Aft Direito Constitucional Meta 03 Poder Constituinte 1

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DIREITO CONSTITUCIONAL

META 03

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PRÉ-EDITAL AFT
DIREITO CONSTITUCIONAL – META 03

SUMÁRIO

DIREITO CONSTITUCIONAL – META 03 .................................................................................................... 5

REVISÃO DA DOUTRINA (RESUMO + QUESTÕES) ............................................................................5


1. CONCEITO DE PODER CONSTITUINTE .............................................................................................5
2. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO (INICIAL, INAUGURAL, GENUÍNO OU DE 1º GRAU).5
2.1. Características do Poder Constituinte ....................................................................................................7
2.2. Espécies de Poder Constituinte Originário ........................................................................................8
2.3. Natureza jurídica do Poder Constituinte Originário .......................................................................9
2.4. Limites ao Poder Constituinte Originário ..................................................................................11
2.5. Titularidade do Poder Constituinte Originário ...............................................................................12
2.6. Legitimidade ....................................................................................................................................13
3. PODER CONSTITUINTE DERIVADO (INSTITUÍDO, CONSTITUÍDO, SECUNDÁRIO, DE 2º
GRAU OU REMANESCENTE) ............................................................................................................................14
3.1. Poder Constituinte Derivado Reformador .......................................................................................15
3.2. Poder Constituinte Derivado Decorrente ..................................................................................22
3.3. Poder Constituinte Derivado Revisor ................................................................................................24
3.4. Poder Constituinte Difuso ............................................................................................................24
4. PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL ..........................................................................................24
QUESTÕES PROPOSTAS ..................................................................................................................................29

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DIREITO CONSTITUCIONAL – META 03

DIREITO CONSTITUCIONAL – META 03

TEMA DO DIA

Poder Constituinte

REVISÃO DA DOUTRINA (RESUMO + QUESTÕES)

1. CONCEITO DE PODER CONSTITUINTE

Segundo Canotilho, o Poder Constituinte se revela como uma questão de “poder”, “força” ou

“autoridade” política que, em uma situação concreta, pode criar, garantir ou eliminar uma

Constituição entendida como lei fundamental da comunidade política. A titularidade do poder

constituinte, como aponta a doutrina moderna, pertence ao POVO.

“O poder constituinte é a energia (ou força) política que se funda em si mesma, a expressão

sublime da vontade de um povo em estabelecer e disciplinar as bases organizacionais da

comunidade política. Autoridade suprema do ordenamento jurídico, exatamente por ser anterior a

qualquer normatização jurídica, o poder é o responsável pela elaboração da Constituição, esta norma

jurídica superior que inicia a ordem jurídica e lhe confere fundamento de validade.” (MASSON, 2021,

p. 99).

Emmanuel Joseph Sieyès: Autor relevante para memorização conhecido como o precursor dos

estudos sobre poder constituinte.

A doutrina aponta a existência de três poderes constituintes: originário, derivado e difuso, que

serão abordadas ao longo dessa rodada.

2. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO (INICIAL, INAUGURAL, GENUÍNO OU DE 1º GRAU)

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“O Poder Constituinte é responsável pela escolha e formalização do conteúdo das normas

constitucionais. O adjetivo “originário” é empregado para diferenciar o poder criador de uma nova

constituição daqueles instituídos para alterar o seu texto (Poder Constituinte Derivado) ou elaborar

as constituições dos Estados-membros da federação (Poder Constituinte Decorrente). O Poder

Constituinte Originário pode ser definido, portanto, como um poder político, supremo e originário,

responsável por estabelecer a constituição de um Estado” (NOVELINO, 2017, p. 71).

Em resumo, o Poder Constituinte originário é aquele que elabora e impõe a vigência de uma

Constituição de um Estado. O Poder Constituinte Originário instaura uma nova ordem jurídica,

rompendo por completo com a ordem jurídica precedente.

De acordo com o Luís Roberto Barroso (2011, p. 95), o Poder Constituinte está presente desde

as primeiras organizações políticas. Por sua vez, a teoria do Poder Constituinte somente aparece com

o constitucionalismo moderno.

Segundo Novelino (2017, p. 71), o Poder Constituinte originário manifesta-se em algumas

formas típicas:

A) Revolução: triunfo de um novo direito ou novo fundamento de validade para o sistema

jurídico. Ex.: Constituição Francesa de 1787 e Constituições após golpes de Estado

B) Criação de um novo Estado: atualmente, a xciração de novos estados ocorre nos casos de

divisão de um país ou união ou pela emancipação de uma colônia ou libertação de dominação. Ex.:

fim do colonialismo europeu ao longo dos Séculos XIX e XX e desmantelamento da União Soviética;

C) Derrota na guerra: I e II Guerras Mundiais

D) Transição política pacífica: geralmente associada à transição para uma democracia

constitucional. Final do Século XX – Constituição de 1988

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2.1. Características do Poder Constituinte

• Inicial: Inaugura toda a normatividade jurídica, ou seja, não existe nenhum poder anterior ou

acima dele;

“Vê-se, pois, que o poder é o ponto a partir do qual o Direito começa.

Exatamente por isso, ele não pode integrar à ordem jurídica que ele mesmo

inicia, tampouco ser regido por ela. Como o poder constituinte também não

se conecta a ordem jurídica anterior, por ele rompida, a conclusão é a de que

ele não pertence a ordem jurídica alguma, por isso não pode ser objeto de

nenhuma delas.” (MASSON, 2021, p. 105)

• Autônomo: NÃO convive com nenhum outro poder que tenha a mesma hierarquia. Cabe

apenas ao seu titular a escolha do conteúdo que será consagrado na Constituição Federal;

• Incondicionado ( juridicamente): Não se sujeita a nenhuma outra norma jurídica, de forma ou

de conteúdo, para se manifestar;

• Ilimitado: para parte da doutrina, o Poder Constituinte originário não encontra limites. No

entanto, conforme será abordado existe corrente que defende a presença de limites

transcendentes, imanentes e heterônomos a essa manifestação de poder;

• Latente: É atemporal, contínuo, pois está pronto para ser acionado a qualquer momento.

“Diz-se ser o poder permanente, pois ele não se esgota quando da conclusão da Constituição.

Ele permanece, em situação de latência, podendo ser ativado quando um novo “momento

constituinte”, de necessária ruptura com a ordem estabelecida, se apresentar. O poder,

portanto, não desaparece quando finaliza seus trabalhos e institui um novo Estado jurídico,

segue em estado de “hibernação” pois permanece com o povo.”(MASSON, 2021, p. 105)

OBSERVAÇÃO!

Ausência de direito adquirido frente ao poder constituinte originário: Direitos adquiridos


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são aqueles que o indivíduo passou a ter direito, mas ainda nãos realizou. De acordo com

Masson (2021, p. 106-107), não há direitos adquiridos frente a uma nova Constituição diante

das características de ser o poder constituinte inicial, incondicionado e ilimitado sob o aspecto

jurídico.

É admitido o controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas

produzidas pelo poder constituinte originário?

Em virtude do princípio da unidade normativa e do caráter rígido da Constituição

brasileira, admite-se no Brasil o controle de constitucionalidade apenas das normas

constitucionais que foram inseridas na Constituição pela via das emendas

constitucionais.

O STF não admite a tese das normas constitucionais inconstitucionais, ou seja, de

normas contraditórias advindas do poder constituinte originário. Assim, se o intérprete

da Constituição se deparar com duas ou mais normas aparentemente contraditórias,

deverá compatibilizá-las, de modo que ambas continuem vigentes. Isso porque o

princípio da unidade da Constituição afasta a tese de hierarquia entre os dispositivos

da Constituição.

2.2. Espécies de Poder Constituinte Originário

De acordo com o Marcelo Novelino, é possível dividir o Poder Constituinte Originário em

algumas espécies: (NOVELINO, 2017, p. 71):

I- Quanto ao modo de deliberação constituinte:

a) Poder Constituinte Concentrado (ou Demarcado): o surgimento da constituição resulta da

deliberação formal de um grupo de agentes, como no caso das constituições escritas;

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b) Poder Constituinte Difuso: a constituição é resultante de um processo informal em que a

criação de suas normas ocorre a partir da tradição de uma determinada sociedade, como ocorre

com as constituições consuetudinárias. Também é chamado de mutação constitucional.

II- Quanto ao momento de manifestação:

a) Poder Constituinte Histórico: responsável pelo surgimento da primeira constituição de um

Estado (exemplo: constituição brasileira de 1824);

b) Poder Constituinte Revolucionário: elabora as constituições posteriores a partir de uma

revolução (constituição brasileira de 1937) ou de uma transição constitucional (constituição

brasileira de 1988).

III- Quanto ao papel na elaboração do documento constitucional:

a) Poder Constituinte Material: é o responsável por definir o conteúdo fundamental da

constituição, elegendo os valores a serem consagrados e a ideia de direito que irá prevalecer.

b) Poder Constituinte Formal: formaliza no plano normativo as escolhas políticas do Poder

Constituinte Material.

OBSERVAÇÃO:

“O Poder Constituinte Material precede o Formal em dois aspectos: (I) logicamente, porque 'a

ideia de direito precede a regra de direito; o valor comanda a norma; a opção política fundamental, a

forma que elege para agir sobre os fatos; a legitimidade, a legalidade'; e (II) historicamente, pois o

triunfo de certa ideia de direito ou nascimento de certo regime ocorre antes de sua formalização”

(NOVELINO, 2017, p. 72).

2.3. Natureza jurídica do Poder Constituinte Originário

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A NATUREZA DO PODER CONSTITUINTE É JURÍDICA OU EXTRAJURÍDICA?

Existem duas correntes doutrinárias (NOVELINO, 2017, p. 73):

a) Positivistas (Carl Schmitt): o Poder Constituinte é anterior e se encontra

acima de toda e qualquer norma jurídica, devendo ser considerado um poder político

(extrajurídico ou de fato) resultante da força social responsável por sua criação. Em

razão de sua natureza essencialmente revolucionária, o Poder constituinte estaria

liberado de valores referentes à sua legitimidade. Por ter o seu sentido na existência

política, o sujeito do Poder Constituinte poderia fixar livremente o modo e a forma da

existência estatal a ser consagrada na constituição, sem ter que se justificar em uma

norma ética ou jurídica.

- Características essenciais sob a óptica positivista:

I- inicial, por não existir nenhum outro antes ou acima dele;

II- autônomo, por caber apenas ao seu titular a escolha do conteúdo a ser

consagrado na constituição; e

III- incondicionado, por não estar submetido a nenhuma regra de forma ou de

conteúdo.

b) Jusnaturalistas (Abade Sieyès): o Poder Constituinte é um poder jurídico (ou

de direito). Os defensores da existência de um direito eterno, universal e imutável,

preexistente e superior ao direito positivado, sustentam que o Poder Constituinte,

apesar de não encontrar limites no direito positivo anterior, estaria subordinado aos

princípios do direito natural.

- Características essenciais sob a óptica jusnaturalista:

I- incondicionado juridicamente pelo direito positivo, mas submetido aos

princípios do direito natural;

II- permanente, por não se exaurir com a conclusão de sua obra; e

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III- inalienável, devido à impossibilidade de transferência, pela nação, desta

titularidade.

OBSERVAÇÃO (MASSON, 2021, p. 101): A autora aponta a existência de uma

terceira vertente híbrida, pela qual o poder constituinte tem natureza política e jurídica.

Seria manifestação de poder de fato na ruptura com o ordenamento vigente, mas poder

jurídico ao se elaborar o novo documento constitucional. Cabe destacar que a autora

se filia à corrente positivista.

2.4. Limites ao Poder Constituinte Originário

“A visão positivista de que o Poder Constituinte Originário tem plena liberdade para definir o

conteúdo a ser consagrado no texto constitucional é refutada com base no argumento de que, fora

do direito positivo interno, existem limitações materiais a serem observadas” (NOVELINO, 2017, p.

74).

Existem três categorias de limites materiais:

I- Limites Transcendentes: são aqueles que, advindos de imperativos do direito natural,

de valores éticos ou de uma consciência jurídica coletiva, impõem-se à vontade do Estado,

demarcando sua esfera de intervenção. Nesse sentido, parte da doutrina sustenta o dever

de manutenção, imposto ao Poder Constituinte Originário pelo princípio da proibição de

retrocesso, dos direitos fundamentais objeto de consensos sociais profundos ou

diretamente ligados à dignidade da pessoa humana.

II- Limites Imanentes: estão relacionados à configuração do Estado à luz do Poder

Constituinte material ou à própria identidade do Estado de que cada constituição

representa apenas um momento da marcha histórica. Referem-se a aspectos como a

soberania ou a forma de Estado.

III- Limites Heterônomos: são provenientes da conjugação com outros ordenamentos


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jurídicos como, por exemplo, as obrigações impostas ao Estado por normas de direito

internacional. A globalização e a crescente preocupação com os direitos humanos são

fenômenos que têm contribuído para relativizar a soberania do Poder Constituinte. Sob

essa perspectiva, seria vedado às futuras constituições brasileiras consagrar a pena de

morte para além dos casos de guerra externa, antes o disposto na Convenção Americana

sobre Direitos Humanos, que veda o restabelecimento da pena de morte nos Estados que

a hajam abolido.

2.5. Titularidade do Poder Constituinte Originário

Durante a Idade Média, a titularidade pertencia aos soberanos como entidades divinas e que

não se submetiam a nenhuma limitação (MASSON, 2021, p. 101). Esse cenário é modificado com o

constitucionalismo moderno e existem duas teorias que pretendem justificar a quem pertence o

poder constituinte originário:

1. Soberania Nacional (Sieyès): a Constituição não era elaborada pelo povo, mas decorria

da vontade direta da nação como entidade soberana.

2. Soberania popular: é a corrente que prevaleceu e está presente na maioria das

Constituições contemporâneas, com origem no constitucionalismo norte-americano.

Segundo Marcelo Novelino (2017, p. 73), para a doutrina majoritária, a titularidade do

poder constituinte reside sempre na soberania do povo. Essa posição deve ser defendida

nas provas.

Constituição Federal de 1988: tanto no preâmbulo (“Nós, representantes do povo brasileiro”),

quanto no art. 1º, parágrafo único (“Todo poder emana do povo...”) denotam a adoção da soberania

popular.

Exercício do Poder Constituinte: não se confunde com sua titularidade. Em muitos Estados, a

assembleia nacional constituinte é um órgão representativo da soberania popular que exerce o Poder

Constituinte em nome de seu titular. Para Masson (2021, p. 102 e 103), o Poder Constituinte

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originário pode ser exercido da seguinte forma:

I – Procedimento constituinte direto: o projeto é elaborado diretamente pelo

provo por meio de um referendo ou plebiscito. Não é o caso das democracias

representativas, pois o povo participa diretamente até a escola dos

representantes para formação da Assembleia constituinte.

II – Exercício democrático indireto: o povo escolhe seus representantes que

serão responsáveis por elaborar um novo documento constitucional. Será

exercido por uma Assembleia Nacional Constituinte ou por uma Convenção

Constituinte.

III – Exercício autocrático: o poder constituinte é outorgado e exercido por

um indivíduo ou grupo de pessoas que toma o poder sem que haja

participação popular.

OBSERVAÇÃO!

Constituição de 1988 – Manifestação do Poder Originário ou derivado? De acordo com

Masson (2021, p. 103), havia polêmica, hoje superada, de que a CF/88 seria fruto de poder de

reforma, pois a assembleia constituinte foi convocada por Emenda à Constituição anterior. No

entanto, diante do rompimento com a ordem anterior, da validação pela escolha dos representantes

e do exercício livre e soberano denotam que a CF/88 é fruto de poder originário.

2.6. Legitimidade

Segundo Marcelo Novelino (2017, p. 75), a análise da legitimidade do Poder Constituinte

Originário pode ser feita sob dois prismas distintos:

I- Subjetivo: a legitimidade está relacionada à titularidade e ao exercício do poder. Para

ser considerado legítimo, o Poder Constituinte deve ser exercido por representantes do

povo eleitos especificamente para esse fim e nos limites da delegação.

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II- Objetivo: o Poder Constituinte deve consagrar na constituição um conteúdo valorativo

em conformidade com determinadas limitações materiais e/ou correspondente aos

anseios de seu titular. Nesse contexto, Canotilho afirma que o critério da legitimidade do

Poder Constituinte não é a mera posse do poder, mas a conformidade do ato constituinte

com a ideia de justiça e com os valores radicados na comunidade em um determinado

momento histórico. A consagração de uma justa ordenação dos interesses e forças sociais

das quais a Constituição se originou é fator indispensável para sua legitimidade.

3. PODER CONSTITUINTE DERIVADO (INSTITUÍDO, CONSTITUÍDO, SECUNDÁRIO, DE 2º


GRAU OU REMANESCENTE)

“O Poder Constituinte Derivado é responsável pelas alterações no texto constitucional segundo

as regras instituídas pelo Poder Constituinte Originário. Caracteriza-se por ser um poder instituído,

limitado e condicionado jurídicamente” (NOVELINO, 2017, p. 80).

Poder constituinte ou poder constituído? Há divergência doutrinária sobre o assunto. De um

lado, prevalece na doutrina o uso da expressão como sinônimos, com a noção de que o poder

constituinte derivado é aquele que decorre imediatamente do poder originário e, por essa razão,

também guarda algumas características de criação de normas. Por sua vez, parcela considerável da

doutrina entende que se trata de poderes constituídos, pois são completamente condicionados pelo

originários e não criam uma ordem jurídica (MASSON, 2021, p. 110). Tendo em vista que todas as

expressões podem ser usadas em seu concurso, ressaltamos no título todas as formas que a

expressão poderá ser utilizada para se evitar surpresas na prova.

O poder constituinte ou constituído derivado é poder de direito previsto na Constituição Federal

e que decorre do poder constituinte originário. Possui como características:

• Derivado: derivam do poder constituinte originário e encontram seu fundamento na

própria Constituição Federal;

• Subordinado hierarquicamente em plano inferior, ou seja, está abaixo do Poder


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Constituinte Originário. Assim, estão sujeitos ao controle de constitucionalidade, como é

o caso do controle exercido pelo STF sobre Emendas Constitucionais (MASSON, 2021,

p. 111)

• Condicionado ou limitado: Só pode ser exercitado nos casos previstos pelo Poder

Constituinte Originário.

O Poder Constituinte Derivado possui três subespécies: reformador, decorrente e revisor, que

serão tratados nos próximos tópicos.

3.1. Poder Constituinte Derivado Reformador

Tem o poder ou competência para modificar a Constituição por meio de um procedimento

específico, estabelecido pelo Poder Constituinte Originário. Ao contrário deste, que é um poder

político, o Poder Constituinte Derivado Reformador tem natureza jurídica, pois deve obedecer às

limitações impostas pelo Originário.

“Já se sabe que o poder constituído derivado reformador (ou, simplesmente, poder reformador)

tem a função de alterar formalmente a Constituição da República, exercendo a importante tarefa de

ajustar e atualizar o texto constitucional aos novos ambientes formatados pela dinâmica social.

Isso ocorre porque as Constituições não podem ser imutáveis, precisam se adaptar às

mudanças sociais e à evolução histórica, sob pena de o texto perder a sintonia com a realidade que

pretende normatizar, tornando-se um conjunto de recomendações desprovido de sentido”.

(MASSON, 2021, p. 115).

Em resumo, é o poder de alterar a Constituição para mantê-la atualizada diante das

alterações sociais ocorridas na sociedade.

Em princípio, o Poder Constituinte de Reforma NÃO pode criar cláusulas pétreas: somente o

Poder Constituinte Originário pode fazê-las. No entanto, pode ampliar o catálogo dos direitos

fundamentais criados pelo Poder Constituinte Originário.

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3.1.1. Limites ao Poder Constituinte Reformador

Tendo em vista a rigidez para a reforma da Constituição Federal por meio de emendas

constitucionais, existem diversos limites impostos ao Poder Constituinte reformador que serão

abordados nesse tópico:

A) Limites temporais: são as vedações impostas pela Constituição Federal de alteração dos

dispositivos constitucionais durante certo período após promulgada a nova Constituição.

Quais são os limites temporais previstos na CF/88? A Constituição Federal de 1988 não estabelece

nenhum limite temporal para a edição de emendas constitucionais!

B) Limites circunstanciais: são as limitações de reforma à constituição em períodos e situações

excepcionais descritas na Constituição, que tornariam sensíveis qualquer mudança que pudesse

violar a ordem jurídica vigente.

Quais são os limites circunstanciais previstos na CF/88? De acordo com o art. 60, § 1º, do texto

constitucional, a CF não pode ser emendada durante a vigência de intervenção federal, estado de

defesa e estado de sítio:

Art. 60, § 1º, da CF/88: A Constituição não poderá ser emendada na vigência

de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

C) Limites formais ou procedimentais: são os limites impostos em razão do procedimento

específico previstos na CF/88 para a apresentação, tramitação, aprovação e promulgação da

Emenda Constitucional. A ausência de respeito ao devido processo legislativo de emenda à

constituição torna a norma formalmente inconstitucional passível de controle perante o STF.

Quais são os limites formais previstos na CF/88? A doutrina divide os limites formais em subjetivos

e objetivos:
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1) Subjetivos: são aqueles atinentes à legitimidade para propositura de emendas à

constituição e estão previstos no art. 60, “caput” e incisos da CF/88:

Art. 60 da CF/88. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do

Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da

Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus

membros.

• Pelo menos 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados OU do Senado Federal (atenção

para a pegadinha, pois muitos certames mencionam a necessidade de propositura de ambas

as casas);

• Presidente da República;

• + da ½ das assembleias legislativas, desde que aprovado em cada por maioria relativa.

OBSERVAÇÃO: De acordo com a doutrina majoritária, não se admite propositura de emenda

constitucional por iniciativa popular diante da ausência de previsão constitucional nesse sentido,

descabendo interpretação extensiva (NOVELINO, 2020, p. 80).

2) Objetivas: refere-se às normas sobre tramitação, aprovação e promulgação das propostas

de emenda constitucional. Envolve, portanto, normas sobre o processo legislativo nas

Câmaras dos Deputados e no Senado Federal para aprovação de uma emenda

constitucional.

• Quórum de votação: 3/5 dos votos em dois turnos de votação em cada casa do Congresso

Nacional.

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DIREITO CONSTITUCIONAL – META 03

LEMBRE-SE: De acordo com o art. 5º, § 3º, da CF/88, os tratados e convenções internacionais sobre

direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por

três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

• Promulgação: A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60, § 3º, da CF/88).

Note-se, portanto, que a proposta de emenda à Constituição não é encaminhada para sanção

ou veto do Presidente da República, que somente participa do processo em sua propositura.

• Proibição: A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada

não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 61, § 5º, da CF/88)

O que é sessão legislativa? “A sessão legislativa ordinária é anual e compreende dois períodos

legislativos: 2 de fevereiro a 17 de julho e 1º de agosto a 22 de dezembro (CF, art. 57). Portanto, a

matéria constante de proposta de emenda rejeitada somente poderá ser reapresentada a partir do

dia 2 de fevereiro do ano seguinte.” (NOVELINO, 2020, p. 81)

D) Limitações materiais: há limites de conteúdo para modificação do texto constitucional por opção

do Poder Constituinte Originário para proteção de institutos, valores e regras imprescindíveis ao

funcionamento do Estado e manutenção da identidade constitucional e do regime democrático

(NOVELINO, 2020, p. 83).

3) Limitações materiais expressas: correspondem às cláusulas pétreas previstas no art. 60, §

4º da CF/88. Dica para seu concurso: é fundamental a memorização de todas as cláusulas

pétreas, pois apresentam impactos inclusive em outros ramos do Direito. De acordo com o

art. 60, § 4º, da CF/88, não é possível a deliberação de proposta de emenda constitucional

que seja tendente a abolir:

1) Forma federativa de Estado;

2) Voto direto, secreto, universal e periódico (ATENÇÃO! Não há previsão do voto obrigatório

como cláusula pétrea);

3) Separação dos poderes;


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4) Direitos e garantias individuais

De acordo com a doutrina, é possível a edição de emendas constitucionais sobre o assunto. No

entanto, essas emendas não podem violar o núcleo essencial das cláusulas pétreas. Não se trata,

portanto, de uma vedação absoluta à alteração do texto constitucional (NOVELINO, 2020, p. 83).

POSIÇÃO DOUTRINÁRIA: “É claro que as normas que estão protegidas como cláusulas

pétreas não podem ser revogadas ou restringidas pelo poder de reforma, ao passo que as demais

normas constitucionais, que não estão amparadas de forma idêntica, podem. Mas isso não torna o

primeiro grupo de normas hierarquicamente superior ao segundo. Só torna o primeiro grupo de

normas imune a algo que atinge o segundo: as reformas constitucionais.” (MASSON, 2021, p. 117)

CLÁUSULAS PÉTREAS

(art. 60, § 4º, da CF/88)

1) Forma federativa de Estado: forma de estado é a maneira de distribuição do poder em um

Estado. A forma federa é aquela que prevê a descentralização do poder, que deixa de ser exercido

exclusivamente por um poder central e passa a ser compartilha com outros.

Como funciona o federalismo no Brasil? De acordo com o art. 1º, “caput”, da CF/88, o Brasil é

uma República Federativa e é composta pelos seguintes entes federativos: União, Estados,

Distrito Federal e Municípios. Esses entes apresentam autonomia, sendo que os Estados e DF não

são subordinados à União e os municípios não são subordinados aos Estados e à União. Note-se

que há ainda normas de repartição de competências entre os entes federativos e a existência de

um tribunal constitucional para dirimir os conflitos existentes entre os entes federados.

2) Voto direto, secreto, universal e periódico: o voto consiste na forma de expressão da cidadania

em um Estado democrático e representa uma das bases de sustentação da República Brasileira

após a Constituição de 1988. É importante apresentar cada característica apresentada acerca do

voto:

- Voto direto: escolha dos representantes é realizada diretamente pelo povo sem intermediários;
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- Voto secreto: o eleitor tem o direito de votar sem que nenhuma outra pessoa saiba quem ela

está votando, evitando influências indevidas;

- Voto universal: o voto é garantido a todos os cidadãos sem distinção. Vale ressaltar que há

limitações na própria Constituição atinentes à idade, nacionalidade etc.

- Voto periódico: visa assegurar a alternância de poder nos Poderes Executivo e Legislativo de

todas os entes federativos.

3) Separação de poderes: Os Poderes do Estado são divididos em três de acordo com o art. 2º

da CF/88: Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada poder exerce funções típicas e atípicas que são

assegurados pela Constituição em um sistema que garante independência e harmonia entre os

poderes. Qualquer proposta tende a abolir esse sistema de freios e contrapesos viola cláusula

pétrea.

4) Direitos e garantias individuais: a proteção não se esgota somente no art. 5º da CF/88 e

abrange outros direitos garantidos na Constituição e em tratados e convenções de que o Brasil

faça parte. Ex.: anterioridade tributária do art. 150, III, “b”, da CF/88 foi considerada cláusula pétrea

pelo STF.

Há discussão sobre o alcance da expressão direitos e garantias individuais se abarcaria somente

os direitos de 1ª dimensão ou se abrangeria os direitos sociais (2ª dimensão) ou os de fraternidade

(3ª dimensão).

4) Limites materiais implícitos (MASSON, 2021, p. 126-130): os autores apontam ainda a

existência de limitações que não estão expressas no texto constitucionais, mas são

fundamentais para o funcionamento do Estado e das próprias cláusulas pétreas.

a) Titularidade do Poder Constituinte: o poder constituinte originário pertence ao povo e

não pode ser modificado pelo poder constituído. Além disso, não se admite a alteração das

regras sobre emenda constitucional, pois haveria invasão de atribuição do poder originário.

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b) Supressão dos fundamentos da República Federativa do Brasil: são valores supremos

previstos pelo poder originário que não podem ser alterados sem quebrar a identidade

constitucional;

c) Imutabilidade do art. 60 da CF/88: não se admite alteração no procedimento de emenda

constitucional previsto no art. 60 da CF/88 sem que haja desnaturação do Poder reformador.

Segue resumo acerca dos limites impostos ao poder constituinte derivado reformador:

LIMITES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR

• Temporais – NÃO previstos na CF/88;

• Circunstanciais: Estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal;

• Formais:

o Subjetivas: Iniciativa;

o Objetivas: Quórum de 3/5 em dois turnos, por exemplo.

o Promulgação (A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da

Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de

ordem.)

o Proibição (A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por

prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.)

• Materiais - Excluem determinadas matérias do Poder Constituinte derivado reformador.

Os limites podem ser EXPRESSOS ou IMPLÍCITOS;

• Expressos: são as cláusulas de intangibilidade ou cláusulas pétreas do art. 60, §4º,

da CF. Tutela-se a proposta tendente a ABOLIR. Impede-se que haja a

DELIBERAÇÃO da emenda. O STF entende possível a impetração de MS por

parlamentar (controle de constitucionalidade preventivo judicial);

• Implícitos: as próprias regras de reforma, titularidade do poder, proibição de violar

limitações expressas;

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3.2. Poder Constituinte Derivado Decorrente

Assim como o reformador, também é jurídico e limitado pelo originário. Possui o objetivo de

estruturar a constituição dos Estados-membros, em decorrência da capacidade de auto-

organização estabelecida pelo originário. Tal capacidade consta artigo 25 da CF/88, o qual dita que

“os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e Leis que adotarem, observados os

princípios desta Constituição”.

A doutrina aponta que os princípios que devem ser seguidos pelos Estados-membros são:

a) Princípios sensíveis: Essência da organização constitucional da Federação brasileira

– art. 34, VII, da CF – e, se violados, ensejam intervenção federal;

Art. 34 da CF/88. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito

Federal, exceto para:

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

[PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS]

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,

compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e

desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

b) Princípios constitucionais estabelecidos: Regras previstas para outros entes que, por

consequência, veda a atuação do Estado naquela matéria e;

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c) Princípios constitucionais extensíveis: Normas organizatórias da União aplicadas aos

estados pelo princípio da simetria, e podem ser expressos ou implícitos. Ex: Sistema

eleitoral, imunidades e impedimentos dos Deputados.

HÁ PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE NOS MUNICÍPIOS?

1ª Corrente: Há quem compreenda que as leis orgânicas são efetivo exercício do

poder constituinte derivado decorrente.

2ª Corrente (MAJORITÁRIA): Inexiste tal poder no âmbito dos municípios, pois estes

submetem-se a um poder de terceiro grau, na medida em que devem observância a

CF/88 e a respectiva Constituição Estadual. Entende-se que o poder derivado

decorrente somente existe em face do segundo grau, ou seja, quando extrai seu

fundamento de validade da própria Constituição.

OBSERVAÇÃO:

O Distrito Federal, de acordo com o art. 32, caput, da CF/88, será regido por lei orgânica, votada

em dois turnos com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa, que a

promulgará. Tal lei orgânica deverá obedecer aos princípios estabelecidos na Constituição Federal.

Dessa forma, embora a posição particular ocupada pelo DF na Federação, já que a sua

autonomia é parcialmente tutelada pela União (arts. 21, XIII e XIV, e 22, XVII), além de acumular

competências legislativas reservadas tanto aos Estados como aos Municípios (art. 32, § 1.º), a

vinculação da lei orgânica será diretamente com a CF.

Nesse sentido, em interessante demonstração, o Min. Carlos Britto afirmou que, “conquanto

submetido a regime constitucional diferenciado, o Distrito Federal está bem mais próximo da

estruturação dos Estados-membros do que da arquitetura constitucional dos Municípios” (ADI 3.756,

j. 21.06.2007, DJ de 19.10.2007). Segundo Pedro Lenza, verifica-se a manifestação do poder

constituinte derivado decorrente, qual seja, a competência que o DF tem para elaborar a sua lei
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orgânica (verdadeira Constituição distrital) ou modificá-la, sujeitando-se aos mesmos limites já

apontados para os Estados-Membros e, pois, aplicando-se, por analogia, o art. 11 do ADCT.

3.3. Poder Constituinte Derivado Revisor

Também é condicionado e limitado às regras do originário. Tal manifestação ocorreu cinco anos

após a promulgação da atual Constituição, por determinação do artigo 3º do ADCT:

Art. 3º do ADCT. A revisão constitucional será realizada após cinco anos,

contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos

membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

“Diversamente da reforma, via ordinária e permanente de modificação da Constituição (CF, ar.t

60), a revisão consiste em uma via extraordinária e transitória de alteração do texto constitucional

(ADCT, art. 3º).

STF: não admite o exercício de novo poder constituinte revisor após a revisão realizada nos

termos do art. 3º do ADCT.

3.4. Poder Constituinte Difuso

É um poder de fato manifestado por mutação constitucional. Trata-se de mais um mecanismo

de mudança da Constituição. Se por um lado a modificação introduzida pelo Poder Constituinte

Derivado Reformador é formal, por intermédio de emenda constitucional, a do difuso se

instrumentaliza de modo informal e espontâneo, como verdadeiro poder de fato, modifica a

Constituição sem alterar o seu texto. Pelo Poder Constituinte Difuso, a interpretação do texto

constitucional é alterada.

4. PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL

Segundo Marcelo Novelino (2017, p. 92), a ruptura das tradicionais premissas de organização

dos Estados deu origem à ideia de existência de um Poder Constituinte pautado na cidadania
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universal, no pluralismo de ordenamentos jurídicos e em uma visão remodelada de soberania. Trata-

se de um poder destinado a elaborar uma constituição supranacional, apta a vincular os Estados

ajustados sob o seu comando e fundamentada na vontade do povo-cidadão universal, seu

verdadeiro titular. Este poder é considerado constituinte por ter a força de criar uma ordem jurídica

de cunho constitucional, na medida em que reorganiza a estrutura de cada um dos Estados que

adere ao direito comunitário e submete as constituições nacionais ao seu poder supremo.

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O SUPREMO.

ADCT

Art. 11. Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do

Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os

princípios desta.

Poder constituinte estadual. Autonomia (ADCT, art. 11). Restrições jurisprudenciais

inaplicáveis ao caso. É da jurisprudência assente do Supremo Tribunal que afronta o princípio

fundamental da separação e independência dos Poderes o trato em constituições estaduais de

matéria, sem caráter essencialmente constitucional – assim, por exemplo, a relativa à fixação

de vencimentos ou à concessão de vantagens específicas a servidores públicos –, que

caracterize fraude à iniciativa reservada ao Poder Executivo de leis ordinárias a respeito:

precedentes. A jurisprudência restritiva dos poderes da assembleia constituinte do Estado-

membro não alcança matérias às quais, delas cuidando, a Constituição da República emprestou

alçada constitucional. Anistia de infrações disciplinares de servidores estaduais: competência

do Estado-membro respectivo. Só quando se cuidar de anistia de crimes – que se caracteriza

como abolitio criminis de efeito temporário e só retroativo – a competência exclusiva da União

se harmoniza com a competência federal privativa para legislar sobre direito penal; ao contrário,

conferir à União – e somente a ela – o poder de anistiar infrações administrativas de servidores

locais constituiria exceção radical e inexplicável ao dogma fundamental do princípio federativo

– qual seja, a autonomia administrativa de Estados e Municípios – que não é de presumir, mas,

ao contrário, reclamaria norma inequívoca da Constituição da República ( precedente: Rp 696,

6-10-1966, rel. p/ o ac. min. Aliomar Baleeiro). Compreende-se na esfera de autonomia dos

Estados a anistia (ou o cancelamento) de infrações disciplinares de seus respectivos servidores,


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podendo concedê-la a assembleia constituinte local, mormente quando circunscrita – a exemplo

da concedida pela Constituição da República – às punições impostas no regime decaído por

motivos políticos.

[ADI 104, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 4-6-2007, P, DJ de 24-8-2007.]

O poder constituinte outorgado aos Estados-membros sofre as limitações jurídicas impostas

pela Constituição da República. Os Estados-membros organizam-se e regem-se pelas

Constituições e leis que adotarem (CF, art. 25), submetendo-se, no entanto, quanto ao exercício

dessa prerrogativa institucional (essencialmente limitada em sua extensão), aos

condicionamentos normativos impostos pela CF, pois é nessa que reside o núcleo de emanação

(e de restrição) que informa e dá substância ao poder constituinte decorrente que a Lei

Fundamental da República confere a essas unidades regionais da Federação.

[ADI 507, rel. min. Celso de Mello, j. 14-2-1996, P, DJ de 8-8-2003.]

= ADI 2.113, rel. min. Cármen Lúcia, j. 4-3-2009, P, DJE de 21-8-2009

O poder constituinte dos Estados-membros está limitado pelos princípios da Constituição da

República, que lhes assegura autonomia com condicionantes, entre as quais se tem o respeito

à organização autônoma dos Municípios, também assegurada constitucionalmente. O art. 30,

I, da Constituição da República outorga aos Municípios a atribuição de legislar sobre assuntos

de interesse local. A vocação sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito põe-se no âmbito

da autonomia política local, em caso de dupla vacância. Ao disciplinar matéria, cuja competência

é exclusiva dos Municípios, o art. 75, § 2º, da Constituição de Goiás fere a autonomia desses

entes, mitigando-lhes a capacidade de auto-organização e de autogoverno e limitando a sua

autonomia política assegurada pela Constituição brasileira.

[ADI 3.549, rel. min. Cármen Lúcia, j. 17-9-2007, P, DJ de 31-10-2007.]

Art. 90, § 3º, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. Disponibilidade remunerada dos

servidores públicos. (...) A imposição do prazo de um ano para aproveitamento do servidor em

disponibilidade ofende materialmente a Carta Federal, pois consiste em obrigação criada pelo

Poder Legislativo que não decorre direta ou indiretamente dos pressupostos essenciais à

aplicação do instituto da disponibilidade definidos na Constituição da República (art. 41, § 3º),


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e, principalmente, porque não condiz com o postulado da independência dos Poderes

instituídos, ainda que em sede do primeiro exercício do poder constituinte decorrente. O art.

41, § 3º, da CF, na sua redação originária, era silente em relação ao quantum da remuneração

que seria devida ao servidor posto em disponibilidade. Esse vácuo normativo até então

existente autorizava os Estados a legislar sobre a matéria, assegurando a integralidade

remuneratória aos seus servidores. Contudo, a modificação trazida pela EC 19/1998 suplantou

a previsão contida na Carta estadual, pois passou a determinar, expressamente, que a

remuneração do servidor em disponibilidade seria proporcional ao tempo de serviço.

[ADI 239, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 30-10-2014.]

A eficácia das regras jurídicas produzidas pelo poder constituinte ( redundantemente chamado

de "originário") não está sujeita a nenhuma limitação normativa, seja de ordem material, seja

formal, porque provém do exercício de um poder de fato ou suprapositivo. Já as normas

produzidas pelo poder reformador, essas têm sua validez e eficácia condicionadas à legitimação

que recebam da ordem constitucional. Daí a necessária obediência das emendas constitucionais

às chamadas cláusulas pétreas.

[ADI 2.356 MC e ADI 2.362 MC, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 25-11-2010, P, DJE de 19-5-

2011.]

As cláusulas pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da

inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas constitucionais

superiores, porquanto a Constituição as prevê apenas como limites ao poder constituinte

derivado ao rever ou ao emendar a Constituição elaborada pelo poder constituinte originário, e

não como abarcando normas cuja observância se impôs ao próprio poder constituinte originário

com relação às outras que não sejam consideradas como cláusulas pétreas, e, portanto, possam

ser emendadas.

[ADI 815, rel. min. Moreira Alves, j. 28-3-1996, P, DJ de 10-5-1996.]

O poder constituinte derivado não é ilimitado, visto que se submete ao processo consignado

no art. 60, §§ 2º e 3º, da CF, bem assim aos limites materiais, circunstanciais e temporais dos

§§ 1º, 4º e 5º do aludido artigo. A anterioridade da norma tributária, quando essa é gravosa,


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representa uma das garantias fundamentais do contribuinte, traduzindo uma limitação ao

poder impositivo do Estado.

[RE 587.008, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-2-2011, P, DJE de 6-5-2011, Tema 107.]

Vide ADI 939, rel. min. Sydney Sanches, j. 15-12-1993, P, DJ de 18-3-1994

Art. 85 da Constituição do Estado de Rondônia, que elevou para treze o número de

desembargadores do Tribunal de Justiça. Ofensa manifesta ao princípio da iniciativa privativa,

para o assunto, do Tribunal de Justiça, consagrada no art. 96, II, b, da CF, de observância

imperiosa pelo poder constituinte derivado estadual, como previsto no art. 11 do ADCT/1988.

[ADI 142, rel. min. Ilmar Galvão, j. 19-6-1996, P, DJ de 6-9-1996.]

* Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 3.279/1999 do Estado do Rio de Janeiro, que

dispõe sobre o cancelamento de multas de trânsito anotadas em rodovias estaduais em certo

período relativas a determinada espécie de veículo. Inconstitucionalidade formal. (...) O

cancelamento de toda e qualquer infração é anistia, não podendo ser confundido com o poder

administrativo de anular penalidades irregularmente impostas, o qual pressupõe exame

individualizado. Somente a própria União pode anistiar ou perdoar as multas aplicadas pelos

órgãos responsáveis, restando patente a invasão da competência privativa da União no caso

em questão. [ADI 2.137, rel. min. Dias Toffoli, j. 11-4-2013, P, DJE de 9-5-2013.]

* A providência imposta pela lei estadual é inadequada porque a simples presença de um

empacotador em supermercados não é uma medida que aumente a proteção dos direitos do

consumidor, mas sim uma mera conveniência em benefício dos eventuais clientes. Trata-se

também de medida desnecessária, pois a obrigação de contratar um empregado ou um

fornecedor de mão de obra exclusivamente com essa finalidade poderia ser facilmente

substituída por um processo mecânico. Por fim, as sanções impostas revelam a

desproporcionalidade em sentido estrito, eis que capazes de verdadeiramente falir um

supermercado de pequeno ou médio porte. Procedência da ação, para declarar a

inconstitucionalidade da Lei 2.130/1993, do Estado do Rio de Janeiro.

[ADI 907, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 1º-8-2017, P, DJE de 24-11-2017.]

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Referência Bibliográficas:

Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.

Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional.

MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional

Dirley da Cunha Junior. Curso de Direito Constitucional.

QUESTÕES PROPOSTAS

01 - MPT - 2020 - MPT - Procurador do Trabalho

Sobre as mutações constitucionais, analise as seguintes assertivas:


I – As constituições flexíveis também estão submetidas a transformações com mudanças factuais e
não formais. A necessidade de tornar a constituição instrumento apto ao atendimento das demandas
da sociedade deve caracterizar a atuação dos agentes da mutação constitucional, sendo irrelevante
que o sistema constitucional para o qual as demandas da coletividade são consolidadas seja de
natureza flexível ou rígida.
II – Quando o corpo legislativo resiste à missão de legislar, é possível que ocorra mutação
constitucional. Com efeito, se a determinação para legislar estiver contida no sistema constitucional
e servir para efetivar a própria vontade de constituição, não se negará a existência de mutação, uma
vez que se modificará o comando da norma sem alteração do enunciado normativo da constituição.
III – São alguns caracteres da mutação constitucional a informalidade (modificações ditadas
informalmente), a imprevisibilidade (impossibilidade de previsão de sua ocorrência) e intermitência
(ocorrência em momentos cronologicamente distintos).
IV – As constituições rígidas são inviáveis à ocorrência da mutação constitucional, porque a vontade
de constituição já se materializa na manifestação constituinte originária que, por sua vez, condensa
os princípios básicos da organização estatal e da proteção aos direitos fundamentais.

Assinale a alternativa CORRETA:

A) Apenas as assertivas I e II estão corretas.


B) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
C) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
D) Todas as assertivas estão corretas.

COMENTÁRIOS
Item I. CERTO. Entretanto, vale lembrar que o professor Hsü Dau Lin, grande expoente do tema,
declara que o fenômeno em questão ocorre, em especial, naqueles Estados onde há maior rigidez
e formalidade para a modificação das normas fundamentais, porque, de acordo com ele, quando
a Constituição é flexível, é possível acompanhar a realidade, com as transformações formais da
lei, de forma mais ágil, ficando assim, menos necessária a utilização da mutação constitucional.

Item II. CERTO. Trata-se do que leciona Manoel Jorge E Silva Neto, em sua obra de Constitucional.
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Item III. CERTO. A doutrina também aponta como característica do poder constituinte difuso
a latência e a continuidade.

Item IV. ERRADO. A noção de “Living Constitucion”, que é oriunda da teoria constitucional norte-
americana e que fundamenta o instituto em questão, explica que a Constituição, ainda que escrita
e rígida, não deve ser imune à ação do tempo e às mudanças sociais subjacentes. Nesse sentido,
as normas devem adequar-se a mudanças significativas de cunho político, social e jurídico. Por
isso, segundo Daniel Sarmento, “No que concerne à rigidez, pode-se dizer que quando mais difícil
for a alteração de uma Constituição por meios formais, maior será a probabilidade e a
legitimidade de que as modificações necessárias para que ela acompanhe a evolução social
ocorram por processos informais”. (NETO, Cláudio Pereira de Souza; SARMENTO, Daniel. Direito
Constitucional: teoria, história e métodos de trabalho, 2. ed., Belo Horizonte: Fórum, 2016, p. 344.)

LETRA B

02 - MPT - 2017 - MPT - Procurador do Trabalho


Analise as assertivas abaixo:

I - A mutação constitucional fundamenta-se na possibilidade de se permitir a quebra da ordem


constitucional e a interpretação contra disposição constitucional expressa, ao conceber a
Constituição como organismo vivo.
II - Nos mecanismos informais de mudança da Constituição, também conhecidos como mutações
constitucionais ou mudanças tácitas, não há alteração no texto da norma, mas na interpretação e
aplicação concreta de seu conteúdo.
III – Segundo a teoria da “dupla revisão”, também chamada de “dupla reforma” ou “reforma em dois
tempos”, seria possível, em última análise, abolir cláusulas pétreas.
Assinale a alternativa CORRETA:

A) Apenas a assertiva II está correta.


B) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
C) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
D) Todas as assertivas estão corretas.

COMENTÁRIOS
Item I. ERRADO. A mutação constitucional é alteração informal da Constituição, alterando a forma
de interpretar determinado dispositivo. No entanto, deve obedecer a limitações e jamais poderá
ocorrer de forma a contrariar o texto expresso da Constituição.

Item II. CERTO. De fato, nas denominadas mutações constitucionais ocorrem silenciosas
modificações no sentido e no alcance conferidos às normas constitucionais, sem que haja
modificação material em seu texto. Trata-se de uma mudança informal da Constituição.

Item III. CERTO. A teoria da dupla revisão consiste na revogação da cláusula pétrea num primeiro
momento e a posterior abolição do direito por ela protegido. Apenas teoricamente, por essa teoria
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seria possível a abolir cláusulas pétreas. Ressalta-se, contudo, que essa teoria não é admitida no
ordenamento jurídico brasileiro.

LETRA C

03 - MPT - 2017 - MPT - Procurador do Trabalho


Assinale a alternativa INCORRETA:

A) Inexiste determinação constitucional de interstício temporal mínimo entre os dois turnos de


votação das Casas do Congresso Nacional, para fins de aprovação de emendas à Constituição da
República.
B) As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar
delegação ao Congresso Nacional, sendo expressamente vedada a utilização dessa modalidade
legislativa pela União para a instituição do imposto sobre propriedade territorial rural.
C) A Casa do Congresso Nacional na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de
lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. Nos termos da Constituição Federal,
poderá o Presidente da República vetar o projeto, no todo ou em parte, no prazo de quinze dias úteis.
D) A tese da existência de “normas constitucionais inconstitucionais” já foi admitida pela
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na ordem constitucional vigente para tipos normativos
advindos do Poder Constituinte Derivado.

COMENTÁRIOS
A- Informativo 698 do STF: A CF/88 exige que a proposta de emenda constitucional seja discutida
e votada, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação (§ 2º do art. 60). O
constituinte não exigiu um tempo mínimo entre as duas votações. Logo, não há violação da CF/88
se estes dois turnos de votação ocorrerem no mesmo dia, em sessões legislativas
diferentes. Conforme manifestação do Min. Fux, esse é um caso de silêncio eloquente da
Constituição. STF. Plenário. ADI 4357/DF, ADI 4425/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, rel. Min.
Ayres Britto, 6 e 7/3/2013.

B- A lei delegada segue as mesmas características de limitações da medida provisória, sendo certo
que há previsão de instituição do imposto sobre a propriedade territorial rural, consoante consta
do ART 62, par. 2º, CF.

C- CF/88, Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. § 1º Se o Presidente da República
considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-
lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e
comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

D- Em síntese, é possível que sejam declaradas inconstitucionais as normas constitucionais


derivadas, pois são oriundas do poder reformador, é exatamente essa interpretação que se deve
extrair da alternativa D. Razão pela qual está correta, não sendo portanto a questão a ser marcada,
já que o enunciado pede a INCORRETA. Foi exatamente essa a controvérsia veiculada nos autos
da Ação Direta de Inconstitucionalidade 815/DF, ajuizada pelo governador do estado do Rio
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Grande do Sul em dezembro de 1992 e relatada pelo ministro Moreira Alves. A


inconstitucionalidade de normas constitucionais originária, o controle de constitucionalidade feito
pelo Supremo Tribunal Federal sobre emendas à Constituição, manifestação típica do Poder
Constituinte derivado.

LETRA B

04 - TRT 16R - 2015 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Juiz do Trabalho Substituto)

Considerando as afirmações abaixo, assinale a alternativa CORRETA:


I. O poder constituinte originário é o poder político por meio do qual se estabelece uma nova
Constituição. Trata-se de poder inicial (não se funda em nenhum outro poder), ilimitado (por não
necessitar observar o direito positivo anterior), incondicionado (não estando adstrito ao cumprimento
de regras formais), permanente (não se esgota com a realização da Constituição, podendo a qualquer
momento ser estabelecida nova ordem jurídica) e extraordinário (devendo ser exercido
excepcionalmente).
II. O poder de reforma eventualmente se confunde com o fenômeno da mutação constitucional,
já que aquele pode se dar por meio de um processo informal de mudança da Constituição, quando
ocorre a alteração do sentido e alcance das normas constitucionais por obra de todos os atores
políticos que protagonizam a interpretação da norma ápice.
III. No âmbito do poder de reforma, os limites implícitos exercem a mesma autoridade daqueles
explicitados na Constituição, uma vez que eles também se voltam ao asseguramento da identidade
constitucional.
IV. A ampla maioria da doutrina constitucional brasileira não adere à teoria da dupla revisão ou
dupla reforma constitucional.

A) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.


B) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
C) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
D) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
E) Todas as afirmativas estão corretas.

COMENTÁRIOS
Item I. CERTO. O item traz a correta definição de poder constituinte originário. De fato, o poder
constituinte originário é um poder político, chamado ainda de poder de fato, que se caracteriza por
ser inicial, ilimitado juridicamente, incondicionado, permanente e extraordinário.

Item II. ERRADO. O poder de reforma não se confunde com mutação constitucional. A reforma
consiste na alteração formal do texto da Constituição por emendas constitucionais. A mutação
constitucional é a alteração informal e ocorre, geralmente, por meio da maneira de interpretar.

Item III. CERTO. Como exposto na assertiva, as limitações implícitas ao poder de reforma realmente
consistem em restrições à atividade do constituinte derivado, tal como as limitações materiais,
formais e circunstanciais.

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DIREITO CONSTITUCIONAL – META 03

Item IV. CERTO. A dupla revisão, que consiste na revogação da cláusula pétrea num primeiro
momento e a posterior abolição do direito por ela protegido, não é admitida no ordenamento
jurídico brasileiro.

LETRA D

05 - FCC - 2015 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho Substituto

O filósofo norte-americano John Elster, no seu clássico livro "Ulisses e as sereias" defende a ideia da
Constituição como um instrumento de pré-compromisso ou de autolimitação, de acordo com o qual
retira-se do alcance das maiorias eventuais direitos que constituem condições de possibilidade para
a própria democracia. Servindo-se dessa ideia, a Constituição brasileira de 1988 também se protegeu
das paixões partidarizadas e resguardou os seus valores fundamentais das maiorias de ocasião.
Nesse sentido, dentre os apresentados, NÃO possui uma proteção jurídica reforçada (superrigidez)
em face do poder constitucional de reforma:
A) o voto direto, secreto, universal e periódico.
B) os direitos e garantias individuais.
C) a separação de poderes.
D) a forma federativa de Estado.
E) a forma e sistema de governo.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- CF. Art. 60. § 4.º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III -
a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais.

Analisando a letra fria da lei, é essa a resposta correta.

LETRA E

06 - FCC - 2015 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho Substituto)


Thomas Paine afirmou "A vaidade e a presunção de governar para além do túmulo é a mais ridícula
e insolente das tiranias". Partindo-se das premissas de que a Constituição é feita para durar
(estabilidade), mas que a imutabilidade absoluta é um risco à sua legitimidade, especialmente perante
as gerações futuras (adaptabilidade), tem-se que o mecanismo institucional que, de maneira informal,
permite a modificação do sentido e do alcance do texto constitucional positivado é a
A) Revisão constitucional.
B) Mutação constitucional.
C) Reforma constitucional.
D) Assembleia constituinte.
E) Emenda constitucional.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- É processo informal de alteração do conteúdo da CF sem que haja qualquer
modificação em seu texto, ou seja, o conteúdo da constituição é modificado, mas o texto
permanece o mesmo.
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DIREITO CONSTITUCIONAL – META 03

LETRA B

07 – 2015 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Juiz do Trabalho Substituto


Com relação ao Poder Legislativo e processo legislativo, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, a criação e extinção


de Ministérios e órgãos da administração pública.
B) Compete ao Senado Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário
Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da
União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
C) A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por
prejudicada poderá ser objeto de nova proposta, na mesma sessão legislativa.
D) Qualquer deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais.
E) Não será admitido aumento da despesa prevista nos projetos sobre organização dos serviços
administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério
Público.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- ART. 60° § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

LETRA C

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