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1) O que é a Teoria das Organizações?

(em torno de 200 palavras)

2) Defina as seguintes perspectivas teóricas (em torno de 200 palavras


cada perspectiva)

2.1) Economia dos custos de transação;

No contexto do desenvolvimento da sociologia organizacional, os custos de transação


ganham relevância à medida que as organizações evoluem de estruturas simples e
hierárquicas para sistemas complexos e descentralizados. A transição das abordagens
iniciais de engenharia e orientação social para teorias como a teoria do custo de
transação reflete a crescente consciência de que as organizações são sistemas de
coordenação e interação que envolvem custos específicos.

Os custos de transação englobam os recursos investidos na realização de transações


econômicas dentro e entre organizações. Isso inclui custos de busca por informações,
negociação, monitoramento e garantia de cumprimento de contratos. Conforme as
organizações se tornam mais complexas e se relacionam com ambientes dinâmicos, os
custos de transação podem aumentar. Essa perspectiva teórica levou à compreensão de
que as escolhas organizacionais, como a terceirização e a descentralização, são
influenciadas pelos custos de transação. Por exemplo, as organizações podem optar por
terceirizar atividades que tenham altos custos de transação, enquanto mantêm
internamente aquelas com custos mais baixos.

Além disso, à medida que a sociologia organizacional expandiu sua visão do ambiente,
passando a considerar as organizações como sistemas abertos, os custos de transação
também se tornaram relevantes para entender as relações entre organizações e seu
contexto. A interdependência entre organizações e os custos associados à coordenação e
à colaboração tornaram-se áreas de interesse crescente.

Portanto, os custos de transação desempenham um papel central na evolução da


sociologia organizacional, fornecendo uma lente teórica valiosa para entender como as
organizações se adaptam às mudanças ambientais, tomam decisões estratégicas e
gerenciam suas interações com outras entidades. Essa perspectiva ajuda a explicar por
que as organizações adotam estruturas e estratégias específicas em resposta aos desafios
do ambiente em constante transformação.

2.2) Teoria da agência;

A teoria da agência é uma abordagem fundamental para compreender as complexas


relações contratuais que ocorrem dentro de organizações. Ela se concentra na análise
das dinâmicas que surgem quando há divergência de interesses entre os agentes, como
gerentes e funcionários, e os principais, como proprietários e acionistas, em uma
estrutura organizacional.

De acordo com essa teoria, os principais contratam os agentes para desempenhar tarefas
ou tomar decisões em seu nome. No entanto, os agentes nem sempre agem no melhor
interesse dos principais, podendo agir em busca de seus próprios interesses. Essa
discordância de interesses pode dar origem a problemas de agência, que incluem
comportamento oportunista, assimetria de informações, conflitos de interesse e custos
de monitoramento.

Para mitigar esses problemas, a teoria da agência enfatiza a necessidade de implementar


mecanismos de governança e incentivos adequados. Contratos detalhados podem ser
estabelecidos para definir claramente as responsabilidades e incentivos dos agentes,
enquanto o monitoramento eficaz pode ser usado para supervisionar as ações dos
agentes e reduzir comportamentos oportunistas.

Além disso, sistemas de remuneração, como bônus e opções de ações, são projetados
para alinhar os interesses dos agentes com o desempenho e os resultados da
organização. A teoria da agência também lida com a assimetria de informações, na qual
os agentes muitas vezes têm acesso a informações privilegiadas. Para resolver esse
problema, mecanismos de sinalização, divulgação de informações e auditorias são
implementados para reduzir a assimetria de informações e construir confiança entre as
partes envolvidas. Dessa forma, a teoria da agência oferece uma estrutura conceitual
valiosa para entender e resolver os desafios decorrentes das relações entre agentes e
principais em organizações, garantindo que os interesses das partes envolvidas se
alinhem de maneira eficaz e contribuam para o sucesso da organização.

2.2) Visão Baseada em recursos;

2.4) Dependência de recursos;

2.5) Análise de redes sociais

2.6) Teoria institucional;

A teoria institucional é uma abordagem que nos ajuda a entender como as instituições
sociais, como regras, normas e valores compartilhados, exercem influência sobre as
organizações e as pessoas. Ela parte do princípio de que as instituições desempenham
um papel fundamental na orientação do comportamento humano e nas decisões
organizacionais.

Um dos conceitos-chave dessa teoria é o isomorfismo, que se refere à tendência das


organizações de se assemelharem às instituições dominantes em seu contexto. Isso pode
acontecer de várias maneiras, seja devido a pressões externas, como regulamentações
governamentais (isomorfismo coercitivo), à imitação de organizações bem-sucedidas
(isomorfismo mimético) ou à adaptação às normas e valores da profissão ou setor
(isomorfismo normativo).
A busca pela legitimidade é outro elemento central. As organizações almejam ser
reconhecidas socialmente como legítimas e valiosas. Para isso, muitas vezes, procuram
adotar práticas e estratégias que estejam em conformidade com as instituições
dominantes em seu ambiente.

Além disso, a teoria institucional destaca a importância do ambiente institucional de


uma organização, que inclui todas as instituições que a rodeiam. Mudanças nesse
ambiente podem ter um impacto significativo nas decisões e ações das organizações.

Para completar, vale mencionar que a teoria institucional não se limita apenas ao nível
nacional. Ela também considera o isomorfismo institucional em nível global,
reconhecendo que instituições internacionais desempenham um papel crescente na
configuração das práticas organizacionais.

2.7) Teoria dos campos;

A teoria dos campos oferece uma perspectiva alternativa e profunda para entender a
vida social, indo além das análises macro e micro. Ela concentra-se nas interações entre
os atores em uma ordem social intermediária chamada "campo". Nesse campo, existem
regras, posições e recursos, e os atores têm uma compreensão dessa ordem, permitindo-
lhes interpretar as ações dos outros e responder a elas. Os campos são as arenas onde
ocorre o jogo sociológico de disputa por posições e recursos.

As raízes intelectuais da teoria do campo têm influências de pensadores como Max


Weber, Kurt Lewin, fenomenologia e interacionismo simbólico. Ela destaca três
elaborações importantes dessa teoria: a teoria dos campos de Pierre Bourdieu, a
abordagem neo-institucional dos "campos organizacionais" de DiMaggio e Powell, e o
modelo de "campos de ação estratégica" proposto por Fligstein e McAdam. Essas
abordagens são examinadas em relação a dois problemas fundamentais da teoria
sociológica: como os campos sociais surgem, se reproduzem e mudam, e como
conceber a agência e os atores.

A teoria do campo, com sua abordagem abrangente e rica, detém um imenso potencial
para lançar luz sobre uma ampla variedade de interações sociais em diversos contextos.
Essa perspectiva teórica oferece um conjunto valioso de ferramentas conceituais que
podem ser aplicadas para investigar e compreender questões sociológicas cruciais que
permeiam nossa sociedade.

Ao aprimorar nossa compreensão das diferenças entre as diferentes teorias do campo,


podemos criar um terreno fértil para a inovação intelectual e o desenvolvimento de
abordagens mais refinadas. Isso nos permite avaliar a aplicabilidade de diferentes
perspectivas teóricas em cenários específicos e adaptá-las de maneira a obter insights
mais precisos e perspicazes sobre as dinâmicas sociais em jogo.

A teoria dos campos representa uma abordagem dinâmica e rica para a compreensão da
complexidade inerente às interações sociais. Ela não apenas ajuda a decifrar como os
atores sociais navegam em ambientes interativos, mas também lança luz sobre as
estruturas subjacentes que moldam e influenciam essas interações. Ao reconhecer o
papel crucial das regras, posições e recursos nos campos sociais, podemos ganhar uma
compreensão mais profunda das forças que impulsionam a mudança social, a
estabilidade e a contestação.

Assim, a teoria dos campos se destaca como uma ferramenta valiosa e flexível para os
sociólogos e pesquisadores sociais, oferecendo insights fundamentais para abordar
questões contemporâneas complexas, como desigualdade, poder, transformações
organizacionais e dinâmicas culturais. Seu potencial é vasto, e seu papel na expansão do
conhecimento sociológico continuará a ser fundamental.

2.8) Teoria dos movimentos sociais;

2.9) Financeirização.

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