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Além disso, à medida que a sociologia organizacional expandiu sua visão do ambiente,
passando a considerar as organizações como sistemas abertos, os custos de transação
também se tornaram relevantes para entender as relações entre organizações e seu
contexto. A interdependência entre organizações e os custos associados à coordenação e
à colaboração tornaram-se áreas de interesse crescente.
De acordo com essa teoria, os principais contratam os agentes para desempenhar tarefas
ou tomar decisões em seu nome. No entanto, os agentes nem sempre agem no melhor
interesse dos principais, podendo agir em busca de seus próprios interesses. Essa
discordância de interesses pode dar origem a problemas de agência, que incluem
comportamento oportunista, assimetria de informações, conflitos de interesse e custos
de monitoramento.
Além disso, sistemas de remuneração, como bônus e opções de ações, são projetados
para alinhar os interesses dos agentes com o desempenho e os resultados da
organização. A teoria da agência também lida com a assimetria de informações, na qual
os agentes muitas vezes têm acesso a informações privilegiadas. Para resolver esse
problema, mecanismos de sinalização, divulgação de informações e auditorias são
implementados para reduzir a assimetria de informações e construir confiança entre as
partes envolvidas. Dessa forma, a teoria da agência oferece uma estrutura conceitual
valiosa para entender e resolver os desafios decorrentes das relações entre agentes e
principais em organizações, garantindo que os interesses das partes envolvidas se
alinhem de maneira eficaz e contribuam para o sucesso da organização.
A teoria institucional é uma abordagem que nos ajuda a entender como as instituições
sociais, como regras, normas e valores compartilhados, exercem influência sobre as
organizações e as pessoas. Ela parte do princípio de que as instituições desempenham
um papel fundamental na orientação do comportamento humano e nas decisões
organizacionais.
Para completar, vale mencionar que a teoria institucional não se limita apenas ao nível
nacional. Ela também considera o isomorfismo institucional em nível global,
reconhecendo que instituições internacionais desempenham um papel crescente na
configuração das práticas organizacionais.
A teoria dos campos oferece uma perspectiva alternativa e profunda para entender a
vida social, indo além das análises macro e micro. Ela concentra-se nas interações entre
os atores em uma ordem social intermediária chamada "campo". Nesse campo, existem
regras, posições e recursos, e os atores têm uma compreensão dessa ordem, permitindo-
lhes interpretar as ações dos outros e responder a elas. Os campos são as arenas onde
ocorre o jogo sociológico de disputa por posições e recursos.
A teoria do campo, com sua abordagem abrangente e rica, detém um imenso potencial
para lançar luz sobre uma ampla variedade de interações sociais em diversos contextos.
Essa perspectiva teórica oferece um conjunto valioso de ferramentas conceituais que
podem ser aplicadas para investigar e compreender questões sociológicas cruciais que
permeiam nossa sociedade.
A teoria dos campos representa uma abordagem dinâmica e rica para a compreensão da
complexidade inerente às interações sociais. Ela não apenas ajuda a decifrar como os
atores sociais navegam em ambientes interativos, mas também lança luz sobre as
estruturas subjacentes que moldam e influenciam essas interações. Ao reconhecer o
papel crucial das regras, posições e recursos nos campos sociais, podemos ganhar uma
compreensão mais profunda das forças que impulsionam a mudança social, a
estabilidade e a contestação.
Assim, a teoria dos campos se destaca como uma ferramenta valiosa e flexível para os
sociólogos e pesquisadores sociais, oferecendo insights fundamentais para abordar
questões contemporâneas complexas, como desigualdade, poder, transformações
organizacionais e dinâmicas culturais. Seu potencial é vasto, e seu papel na expansão do
conhecimento sociológico continuará a ser fundamental.
2.9) Financeirização.