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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL

DISCIPLINA: ECOLOGIA

Tema:

Impacto das mudanças climáticas aos ecossistemas marinhos em moçambique, caso


de estudo as zonas costeiras em Moçambique

Nome:

Valéria Diamantino Boana

Maputo, Setembro de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM GESTÃO AMBIENTAL

DISCIPLINA: ECOLOGIA

Trabalho de Campo submetido ao Curso de Gestão Ambiental Departamento de Economia e


Gestão, como requisito para obtenção do grau académico de licenciatura em Gestão
Ambiental

Tema:

Impacto das mudanças climáticas aos ecossistemas marinhos em moçambique, caso


de estudo as zonas costeiras em Moçambique

O Estudante Os Tutores

Valéria Diamantino Boana MSc. Gerson Albino Moura Chitula

MSc. Jubeth Gabriel Miquicene Secane

MSc. Armando Massuanganhe

MSc. Ermelinda Xavier Maquenze

Maputo, Setembro de 2023


Índice

1. Introdução......................................................................................................................................4
2. Zonas costeiras em Moçambique e seu potencial econômico.........................................................5
2.1. Potencial econômico...................................................................................................................5
3. Mudanças climáticas e seus impactos sobre as populações e a biodiversidade na zona costeira de
Moçambique...........................................................................................................................................6
3.1. Mudanças climáticas e seus impactos sobre as populações........................................................6
3.2. Biodiversidade na zona costeira de Moçambique.......................................................................6
4. Principais ecossistemas costeiros em riscos resultantes das mudanças climáticas..........................7
4.1. Pescado.......................................................................................................................................7
4.2. Ameaças aos Mangais................................................................................................................7
5. Medidas de prevenção e mitigação dos ecossistemas costeiros face as mudanças climáticas.........8
6. Conclusão.......................................................................................................................................9
7. Referências Bibliográficas............................................................................................................10
1. Introdução
A zona costeira é uma área de extrema importância que compreende as componentes
terrestres e marinhas. Moçambique localiza-se na costa oriental de África, entre as Latitudes
10°20’ S e 26°50’ S. A linha de costa tem uma extensão de cerca de 2.770 Km de
comprimento, a plataforma continental tem uma área de aproximadamente 104 Km2,
estendendo-se até a profundidade de 200 m (Hoguane, 2007).

O clima local é húmido subtropical com a estação chuvosa de Novembro a Abril e uma
estação seca de Maio a Outubro. A precipitação e a temperatura média anual é cerca de 1200
mm, e ocorre maioritariamente durante o verão, entre os meses de Novembro e Abril e 25,6
°C respetivamente, o período mais chuvoso é de Dezembro a Março, no qual a precipitação
varia de 200 a 250 mm por mês (Hoguane, 2007).

A zona costeira moçambicana é um dos bens naturais mais cruciais e valiosos do país. Podem
ser encontrados nesta área grandes riquezas e diversidade de recursos que contribuem para
uma grande densidade populacional e ao aumento de atividades económicas (Malauene,
2019).

Os objetivos do presente trabalho e de trazer algumas informações sobre as mudanças


climáticas com seus impactos e as principais espécies que são afetados, também as formas de
mitigação das mudanças climáticas. Nos últimos tempos esta área tem sido objeto de diversos
projetos de exploração mineira devido a grandes descobertas de recursos naturais, que podem
contribuir para uma alteração do meio ambiente costeiro e consequências bióticas irrevisíveis.
2. Zonas costeiras em Moçambique e seu potencial econômico
A zona costeira moçambicana abarca dez das onze províncias do país, a saber: Cabo Delgado,
Niassa, Nampula, Zambézia, Sofala, Inhambane, Gaza, Maputo Província, Maputo Cidade e
Tete. 40 dos 128 distritos e 10 das 23 cidades do país, estão localizados na zona costeira, o
que implica que cerca de 40% da população Moçambicana vive na zona costeira (Hoguane,
2007).

Imagem 1: Costa Moçambicana e pescadores.


Estudos realizados nas zonas costeiras de Moçambique apontam em termos gerais que a
destruição dos recursos costeiros é impulsionada principalmente por fatores de origem
antrópica, com destaque na crescente urbanização, no aumento da atividade turística com
baixa fiscalização e na crescente dependência das comunidades locais com os recursos
costeiros (Malauene, 2019).

2.1. Potencial econômico


O território Moçambicano apresenta cerca de 2.700 km de linha da costa, caracterizado por
elevada diversidade de habitats extremamente sensíveis como as dunas, recifes de corais,
praias arenosas, praias rochosas, ervas marinhas, mangais, baías, sistemas estuarinos e
pantanosos. Devido ao seu potencial e valor económico, a maior parte da costa é habitada por
40% da população, nela se desenvolvem as principais atividades económicas e de subsistência
(Malauene, 2019).

A maior parte da população moçambicana que vive na faixa costeira e nas grandes massas de
águas no interior do país, pois dependem fortemente da pesca para garantir a sua segurança
alimentar, e é uma das principais fontes de emprego e meio de subsistência da comunidade
costeira. Portanto, o consumo do pescado tem sido uma das bases na segurança nutricional do
consumidor.

Alem disso também tem ajudado bastante na economia com o turismo e com a exportação do
pescado, de acordo com estudo feito por MIMAIP 2021, nas exportações do pescado o
governo referiu um total de cerca de 11 mil toneladas, correspondentes a um crescimento de
15%, comparativamente ao ano transato, tendo como principais produtos em destaque o
camarão, com 2.800 toneladas, seguido de peixe, com 1.700 toneladas, e do caranguejo de
mangal, com 1.250 toneladas (Capaina, 2021).

3. Mudanças climáticas e seus impactos sobre as populações e a biodiversidade na


zona costeira de Moçambique

3.1. Mudanças climáticas e seus impactos sobre as populações


Mudanças climáticas, como o próprio termo indica, referem-se a mudanças no clima que estão
ocorrendo em todo o planeta e que apresentam efeitos que já podem ser vistos em várias de
suas partes (Bastique, 2017).
Mudanças climáticas constituem uma ameace sem precedentes para a humanidade e
biodiversidade, o clima esta a mudar devido as emissões de gases com efeito de estufa para a
atmosfera e as profundas alterações no uso dos solos, ambas provocadas pelas atividades
humanas (Bastique, 2017).

3.2. Biodiversidade na zona costeira de Moçambique


As grandes concentrações populacionais e o desenvolvimento de algumas atividades
económicas ao longo da costa moçambicana têm originado uma grande pressão sobre os
ecossistemas costeiros e marinhos, e os recursos associados. Para além disto, este cenário é
agravado pela fraca capacidade institucional para levar a bom termo uma planificação e
coordenação das atividades económicas que decorrem nestas áreas (Hoguane, 2007).

Algumas populações animais, principalmente as que possuem uma distribuição geográfica


limitada, habitats específicos ou populações reduzidas poderão não conseguir adaptar-se a
futuras alterações do clima, existindo risco de extinção principalmente em espécies com
baixas capacidades de reprodução e dispersão (Bastique, 2017).

4. Principais ecossistemas costeiros em riscos resultantes das mudanças climáticas


Os ecossistemas costeiros particularmente em risco incluem pântanos, ecossistemas de
mangais, terras húmidas litorais, praias arenosas, os recifes corais e os deltas dos rios.

Extinção de várias espécies, derretimento das geleiras e aumento do nível do mar são apenas
algumas das consequências desencadeadas pelo aumento da temperatura global (June, 2007 ).

4.1. Pescado
As mudanças climáticas têm impactos físicos nos ecossistemas nas águas dos rios e no
ambiente marinho onde a as atividades de pescas são desenvolvidas. A água e a temperatura
do ar estão previstas que suba nas zonas de latitudes médias e altas (June, 2007 ).

Mudanças climáticas poderão trazer impactos dramáticos na produção pesqueira, que poderá
afetar o suprimento de proteína e óleos derivados dos peixes à população local. Qualquer
aumento da intensidade e frequência de eventos extremos climáticos tais como ciclones,
cheias e secas trarão impactos negativos na produção aquícola e resultará na destruição
significativa de infra estruturas (June, 2007 ).
4.2. Ameaças aos Mangais
Os mangais têm a habilidade de controlar a qualidade da água costeira pois equilibra as
flutuações de salinidade na zona costeira. Atuam juntamente com as ervas marinhas na
retenção de partículas (sedimentos) e a assimilação de nutrientes provenientes dos rios (June,
2007 ).

Fenómenos naturais como tempestades ou tufões, correntes, pestes e doenças, movimento de


sedimentos, seca e cheias são alguns fenómenos naturais que ameaçam a existência dos
mangais. Porém a causa primária da perda de áreas de mangal tem sido atribuída a atividade
humana (June, 2007 ).

O valor económico dos produtos naturais (recursos naturais) e os serviços ecológicos


prestados e gerados pelos mangais não foram reconhecidos durante muitos anos e ainda são
geralmente subestimados. Como consequência este ecossistema tem sido o candidato a ser
convertido em zonas de atividade de desenvolvimento de larga escala (June, 2007 ).

Figura 2: Seca do mangal e cheias.

5. Medidas de prevenção e mitigação dos ecossistemas costeiros face as mudanças


climáticas
Para sanar esses problemas, deve se reduzir a emissão de gases do efeito estufa, tanto
reduzindo o desmatamento das florestas, quanto reduzindo a queima de combustíveis fósseis
nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento, enquanto a adaptação busca
reduzir seus efeitos danosos e explorar possíveis oportunidades.

Assegurar a inclusão de todos os atores incluindo órgãos de tomada de decisão, académicos,


profissionais das diferentes áreas, os médios, sociedade civil, organizações comunitárias de
base e grupos alvo específicos, como segmentos do sector privado

Desenvolver e coordenar, em estreita ligação com as instituições de investigação nacionais,


programas de pesquisa em mudanças climáticas. Promover e desenvolver investigação sobre
soluções de adaptação e mitigação exequíveis no contexto moçambicano

Desenvolver progressivamente consciência de mudanças climáticas e adaptação nos sectores


públicos e privados, bem como no público em geral. Providenciar assessoria técnica e
influenciar decisões que promovem a adaptação do país às mudanças climáticas em todos os
sectores da sociedade.

6. Conclusão
As cidades costeiras são particularmente vulneráveis aos impactos decorrentes das mudanças
climáticas e suas consequências, como o aumento do nível do mar, as ondas de calor,
inundações e secas. No caso de cidades costeiras brasileiras, deficiências na infraestrutura
urbana e concentração de moradores pobres em situação de risco, acentuam essa
vulnerabilidade.
Impactos de mudanças climáticas hoje já observados incluem o aumento na intensidade de
chuvas que provocam instabilidades nas áreas costeiras, inclusive cidades, que sofrem com
inundações e deslizamentos. Em longo prazo, esse fenômeno, associados ao aumento das
tempestades e ventos, pode resultar em maior intensidade de ressacas, gerando efeitos
negativos para a estrutura de linha das praias.
A vulnerabilidade das cidades costeiras a inundações decorre também do aumento da
população, principalmente da acumulação de deficiências no planeamento e gestão da cidade,
aspetos que só poderão ser superados a médio e longo prazo, embora demandem desde o
presente momento uma série de ações efetivas tendo como suporte os estudos já realizados.
Medidas de mitigação são necessárias para reduzir o risco de mudanças nos extremos
climáticos e de elevação do nível medio do mar e os seus impactos na população em geral,
através de redução de vulnerabilidade e medidas de adaptação.
7. Referências Bibliográficas
Bastique, T. (2017). MUDANÇAS CLIMATICAS E . Quelimane: Direcção Provincial da
Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural.

Capaina, N. (2021). CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR DAS PESCAS EM MOÇAMBIQUE.


Observatório do Meio Rural (OMR).

Capaina, N. (2021). MACROECONOMIA DAS PESCAS. Observatório do Meio Rural


(OMR).

Hoguane, A. M. (2007). Perfil Diagnóstico da Zona Costeira de Moçambique. Universidade


Eduardo Mondlane, Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras, Chuabo
Dembe, P.O.Box 128,. Revista de Gestão Costeira Integrada.

June, L. W. ( 2007 ). VULNERABILIDADE CLIMATICA NAS ZONAS COSTEIRA. Maputo.

Malauene, A. E. (2019). GESTÃO DOS RECURSOS COSTEIROS: UMA ANÁLISE DA


PARTICIPAÇÃO LOCAL NA ZONA COSTEIRA DA PRAIA DE BILENE,
PROVÍNCIA DE GAZA – MOÇAMBIQUE. Niteroi: Universidade Federal Fluminense.

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