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Enfoque Prescritivo:
O Desenvolvimento Organizacional
Sempre faço o que não consigo fazer para aprender o que não sei.
Pablo Picasso
8.1 Introdução
Simon, Smithburg e Thompson, procurando explicar a relação entre duas
tendências no estudo da administração, sejam elas quais forem, o estudo do
comportamento humano nas organizações e das técnicas utilizáveis para
torná-las mais eficientes, recorrem a uma analogia com a medicina e a bio-
logia, afirmando que, da mesma forma que a prática da medicina só pode
progredir à medida que progride o conhecimento científico da biologia, as
técnicas da organização eficiente não podem desenvolver-se se a teoria do
comportamento humano não progredir na organização.
O interesse dessa analogia é múltiplo. Em primeiro lugar, porque procura
mostrar o caráter simplista da maioria dos manuais de administração, que
apresentam “soluções de bolso” para todos os problemas administrativos,
sugerindo a necessidade prévia de conhecimento científico para a articu-
lação de uma estratégia de atuação sobre a realidade. Em segundo lugar,
porque não se limita ao pressuposto ingênuo de que basta conhecer a reali-
dade para atuar sobre ela. Finalmente, porque tem o dom quase profético
de imaginar que no momento em que a teoria das organizações atingisse
um nível apreciável de formalização clamaria, ela própria, pela operacio-
nalização de seus conceitos.
Teceia Geral da Administração m Editora Thumsos
e materiais componentes;
* padrões de qualidade.
c) Mudanças na organização:
* estrutura da organização e atribuição de responsabilidades;
níveis de supervisão;
extensão de delegação de padrões;
tamanho e natureza dos grupos de trabalho;
* supervisão dos grupos de trabalho;
colocação de indivíduos em tarefas específicas.
d) Mudanças no ambiente de trabalho:
* condições de trabalho;
º sistemas de recompensa e punição;
* padrões de desempenho;
* diretrizes e métodos de ação (Judson, 1969, p. 24-26).
— Estratégia Educacional
|
Desenvolvimento
Organizacional
pI Mudança Planejada
a Comportamento
baseado na experiência
251
Teoria Geral ca Administração m Editora Timsor
é o levantamento
passo das relações entre os participantes indivi-
duaise a organização. Desse, costumam surgir alterações de ordem
comportamental.
d) Avaliação - Esse processo não é feito de forma linear, como a
primeira definição típica de uma visão de “engenharia organiza-
cional”. A visão de desenvolvimento organizacional de Lawrence e
Lorsch explicita bem esse caráter interativo. Esses autores propõem,
além do le vantamento da situação, outras três etapas: planejamento
da mudança, implementação e follow-up e avaliação. Esse pro-
cesso, porém, funciona como um circuito fechado, isto é, o resultado
da avaliação implica alteração do diagnóstico e assim por diante.
Evidentemente, há um momento em que o processo ganha uma
dinâmica própria, sem necessidade de interferência externa.
Situação
Diagnóstico
Situação Desejada
Planejamento de Ação
(método de mudança, sequência)
Implementação e
follow-up
Conjunto de Aspectos
A LR
Cognitivos e Emacionais
Mucança Modesta
de Comportamento
Diferentes
Orientações Novos Sistemas de
e Valores Recompensa
Novos Padrões
de Liderança
emo
Mugança Básica
de Comportamento
* segurança psicológica;
* diversidade de insumos;
* compromisso interno ou pessoal em buscar a solução:
* alguma estrutura ou limites à situação de busca de solução;
* alguma competição positiva.
Teoria Geral Ca Administração m Eitora Thomson
RT RU
RA ET] Cognitivos e Emocianais
Linhagem,
Reiações Sociais
Favoritismo, Mério.
au Ardiguidade
Corrupção
Arbitrarigdade ou Treinamento na
Hereditariadade Organização
Tradição Legalisticas,
ALR Du Capricho Rigidas
Depende ia
ro o e
de Favores
et Passoal,
dos Cliontes
“jeuoroun) BAnjnujsa
Sjuapisad
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Tecria Gural da Administração m Editara Thomson
diria [Aos
LU fgrE Lira esa gar Dc
Eie ES
Treinamento Potencialidade e
Seleção Específico Educação Generalizada
EP Legalística, Pragmáticas,
e Rigidas Temporárias
Baseado na
Você, certamente, terá notado que a todo o momento estamos nos refe-
rindo a estruturas adequadas ou não a determinados tipos de organização.
Na verdade, essa idéia decorre da evolução da teoria das organizações, que,
chamando a atenção para suas semelhanças, evidenciou também suas dife-
renças. À nosso ver, a escolha do tipo certo de estrutura para uma dada
organização ou unidade é uma das tarefas fundamentais do espe-
cialista em desenvolvimento organizacional. Essa é uma tese também
esposada por Lawrence e Lorsch, mas que tem merecido pouca atenção por
parte de outros autores.
Para Lawrence e Lorsch, o desenvolvimento organizacional não
é apenas uma estratégia educacional, mas também uma interven-
ção nos aspectos estruturais da organização, isto é, na divisão do
trabalho, na rede de comunicações etc., bem como na estratégia
das transações com o ambiente (Lawrence e Lorsch, 1969).
Teoria Gural da Administração m Editora Thamsan
ox prR ge
Colocação
Ecras açes qu | novação.
CTT Gistriduição Ex: e íbrca
Concreto Ex.: "Fábricas de Plástico"
de Contêineres”
Obtenção de Obtenção de
[et Suporte pará Consenso
Et it o Objativo Ex.: Partidos
Ex. Universidade Políticos
Figura 8.10 Os modelos de Thompson e Bates — política administrativa & tipo de organização,
* a promulgação de regras;
* o poder de voto e a admissão e demissão de pessoal nas mãos do con-
junto dos participantes.
que sua utilização é tão mais adequada quanto mais mutável for o ambiente
em que a organização opera, menos rotinizadas forem as tarefas, mais com-
plexa for a tecnologia e mais importante for a qualidade do processo
decisório. Em suma, embora tais técnicas possam ser úteis para organiza-
ções que funcionam eficientemente com estruturas burocráticas, sua adoção
é mais necessária quando as características da organização pedem tipos
alternativos de estrutura.
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