. (Adaptado).

Sobre as fontes históricas, com base no texto acima, assinale a alternativa CORRETA.

A) O pensamento marxista aboliu a utilização de fontes escritas nas pesquisas históricas.

B) A afirmação do texto sintetiza a nova perspectiva historiográfica sobre as fontes históricas.

C) Os utensílios produzidos pelo homem se enquadram como registros arqueológicos e não


como fontes para o historiador.

D) Marc Bloch, no texto, defende a primazia das fontes escritas.

E) A escola positivista foi a primeira a fazer uso da chamada história oral.

22. Um líder jihadista egípcio convocou a população muçulmana para destruir a Esfinge e as
Pirâmides de Gizé, informa o site árabe Al Arabiya. Murgan Salem al-Gohary, que afirma ter
ligações com o Talibã, pediu que os egípcios repetissem o que foi feito no Afeganistão, quando
estátuas de Buda foram removidas após a chegada dos fundamentalistas ao poder. “A
destruição da memória, da História, do passado é algo terrível para uma sociedade”.

Jacques Le Goff, Revista Veja

A destruição de patrimônios históricos da Humanidade, como as estátuas de Buda no


Afeganistão, e a ameaça à Esfinge de Gizé e às Pirâmides não se restringem aos conflitos político-
religiosos que assolam o Oriente Médio há séculos, mas fazem parte de um processo maior de
reconfiguração da Memória e da História da sociedade.

O processo acima descrito está diretamente relacionado ao (à):

A) uso da Memória e da História como campo de disputa e de construção de identidades


coletivas.

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B) tentativa de uso da Memória e da História como estratégias para reforçar identidades


coletivas passadas.

C) destruição dos bens culturais construídos ao longo da dominação imperialista sobre a região
do Oriente Médio.

D) ataque aos Patrimônios Culturais como forma de destruição de símbolos ocidentais que
representam o domínio estrangeiro.

E) projeto de diluição das fronteiras culturais por meio da tentativa de imposição de uma única
memória coletiva aos demais povos do Oriente Médio.

23. A destruição, que alguns grupos radicais islâmicos vêm fazendo nas últimas décadas, parece
fazer parte de uma estratégia de anulação da memória coletiva, como se, ao fazerem isso,
estivessem a consolidar essa ideia peregrina de que são os escolhidos que foram para uma
missão verdadeiramente civilizadora, pretendendo apagar o passado, primeiro instrumento que
nos faculta aceder à capacidade crítica. E esse é o medo dessa gente: que aqueles que são
dominados olhem para as estátuas agora quebradas dessas salas de memória e questionem a
legitimidade de quem os pretende dominar.

PINTO, Paulo Mendes. O Direito à Memória, ou quando do alto destas pirâmides, 40 séculos de
História nos contemplam! Lisboa: O Público, 2015. (Adaptado)

Dessa forma, é CORRETO afirmar que a destruição de ruínas antigas:

A) é uma obrigação religiosa islâmica, e os grupos radicais apenas cumprem com seus deveres
de fé.

B) não representa nenhuma ameaça à nossa compreensão de História. São apenas pedras.

C) é uma obrigação civilizatória na qual os grupos radicais se empenham.

D) mostra como a Antiguidade permanece presente na construção de nossa memória coletiva.

E) é um objeto de preocupação apenas para os cidadãos dos países onde os atentados estão
ocorrendo.

24. Leia atentamente o seguinte excerto:

“Se o homem comum não conhece as suas origens ele é como um macaco louco. Ele não
conhece ao certo as relações de sua grande família, é como um dragão descomunal. Ele que não
conhece as circunstâncias e o curso das ações de seu nobre pai e avô é como um homem que,
tendo preparado a dor para seus filhos, joga-os neste mundo”.

MOMIGLIANO, A. As raízes clássicas da historiografia moderna. Bauru: EDUSC, 2004, p.55

Do trecho acima, depreendem-se algumas características da escrita da História, quais sejam:

A) conservação da memória do passado, quadro cronológico e interpretação dos


acontecimentos.

B) conhecimento da natureza, origem das espécies animais e lembrança ancestral.

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C) dialética socrática, valores teóricos e morais e busca pela verdade intrínseca da origem
humana.

D) atitude crítica em relação ao registro dos acontecimentos, desinteresse pelo passado e árvore
genealógica.

25. A cultura material estudada pelo arqueólogo insere-se, sempre, em um contexto histórico
muito preciso e, portanto, o conhecimento da história constitui aspecto inelutável da pesquisa
arqueológica. Assim, só se pode compreender a cerâmica grega se conhecermos a história da
sociedade grega, as diferenças entre as cidades antigas, as transformações por que passaram.

(FUNARI, Pedro Paulo. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2003. p. 85.)

Com base nas afirmações acima, assinale a alternativa CORRETA.

A) A Arqueologia, diferentemente da História, concentra seus estudos na análise da cultura


material, negligenciando fontes escritas e orais.

B) A relação interdisciplinar entre a Arqueologia e a História é apresentada no texto como um


fator essencial na análise da cultura material.

C) Os estudos arqueológicos pouco retratam as sociedades pré-históricas tendo em vista a


ausência de fontes não materiais sobre esses povos.

D) A arqueologia não contribuiu para o estudo de regiões africanas como o Sudão e o Egito,
tendo em vista a exclusividade da análise das tradições orais no estudo dessas sociedades.

E) História e Arqueologia só constroem uma relação interdisciplinar nos estudos sobre a pré-
história e a antiguidade, em que a análise da cultura material é o cerne das pesquisas.

26. É preciso advertir desde já que esse sistema quadripartite [dividido em quatro partes] de
organização da história universal é um fato francês. Em outros países, o passado está organizado
de modo diferente, em função de pontos de referência distintos.

CHESNEAUX, Jean. Devemos fazer tábula rasa do passado? Sobre a história e os historiadores.
Trad. de Marcos A. da Silva. São Paulo: Ática, 1995, p. 93.

O texto faz referência a um “sistema quadripartite”, ainda muito presente nos materiais
didáticos de História do Ensino Básico no Brasil. Esse “sistema” divide a história em Antiga,
Medieval, Moderna e Contemporânea. Sobre essa divisão, o autor observa que a:

A) conceituação de história universal é sempre francesa.

B) divisão da história em períodos prejudica o seu estudo.

C) periodização da história em alguns países é equivocada.

D) sistematização da história não depende das referências do passado.

E) organização da história como campo de estudo é uma construção cultural.

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27. “Os judeus tinham que usar uma estrela amarela, [...] tinham que entregar as bicicletas, [...]
não podiam andar de bonde, [...] ficavam proibidos de dirigir automóveis.[...] só podiam fazer
compras das três às cinco horas e só em casas que tivessem placa dizendo ‘casa israelita’. Os
judeus deviam recolher-se às suas casas às oito da noite [...]. Ficavam proibidos de ir a teatros,
cinemas e outros lugares de diversão.”

FRANK, Anne. Diário de uma jovem. São Paulo: Editora Mérito S. A., 1958, p. 14, 3ª edição.

Esse trecho, que foi retirado do diário de uma adolescente judia prisioneira num campo de
concentração, na Alemanha, onde morreu em 1945, revela:

A) poucas e distorcidas informações para se compreender o que foi a 2ª Guerra Mundial.

B) detalhes das perseguições sofridas pelos judeus na Alemanha, durante a 1ª Guerra Mundial.

C) ideias falsas, pois os alemães não podiam abrir mão do dinheiro que os judeus gastavam em
locais como cinemas e teatros.

D) aspectos importantes para nossa compreensão acerca das perseguições sofridas pelos
judeus, desde a 2ª Guerra Mundial até os ano de 1960, com o fim do apartheid.

E) a importância desse diário como documento histórico que registrou, para a posteridade, a
perseguição sofrida pelos judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

28. Ao longo da história da humanidade, as pessoas têm produzido objetos com as mais variadas
intenções: machados de pedra, roupas, utensílios domésticos, casas etc. Nas mãos do
historiador, esses e outros registros, vistos como evidências históricas, são chamados de
documentos ou fontes históricas. Sobre as fontes históricas, é correto afirmar que:

A) as fontes não documentais perderam muito de sua credibilidade após o advento da escrita,
pois não são consideradas oficiais.

B) só passam a ser consideradas fontes históricas aquelas com comprovação científica em


laboratórios, no que diz respeito à datação e origem.

C) o patrimônio imaterial de uma sociedade também e considerado como fonte histórica, uma
vez que pode retratar a própria essência dessa cultura.

D) os documentos oficiais, como inventários “post mortem”, testamentos e certidões, têm maior
respaldo histórico, pois constituem conteúdo irrefutável.

29. O estudo e a escrita da História são realizados com base em pesquisas documentais e
interpretações de fatos históricos. Como não é possível reconstruir o passado tal como
aconteceu, os historiadores utilizam fontes, que podem ser interpretadas de maneiras
diferentes, e, por isso, existe uma grande diversidade de produções historiográficas a respeito
de um mesmo tema. No decorrer do tempo, o conceito, o uso e o critério de seleção das fontes
históricas mudou.

Atualmente, é correto afirmar que:

A) toda fonte histórica é necessariamente escrita, as demais são consideradas fontes pré-
históricas.

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B) o historiador deve priorizar as fontes com notória imparcialidade, tais como jornais e revistas,
que retratam o dia a dia de uma cidade, um estado ou mesmo um país, da forma mais fiel
possível.

C) filmes, obras literárias, histórias em quadrinho e pinturas não podem ser consideradas fontes
históricas, pois não têm compromisso com a verdade.

D) as diversas manifestações artísticas, como escultura, pintura ou uma canção, podem ser
consideradas fontes históricas, na medida em que retratam o espírito de um tempo.

E) o documento escrito, de preferência o oficial, imprime um caráter de seriedade ao trabalho


do historiador, evitando que ele trabalhe com mentiras e falsificações.

30. Sobre a História, enquanto disciplina, é INCORRETO afirmar que

A) construir a história é uma tarefa de investigação e o historiador a faz mediante o estudo


desinteressado e neutro dos vestígios que documentam a atividade humana.

B) o historiador formula as perguntas a serem feitas aos documentos selecionados e ele o faz
com base em sua cultura e suas escolhas.

C) muitos historiadores, até meados do século XX, privilegiavam o estudo do documento escrito
e davam preferência aos documentos oficiais.

D) os documentos escritos ainda são considerados fontes fundamentais para a compreensão


dos fatos, mas, nas últimas décadas, a noção de documento se ampliou.

E) o estudo das fontes e a crítica dos documentos são partes fundamentais do processo de
investigação histórica.

31. As pinturas rupestres são evidências materiais do desenvolvimento intelectual dos seres
humanos. Embora tradicionalmente estudadas pela Arqueologia, elas ajudaram a redefinir a
concepção de que a História se inicia com a escrita, pois

A) funcionam como códices velados de uma comunidade à espera de decifração.

B) expressam uma concepção de tempo marcada pela cronologia.

C) indicam o predomínio da técnica sobre as forças da natureza.

D) atestam as relações entre registros gráficos e mitos de origem.

E) registram a supremacia do indivíduo sobre os membros de seu grupo.

32. De fato, que alternativa restava aos portugueses, ao se verem diante de uma mata virgem e
necessitando de terra para cultivo, a não ser derrubar a mata e atear-lhe fogo? Seria, pois,
injusto dessa maneira. Todavia, podemos culpar os seus descendentes, e com razão, por
continuarem a queimar as florestas quando há agora, no início do século XIX, tanta terra limpa
e pronta para o cultivo à sua disposição.

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SAINT-HILAIRE Viagem às nascentes do rio S. Francisco [1847]. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo:
EDUSP,1975 (adaptado).

No texto, há informações sobre a prática da queimada em diferentes períodos da história do


Brasil. Segundo a análise apresentada, os portugueses

A) evitaram emitir juízo de valor sobre a prática da queimada.

B) consideraram que a queimada era necessária em certas circunstâncias.

C) concordaram quanto à queimada ter sido uma prática agrícola insuficiente.

D) entenderam que a queimada era uma prática necessária no início do séc. XIX.

E) relacionaram a queimada ao descaso dos agricultores da época com a terra.

33. Para uns, a Idade Média foi uma época de trevas, pestes, fome, guerras sanguinárias,
superstições, crueldade. Para outros, uma época de bons cavaleiros, damas corteses, fadas,
guerras honradas, torneios, grandes ideais. Ou seja, uma Idade Média “má” e uma Idade Média
“boa”.

Tal disparidade de apreciações com relação a esse período da História se deve

A) ao Renascimento, que começou a valorizar a comprovação documental do passado,


formando acervos documentais que mostram tanto a realidade “boa” quanto a “má”.

B) à tradição iluminista, que usou a Idade Média como contraponto a seus valores racionalistas,
e ao Romantismo, que pretendia ressaltar as “boas” origens das nações.

C) à indústria de videojogos e cinema, que encontrou uma fonte de inspiração nessa mistura de
fantasia e realidade, construindo uma visão falseada do real.

D) ao Positivismo, que realçou os aspectos positivos da Idade Média, e ao marxismo, que


denunciou o lado negativo do modo de produção feudal.

E) à religião, que com sua visão dualista e maniqueísta do mundo, alimentou tais interpretações
sobre a Idade Média.

34. O texto a seguir reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance.

- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? Perguntou Sofia.

- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus nasceu
à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e
morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais ou menos
proibida. (...) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação.

Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.

Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia.

São Paulo, Cia. das Letras, 1997 .

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O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como
marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto,
que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que:

A) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.

B) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.

C) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.

D) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.

E) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.

35. “Consideremos o significado da palavra república. Ela vem do latim res publica, que quer
dizer ‘coisa de todos’. Denomina, portanto, uma forma de governo em que o Estado e o poder
pertencem ao povo.

No entanto, o que se observou na fase inicial da república romana foi a instalação de uma
organização política dominada apenas pelos patrícios. Não houve a distribuição do poder entre
todos, pois a maioria da população, os plebeus, não tinha, inicialmente, o direito de participar
das decisões políticas. Isso gerou grandes conflitos.”

(COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. Vol.1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 124).

Por conta da situação acima mencionada, os plebeus iniciaram uma longa luta em busca dos
seus direitos, sobre a qual é incorreto afirmar-se que

A) a “Lei das XII Tábuas”, ainda que favorecesse os patrícios, serviu para dar clareza às normas
e aos costumes.

B) a “Lei Canuleia” autorizava o casamento entre patrícios e plebeus.

C) o “Comício da Plebe” deu aos patrícios o direito de decidirem pelos plebeus assuntos relativos
aos interesses de ambos.

D) a “Eleição de Magistrados” deu aos plebeus a condição de ascenderem, aos poucos, aos
principais cargos públicos.

E) a proibição da escravização por dívidas fez com que nenhum romano fosse mais escravizado
por conta de dívidas existentes.

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36. As imagens reproduzem quadros de D. João VI e de seu filho D. Pedro I nos respectivos papéis
de monarcas. A arte do retrato foi amplamente utilizada pela nobreza ocidental, com objetivos
de representação política e de promoção social. No caso dos reis, essa era uma forma de se fazer
presente em várias partes do reino e, sobretudo, de se mostrar em majestade.

A comparação das imagens permite concluir que:

A) as obras apresentam substantivas diferenças no que diz respeito à representação do poder.

B) o quadro de D. João VI é mais suntuoso, porque retrata um monarca europeu típico do século
XIX.

C) os quadros dos monarcas têm baixo impacto promocional, uma vez que não estão usando a
coroa, nem ocupam o trono.

D) a arte dos retratos, no Brasil do século XIX, era monopólio de pintores franceses, como
Debret.

E) o fato de pai e filho aparecerem pintados de forma semelhante sublinha o caráter de


continuidade dinástica, aspecto político essencial ao exercício do poder régio.

37. Relacione corretamente os fatos históricos com seus respectivos períodos, numerando a
Coluna II de acordo com a Coluna I.

Coluna I

1. Revolução Industrial

2. Formação das monarquias nacionais

3. Criação da democracia

4. Reforma e Contrarreforma

Coluna II

( ) Idade Média

( ) Idade Moderna

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( ) Idade Antiga

( ) Idade Contemporânea

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A) 3, 4, 2, 1.

B) 1, 2, 4, 3.

C) 2, 4, 3, 1.

D) 4, 2, 1, 3.

38. Sobre o surgimento da arte cênica, todos falam em Grécia, mas o teatro aparece
exclusivamente, em Atenas, nas últimas décadas do século VI a.C. Nenhuma das versões sobre
o advento do teatro, na verdade, é conclusiva ou informa qual o momento exato em que se deu
o fenômeno da arte dramática.

(HELIODORA, Barbara. Caminhos do teatro ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2013. p. 24.)

Sobre a temática abordada no texto, assinale a alternativa CORRETA.

A) O marco inicial do teatro é a Paixão de Osíris, encenada em Abydos, no Egito, no ano de 2600
a.C.

B) A arte teatral surge ainda na Pré-história, em forma de dança ou canto, com o objetivo de
evocar a chuva, a caça ou outras atividades básicas.

C) O auge da produção teatral grega se deu no século V a.C., em Atenas.

D) Os grandes nomes da dramaturgia grega foram Sófocles, Ésquilo, Eurípedes e Plauto.

E) O teatro, desde seu surgimento em Atenas, sempre foi uma arte elitista, sem muito apelo
popular.

39. “Eucrates, filho de Aristôtimos, do Pireu, fez a moção: Com a boa sorte do Povo de Atenas.
Que os legisladores resolvam: se alguém se rebelar contra o Povo visando implantar a Tirania,
ou juntar-se a conspiradores, ou se alguém atenta contra o Povo de Atenas ou contra a
Democracia, em Atenas, se alguém cometeu algum destes crimes, quem o matar estará livre do
processo(...).”

Lei Ateniense contra a Tirania, 337-6 a.C. FUNARI, P.P.A. Antiguidade Clássica: a história e a
cultura a partir dos documentos. Campinas: Editora Unicamp, 2003. p.90.

A Lei Ateniense de 337-6 a.C contra a Tirania. insere-se na

A) passagem da cidade independente para o estado imperial helenístico.

B) fase em que as cidades gregas reforçavam sua autonomia e poder.

C) busca ansiosa de consolidar o legítimo poder do soberano.

D) conciliação das poleis gregas no decorrer do quarto século a.C.

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40. O episódio da violência exercida por Sexto Tarquínio contra Lucrécia, mulher de Colatino,
um dos nobres romanos, narra e celebra em tom comemorativo “a expulsão dos Tarquínios”
como a libertação da tirania. Este evento marca:

A) o fim da monarquia em Roma.

B) o início da estrutura gentílica romana.

C) o estabelecimento das leis das XII Tábuas.

D) a guerra contra os samnitas e o domínio da Itália central.

41. O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos
os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a
argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.

VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função

A) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.

B) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.

C) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da
comunidade.

D) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em


caso de guerra.

E) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em


assembleias.

42. TEXTO l

Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus
próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões
públicas por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato
de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação.

TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado).

TEXTO II

Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de
administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao
tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela
mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados.

ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.

Comparando os textos l e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no
século IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a)

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A) prestígio social.

B) acúmulo de riqueza.

C) participação política.

D) local de nascimento.

E) grupo de parentesco.

43. Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente
de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios
manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram
eleger uma comissão de dez pessoas – os decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram
a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.

COULANGES, F. A cidade antiga.São Paulo: Martins Fontes, 2000.

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à:

A) adoção do sufrágio universal masculino.

B) extensão da cidadania aos homens livres.

C) afirmação de instituições democráticas.

D) implantação de direitos sociais.

E) tripartição dos poderes políticos.

44. No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos,
definida pelo confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto
esse que concedia a essas convenções a qualidade de instituições públicas.

MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de


compromisso dos deputados fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.

No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de


prática democrática:

A) Direta.

B) Sindical.

C) Socialista.

D) Corporativista.

E) Representativa.

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45. A figura apresentada é de um mosaico, produzido por volta do ano 300 d.C., encontrado na
cidade de Lod, atual Estado de Israel. Nela, encontram-se elementos que representam uma
característica política dos romanos no período, indicada em:

A) Cruzadismo — conquista da terra santa.

B) Patriotismo — exaltação da cultura local.

C) Helenismo — apropriação da estética grega.

D) Imperialismo — selvageria dos povos dominados.

E) Expansionismo — diversidade dos territórios conquistados.

FORMAÇÃO DO MUNDO FEUDAL / AS CRUZADAS / CRISE


DO FEUDALISMO

46. Um texto bastante famoso produzido na Idade Média foi o Exemplo dos carneiros, dos bois
e dos cães, que explicava:

“A razão de ser dos carneiros é fornecer leite e lã, dos bois é lavrar a terra, a dos cães defender
os carneiros e os bois. Se cada um cumprir sua missão, Deus protegê-la-á. Do mesmo modo, fez
com os homens: instituiu os Clérigos e os Monges para que rezassem, plenos de doçura, como
ovelhas; os camponeses, como os bois, para assegurar a subsistência, e os guerreiros para que
defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que cultivam a terra.”

(Apud LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. Lisboa: Estampa, 1984, vol. 2, p.
10, adaptado).

Partindo da análise dessa fonte, compreendemos que a Sociedade Feudal se dividia em três
ordens principais, registradas na alternativa:

A) Os religiosos (os carneiros), os trabalhadores (os bois) e os guerreiros (os cães).

B) Os mercadores (os bois), os clérigos (os cães) e os guerreiros (os carneiros).

C) Os reis (os cães), os plebeus (os bois) e os nobres (os carneiros).

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D) Os reis (os cães), os plebeus (os bois) e a corte (os carneiros).

E) Os homens (os cães), as mulheres (os carneiros) e os religiosos (os bois).

47. A produção feudal era agrícola, sendo a terra sua principal fonte de riqueza. O sistema
comunitário de cultivo reduzia o interesse por inovações técnicas, por isso, qualquer nova forma
de trabalhar a terra, exigia a aprovação de toda a aldeia. Além disso, todo aumento da produção
correspondia a mais tributos a serem pagos ao senhor feudal, desestimulando a produção
excedente pelos servos.

Entre os muitos impostos que estes pagavam, um deles era a corveia, que consistia em:

A) dias de trabalho no manso senhorial.

B) dias em que só se produzia artesanato.

C) parte dos alimentos produzidos no manso servil.

D) produção destinada à Igreja.

E) parte dos alimentos produzidos nos feriados e dias santificados.

48. Sobre a Igreja Católica, durante o Período Feudal, é correto afirmar que

A) a produção cultural, o comportamento e, sobretudo, a ordem social, através do controle da


fé, normatizava os costumes.

B) a figura do Papa, líder político mais influente durante toda a Idade Média, garantia a
centralização do poder.

C) a unificação da religião no Oriente e no Ocidente foi uma imposição apoiada pelo regime
político em todo território.

D) a crença difundida era a de que as pessoas obtinham a salvação espiritual pela


predestinação, ou seja, desde o nascimento os fiéis estavam destinados à salvação ou à
condenação eterna, independente de suas obras no mundo material.

E) a necessidade da participação em apenas dois sacramentos, o batismo e a eucaristia, era um


preceito para seus milhares de seguidores.

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49. Observe as imagens a seguir.

As duas obras representam um processo histórico característico da formação do feudalismo,

corretamente identificado como:

A) dessacralização do poder temporal.

B) fusão de elementos romanos e germânicos.

C) constituição do Estado secular.

D) submissão da Igreja ao poder temporal.

E) concessão da liberdade de culto aos cristãos.

50. O Oriente, com suas inúmeras e ricas cidades, economia desenvolvida, um campesinato de
pequenas propriedades, relativa unidade cívica e distância geográfica da violência dos ataques
bárbaros, sobreviveu. O Ocidente, com sua população mais esparsa e cidades mais fracas,
aristocracia grandiosa e campesinato explorado em arrendamentos, anarquia política e
vulnerabilidade estratégica às invasões germânicas, naufragou.

(Perry Anderson, Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Adaptado).

Entre os marcos da passagem da Antiguidade ao Feudalismo, é correto identificar:

A) o conflito entre as cidades gregas, lideradas por Atenas, e o Império Persa.

B) a crise das cidades-Estado e a ascensão das formas centralizadas de poder.

C) a derrota de Cartago para a República Romana nas Guerras Púnicas.

D) o apogeu do Império Macedônico depois de sua expansão para o Oriente

E) o declínio do Império Romano do Ocidente e a permanência do Império Bizantino.

51. A cidade contemporânea, apesar de grandes transformações, está mais próxima da cidade
medieval do que esta última da cidade antiga. A cidade da Idade Média é uma sociedade
abundante, concentrada em um pequeno espaço, um lugar de produção e de trocas em que se
mesclam o artesanato e o comércio alimentados por uma economia monetária. É também o

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cadinho de um novo sistema de valores nascido da prática laboriosa e criadora do trabalho, do


gosto pelo negócio e pelo dinheiro.

(Jacques Le Goff, Por amor às cidades. Adaptado).

O trecho faz referência à cidade medieval:

A) do contexto árabe-islâmico.

B) da Alta Idade Média.

C) da Baixa Idade Média.

D) das invasões germânicas.

E) do Império Carolíngio.

52. Observe a imagem.

Essa imagem, retirada do Livro de Horas do Duque de Berry, representa um aspecto da vida
social na Europa medieval em um contexto no qual:

A) o trabalho assalariado havia se tornado hegemônico.

B) as relações servis de produção predominavam.

C) os trabalhadores formavam comunas livres.

D) as revoltas sociais levaram ao fim das amarras feudais.

E) a religião perdera importância no regramento da vida social.

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53. Durante boa parte do período medieval, a marcação do tempo era controlada pela Igreja
Católica, preocupada com o tempo religioso e com os ofícios religiosos a ele relacionados.

Nos séculos XIV e XV, no entanto, os relógios mecânicos começaram a espalhar-se pela Europa
e popularizou-se a divisão do dia em 24 horas. A afirmação desse tempo leigo perante o tempo
religioso representou:

A) o fim do poder da Igreja Católica, muito abalada pelo surgimento do protestantismo.

B) uma vitória dos servos sobre os seus senhores, pois eles vinham lutando para controlar o
próprio tempo.

C) uma mudança no ritmo de vida, associada ao ressurgimento das cidades e às trocas


comerciais.

D) o domínio do tempo pelos senhores feudais, que passaram a definir comportamentos com
base no relógio.

E) uma mudança cultural pouco significativa, pois as relações de trabalho continuaram a existir
da mesma forma.

54. Leia o registro de um contemporâneo da peste negra.

Eis que, em outubro do ano de 1347 da Encarnação do Senhor, (...) muitos genoveses, em doze
galeras, fugindo à cólera divina que se abatera sobre eles em razão da sua iniquidade, acostaram
no porto da cidade de Messina. Os genoveses transportavam consigo (...) uma doença tal que
quem quer que tivesse falado com um deles era atingido por essa enfermidade mortal (...). As
pessoas odiavam-se umas às outras a ponto de, se um filho fosse atingido pelo mal, o pai se
recusar terminantemente a ficar do seu lado; e se ousasse aproximar-se dele, seria de tal modo
atingido pelo mal que não haveria modo de escapar à morte (...).

(Michel de Piazza. Historia secula ab anno 1337 ad annum 1361. Apud Georges Duby. A Europa
na Idade Média, 1988.)

A partir do trecho, pode-se afirmar que a peste negra era encarada como

A) uma manifestação de castigo divino e que teve como um de seus efeitos a desagregação das
relações sociais.

B) um momento fundamental de reorganização das relações familiares no interior da nobreza


feudal e de descrença na autoridade papal.

C) um produto da ação dos heréticos medievais e provocadora de novas ideias religiosas, como
a crença nos santos.

D) um fenômeno natural, derivado das condições de isolamento das comunidades feudais e


que gerou a ideia do ateísmo.

E) uma decorrência direta das atividades econômicas que buscavam o lucro e da defesa que a
Igreja fazia das indulgências.

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55. Maomé (570-632) uniu os povos árabes em torno dos princípios do Islã. Seus praticantes,
os muçulmanos, expandiram-se por diferentes regiões do mundo, o que resultou:

A) no surgimento dos cristãos-novos, termo aplicado aos recém-convertidos.

B) na imposição do politeísmo nas regiões ocupadas pelos príncipes árabes.

C) no fortalecimento das cruzadas, que pretendiam reconquistar Meca.

D) na queda do Papa, cujos exércitos foram incapazes de proteger Roma e o Vaticano.

E) na conquista da Península Ibérica, de onde foram expulsos no decorrer do século XV.

56. “Maomé retirou-se às montanhas para rezar e meditar, vivendo como eremita. Em seguida,
começou a pregar a existência de um deus único, Alá, e a prática do Islã, submissão total a deus.”

(ORDOÑEZ, Marlene e QUEVEDO, Júlio. História. Coleção Horizontes. São Paulo: IBEP. Sd. p.58)

Em 622, ocorreu a Hégira, que significou para o mundo islâmico,

A) o nascimento de Maomé e a chegada dos muçulmanos na África.

B) a fuga de Maomé e seus seguidores de Meca para Yatreb.

C) o casamento de Maomé com Khadija e a retomada de Meca.

D) a ocupação da península Ibérica pelos muçulmanos.

57. O islamismo, religião monoteísta fundada por Maomé (c. 570-632), mudou o cenário
religioso e político do Oriente Médio e de toda a bacia do Mediterrâneo. Os padrões islâmicos
de moralidade e as normas que regulam a vida cotidiana são fixados pelo Alcorão, que os
muçulmanos acreditam conter a palavra de Alá, tal qual revelada a Maomé. Para os
muçulmanos, sua religião é a conclusão e o aperfeiçoamento do judaísmo e do cristianismo.

Maomé conseguiu unificar as tribos árabes, envolvidas em constantes disputas, numa força
poderosa dedicada a Alá e à difusão da fé islâmica. Após a morte de Maomé, no entanto, seus
sucessores não conseguiram manter a unidade, por disputas sucessórias. Essas disputas
dividiram o Islã em dois grupos principais, que permanecem até os dias de hoje.

É CORRETO afirmar que esses dois grupos rivais são:

A) Monofisistas e nestorianos.

B) Monofisistas e maronitas.

C) Sunitas e xiitas.

D) Otomanos e assírios.

E) Xiitas e politeístas.

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58. A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, dividida em três: uns oram, outros
combatem, outros, enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não suportam ser
separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras das outras duas; cada uma
por sua vez encarrega-se de aliviar o conjunto... Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da
paz.

ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da


Costa, 1981.

A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida durante a Idade Média. Um
objetivo de tal ideologia e um processo que a ela se opôs estão indicados, respectivamente, em:

A) Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas.

B) Subverter a hierarquia social / centralização monárquica.

C) Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas.

D) Controlar a exploração econômica / unificação monetária.

E) Questionar a ordem divina / Reforma Católica.

59. Sou uma pobre e velha mulher,

Muito ignorante, que nem sabe ler.

Mostraram-me na igreja da minha terra

Um Paraíso com harpas pintado

E o Inferno onde fervem almas danadas,

Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.

VILLON. F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC. 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos
católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de

A) refinar o gosto dos cristãos.

B) incorporar ideais heréticos.

C) educar os fiéis através do olhar.

D) divulgar a genialidade dos artistas católicos.

E) valorizar esteticamente os templos religiosos.

60. A lei dos lombardos (Edictus Rothari), povo que se instalou na Itália no século VII e era
considerado bárbaro pelos romanos, estabelecia uma série de reparações pecuniárias
(composições) para punir aqueles que matassem, ferissem ou aleijassem os homens livres. A lei
dizia: “para todas estas chagas e feridas estabelecemos uma composição maior do que a de
nossos antepassados, para que a vingança que é inimizade seja relegada depois de aceita a dita

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composição e não seja mais exigida nem permaneça o desgosto, mas dê-se a causa por
terminada e mantenha-se a amizade.”

ESPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1976 (adaptado).

A justificativa da lei evidencia que

A) se procurava acabar com o flagelo das guerras e dos mutilados.

B) se pretendia reparar as injustiças causadas por seus antepassados.

C) se pretendia transformar velhas práticas que perturbavam a coesão social.

D) havia um desejo dos lombardos de se civilizarem, igualando-se aos romanos.

E) se instituía uma organização social baseada na classificação de justos e injustos.

61. A Idade Média é um extenso período da História do Ocidente cuja memória é construída e
reconstruída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento,
esse período vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto
histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo.

Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é

A) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germânico.

B) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos documentos do Concílio Vaticano II.

C) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristãos.

D) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes


que tivera Carlos Magno.

E) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produções
cinematográficas de Hollywood.

62. O ano muçulmano é composto de 12 meses, dentre eles o Ramadã, mês sagrado para os
muçulmanos que, em 2001, teve início no mês de novembro do Calendário Cristão, conforme a
figura que segue.

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Considerando as características do Calendário Muçulmano, é possível afirmar que, em 2001, o


mês Ramadã teve início, para o Ocidente, em

A) 01 de novembro.

B) 08 de novembro.

C) 16 de novembro.

D) 20 de novembro.

E) 28 de novembro.

63. Considere os textos a seguir.

(...) de modo particular, quero encorajar os crentes empenhados no campo da filosofia para que
iluminem os diversos âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de uma razão que se
torna mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé.

(Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da igreja católica sobre as relações
entre fé e razão, 1998)

As verdades da razão natural não contradizem as verdades da fé cristã.

(São Tomás de Aquino-pensador medieval)

Refletindo sobre os textos, pode-se concluir que:

A) a encíclica papal está em contradição com o pensamento de São Tomás de Aquino, refletindo
a diferença de épocas.

B) a encíclica papal procura complementar São Tomás de Aquino, pois este colocava a razão
natural acima da fé.

C) a Igreja medieval valorizava a razão mais do que a encíclica de João Paulo II.

D) o pensamento teológico teve sua importância na Idade Média, mas, em nossos dias, não tem
relação com o pensamento filosófico.

E) tanto a encíclica papal como a frase de São Tomás de Aquino procuram conciliar os
pensamentos sobre fé e razão.

64. No século XI, o bispo Fulbert de Chartes foi convidado a escrever sobre a fórmula da
fidelidade e assim o fez:

Aquele que jura fidelidade a seu senhor deve ter sempre em mente estes seis princípios:
proteção, segurança, honra, interesse, liberdade, faculdade. Proteção, quer dizer, nada deve ser
feito em prejuízo do senhor quanto ao seu corpo. Segurança, nada em prejuízo da residência
onde ele habita ou de suas fortalezas nas quais ele possa se achar. Honra, quer dizer, nada em
detrimento de sua justiça ou do que possa sua honra depender. Interesse, quer dizer, nada que
possa prejudicar suas possessões. Liberdade e faculdade, quer dizer, o bem que o senhor possa
fazer não lhe deva ser tornado difícil e o que ele esteja fazendo tornado impossível (...)

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Fonte: Fulbert de Chartres. Epistolae, LVIII, ano 1020. In: Jaime Pinsky. Modo de produção
feudal. 2 ed. São Paulo: Global, 1982.

Os princípios apresentados na cerimônia descrita pelo texto fazem referência às relações sociais
entre

A) patrícios e plebeus na Antiguidade.

B) suseranos e vassalos na Idade Média.

C) proprietários de terras e escravos no Brasil Colonial.

D) burgueses e classe trabalhadora na sociedade industrial.

E) latifundiários e camponeses na América Contemporânea.

65. Segundo o historiador Demant, “em princípio, Maomé conseguiu converter à nova fé a
esposa e alguns amigos. Seu primeiro núcleo de ouvintes foi mínimo, mas suficiente para irritar
a elite comercial de Meca, cuja renda do turismo religioso foi ameaçada pela insistência de
Maomé em destruir as imagens dos deuses politeístas. A repressão contra essa pequena e
primeira comunidade muçulmana o levou a fugir com seus seguidores, no ano de 622 d.C, para
outra cidade, mais aberta às suas demandas: Iatreb, desde então nomeada de AlMedina (a
Cidade), situada a 300 quilômetros ao norte de Meca.

(DEMANT, Peter. O Mundo Muçulmano. São Paulo: Contexto, 2011, p. 26).

Com base na situação descrita sobre a fuga do fundador do islã, o Profeta Maomé, é correto o
que se afirma em:

A) Sua fuga é conhecida como a jihad (luta em favor de Deus) e marca o início do calendário
muçulmano.

B) Sua fuga é conhecida como a salat (reza que se faz cinco vezes ao dia) e marca o início do
calendário muçulmano.

C) Sua fuga é conhecida como a hijra (hégira ou migração) e marca o início do calendário
muçulmano.

D) Sua fuga é conhecida como o ramadan (ramadã - mês de jejum, entendido como purificação
e ascese para Deus) e marca o início do calendário muçulmano.

E) Sua fuga é conhecida como a shahada (testemunho – é a confissão que efetua a conversão) e
marca o início do calendário muçulmano.

66. Os fragmentos de texto abaixo foram extraídos de VICENTINO e DORIGO (2011) e se referem
à Igreja Medieval.

I. Pouco a pouco, a Igreja foi “se transformando na maior proprietária de terras da Idade Média
e construindo fortes vínculos com a estrutura feudal”.

II. Viviam afastados das tentações do mundo por meio do isolamento em abadias e de votos de
castidade, pobreza e silêncio. Com o tempo, num mundo em que uma restrita minoria era

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alfabetizada, as igrejas, os mosteiros e as abadias converteram-se nos principais centros da


cultura letrada.

III. Viviam apegados aos bens materiais e em contacto com a sociedade, a terra, a administração
e a exploração das riquezas.

IV. A proibição de casamento rigorosamente aplicada a partir do Século XI liberava os padres


dos compromissos conjugais e contribuía, além disso, para a manutenção do patrimônio
eclesiástico feudal, ao evitar a divisão entre possíveis herdeiros dos membros do clero.

Os fragmentos I, II, III e IV referem-se, respectivamente, ao

A) poder temporal, clero secular, clero regular e celibato clerical.

B) celibato clerical, clero regular, clero secular e poder temporal.

C) clero secular, celibato clerical, poder temporal e clero regular.

D) poder temporal, clero regular, clero secular e celibato clerical.

E) clero regular, clero secular, poder temporal e celibato clerical.

67. Os mosteiros eram em primeiro lugar casas, cada uma abrigando sua “família”, e as mais
perfeitas, com efeito, as mais bem ordenadas: de um lado, desde o século IX, os mais
abundantes recursos convergiam para a instituição monástica, levando-a aos postos avançados
do progresso cultural; do outro, tudo ali se encontrava organizado em função de um projeto de
perfeição, nítido, bem estabelecido, rigorosamente medido.

(Georges Duby. “A vida privada nas casas aristocráticas da França feudal”. História da vida
privada, vol. 2, 1992. Adaptado.)

A caracterização do mosteiro medieval como uma “casa”, um “posto avançado do progresso


cultural” e um “projeto de perfeição” pode ser explicada pela disposição monástica de:

A) valorizar a vida privada, participar ativamente da vida política e combater o mal.

B) recuperar a experiência histórica e pessoal do Salvador durante sua estada no mundo dos
vivos.

C) recolher-se a uma comunidade fechada para orar, estudar e combater a desordem do mundo.

D) identificar-se com as condições de privação por que passavam as famílias pobres, celebrar a
tradição escolástica e agir de forma ética.

E) reconhecer a humanidade como solidária e unida num esforço de salvação da alma dos fiéis
e dos infiéis.

68. Reproduz-se, abaixo, trecho de um sermão do bispo Cesário de Arles (470-542), dirigido a
uma paróquia rural.

“Vede, irmãos, como quem recorre à Igreja em sua doença obtém a saúde do corpo e a remissão
dos pecados. Se é possível, pois, encontrar este duplo benefício na Igreja, por que há infelizes
que se empenham em causar mal a si mesmos, procurando os mais variados sortilégios:

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recorrendo a encantadores, a feitiçarias em fontes e árvores, amuletos, charlatães, videntes e


adivinhos?”

A partir desse sermão, escrito no sul da atual França, é correto afirmar que:

A) A Igreja Católica assumia funções espirituais e deixava à nobreza o cuidado da saúde dos
camponeses, através de ordens religiosas e militares.

B) O cristianismo tinha penetrado em todas as categorias sociais e era interpretado da mesma


forma através da autoridade dos bispos.

C) Práticas consideradas menos ortodoxas por Cesário de Arles ainda encontravam espaço em
setores da sociedade e a elite da Igreja tentava se afirmar como o único acesso ao sagrado.

D) O avanço do materialismo estava afastando da Igreja os camponeses, que, com isto, deixavam
de pagar os dízimos eclesiásticos.

69. Examine a iluminura extraída do manuscrito Al-Maqamat, de Abu Muhammed al-Kasim


alHariri, 1237.

A imagem pode ser associada à tradição dos conhecimentos desenvolvidos no mundo árabe-
islâmico durante a Idade Média e revela

A) a inexistência de instrumental médico nas sociedades islâmicas, que impediam qualquer tipo
de corte nos corpos.

B) a preparação do cadáver feminino para a cremação, principal culto funerário desenvolvido


nas sociedades islâmicas.

C) a condenação imposta pelas autoridades religiosas islâmicas às pessoas que cuidavam de


doentes e mulheres grávidas.

D) o desenvolvimento da medicina nas sociedades islâmicas, o que permitiu avanços, como a


descrição da varíola e o emprego de anestesia em cirurgias.

E) o repúdio, nas sociedades islâmicas, à representação do nu feminino, o que provocou


sucessivas punições civis e religiosas a artistas.

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70. Eis dois homens à frente: um, que quer servir; o outro, que aceita, ou deseja, ser chefe. O
primeiro une as mãos e, assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro símbolo de
submissão, cujo sentido, por vezes, era ainda acentuado pela genuflexão. Ao mesmo tempo, a
personagem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas quais se
reconhece “o homem” de quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado beijam-se na
boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram estes – muito simples e, por isso mesmo,
eminentemente adequados para impressionar espíritos tão sensíveis às coisas – os gestos que
serviam para estabelecer um dos vínculos mais fortes que a época feudal conheceu.

(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.)

O texto e a imagem referem-se à cerimônia que

A) consagra bispos e cardeais.

B) estabelece as relações de vassalagem.

C) estabelece as relações de servidão.

D) consagra o poder municipal.

E) estabelece as relações de realeza.

71. A colisão catastrófica dos dois anteriores modos de produção em dissolução, o primitivo e o
antigo, veio a resultar na ordem feudal, que se difundiu por toda a Europa.

Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. Porto: Afrontamento, 1982, p. 140.

O autor refere-se a três tipos de formações econômico-sociais nesse pequeno trecho. A esse
respeito é correto afirmar:

A) A síntese descrita refere-se à articulação entre o escravismo romano em crise e as formações


sociais dos guerreiros germânicos.

B) O escravismo predominava entre os povos germânicos e tornou-se um ponto de intersecção


com a sociedade romana.

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C) A economia romana, baseada na pequena propriedade familiar, foi transformada a partir das
invasões germânicas dos séculos IV a VI.

D) Os povos germânicos desenvolveram a propriedade privada e as relações servis que


permitiram a síntese social com os romanos.

E) A transição para o escravismo feudal foi proporcionada pelos conflitos constantes nas
fronteiras romanas devido à ofensiva dos magiares.

72. Observemos apenas que o sistema dos feudos, a feudalidade, não é, como se tem dito
frequentemente, um fermento de destruição do poder. A feudalidade surge, ao contrário, para
responder aos poderes vacantes. Forma a unidade de base de uma profunda reorganização dos
sistemas de autoridade […].

GOFF, Jacques Le. Em busca da Idade Média, 2008.

Segundo o texto, o sistema de feudos:

A) representa a unificação nacional e assegura a imediata centralização do poder político.

B) deriva da falência dos grandes impérios da Antiguidade e oferece uma alternativa viável para
a destruição dos poderes políticos.

C) impede a manifestação do poder real e elimina os resquícios autoritários herdados das


monarquias antigas.

D) constitui um novo quadro de alianças e jogos políticos e assegura a formação de Estados


unificados.

E) ocupa o espaço aberto pela ausência de poderes centralizados e permite a construção de uma
nova ordem política.

73. Os homens da Idade Média estavam persuadidos de que a terra era o centro do Universo e
que Deus tinha criado apenas um homem e uma mulher, Adão e Eva, e seus descendentes.

Não imaginavam que existissem outros espaços habitados. O que viam no céu, o movimento
regular da maioria dos astros, era a imagem do que havia de mais próximo no plano divino de
organização.

(Georges Duby. Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos, 1998. Adaptado.)

O texto revela, em relação à Idade Média ocidental,

A) o prevalecimento de uma mentalidade fortemente religiosa, indicativa da força e da


influência do cristianismo.

B) a consciência da própria gênese e origem, resultante das pesquisas históricas e científicas


realizadas na Grécia Antiga.

C) o esforço de compreensão racionalista dos fenômenos naturais, base do pensamento


humanista.

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D) a construção de um pensamento mítico, provavelmente originário dos contatos com povos


nativos da Ásia e do Norte da África.

E) a presença de esforços constantes de predição do futuro, provavelmente oriundos das


crenças dos primeiros habitantes do continente.

74. Analisando as condições de trabalho da Europa medieval, o historiador Marc Bloch afirmou:

O servo, em resumo, dependia tão estreitamente de um outro ser humano que, fosse ele para
onde fosse, esse laço o seguia e se imprimia à sua descendência. Essas pessoas, para com o
senhor, não estavam obrigadas apenas às múltiplas rendas ou prestações de serviços. Deviam-
lhe também auxílio e obediência, e contavam com a sua proteção.

(BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 79, s/d., p. 294-295. Adaptado)

De acordo com o texto, é correto afirmar que a servidão na Europa medieval

A) baseava-se na cobrança de taxas e no trabalho em troca de proteção e moradia.

B) organizava a produção monocultora de exportação que predominava no período.

C) proporcionava ampla mobilidade social para os servos e seus descendentes.

D) garantia aos servos a participação nas decisões políticas dentro dos feudos.

E) impedia a circulação dos trabalhadores nas lavouras dos territórios senhoriais.

75. No início foram as cidades. O intelectual da Idade Média – no Ocidente – nasceu com elas.
Foi com o desenvolvimento urbano ligado às funções comercial e industrial – digamos
modestamente artesanal – que ele apareceu, como um desses homens de ofício que se
instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão do trabalho. Um homem cujo ofício é
escrever ou ensinar, e de preferência as duas coisas a um só tempo, um homem que,
profissionalmente, tem uma atividade de professor e erudito, em resumo, um intelectual – esse
homem só aparecerá com as cidades.

LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010

O surgimento da categoria mencionada no período em destaque no texto evidencia o(a):

A) apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.

B) relação entre desenvolvimento urbano e divisão de trabalho.

C) importância organizacional das corporações de ofício.

D) progressiva expansão da educação escolar.

E) acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.

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76. Veneza, emergindo obscuramente ao longo do início da Idade Média das águas às quais devia
sua imunidade a ataques, era nominalmente submetida ao Império Bizantino, mas, na prática,
era uma cidade-estado independente na altura do século X. Veneza era única na cristandade por
ser uma comunidade comercial: “Essa gente não lavra, semeia ou colhe uvas”, como um
surpreso observador do século XI constatou. Comerciantes venezianos puderam negociar
termos favoráveis para comerciar com Constantinopla, mas também se relacionaram com
mercadores do islã.

FLETCHER, R. A cruz e o crescente: cristianismo de islã, de Maomé à Reforma. Rio de Janeiro:


Nova Fronteira, 2004.

A expansão das atividades de trocas na Baixa Idade Média, dinamizadas por centros como
Veneza, reflete o(a)

A) importância das cidades comerciais.

B) integração entre a cidade e o campo.

C) dinamismo econômico da Igreja cristã.

D) controle da atividade comercial pela nobreza feudal.

E) ação reguladora dos imperadores durante as trocas comerciais.

77. Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um


profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo
no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por
uma muralha.

DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal
à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média,
quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está
diretamente relacionado com:

A) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.

B) a migração de camponeses e artesãos.

C) a expansão dos parques industriais e fabris.

D) o aumento do número de castelos e feudos.

E) a contenção das epidemias e doenças.

78. Os últimos anos do século X foram marcados, na Europa Ocidental, pela diminuição das
invasões bárbaras e pela queda da mortandade por epidemias. Tais fatos geraram estabilidade
e crescimento demográfico. A partir do século XI, o continente experimentaria profundas
transformações que levariam ao que se conhece como Renascimento Comercial.

Com relação ao acima exposto, é correto afirmar que

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A) o Iluminismo gerou uma mentalidade de busca pela prosperidade material, o que levou ao
incremento de práticas comerciais.

B) o restabelecimento de rotas comerciais com a Oceania favoreceu o estabelecimento de novas


empresas de comércio na Europa.

C) os avanços tecnológicos elevaram a quantidade da produção agrícola e o excedente passou a


ser vendido.

D) as Cruzadas impediram a circulação de mercadorias entre o Ocidente e o Oriente.

E) a intensificação do comércio provocou o enfraquecimento de feiras regulares nos


cruzamentos das rotas comerciais.

79. Observe a imagem a seguir.

Sobre o desenvolvimento urbano e comercial no Ocidente Medieval entre os séculos XII e XIII,
marque a alternativa INCORRETA:

A) Existia uma grande multiplicidade de moedas que circulavam paralelamente entre si, sendo
o cambista a principal figura responsável pelas conversões nas feiras.

B) A sociedade que se estruturava no meio urbano reproduzia predominantemente as relações


de dependência típicas do meio rural, como a vassalagem e a servidão.

C) A regulamentação da produção artesanal realizada nos espaços urbanos aumentava com a


criação das Corporações de Oficio em diferentes setores produtivos.

D) Diversas cidades se desenvolveram a partir do aumento da circulação de comerciantes em


torno de entroncamentos de estradas e em muralhas de castelos importantes.

E) As grandes rotas de comércio marítimo se concentravam no Mar do Norte e no Mediterrâneo,


com mercadorias vindas inclusive do Oriente, como a seda.

80. Durante a Idade Média, havia um imaginário vinculado às cruzadas, pautado pela concepção
de que

A) Os nobres tinham a missão sagrada de proteger a população europeia dos “infiéis” que, após
a tomada da Península Ibérica, vinham impondo violentamente sua crença e cobrando altos
impostos a toda a cristandade.

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B) os vassalos deveriam morrer por meio do “bom combate” pois, ainda que não houvesse
esperança alguma de reconquistar Jerusalém, o sacrifício humano fortaleceria a fé católica e o
poder do Papa.

C) a Guerra Santa iniciada pelos muçulmanos era uma provação que os cristãos deveriam
enfrentar para que a tragédia da Peste Negra e outros castigos divinos não voltassem a incidir
sobre o Ocidente.

D) a longa peregrinação e os combates militares movidos pela fé, a fim de recuperar a Terra
Santa, assegurariam, a todos os participantes, o perdão de seus pecados e a purificação de suas
almas.

E) o enriquecimento obtido através de pilhagens deveria ser inteiramente destinado às ordens


mendicantes instaladas no Oriente e às famílias pobres muçulmanas como prova do não apego
aos bens materiais pela Igreja católica.

81. A imagem reproduz um auto de fé. Essas cerimônias:

A) ocorreram em todos os países da Europa e nas regiões colonizadas por portugueses e


espanhóis.

B) permitiram a difusão do catolicismo e tiveram papel determinante na erradicação do


protestantismo na Europa central.

C) eram conduzidas por autoridades leigas, pois a Igreja Católica não tinha vínculo com a
perseguição e a punição dos hereges.

D) tinham caráter exemplar, expondo publicamente os réus forçados a pedir perdão, antes de
serem encaminhados para a execução.

E) visavam a executar os judeus e islâmicos, não atingindo protestantes nem católicos romanos
ou ortodoxos.

82. Da mesma forma que a Terra Santa, ainda que com identidade menor, a Península Ibérica
possibilitava a reunião das ideias de paz (luta no exterior da Cristandade), de Guerra Santa
(engrandecimento da Igreja em terra anteriormente cristã) e de peregrinação (corpo santo
apostólico em Santiago de Compostela). A Reconquista revelou-se especialmente atraente, o

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que é significativo, para o centro-sul francês (...) cujos cavaleiros foram os mais constantes
participantes ultramontanos da luta anti-moura na Península.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. Peregrinos, monges e guerreiros. Feudo-clericalismo e religiosidade


em Castela Medieval. São Paulo: Hucitec, 1990, p. 161.

Sobre a Reconquista Ibérica, é correto afirmar que se trata de:

A) um conjunto de guerras e conquistas territoriais cujas motivações foram semelhantes àquelas


que estimularam a ação dos cristãos durante as Cruzadas.

B) um movimento dirigido pelos comerciantes castelhanos, interessados em se apropriar das


riquezas e rotas mercantis do mundo islâmico.

C) um movimento sem vinculação às crenças religiosas e devocionais cristãs e estimuladas pelo


avanço científico precoce da Península Ibérica.

D) uma incursão de cavaleiros a serviço da monarquia francesa com o intuito de anexar a


Península Ibérica e reestruturar o antigo Império Carolíngio.

E) um movimento essencialmente religioso que visava a combater o fanatismo muçulmano e


estabelecer monarquias cristãs que respeitassem a liberdade religiosa na Península Ibérica.

83. A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre
mais a um meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um
centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor,
frequentemente confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou
burgueses, conquista “liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.

GOFF Jacques Le. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.

O texto trata de um período em que:

A) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e


econômica, que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.

B) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam


apenas pelas mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.

C) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores


urbanos e rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.

D) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da
burguesia ascendente e dos grandes proprietários de terras.

E) as principais características do feudalismo, sobretudo a valorização da terra, haviam sido


completamente superadas e substituídas pela busca incessante do lucro e pela valorização do
livre comércio.

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84. Durante a Idade Média houve uma grande circulação de viajantes entre a Europa e o Oriente
Médio. Algumas dessas viagens eram peregrinações religiosas a locais considerados sagrados
como, por exemplo, a cidade de Jerusalém.

No início do século XI, entretanto, essa cidade estava sob o domínio dos muçulmanos, o que não
correspondia aos interesses da Igreja Católica, por isso, em 1095, o Papa Urbano II fez um apelo
à cristandade para que nobres e camponeses libertassem Jerusalém.

De acordo com as informações citadas, é correto afirmar que o apelo do Papa Urbano II deu
origem:

A) ao Renascimento.

B) ao Protestantismo.

C) à Inquisição.

D) à Contrarreforma.

E) às Cruzadas.

85. “O modo de produção feudal, tal como apareceu na Europa ocidental, deixava em geral aos
camponeses apenas o espaço mínimo para aumentarem o produto de que dispunham dentro
das duras limitações do sistema senhorial.”

Perry Anderson. Passagens da antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1980, p. 208.


Adaptado.

O texto caracteriza o modo de produção feudal, destacando que

A) havia classes distintas e opostas no feudalismo, embora a luta social fosse atenuada pelas
amplas oportunidades de lucro que os senhores ofereciam aos camponeses.

B) as relações de suserania e vassalagem e o caráter rural do feudalismo eliminaram as cidades


e provocaram o declínio do comércio e das atividades de serviço.

C) a possibilidade de melhoria da condição econômica dos camponeses era bastante restrita,


devido ao conjunto de obrigações que estes deviam prestar aos senhores.

D) as longas jornadas de trabalho nas lavouras e a ampla gama de impostos impediam os


camponeses de ascenderem socialmente e provocavam a ruína dos senhores de terras.

E) havia oportunidades de transformação social no feudalismo, embora os camponeses


raramente as aproveitassem, pois preferiam se dedicar prioritariamente ao trabalho.

86. Chegam a Jerusalém a 7 de junho de 1099. Jejuam e fazem procissões em redor da cidade,
esperando que as suas orações deitem abaixo as muralhas, do mesmo que as trombetas de
Josué tinham derrubado as de Jericó. A chegada a Jafa de navios genoveses, pisanos e
venezianos é para eles de um grande auxílio [...] A cidade tão cobiçada é tomada a 15 de julho
de 1099. Assistimos, então, à pilhagem e ao massacre sistemático de toda a população.

Depois do regresso dos cruzados ao Ocidente, a posse de Jerusalém torna-se precária.

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Tate, G. “Dois séculos de confronto entre o Oriente e o Ocidente”. In Arneville, M.-B. D’ e outros,
As Cruzadas. Trad. Cascais: Pergaminho, 2001, p. 22.

O texto acima refere-se à:

A) terceira Cruzada e revela os interesses bizantinos nessa expedição.

B) Reconquista Ibérica e apresenta as motivações religiosas dessa empreitada.

C) sétima Cruzada e demonstra a forte presença da monarquia francesa.

D) primeira Cruzada e revela a forte religiosidade da peregrinação armada.

E) quarta Cruzada e revela a participação exclusiva dos fiéis franceses.

Renascimento; Formação dos Estados nacionais;


Reforma e contra reforma; O antigo regime

87. “As teorias e práticas mercantilistas estão inseridas no contexto da transição do Feudalismo
para o Capitalismo, possuindo ainda características marcantes das estruturas econômicas
feudais e já diversos fatores que serão mais tarde identificados com características capitalistas,
não sendo nenhum dos dois sistemas, no entanto. O termo mercantilismo define os aspectos
econômicos desse processo de transição. Se o mercantilismo tem sua contraparte política no
Estado absoluto, no campo social tem relação com a estrutura social comumente conhecida
como sociedade do Antigo Regime.”

(SILVA, Kalina V. & SILVA, Maciel Henrique. “Dicionário de conceitos históricos”. São Paulo:
Contexto, 2009, p. 283-284).

Das práticas apresentadas abaixo, qual não pode ser identificada como pertencente ao
mercantilismo:

A) Metalismo.

B) Protecionismo alfandegário.

C) Incentivo às manufaturas.

D) Balança comercial favorável.

E) Liberalismo econômico.

88. “[...] devemos obedecer sempre a esta regra: vender mais aos estrangeiros em valor do que
consumirmos deles.”

(MUN, Thomas. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano,
1976.vol. II, p.223).

O pensamento contido nesta frase expressa um dos princípios do mercantilismo, que é o da


balança comercial favorável.

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Assinale a alternativa CORRETA na qual conste a denominação dada ao mercantilismo na França


e Espanha, respectivamente.

A) Colbertismo e Bulionismo.

B) Industrialismo e Colbertismo.

C) Colbertismo e Exclusivo Colonial.

D) Industrialismo e Bulionismo.

E) Comercialismo e Colbertismo.

89. Durante a fase de transição do feudalismo para o capitalismo foi colocada em prática a
política econômica mercantilista. As grandes monarquias européias do século XVI, com maior
ou menor êxito, enveredaram pela via do intervencionismo econômico. Avalie as sentenças
abaixo sobre as características gerais do mercantilismo europeu.

I – entesouramento de metais como o ouro e prata advindos tanto do comércio externo como
dos territórios conquistados.

II – o desenvolvimento da manufatura para suprir tanto o mercado interno como para


exportação.

III – esforço para exportar mais e importar menos, deixando a balança comercial favorável.

Assim:

A) Nenhuma alternativa está correta.

B) Todas as alternativas estão corretas.

C) Somente I e II estão corretas.

D) Somente II e III estão corretas.

E) Somente I e III estão corretas.

90. O mercantilismo do Estado Moderno evidenciou a íntima relação entre o Estado e a


economia.

Relacionadas ao mercantilismo, todas as alternativas estão corretas, exceto a:

A) A expansão marítima europeia dos séculos XIV e XV e o consequente domínio de colônias


foram incentivados pelo Estado Nacional como forma de ampliar as práticas mercantilistas.

B) Defendia o liberalismo econômico e a livre concorrência, conforme pregava Adam Smith,


conhecido economista mercantil.

C) O mercantilismo defendia uma balança comercial favorável, ou seja, que as exportações


fossem maiores que as importações.

D) Uma das características do mercantilismo foi o metalismo, que identifica o poder e a riqueza
de um Estado com a quantidade de metais preciosos que ele possui.

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91.

A imagem acima é um fragmento da pintura do teto da Capela Sistina, pintada por Michelângelo,
entre 1508 e 1512. Esse pintor, juntamente com outros artistas e pensadores, faz parte de um
período a que a História chamou Humanismo. De acordo com a imagem e as características do
Humanismo, é correto concluir que

A) o homem é entendido como ser especial da criação divina, que age e reflete sobre sua
existência, mas sob os desígnios da divindade.

B) a igreja católica entrou em decadência, em razão da dificuldade de ceder às exigências dos


segmentos laicos em favor de uma postura mais caritativa.

C) a concorrência entre a religião católica e a protestante levou a igreja de Roma a decorar seus
templos com figuras humanas apelativas para atrair mais fiéis.

D) o homem passou a ocupar o centro das atenções, movimento conhecido como


antropocentrismo, negando-se Deus e a religião.

92. Um professor de história inspira-se nas observações metodológicas de Leandro Karnal a


respeito do uso de obras de arte no ensino da História para tratar da cultura do Renascimento:
“Não se deve estabelecer na análise artística uma leitura de ‘reflexo’ da sociedade, pois
significaria negar o estatuto da própria arte. A arte não é um reflexo, mas constitui também a
maneira de perceber o mundo e passa a constituir este mesmo mundo”.

(Piero della Francesca, Perspectiva de uma cabeça, desenho a bico de pena, in Sobre a perspectiva do pintar, 1474.)

As opções a seguir interpretam corretamente o documento iconográfico no contexto da cultura


renascentista, sem reduzir a arte a um reflexo da sociedade, à exceção de uma. Assinale-a.

A) Os estudos de perspectiva do artista, ao tomar o corpo humano como modelo, espelham a


ideologia antropocêntrica própria da sociedade burguesados centros urbanos renascentistas.

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B) A perspectiva do artista se baseia na arte da medida, entendida como projeção matemática


dos corpos sobre a superfície da pintura.

C) As grandezas sofrem uma diminuição proporcional à distância do observador, como


demonstrado na representação frontal da cabeça inclinada.

D) O artista transforma o corpo natural em sólido geométrico para torná-lo mensurável,


seccionando a cabeça por planos meridianos e paralelos.

E) O artista produziu um manual técnico sobre as regras do desenho, fornecendo imagens


explicativas para o cálculo da projeção geométrica.

93. A imagem abaixo é uma reprodução da célebre obra de Rafael Sanzio, A Escola de Atenas,
encomendada pelo Vaticano e pintada entre os anos de 1509 e 1510, e pode ser considerada
uma síntese perfeita do espírito renascentista em termos artísticos e intelectuais.

A partir da imagem, pode-se afirmar que os ideais estéticos e filosóficos do Renascimento são:

A) A valorização do pensamento filosófico da Antiguidade clássica e a criação da perspectiva do


ponto de fuga.

B) A defesa da escolástica e a adoção dos princípios pictóricos sistematizados pela obra de


Giotto.

C) A hegemonia das concepções teológicas agostinianas e a preservação dos preceitos do gótico


flamejante.

D) O abandono da filosofia aristotélica e a utilização da técnica do chiaroscuro.

94. Os séculos XV e XVI constituem a época dos desbravamentos e das descobertas. É quando
surge também uma nova mentalidade, que mais tarde será o Renascimento. São características
desse período na Europa, EXCETO:

A) Teocentrismo.

B) Antropocentrismo.

C) Período de grandes navegações.

D) Renovação cultural.

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95. “A reflexão humanista colocou o homem no centro do mundo e, como ele passou a ter
consciência de seus feitos no mundo, era necessário que esses feitos no mundo, era necessário
que esses feitos fossem relatados como realizações humanas.”

(COLLINGWOOD. R. G. A ideia de história . Lisboa: Presença, [s.d.], p. 98.)

A partir da citação acima, com relação ao humanismo e ao renascimento, é correto dizer que:

A) a inspiração na cultura medieval permitiu que os humanistas valorizassem o homem e as suas


ações.

B) as ações humanas eram expressões únicas da vontade divina, daí o seu caráter teocêntrico.

C) a valorização do teocentrismo existiu como forma de oposição ao antropocentrismo


medieval.

D) as ideias socialistas desse movimento cultural inspiramos movimentos sociais da


modernidade.

E) a inspiração em ideais humanistas clássicos revalorizava a condição humana.

96. Alguns dos mais importantes fundamentos da civilização ocidental foram lançados na
Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). Esse legado apresenta-se em múltiplos aspectos, entre os
quais podem ser citados as artes, a filosofia, a política e o direito. Nos mil anos que se seguem à
queda de Roma, a Europa se ruraliza, a economia mercantil sofre grande refluxo e verifica-se a
ascendência, não apenas religiosa, de uma instituição centralizada e de extrema capilaridade –
a Igreja Católica. A Baixa Idade Média anuncia profundas transformações que atingem a
culminância no início da Idade Moderna. Entre os séculos XVI e XVIII, o Ocidente se reinventa
geográfica, política e culturalmente. Em fins do século XVIII, a partir da Inglaterra, a Revolução
Industrial inaugura uma nova era para uma história crescentemente globalizada.

Tendo as informações acima como referência inicial, julgue o item, relativo à história do mundo
ocidental.

Renascimento, Reforma religiosa e Estados nacionais assinalaram o início dos tempos


modernos; a expansão comercial e marítima dos séculos XV e XVI alargou os horizontes do
homem europeu, levando-o à Ásia, à África e à América.

97. “Voltemo‐nos pois, em primeiro lugar, ‘a pessoa interior’, para ver o que faz com que ela se
torne justa, livre e verdadeiramente cristão, isto é, pessoa espiritual, nova, interior. É evidente
que em absoluto nenhuma coisa externa, qualquer que seja o nome que se lhe dê, tem qualquer
significado para a aquisição da justiça ou da liberdade cristã [...]”

(Lutero. Obras Escolhidas, vol. II, p. 437, apud Toledo.)

Martinho Lutero liderou a reforma protestante no século XVI na Europa, suas ideias que eram
consideradas até então absurdas pela igreja católica viriam desafiar a mesma, que era naquela
época quem ditava as regras. Essa nova forma de pensar de Lutero foi se espalhando primeiro
pela Alemanha e, posteriormente, por toda a Europa. A característica do mundo moderno,
também presente na doutrina Luterana, mesmo que com restrições, expressa na citação
anterior é:

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A) A laicização do estado.

B) A afirmação do individualismo.

C) A ética protestante e o espírito capitalista.

D) A crescente afirmação do profano sobre o sagrado.

98. Durante a reforma protestante, surge um movimento em que a maioria dos convertidos era
recrutada nas massas camponesas e nos trabalhadores urbanos, cujas dificuldades materiais e
inquietações religiosas não foram levadas em conta por outros reformadores, identificados com
as classes dominantes. Identifique a qual corrente do movimento reformista o enunciado faz
referência.

A) Luteranismo.

B) Zwinglianismo.

C) Anabatista.

D) Calvinismo.

E) Anglicanismo.

99. Artistas reinventaram a arte com novas noções de dimensão espacial, emprego das cores e
valorização dos planos e contrastes, como luz e sombra, ornamentação detalhada e equilíbrio
geométrico. Na escrita, autores detalhavam desejos, medos, qualidades e defeitos do ser
humano e de sua moral. Descreviam a utopia de um homem novo e do mundo perfeito, num
tempo em que sonhar era arriscado.

(Angelo Adriano Faria Assis. A razão brilha para todos. Revista de História da Biblioteca Nacional,
2013. Adaptado).

O trecho faz referência:

A) à Antiguidade Clássica.

B) ao Gótico.

C) ao Renascimento.

D) ao Barroco.

E) ao Realismo.

100. Se existe uma evolução na descoberta do indivíduo nesse contexto, ela se deve aos
procedimentos de análise do real, aos instrumentos e ao vocabulário: a prática da dissecação, o
hábito da frequente confissão, o uso da correspondência privada, a difusão do espelho, a técnica
da pintura a óleo. A Europa do período povoou-se de retratos, de início nas igrejas e nas capelas
familiares, onde os doadores e suas famílias conquistaram seu lugar ao lado da Virgem com o
Filho ou dos santos que os apresentam e os protegem.

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(Georges Duby (org.), História da vida privada. Adaptado).

O texto refere-se ao período:

A) da expansão muçulmana na Península Ibérica.

B) do início da Idade Média.

C) da Renascença.

D) do Iluminismo.

E) do Império Napoleônico.

101. Se o homem moderno não consegue viver sem dinheiro, o homem medieval mal conhecia
seu significado, afirma Jacques Le Goff (um dos maiores medievalistas vivos). O historiador
francês demonstra como, numa sociedade dominada pelo cristianismo, a Igreja doutrinou a
atitude que um cristão deveria ter perante o dinheiro, tendo em vista as obras de teólogos e as
várias passagens bíblicas que o condenam. Para ele, a moeda começa a se desenvolver na
Europa medieval apenas nos séculos XII e XIII.

(Carolina Ferro, A Idade Média e o dinheiro. Disponível em: http://goo.gl/UG45So. Adaptado).

O que explica esse desenvolvimento é:

A) a Reforma Protestante.

B) a Contrarreforma.

C) o Renascimento Urbano.

D) o Mercantilismo.

E) o Absolutismo.

102. As palavras de Lutero não foram ao encontro apenas das angústias espirituais de uma
Alemanha dividida, mas, também, revelaram-se interessantes às controvérsias humanas.
Cavaleiros, nobres, mercadores, muitos nutriam desconfianças por Roma, e, ao mesmo tempo,
mostravam-se ávidos por incorporarem suas riquezas. A defesa que Lutero fazia da dependência
exclusiva de Deus atraiu esses indivíduos.

(Patrícia Woolley, Um destino. Revista de História da Biblioteca Nacional, 08.01.2013.


Adaptado).

Entre outros fatores, as desconfianças de que trata o texto estavam relacionadas

A) às críticas feitas pelos protestantes à aproximação dos católicos com os pobres.

B) ao excessivo poder eclesiástico e ao vasto patrimônio territorial da Igreja.

C) ao discurso da Igreja que questionava a escravidão e a exploração do trabalho.

D) ao questionamento que os católicos faziam ao modo de vida da nobreza.

E) à oposição de Roma ao movimento anabatista, ala radical dos reformadores.

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103. Observe a imagem para responder à questão

A obra O banqueiro e sua mulher (1514), de Quentin Matsys, retrata o casal:

A) como membros da nobreza europeia, característica evidenciada pelos trajes, pelo espaço em
que se encontram e pela atividade que estão desenvolvendo.

B) de forma elogiosa, refletindo a mudança de mentalidade europeia em relação às finanças


devido às revoluções burguesas ocorridas no início do século XVI.

C) como representante da avareza, fruto de um contexto em que o empréstimo a juros, o lucro


e a usura eram duramente criticados pela Igreja Católica.

D) de forma crítica, ressaltando o vínculo existente à época entre os banqueiros e os operários,


o que levou à luta radical contra o Antigo Regime e a monarquia.

E) como pessoas simples e pobres, com poucos recursos, em um contexto histórico em que
burgueses e camponeses tinham a mesma situação econômica.

104. A crise da monarquia absolutista na França, às vésperas da Revolução Francesa, esteve


relacionada:

A) às lutas de camponeses e trabalhadores contra o Terceiro Estado.

B) à crítica iluminista, que defendia a manutenção do poder do monarca.

C) às intenções da burguesia de usufruir dos mesmos privilégios que a nobreza.

D) à proposta da monarquia francesa de ampliar os privilégios da nobreza.

E) à tentativa da monarquia de propor a cobrança de impostos à nobreza e ao clero.

105. No início da Era Moderna, a Igreja Católica foi abalada por uma série de acontecimentos
que levaram a significativas mudanças internas e ao surgimento de novas religiões na Europa.
Entre as ideias dos principais reformadores e contrarreformadores, podemos encontrar a(o):

I. Criação do Index.

II. Predestinação.

III. Criação da Companhia de Jesus.

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IV. Uso da língua inglesa.

V. A Bíblia como fonte de fé e livre exame.

VI. Extinção da hierarquia eclesiástica.

Assinale, abaixo, a alternativa que apresenta ideias relacionadas com a Igreja Calvinista.

A) III, V e VI.

B) I, II e VI.

C) II, V e VI.

D) I, II e V.

E) II, IV e V.

106. Com relação às Reformas Religiosas ocorridas na Europa no século XVI, podemos afirmar
que

A) foram reflexo de disputas políticas entre os jesuítas e o papa.

B) tinham o objetivo de estabelecer a venda de indulgências para os pecadores.

C) permitiram à Igreja Católica uma total hegemonia religiosa na Alemanha.

D) só foram possíveis graças às decisões adotadas no Concílio de Trento.

E) na Inglaterra foram promovidas pelo rei Henrique VIII.

107. Leia trechos do Manifesto dos camponeses, documento de 1525.

(...) nos sejam dados poder e autoridade, para que cada comunidade possa eleger o seu pastor
e, da mesma forma, possa demiti-lo, caso se porte indevidamente.

(...) somos prejudicados ainda pelos nossos senhores, que se apoderaram de todas as florestas.
Se o pobre precisa de lenha ou madeira tem que pagar o dobro por ela.

(...) preocupam-nos os serviços que somos obrigados a prestar e que aumentam dia a dia(...) In
Antologia humanística alemã, apud Marques e outros. História moderna através de textos, 2010.

A partir do documento, é correto afirmar que, no território da atual Alemanha,

A) os movimentos camponeses foram liderados por Lutero contra a exploração feita pelos
nobres que, de forma ilegal, apropriavam-se das florestas e reprimiam violentamente os
movimentos trabalhistas.

B) os movimentos dos trabalhadores em favor das mudanças propostas por Lutero baseavam-
se na solidariedade entre os homens e em contraposição ao individualismo tão característico da
Idade Média.

C) a liderança dos movimentos camponeses defendeu a exploração dos trabalhadores, na


Alemanha, apoiada por Lutero, e, juntos, receberam proteção dos nobres locais contra a
perseguição feita pela Igreja Católica.

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D) as revoltas camponesas irromperam exigindo reformas sociais e religiosas que prejudicariam


parte da nobreza apoiada por Lutero, o qual se colocou abertamente contra os movimentos.

E) as experiências dos camponeses contra os nobres, apoiados por Lutero, restringiram-se aos
aspectos religiosos, isto é, de domínio da Igreja Católica, pois a cooperação entre os
trabalhadores e os proprietários marcava a sociedade alemã.

108. Em 1939, atendendo ao apelo do Papa Pio XII, o Conselho de Imigração e Colonização do
Ministério das Relações Exteriores do Brasil resolveu autorizar a entrada de 3 000 imigrantes de
origem “semita”. Condição sine qua non para obter “o visto da salvação”: a conversão ao
catolicismo. Pressionados pelos acontecimentos que marcavam a história do III Reich, os judeus,
mais uma vez, foram obrigados a abandonar seus valores culturais em troca do título de cristão.

[Maria Luiza Tucci Carneiro, O antissemitismo na Era Vargas (1930-1945)]

A situação apresentada tem semelhança com o processo histórico da

A) permissão apenas do culto católico no Brasil, conforme preceito presente na primeira


Constituição, de 1891.

B) repressão ao arraial de Canudos, no sertão baiano, pois recaiu sobre os sertanejos a acusação
de ateísmo.

C) obrigatoriedade, conforme costume colonial, dos negros alforriados de conversão ao


catolicismo para a obtenção da efetiva liberdade.

D) conversão obrigatória dos judeus na Espanha e em Portugal, a partir do final do século XV, o
que gerou a denominação cristão-novo.

E) separação entre Estado e Igreja no Brasil, determinada pelo Governo Provisório da República,
comandada por Deodoro da Fonseca.

109. A ligação entre os reformadores com o poder político pode ser verificada por meio:

A) da defesa que o duque Frederico da Saxônia fez de Martinho Lutero e da adesão dos príncipes
alemães às teses luteranas.

B) da ação de Henrique VIII que, pautado pela doutrina da predestinação divina, funda a igreja
nacional na Inglaterra, mas ainda ligada a Roma.

C) do decisivo apoio político de Martinho Lutero e dos seus seguidores à revolta dos camponeses
alemães, em 1524.

D) da efetivação da aliança, a partir de 1533, entre João Calvino e a monarquia francesa, ambos
interessados em reforçar o poder da Igreja católica.

E) da interferência da nobreza alemã para que os luteranos e calvinistas se mantivessem fiéis ao


papa.

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110. Foram elementos da Reforma Católica no século XVI:

A) A tradução da Bíblia para as diversas línguas nacionais, a defesa do princípio da infalibilidade


da Igreja e a proibição do casamento dos clérigos.

B) A afirmação da doutrina da predestinação, a condenação das indulgências como instrumento


para a salvação e a manutenção do celibato dos clérigos.

C) A manutenção do latim como língua litúrgica, a reafirmação do livre-arbítrio e a eliminação


do batismo como um dos sacramentos.

D) A tradução da Bíblia para as diversas línguas nacionais, a abolição da confissão e a crítica ao


culto das imagens.

E) A manutenção do latim como língua litúrgica, o estabelecimento do Tribunal do Santo Ofício


e a criação da Companhia de Jesus.

111. "(...) João Calvino (...) dinamizou o movimento reformista através de novos princípios,
completando e ampliando a doutrina luterana.

(AQUINO, Rubim Leão (et al.). "História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades
contemporâneas")

Entre as mudanças propostas por Calvino à doutrina luterana, NÃO estão a:

A) a separação da Igreja do Estado e a livre interpretação da Bíblia;

B) aceitação do livre-arbítrio e o reforço da autoridade papal;

C) negação da autoridade do Papa e o repúdio ao livre-arbítrio;

D) justificativa para as atividades econômicas, anteriormente condenadas pela Igreja, e a livre


interpretação da Bíblia;

E) separação da Igreja do Estado e a aceitação do livre-arbítrio.

112. "Votos da Companhia de Jesus.

Que os membros consagrarão suas vidas ao constante serviço de Cristo e do Papa, lutarão sob
a bandeira da cruz e servirão ao Senhor e ao Pontífice romano como vigário de Deus na Terra,
de tal forma que executarão imediatamente e sem vacilação ou escusa tudo que o Pontífice
reinante ou seus sucessores puderem ordenar-lhes para proveito das almas ou para a
propagação da fé, e assim agirão em toda a província aonde forem enviados, entre os turcos ou
quaisquer outros infiéis, na Índia distante, assim como na região dos hereges cismáticos ou
indivíduo de qualquer tipo."

O texto acima está diretamente vinculado à(s):

A) Querela das Investiduras, disputa entre a Igreja e os Imperadores Alemães (XI);

B) radicalização da Igreja frente à ameaça do Cisma do Oriente e à criação da Ordem Jesuítica.

C) decisões do Papa Inocêncio III (XIII) em constituir os Tribunais de Inquisição;

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D) Cruzadas e a imposição da fé cristã aos infiéis (XI - XIII);

E) decisões do Concílio de Trento após as Reformas Protestantes (XVI).

113. As reformas protestantes do princípio do século XVI, entre outros fatores, reagiam contra:

A) a venda de indulgências e a autoridade do Papa, líder supremo da Igreja Católica.

B) a valorização, pela Igreja Católica, das atividades mercantis, do lucro e da ascensão da


burguesia.

C) o pensamento humanista e permitiram uma ampla revisão administrativa e doutrinária da


Igreja Católica.

D) as missões evangelizadoras, desenvolvidas pela Igreja Católica na América e na Ásia.

E) o princípio do livre-arbítrio, defendido pelo Santo Ofício, órgão diretor da Igreja Católica

114. Podemos afirmar que as obras A divina comédia, escrita por Dante Alighieri no início do
século XIV, e Dom Quixote, escrita por Miguel de Cervantes no início do século XVII,

A) parodiaram as novelas de cavalaria e defenderam a hegemonia da Igreja Católica e da


aristocracia, respectivamente.

B) derivaram de registros orais e foram apenas organizadas e sistematizadas na escrita de seus


autores.

C) contribuíram para a unificação e o estabelecimento da forma moderna dos idiomas italiano e


espanhol.

D) assumiram forte conotação anticlerical e intensificaram as críticas renascentistas à conduta


e ao poder da Igreja Católica.

E) retrataram o imaginário da burguesia comercial ascendente na Itália e na Espanha do final da


Idade Média.

115. Os centros artísticos, na verdade, poderiam ser definidos como lugares caracterizados pela
presença de um número razoável de artistas e de grupos significativos de consumidores, que
por motivações variadas — glorificação familiar ou individual, desejo de hegemonia ou ânsia de
salvação eterna — estão dispostos a investir em obras de arte uma parte das suas riquezas.

Este último ponto implica, evidentemente, que o centro seja um lugar ao qual afluem
quantidades consideráveis de recursos eventualmente destinados à produção artística. Além
disso, poderá ser dotado de instituições de tutela, formação e promoção de artistas, bem como
de distribuição das obras. Por fim, terá um público muito mais vasto que o dos consumidores
propriamente ditos: um público não homogêneo, certamente (...).

(Carlo Ginzburg. A micro-história e outros ensaios, 1991.)

Os “centros artísticos” descritos no texto podem ser identificados:

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A) nos mosteiros medievais, onde se valorizava especialmente a arte sacra.

B) nas cidades modernas, onde floresceu o Renascimento cultural.

C) nos centros urbanos romanos, onde predominava a escultura gótica.

D) nas cidades-estados gregas, onde o estilo dórico era hegemônico.

E) nos castelos senhoriais, onde prevalecia a arquitetura românica.

116. O fim último causa final e desígnio dos homens (...), ao introduzir aquela restrição sobre si
mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com
uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é
a consequência necessária (...) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder
visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de
seus pactos (...).

(Thomas Hobbes. Leviatã, 1651. In: Os pensadores, 1983.)

De acordo com o texto,

A) os homens são bons por natureza, mas a sociedade instiga a disputa e a competição entre
eles.

B) as sociedades dependem de pactos internos de funcionamento que diferenciem os homens


bons dos maus.

C) os castigos permitem que as pessoas aprendam valores religiosos, necessários para sua
convivência.

D) as guerras são consequências dos interesses dos Estados, preocupados em expandir seus
domínios territoriais.

E) os Estados controlam os homens, permitindo sua sobrevivência e o convívio social entre eles.

117. Quando sucumbe o monarca, a majestade real não morre só, mas, como um vórtice, arrasta
consigo tudo quanto o rodeia (...) Basta que o rei suspire para que todo o reino gema.

(Hamlet, 1603.)

Essas palavras, pronunciadas por Rosencrantz, personagem de um drama teatral de William


Shakespeare, aludem:

A) ao absolutismo monárquico, regime político predominante nos países europeus da Idade


Moderna.

B) à monarquia parlamentarista, na qual os poderes políticos derivam do consentimento


popular.

C) ao poder mais simbólico do que verdadeiro do rei, expresso pela máxima “o rei reina, mas
não governa”.

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D) à oposição dos Estados europeus à ascensão da burguesia e à emergência das revoluções


democráticas.

E) à decapitação do monarca inglês pelo Parlamento durante as Revoluções Puritana e Gloriosa.

118. (...) O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são
deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de
mais alto; deve-se acreditar que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o
murmúrio é uma disposição para a sedição.

(Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704), Política tirada da Sagrada Escritura. apud Gustavo de


Freitas, 900 textos e documentos de História)

Com base no texto, assinale a alternativa correta.

A) O autor critica o absolutismo do rei e enfatiza o limite da sua autoridade em relação aos
homens.

B) Para Bossuet, o poder real tem legitimidade divina e não admite nenhum tipo de oposição
dos homens.

C) Bossuet defende a autoridade do rei, mas alerta para as limitações impostas pelas obrigações
para com Deus.

D) Os princípios de Bossuet defendem a soberania dos homens diante da autoridade divina dos
reis.

E) O autor reconhece o direito humano de revolta contra o soberano que não se mostre digno
de sua função.

EXPANSÃO MARITIMA-COMERCIAL EUROPEIA

119. Entre os motivos que contribuíram para o pioneirismo português no fenômeno histórico
conhecido como “expansão ultramarina”, é correto afirmar que foi (foram) decisivo (a) (s):

A) o comércio de ouro e escravos na costa da África.

B) a precoce centralização política de Portugal e a ausência de guerras.

C) a luta contra os mouros no Marrocos.

D) a aliança política com o reino da Espanha.

E) as reformas pombalinas.

120. As especiarias do Oriente, de reduzido volume e alto valor comercial, eram muito
apreciadas na culinária europeia, onde seu consumo dava prestígio a quem as possuía.
Entretanto, o acesso a elas era extremamente irregular e monopolizado. Analisando o

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processo de Expansão Marítima europeia dos séculos XV e XVI, podemos destacar


CORRETAMENTE:

A) O expansionismo português é resultado direto da conquista de Ceuta, onde uma pequena


esquadra portuguesa conquistou a cidade e dela conseguiu adquirir importantes tecnologias
de navegação como a caravela, a bússola e o canhão de bordo.

B) O desafio a ser enfrentado pelos europeus era quebrar o monopólio árabe-italiano, ao


tomar o controle do Mediterrâneo e as rotas terrestres que levavam às Índias e assim acabar
com intermediários comerciais.

C) As Grandes Navegações foram frutos das nascentes monarquias nacionais, capazes de


planejar e financiar empreitada tão cara e arriscada, estimulada pela nobreza, pela Igreja e
pela burguesia.

D) Entrave às Grandes Navegações foi a oposição da nobreza, que estava pouco disposta a
empregar seus recursos e conhecimentos técnicos em novas empreitadas, satisfeita com suas
rendas, herdadas dos antigos feudos.

E) Portugal foi um país que despontou por seu pioneirismo nas Grandes Navegações, resultado
de uma fragmentação política muito forte que colocava em disputa diversos grupos no interior
do país.

121. Com as Grandes Navegações os europeus conquistaram inúmeros territórios ao redor do


mundo, ampliaram suas atividades econômicas e estabeleceram contato com diferentes
culturas. Nesse processo de expansão, o contato dos europeus com os povos distantes
caracterizou-se pelo

A) intercâmbio esporádico, dificultado pelas diferenças linguísticas e hábitos culturais


divergentes.

B) extenso domínio territorial, sobretudo na África e Ásia, onde existiam povos desenvolvidos e
com enormes riquezas industriais.

C) convívio pacífico, incentivado pelos ideais religiosos cristãos, que fundamentavam a


evangelização e a prática da tolerância.

D) estranhamento, com o outro sendo visto, com frequência, por meio das crendices e lendas
que marcavam o imaginário europeu.

122. A respeito da via portuguesa para as Índias Orientais, leia o fragmento abaixo.

“Em 1487, _____ descobre o cabo "das Tormentas", depois renomeado de Cabo da Boa
Esperança, e alcança o Oceano Índico. A partir de então, a via para o Oceano Índico e para os
tráficos das especiarias está aberta. Quando Colombo ofereceu o seu projeto de alcançar as
Índias navegando em direção ao Ocidente, Portugal recusou, pois já tinha outras perspectivas,

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que se realizaram em maio de 1498: _____, que havia partido de Lisboa com três navios um ano
antes, aportava em Calicute.”

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima.

A) Gil Eanes – Gonçalo Coelho.

B) Diogo Cão – Duarte Pacheco Pereira.

C) Fernão de Magalhães – Américo Vespúcio.

D) Colombo – Pedro Álvares de Cabral.

E) Bartolomeu Dias – Vasco da Gama.

123. “O termo ‘donatário’ era utilizado para designar os particulares que recebiam uma doação
régia da coroa. O sistema das donatarias foi utilizado a partir do século XV com a expansão
ultramarina portuguesa, como forma de evitar despesas na administração das conquistas para
o tesouro régio. As conquistas ultramarinas, notadamente os arquipélagos atlânticos, Angola e
Brasil, foram concedidos a particulares portugueses, em forma de donatarias, durante os séculos
XV e XVI, com o intuito de assegurar as regiões conquistadas e promover o desenvolvimento das
capitanias e a expansão da fé católica."

(Disponível em: https://edittip.net/2014/02/04/donatarios/.)

Dentre os direitos dos donatários podemos destacar:

A) Garantir, através de impostos e fiscalização, o cartel pessoal no comércio e na exploração de


pau-brasil.

B) Monopolizar a negociação do açúcar, principalmente na faixa litorânea, com os flamengos


(holandeses).

C) Exercer o poder político-administrativo em sua capitania e escravizar índios para serem


usados como mão de obra.

D) Administrar os aldeamentos (tribos indígenas que apoiavam a colonização sob o controle dos
jesuítas), impedindo a escravização indígena.

124. A expansão marítima e comercial dos séculos XV e XVI acarretou importantes


transformações nas sociedades europeias, americanas, asiáticas e africanas.

Dentre elas, merece destaque:

A) a decadência dos empresários especializados na compra e venda de produtos africanos.

B) o aumento da força política dos camponeses europeus, em luta com seus senhores.

C) a expansão das práticas escravistas nas terras incorporadas aos impérios europeus.

D) a disputa pelo controle das novas áreas, que opôs grupos católicos e organizações judaicas.

E) a mudança do poder político na América, que se concentrou em oligarquias mercantis.

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125. No século XV, Portugal inicia um processo de expansão ultramarina, em que uma das
finalidades era de caráter mercantil. Esta situação criou, imediatamente, uma ameaça aos
interesses comerciais dos:

A) espanhóis.

B) árabes.

C) franceses.

D) venezianos.

E) holandeses.

126. O Tratado de Tordesilhas, assinado pelos reis ibéricos com a intervenção papal, representa

A) o marco inicial da colonização portuguesa do Brasil.

B) o fim da rivalidade entre portugueses e espanhóis na América.

C) a tomada de posse do Brasil pelos portugueses.

D) a demarcação dos direitos de exploração colonial dos ibéricos.

E) o declínio do expansionismo espanhol.

127. No século XV, o lucrativo comércio das especiarias - artigos de luxo - era praticamente
monopolizado pelas cidades europeias de:

A) Paris e Flandres.

B) Londres e Hamburgo.

C) Gênova e Veneza.

D) Constantinopla e Berlim.

E) Lisboa e Madri.

128. Inserido em um empreendimento mercantil, financiado com o objetivo de exploração


econômica para o fortalecimento do absolutismo espanhol, o navegante genovês [Cristóvão
Colombo] encontra uma realidade na América que não permite a identificação das imaginadas
riquezas orientais, dando origem a uma dupla narrativa: a do esperado e a do experimentado,
em que o discurso é pressionado pela necessidade de obter informações e um projeto
colonizador.

(Wilton Carlos Lima da Silva. As terras inventadas, 2003. Adaptado.)

Segundo o texto, o relato de Colombo

A) revela a convicção do navegador de que as novas terras oferecem riquezas imediatas e poder
planetário aos reis da Espanha.

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B) expõe o esforço do navegador de conciliar o reconhecimento da especificidade americana


com as expectativas europeias ante a viagem.

C) confirma o caráter casual da descoberta da América e o desconsolo do navegador diante das


pressões comerciais da metrópole.

D) demonstra a superioridade religiosa e tecnológica dos navegadores europeus em relação aos


nativos americanos.

E) mostra a decepção do navegador com o que encontrou na América, pois não havia riquezas
que justificassem a longa viagem.

129. Após a morte do rei D. Fernando I em 1383, Portugal caiu em uma crise de sucessão que só
foi resolvida com a subida ao trono de D. João I (mestre de Avis), através da chamada “Revolução
de Avis”, finalizada na batalha de Aljubarrota em 1385.

A vitória de D. João I representou a consolidação da aliança da burguesia portuguesa junto ao


poder real. Tal fato favoreceu:

A) o fim da nobreza portuguesa, que se viu expulsa de Portugal.

B) o apoio da realeza portuguesa a empreendimentos que interessavam à burguesia, como a


expansão marítima.

C) a oposição da realeza portuguesa a empreendimentos que não interessavam à burguesia,


como a expansão marítima.

D) a aliança dos reis de Portugal com os reis da Espanha e da Itália.

130. Entre os motivos do pioneirismo português nas navegações oceânicas dos séculos XV e XVI,
podem-se citar:

A) a influência árabe na Península Ibérica e a parceria com os comerciantes genoveses e


venezianos.

B) a centralização monárquica e o desenvolvimento de conhecimentos cartográficos e


astronômicos.

C) a superação do mito do abismo do mar e o apoio financeiro e tecnológico britânico.

D) o avanço das ideias iluministas e a defesa do livre-comércio entre as nações.

E) o fim do interesse europeu pelas especiarias e a busca de formas de conservação dos


alimentos.

131. A propósito da expansão marítimo-comercial europeia dos séculos XV e XVI pode-se afirmar
que:

A) a igreja católica foi contrária à expansão e não participou da colonização das novas terras.

B) os altos custos das navegações empobreceram a burguesia mercantil dos países ibéricos.

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C) a centralização política fortaleceu-se com o descobrimento das novas terras.

D) os europeus pretendiam absorver os princípios religiosos dos povos americanos.

E) os descobrimentos intensificaram o comércio de especiarias no mar Mediterrâneo.

Povos da América pré-colombiana; Indígenas da América


portuguesa e Espanhola; Capitanias hereditárias na
América portuguesa; Dominação e exploração Colonial
portuguesa; Escravidão indígena e africana na América
portuguesa; A era das revoluções; Expansão dos Ideais
Revolucionários; Expansão Napoleônica

132. As exportações de algodão aumentaram de maneira vertiginosa de 1790 a 1860. Em


1820, os Estados Unidos já haviam se convertido no maior produtor mundial de algodão e uns
dez estados e territórios dependiam em grande medida do sistema de plantações.

(Philip Jenkis. Breve história dos Estados Unidos, 2017. Adaptado)

O aumento da produção de algodão nos Estados Unidos foi condicionado por alguns fatores,
entre os quais

A) a Revolução Industrial e o aumento da exploração da mão de obra escrava.

B) a natureza da colonização inglesa e a manutenção do pacto colonial.

C) a unificação do país pelo governo central e a abolição da escravidão.

D) a anexação de mercados no Oeste e o emprego massivo da mão de obra imigrante.

E) a consolidação do capitalismo na agricultura e a adoção da pequena propriedade.

133. Sob qualquer aspecto, a revolução industrial foi provavelmente o mais importante
acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades.
E foi iniciado pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi acidental. Qualquer que tenha sido
a razão do avanço britânico, ele não se deveu à superioridade tecnológica e científica.

(HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998, p. 45).

Entre as razões para o pioneirismo britânico, é possível citar:

A) a importância que o despotismo esclarecido teve na Inglaterra para a modernização da


produção e para o estímulo à industrialização.

B) a presença de trabalhadores negros escravizados nas cidades industriais inglesas, o que


ampliava a margem de lucro dos capitalistas.

C) a inexistência de colônias inglesas na América, diferentemente de Portugal, França e Espanha,


o que incentivou o empreendedorismo inglês.

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D) o cercamento de terras, que levou muitos camponeses a perderem suas terras e os


transformou em trabalhadores industriais em potencial.

E) a irrelevância da produção têxtil inglesa devido à competição que sofria da produção francesa,
o que levou a Inglaterra a diversificar a produção.

134. A Assembleia Nacional elimina inteiramente o regime feudal (...). Todas as justiças
senhoriais são suprimidas sem indenização alguma (...). Todos os cidadãos, sem distinção de
nascimento, poderão ser admitidos a todos os empregos e dignidades eclesiásticas, civis e
militares.

(Decreto de 7 de agosto de 1789. Assembleia Nacional, França).

A partir do decreto, pode-se inferir que

A) as medidas da Assembleia Nacional alteravam a estrutura social vigente.

B) os interesses dos proprietários rurais não eram afetados pela legislação.

C) a crise da economia mercantil obrigou a tomada de medidas antiliberais.

D) a centralização política era uma tentativa de enfrentar as revoltas burguesas.

E) as crises do Antigo Regime eram enfrentadas por meios antidemocráticos.

135. Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu
cumprimento.

Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob
pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio.

Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim
como para corrigir, afirmar e conservar as leis.

Declaração dos Direitos. Disponível em http://disciplinas.stoa.usp.br. Acesso em: 20 dez. 2011


(adaptado).

No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais


Estados europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que
predominavam na Europa continental estão indicados, respectivamente, em:

A) Redução da influência do papa — Teocracia.

B) Limitação do poder do soberano — Absolutismo.

C) Ampliação da dominação da nobreza — República.

D) Expansão da força do presidente — Parlamentarismo.

E) Restrição da competência do congresso — Presidencialismo.

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136. A revolução industrial ocorrida no final de século XVIII transformou as relações do homem
com o trabalho. As máquinas mudaram as formas de trabalhar, e as fábricas concentraram-se
em regiões próximas às matérias-primas e grandes portos, originando vastas concentrações
humanas. Muitos dos operários vinham da área rural e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a
14 horas, na maioria das vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito
lentamente ao longo do século XIX e a diminuição da jornada de trabalho para oito horas diárias
concretizou-se no início do século XX.

Pode-se afirmar que as conquistas no início deste século de decorrentes da legislação


trabalhista, estão relacionadas com:

A) expansão do capitalismo e a consolidação dos regimes monárquicos constitucionais.

B) a expressiva diminuição da oferta de mão de obra, devido à demanda por trabalhadores


especializados.

C) a capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus interesses.

D) o crescimento do Estado ao mesmo tempo que diminuía a representação operária nos


parlamentos.

E) a vitória dos partidos comunistas nas eleições das principais capitais europeias.

137. Algumas transformações que antecederam a Revolução Francesa podem ser


exemplificadas pela mudança de significado da palavra "restaurante". Desde o final da Idade
Média, a palavra 'restaurant' designava caldos ricos, com carne de aves e de boi, legumes, raízes
e ervas. Em 1765 surgiu, em Paris, um local onde se vendiam esses caldos, usados para restaurar
as forças dos trabalhadores. Nos anos que precederam a Revolução, em 1789, multiplicaram-se
diversos 'restaurateurs', que serviam pratos requintados, descritos em páginas emolduradas e
servidos não mais em mesas coletivas e mal cuidadas, mas individuais e com toalhas limpas.
Com a Revolução, cozinheiros da corte e da nobreza perderam seus patrões, refugiados no
exterior ou guilhotinados, e abriram seus restaurantes por conta própria. Apenas em 1835, o
Dicionário da Academia Francesa oficializou a utilização da palavra restaurante com o sentido
atual.

A mudança do significado da palavra restaurante ilustra:

A) a ascensão das classes populares aos mesmos padrões de vida da burguesia e da nobreza.

B) a apropriação e a transformação, pela burguesia, de hábitos populares e dos valores da


nobreza.

C) a incorporação e a transformação, pela nobreza, dos ideais e da visão de mundo da burguesia.

D) a consolidação das práticas coletivas e dos ideais revolucionários, cujas origens remontam à
Idade Média.

E) a institucionalização, pela nobreza, de práticas coletivas e de uma visão de mundo igualitária.

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138. “Declaramos que não podemos mais suportar, juntamente com a enorme maioria dos
homens, o trabalho e o suor em benefício de uma pequena minoria. Há muito tempo que menos
de um milhão de indivíduos vem desfrutando aquilo que pertence a mais de vinte milhões de
seus semelhantes. Jamais projeto mais vasto foi concebido ou posto em prática. Alguns homens
de gênio, alguns sábios, o mencionaram de tempos em tempos, com voz baixa e trêmula.
Nenhum deles teve a coragem de dizer toda a verdade. Povo da França, abri vossos olhos e
vossos corações à plenitude da felicidade. Reconhecei e proclamai conosco a República dos
Iguais!”

(Graco Babeuf. Manifesto dos Iguais. Citado em Edmundo Wilson. Rumo a Estação Finlândia)

O Manifesto dos Iguais de Babeuf surgiu no contexto:

A) da Revolução Gloriosa;

B) da Revolução Francesa;

C) da Revolução Liberal de 1848;

D) da Revolução de 1848, na França;

E) da Comuna de Paris.

139. A Santa Aliança, coalizão entre Rússia, Prússia e Áustria, criada em setembro de 1815, após
a derrota de Napoleão Bonaparte, tinha por objetivo político:

A) promover e proteger os ideais republicanos e revolucionários franceses em toda a Europa.

B) impedir as intenções recolonizadoras dos países ibéricos e apoiar as independências dos


países latino-americanos.

C) lutar contra a expansão do absolutismo monárquico e a influência do papado em todos os


países europeus.

D) combater e prevenir a expansão dos ideais republicanos e revolucionários franceses em toda


a Europa.

E) apoiar o retorno de Napoleão ao governo francês e garantir o equilíbrio entre as potências


europeias.

140. Durante a colonização inglesa na América, as colônias do norte tiveram uma flexibilização
política ao monopólio, pois, durante algum tempo, permitiram o comércio entre as colônias e
com as Antilhas francesas e espanholas, além de a metrópole não reprimir o contrabando.

Tal fato sucedeu-se devido a estas colônias:

A) terem como características o trabalho livre e a grande propriedade.

B) estarem localizadas em área de clima temperado, que não favorecia o cultivo da cana-de-
açúcar, tabaco e algodão, por isto não produziam produtos tropicais que interessavam à
Inglaterra.

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C) terem sido formadas por pessoas da nobreza parasitária, que desejavam manter o “status
quo”.

D) serem de origem holandesa, colônia fundada por Giovanni Caboto, italiano radicado em
Amsterdã.

E) estarem numa posição geográfica próxima às Antilhas; além disso, a Inglaterra encontrava-se
em guerra com a França e por isso sofriam com a escassez de mão de obra especializada.

141. O processo da emancipação das Treze Colônias Inglesas da América do Norte, na segunda
metade do século XVIII, é denominado de Revolução Americana, pois

A) representou o fim do pacto colonial naquela parte do continente americano, servindo de


modelo para os demais processos emancipatórios americanos.

B) rompeu o Pacto Colonial mercantilista e criou uma sociedade liberal e democrática para todos
os setores sociais.

C) foi a primeira etapa das Revoluções Liberais que, a partir de então, iriam propagar-se somente
na Europa.

D) assinalou o início de uma sociedade capitalista, baseada no trabalho assalariado, livre das
instituições feudais.

E) a ideologia de seus grandes líderes era a mesma que caracterizaria, pouco tempo depois, a
Revolução Inglesa.

142. Leia as informações a seguir.

Em meados do século XVIII, James Watt patenteou na Inglaterra seu invento, sobre o qual
escreveu a seu pai: “O negócio a que me dedico agora se tornou um grande sucesso. A máquina
de fogo que eu inventei está funcionando e obtendo uma resposta muito melhor do que
qualquer outra que tenha sido inventada até agora”.
Disponível em: <http://www.ampltd.co.uk/digital_guides/ind-rev-series-3-parts-1-
to3/detailed-listing-part-1.aspx>. Acesso em: 29 out. 2012. (Adaptado).

A revolução histórica relacionada ao texto, a fonte primária de energia utilizada em tal máquina
e a consequência ambiental de seu uso são, respectivamente,

A) puritana, gás natural e aumento na ocorrência de inversão térmica.

B) gloriosa, petróleo e destruição da camada de ozônio.

C) gloriosa, carvão mineral e aumento do processo de desgelo das calotas polares.

D) industrial, gás natural e redução da umidade atmosférica.

E) industrial, carvão mineral e aumento da poluição atmosférica.

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143. Qual das alternativas a seguir apresenta apenas características associadas ao Liberalismo?

A) Monarquia parlamentarista, mínima participação do estado na economia, propriedade


privada e metalismo.

B) O processo de cercamentos, tolerância religiosa, direito divino, crescimento urbano.

C) Sistema de livre concorrência, monarquia parlamentarista, divisão entre os poderes, sufrágio


universal.

D) Livre comércio, o processo de cercamentos, a monarquia parlamentarista e o trabalho servil.

E) Propriedade privada, livre comércio, igualdade perante a lei e mínima participação do estado
na economia.

144. A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra no final do século XVIII e no século XIX:

A) trouxe a substituição da maquino-fatura pela manufatura e pelo trabalho artesanal.

B) provocou profundas transformações sociais, pois os salários masculinos subiram


vertiginosamente, levando as mulheres a voltarem ao seu papel tradicional de mãe e esposa.

C) rapidamente se espalhou pelo restante da Europa, sendo a Alemanha o segundo país a se


industrializar.

D) mudou substancialmente a vida do homem, que não mais era dono de seu tempo, como os
mestres artesãos o eram.

E) provocou mudanças políticas ao trazer a substituição da monarquia absolutista pela


monarquia parlamentarista, regime em vigor até hoje.

145. O Iluminismo foi um movimento intelectual, portador de uma visão unitária do mundo e
do homem, apesar da diversidade de leituras que lhe são contemporâneas, conservou uma
grande certeza quanto à racionalidade do mundo e do homem, a qual seria imanente em sua
essência.

FALCON, F. J. C. Iluminismo, São Paulo: Ática, 1986. Adaptado.

Suas principais linhas de força foram:

A) o pensamento crítico, o primado da razão, a antropologia e a pedagogia.

B) a ideia de progresso, a antropologia, a manutenção das tradições e a explicação racional para


tudo.

C) o direito coletivo, o direito à propriedade, o primado da razão, a ideia de progresso.

D) o sentimento humanitário, a futilidade da guerra, a manutenção das tradições e a explicação


racional para tudo.

E) a ideia de socialismo, o pensamento crítico, o antropocentrismo e o naturalismo.

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146. O pensamento de Jean-Jacques Rousseau, fruto do Iluminismo do século XVIII, serve de


base, até hoje, para a estrutura política de vários países democráticos ocidentais.

Sobre essa realidade, assinale a alternativa CORRETA.

A) No pensamento de Rousseau, gesta-se a teoria do Estado Contratualista.

B) Os atuais regimes socialistas do ocidente condenam a propriedade privada com base nos
textos de Rousseau.

C) A teoria da tripartição do poder é herança do pensamento de Rousseau.

D) A teoria contratualista foi desenvolvida por Rousseau na obra Origem da desigualdade social
entre os homens.

E) Na obra Do contrato social, Rousseau defende a propriedade privada.

147. O desenvolvimento de teorias científicas, geralmente, tem forte relação com contextos
políticos, econômicos, sociais e culturais mais amplos. A evolução dos conceitos básicos da
Termodinâmica ocorre, principalmente, no contexto:

A) da Idade Média.

B) das grandes navegações.

C) da Revolução Industrial.

D) do período entre as duas grandes guerras mundiais.

E) da Segunda Guerra Mundial.

148. A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo célebre exemplo da manufatura de


alfinetes, analisada por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade tecnológica, mas
porque garantia ao empresário um papel essencial no processo de produção: o de coordenador
que, combinando os esforços separados dos seus operários, obtém um produto mercante.

(Stephen Marglin. In: André Gorz (org.). Crítica da divisão do trabalho, 1980.)

Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto destaca:

A) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.

B) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos


trabalhadores.

C) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade


produtiva.

D) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos


na organização do trabalho.

E) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo


produtivo.

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149. O pensamento iluminista, baseado no racionalismo, individualismo e liberdade absoluta do


homem, ao criticar todos os fundamentos em que se assentava o Antigo Regime, revelava as
suas contradições e as tornava transparentes aos olhos de um número cada vez maior de
pessoas.

(Modesto Florenzano. As revoluções burguesas, 1982. Adaptado.)

Entre as críticas ao Antigo Regime, mencionadas no texto, podemos citar a rejeição iluminista
do:

A) princípio da igualdade jurídica.

B) livre comércio.

C) liberalismo econômico.

D) republicanismo.

E) absolutismo monárquico.

150. As redes de comércio, os fortes costeiros, as relações tecidas ao longo dos séculos entre
comerciantes europeus e chefes africanos, continuaram a ser o sustentáculo do fornecimento
de mercadorias para os europeus, só que agora estas não eram mais pessoas, e sim matérias-
primas.

(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)

O texto refere-se à redefinição das relações comerciais entre europeus e africanos, ocorrida
quando:

A) portugueses e espanhóis libertaram suas colônias africanas e permitiram que elas


comercializassem marfim, café e outros produtos livremente com o resto do mundo.

B) norte-americanos passaram a estimular a independência das colônias africanas, para ampliar


o mercado consumidor de seus tecidos e produtos alimentícios.

C) ingleses e holandeses estabeleceram amplo comércio escravista entre os dois litorais do


Atlântico Sul.

D) ingleses e franceses buscaram resinas, tinturas e outros produtos na África e desestimularam


o comércio escravista.

E) portugueses e espanhóis conquistaram e colonizaram as costas leste e oeste da África.

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151. Observe a imagem, cena do personagem Carlitos no filme Tempos modernos, 1936.

Tempos modernos, de Charles Chaplin, representa a situação econômica e social dos Estados
Unidos da América dos anos trinta do século passado. No filme, as aventuras de Carlitos
transcorrem numa sociedade:

A) capitalista em desenvolvimento e conflagrada pelos movimentos operários de destruição das


máquinas.

B) globalizada, em que o poder financeiro tornava desnecessário o uso das máquinas na


produção de mercadorias.

C) imperialista e mecanizada, que aplicava os lucros adquiridos na exploração dos países pobres
em benefício dos operários americanos.

D) abalada pelo desemprego e caracterizada pela submissão do trabalho humano ao movimento


das máquinas.

E) pós-capitalista, na qual o emprego da máquina libertava o homem da opressão do trabalho


industrial.

152. “O governo revolucionário tem necessidade de uma atividade extraordinária, precisamente


porque ele está em guerra. Suas regras não são uniformes nem rigorosas, porque as
circunstâncias são tumultuadas e inconstantes (...). O governo revolucionário não tem nada em
comum com a anarquia nem com a desordem. Sua meta, ao contrário, é de as reprimir para
implantar e consolidar o reinado das leis.”

Discurso de Robespierre diante da Convenção, 25 de dezembro de 1793. In:


COSTA, M.; DOUBLET, F. (coord.). Histoire Géographie, 4ª ed. Paris: Magnard, 1998. p. 60.

Durante a Revolução Francesa, ao assumir a direção da Convenção (1792-1794), os jacobinos


adotaram medidas para conter as forças contrarrevolucionárias. O discurso de Robespierre, ao
afirmar que as ações do governo revolucionário não podem estar submetidas a regras uniformes
e rigorosas, procurava justificativas para:

A) a criação do Tribunal Revolucionário, para julgar os suspeitos de atitudes


contrarrevolucionárias. Muitas vezes, o destino dessas pessoas era a morte na guilhotina.

B) a instituição do voto censitário, sendo assim apenas pessoas com posses poderiam exercer o
poder de voto e se candidatar para mandatos eletivos.

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C) a convocação dos Estados Gerais, órgão consultivo formado por representantes dos três
estados e que não se reunia desde 1614.

D) a criação do Diretório, órgão que desempenhava o poder Executivo e era composto de cinco
pessoas eleitas entre os deputados.

E) a coroação de Napoleão Bonaparte, definida a partir de um plebiscito que aprovou o fim do


Consulado e a transformação da França em Império.

153. Os efeitos da Revolução Francesa sobre a vida privada ultrapassaram as expressões da


cultura política representadas pelo vestuário, pela linguagem e pelo ritual político. O novo
Estado atacou rigorosamente os poderes das comunidades do Antigo Regime em muitos outros
campos tais como:

A) a música, a pintura e as artes em geral.

B) a Igreja, as corporações e a nobreza.

C) a saúde, a higiene e as organizações sanitárias.

D) a constituição civil e todos os símbolos da vida familiar e doméstica.

154. A Revolução Francesa foi vivenciada, por muitos dos atores envolvidos, como uma ruptura
com o Antigo Regime. O próprio conceito de Antigo Regime era utilizado pelos revolucionários
para nomear a organização social e política anterior a 1789. As alternativas abaixo apresentam
transformações que representavam uma ruptura com essa organização. Assinale a alternativa
INCORRETA:

A) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamando a igualdade de todos os


cidadãos perante a lei.

B) A sanção da Constituição Civil do Clero, transformando os sacerdotes católicos paroquiais em


funcionários públicos.

C) A eliminação do feudalismo, suprimindo os privilégios dos senhores feudais.

D) A abolição dos dízimos e da propriedade privada como direito inviolável e sagrado.

E) A supressão da Monarquia absoluta e a defesa do princípio da soberania do povo.

155. Durante o Congresso de Viena, estabeleceram-se as bases políticas e jurídicas para uma
nova ordenação da Europa destinada a durar um século redondo. O resultado dos pactos
inaugurou uma época na qual os conflitos externos foram poucos; por outro lado, aumentaram
as guerras civis e a “revolução” se fez incessante.

KOSELLECK, Reinhart. La época das revoluciones europeas: 1780-1848. México:


Siglo XXI, 1998. p.189. (Adaptado).

A constituição do Congresso de Viena, em 1815, evidenciava a instabilidade da geopolítica da


Europa, e tinha entre seus objetivos:

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A) o incentivo aos movimentos de libertação colonial, como forma de reduzir os conflitos que
pudessem ameaçar o equilíbrio europeu.

B) a recomposição do equilíbrio europeu sob o domínio das forças conservadoras,


antirrevolucionárias e anti-iluministas.

C) a preservação das aspirações nacionais de vários povos europeus, com o objetivo de evitar
novos conflitos que colocassem em risco o equilíbrio da Europa.

D) a aceitação das fronteiras nacionais existentes em 1815, o que era visto como essencial para
o fim dos conflitos entre as grandes potências.

156. Classificada pela história como modelo clássico de Revolução Burguesa, a Revolução
Francesa deu sua contribuição para o Ocidente, seja no vocabulário político ou na influência das
constituições que adotaram alguns princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão.

Sobre a revolução francesa é correto afirmar, exceto:

A) A Assembleia Nacional aboliu as taxas e impostos que recaiam sobre o campesinato,


acabando com os vestígios do feudalismo que ainda perdurava em várias regiões francesas.

B) Monarquias como a Prússia e a Áustria assinaram a declaração de Pillnitz e anunciaram a


intenção de intervir militarmente na França e deter o processo revolucionário.

C) No período do Terror, os excessos de Robespierre fizeram-no perder o apoio político.


Posteriormente, o próprio Robespierre foi guilhotinado.

D) Os jacobinos defendiam posições moderadas e representavam, sobretudo, os interesses da


alta burguesia e do primeiro Estado.

157. “O Terror, que se tornou oficial durante certo tempo, é o instrumento usado para reprimir
a contrarrevolução (...). É a parte sombria e mesmo terrível desse período da Revolução
[Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado dessa política.”

Michel Vovelle. A revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp,
2007, p. 74- 75.

São exemplos dos “dois lados” da política revolucionária desenvolvida na França, durante o
período do Terror,

A) o julgamento e a execução de cidadãos suspeitos e o tabelamento do preço do pão.

B) a prisão do rei e da rainha e a conquista e colonização de territórios no Norte da África.

C) a vitória na guerra contra a Áustria e a Prússia e o fim do controle sobre os salários dos
operários.

D) a ascensão política dos principais comandantes militares e a implantação da monarquia


constitucional.

E) o início da perseguição e da repressão contra religiosos e a convocação dos Estados Gerais.

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158. No início da Revolução Francesa, a Assembleia Nacional Constituinte promulgou, em 26 de


agosto de 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que estabelecia: “Os
homens nascem e são livres e iguais em direitos” (art. 1º). Tal texto reflete uma característica
do pensamento liberal, que:

A) eliminava a ordem social e política calcada nos privilégios de nascimento;

B) fortalece o poder real;

C) preservava os direitos seculares do clero e da nobreza;

D) proclamava a igualdade econômica de todos.

159. Segundo Eric Hobsbawm, no final do século XVIII, “o preço do pão registrava a temperatura
política de Paris com a exatidão de um termômetro”. De acordo com este historiador, no ano de
1788, a safra de alimentos na França foi péssima; isto prejudicou os camponeses e os
trabalhadores urbanos, pois houve a alta dos preços, levando a várias agitações sociais.

(HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p. 79-83. Adaptado.)

A crise alimentar mencionada por Hobsbawm teve, entre suas principais consequências,

A) a Quebra da Bolsa de Valores, levando a um colapso econômico e político na França.

B) a Primeira Guerra Mundial, pois os franceses foram buscar alimentos em outros países.

C) a Revolução Industrial, pois era necessário encontrar novos meios de produzir alimentos.

D) a Expansão Marítima, que visava à descoberta de territórios para a produção de alimentos.

E) a Revolução Francesa, quando o povo se revoltou contra o governo absolutista de seu país.

160. No fim do século XVIII, a população francesa estava dividida em três ordens sociais.
Apresentava um quadro que pode ser compreendido da seguinte forma:

A) o Clero compunha o Primeiro Estado; a Nobreza, o Segundo Estado; e os Operários, o Terceiro


Estado.

B) cerca de 98% da população compunha o Terceiro Estado, formado por artesãos, burgueses,
camponeses e trabalhadores em geral que sustentavam os dois primeiros grupos.

C) o Segundo Estado era formado por um grupo heterogêneo composto de burgueses, artesãos
e trabalhadores das cidades.

D) a França, no final do século XVIII, havia herdado um sistema feudal responsável pelo
enriquecimento da população.

E) no período em destaque, a nobreza francesa já não existia.

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161. Foi a partir das revoluções burguesas do século XVIII que o sistema capitalista se consolidou.
Assinale a alternativa que contém o conjunto das revoluções chamadas de burguesas.

A) Revolução Industrial, Revolução Francesa e Revolução Russa.

B) Revolução Francesa, Revolução Inglesa e Guerra dos Cem anos.

C) Revolução Francesa, Revolução Social Inglesa e Revolução socialista.

D) Revolução Industrial, Revolução Francesa, Revolução Inglesa e a Independência do Brasil.

E) Revolução Industrial, Revolução Francesa, Revolução Inglesa e a Independência dos Estados


Unidos.

162. A cada um a sua função e o seu lugar na terra. No topo estão os religiosos, intermediários
indispensáveis entre a cidade terrestre e a cidade celeste (...). Depois vêm os nobres, que
receberam da Providência a qualidade de guerreiros e estão, portanto, investidos da missão de
manutenção da ordem. Finalmente, para o último lugar são relegados os trabalhadores,
destinados ao trabalho e ao sofrimento para o bem comum.

(Pierre Bonnassie. Dicionário de história medieval, 1985. Adaptado.)

O texto faz referência:

A) a um tipo de organização social que se apoiava nas diferentes aptidões dos seres humanos.

B) às crenças milenaristas, segundo as quais apenas os pobres alcançariam o reino dos céus.

C) à igualdade social, que caracteriza a sociedade ocidental desde a Antiguidade.

D) ao antropocentrismo, que reservava lugar de destaque para a vontade dos indivíduos.

E) à divisão da sociedade em três ordens, colocada em xeque pela Revolução Francesa.

163. A independência dos Estados Unidos da América foi o primeiro grande indicador histórico
da ruína do Antigo Regime. Durante esse processo de independência,

A) a criação da Lei do Selo foi uma consequência do esforço inglês em fortalecer o pacto colonial
e levou os colonos americanos a efetuar um boicote comercial à Inglaterra.

B) a “marcha para o oeste” despertou os sentimentos expansionistas e nacionalistas dos colonos


americanos, incentivando os movimentos de independência.

C) o Primeiro e o Segundo Congresso Continental da Filadélfia resultaram na suspensão dos


tributos impostos por Townshend, exceto o que se referia ao comércio do chá.

D) os colonos americanos receberam apoio militar da Holanda e da Espanha nas lutas pela
emancipação.

E) Thomas Jefferson exerceu um papel importante, tendo sido nomeado comandante das tropas
americanas na guerra e se tornado o primeiro presidente americano.

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164. Em 1773, procurando aliviar as dificuldades financeiras da Companhia das Índias Orientais,
o governo britânico concedeu-lhe o monopólio do chá nas colônias. Os colonos reagiram e
disfarçados de índios, patriotas de Boston, abordaram navios que transportavam chá, lançando
a mercadoria nas águas do porto.

(H. C. Allen. História dos Estados Unidos da América)

A ação descrita pelo texto levou o parlamento britânico a promulgar, em 1774, as Leis
Coercitivas ou, como foram chamadas pelos colonos, Intoleráveis. Tais leis:

A) lançavam impostos sobre vidro e corantes;

B) interditavam o porto de Boston até que fosse pago o prejuízo causado pelos colonos;

C) proibiam a emissão de papéis de crédito na colônia que, até então, eram usados como moeda;

D) impunham aos colonos os custos do alojamento e fornecimento de víveres para as tropas


britânicas enviadas para a colônia;

E) enfraqueceram a autoridade do governador de Massachusetts.

165. A Guerra dos Sete Anos (1756-1763) conferiu à Inglaterra a condição de principal potência
marítima da Europa. Esse conflito:

A) possibilitou a recuperação econômica da Inglaterra.

B) foi travado entre potências imperiais, tendo desdobramentos em territórios americanos.

C) decorreu da rivalidade entre Inglaterra e Portugal.

D) contou com expressiva participação de escravos africanos nas disputas.

E) foi encerrado com a assinatura do Tratado de Londres.

166. A expansão dos Estados Unidos em direção ao oeste, na primeira metade do século XIX,
envolveu, entre outros fatores, a:

A) intervenção norte-americana na guerra de independência do México, da América Central e


de Cuba.

B) anexação militar do Alasca, resultado de longo conflito armado com a Rússia.

C) Guerra de Secessão, que opôs os escravistas dos estados do sul aos abolicionistas do norte.

D) implantação de um sistema legal rigoroso nas áreas ocupadas, evitando conflitos armados na
região.

E) remoção indígena, transferindo comunidades indígenas que viviam a leste do rio Mississipi
para outras regiões.

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PERIODO COLONIAL I
167. Observe a imagem a seguir

A obra de Victor Meirelles, realizada à época do Império de D. Pedro II, tem o seu contexto de
produção associado à dedicação de vários membros da Academia Imperial de Belas Artes à
representação de momentos importantes da política e da história nacional, com vistas a
desenvolver um sentimento ufanista.

Essa obra busca representar o descobrimento:

A) como um encontro pacífico e ordenado de raças, com a Igreja e o Estado ao centro e os


indígenas curiosos e passivos, de forma a silenciar sobre os conflitos do passado e do presente,
tais como a invasão e o genocídio indígena do século XVI e a escravidão negra do século XIX.

B) de maneira apologética, de forma a conferir legitimidade à presença portuguesa na América,


com o objetivo de justificar, em pleno século XIX, a guerra levada adiante pelo Brasil contra o
Paraguai, evidenciando a pretensão brasileira de se constituir como potência hegemônica no
Cone Sul.

C) como uma projeção pretérita da importância das elites de grandes proprietários do século
XIX, ressaltando, com isso, o projeto dessas oligarquias em relação à derrubada da monarquia e
ao estabelecimento de uma República que contemplasse os interesses das várias regiões do
país.

D) de modo laudatório, ressaltando o papel essencial da Igreja e dos bandeirantes no processo


de colonização do Brasil, o que ensejaria, no século XIX, o desejo da aristocracia rural do
Nordeste de se afirmar como grupo social político e economicamente hegemônico no Império.

E) de forma crítica, ressaltando o caráter violento da conquista portuguesa e da ação da Igreja


Católica, com o objetivo de denunciar as marcas de violência ainda presentes na sociedade
imperial, tais como a escravização de negros africanos e a exploração de imigrantes italianos.

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168. Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de
cordialidade – daremos ao mundo o “homem cordial”, um traço definido do caráter brasileiro,
na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de
convívio humano, informados no meio rural e patriarcal.

(Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil. Adaptado).

O “meio rural e patriarcal” a que se refere o trecho está relacionado:

A) à exploração das drogas do sertão no vale amazônico, em que os comandantes das


expedições de extrativismo cumpriam o papel simultâneo de autoridades públicas e agentes
comerciais.

B) à interiorização da ocupação no vale do Rio São Francisco, graças à expansão da pecuária que
abastecia os engenhos da zona da mata, centrada na figura dos vaqueiros.

C) à produção de açúcar no engenho, no qual se constituíram relações sociais marcadas pela


escravidão e pelo convívio familiar, organizadas em torno da autoridade do senhor.

D) ao bandeirantismo, em que os bandeirantes portugueses exerciam o poder sobre uma vasta


população de negros, índios e mestiços que adentravam o continente em busca de ouro.

E) às missões jesuíticas, em que os jesuítas escravizavam povos indígenas com o objetivo de


explorar a sua mão de obra para fins comerciais relacionados à monocultura exportadora.

169. A exaltação dos bandeirantes, em São Paulo, está presente na nomenclatura de estradas,
avenidas e monumentos. Monumentos que vão desde a bela obra do escultor Brecheret junto
ao Parque Ibirapuera até o assustador Borba Gato, gigante de botas plantado no bairro de Santo
Amaro. A estátua, aliás, é muito pouco realista, pois existem boas indicações de que muitos
bandeirantes marchavam descalços.

(Bóris Fausto, História do Brasil)

A exaltação dos bandeirantes descrita costuma omitir, mascarar e esconder algumas das suas
atividades. Trata-se de uma tentativa de esquecer e apagar da História algumas ações não tão
nobres dos bandeirantes, tais como

A) a descoberta de metais preciosos nas Minas Gerais.

B) a contribuição para a extensão territorial do Brasil.

C) o trabalho relacionado à produção de açúcar.

D) a contribuição com os jesuítas na catequização de indígenas.

E) o combate e a repressão aos quilombos.

170. O principal motivo da criação da capitania de Mato Grosso, em 1748, foi impedir que os
espanhóis tomassem a região e chegassem a Goiás e Minas Gerais. Era a época em que Portugal
e Espanha discutiam as cláusulas do Tratado de Madri, finalmente assinado em 1750, que fixou
os contornos aproximados da atual fronteira brasileira, substituindo o Tratado de Tordesilhas
(1494).

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(Masilia Aparecida da Silva Gomes. Comer, beber, governar. In Revista de


História da Biblioteca Nacional, set. de 2010, n.º 60.)

A expansão territorial da América portuguesa teve relação com

A) as colônias de povoamento do sul e a cafeicultura.

B) a produção de algodão e as oficinas de artesanato.

C) as missões jesuíticas e a mineração.

D) a produção de tabaco em São Paulo e os desterrados portugueses.

E) as manufaturas e as feitorias do nordeste.

171. O vozerio interrompido e sempre repetido com que os negros levam de um lado para o
outro cargas sobre varas, o chiado de um tosco carro de bois de duas rodas, em que as
mercadorias são conduzidas pela cidade, os frequentes tiros de canhão dos castelos e dos navios
de todos os países do mundo que entram e o estrondo de foguetes com que os habitantes quase
que diariamente e já pela manhã festejam os dias santos, confundem-se num estardalhaço
ensurdecedor.

(J. B. Spix e C. F. P. von Martius. Viagem pelo Brasil, 1817-1820).

O texto, relativo à cidade do Rio de Janeiro no final da segunda década do século XIX, faz
referência:

A) ao pacto colonial e à sua estreita dependência em relação a Portugal.

B) à crise causada pelo Bloqueio Continental, decretado por Napoleão.

C) à importância do comércio na cidade, que abrigava a Corte portuguesa.

D) ao crescimento das importações, incentivadas pelos lucros da mineração.

E) à transformação da cidade em um centro produtor de manufaturas.

172. A economia colonial brasileira baseou-se na:

A) grande lavoura mercantil, na monocultora e no trabalho escravo.

B) exploração de minério e na utilização de mão de obra indígena.

C) pecuária extensiva conduzida por imigrantes portugueses.

D) exploração madeireira das florestas e no trabalho escravo.

E) monocultura com utilização de trabalho livre.

173. Foram características dominantes no Nordeste açucareiro, durante o Brasil colonial, a:

A) intensa vida urbana e a policultura de exportação.

B) posse comunitária da terra e a servidão indígena.

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C) enorme chance de mobilidade social e o minifúndio.

D) produção para o mercado interno e o trabalho familiar.

E) grande propriedade rural e a mão de obra escrava.

174. Observe a imagem.

A ilustração de Jean-Baptiste Debret pode ser associada, no Brasil colonial:

A) ao fim da escravidão.

B) à produção de açúcar.

C) ao crescimento urbano.

D) à extração de ouro.

E) ao trabalho assalariado.

175. De acordo com o historiador Stuart B. Schwarcz, durante o período da colonização, havia
um ditado popular que dizia: “Sem açúcar, não há Brasil; sem a escravidão, não há açúcar; sem
Angola, não há escravos”.

(http://tinyurl.com/njyvll6 Acesso em: 30.06.2014.)

Esse ditado traz elementos que permitem concluir que a organização colonial

A) dependia da produção de açúcar para exportação, produzido com trabalho de escravos.

B) era baseada na policultura de subsistência, para alimentar a grande população escrava.

C) utilizava-se do trabalho escravo, para garantir a produção de gêneros industrializados.

D) desenvolvia a economia do Brasil e de Angola, pois ambos dividiam os lucros do açúcar.

E) era baseada no trabalho assalariado, porém utilizava escravos nas atividades domésticas.

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176. "Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é
possível fazer, conservar e aumentar fazenda."

(ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo


Horizonte: Itatiaia, 1982, p. 89.)

No trecho citado, parte de uma obra publicada em 1711, o jesuíta Antonil:

A) torna evidente que o trabalho escravo constituiu a base da exploração econômica em setores
essenciais da economia colonial.

B) fornece argumentos para o combate movido pela Igreja contra a escravização de indígenas e
africanos nos domínios coloniais portugueses.

C) explica por que a escravidão foi importante no empreendimento açucareiro, mas teve papel
secundário e marginal na exploração mineradora.

D) justifica a brandura da escravidão no Brasil e sugere uma explicação para a “democracia


racial” predominante na sociedade colonial brasileira.

E) condena as tentativas de introduzir trabalhadores livres, trazidos da Europa, para substituir a


mão de obra escrava nas lavouras de café.

177. Leia este trecho do documento:

Eu el-rei faço saber a vós [...] fidalgo de minha casa que vendo eu quanto serviço de Deus e meu
é conservar e enobrecer as capitanias e povoações das terras do Brasil e dar ordem e maneira
com que melhor e seguramente se possam ir povoando para exaltamento da nossa santa fé e
proveito de meus reinos e senhorios e dos naturais deles ordenei ora de mandar nas ditas terras
fazer uma fortaleza e povoação grande e forte em um lugar conveniente para daí se dar favor e
ajuda às outras povoações e se ministrar justiça e prover nas coisas que cumprirem a meus
serviços e aos negócios de minha fazenda e a bem das partes [...]

É CORRETO afirmar que, nesse trecho de documento, se faz referência:

A) à criação do Governo Geral, com sede na Bahia.

B) à implantação do Vice-Reinado no Rio de Janeiro.

C) à implementação da Capitania-sede em São Vicente.

D) ao estabelecimento de Capitanias Hereditárias, no nordeste.

178. Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois
destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul para
anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta
obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza.

“Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro”, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no
Brasil colonial. In: CATELLI JR., R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo:
Brasiliense, 1994 (adaptado).

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Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de:

A) exclusão social.

B) imposição religiosa.

C) acomodação política.

D) supressão simbólica.

E) ressignificação cultural.

179. A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha
nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e
dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.

GÂNDAVO, P M.A primeira historia do Brasil: história da província de Santa Cruz a que
vulgarmente chamamosBrasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).

A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência


das letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a:

A) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.

B) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.

C) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.

D) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.

E) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.

180. Os holandeses desembarcaram em Pernambuco no ano de 1630, em nome da Companhia


das Índias Ocidentais (WIC), e foram aos poucos ocupando a costa que ia da foz do Rio São
Francisco ao Maranhão, no atual Nordeste brasileiro. Eles chegaram ao ponto de destruir Olinda,
antiga sede da capitania de Duarte Coelho, para erguer no Recife uma pequena Amsterdã.

NASCIMENTO, R. L. X. A toque de caixas. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, n. 70,


jul. 2011.

Do ponto de vista econômico, as razões que levaram os holandeses a invadirem o nordeste da


Colônia decorriam do fato de que essa região:

A) era a mais importante área produtora de açúcar na América portuguesa.

B) possuía as mais ricas matas de pau-brasil no litoral das Américas.

C) contava com o porto mais estratégico para a navegação no Atlântico Sul.

D) representava o principal entreposto de escravos africanos para as Américas.

E) constituía um reduto de ricos comerciantes de açúcar de origem judaica.

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181. Áreas em estabelecimento de atividades econômicas sempre se colocaram como grande


chamariz. Foi assim no litoral nordestino, no início da colonização, com o pau-brasil, a cana-de-
açúcar, o fumo, as produções de alimentos e o comércio. O enriquecimento rápido exacerbou o
espírito de aventura do homem moderno.

FARIAS, S. C. A Colônia em movimento. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).

O processo descrito no texto trouxe como efeito o(a):

A) acumulação de capitais na Colônia, propiciando a criação de um ambiente intelectual


efervescente.

B) surgimento de grandes cidades coloniais, voltadas para o comércio e com grande


concentração monetária.

C) concentração da população na região litorânea, pela facilidade de escoamento da produção.

D) favorecimento dos naturais da Colônia na concessão de títulos de nobreza e fidalguia pela


Monarquia.

E) construção de relações de trabalho menos desiguais que as da Metrópole, inspiradas pelo


empreendedorismo.

182. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu,
vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com
arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro,
nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito
bons ares [...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente.

Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História
moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.

A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra.

Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo:

A) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos.

B) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa.

C) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente.

D) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia.

E) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho.

183. Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os
próprios africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino
linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para
pensar que os africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em
perceber a existência entre si de elos culturais mais profundos.

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SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil.


Revista USP, n.º 12, dez./jan./fev. 1991-92 (adaptado).

Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a


experiência da escravidão no Brasil tornou possível a:

A) formação de uma identidade cultural afro-brasileira.

B) superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias.

C) reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos.

D) manutenção das características culturais específicas de cada etnia.

E) resistência à incorporação de elementos culturais indígenas.

184.

O desenho retrata a fazenda de São Joaquim da Grama com a casa-grande, a senzala e outros
edifícios representativos de uma estrutura arquitetônica característica do período escravocrata
no Brasil. Esta organização do espaço representa uma:

A) estratégia econômica e espacial para manter os escravos próximos do plantio.

B) tática preventiva para evitar roubos e agressões por escravos fugidos.

C) forma de organização social que fomentou o patriarcalismo e a miscigenação.

D) maneira de evitar o contato direto entre os escravos e seus senhores.

E) particularidade das fazendas de café das regiões Sul e Sudeste do país.

185. Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos deparamos com uma impressionante
multidão que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o Vice-Rei, cercaram-no e o
obrigaram a dançar e pular, exercício violento e pouco apropriado tanto para sua idade quanto
posição.

Tivemos nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser interessante
ver numa igreja padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dançar e pular misturados, e
a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo do Amarante”.

BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour du monde. Apud:


TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil Colonial. São Paulo: Ed. 34, 2000 (adaptado).

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O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre uma festa ocorrida em Salvador, em
1717, demonstra dificuldade em entendê-la, porque, como outras manifestações religiosas do
período colonial, ela

A) seguia os preceitos advindos da hierarquia católica romana.

B) demarcava a submissão do povo à autoridade constituída.

C) definia o pertencimento dos padres às camadas populares.

D) afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção.

E) harmonizava as relações sociais entre escravos e senhores.

186. O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII,
durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua
procura foi aumentando. Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e produzido
em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente
caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras.

CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.

Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por
Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de:

A) o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.

B) os árabes serem aliados históricos dos portugueses.

C) a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.

D) as feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.

E) os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante.

187. Formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica
de exploração econômica, híbrida de índio — e mais tarde de negro — na composição.

Sociedade que se desenvolveria defendida menos pela consciência de raça, do que pelo
exclusivismo religioso desdobrado em sistema de profilaxia social e política. Menos pela ação
oficial do que pelo braço e pela espada do particular. Mas tudo isso subordinado ao espírito
político e de realismo econômico e jurídico que aqui, como em Portugal, foi desde o primeiro
século elemento decisivo de formação nacional; sendo que entre nós através das grandes
famílias proprietárias e autônomas; senhores de engenho com altar e capelão dentro de casa e
índios de arco e flecha ou negros armados de arcabuzes às suas ordens.

FREYRE, G. Casa-Grande e Senzala. Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.

De acordo com a abordagem de Gilberto Freyre sobre a formação da sociedade brasileira, é


correto afirmar que:

A) a colonização na América tropical era obra, sobretudo, da iniciativa particular.

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B) o caráter da colonização portuguesa no Brasil era exclusivamente mercantil.

C) a constituição da população brasileira esteve isenta de mestiçagem racial e cultural.

D) a Metrópole ditava as regras e governava as terras brasileiras com punhos de ferro.

E) os engenhos constituíam um sistema econômico e político, mas sem implicações sociais.

PERIODO COLONIAL II
188. A ênfase fortemente regionalista dos inconfidentes inclinava-se, às vezes, para o
nacionalismo econômico. Isto era mais explícito nos pronunciamentos do alferes Tiradentes,
embora ele não estivesse isolado em tal posição. Silva elogiava a beleza de Minas e apontava
seus recursos naturais. Livre, republicano, industrializado, continuava o propagandista, o Brasil
não teria necessidade de importar mercadorias estrangeiras.

(Kenneth R. Maxwell. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira, Brasil – Portugal, 1750-


1808, 1978. Adaptado)

Os projetos defendidos pelos inconfidentes podem ser explicados pela conjuntura histórica de:

A) reafirmação da prática econômica mercantilista e de instauração na metrópole portuguesa


do absolutismo monárquico.

B) avanço dos movimentos socialistas de contestação social e de difusão da concepção de


igualdade natural dos homens.

C) consolidação das independências políticas latino-americanas e de retração das riquezas


proporcionadas pelas exportações agrícolas brasileiras.

D) crítica ao Antigo Regime europeu e de aumento do peso da exploração colonial com o


declínio da produção aurífera.

E) disputas econômicas entre metrópoles coloniais e de guerras permanentes entre economias


industrializadas europeias.

189. Observe o seguinte trecho do Tratado de Methuen.

Artigo 1º – Sua Sagrada Majestade El-Rei de Portugal promete admitir para sempre de aqui em
diante, no Reino de Portugal, os panos de lã e mais fábricas de lanifício da Inglaterra.

Artigo 2º – É estipulado que Sua sagrada e Real Majestade Britânica será obrigada para sempre,
de aqui em diante, de admitir na Grã-Bretanha os vinhos de Portugal, de sorte que em tempo
algum não se poderá exigir direitos de Alfândega nestes vinhos.

(Tratado de Methuen – 1703. In: Nelson Werneck Sodré, As Razões da Independência.


Adaptado).

Entre outros fatores, foi devido ao Tratado de Methuen que

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A) as manufaturas têxteis se desenvolveram muito no Brasil.

B) Inglaterra e Portugal foram os primeiros países a se industrializarem.

C) a burguesia portuguesa enriqueceu e lutou contra a monarquia.

D) o ouro explorado no Brasil foi transferido para a Inglaterra.

E) Portugal diminuiu o seu interesse pela exploração da colônia.

190. A primeira companhia privilegiada de comércio, surgida em 1755, voltada ao


desenvolvimento da região Norte, e que pretendia oferecer preços atraentes para os produtos
que a região deveria exportar para o mercado europeu, foi instituída pelo Marquês de Pombal
e denominada

A) Companhia Geral do Comércio do Brasil.

B) Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão.

C) Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba.

D) Companhia das Índias Ocidentais.

E) Companhia Comercial do Governo Geral.

191. Entre 1708 e 1709 o estado de Minas Gerais foi palco de um conflito marcado pela disputa
pelo Ouro. Tal guerra se baseou no conflito entre bandeirantes paulistas e forasteiros que
buscavam a riqueza oriunda dos metais preciosos. Tal conflito ficou conhecido como:

A) Guerra das Emboabas.

B) Inconfidência Mineira.

C) Levante de Vila Rica.

D) Guerra Mata Maroto.

192. Sobre a economia do período colonial do Brasil, todas as alternativas estão corretas, exceto
a:

A) O ciclo do ouro contribuiu para a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil e para a
transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.

B) A propriedade agrícola no qual se baseava o sistema colonial tinha duas características


básicas: a monocultura e o trabalho escravo.

C) O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos europeus
numa relação de escambo com os nativos.

D) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico interno,


realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.

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193. Na região das Minas Gerais, em fins do século XVIII, ocorreu uma revolta colonial contra a
dominação portuguesa. Esse movimento foi provocado pelos impostos abusivos cobrados sobre
a produção mineradora.

Identifique corretamente esse movimento.

A) Revolução Praieira.

B) Inconfidência Mineira.

C) Guerra de Canudos.

D) Guerra da Independência.

E) Revolta dos Farrapos.

194. Os holandeses estão entre os diversos povos que invadiram ou tentaram invadir o território
que hoje corresponde ao Brasil, durante o período colonial, no século XVII.

Sobre a presença holandesa no Brasil, assinale a alternativa CORRETA.

A) Os holandeses estabeleceram suas colônias no Sudeste brasileiro.

B) Os holandeses eram parceiros comerciais dos portugueses na atividade açucareira.

C) O principal interesse dos holandeses era a crescente economia cafeeira.

D) Os portugueses estabeleceram uma política de cordialidade com os holandeses quando estes


invadiram sua colônia.

E) Os holandeses saíram do Brasil por meio de um processo chamado “União Ibérica”.

195. (UFPR 2015)

“(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento é resultado
de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar comunidades indígenas’."

(Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por Maria
Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.).

A afirmação acima se refere aos aldeamentos missionários e às transformações que eles


trouxeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das
missões jesuíticas eram:

A) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão de obra para a monocultura, o que
implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação de sistema de
trabalho e organização social.

B) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do pau-


brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e a modificação da
sua organização social.

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C) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de fronteiras
com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande mortalidade por conta
dos confrontos com os espanhóis.

D) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou para os


índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a Companhia de Jesus.

E) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial, o que
implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema de trabalho e
organização habitacional.

196. Entre os objetivos dos monarcas portugueses na colonização do Brasil, se destacaram:


expandir as fronteiras territoriais e encontrar metais preciosos. A esse propósito, analise as
seguintes proposições:

1. a ocupação de quase todo o litoral brasileiro estava esboçada nos dois primeiros séculos da
colonização portuguesa.

2. no século XVIII, através do Maranhão, os portugueses percorreram o Amazonas, rechaçando


esporádicos estabelecimentos de espanhóis e infiltrações francesas.

3. a colônia de Sacramento era periodicamente alvo de ataque dos espanhóis de Buenos Aires,
enquanto se consolidava o povoamento do Rio Grande do Sul.

4. a configuração do território brasileiro, tal como hoje se verifica foi, em linhas gerais, definida
pelo Tratado de Madri no século XVII.

5. os limites do território do Brasil obedeceram sempre ao estabelecido no Tratado de


Tordesilhas, quando se fixaram os domínios portugueses e espanhóis na América.

Estão corretas apenas:

A) 1, 4 e 5.

B) 1, 2 e 5.

C) 2, 4 e 5.

D) 1, 2 e 3.

E) 2, 3 e 4.

197. O Tratado de Madri (1750) pretendeu atender à disputa de territórios entre Portugal e
Espanha, representando também uma estratégia para melhor administrar os domínios ibéricos
na chamada região das Missões. A tentativa de impô-lo gerou uma guerra que, ao seu final,
terminou por definir o controle sobre as colônias que ocupavam a região dos Pampas. Esse
tratado

A) determinou a troca entre os sete povos das missões, no Uruguai, e a colônia de Sacramento,
no Brasil.

B) redefiniu as fronteiras territoriais na América do Sul, com base no uti possidetis.

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C) permitiu aos jesuítas exercer um domínio que se estendeu por toda a região do Prata.

D) garantiu a consolidação da chamada “República dos Guaranis”, sob influência da Igreja


Católica.

E) possibilitou a anexação da região das Missões ao território argentino e do Chaco ao Uruguai.

198. A União Ibérica (1580-1640) caracterizou-se quando Filipe II invadiu Portugal com suas
tropas e assumiu a coroa portuguesa, unindo Portugal e Espanha.

No contexto da União Ibérica, todas as alternativas estão corretas, EXCETO a:

A) Em 1640 terminou o domínio espanhol, através do movimento liderado pelo Duque de


Bragança. O duque foi coroado monarca de Portugal, dando início à dinastia de Bragança.

B) Neste período, o Tratado de Tordesilhas não teve nenhum efeito entre os limites territoriais
portugueses e espanhóis na América. Isto favoreceu o avanço português para o interior da
colônia.

C) O principal motivo da União Ibérica foi a tentativa da França de anexar a Espanha ao seu
território. A União do exército espanhol com o exército português conseguiu afastar esta
ameaça.

D) Os holandeses invadiram o nordeste neste período e dominaram Pernambuco, pois os


espanhóis não estavam permitindo o contato comercial dos batavos com os produtores de
açúcar.

199. A primeira metade do século XVII em Pernambuco foi marcada pela invasão holandesa à
capitania. A presença holandesa em Pernambuco durou 24 anos, de 1630 a 1654. A invasão foi
motivada por vários fatores, dos quais podemos destacar

A) o sucesso da colonização holandesa no sul da América, especialmente nas possessões


espanholas, e a vontade da Holanda em expandir seus domínios no Novo Mundo.

B) a necessidade do algodão, produto amplamente produzido na capitania de Pernambuco,


desde o século XVI, por parte das indústrias têxteis holandesas.

C) o bloqueio do acesso holandês pela Coroa Espanhola ao comércio do açúcar produzido em


Pernambuco, durante a União Ibérica.

D) a presença maciça de tropas holandesas na Bahia, desde 1625.

E) os interesses dos comerciantes e senhores de engenho locais em comercializar com os


holandeses, em detrimento dos portugueses.

200. Com a união das coroas de Portugal e Espanha, ocorreu o início do período chamado de
União Ibérica (1580-1640). A Holanda, que enfrentou diversas lutas contra a Espanha, exerceu
influência direta na colônia portuguesa na América, pois

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A) passou a pilhar e saquear as feitorias na costa africana dominada pelos espanhóis, interessada
no comércio de escravos e de marfim, invadindo, também, as cidades de Santos e Salvador, no
Brasil.

B) o embargo espanhol representou prejuízos para os interesses holandeses no Brasil, uma vez
que participavam do comércio de produtos tropicais nacionais, principalmente do pau-brasil.

C) sofria, na época, perseguições religiosas na Europa e retaliações dos católicos residentes em


seu país, por isso, seu desejo foi montar uma colônia protestante no Brasil.

D) ocupou o nordeste brasileiro para evitar a criação de bases e feitorias espanholas, visando
quebrar o monopólio da rota da prata advinda das demais colônias e também minar o prestígio
internacional ibérico.

E) apoderou-se do nordeste brasileiro e retomou o controle da lucrativa operação de transporte,


refino e distribuição comercial do açúcar brasileiro, perdido a partir da União Ibérica.

201. A Historiografia do Brasil registra várias revoltas e insurreições ‒ ações situadas no âmbito
do contexto social, político e econômico do Brasil colonial que expressavam a insatisfação dos
vários grupos sociais com os poderes instituídos. Assinale a opção que apresenta somente
movimentos ocorridos nesse período.

A) Inconfidência Mineira, Conjuração dos Alfaiates, Revolução Pernambucana.

B) Inconfidência Mineira, Balaiada e Conjuração dos Alfaiates.

C) Balaiada, Cabanagem e Revolução Pernambucana.

D) Revolução Praieira, Inconfidência Mineira, Revolução Pernambucana.

202. Dentre os movimentos que contestavam o imperialismo português no Brasil, podemos


destacar a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Apesar dos dois movimentos terem
como base as ideologias do Iluminismo, também tiveram grandes diferenças entre si.

Comparando esses dois movimentos, é CORRETO afirmar que:

A) Minas Gerais e Bahia se comunicavam ativamente para que seus movimentos ocorressem.
Tanto é verdade que Tiradentes se tornou herói nacional por lutar nas duas revoltas.

B) Tanto a Conjuração Baiana quanto a Inconfidência Mineira foram movimentos burgueses,


com a participação popular quase nula e apenas os mais pobres foram condenados: João de
Deus Nascimento, na Bahia, e Tiradentes, em Minas Gerais.

C) Diferente da Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana tinha como proposta o fim da


escravidão e um levante armado imediato.

D) Um dos grandes motivos para que as revoltas ocorressem foi a Independência dos Estados
Unidos. Os revoltosos da Bahia e de Minas Gerais foram em comitiva para o país recém-
independente conseguir apoio para suas revoltas.

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E) Os dois movimentos foram sumariamente reprimidos. Os dois líderes, João de Deus


Nascimento e Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foram enforcados juntos, lado a lado,
no Rio de Janeiro para servirem de exemplos.

203. Entre as formas de resistência negra à escravidão, durante o período colonial brasileiro,
podemos citar:

A) a organização de quilombos, nos quais, sob supervisão de autoridades brancas, os negros


podiam viver livremente.

B) as sabotagens realizadas nas plantações de café, com a introdução de pragas oriundas da


África.

C) a preservação de crenças e rituais religiosos de origem africana, que eram condenados pela
Igreja Católica.

D) as revoltas e fugas em massa dos engenhos, seguidas de embarques clandestinos em navios


que rumavam para a África.

E) a adoção da fé católica pelos negros, que lhes proporcionava imediata alforria concedida pela
Igreja.

204. Na América portuguesa, as irmandades eram espaços de:

A) assistência aos negros que fugiam de seus senhores, providenciando alojamento e laços de
solidariedade para arrecadar fundos para sua alforria, através da realização de festas de devoção
aos seus santos padroeiros.

B) congregação de negros, indígenas e brancos pobres, constituindo sociedades de auxílio


mútuo para garantir um enterro digno aos seus membros e familiares, além de proteger seus
membros das visitações da Inquisição.

C) resistência ao catolicismo do regime de padroado, permitindo que os negros mantivessem


seus cultos originais africanos após conquistarem sua alforria, proibindo a entrada de membros
brancos e indígenas.

D) auxílio mútuo, em caso de doença, enterro e assistência a órfãos e viúvas, e de arrecadação


de recursos para alforria, servindo também para manter traços das culturas africanas, como
forma de resistência à sociedade escravocrata.

E) sociabilidade dos negros escravizados e libertos, compreendendo debates políticos de


resistência à escravização, por meio da preservação das culturas e devoções africanas, o que
gerou o primeiro ideário abolicionista.

205. O principal interesse da metrópole portuguesa em relação ao Brasil, no período Colonial,


era:

A) produzir alimentos para alimentar a população de Portugal.

B) fazer o comércio e escravidão de índios e negros.

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C) vender os produtos manufaturados de Portugal e Espanha.

D) extrair produtos e matérias-primas rentáveis no mercado mundial da época.

E) criar gado para atender ao mercado europeu.

206. Assinale a alternativa correta sobre o papel social e econômico das cidades no período
colonial da América Portuguesa.

A) As cidades nunca tiveram um papel significativo na economia colonial, pois toda a riqueza
que interessava ao comércio português era de origem agrária. Dessa forma, as cidades eram
núcleos administrativos sem qualquer povoamento significativo, que só se tornaram alvo de
investimentos após a vinda da Família Real portuguesa.

B) As cidades passaram a ter um papel econômico primordial na colônia a partir da fundação de


São Paulo, que se tornou um grande entreposto comercial. Posteriormente, com o ciclo do ouro,
as cidades de Minas Gerais tornaram-se um centro irradiador de progresso econômico,
superando a importância das áreas rurais na economia colonial. Isso impulsionou um maior
desenvolvimento urbano, trazendo progresso material e cultural a toda a sociedade.

C) Mesmo com papel econômico secundário, a partir dos séculos XVII e XVIII, algumas cidades
foram valorizadas com o aumento da participação da colônia no comércio ultramarino, em
especial após as políticas pombalinas de incentivo às Companhias de Comércio. Além de
possuírem órgãos administrativos e políticos, as cidades agregaram boa parte dos elementos
sociais da colônia, definindo em seus espaços as diferenças de gênero, raça e status social.

D) Além de serem centros administrativos, as cidades formaram pequenos centros educacionais


de catequese dos indígenas e de evangelização dos colonos, agregando uma população
majoritariamente masculina. Por serem muito pobres, as cidades eram vilas incipientes, o que
gerava uma concentração populacional e econômica nas áreas rurais.

E) As cidades foram centros administrativos importantes para o desenvolvimento econômico e


social da colônia, por concentrarem escolas, jardins botânicos e assistência médica e jurídica à
população. Escravos frequentemente fugiam para tentar uma vida melhor nas cidades, o que
gerava uma rivalidade entre os centros urbanos e as áreas rurais.

207. A Inquisição Portuguesa, ou Tribunal do Santo Ofício de Portugal, que esteve nas mãos do
poder real, utilizou-se da coerção para obter a confissão de culpa. Uma vez condenado, um dos
rituais consistia na execução pública do acusado na fogueira como forma de purificação.

Sobre esta instituição, é correto afirmar:

A) A Inquisição atuou mais contra os inimigos da pessoa do Papa do que sobre os inimigos da
Igreja.

B) A Inquisição durou em Portugal até meados do século XX, tendo sido abolida pelo Concílio
Vaticano II.

C) A Inquisição, por intermédio de seu braço papal, o Tribunal do Santo Ofício, poupava judeus
e muçulmanos da execução.

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D) No Brasil, a Inquisição atuou por intermédio das Visitações detendo judeus, mulheres e
sodomitas, os quais eram julgados em Portugal.

E) O Tribunal do Santo Ofício, após as reformas religiosas ocorridas no século XIX, transformou-
se na Encíclica Rerum Novarum.

O PROCESSO DE INTEDEPENDÊNCIA DO
BRASIL

208. O dia 21 de abril, data do enforcamento de Tiradentes, tornou-se feriado logo após a
proclamação da República. Durante o Império, no entanto, a lembrança do episódio da
Conjuração Mineira era incômoda, pois:

A) os inconfidentes tinham demonstrado clara oposição à forma monárquica de governo.

B) a revolta nas Minas Gerais se declarou muitas vezes contrária à independência.

C) a escravidão, mantida no Império, foi questionada pelos inconfidentes, que defendiam a


abolição.

D) a elite imperial se identificava com o Iluminismo, negado pelos revoltosos de 1789.

E) os dois imperadores do Brasil eram contrários aos impostos defendidos pelos inconfidentes.

209. Observe a imagem a seguir.

A tela Iracema (1881), de José Maria de Medeiros, é um símbolo:

A) do isolamento da monarquia, representada pela indígena melancólica e solitária, no contexto


de crise do império.

B) da vitória do Brasil na guerra do Paraguai, retratada pela flecha enterrada na areia,


ressaltando o papel dos povos indígenas nas batalhas.

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C) do apogeu do império, no seu momento de maior prosperidade econômica e força política,


representadas pela louvação aos primeiros colonizadores portugueses.

D) do movimento romântico indigenista, que se apropriou da imagem do herói nativo para


resgatar as origens brasileiras e fomentar o nacionalismo.

E) da retomada da importância econômica que a exploração do pau-brasil, realizada com a ajuda


dos povos nativos, teve no início do período colonial.

210. A respeito do processo de Independência do Brasil, pode-se afirmar corretamente que:

A) a partir da Revolução Liberal do Porto, ocorrida em 1820, iniciou-se, em Portugal, uma


campanha política pelo retorno do Rei àquele país e pela independência dos reinos unidos do
Brasil e do Algarves.

B) a regência do príncipe D. Pedro, e seu reinado como Pedro I, são marcados pela manutenção
da hegemonia dos latifundiários e pelo esvaziamento do ideal republicano e do federalismo.

C) a participação de José Bonifácio de Andrada e Silva restringe-se ao movimento de


independência, pois, sendo republicano, defendia a instauração imediata da República no Brasil,
em oposição à D. Pedro.

D) o processo de independência somente logrou êxito em função do apoio popular a D. Pedro,


em oposição aos latifundiários que davam suporte às propostas recolonizadoras feitas pelas
Cortes Constituintes de Portugal.

211. Sobre o papel de escravos e libertos no processo de emancipação do Brasil em relação a


Portugal, no início da década de 1820, é CORRETO afirmar que:

A) para os grupos dominantes do Reino Unido de Brasil, Portugal e Algarves, a Liberdade


significava o direito de conservação da propriedade, noção que estabelecia uma relação de
igualdade social entre todos os indivíduos do mundo luso-brasileiro de então.

B) no contexto da emancipação do Brasil em relação a Portugal, escravos e libertos também


reivindicavam a liberdade jurídica, de ações e autonomia no espaço público.

C) por conta da grande parcela de analfabetos entre pretos e mestiços, escravos e libertos não
discutiam as notícias e projetos políticos que circulavam no Brasil no início da década de 1820.

D) os grandes proprietários não viam com apreensão o fato de escravos e libertos interpretarem
a noção de Liberdade também como liberdade jurídica.

E) no início da década de 1820, a noção de Liberdade era interpretada de forma unívoca por
todos os grupos sociais da América portuguesa.

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212. Analise a charge

Tendo em vista o contexto da Independência do Brasil e o sentido dado pela charge a esse
importante momento da história do Brasil, assinale a afirmativa correta.

A) A Independência do Brasil foi um processo liderado, em grande parte, pelos grupos que mais
se beneficiaram com a ruptura dos laços coloniais, ou seja, latifundiários e comerciantes.

B) O principal objetivo da Independência era organizar o novo Estado Nacional Brasileiro sem
colocar em risco sua autonomia econômica, conseguida a longo prazo através do pacto Colonial.

C) A situação da maioria da população sofreu drásticas mudanças com a implantação da nova


situação política do Brasil através de uma nova reorganização social, mesmo sem o
consentimento do povo.

D) A aparência liberal construída pela elite agrária, que apoiara D. Pedro I a romper os laços com
a metrópole lusitana, foi descoberta pela população, que logo empreendeu uma série de
movimentos sociais.

213. Com a vinda da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, não só os portos se abriram para as
Nações Amigas, mas também as portas para a entrada de estrangeiros. [...] Comerciantes,
especialmente ingleses, artistas franceses e imigrantes, além de viajantes naturalistas de várias
regiões do Velho Mundo, têm permissão de estudar o que o país desconhecido parecia prometer
em novidades. Esses visitantes serão autores de um novo descobrimento do Brasil [...].
LISBOA, Karen Macknow. A Nova Atlântica de Spix e Martius: natureza e
civilização na Viagem pelo Brasil (1817-1820). São Paulo: Hucitec, 1997. p. 29.

O texto refere-se aos viajantes como autores de um “novo descobrimento do Brasil” porque eles
teriam

A) denunciado a condição degradante dos indígenas da América, dada a expropriação de suas


terras.

B) apontado a necessidade de emancipação política brasileira frente aos interesses colonialistas


de Portugal.

C) influenciado as práticas agrícolas brasileiras por compartilharem tecnologias modernizantes


dos Estados Unidos.

D) divulgado as informações sobre o país ao transformarem suas anotações de viagens em


relatos publicados na Europa.

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214. O Brasil assistiu, nos últimos meses de 1822 e na primeira metade de 1823,

A) ao reconhecimento da Independência brasileira pelos Estados Unidos, pela Inglaterra e por


Portugal.

B) ao esforço do imperador para impor seu poder às províncias que não haviam aderido à
Independência.

C) à libertação da Província Cisplatina, que se tornou independente e recebeu o nome de


Uruguai.

D) à pacífica unificação de todas as partes do território nacional, sob a liderança do governo


central, no Rio de Janeiro.

E) à confirmação, pelas Cortes portuguesas e pela Assembleia Constituinte, do poder


constitucional do imperador.

215. Considerando-se o intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra


Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de sua
publicação, é correto afirmar que a esse período corresponde o processo de

A) reforma e crise do Império Português na América.

B) triunfo de uma consciência nativista e nacionalista na colônia.

C) Independência do Brasil e formação de seu Estado nacional.

D) consolidação do Estado nacional e de crise do regime monárquico brasileiro.

E) Proclamação da República e instauração da Primeira República.

216. Neste país, que se presume constitucional e onde só deverão ter ação poderes delegados,
responsáveis, acontece, por defeito do sistema, que só há um poder ativo onímodo, onipotente,
perpétuo, superior à lei, e à opinião, e esse é justamente o poder sagrado, inviolável e
irresponsável. (Trecho do Manifesto Republicano, publicado no Jornal A República, do Rio de
Janeiro, em dezembro de 1870.)

Disponível em: <http:/www.historiamais.com/manifesto.htm>. Acesso em 20.09.2015.

A crítica apresentada pelo Manifesto Republicano de 1870 pode ser associada:

A) ao despototismo de D. Pedro II, no desrespeito à Constituição Imperial.

B) aos amplos e ilimitados poderes garantidos ao Imperador pelo Poder Moderador.

C) à irresponsabilidade de D. Pedro II no trato com o dinheiro e com as finanças públicas.

D) ao estado de corrupção e fraudes que envolvia D. Pedro II e grande parte de seus assessores.

E) aos prejuízos econômicos do país nas negociatas que D. Pedro II realizou com a Inglaterra.

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217. A partir da segunda metade do século XIX, vários intelectuais, escritores, jornalistas e
políticos discutiam a relação existente entre a utilização da mão de obra escrava e a questão do
desenvolvimento nacional. Enquanto as nações europeias se industrializavam e buscavam
formas de ampliar a exploração da mão de obra assalariada, o Brasil se afastava desses modelos
de civilidade ao preservar a escravidão como prática rotineira.

Disponível em: http://www.brasilescola.com/datas-


comemorativas/dia-abolicaoescravatura.htm. Acesso em 21 set. 2015.

A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos, tais
como:

A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.

B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de


escravos.

C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.

D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro, devido
à mecanização da agricultura nordestina.

218. ...uma Constituição não é outra coisa que a ata do Pacto Social que fazem entre si os
homens, quando se juntam e associam para viver em reunião ou sociedade.

(Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca. Citado por Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota
in História do Brasil: uma interpretação).

As palavras do Frei Caneca foram proferidas a propósito de crítica ao modelo autocrático-


imperial de Pedro I.

Assinale a alternativa que apresente a revolução republicana e separatista que eclodiu no


nordeste, ocorrida contra o governo de Pedro I:

A) Revolução Pernambucana de 1817;

B) Sabinada;

C) Cabanagem;

D) Balaiada;

E) Confederação do Equador.

219. No que concerne à Confederação do Equador de 1824, analise as afirmações a seguir, e


assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) A Confederação costuma ser considerada um prolongamento da Revolução Pernambucana


de 1817.

( ) As propostas liberais, republicanas e federativas serviram de bandeira política para os


insurretos.

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( ) Os revoltosos propunham a organização de uma república nos moldes dos Estados Unidos da
América.

( ) A adesão dos segmentos populares foi fundamental para unir todos os revoltosos.

( ) A imprensa, infelizmente, atuou contra o movimento e nenhum jornal nas províncias


envolvidas quis apoiar a causa.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A) F, V, V, V, F.

B) V, F, F, V, V.

C) V, F, F, V, V.

D) V, V, V, F, F.

220. República ou monarquia? Esse dilema esteve presente em todo o processo de


Independência do Brasil. Mas a monarquia acabou sendo o sistema adotado em terras
brasileiras, ao contrário do que ocorreu em outras nações americanas, pois, para essas novas
nações surgidas na América espanhola, a república:

A) promovia uma relativa descentralização do poder, uma vez que o regente deveria ser eleito
pelo povo.

B) significava um rompimento maior com a metrópole e a fragmentação do antigo império


colonial.

C) facilitava a manutenção de um vasto território nas mãos dos chefes de Estado e dos
proprietários rurais.

D) garantia a implantação do princípio da soberania popular e da igualdade de direitos na


América.

E) atendia o desejo de políticos liberais e conservadores de libertar as províncias do poder


metropolitano.

221. A Constituição de 1824, primeira Constituição do Brasil, estabelecia:

I. Estado unitário, monárquico e hereditário.

II. Independência da Igreja Católica em relação ao Estado.

III. Voto indireto, censitário e aberto.

Quais estão corretas?

A) Apenas II.

B) Apenas I e II.

C) Apenas I e III.

D) Apenas II e III.

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E) I, II e III.

222. A história da construção do Estado brasileiro na primeira metade do século XIX foi a história
da tensão entre unidade e autonomia. Por outro lado, no interior do Estado, de elites com fortes
vínculos com os interesses de sua região de origem e ao mesmo tempo comprometidas com
uma determinada política nacional, pautada pela negociação destes interesses e pela
manutenção da exclusão social, marcou não apenas o século XIX, como também o século XX.

Através do parlamento essas elites regionais têm imposto uma determinada dinâmica para o
jogo político que se materializa na imensa dificuldade de empreender reformas sociais
profundas.

Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo,
2005, p. 11-12.

De acordo com o ponto de vista apresentado no texto,

A) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últimas
décadas com a redemocratização do país.

B) o parlamento é a única instituição política imune aos interesses e ao controle das elites
regionais brasileiras.

C) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças às transformações políticas ocorridas


na primeira metade do século XIX no Brasil.

D) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as elites
regionais e a exclusão social de outros setores.

E) as características descritas sobre o Estado revelam a supremacia do Poder Judiciário sobre o


Poder Legislativo na história política brasileira.

223. Em setembro de 1822, o príncipe regente Dom Pedro proclamou a separação do Brasil em
relação ao reino de Portugal. Sobre a independência do Brasil é correto afirmar:

A) Modificou parcialmente as estruturas do país, pois, embora tivesse mantido o latifúndio, a


monocultura e a escravidão, o Brasil tornou-se política e economicamente independente.

B) Não modificou o país em profundidade, pois manteve a concentração da terra, a monocultura


e a escravidão.

C) Modificou o país, pois a Lei de Terras propiciou um maior acesso à terra pela população.

D) Não chegou a modificar o país concretamente, pois as ideias de fim de escravidão e de adoção
de uma política agrária para o país não foram cumpridas, como queriam os cafeicultores.

E) Representou um avanço social, pois o país passou a ser governado por uma família real cuja
mentalidade era abolicionista.

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224. Era “exclusivo do imperador e definido pela Constituição como ‘chave mestra de toda
organização política’. Estava acima dos demais poderes”.

(COTRIM, 2009)

O texto em epígrafe aborda a criação no Brasil, pela Constituição de 1824, do Poder:

A) Moderador.

B) Justificador.

C) Executivo.

D) Judiciário.

E) Legislativo.

225. Em 1824, é outorgada a Constituição do Império do Brasil. Entre suas características,


podemos afirmar que:

A) dividia os poderes do Estado exclusivamente em Executivo, Legislativo e Magistratura.

B) separava a Igreja Católica do Estado Laico.

C) previa a eleição direta do Primeiro Ministro.

D) estabelecia o voto universal e secreto para a população masculina.

E) dividia os poderes do Estado em Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador.

226. Era característica da Primeira Constituição Brasileira, de 1824:

A) ser imposta pelo Imperador D. Pedro I.

B) ser fruto de uma Assembleia Constituinte decorrente da Confederação do Equador.

C) instituir o voto universal, secreto, obrigatório, para maiores de 18 anos, independente de ser
alfabetizado ou não.

D) estabelecer três poderes, que funcionaram em harmonia e independência.

E) decretar o fim da escravidão, além de definir direitos, como a propriedade de terras, para os
indígenas e seus descendentes que ainda viviam no Brasil.

227. A liberdade política exige lutas e enfrentamentos, muitas vezes, violentos. Em Pernambuco,
a insatisfação da população levou à organização da Confederação do Equador, logo depois de
1822.

Liderada pelos liberais, a Confederação tinha como objetivo

A) afirmar um governo baseado numa Monarquia Constitucional, segundo os modelos do


Iluminismo francês.

B) definir um governo democrático, com o fim imediato da escravidão e do governo monárquico.

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C) reforçar a centralização política, sem, contudo, alterar a Constituição de 1824 e suas normas
básicas.

D) criar uma república federativa, facilitando a descentralização política e o fim do


autoritarismo.

E) destruir o poder dos grandes latifundiários, proclamando uma constituição radicalmente


liberal.

O SEGUNDO REINADO
228. De 1854 a 1858, foram construídas as primeiras linhas telegráficas e de navegação e as
primeiras estradas de ferro, a iluminação a gás chegou às cidades, e o número de escolas e de
estabelecimentos de instrução começou a crescer. A urbanização da capital passava por uma
revolução. Nos locais de maior acesso foram sendo edificados palácios, jardins públicos e amplas
avenidas. Ao longo do século XIX, a corte obteve, ainda, outras melhorias: arborização,
calçamento com paralelepípedo, iluminação a gás, bondes puxados a burro, rede de esgoto e
abastecimento domiciliar de água.

(Lilia M. Schwarcz; Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia. São Paulo:


Companhia das Letras, 2015. Adaptado).

A partir do trecho, é correto afirmar que uma das principais características do Brasil no século
XIX era:

A) a oposição entre uma economia rural, desconectada das economias centrais do capitalismo,
e o processo de modernização dos centros urbanos.

B) a concentração de recursos em cidades escravistas, como São Paulo e Porto Alegre, em


oposição à carência material de cidades como Rio de Janeiro e Salvador.

C) o contraste entre as pretensões civilizadoras da corte e a violência da escravidão somada à


alta densidade de negros escravizados nas principais cidades.

D) a facilidade de integração territorial, em termos de transporte e comunicação, em um país


de dimensões continentais densamente povoado.

E) o complexo processo de reurbanização e modernização que atingiu igualmente todo o


território nacional.

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229. Observe a imagem

A arquitetura da Estação da Luz e o contexto em que foi construída permitem que se estabeleça
uma relação entre:

A) a produção de cana-de-açúcar no interior de São Paulo e a necessidade de abastecer os


engenhos com mão de obra negra escravizada, transportada em trens de origem suíça, o que
influenciou o estilo da construção da estação.

B) a expansão da lavoura cafeeira em direção ao interior de São Paulo e a exportação de capital


e tecnologia ingleses para o Brasil entre os séculos XIX e XX, simbolizados na arquitetura da
estação.

C) a industrialização precoce do Oeste paulista e a chegada de imigrantes para trabalharem nas


fábricas de Campinas e arredores, o que levou à construção da estação de estilo francês para
transportá-los do porto ao interior.

D) o projeto das elites da República de interiorização do povoamento, o que levou à construção


da ferrovia, e a influência cultural italiana devido ao alto número de imigrantes, refletida na
arquitetura da estação.

E) a crescente influência norte-americana no Brasil a partir do início do século XX, evidente na


construção da estação, e a importação da tecnologia ferroviária que o Brasil até então
desconhecia, aprofundando os laços econômicos entre os dois países.

230. A Estrada de Ferro São Paulo Railway pôs fim ao isolamento do planalto paulista, rompendo
as dificuldades de transpor a grande inclinação da Serra do Mar, facilitando o transporte de
mercadorias e o contato cultural e comercial com a Europa por meio do Porto de Santos.

(Silvia Helena Passarelli, Vitrines da cidade. Disponível em:


http://goo.gl/4bNKs8. Adaptado).

Um dos objetivos centrais da construção da estrada de ferro discutida no trecho foi:

A) estimular o desenvolvimento da indústria paulista, que estaria mais próxima da exportação


de seus produtos pelo porto.

B) tornar viável a importação de mercadorias por São Paulo, que até então só recebia produtos
importados que entrassem no país pelo Rio de Janeiro.

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C) facilitar o transporte do café do Vale do Paraíba para o porto de Santos, de onde seria
exportado para a Europa.

D) garantir aos trabalhadores imigrantes vindos da Europa que tivessem acesso livre e direto às
fazendas de café do interior e às fábricas da capital.

E) escoar o café produzido na região do então chamado “Oeste paulista”, para onde a
cafeicultura tinha se expandido recentemente.

231. [Foi] uma das revoltas que evidenciaram, no período regencial, as crises que marcaram a
organização do país independente, mobilizando a província do Rio Grande de São Pedro e
alcançando Santa Catarina, entre 1835 e 1845. (...) À diferença da repressão da maioria das
rebeliões do período regencial, nas quais a participação popular e dos grupos médios urbanos
foi expressiva, o governo imperial assumiu, nesse caso, postura que aliou negociação e
repressão.

(Ronaldo Vainfas (org). Dicionário do Brasil Imperial, 2002.)

O fragmento apresenta a

A) Confederação do Equador.

B) Farroupilha.

C) Sabinada.

D) Balaiada.

E) Revolta dos Malês.

232. Segundo os historiadores, um dos fatos que impactou o processo de abolição de


escravatura no Brasil foi o Bill Aberdeen, que correspondeu

A) ao documento aprovado pelo Parlamento Inglês em 1845 que declarava lícito deter e capturar
navios que traficassem escravos africanos.

B) ao acordo firmado entre Portugal e Inglaterra em 1864 para pôr fim à escravidão nas colônias
portuguesas no prazo de dez anos.

C) ao conjunto de regras que previram o fim paulatino da escravidão nos Estados Unidos da
América como resultado do acordo de paz que pôs fim à guerra de Secessão.

D) ao tratado firmado entre quatro países europeus no ano de 1870 dando liberdade aos filhos
de escravos nascidos a partir de então, nas suas colônias.

E) à primeira declaração internacional, de 1855, que reconhecia o direito de liberdade como


direito universal, extensivo a todas as pessoas integrantes de todos os povos inclusive escravos.

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233. No Brasil, a abolição da escravatura

A) impediu a inserção do Brasil no sistema capitalista de produção.

B) implantou vasta mão de obra no mercado de trabalho que substituiu a mão de obra imigrante.

C) aconteceu em concomitância com uma política de inserção dos ex-escravos na sociedade.

D) resultou de um longo processo iniciado com a extinção do tráfico, em 1850, e posteriormente,


com a Lei do Ventre Livre.

E) ocorreu por decisão isolada da corte, sem pressão da população ou de parte da elite

nacional.

234. Os escravos, obviamente, dispunham de poucos recursos políticos, mas não desconheciam
o que se passava no mundo dos poderosos. Aproveitaram-se das divisões entre estes,
selecionaram temas que lhes interessavam do ideário liberal e anticolonial, traduziram e
emprestaram significados próprios às reformas operadas no escravismo brasileiro ao longo do
século XIX.

REIS, J. J. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra no Brasil oitocentista.
In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).

São Paulo: Senac, 1999.

Ao longo do século XIX, os negros escravizados construíram variadas formas para resistir à
escravidão no Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no aproveitamento das:

A) estruturas urbanas como ambiente para escapar do cativeiro.

B) dimensões territoriais como elemento para facilitar as fugas.

C) limitações econômicas como pressão para o fim do escravismo.

D) contradições políticas como brecha para a conquista da liberdade.

E) ideologias originárias como artifício para resgatar as raízes africanas.

235.

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A mudança apresentada na tabela é reflexo da Lei Eusébio de Queiróz que, em 1850,

A) aboliu a escravidão no território brasileiro.

B) definiu o tráfico de escravos como pirataria.

C) elevou as taxas para importação de escravos.

D) libertou os escravos com mais de 60 anos.

E) garantiu o direito de alforria aos escravos.

236. Decreto-lei 3.509, de 12 de setembro de 1865

Art. 1º – O cidadão guarda-nacional que por si apresentar outra pessoa para o serviço do Exército
por tempo de nove anos, com a idoneidade regulada pelas leis militares, ficará isento não só do
recrutamento, senão também do serviço da Guarda Nacional. O substituído é responsável por o
que o substituiu, no caso de deserção.

Arquivo Histórico do Exército. Ordem do dia do Exército, n. 455, 1865 (adaptado).

No artigo, tem-se um dos mecanismos de formação dos “Voluntários da Pátria”, encaminhados


para lutar na Guerra do Paraguai. Tal prática passou a ocorrer com muita frequência no Brasil
nesse período e indica o (a):

A) forma como o Exército brasileiro se tornou o mais bem equipado da América do Sul.

B) Incentivo de grandes proprietários à participação dos seus filhos no conflito.

C) solução adotada pelo país para aumentar o contingente de escravos no conflito.

D) envio de escravos para os conflitos armados, visando sua qualificação para o trabalho.

E) Fato de que muitos escravos passaram a substituir seus proprietários em troca de liberdade.

237. Sobretudo compreendam os críticos a missão dos poetas, escritores e artistas, neste
período especial e ambíguo da formação de uma nacionalidade. São estes os operários
incumbidos de polir o talhe e as feições da individualidade que se vai esboçando no viver do
povo. O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba pode falar com igual
pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?

José de Alencar, prefácio a Sonhos d’ouro, 1872. Adaptado de ebooksbrasil.org.

De acordo com José de Alencar, a caracterização da identidade nacional brasileira, no século


XIX, estava vinculada ao processo de:

A) promoção da cultura letrada.

B) integração do mundo lusófono.

C) valorização da miscigenação étnica.

D) particularização da língua portuguesa.

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238. Leia o trecho e em seguida responda ao que se pede:

Juiz de Fora progredia. A população subia, andava aí pelos doze a treze mil habitantes –
imaginem! Treze mil! e essa densidade exigia progresso. Esse começara em 1870 com a
inauguração dos telégrafos. Logo depois viriam os trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II. Em
1885 a cidade começa a ser dotada de encanamentos e de água a domicílio. No mesmo ano as
casas passam a ser numeradas. Em 1886, grande animação com uma Exposição Industrial que
reflete a pujança do município. (...) Meu avô teve certa pena de não terminar os serviços que
começara, de dotar a cidade de luz e energia elétrica. A inauguração foi procedida a 5 de
novembro de 1889...

NAVA, Pedro. Baú de ossos – memórias 1; 5ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, pp. 200-
201.

O memorialista Pedro Nava mostra na cidade de Juiz de Fora aspectos do processo de


transformação que ocorria na sociedade brasileira no final do século XIX. Acerca deste contexto,
assinale a afirmativa INCORRETA:

A) Era um período de expansão do capitalismo que se estendia mundialmente.

B) Caracterizava-se pela preservação da herança luso-brasileira do período colonial que


adentrou pelo Império.

C) Marcava-se pela organização de indústrias têxteis e alimentícias com capitais excedentes do


café.

D) Processava-se o aumento da malha ferroviária e a criação de novos núcleos urbanos.

E) Ocorria a intensificação da imigração para substituição do trabalho escravo.

239. Considere as seguintes afirmações sobre a construção histórica da identidade nacional


brasileira.

I. A nacionalização da língua falada no Brasil e a busca por uma literatura brasileira autônoma
foram tarefas assumidas pelos escritores ligados ao Romantismo, entre os quais se destacam
Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e José de Alencar.

II. A expressão “Brasil, ame-o ou deixe-o” foi difundida durante o governo de D. Pedro I como
propaganda contra os ideais restauradores do Partido Português, que defendia o retorno do
Brasil à condição de Vice-Reino de Portugal.

III. Um dos traços marcantes do modernismo dos anos 1920 foi propor um nacionalismo crítico
em que se conjugava a tradição cultural do Brasil com as vanguardas artísticas europeias,
enfatizando a mestiçagem e o caráter híbrido da formação nacional brasileira.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas I e III.

D) Apenas II e III.

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E) I, II e III.

240. Observe a charge a seguir.

A charge ironiza o dístico “ordem e progresso”, presente na atual Bandeira do Brasil. A sua
origem e significado remetem a um contexto marcado

A) pela presença do catolicismo romano nas instituições políticas do Império Brasileiro e o


esforço de preservar a ordem social vigente.

B) pela influência do positivismo francês entre os oficiais militares republicanos e uma postura
ideológica das elites dirigentes em evitar radicalismos políticos.

C) pelo desejo dos oficiais militares republicanos em romper os laços com a sociedade agrária
imperial, inspirando-se no liberalismo norte-americano.

D) pelo esforço das elites agrárias paulista e mineira em manter os seus privilégios sociais e
políticos, mas, ao mesmo tempo, buscando o progresso econômico.

241. O Império brasileiro passou por grandes transformações econômicas a partir,


principalmente, de meados do século XIX. Qual das seguintes causas de mudanças na estrutura
econômico-social do país contribuiu diretamente para a crise da Monarquia?

A) Assinatura da Lei Áurea.

B) Aprovação da Lei de Terra.

C) Promulgação do Código Comercial.

D) Financiamento de empresas do Barão de Mauá.

E) Instituição das Tarifas Alves Branco.

242. O fato de ser a única monarquia na América levou os governantes do Império a apontarem
o Brasil como um solitário no continente, cercado de potenciais inimigos. Temia-se o surgimento
de uma grande república liderada por Buenos Aires, que poderia vir a ser um centro de atração

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sobre o problemático Rio Grande do Sul e o isolado Mato Grosso. Para o Império, a melhor
garantia de que a Argentina não se tornaria uma ameaça concreta estava no fato de Paraguai e
Uruguai serem países independentes, com governos livres da influência argentina.

(Francisco Doratioto. A Guerra do Paraguai, 1991.)

Segundo o texto, uma das preocupações da política externa brasileira para a região do Rio da
Prata, durante o Segundo Reinado, era:

A) estimular a participação militar da Argentina na Tríplice Aliança.

B) limitar a influência argentina e preservar a divisão política na área.

C) facilitar a penetração e a influência política britânicas na área.

D) impedir a autonomia política e o desenvolvimento econômico do Paraguai.

E) integrar a economia brasileira às economias paraguaia e uruguaia.

243. Em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queiroz, o tráfico de escravos para o Brasil foi proibido
definitivamente. Sobre a importação de escravos e sua proibição, assinale a alternativa
CORRETA.

A) A Lei Eusébio de Queiroz foi uma resposta à pressão estrangeira, principalmente exercida
pela França sobre o Brasil, após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

B) O fim do tráfico de escravos baseou-se em mais uma lei sem aplicação no Brasil, pois quando
ela foi promulgada, já não existia mais escravidão no país.

C) O fim do tráfico foi resultado dos crescentes movimentos armados empreendidos pelos
escravos brasileiros.

D) A proibição do tráfico de escravos para o Brasil não surtiu efeito, pois o trabalho realizado
por eles já não era economicamente relevante.

E) A Lei Eusébio de Queiroz levou ao aumento do comércio interno e do preço dos escravos
entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.

244. A Guerra do Paraguai teve seu início no ano de 1864, a partir da ambição do ditador
Francisco Solano Lopes, que tinha como objetivo aumentar o território paraguaio e obter uma
saída para o Oceano Atlântico, através dos rios da Bacia do Prata.

Uma das consequências dessa guerra foi que:

A) acarretou para o Brasil uma redução considerável em sua dívida externa, bem como uma
crescente influência política e social do Exército na política vigente.

B) ocorreu a união entre Brasil, Argentina, Uruguai e Bolívia, para combater as tropas de Solano
Lopes e acabar com seu sonho de chegar ao Oceano Atlântico através da Bacia do Prata.

C) estimou-se uma pequena perda de soldados paraguaios e as importações chegavam ao dobro


das exportações no final da guerra.

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D) acarretou a destruição para a indústria paraguaia, que ficou arrasada após a guerra.

245.

A pintura histórica alcançou no século XIX importante lugar no projeto político do Segundo
Reinado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do Instituto Histórico
e Geográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e
monumental, em que toda a população pudesse se sentir representada nos eventos gloriosos
da história nacional. O trabalho de Araújo Porto-Alegre como crítico de arte e diretor da
Academia Imperial de Belas Artes possibilitou a visibilidade da pintura histórica com seus
pintores oficiais, Pedro Américo e Victor Meirelles.

CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.

Considerando as imagens das telas e as informações do texto, as pinturas históricas para o


governo do Segundo Reinado tinham a função essencial de:

A) consolidar o poder militar.

B) difundir o pensamento liberal.

C) garantir a pluralidade política.

D) fortalecer a identidade nacional.

246. “Episódio que em princípio deveria ter marcado a memória popular foi a Proclamação da
República. Mas não foi o que aconteceu [...]. A participação popular foi menor do que na
proclamação da independência.”

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 17ª edição, Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2013, p. 80-81. (Adaptado)

Entre os principais grupos sociais, envolvidos na articulação do referido evento, destacam-se os:

A) empresários e imigrantes.

B) industriais e camponeses.

C) operários e intelectuais.

D) banqueiros e religiosos.

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E) fazendeiros e militares.

247. “Como resultado desse mecanismo, houve, em um governo de cinquenta anos, a sucessão
de 36 gabinetes, com a média de um ano e três meses de duração cada um. (...) Tratava-se de
um sistema flexível que permitia o rodízio dos dois principais partidos no governo, sem maiores
traumas. Para quem estivesse na oposição, havia sempre a esperança de ser chamado a
governar. Assim, o recurso às armas se tornou desnecessário”.

Boris Fausto. História do Brasil. 13ª ed. São Paulo: EDUSP, 2008, pp.179-180

O texto refere-se:

A) à República Oligárquica, cujo revezamento político das oligarquias paulista e mineira, no


plano federal, consolidou os interesses da elite agroexportadora.

B) ao sistema político vigente no Segundo Reinado, que fortaleceu a figura do monarca e


consolidou a ordem aristocrática-latifundiária-escravista imperial.

C) ao sistema bipartidário do Regime Militar no Brasil, que criou mecanismos fraudulentos de


eleições e suprimiu as liberdades individuais dos cidadãos.

D) às divisões políticas e partidárias da República Populista, com os embates entre os


conservadores e os entreguistas, no tocante à condução da política econômica.

E) aos mecanismos de poder existentes na Era Vargas, que permitiu o fortalecimento do


presidente ao alternar no poder os grupos políticos aliados a ele.

248. Na Itália, na 2ª metade do século XIX, a escassez de carne e o excesso de polenta na dieta
alimentar ocasionaram grande número de casos de desnutrição e de pelagra, sinais de grave
crise econômica que afetava muito o setor camponês. Essa situação articulou-se com a seguinte
realidade brasileira, na mesma época:

A) a organização de uma estrutura econômica voltada à produção de alimentos e,


consequentemente, de mercado consumidor interno.

B) a política de incentivo à vinda de mão de obra europeia, com o propósito de substituir o


trabalho escravo nas fazendas de café.

C) a crise do Estado Nacional e o projeto de formação de uma população saudável e mestiça.

D) a necessidade de soldados para multiplicar o Exército nacional, defender as fronteiras e


garantir o domínio na Região do Prata.

E) a expulsão dos colonos das terras do Sudeste e o favorecimento de nova mão de obra para
gerir a pequena e média propriedade rural.

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249.

A charge sobre o período da guerra do Paraguai demonstra o claro preconceito dos autores da
charge contra os soldados brasileiros negros que lutaram na Guerra do Paraguai. Sobre o
alistamento de soldados para essa guerra é CORRETO afirmar que:

A) Como é demonstrado na charge, no Brasil um grande número de militares de alta patente,


como coronéis e generais, eram negros.

B) Ao alistarem-se para lutarem na Guerra do Paraguai, os escravos negros eram alforriados de


seus senhores.

C) Apesar da promessa de alforria para os que lutaram na Guerra do Paraguai, a lei não foi
cumprida.

D) O sucesso do alistamento de escravos brasileiros na Guerra do Paraguai foi continuado em


outras guerras como a Primeira Guerra Mundial.

E) Apesar de a charge retratar os brasileiros, o número de soldados negros do Brasil foi muito
reduzido em comparação aos negros argentinos e uruguaios.

CRISE DO IMPÉRIO E PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA BRASILEIRA


REPÚBLICA VELHA E ERA VARGAS

250. Em termos econômicos, o Estado Novo (1937-45) caracterizou-se

A) pela redução do deficit público com o corte de gastos em algumas áreas sociais, como a
educação.

B) pela política dada aos serviços urbanos, como o abastecimento de água.

C) pela adoção de um nacionalismo extremado por meio do qual se proibiu a entrada de


capitais estrangeiros no país.

D) pelo forte intervencionismo estatal com a criação de conselhos regulatórios, como o


Conselho Nacional do Petróleo.

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E) pela aplicação de medidas liberais, tais como o congelamento dos salários para evitar o
aumento da inflação.

251. Observe o quadro O lavrador de café, pintado por Candido Portinari, em 1934.

A pintura traz informações sobre a história do Brasil, ao mesmo tempo em que exprime uma
perspectiva social, presente nas disputas políticas dos anos 30 do século passado, que

A) enaltecia a ausência de discriminação étnica na sociedade brasileira.

B) atribuía a modernização do país à força transformadora do trabalho.

C) insistia na aliança das classes trabalhadoras com os proprietários rurais.

D) denunciava a desorganização produtiva da economia agrícola do país.

E) revelava a incompatibilidade entre trabalho especializado e meio ambiente.

252. Leia a seguir o trecho retirado do jornal O Estado de S. Paulo publicado no dia 8 de maio de
1945, à época da rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial:

“Comemorando a paz que afinal foi conquistada, as nossas populações, pelo muito que fizeram,
hão de sustentá-la, ao lado de outros povos, com todas as suas forças e inteligência, para que o
sangue generoso da mocidade, derramado nas batalhas, tenha sempre a significação que hoje
todos lhe reconhecemos: o fim da opressão e o começo da liberdade, cuja existência se deve a
milhões de homens, mulheres e crianças sacrificadas.”

O trecho evidencia um dos fatores que contribuiu para a crise do Estado Novo, corretamente
identificado como:

A) a contradição entre a política externa e a política interna de Vargas.

B) o esgotamento da política intervencionista após a criação da Petrobras.

C) a derrota dos países aliados ao Brasil no contexto da Segunda Guerra.

D) a decadência dos países que participaram das batalhas na Europa.

E) a corrosão do apoio a Vargas devido à sua aliança formal com o campo fascista.

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253. Observe o cartaz.

É possível relacionar esse cartaz à disputa política em torno da criação da Petrobras, em que se
opunham:

A) a esquerda, favorável ao fornecimento de petróleo ao bloco socialista, e a direita, favorável


ao fornecimento de petróleo aos EUA.

B) os integralistas, que defendiam o controle estatal da empresa, e os liberais, que criticaram a


ineficiência do Estado à época da crise da ditadura varguista.

C) a burguesia industrial paulista, defensora da privatização da exploração do petróleo, e os


tenentes, favoráveis ao controle estatal da empresa.

D) os militares autoritários, favoráveis à defesa da soberania nacional, e os militares democratas,


favoráveis à aliança com os EUA.

E) o PTB, com o seu projeto de desenvolvimento econômico nacional, e a UDN, defensora da


entrada de capital estrangeiro.

254. (...) foi o primeiro veículo de comunicação a chegar às residências e aos locais de trabalho.
Por causa de seu enorme impacto no dia a dia dos brasileiros, Getúlio impôs o controle das
informações transmitidas (…) durante o Estado Novo. Nem tudo podia ser dito, e a forma de dar
a notícia também era pensada com cuidado, para evitar que a voz da oposição chegasse aos
brasileiros. Interesses políticos e comerciais sempre interferiram nos meios de comunicação.

(Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br. Acesso em: 14.08.2018. Adaptado)

A qual meio de comunicação o texto faz referência?

A) Rádio.

B) Televisão.

C) Jornal.

D) Revista.

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E) Telefone.

255. Analise a imagem, reflita sobre o conteúdo da faixa carregada pelos trabalhadores e
assinale a alternativa que completa corretamente o enunciado da questão.

O Estado Novo, implantado por Getúlio Vargas em 1937, promoveu mudanças na política e na
sociedade brasileira. Uma dessas mudanças foi a

A) diminuição do intervencionismo do Estado para facilitar o processo de industrialização e a


ampliação dos mercados de trabalho e de consumo.

B) promulgação de reformas na legislação das empresas que reduziam os encargos trabalhistas


com o objetivo de ampliar a oferta de empregos.

C) proibição de instalação de empresas estrangeiras no país para incentivar e proteger a


indústria nacional e os trabalhadores brasileiros.

D) priorização das indústrias como setor principal da economia, o que beneficiou os


trabalhadores urbanos em detrimento dos camponeses.

E) unificação da legislação trabalhista (CLT) que garantia alguns direitos, como a instituição do
salário mínimo, para os trabalhadores brasileiros.

256. No que diz respeito à Guerra de Canudos, pode-se afirmar corretamente que

A) a oposição ao Estado laico da República, que instituiu o casamento civil e a secularização dos
cemitérios, associada à miséria e ao abandono do povo, caracterizam a comunidade de Antônio
Conselheiro.

B) ocorreu no sertão nordestino, mas o objetivo de Antônio Conselheiro era espalhar aquele
modelo socialista de comunidade a todos os cantos do Brasil com apoio dos antimonarquistas.

C) o discurso messiânico e sebastianista de Conselheiro tinha guarida entre os donos de terra


que criticavam a República, pois faziam parte da elite monarquista deposta pelo golpe de 1889.

D) apesar de alguma simpatia popular, Canudos não teve apoio das populações das cidades
vizinhas, devido aos saques e às invasões promovidas pelos jagunços liderados por Conselheiro.

257. Entre as causas da Revolta da Vacina (1904), encontram-se

A) as medidas autoritárias tomadas pelo governo estadual no processo de higienização da cidade


e as revoltas sociais causadas pelo “encilhamento”, política econômica que provocou inflação,
falências e desemprego no começo da República.

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B) a indignação popular causada pela repressão ao levante dos marinheiros negros contrários
aos castigos corporais nos navios da Marinha de Guerra, e as barricadas urbanas decorrentes da
intervenção policial nos morros cariocas, em perseguição aos capoeiras.

C) a imposição de regras de moradia popular, com base na política sanitarista vigente, e a


rebelião popular organizada pelo partido monarquista, que acusava a República emergente de
anticonstitucionalismo e militarismo.

D) as tensões sociais urbanas causadas pelo deslocamento de populações pobres do centro por
causa das reformas urbanísticas do Rio de Janeiro e as tensões políticas envolvendo grupos
positivistas e liberais na Primeira República.

E) a insatisfação dos cariocas com a tentativa de golpe militar pelos partidários do Presidente
Prudente de Moraes, e a reação popular causada pela obrigatoriedade da vacinação contra a
Febre Amarela, extensiva a todos os bairros da cidade.

258. A constituição de 1891 EXCLUIU as seguintes categorias do corpo eleitoral: mendigos,


analfabetos,

A) militares de baixa patente e membros do clero regular.

B) mulheres e soldados do exército republicano.

C) cidadãos que não comprovassem renda de 100 mil réis anuais, e escravos.

D) religiosos vinculados às diferentes crenças, e estrangeiros.

E) imigrantes não naturalizados, e libertos.

259.

Em 1910, o Almirante Negro João cândido abalou as estruturas da Marinha do Brasil quando,
juntamente com outros marinheiros, tomou os navios e apontou os canhões para o Rio de
Janeiro exigindo o fim dos maus tratos na Marinha. Esse movimento social foi a(o):

A) Revolta da Chibata.

B) Levante dos Quilombolas.

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C) Levante dos Encouraçados

D) Revolta da Armada.

E) Revolta da Esquadra.

260. Observe a caricatura.

A imagem acima está relacionada:

A) à prática do voto do cabresto.

B) ao projeto de embelezamento das favelas de Rodrigues Alves e Oswaldo Cruz.

C) ao projeto de reforma da capital da República.

D) às medidas saneadoras de Oswaldo Cruz.

E) ao projeto de erradicação das favelas.

261. O Coronelismo, fenômeno social e político típico da República Velha, embora suas raízes se
encontrem no Império, foi decorrente da:

A) promulgação da Constituição Republicana que institui a centralização administrativa,


favorecendo nos Estados as fraudes eleitorais.

B) supremacia política dos Estados da região sul - possuidores de maior poder econômico - cuja
força advinha da maior participação popular nas eleições.

C) montagem de modernas instituições - autonomia estadual, voto universal – sobre estruturas


arcaicas, baseadas na grande propriedade rural e nos interesses particulares.

D) instituição da Comissão Verificadora de Poderes que possuía autonomia para determinar


quem deveria ser diplomado deputado - reconhecendo os vitoriosos nas eleições.

E) predominância do poder federal sobre o estadual, que possibilitava ao governo manipular a


população local e garantir à oligarquia a elaboração das leis.

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262. O Coronelismo, presente nos primórdios da República Brasileira, representou uma variante
do fenômeno sociopolítico amplo denominado como clientelismo. O “Coronel” era responsável
por controlar os votos em sua região de domínio, recebendo em troca privilégios e favores dos
grandes grupos políticos da cena nacional, com o fim de manter seu poder e influência na região.
Contribuíram para o surgimento do Coronelismo, EXCETO:

A) A desigualdade social.

B) A impossibilidade de os cidadãos efetivarem seus direitos.

C) A precariedade ou inexistência de serviços assistenciais do Estado.

D) Inexistência de uma carreira no serviço público.

E) O fortalecimento das instituições estatais.

263. No início da Primeira República (1889-1930), a oligarquia governante teve que enfrentar,
no sertão baiano, um movimento social denominado:

A) Cabanagem.

B) Campanha Civilista.

C) Levante do Contestado.

D) Revolta de Canudos.

E) Revolução Farroupilha.

264. A República Brasileira começou com um Governo Provisório encabeçado por:

A) Benjamin Constant.

B) D. Pedro I.

C) D. Pedro II.

D) Marechal Deodoro da Fonseca.

E) Marechal Floriano Peixoto.

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265. Observe a imagem a seguir:

A charge faz referência:

A) à Revolta da Chibata.

B) à Guerra do Contestado.

C) à comunidade de Canudos.

D) à Revolta da Vacina.

E) à Revolta Tenentista.

266. Considere as imagens a seguir.

As duas bandeiras nacionais brasileiras representam, respectivamente,

A) (1) os princípios do federalismo, que defendiam a descentralização política e a autonomia das


unidades da federação; (2) os princípios do positivismo, que defendia a centralização política e
a ditadura republicana.

B) (1) o projeto americanófilo, que defendia que o Brasil se inspirasse no modelo de sociedade
dos EUA; (2) o projeto nativista, que defendia o parlamentarismo em uma monarquia
constitucional.

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C) (1) os interesses da elite liberal e ilustrada, habitante das grandes cidades; (2) os interesses
da oligarquia paulista cafeicultora aliada ao exército, responsável pelo golpe da República de
1889.

D) (1) a perspectiva jacobina, mais radical e democrática, identificada com os lemas da


Revolução Americana; (2) a perspectiva oligárquica, mais autoritária, identificada com as ideias
de ordem e progresso.

E) (1) o liberalismo econômico, de acordo com os interesses da nascente burguesia industrial;


(2) o intervencionismo, de acordo com os interesses dos cafeicultores e grandes proprietários
em geral.

267. Em março de 1988, o modelo sindical levado por Lindolfo Collor para o Ministério do
Trabalho completou 57 anos de idade. Em todos estes anos foi olhado com suspeita pelos
empresários e com bastante desconfiança pelos grupos socialistas, comunistas e pela esquerda
em geral. Atribuía-se sua criação, na década de 30, à influência das doutrinas autoritárias e
fascistas então na moda.

(Letícia Bicalho Canêdo. A classe operária vai ao sindicato, 1988.)

Entre as características do modelo citado no texto, sobressaíam:

A) o direito de greve e a valorização da luta de classes.

B) a unicidade sindical por categoria e o corporativismo.

C) a liberdade de organização sindical e a conscientização política dos trabalhadores.

D) o predomínio de lideranças de esquerda e a autonomia de atuação dos sindicatos.

E) o controle governamental e a sindicalização obrigatória dos trabalhadores.

268. Em 1939, atendendo ao apelo do Papa Pio XII, o Conselho de Imigração e Colonização do
Ministério das Relações Exteriores do Brasil resolveu autorizar a entrada de 3 000 imigrantes de
origem “semita”. Condição sine qua non para obter “o visto da salvação”: a conversão ao
catolicismo. Pressionados pelos acontecimentos que marcavam a história do III Reich, os judeus,
mais uma vez, foram obrigados a abandonar seus valores culturais em troca do título de cristão.

[Maria Luiza Tucci Carneiro, O antissemitismo na Era Vargas (1930-1945)]

A situação apresentada tem semelhança com o processo histórico da:

A) permissão apenas do culto católico no Brasil, conforme preceito presente na primeira


Constituição, de 1891.

B) repressão ao arraial de Canudos, no sertão baiano, pois recaiu sobre os sertanejos a acusação
de ateísmo.

C) obrigatoriedade, conforme costume colonial, dos negros alforriados de conversão ao


catolicismo para a obtenção da efetiva liberdade.

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D) conversão obrigatória dos judeus na Espanha e em Portugal, a partir do final do século XV, o
que gerou a denominação cristão-novo.

E) separação entre Estado e Igreja no Brasil, determinada pelo Governo Provisório da República,
comandada por Deodoro da Fonseca.

269. Sobre o movimento constitucionalista de 1932, é possível afirmar que:

A) foi resultado da política federal, que impedia a exportação do café de São Paulo para o
Ocidente europeu.

B) atrasou o processo de democratização brasileira empreendido por Getúlio Vargas a partir de


1930.

C) tinha, como principal objetivo, a separação do estado de São Paulo do restante da federação.

D) levou o governo federal a negociar com a oligarquia paulista e a fazer concessões a seus
interesses.

E) obteve sucesso, derrotando as tropas de Vargas e devolvendo a presidência aos cafeicultores.

PRIMEIRA GUERRA MUNIDIAL / REGIMES TOTALITÁRIOS


SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

270. Uma das metas mais importantes do tratado era [...] controlar a Alemanha (segundo uma
expressão usada naquela época), isto é, destruir sua força militar no presente e no futuro. [...]
ficou decidido que o exército alemão ficaria limitado a 100 mil homens, recrutados com base
em um compromisso voluntário de doze anos para os soldados e suboficiais.

(Jean-Jacques Becker. O Tratado de Versalhes, 2011)

O Tratado de Versalhes, assinado após a Primeira Guerra Mundial, contribuiu para

A) a adoção de planos internacionais de ajuda financeira aos países economicamente


destruídos pelo conflito bélico.

B) a constituição, pelas nações asiáticas e europeias derrotadas na guerra, de um bloco militar


contrário ao imperialismo na África e na Ásia.

C) o fortalecimento de ideologias antidemocráticas habilmente exploradas por partidos


políticos nacionalistas.

D) o desenvolvimento duradouro da economia internacional como resultado da redução de


gastos públicos com equipamentos militares.

E) a emergência de relações estáveis, baseadas nos princípios de reciprocidade, entre as


potências industrializadas europeias.

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271. Observe a imagem a seguir:

Trata-se de um cartaz:

A) dos setores conservadores e autoritários da sociedade espanhola, unidos em torno da causa


nacionalista, em luta contra as ideologias estrangeiras que rondavam a Europa à época, em
especial o socialismo soviético.

B) das Brigadas Internacionais chamando voluntários para a luta contra o fascismo na guerra
civil espanhola, o que contribuiu fortemente para a definição do campo antifascista na Europa
da época.

C) dos grupos da Resistência Espanhola que se prontificaram a defender a Espanha de uma


iminente invasão nazista após a ocupação da França pela Alemanha logo no início dos conflitos
entre os países europeus.

D) dos partidos espanhóis que defendiam a política de apaziguamento empreendida por França
e Inglaterra e pretendiam, com isso, evitar uma nova catástrofe de guerra como a ocorrida entre
1914 e 1918.

E) da União Soviética, difundido em território espanhol com o objetivo de arregimentar


militantes para a luta revolucionária na Espanha com o objetivo de estender o domínio socialista
na Europa.

272. Considerando a célebre frase de Karl Clausewitz: “A guerra é a continuação da política por
outros meios”, julgue (C ou E) o item a seguir, a respeito da participação brasileira no Teatro da
Guerra ao longo de sua história.

Aliado comercial das principais potências beligerantes, o Brasil declarou neutralidade na


Primeira Guerra Mundial e enfrentou represálias impostas pelos ingleses às nações que
mantiveram relações comerciais com a Alemanha. O país manteve essa posição até o final do

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conflito, a despeito da pressão exercida pelo governo dos Estados Unidos da América para o
estabelecimento de um bloco americano contrário aos germânicos.

273. No que se refere à Primeira e à Segunda Guerra Mundial, assinale a opção correta.

A) O liberalismo, tanto em sua vertente econômica quanto política, se fortaleceu no período


entreguerras.

B) Os Estados Unidos da América participaram das duas grandes guerras desde a irrupção dos
conflitos até seu desfecho.

C) A Grã-Bretanha conseguiu restabelecer a liderança do sistema internacional com a vitória dos


aliados em 1945.

D) Os desdobramentos da Primeira Guerra Mundial incluem: a queda dos impérios russo,


habsburgo e otomano; a eclosão da Revolução Russa; e o remapeamento do Oriente Médio e
da África.

E) A entrada do Japão na Segunda Guerra Mundial encerrou a longa tradição de relações


pacíficas entre esse país e seus vizinhos.

274. Vivenciando boa parte dos eventos narrados, o historiador marxista Eric Hobsbawm analisa
os anos que vão da Primeira Guerra Mundial ao colapso da URSS, afirmando que este foi um
período marcado pela “guerra mundial de 31 anos”.

Assinale a alternativa que justifica CORRETAMENTE esse ponto de vista de Eric Hobsbawm:

A) a civilização que viveu o século XX não apenas experimentou duas guerras mundiais, mas,
mesmo em tempos de paz, foi marcada pelo colapso de suas bases e pela possibilidade de novo
conflito global.

B) a luta pela democracia, que uniu Estados e ideologias opostas em torno de um inimigo
comum, definiu o que se entende por guerra mundial.

C) a história do confronto entre socialismo e capitalismo levou a humanidade a um estado de


guerra constante, que atravessou o período analisado.

D) o século XX foi marcado por guerras e revoluções que podem ser comparadas, na sua
abrangência e nos seus objetivos, aos conflitos europeus do século anterior.

E) o século XX viveu a expectativa de que conflitos globais envolvessem de fato todos os países
do mundo, já que ambos envolveram somente as grandes potências.

275. Acerca da História Mundial, assinale a alternativa correta:

A) Foi durante o reinado de Alexandre, o Grande, que o Império Romano alcançou o seu apogeu.

B) Durante a primeira Guerra Mundial, a chamada tríplice entente compreendia o Reino Unido,
a França e o Império Russo.

C) Durante a segunda Guerra Mundial, as Potências do Eixo eram a Alemanha, a Itália e a Rússia.

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D) Atualmente, diversos países que integraram a União Soviética fazem parte da Organização do
Tratado do Atlântico Norte – OTAN, inclusive a própria Rússia.

276. “A primeira Guerra mundial, segundo Hobsbawm, inaugura um período de Guerra Total, o
autor considera a primeira e a segunda guerra como um único conflito. Embasado por esse
conceito o autor na obra ‘A era dos Extremos’ ressalta o que esse confronto se diferencia dos
anteriores e o porquê pode ser considerado uma guerra total. Hobsbawn destaca que não há
como compreender o século XX, sem compreender a Guerra mundial. O conflito de 1914 foi tão
marcante que para aqueles que nasceram antes desse período, ‘a paz’ só existia antes desse
ano. A primeira guerra entrará na memória dos europeus, sobretudo dos ingleses e dos
franceses, maiores envolvidos no conflito, como a grande guerra.”

(Disponível em: https://modernidadeifcs.wordpress.com/2009/12/18/o‐


conceito‐de‐guerra‐ total‐erica‐hobsbawm/.)

“Em 21 de agosto de 1941, Winston Churchill, em discurso feito no Parlamento, afirmou: ‘Esta
guerra, de fato, é uma confirmação da anterior’.”

(Disponível em: http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcorespmostra/0,5991,POR‐ 2803‐


h,00.html.)

A afirmativa confirma a continuidade latente de problemas não solucionados na Primeira Guerra


Mundial, que contribuíram para alimentar os antagonismos e levaram à eclosão da Segunda
Guerra Mundial. Entre esses problemas, que caracterizam a II Guerra como a continuidade da I,
apontada nos trechos anteriores, identifica‐se:

A) A disputa dos EUA pela hegemonia mundial, que acabou por enfraquecer as nações
europeias.

B) A redução do controle pelos organismos internacionais na fabricação de armas e uso da


tecnologia para fins bélicos.

C) O crescente nacionalismo econômico e o aumento da disputa por mercados consumidores e


por áreas de investimentos.

D) O desaparecimento do equilíbrio entre os países europeus e a consequente desagregação


dos blocos econômicos anteriormente estabelecidos.

277. Ao declarar guerra às potências centrais da Europa, Woodrow Wilson, presidente dos
Estados Unidos, falou:

Esperamos que nosso esforço ajude a pôr fim à agressão alemã e abrevie o conflito na Europa.

A relação correta entre a intenção do presidente, identificada na frase, e a Primeira Guerra


Mundial, é:

A) O presidente dos EUA, que mantivera o país em paz, embora houvesse direcionado a
produção manufatureira para a indústria bélica, destinada aos aliados, e concedesse créditos
especiais à Inglaterra, decide declarar guerra contra o império japonês.

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B) Os países em expansão, como os EUA, temendo represália, formam o Eixo Berlim-Roma-


Tóquio, pelo qual cada país envolvido comprometia-se a ajudar o outro em caso de ataque de
alguma potência não envolvida no conflito, após o encerramento da Guerra.

C) A euforia econômica decorrente da recuperação dos EUA favoreceu a recuperação econômica


dos governos democráticos na Europa, obrigando as minorias totalitárias encerrar os conflitos
aos setores liberais e comunista da Europa, pondo fim à Guerra Mundial.

D) A entrada dos EUA ao lado da Entente propiciou um rápido rearmamento das tropas aliadas
que conseguiram derrotar a Alemanha em todas as frentes de batalha, encerrando a Guerra,
dois anos depois do envio de tropas norte-americanas à Europa.

E) A Alemanha foi dividida, após discussão entre os líderes dos EUA e os da Europa, que
condicionaram o fim do conflito mundial à partilha do território em zonas de ocupação, o Leste
seria controlado pelos europeus e os territórios do Oeste, pelos norte-americanos.

278. “Quando os nazistas levaram os comunistas, eu me calei, porque, afinal, eu não era
comunista.

Quando eles prenderam os socialdemocratas, eu me calei, porque, afinal, eu não era


socialdemocrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não
era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu.

Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse.”

O texto, em uma das versões atribuída ao pastor luterano alemão Martin Niemoller, faz a crítica
à Alemanha do III Reich. Entre as características do nazismo, é correto identificar:

A) o liberalismo econômico e a descentralização política.

B) a intolerância religiosa e a democracia racial.

C) a oposição entre o Estado de Israel e a Alemanha.

D) a perseguição política e o racismo.

E) o respeito ao Tratado de Versalhes e à Liga das Nações.

279. Observe a charge a seguir

Ela representa a política externa dos EUA na época:

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A) da Guerra Fria, no contexto da luta contra o comunismo, marcado pelo bloqueio econômico
à Cuba socialista e pelo apoio às ditaduras militares na América Latina.

B) da Segunda Guerra Mundial, no contexto da disputa pela hegemonia militar e pelo controle
geopolítico da América Central e do Oceano Atlântico entre os EUA e a Alemanha nazista.

C) do imperialismo, no contexto das atuações marcadas pela “política do grande porrete”, das
quais são exemplos as participações nas independências de Cuba e do Panamá.

D) da grande depressão econômica dos anos 1930, no momento em que os EUA saíam para o
mar em busca de matéria-prima e mercado consumidor para reaquecer a sua economia.

E) das independências da América Espanhola no início do século XIX, em um momento em que


os EUA pretendiam garantir a hegemonia sobre a América por meio da “Doutrina Monroe”.

280. É coerente com as razões que levaram à 1ª Grande Guerra Mundial:

A) Um dos fatos que contribuiu para o final do confronto foi a entrada da Rússia na Guerra, pois
tinha um exército grande e bem preparado, impondo aos alemães derrotas vexatórias.

B) O processo de Imperialismo, promovido pelas grandes potências capitalistas da Europa,


principalmente França, Inglaterra e Alemanha, gerou conflitos e até confrontos pela disputa de
territórios, ao ponto de desencadear a 1ª Guerra.

C) Temendo uma ofensiva alemã, Japão, Inglaterra e França formaram a Tríplice Aliança.

D) O início da Guerra se deu quando as tropas alemãs invadiram a Polônia, apresentando ao


mundo a famosa Guerra Relâmpago, deixando marcas desastrosas para os poloneses.

281. No dia 08 de maio de 2015, ocorreram solenidades em muitos países da Europa


relembrando o final da Segunda Guerra Mundial, que durou cerca de 6 anos (1939-1945).

Com relação a essa Guerra Mundial, é correto afirmar que

A) desencadeou inúmeras alianças entre países, como a Tríplice Entente, que unia França,
Portugal e Espanha.

B) foi o estopim para que ocorresse o avanço político- -econômico dos países europeus sobre
novos territórios africanos.

C) possibilitou que alguns países europeus, como a Bélgica e a Grécia, desenvolvessem indústrias
bélicas.

D) teve início com o bombardeio da base naval dos Estados Unidos, no Havaí (Pearl Harbor), por
aviões japoneses.

E) envolveu países Aliados de todos os continentes contra os países do Eixo, dentre eles,
Alemanha, Itália e Japão.

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282. Filas de rostos pálidos murmurando, máscaras de medo. Eles deixam as trincheiras, subindo
pela borda. Enquanto o tempo bate vazio e apressado nos pulsos, e a esperança, de olhos
furtivos e punhos cerrados, naufraga na lama. Ó Jesus, fazei com que isso acabe!

(Siegfried Sassoon citado por HOBSBAWN, Eric. A Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das
Letras, 1994.)

A desesperada descrição refere-se às duras condições vividas nos campos de batalha da I Guerra
Mundial (1914-1918), embate bélico que transformou radicalmente as sociedades europeias.
Sobre esse primeiro conflito de âmbito global e seus desdobramentos, assinale a afirmativa
correta.

A) Os Estados Unidos abandonaram sua secular política de neutralidade e enviaram tropas para
lutar na frente oriental contra o exército russo.

B) A Revolução Russa em 1917 demarcou o ponto de virada da guerra com o exército vermelho
esmagando a resistência alemã.

C) Marcou o fim da chamada Belle Époque com o estancamento do avanço do capitalismo e do


imperialismo neocolonial.

D) As indenizações de guerra, bastante pesadas e penosas para os derrotados, fortaleceram a


democracia nesses países.

283. “Um boato corre, há dias, pela cidade que tem enchido a uns de pavor, e a outros de
indignação, em cujo último número me coloco”, desabafou o médico Joaquim Cândido Soares
de Meirelles (1797-1868), diante do clima de pânico instaurado no Rio de Janeiro em 1831.

Rumores crescentes garantiam estar em andamento, na capital do Império, uma trama


conspiratória inspirada na Revolução do Haiti (1791-1825).

(Iuri Lapa, O Haiti é aqui? Revista de História da Biblioteca Nacional, 03.03.2010).

O clima instaurado na ocasião tinha origem

A) na propaganda abolicionista promovida pelos revolucionários haitianos e pela população do


norte dos EUA, mais afeita ao trabalho livre, à pequena propriedade e à policultura, e defensora
da libertação dos escravos em todo o continente americano.

B) na defesa da revolução realizada pelos herdeiros políticos da Revolução Francesa, que


defendiam que o governo francês exportasse a radicalidade revolucionária para o outro lado do
Atlântico, ameaçando a existência institucional do Império no Brasil.

C) na aproximação política entre os líderes republicanos da independência de alguns países da


América Latina, como Bolivar (Venezuela), San Martin (Argentina) e Toussaint- -Louverture
(Haiti), que queriam transformar o Brasil em uma República.

D) no fantasma que assombrou por décadas os senhores escravistas do Brasil, receosos de que
se repetisse aqui o movimento haitiano, no qual convergiram abolição da escravidão e
proclamação da independência, incluindo o massacre de brancos.

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E) no sentimento anticomunista existente no Brasil desde o início do século XIX, quando a elite
escravista assistiu assustada à tomada do poder no Haiti por revolucionários socialistas,
inspirados nas ideias do socialismo utópico de Saint-Simon.

284. O aperto de mãos de Hitler e Chamberlain: em 22 de setembro de 1938, Adolf Hitler


encontrou o Primeiro Ministro britânico Neville Chamberlain na Alemanha. Oito dias depois, de
volta à Inglaterra, Chamberlain sugeriu paz com o ditador alemão. O objetivo do encontro entre
os dois era debater a tomada da região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, pela Alemanha
Nazista.

Chamberlain acreditava que Hitler estava preocupado apenas com os Sudetos, e achava que a
guerra poderia ser evitada.

(Real Clear Politics, 8 Handshakes That Changed History. 22.05.2012. Adaptado).

O episódio descrito é característico da chamada

A) luta aliada.

B) política da boa vizinhança.

C) frente antinazista.

D) campanha de pacificação.

E) política de apaziguamento.

285. O episódio considerado por muitos historiadores como o “prelúdio da Segunda Guerra
Mundial” e que opôs a esquerda à direita fascista foi:

A) a Guerra Civil Espanhola.

B) o Congresso de Versalhes.

C) a Conferência de Berlim.

D) o Congresso de Viena.

E) a Guerra Franco-Prussiana.

286. Leia a notícia:

Um jovem preso por planejar um massacre contra alunos da Universidade de Brasília (UnB) é
suspeito de atuar como representante de grupos neonazistas no Distrito Federal. A Polícia
Federal (PF) investiga a ligação de Marcelo Valle Silveira Mello. 26 anos. com radicais da Região
Sul que pregam o ódio a negros, homossexuais e judeus.

(http://www.correiobraziliense.com.br. Acesso em 14.05.2012. Adaptado).

Prática como essa tem como modelo o regime nazista (1933-45) que defendia

A) o pluripartidarismo e a expansão militar.

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B) a xenofobia e o internacionalismo.

C) a democracia e o irracionalismo.

D) o nacionalismo e a intolerância.

E) a guerra e a diversidade cultural.

287. Atritos permanentes decorrentes de disputas imperialistas, profundas rivalidades políticas


assentadas em extremado nacionalismo e constituição de dois blocos antagônicos de alianças
entre países, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente, configuram, entre outros aspectos, o quadro
histórico que resultou na:

A) Segunda Guerra Mundial.

B) Guerra Franco-Prussiana.

C) Guerra dos Boxers.

D) Guerra Civil Americana.

E) Primeira Guerra Mundial.

288. Dentre os fatores responsáveis pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945), é correto
mencionar

A) o revanchismo expresso nos tratados de paz, como o de Versalhes, e o expansionismo


nazifascista.

B) os efeitos da crise econômica e o processo de descolonização, em destaque as guerras na


Índia e Argélia.

C) a ação belicista da Liga das Nações, que incentivou o rearmamento alemão, e a disputa por
territórios.

D) as rivalidades étnicas na península balcânica e a concorrência imperialista, principalmente na


América.

E) a preocupação em isolar a Rússia, devido ao comunismo, e os conflitos entre os países


absolutistas.

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REPÚBLICA POPULISTA; O ESTADO NOVO


DITADURA CIVIL-MILITAR NO BRASIL

289. Em 1979, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica dos Partidos, incluindo o
substitutivo que extinguiu a Arena e o MDB, e restabeleceu a liberdade partidária no país. Pela
aprovação do substitutivo, votaram 299 deputados e 41 senadores. Só nove deputados faltaram
à sessão.
(https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=360461. Acessado em 06 de setembro de 2019. Adaptado)

O bipartidarismo foi estabelecido

A) com a reforma política de 1972.

B) imediatamente após a queda de João Goulart.

C) com reforma constitucional de 1969.

D) com a eleição do presidente Costa e Silva em 1967.

E) por ato complementar ao Ato Institucional no 2 em 1965.

290. Figueiredo prosseguiu no caminho da abertura política iniciada no governo Geisel. O


comando das iniciativas ficou nas mãos do general Golbery e do ministro da Justiça, Petrônio
Portella.

(Boris Fausto, História concisa do Brasil)

Durante o governo Figueiredo, a abertura política avançou com

A) a reabertura do Supremo Tribunal Federal (STF) em 1980.

B) o reestabelecimento, em 1982, da eleição direta para a presidência da República.

C) a aprovação, pelo Congresso, da Lei da Anistia, em agosto de 1979.

D) a permissão para o funcionamento do Partido Comunista do Brasil em 1981.

E) a extinção do Serviço Nacional de Informação (SNI) em 1984.

291. Historicamente, o Brasil foi povoado, desde o início da colonização, a partir da região
litorânea. A rigor, foi a partir de meados do século XX que políticas públicas foram lançadas com
o objetivo de ocupar extensas áreas do território nacional com população rarefeita, como seria
o caso do Centro‐Oeste. É nessa perspectiva que se entende, por exemplo, a decisão de se
transferir a capital da República para o Planalto Central do País. A criação da Região Integrada
de Desenvolvimento (Ride) do Distrito Federal e Entorno inscreve‐se nesse esforço de
interiorização do desenvolvimento nacional, tendo Brasília como polo desse processo.

A partir dessas considerações gerais e iniciais, julgue o item subsequente.

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A ideia de transferência da capital brasileira para o interior do País é antiga, mas só se


concretizou no governo de Juscelino Kubistchek (JK), com a construção de Brasília.

292. “Saio da vida para entrar na história”

O presidente populista a que este texto se refere foi criador de várias leis trabalhistas e da
maior empresa brasileira (Petrobras), está há 60 anos longe do povo. Após 15 anos no poder,
entre 1930 e 1945, conseguiu assumir em 1951, mas sem a popularidade de outrora.

Com oposições ferrenhas, como a dos conservadores, que eram contra o aumento do salário
mínimo em 100%, e a de seu rival Carlos Lacerda, que o acusa publicamente de uma tentativa
de assassinato, o presidente nacionalista não se sustenta no poder e se enclausura no Palácio
do Catete, onde se suicida.

Pode-se afirmar que o texto se refere:

A) Ao Golpe Civil Militar de 64.

B) Aos 50 anos da Ditadura Militar no Brasil

C) Aos 50 anos da Morte do General Costa e Silva.

D) Aos 60 anos da morte Getúlio Vargas.

293. Considere as seguintes afirmações sobre o modelo de Nacional-desenvolvimentismo que


predominou durante o Governo Juscelino Kubitschek:

I. A Planificação da economia, através do Plano de Metas, apresentou a proposta de estatização


das empresas multinacionais e o investimento de capital público, oriundo de impostos, nas
empresas estatais.

II. Abertura da economia para o capital internacional com presença de empresas multinacionais,
sobretudo no setor automobilístico, provocou o escoamento dos recursos nacionais para o
exterior.

III. O alto custo da realização do Plano de Metas e a abertura para o mercado internacional,
gerou uma alta inflacionária e uma onda migratória de nordestinos e nortistas para as
metrópoles que se industrializavam.

É correto o que se afirma em

A) II e III apenas.

B) I e III apenas.

C) I e II apenas.

D) I, II e III.

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294. O Memorial JK, onde estão depositados documentos e objetos que pertenceram a Juscelino
Kubitschek e sua esposa, foi:

A) construído numa área de 2.000 m², recebendo inúmeras críticas por ocupar tanto espaço.

B) inaugurado por ocasião do primeiro centenário de nascimento do ex-presidente, em 12 de


setembro de 2002.

C) projetado pelo arquiteto Lúcio Costa, em colaboração com Paulo Mendes da Rocha.

D) preparado para receber os restos mortais de todos os presidentes da República.

E) construído no mesmo local em que se rezou a primeira missa de Brasília, em 3 de maio de


1957.

295. No período republicano no Brasil, o governo de Juscelino Kubitschek:

A) reduziu a dependência brasileira dos Estados Unidos da América ao aumentar a dependência


em relação à Inglaterra.

B) instituiu política econômica nacional-desenvolvimentista, que aliava o Estado, a empresa


privada e a industrialização.

C) passou por um golpe entendido como preventivo, em virtude da falta de governabilidade no


Congresso Nacional.

D) adotou prática de contenção da industrialização em benefício da agricultura cafeeira.

E) revogou o programa de metas estabelecido durante o segundo governo de Getúlio Vargas.

296. Com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, o Brasil mergulhou em grave crise política, na
qual se fez presente a perspectiva de guerra civil. O vice-presidente João Goulart, acusado de
esquerdista e de comprometido com o radicalismo sindical, teve sua posse contestada pelos
adversários do getulismo. A crise somente foi contornada por meio da aprovação de um Ato
Adicional à Constituição de 1946. Esse Ato Adicional estabelecia:

A) A instalação do sistema parlamentarista de governo no Brasil.

B) A convocação imediata de novas eleições, ato que não agradou a setores mais conservadores
do exército.

C) A criação de um governo de exceção, comandado conjuntamente pelos presidentes da


Câmara e do Senado, até que retornasse ao Brasil o vice-presidente João Gulart, à época da
renúncia em visita oficial à China.

D) A criação de um gabinete civil-militar para governar o país até a realização de novas eleições,
mas que terminou por precipitar o Golpe Militar, em 1964, antes da efetivação das eleições.

E) A concessão de amplos poderes à Cadeia da Legalidade, liderada pelos setores nacionalistas


e pelo PTB.

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297.

“Criado em 1961, durante o governo de Jânio Quadros, foi resultado de vários anos de trabalho
e luta política, dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas‐Bôas, ao lado de outras
personalidades.

Localizado ao norte do Mato Grosso, numa área com cerca de 30 mil quilômetros quadrados, é
considerada a maior e uma das mais famosas reservas do gênero no mundo.”

(Adap. de http://www.brasiloeste.com.br/especiais/)

O fragmento acima refere‐se ao:

A) Parque Indígena do Xingu.

B) Parque Nacional do Pantanal Matogrossense.

C) Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.

D) Parque Estadual do Araguaia.

E) Parque Estadual do Cristalino.

298. Observe a imagem a seguir

Essa fotografia foi tirada em 1961, na posse de Jânio Quadros na presidência da República, e
mostra João Goulart, recém-eleito vice-presidente; Jânio Quadros, discursando com a faixa
presidencial; Juscelino Kubitschek, antecessor de Jânio na presidência.

A imagem registra um momento marcante da vida política nacional, pois:

A) a posse de Jânio Quadros representou a ascensão de um programa reformista e nacional-


desenvolvimentista ao poder.

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B) a sucessão de Juscelino inaugurou um período marcado pelo crescimento econômico e pela


estabilidade política.

C) Jango, Jânio e Juscelino foram aliados na implementação de uma agenda economicamente


liberal e socialmente conservadora.

D) apenas muito tempo depois um presidente civil, eleito pelo voto popular, tornaria a entregar
a faixa ao seu sucessor.

E) as três lideranças políticas retratadas na imagem foram parte importante da articulação do


golpe civil-militar de 1964.

299. Observe a imagem a seguir:

A capa da Revista Manchete, de agosto de 1961, retrata a:

A) aliança entre o governo trabalhista brasileiro e os países do bloco socialista em plena Guerra
Fria, o que contribuiu para atiçar a histeria anticomunista e foi um dos fatores que levou ao
golpe civil-militar de 1964.

B) ligação entre a esquerda brasileira e a esquerda revolucionária latino-americana, fato que


ficaria em evidência pelos próximos anos em função da radicalização política dos setores da
esquerda que optaram pela luta armada.

C) estabilidade política característica dos anos 1950 e 1960 no Brasil, quando setores da direita,
apoiados pela UDN, aceitaram condecorar o revolucionário cubano, sem que tal gesto tivesse
grande repercussão.

D) animosidade nas relações entre Cuba e o Brasil depois que os revolucionários cubanos
tomaram o poder em 1959, o que levou o Brasil a tomar a dianteira da luta anticomunista na
América do Sul.

E) política externa independente instituída em 1961, o que contribuiu para o isolamento político
do governo, revertendo o alinhamento com os EUA estabelecido anos antes, quando o PCB
passou a atuar na clandestinidade.

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300. Ato institucional era o decreto utilizado pelos militares para legitimarem suas decisões. Em
dezembro de 1968, ocorreu a promulgação do Ato Institucional no 5 (AI-5) que, em seu
preâmbulo, dizia-se ser uma necessidade para atingir os objetivos da revolução, “com vistas a
encontrar os meios indispensáveis para a obra de reconstrução econômica, financeira e moral
do país”.

O AI-5 foi promulgado no governo de

A) Costa e Silva e representou o fechamento do sistema político, restringiu drasticamente a


cidadania e permitiu a ampliação da repressão policial-militar.

B) Castello Branco e fixou eleições indiretas para governadores e prefeitos das capitais, acabou
com a garantia do habeas corpus e ampliou a repressão policial.

C) João Figueiredo e fechou o Congresso, determinou as regras para a aprovação de nova


Constituição e suspendeu os direitos políticos de oposicionistas.

D) Garrastazu Médici e estabeleceu eleições indiretas para os cargos de presidente e


governador, extinguiu os partidos políticos e permitiu ao Executivo cassar mandatos de políticos.

E) Ernesto Geisel e deu ao executivo plenos poderes para cassar mandatos, além de suspender
a estabilidade dos funcionários públicos e militares.

301. Assim, se é verdade que de 1946 a 1964 houve regularmente eleições para presidente,
deputados, senadores e governadores, é preciso reconhecer que sempre foi com grande
dificuldade que os perdedores aceitavam a derrota, sobretudo nas disputas para a Presidência.
As pregações em favor de golpes, anulações de resultados eleitorais e ameaças de impedir a
posse dos eleitos, quer por meio das armas, quer por meio de expedientes jurídicos, foram
frequentes. A democracia esteve o tempo todo sob risco.

(Luiz Koshiba e Denise M. F. Pereira. História do Brasil no contexto da história ocidental. São
Paulo: Atual, 2003).

Um exemplo de ameaça de impedir a posse de um presidente ocorreu em:

A) 1946, pois os partidários do Partido Comunista consideraram ilegal a eleição de Eurico Dutra,
pelo seu apoio à Ditadura Vargas.

B) 1951, momento no qual a Câmara dos Deputados não reconheceu como legítima a vitória do
candidato Eduardo Gomes.

C) 1954, após o suicídio do presidente Vargas, quando o Senado questionou a posse do vice-
presidente Café Filho em função da sua ligação com o Partido Comunista.

D) 1961, quando alguns setores da sociedade não aceitavam, após a renúncia do presidente
Jânio Quadros, a posse do vice-presidente, João Goulart.

E) 1964, quando a posse de Carlos Lacerda não era aceita pelos partidos políticos mais
conservadores, apesar de ele ser eleito com a maioria absoluta de votos.

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302. O presidente João Goulart procurou implementar um programa que incluía reformas gerais
na estrutura social e política brasileira. Entre elas estava a concessão do direito de voto aos
analfabetos, a extensão dos direitos trabalhistas ao campo e a reforma agrária. (...)

Em nenhum outro momento da história do Brasil as pressões populares haviam sido tão
intensas. A política deixava de ser privilégio das elites. A política era jogada nas ruas, quartéis,
universidades, fazendas e fábricas. (...) No entanto, os grupos conservadores também se
articularam. Proprietários rurais, grandes empresários, setores das classes médias e militares
conspiraram contra o governo.

(Flavio de Campos, Lidia Aguiar, Regina Claro e Renan Miranda, O jogo da história).

O texto refere-se ao(s):

A) fatores da crise da República Velha.

B) contexto de implantação do Estado Novo.

C) motivos do suicídio do presidente.

D) início do processo de redemocratização.

E) antecedentes do movimento de 1964.

303. A construção da cidade de Brasília fez parte do processo desenvolvimentista dos anos 1950
liderado pelo presidente Juscelino Kubitschek e seu vice, João Goulart. O projeto modernizante
de JK assentava-se na política do “50 anos em 5”, que preconizava, entre outras coisas, dotar o
país de uma infraestrutura suficiente para sustentar a industrialização.

Com base nos conhecimentos sobre a política econômica desse período histórico brasileiro,
assinale a alternativa correta.

A) Disseminou o ensino técnico para todas as regiões do país, por meio dos institutos técnicos
federais.

B) Expandiu a construção de usinas hidrelétricas e abasteceu de energia o setor produtivo.

C) Implantou a SUDAM, que realizou a modernização e a transformação da região amazônica.

D) Priorizou a importação de veículos automotores para o país se inserir no mercado


internacional.

E) Privatizou a Companhia Siderúrgica Nacional, com a abertura do seu capital para investidores
estrangeiros.

304. Brasília simbolizou na ideologia nacional-desenvolvimentista o “futuro do Brasil”, o


arremate e a obra monumental da nação a ser construída pela industrialização coordenada pelo
Estado planificador, pela ação das “forças do progresso” (aquelas voltadas para o
desenvolvimento do “capitalismo nacional”), que paulatinamente iriam derrotar as “forças do
atraso” (o imperialismo, o latifúndio e a política tradicional, demagógica e “populista”).

(José William Vesentini. A capital da geopolítica, 1986.)

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Segundo o texto, a construção de Brasília deve ser entendida

A) como uma tentativa de limitar a migração para o Centro do país e de reforçar o contingente
de mão de obra rural.

B) dentro de um conjunto de iniciativas de caráter liberal, que buscava eliminar a interferência


do Estado nos assuntos econômico-financeiros.

C) dentro do rearranjo político do pós-Segunda Guerra Mundial, que se caracterizava pelo clima
de paz nas relações internacionais.

D) dentro de um amplo projeto de redimensionamento da economia e da política brasileiras,


que pretendia modernizar o país.

E) como um esforço de internacionalização da economia brasileira, que provocaria aumento


significativo da exportação agrícola.

305. “(...) eu comecei a defender a tese que me valeu o título de golpista e até de fascista.
Comecei a defender a tese de que a eleição de outubro de 55 – a sucessão de Café Filho – não
poderia ser realizada com a lei eleitoral em vigor, toda cheia de defeitos (...)”

(Carlos Lacerda, apud José Dantas Filho e Francisco F. M. Doratioto, A República bossa-nova – A
democracia populista (1954-1964))

Entre os “defeitos” da lei eleitoral em vigor entre 1946 e 1964, é correto apontar

A) a proibição de coligações eleitorais para os cargos majoritários, que tornou comum as traições
partidárias, nas quais um candidato ao executivo apoiava um candidato a parlamentar de outro
partido.

B) a realização de eleições gerais a cada quatro anos, em todos os níveis, que potencializava a
importância da eleição presidencial e retirava a atenção dos pleitos estaduais e das casas
legislativas.

C) as cláusulas de barreira para as agremiações partidárias, que inviabilizavam a formação de


partidos efetivamente nacionais, o que impediu o crescimento dos principais partidos, a UDN e
o PSD.

D) as inesgotáveis polêmicas que marcavam as eleições presidenciais, pois a prática do segundo


turno era considerada inconstitucional pelos partidos mais progressistas, especialmente o PTB.

E) a votação em separado dos candidatos à presidência e à vice-presidência, que não precisavam


ser da mesma coligação partidária, o que poderia ocasionar a escolha popular de candidatos
com projetos políticos bem diversos.

306. Dirijo-me a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas
escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao Brasil mais do que recebem, que
pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro e de trabalhar sol a
sol para a grandeza deste país. Aqui estão os meus amigos trabalhadores, na presença das mais
significativas organizações operárias e lideranças populares deste país. Àqueles que reclamam
do Presidente da República uma palavra tranquilizadora para a Nação, o que posso dizer-lhes é

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que só conquistaremos a paz social pela justiça social. A maioria dos brasileiros já não se
conforma com uma ordem social imperfeita, injusta e desumana.

João Goulart, em comício no Rio de Janeiro, 13/03/1964. Adaptado de jornalggn.com.br.

No evento conhecido como Comício da Central do Brasil, o Presidente João Goulart proferiu
discurso em que reafirmava algumas das propostas de seu governo, atendendo a demandas de
organizações sindicais.

A proposta desse governo mais diretamente associada à promoção da justiça social foi:

A) realização da reforma agrária.

B) gratuidade do ensino público.

C) concessão do voto aos analfabetos.

D) introdução dos direitos trabalhistas.

307. Leia o fragmento a seguir, extraído de um artigo do jornalista Carlos Lacerda, publicado no
jornal A Tribuna da Imprensa, em de junho de 1950.

O Sr. Getúlio Vargas senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser
eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo
de governar.

A partir do fragmento, assinale a alternativa que apresenta a interpretação correta do discurso


de Carlos Lacerda.

A) Marca o rompimento público com o trabalhismo, devido aos planos ditatoriais de Vargas.

B) Reflete a posição dos setores liberais contrários à aproximação do Brasil com os países do
Leste europeu.

C) Denuncia Vargas, que pretendia modificar a constituição para se candidatar à Presidência da


República.

D) Representa o posicionamento político de setores contrários ao trabalhismo.

E) Mostra a defesa intransigente do processo eleitoral contra as ameaças ao sistema


democrático.

308. No dia 14 de novembro de 1961, realizou-se a primeira reunião de um gabinete


parlamentarista na história republicana brasileira. Atente ao que se diz acerca do período
parlamentarista brasileiro.

I. A experiência parlamentarista brasileira, que durou pouco mais de um ano, foi recusada pelo
povo brasileiro através de um plebiscito.

II. Tancredo Neves foi o Primeiro Ministro durante o breve período em que ocorreu o
parlamentarismo brasileiro.

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III. Com a renúncia do Presidente Jânio Quadros, João Goulart, o vice-presidente, assumiu a
Presidência; contudo, a emenda parlamentarista restringiu os seus poderes.

É correto o que se afirma em

A) II e III apenas.

B) I e II apenas.

C) I e III apenas.

D) I, II e III.

309. Observe a capa do exemplar n.º 16 do jornal ex-16, publicado em novembro de 1975.

Sobre as intenções dos editores, é correto afirmar que:

A) declaravam, de forma indireta, seu apoio ao regime militar, então em vigor no Brasil.

B) faziam referência à tradição pacífica do povo e do governo brasileiros.

C) apoiavam a perseguição aos comunistas, característica marcante do período.

D) estimulavam a ação de grupos paramilitares e de jovens guerrilheiros.

E) escolheram estrofe do Hino da Proclamação da República para denunciar arbitrariedades do


poder executivo.

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REDEMOCRATIZAÇÃO; A NOVA REPÚBLICA BRASILEIRA

310. A Assembleia Constituinte instalou-se em 1o de fevereiro de 1987, e a Constituição foi


promulgada no ano seguinte, em 5 de outubro de 1988. [...] É a mais extensa Constituição
brasileira – tem 250 artigos principais, mais 98 artigos das disposições transitórias – e está em
vigor até hoje.

(Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia)

Essa Constituição

A) restringiu o direito de greve para funcionários públicos federais.

B) garantiu o voto facultativo para os analfabetos.

C) permitiu a formação de partidos políticos estaduais.

D) proibiu as coligações partidárias nas eleições majoritárias.

E) criou as Comissões Parlamentares de Inquérito.

311. Graças à bem-sucedida industrialização substitutiva das importações, conduzida nas


décadas de 1950, 1960 e 1970, o Brasil se ergueu à posição de nona potência econômica do
mundo. É hoje um país mal desenvolvido por ter adotado um padrão de crescimento
socialmente perverso. Ostenta uma das mais regressivas repartições da renda no mundo, com
diferenças abismais entre a minoria dos ganhadores e a massa dos sacrificados.

(Ignacy Sachs. Quo Vadis, Brasil? In Ignacy Sachs, Jorge Wilheim e Paulo Sérgio Pinheiro (org.).
Brasil: um século de transformações, 2001.)

A partir do fragmento, é correto considerar:

A) A economia brasileira cresceu de forma sustentável apenas na região mais pobre do país, o
Centro-Oeste.

B) O desenvolvimento da economia brasileira desde a segunda metade do século XX não gerou


um processo justo de distribuição da riqueza criada.

C) O pequeno aumento das riquezas nacionais permitiu que a maior parte dos brasileiros
conquistasse a cidadania plena.

D) Durante o regime autoritário, originário do Golpe de 1964, a distribuição das riquezas


brasileiras foi mais justa do que nos períodos democráticos.

E) Paradoxalmente, a desigualdade na distribuição de renda no Brasil nasceu com a opção de


substituir a agricultura de exportação pela indústria.

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312. O processo de redemocratização do Brasil avançou em 1979, com a extinção do Ato


Institucional número 5 (AI-5) e a anistia política. Ele foi, de certa forma, consolidado, em 1982,
com:

A) a adoção de medidas econômicas liberais.

B) a criação da Lei de Segurança Nacional.

C) as eleições diretas para os governos estaduais.

D) a extensão do direito de voto aos analfabetos.

E) a vitória da oposição no Colégio Eleitoral.

313. Um dos pontos altos da Constituição é o artigo 5.º, que garante amplas liberdades [...]
Foram asseguradas as liberdades de manifestação, opinião e organização. O crime de racismo
foi considerado inafiançável e imprescritível…

(Marco Antônio Villa. A história das Constituições brasileiras. São Paulo: Leya, 2011, p. 119)

O texto refere-se a atual Constituição brasileira, promulgada em 1988. Os princípios assegurados


pela Constituição

A) comprovam a ausência de preconceitos raciais na sociedade brasileira.

B) garantem à sociedade direitos democráticos, assim como a salvaguarda das diferenças


cultural e étnica.

C) caracterizam o Brasil, desde a independência, como país democrático.

D) legitimam a liberdade de crença no Brasil, com a união entre Estado e religião.

E) reconhecem a impossibilidade de implantação da democracia plena no Brasil.

314. Considerando o regime político brasileiro após a Constituição de 1988, pode-se dizer que o
Brasil é um/uma:

A) República democrática parlamentarista.

B) Ditadura democrática nacionalista.

C) República democrática presidencialista.

D) Parlamentarismo republicano.

E) Monarquia republicana democrática.

315. Associe de forma correta os conceitos abaixo com as definições correspondentes.

1. Nepotismo

2. Corrupção

3. Clientelismo

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4. Propina

5. Impeachment

( ) Ato de se utilizar do setor público para benefício próprio ou de colegas, obtendo sobretudo
ganhos financeiros ilícitos.

( ) Ato de contratar ou favorecer parentes através do serviço público.

( ) No Brasil, diz respeito a uma quantidade de dinheiro oferecida a algum agente do Estado para
obter favores ilícitos. É um tipo de suborno.

( ) Troca de favores entre quem detém o poder e o eleitorado que tem como objetivo manter
alguém ou grupo de pessoas no poder.

( ) Ato de destituir, mediante processo político-criminal, algum funcionário de alta categoria


(como Presidente da República, por exemplo) de sua função.

A sequência correta é:

A) 1, 2, 3, 4 e 5.

B) 3, 5, 2, 4 e 1.

C) 2, 1, 4, 3 e 5.

D) 4, 5, 2, 1 e 3.

E) 5, 3, 1, 4 e 2.

316. O rompimento da barragem da Samarco Mineração no distrito de Bento Rodrigues, em


Mariana, Minas Gerais, no dia 05 de novembro de 2015, retomou o debate sobre a privatização
da Companhia Vale do Rio Doce. Sobre essa medida do Governo Federal, assinale a alternativa
CORRETA.

A) A privatização da Vale do Rio Doce foi encabeçada pelo governo de Fernando Collor de Mello,
que tinha uma postura política vinculada ao neoliberalismo mundial.

B) A privatização da Vale do Rio Doce, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e teve como
principal objetivo atrair o capital produtivo internacional.

C) A privatização da Vale do Rio Doce foi negociada no governo do Itamar Franco, como medida
de combate à inflação, que alcançou o percentual de 1764 no ano de 1989.

D) A privatização da Vale do Rio Doce foi encabeçada pelo governo de Fernando Henrique
Cardoso e foi uma medida consensual do ponto de vista político, uma vez que nenhum partido
se opôs à ação.

E) A privatização da Vale do Rio Doce foi feita durante o primeiro governo Lula e teve como
principal objetivo atrair o capital especulativo internacional.

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317. O Brasil contemporâneo é o resultado de vários processos políticos e sociais. As opções a


seguir apresentam marcos significativos desses processos, à exceção de uma. Assinale-a.

A) A estabilização econômica, devido à aplicação do Plano Real a partir de 1994.

B) A abertura da economia e a redução das tarifas externas, a partir dos anos 1990.

C) A adoção na última década, entre outras políticas distributivas, do aumento persistente do


salário mínimo.

D) A redução do papel do Estado na economia, graças à política de privatização e à instalação


das agências reguladoras na década de 1990.

E) A valorização dos setores industriais ligados à tecnologia da informação, por meio da política
de substituição de importações a partir de 1980.

318. Um condicionante decisivo para o triunfo de Collor foi o “agressivo” marketing de sua
campanha. Collor e sua assessoria apostaram na construção da imagem de um candidato jovem,
moderno, decidido e, principalmente, diferente dos demais políticos. Além disso, prometia
moralizar a política e se apresentava como protetor dos “descamisados” e “pés-descalços”,
prometendo-lhes solucionar todos os seus problemas.

MACHADO, Fabiana Michelle de Sousa. Política econômica e política externa do governo Collor
1990-1992. Belo Horizonte: Centro Universitário, 2007.

No campo político-econômico, esse curto governo foi caracterizado pela

A) retração do Brasil para o mercado externo.

B) extinção da inflação e desvalorização cambial.

C) desindustrialização do país, ampliando a agricultura familiar.

D) substituição das importações, retomando o desenvolvimento.

E) adoção de um novo modelo econômico, chamado de Plano Collor.

319. Na história republicana brasileira (1889-2015), os dois presidentes que governaram o país
por períodos mais longos, além de Getúlio Vargas, foram:

A) Fernando Henrique Cardoso e Castello Branco.

B) Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.

C) Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva.

D) Juscelino Kubitschek e Luís Inácio Lula da Silva.

E) Emílio Garrastazu Médici e José Sarney.

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320. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre a história do Brasil
contemporâneo.

( ) A expressão “Pacote de Abril” refere-se ao conjunto de decretos editados durante o governo


Geisel que adiou para 1982 a eleição indireta para governadores, modificou a composição do
colégio eleitoral e reforçou a presença do partido governista (ARENA).

( ) O governo de José Sarney foi marcado pela aprovação do mandato presidencial de quatro
anos, pelo controle rígido da inflação com o Plano Cruzado e pela estatização das
telecomunicações no Brasil.

( ) O Brasil passou por um processo de integração política, social e econômica com países da
América Latina, após o período da transição democrática e da definição de uma nova carta
constitucional em 1988.

( ) A estabilidade monetária alcançada a partir do governo de Itamar Franco foi a principal causa
para o fim dos conflitos fundiários no Brasil, na década de 1990, contexto de democratização de
acesso à terra.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A) V – F – V – F.

B) F – F – V – V.

C) F – V – F – V.

D) V – V – F – F.

E) F – V – V – F.

321. A imagem a seguir, divulgada no site do jornal O Estado de São Paulo, retrata o movimento
social de grupos que pedem o impeachment do governo de Dilma Roussef na manifestação de
16 de agosto de 2015.

Tendo em vista a experiência democrática brasileira, assinale a alternativa CORRETA.

A) Na ocasião do impeachment de Fernando Collor de Melo, a situação política do Brasil estava


invertida: PSDB no poder executivo, PT na oposição. Tal fato ficou evidente na manifestação
verde-amarela convocada por Collor em 1992, em que a oposição, representada, sobretudo,
pelo Partido dos Trabalhadores, convocou a população a vestir negro em protesto contra a
corrupção.

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B) Os grupos que se mobilizaram a favor do impeachment em agosto de 2015 têm base na


experiência histórica da manifestação verde-amarela que tirou Sarney do poder e levou
Fernando Collor de Melo à presidência em 1992.

C) O afastamento de Fernando Collor de Melo do poder executivo brasileiro em 1992, resultado


do processo de impeachment, foi um movimento organizado pelo poder legislativo e não
contou, de forma alguma, com o apoio popular.

D) Nas eleições de 1989, Fernando Collor de Melo contou com um amplo apoio da mídia, o que
contribuiu para a sua vitória. Em 1992, após grande pressão popular, a Câmara dos Deputados
votou pelo afastamento do presidente depois da investigação da CPI que, diferentemente do
contexto político atual, confirmou a sua participação direta em um esquema de corrupção.

E) Diferentemente da situação econômica do contexto das manifestações de 2015, o quadro


econômico do país no governo Fernando Collor de Melo era estável e contava com a novidade
do Plano Real. O impeachment foi resultado, sobretudo, da decepção com a corrupção na
política na incipiente retomada da democracia no Brasil após os anos de Ditadura Militar.

322. A imagem abaixo retrata cenas do movimento dos caras pintadas que marcou o Brasil
durante o ano de 1992.

Observe que, ao fundo, identificamos Brasília e, em destaque, dois jovens marcam o rosto com
tinta nas cores verde e amarela presentes na bandeira nacional. O país se transformou em um
palco de reivindicações e direcionou o futuro, exigindo:

A) a abertura da UNE e o subsídio do movimento estudantil brasileiro.

B) a renúncia do presidente da Câmara dos Deputados.

C) o fechamento do Congresso Nacional.

D) o impeachment do presidente do Brasil.

E) a anistia e a instalação da Comissão da Verdade.

323. Com o término da Ditadura Militar em 1985, os primeiros governos civis tiveram como
objetivos:

A) Solidificação das instituições democráticas e estabilização econômica.

B) Reabertura do Congresso Nacional e o estabelecimento de eleições indiretas.

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C) Criação do MERCOSUL e rompimento com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

D) Indexação da economia e fim do bipartidarismo.

E) Anistia política aos militares e outorga da nova Constituição brasileira.

324. O movimento dos caras pintadas ocorreu no ano de 1992, quando milhões de brasileiros
foram às ruas, liderados por jovens estudantes, pressionando pelo impeachment do então
presidente da república Fernando Collor de Melo. Na atualidade, dois grandes movimentos de
repercussão nacional levaram novamente milhões de jovens às ruas, sendo eles:

A) a luta contra o aumento das passagens de ônibus urbanos em 2013 e contra o fechamento
de escolas em São Paulo em 2015.

B) a luta contra a privatização da Petrobrás em 2014 e pela derrubada do Presidente da Câmara


dos Deputados em 2015.

C) a luta contra a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil em 2013 e a favor da
permanência de Renan Calheiros na Presidência do Senado em 2014.

D) a luta contra a tomada de empréstimos do FMI em 2014 e contra a adesão do Brasil à guerra
ao terrorismo do Estado Islâmico em 2015.

E) a luta contra a emenda da reeleição para Presidente da República em 2013 e a favor do


impeachment da Presidente Dilma Roussef em 2015.

325. O ano de 2016 destaca-se pela realização de um grande evento internacional em terras
brasileiras. Tendo sua origem histórica remontada na vida cultural grega, essa experiência foi
retomada e se apresenta como uma grande expressão de encontro da diversidade dos povos da
terra. Esse ano o Brasil será palco da XXXI edição:

A) do Lollapalooza.

B) da Copa das Confederações.

C) da Copa Mundial de Futebol.

D) do Campus Party.

E) dos Jogos Olímpicos.

326. “Economicamente, o neoliberalismo fracassou, não conseguindo nenhuma revitalização


básica do capitalismo avançado. Socialmente, ao contrário, o neoliberalismo conseguiu muitos
dos seus objetivos, criando sociedades marcadamente mais desiguais e desestatizadas. Política
e ideologicamente, todavia, o neoliberalismo alcançou enorme êxito, disseminando a simples
ideia de que não há alternativas para os seus princípios, que todos têm de adaptar-se a suas
normas.”
ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo. In: SADER, Emir & GENTILI, Pablo (Orgs.). Pósneoliberalismo: as políticas sociais e o
Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 23.

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Ao longo da década de 1990, a referida política econômica manifestou-se no Brasil por meio da:

A) nacionalização do Sistema Telebrás.

B) criação da empresa Petróleo Brasileiro S.A.

C) inauguração do Estado de Bem-Estar Social.

D) privatização da Companhia Vale do Rio Doce.

327. “O que se denominava partido político, na primeira metade do século XIX diferencia-se da
compreensão atual: era mais do que ‘tomar um partido’ e constituía-se em formas de
agrupamento em torno de um líder, ou através de palavras de ordem e da imprensa em
determinados espaços associativos ou de sociabilidade e a partir de interesses ou motivações
específicas, além de se delimitarem por lealdades ou afinidades (intelectuais, econômicas,
culturais etc.) entre seus participantes. Tais grupos eram identificados por rótulos ou
nomeações, pejorativos ou não”.

MOREL, Marco. O período das Regências (1831-1840). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. p.32).

Embora a análise do historiador seja do século XIX, o atual quadro político no Brasil tem
retomado as mesmas caracterizações ao partido que se encontra no poder. Como exemplo disso
podemos evidenciar:

I. Desqualificação do PT e do governo pela mídia.

II. Negação das contribuições sociais, obtidas no Brasil pelo governo do Partido dos
Trabalhadores.

III. Ofuscamento da imagem do ex-presidente Lula como líder político.

IV. Interdição do atual governo, sob a alegação de superação para a conjuntura atual.

São verdadeiras

A) I, II, III e IV.

B) apenas I, II e III.

C) apenas III e IV

D) apenas, I, III e IV.

E) apenas I e IV.

328. Associe os nomes dos presidentes brasileiros do período da Nova República (coluna A) às
características de sua Presidência (coluna B).

Coluna A

1. José Sarney

2. Fernando Collor de Mello

3. Fernando Henrique Cardoso

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4. Luís Inácio “Lula” da Silva

Coluna B

( ) Seu mandato foi marcado pela busca da estabilidade monetária, pelo controle da emissão de
moedas e pelo baixo crescimento industrial, devido aos efeitos negativos sobre a indústria,
decorrentes da abertura da economia brasileira ao mercado internacional.

( ) Sua presidência foi marcada pela estabilidade monetária, pelo crescimento da economia,
impulsionado pela exportação de commodities, e pelo incremento do consumo interno, através
de políticas de ampliação de renda e crédito, e de redistribuição de renda.

( ) Seu governo enfrentou uma forte inflação através de planos econômicos como o Plano
Cruzado, o Plano Cruzado II e o Plano Verão, que acabaram fracassando e gerando grande
impopularidade ao presidente no fim de seu mandato.

( ) Em seu mandato, procurou combater a inflação através do confisco da poupança, tentou


modernizar a economia brasileira, iniciando a sua abertura para o mercado internacional, e
enfrentou grande instabilidade política, perdendo o apoio do Congresso.

( ) Tentou marcar o seu governo pelo slogan “Tudo Pelo Social”, promovendo a criação da
“farmácia básica” e do seguro desemprego, a extensão dos benefícios da previdência ao
trabalhador rural e a aplicação do Programa do Leite.

A numeração correta, de cima para baixo, é:

A) 1 – 2 – 3 – 4 – 3

B) 2 – 3 – 4 – 1 – 2

C) 3 – 1 – 4 – 2 – 4

D) 3 – 4 – 1 – 2 – 1

E) 3 – 4 – 2 – 1 – 4

POVOS E REINOS AFRICANOS


Julgue os seguintes itens 329 e 330

329. O nascimento do Brasil como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide
com o esforço das elites locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o
advento da República, em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que
legitimassem a nova ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do
Estado Novo (1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros
de algo sistemático, conduzido pelo governo central.

Conforme disposição legal, a disciplina história da África, a ser ministrada em todos os níveis de
ensino, deve se restringir, fundamentalmente, ao estudo da escravidão.

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330. No permanente processo de construção da identidade nacional, a determinação legal para


a introdução da história da África nos currículos escolares é mais uma conquista no esforço de
resgatar e reconhecer a importância capital dos africanos e de seus descendentes para a
configuração da sociedade brasileira.

331. Escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma nos itens abaixo sobre o
comércio de pessoas e mercadorias no continente africano.

( ) A história da África é marcada desde a antiguidade pelas relações entre tráfico de escravos e
diásporas.

( ) O comércio escravista sempre se constituiu em uma prática única e específica do continente


africano.

( ) Após a formação de Axum no século III d.C. ocorreu um incremento nos bens comerciais
com ampliação para a venda de escravos.

( ) com a consolidação do mundo muçulmano, desde o século VII d.C. tem havido uma
diminuição na correlação tráfico escravista e diáspora.

Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:

A) F, F, V, V.

B) V, V, F, F.

C) F, V, F, V.

D) V, F, V, F.

332. A questão da islamização da África e a história do Sudão possui a seguinte particularidade:


o reino cristão da Núbia resistiu às incursões muçulmanas e, apenas no século XIII, com a invasão
egípcia, o norte se converteu ao Islã. A vontade de impor a nova religião também para o sul
cristão foi uma das causas da guerra civil que ainda hoje continua. Sobre a islamização sudanesa,
é correto afirmar que se trata de um processo

A) heterogêneo e mais ligado às classes dirigentes sudanesas.

B) dinâmico e carismático que atinge todos os níveis sociais do Sudão.

C) uniforme e baseado em uma visão ortodoxa e radical.

D) sincrético, com grande difusão do sufismo adaptado às culturas locais.

333. As relações entre o Egito e os outros Estados africanos do curso do Nilo, como de Napata e
Méroe, foram marcadas por trocas intensas e pela fundação de uma dinastia etíope ou
sudanesa, criada com a tomada do poder faraônico por reis kushitas.

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334. Acerca dos reinos africanos pré-coloniais, assinale a opção correta.

A) Os dilemas decorrentes dos achados arqueológicos das ruínas do grande Zimbábue foram
esclarecidos com a descoberta de fontes escritas que permitiram desvendar a história desse
reino e, principalmente, as razões de seu declínio.

B) Os portugueses desconsideravam as organizações africanas, por isso o uso da força era a única
estratégia de dominação dos portugueses contra os africanos.

C) A África Oriental encontrava-se ainda inexplorada no momento em que os europeus ali


chegaram, ao final do século XV.

D) O Reino do Congo, cuja economia incluía atividades rurais e um rico comércio de tecidos,
metais e animais, entrou em decadência no século XV, momento em que foi rapidamente
conquistado por Portugal.

E) A segurança experimentada ao sul do Saara durante o Império Malinês facilitou a expansão


do islã para a região. Nesse contexto, a cidade de Tombouctu tornou-se uma importante
referência de erudição muçulmana.

335. No período que se estendeu de 1500 a 1800, estabeleceu-se um novo sistema


geoeconômico orientado para o Atlântico, com seu dispositivo comercial triangular ligando a
Europa, a África e as Américas. A abertura do comércio atlântico permitiu à Europa e, mais
particularmente, à Europa Ocidental, aumentar sua dominação sobre as sociedades das
Américas e da África.

Desde então, ela teve um papel principal na acumulação de capital gerado pelo comércio e pela
pilhagem, organizados em escala mundial.

M. Malowist. A luta pelo comércio internacional e suas implicações para a África. In: Allan Ogot
Bethwell (ed.). História geral da África: África do século XVI ao XVIII. Brasília: UNESCO, 2010, p.
2 (com adaptações).

A respeito de aspectos ligados ao processo histórico de que trata o texto apresentado, assinale
a opção correta.

A) As mudanças ocorridas no continente africano entre os séculos XVI e XIX deram-se


exclusivamente em resposta às ações europeias e, marcadamente, ao moderno tráfico de
escravos.

B) A África subsaariana era, em sua totalidade, desconhecida dos europeus até sua costa ter sido
alcançada pelas embarcações portuguesas.

C) A África apresentava grande diversidade cultural, social e política. Em termos políticos, por
exemplo, os portugueses se depararam com potentados grandiosos, como o Império do Mali e
o Reino do Congo.

D) As regiões costeiras da África eram as únicas fontes de cativos para o tráfico atlântico.

E) As dinâmicas internas da sociedade europeia foram pouco influenciadas pelo contato com os
povos africanos e americanos, ocorrido a partir da expansão marítima.

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336. Entre os séculos VIII e XVII, a África ao sul do deserto do Saara era habitada por vários povos
negro‐africanos, cada um com seu jeito próprio de ser. Alguns desses povos construíram
impérios e reinos prósperos e organizados, como o Império do Mali e o Reino do Congo. Há
poucos documentos escritos sobre o Mali; os vestígios arqueológicos (vasos, potes, panelas,
restos de alimentos e de fogueiras) também são reduzidos. Dentro do contexto da história
africana e de alguns impérios como o Mali, conferia‐se a importância notável aos griots, que:

A) Representavam o grupo majoritário na sociedade, pois, como guerreiros, cuidavam da


segurança e das estratégias de guerra.

B) Eram os líderes religiosos, que baseados em conhecimentos ancestrais, ainda mantêm intacta
a religião de seus antepassados.

C) Eram os indivíduos que tinham o compromisso de preservar e transmitir histórias, fatos


históricos, os conhecimentos e as canções de seu povo.

D) Detinham o poder entre as mais variadas tribos por serem os únicos proprietários de terras,
responsáveis por distribuir o trabalho e a produção.

337. Os estudos africanos, área de crescente interesse entre os historiadores brasileiros, têm
revelado a existência de um grande número de sociedades e culturas na África que poderiam
ser estudadas nas escolas. Além disso, há algumas décadas, pesquisadores africanos produzem
qualificadas investigações que possibilitam o reconhecimento de importantes contribuições do
passado africano para o patrimônio histórico da humanidade.

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir, a respeito do processo
de humanização e das dinâmicas na formação das sociedades africanas.

O aparecimento dos Estados em África ocorreu por influência das sociedades orientais e
mediterrâneas; as sociedades africanas antigas desconheciam as organizações estatais.

A HISTÓRIA, SEU ENSINO E APRENDIZAGEM, USOS,


CONCEITOS, MÉTODOS E TEORIAS. HISTORIOGRAFIA

338. O grande medievalista francês Marc Bloch, autor do clássico Apologia da História ou o ofício
do historiador, inaugurou a concepção de “história como problema”, em oposição a uma
historiografia positivista que se apoiava em fatos, datas, grandes nomes e heróis. Com Lucien
Febvre, ele foi um dos criadores da moderna historiografia conhecida como Escola dos Anais
(Annales).

Relativamente às transformações pelas quais passou a produção e a escrita do conhecimento


histórico a partir das primeiras décadas do século XX, julgue o item seguinte.

Uma característica marcante da nova história, na esteira das inovações trazidas pela Escola dos
Anais, foi o radical afastamento da história em relação às demais ciências humanas e sociais.

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339. Considere a seguinte proposição: “Para superar a escola vazia de conhecimentos


significativos, é necessário que os docentes alcancem um domínio complexo daqueles
conteúdos que têm de ensinar, sob pena de se limitarem ao domínio da forma sem conteúdo”.
CAIMI, Flávia. O que precisa saber um professor de história?
História & Ensino, Londrina, v. 21, n. 2, jul./dez. 2015, p.112-3. Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/histensino/article/ view/23853

O que se espera do professor de história em relação ao domínio complexo do conteúdo é que


ele

A) reconheça todos os componentes do conteúdo, datas, nomes e eventos, para que possa
transpô-los ao aluno de forma que este conheça como foi o passado.

B) promova o conhecimento do conteúdo pelo aluno, no plano abstrato, já que a associação do


conteúdo histórico com a realidade em que vivemos não é possível.

C) conheça o conteúdo em aspectos como a sua historicidade, a natureza dos conceitos nele
presentes e reconheça sua relevância como fundamental para torná-lo significativo para o
aluno.

D) desenvolva a capacidade mnemônica através do estudo da história de forma a conseguir


realizar esta tarefa em seus alunos, tornando-os exímios conhecedores do passado.

340. Como o objeto da história (entendida como um constructo teórico) é o que aconteceu,
abstraído tanto do presente quanto do futuro, então o tempo torna-se um dos elementos
determinantes do conceito de história. Parece-me, no entanto, que nem a relação que o tempo
mantém com outros elementos nem o sentido específico do seu efeito na história foram
identificados até hoje com a clareza desejável, tampouco com a clareza possível.

Georg Simmel. O problema do tempo histórico [1916]. In: Simmel. Ensaios sobre teoria da
história. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011, p. 9 (com adaptações).

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item seguinte, relativos à relação
entre tempo e história.

A noção tripartite do tempo histórico desenvolvida em meados do século XX pelo historiador


francês Fernand Braudel está calcada na distinção entre evento, conjuntura e longa duração.

341. Leia as afirmativas sobre o conceito de História do Tempo Presente.

I) Refere-se ao campo da história que se dedica aos estudos do período após a II Guerra ao final
do século XX.

II) Consiste na produção historiográfica na qual não houve ruptura cronológica entre o tempo
dos acontecimentos e o tempo da escritura de sua história.

III) Identifica-se com os estudos historiográficos da História Contemporânea, que utilizam como
metodologia a história oral.

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IV) Campo da história em que o historiador é contemporâneo dos acontecimentos que ele
estuda, não havendo, portanto, o elemento de alteridade próprio dos estudos de períodos mais
afastados.

Assinale a alternativa que apresenta somente afirmativas CORRETAS:

A) I, III e IV

B) II e III

C) I e III

D) I e IV

E) II e IV

342. “Defendo vigorosamente a opinião de que aquilo que os historiadores investigam é real. O
ponto do qual os historiadores devem partir, por mais longe dele que possam chegar, é a
distinção fundamental, para eles, absolutamente central, entre fato comprovável e ficção, entre
declarações históricas baseadas em evidências sujeitas a evidenciação e aquelas que não o são.
Nas últimas décadas, tornou-se moda (...) negar que a realidade objetiva seja acessível, uma vez
que o que chamamos de 'fatos' apenas existem como uma função de conceitos e problemas
prévios formulados em termos dos mesmos.”

HOBSBAWM, Eric. Sobre história. São Paulo: Companhia da Letras, 1998.

Nesse trecho, o autor

A) alega que a realidade objetiva não é acessível, pois o passado não existe materialmente.

B) afirma que o passado é uma construção mental operada pelo investigador com base em
algumas evidências.

C) defende que a qualidade da operação histórica depende de como os fatos são agrupados,
verificados e interpretados.

D) sustenta que dizer a verdade na história é narrar as diferentes visões sobre o processo
histórico.

E) critica que seja possível apontar qualquer tipo de tendência para a história com base no
estudo do passado.

343. Leia o texto a seguir:

Não obstante a grande obra de Marx ser a crítica ao modo de produção capitalista, sua análise
não se faz apenas pelo aspecto econômico. Sua teoria considera a economia como parte da vida
social, parte da história que é a produção da existência humana. Falamos, assim, sobre as classes
sociais decorrentes da divisão social do trabalho, falamos da vida de homens e mulheres que
não apenas trabalham. Eles comem, reproduzem-se, vivem em sociedade, relacionam-se,
constroem laços de amizade e de colaboração e de competição, pertencem a diferentes grupos,
têm ideologias, afetos, filiação religiosa etc. E constroem sua história em espaços-tempos
determinados.

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Ciavatta, M. Da Educação Politécnica à Educação Integrada: Como se escreve a história da


educação Profissional. Disponível em: < https://www.fe.unicamp.br> Acesso em 20 ago. 2016.

Analise as alternativas a seguir e assinale a que estiver em desconformidade com o


desdobramento do texto:

A) Conforme Comte, a sociedade apresenta duas leis fundamentais: a dinâmica social e a


estática social. De acordo com a lei da estática social, o desenvolvimento só pode ocorrer se a
sociedade se organizar de modo a evitar o caos, a confusão. Uma vez organizada, porém, ela
pode dar saltos qualitativos, e nisso consiste a dinâmica social. Essas duas leis são resumidas no
lema “ordem e progresso”.

B) Diferentemente da história tradicional, que registrou a vida humana dando protagonismo aos
heróis, aos poderosos, aos grandes feitos, Marx eleva todos os atos da vida humana ao nível do
acontecimento.

C) A história é a produção social da existência (MARX, 1979), é sua concepção de história, tão
bem apropriada por alguns historiadores que incorporaram novos temas, novos objetos, os
grandes acontecimentos e os fatos do cotidiano (BURKE, 1991), como a École des Annales.

D) Mesmo sem admitir a influência de Marx em seus estudos, seus historiadores trabalham, “em
primeiro lugar, a substituição de uma história narrativa de acontecimentos por uma história
problema. Em segundo lugar, uma história de todas as atividades humanas e não apenas história
política”.

E) Como desfecho previsível desta ampliação de objetos e de concepção teórica da história, “em
terceiro lugar, visando completar os outros dois objetivos, a colaboração com outras disciplinas,
tais como a geografia, a sociologia, a psicologia, a economia, a linguística, a antropologia social
e tantas outras” (BURKE, 1991).

344. “Para deixar claro: o objetivo de se traçar a evolução histórica da humanidade não é antever
o que acontecerá no futuro, ainda que o conhecimento e o entendimento históricos sejam
essenciais a todo aquele que deseja basear suas ações e projetos em algo melhor que a
clarividência, a astrologia ou o franco voluntarismo [...]".

HOBSBAWN, Eric. Sobre História , 2011.

De acordo com o texto:

A) a função do historiador confunde-se com o misticismo de adivinhações da antiguidade.

B) a evolução da humanidade é uma linha ascensional previsível através da história.

C) o conhecimento histórico permite projetar uma sociedade futuristicamente igualitária.

D) a história não produz conhecimento com base em previsões futurísticas.

E) tanto as ciências como a astrologia são fundamentais à história.

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345. Sobre a História produzida pela “Escola Metódica", também chamada “positivista", analise
as afirmativas.

I - O Historiador não é juiz do passado, deve apenas narrar o que realmente aconteceu.

II - Há intrínseca interdependência entre o sujeito do conhecimento e seu objeto.

III - A História (res gestae) existe em si, objetivamente, e se oferece por meio dos documentos.

IV - É imprescindível ao historiador a reflexão teórica e filosófica.

Estão corretas as afirmativas

A) II e IV.

B) I e II.

C) III e IV.

D) I e III.

346. “A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa
experiência pessoal às das gerações passadas – é um dos fenômenos mais característicos e
lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente
contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por
isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais
importantes do que nunca no fim do segundo milênio.”

(HOBSBAWM, E. A Era dos extremos.O breve século XX. 1914-1991. São Paulo: Companhia das
Letras, 1995. p.13).

Com base nas questões suscitadas pelo texto acima é correto afirmar que:

A) Nossos jovens precisam de formação no campo da História

B) Não há políticas públicas para preservação de patrimônios que representem as gerações


passadas e a História.

C) Cabe apenas aos historiadores a arte de lembrar e preservar o passado.

D) A relação entre História e a memória carece do historiador e seu metiér.

E) A memória do passado é um fenômeno em extinção e cabe ao historiador recuperá-la


treinando a juventude.

347. François Furet orienta pedagogicamente a “história-problema” como percurso para que os
alunos sejam investidos de um novo estatuto epistemológico – aquele de sujeitos ativos de seus
processos de aprendizagem, diferentemente dos percursos tradicionais. Na perspectiva da
“história-problema”, é correto afirmar:

A) Para que a concepção de “história-problema” seja colocada em prática, é necessário que a


dinâmica de sala de aula também seja centrada na figura do professor, que se encarrega por sua
vez, de expor os conteúdos que, em seguida, devem ser memorizados pelos alunos.

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B) Na perspectiva da “história-problema”, o historiador abraça a pretensão de narrar tudo aquilo


que se passou de importante na história da humanidade para que os alunos possam ter
fundamentos históricos para problematizar os fatos, sejam do passado ou do presente.

C) A evolução recente da historiografia mostra que passamos de uma narração cronológica para
uma “históriaproblema” que visa o exame analítico de um problema, delimitando um período e
a parte do conjunto de acontecimentos em que está inserido, para o qual buscamos respostas,
nunca definitivas.

D) A preocupação da “história-problema” está em se comprometer com o desenvolvimento da


noção da temporalidade histórica, para que a História não perca o seu verdadeiro objeto que é
o estudo do tempo.

E) A problematização no processo dinâmico da sala de aula enfrenta obstáculos no processo de


constituição da cidadania, pois essa deve partir de um traço central sugerido pelos governantes
para não despencar para a concepção anárquica.

348. Assinale a alternativa correta.


A) Historiadores com Eric Hobsbawm, Perry Anderson e Edward Thompson, fazem suas próprias
interpretações do pensamento marxista. Na atualidade esta linha de pesquisa é denominada de
História Cultural.

B) Na segunda geração da Escola dos Analles, surgiu a História Nova, idealizada por Jacques Le
Goff e Pierre Nora.

C) Os trabalhos de Fernand Braudel foram muito influentes e marcaram a terceira geração da


Escola dos Analles.

D) A Escola dos Analles, surgiu na França (1929), através da revista Analles d´histoire
économique et sociale, criada por Marc Bloch e Lucien Febvre.

E) Os historiadores positivistas acreditam que a história deve ser escrita através da estrita
observação dos fatos que permitam revelar a verdade histórica, onde o historiador não poder
ser uma pessoa neutra.

349. Um dos nomes mais importantes da Escola dos Annales foi o historiador medievalista
francês Marc Bloch. Sua proposta epistêmica buscou romper com o paradigma positivista em
que a ciência histórica estava apoiada no início do século XX, problematizando a própria noção
de história, que naquele momento definia o passado como um dado rígido, inalterável. Em
Apologia da História, publicado em 1949 por Lucien Febvre ou O Ofício do Historiador (2002),
último texto escrito por Bloch, inacabado por causa da sentença de fuzilado imposta pela
Gestapo em 1944, na cidade francesa de Saint Didier de Formans, por ter participado da
Resistência em Lion contra o nazismo alemão, o referido livro traz grandes contribuições
metodológicas para as ciências humanas, tendo influenciado muitos historiadores como
Braudel, Duby, Le Goff, Ferro, Lepetit, entre outros. Dentre as contribuições conceituais
desenvolvidas pela Escola dos Annales, também chamada posteriormente de História Nova,
destacamos algumas noções desenvolvidas por essa corrente teórica:

I. História de longa duração;

II. História das mentalidades;

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III. História das multidões e das massas.

Indique a opção que representa os conceitos desenvolvidos por tal escola teórica:

A) I e III, apenas.

B) I e II, apenas.

C) II e III, apenas.

D) I, II e III.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D A D E A D E B A B

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
D D A B B C C B D E

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
B A D A B E E C D A

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
A B B A C E C C A A

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
C C B A E A A A B E

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C B C A E B C A C C

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
A C E B C D C C D B

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
A E A A B A A C B D

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81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
D A A E C D E A B B

91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
A A A A E Certo B C C C

101 102 103 104 105 106 107 108 109 110
C B C E C E D D A E

111 112 113 114 115 116 117 118 119 120
B E A C B E A B B C

121 122 123 124 125 126 127 128 129 130
D E C C D D C B B B

131 132 133 134 135 136 137 138 139 140
C A D A B C B B D B

141 142 143 144 145 146 147 148 149 150
A E E D A A C E E D

151 152 153 154 155 156 157 158 159 160
D A B D B D A A C B

161 162 163 164 165 166 167 168 169 170
E E A B B E A C E C

171 172 173 174 175 176 177 178 179 180
C A E B A A A E D A

181 182 183 184 185 186 187 188 189 190
C A A C D A A D D B

191 192 193 194 195 196 197 198 199 200
A D B B E D B C C E

201 202 203 204 205 206 207 208 209 210
A C C D D C D A D B

211 212 213 214 215 216 217 218 219 220
B A D B C B B E D B

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221 222 223 224 225 226 227 228 229 230
C D B A E A D C B E

231 232 233 234 235 236 237 238 239 240
B A D D B E D B C B

241 242 243 244 245 246 247 248 249 250
A B E D D E B B B D

251 252 253 254 255 256 257 258 259 260
B A E A E A D A A D

261 262 263 264 265 266 267 268 269 270
D E D D D A B D D C

271 272 273 274 275 276 277 278 279 280
B errado D A B C D D C B

281 282 283 284 285 286 287 288 289 290
E C D E A D E A E B

291 292 293 294 295 296 297 298 299 300
certo D A E B A A D E A

301 302 303 304 305 306 307 308 309 310
D E B D E A D D E B

311 312 313 314 315 316 317 318 319 320
B C B C C B E E C A

321 322 323 324 325 326 327 328 329 330
D D A A E D A D errado certo

331 332 333 334 335 336 337 338 339 340
D A certo E C C errado errado C certo

341 342 343 344 345 346 347 348 349


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