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SUMÁRIO

1 ORGANIZAÇÃO E FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................... 3


1.1 Princípio da descentralização: artigo 10, Decreto-Lei 200/67: ............................................... 4
1.2 Desconcentração .................................................................................................................... 4
2. AUTARQUIAS: .......................................................................................................................... 6
2.1 Características: ....................................................................................................................... 6
2.2 Agência executiva ................................................................................................................... 7
2.3 Agência reguladora ................................................................................................................. 9
3. AUTARQUIAS FUNDACIONAIS OU FUNDAÇÕES AUTARQUICAS OU FUNDAÇÕES
PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO: ........................................................................................... 12
3.1 Características ...................................................................................................................... 12
4. FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO: ............................................................... 12
4.1 Características: ..................................................................................................................... 12
5. EMPRESA PÚBLICA: ............................................................................................................. 13
5.1 Características ...................................................................................................................... 13
6. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: ................................................................................... 14
6.1 Características ...................................................................................................................... 14
7. ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS (CONSÓRCIOS DE DIREITO PÚBLICO): AUTARQUIA
INTERFEDERATIVA: .................................................................................................................. 14
8. CONSÓRCIOS PÚBLICOS DE DIREITO PRIVADO.............................................................. 15
9. PARAESTATAIS ..................................................................................................................... 15
9.1 Organizações Sociais (OS): .................................................................................................. 16
9.2 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP): .......................................... 16
9.3 Entidades de Apoio ou Parcerias Voluntárias: Lei 13.019/2014. .......................................... 17
9.4 Serviços Sociais Autônomos (Sistema S): ............................................................................ 18
10. PRINCÍPIOS .......................................................................................................................... 18
10.1 Princípio da Supremacia do Interesse Público: o interesse público é superior ao interesse
do particular, assim é possível verificar privilégios à Administração Público que se justificam na
supremacia do interesse público: ................................................................................................ 18
10.2 Princípio da indisponibilidade do interesse público ............................................................ 19
10.3 Princípio da Legalidade ....................................................................................................... 19
10.4 Princípio da impessoalidade ............................................................................................... 19
10.5 Princípio da Moralidade....................................................................................................... 20
10.6 Princípio da publicidade ...................................................................................................... 20
10.7 Princípio da Eficiência ......................................................................................................... 20
10.8 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade .................................................................. 21
10.9 Princípio da autotutela ......................................................................................................... 21
10.10 Princípio da ampla defesa e do contraditório .................................................................... 22
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 22

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1 ORGANIZAÇÃO E FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O ESTADO desenvolve suas atividades por meio de três poderes:

PODER FUNÇÃO TÍPICA: para o FUNÇÃO ATÍPICA: função estranha àquela


Poder foi criado para que foi criado

Poder Função administrativa, Quando o Presidente da República adota


executivo conversão da lei em ato medidas provisórias ou quando o
individual e concreto. Executivo julga defesas e recursos
administrativos.
Poder Elaboração das leis, Quando administra seus órgãos, provendo
Legislativo função normativa cargos, concedendo férias, licenças, etc.

Poder Aplicação da lei, quando Quando legisla sobre seu regimento


Judiciário invocado interno (tribunais), ou administra seus
servidores, inclusive fazendo concurso
público para ingresso dos mesmos.

O Decreto Lei n. 200/67 é o responsável por fazer a divisão entre a


administração direta e indireta (art. 4º e 5º), também é possível verificar nos
artigos 41, do Código Civil e no 37, XIX, da Constituição Federal.

A) Administração Direta: responsável pelos serviços integrados na


estrutura administrativa da presidência da República e dos Ministérios (Estados
Municípios e suas secretarias).

B) Administração Indireta: composta pelas Autarquias, Fundações


Públicas (de direito público ou privado), Sociedade de Economia Mista,
Empresas Públicas.

As funções da Administração Direta, podem ocorrer sob duas formas:


CENTRALIZADAS, dentro da própria administração Direta, ou
DESCENTRALIZADA, em que a função é deslocada para outra Pessoas
Jurídicas (para a Administração Indireta e as delegatárias).

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1.1 Princípio da descentralização: artigo 10, Decreto-Lei 200/67:

DESCENTRALIZAÇÃO: Outorga da prestação do serviço público para


outras entidades da Administração INDIRETA. Transfere a titularidade e
execução. Na delegação, só transfere a execução, através da concessão ou da
permissão.
Esses entes possuem personalidade jurídica, podem contrair direitos e
obrigações. Como regra, só tem personalidade processual aqueles que possuem
personalidade jurídica, órgãos não possuem capacidade processual, apesar de
terem capacidade jurídica, assim, deverão ser representados.

ATENÇÃO: em regra somente quem detém personalidade jurídica é que


possuí capacidade processual, exceção: Na defesa de suas
funções/prerrogativa institucionais, órgãos podem ter capacidade processual
relativa para atuar no polo ativo: entendimento jurisprudencial. Exemplo: Súmula
525, STJ.

1.2 Desconcentração

Órgão são criados por LEI, não mediante ato administrativo (art. 84, IV, a,
CF). Podem ser classificados conforme a esfera de atuação, posição estatal e a
composição

1) Classificação quanto à esfera de atuação:

a) Centrais: atuação nacional, estadual ou municipal (ex. Ministério da


Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de
Saúde);

b) Locais: atuação específica em determinada parte do território (ex.


Unidade de Saúde de determinado bairro);

2) Classificação quanto à posição estatal:

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a) independentes: são os derivados da Constituição, representam os
Poderes do Estado. Não são subordinados hierarquicamente e somente são
controlados uns pelos outros. (ex: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados,
Senado Federal, Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes e Tribunais de
Contas).

b) autônomos: São os subordinados diretamente à cúpula da


Administração. Têm grande autonomia administrativa, financeira e técnica,
caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de planejamento,
supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de
competência. Seus dirigentes são, em geral, agentes políticos nomeados em
comissão. (ex. Ministérios e Secretarias, bem como a Advocacia-Geral da União,
Ministério Público, Defensoria Pública e as Procuradorias dos Estados e
Municípios)

c) superiores: Possuem poder de direção, controle, decisão e comando


dos assuntos de sua competência específica. Representam as primeiras
divisões dos órgãos independentes e autônomos (ex. Gabinetes,
Coordenadorias, Departamentos, Divisões, etc)

d) subalternos: são órgãos de execução (ex. seções, unidade, agência


e os serviços)

3) Classificação quanto à composição:

a) simples: Também conhecidos por unitários, são aqueles que possuem


apenas um único centro de competência, sua característica fundamental é a
ausência de outro órgão em sua estrutura, para auxiliá-lo no desempenho de
suas funções.

b) compostos: São aqueles que em sua estrutura possuem outros


órgãos menores, seja com desempenho de função principal ou de auxilio nas

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atividades, as funções são distribuídas em vários centros de competência, sob a
supervisão do órgão de chefia.

c) singulares: São aqueles que decidem e atuam por meio de um único


agente, o chefe. Possuem agentes auxiliares, mas sua característica de
singularidade é desenvolvida pela função de um único agente, em geral o titular.

d) colegiados: São aqueles que decidem pela manifestação de muitos


membros, de forma conjunta e por maioria, sem manifestação de vontade de um
único chefe. A vontade da maioria é imposta de forma legal, regimental ou
estatutária.

2. AUTARQUIAS:

A) Comum: ou autarquias administrativas ou de serviço.

B) Especial: agências reguladoras

C) Corporativas: Conselhos Profissionais

D) Fundacionais: Fundações públicas de direito Público, chamadas pela


jurisprudência de Fundações Autárquicas.

2.1 Características:
A) Definição: Pessoa jurídica de direito público que presta serviço típico
da Administração Público.
B) Criação/extinção: Criada por lei específica
C) Patrimônio: 100% público
D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva. Estado responde
subsidiariamente/garantidor.
E) Regime pessoal: estatutário.
F) Regime de bens: públicos.

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G) Privilégios: tributários SIM quanto a impostos (art. 150, VI, a, CF) –
não tem imunidade quando foge da finalidade específica. Também tem
privilégios processuais (art. 183, CPC), prazo em dobro.
H) Controle: Tribunal de Contas (não há hierarquia e subordinação), só
controle de legalidade.
ATENÇÃO: a OAB não é autarquia, é uma entidade independente, pois:
-Não está vinculada a nenhum órgão administrativo
- Não está sujeita a controle ministerial
- Regime de pessoal: celetista (não exige concurso público)
- Não está sujeita ao controle do TC.
- Não integra Administração Direta ou Indireta
- É uma entidade SUI GENERIS

2.2 Agência executiva

O artigo 37, §8º, da Constituição Federal define que a autonomia


gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,


obrigações e responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

Agências executivas não são autarquias ou fundações instituídas com tal


denominação, são entidades preexistentes que recebem a qualificação de
agência executiva, após a celebração de um contrato de gestão com o órgão da
Administração Direta em que está vinculada e passam a submeter-se a regime
jurídico especial. Esse contrato é realizado para obter melhoria na eficiência e
redução de custos (DI PIETRO, 2017, p. 599).

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Trata-se apenas de uma qualificação dada a uma autarquia ou fundação
que tenha um contrato de gestão com seu órgão supervisor, no caso um
ministério, cumprindo metas de desempenho, redução de custos e eficiência.
Assim, para ser uma agência executiva basta apenas uma qualificação dada por
um Ministro de Estado. Exemplos: Instituto Nacional de Metrologia,
Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro); Agência Nacional do
Desenvolvimento do Amazonas (ADA) e Agência Nacional do Desenvolvimento
do Nordeste (Adene) (ALVES, 2019, p. 57).
A previsão das agências executivas está na Lei 9.649/98, que dispõe
sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras
providências. O artigo 51 estabelece os requisitos necessários para que uma
autarquia ou fundação seja qualificada como agência executiva:

I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento


institucional em andamento;

II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério


supervisor.

A qualificação é realizada por ato específico do Presidente da República,


segundo o §1º, do artigo 51, da Lei n. 9.649/98. Ao Poder Executivo incumbe o
dever de editar medidas de organização administrativa específicas para as
Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como
a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento
dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.
O artigo 52, da referida lei, por sua vez, determina que os planos
estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional definirão
diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e do
quadro de servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento
dos recursos humanos e o fortalecimento da identidade institucional da Agência
Executiva.
Em seus parágrafos, está determinado que os Contratos de Gestão das
Agências Executivas serão celebrados com periodicidade mínima de um ano e
estabelecerão os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da
entidade, bem como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para

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a avaliação do seu cumprimento. E, o Poder Executivo definirá os critérios e
procedimentos para a elaboração e o acompanhamento dos Contratos de
Gestão e dos programas estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento
institucional das Agências Executivas.
Os Decretos 2.487/1998 e o 2.488/1998 disciplinam as agências
executivas federais, dispõe sobre a qualificação como Agências Executivas,
estabelece critérios e procedimentos para a elaboração, acompanhamento e
avaliação dos contratos de gestão e dos planos estratégicos de reestruturação
e desenvolvimento institucional das entidades qualificadas e definem medidas
de organização administrativa específicas para as autarquias como Agências
Executivas.
A qualificação poderá ser mediante iniciativa do Ministério supervisor,
desde que tenha anuência do Ministérios da Administração Federal e Reforma
do Estado, o qual verificará o cumprimento dos seguintes requisitos, pela
entidade candidata à qualificação (art. 1º, §1º, do Decreto 2.487/1998):

a) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério


supervisor;

b) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento


institucional, voltado para a melhoria da qualidade da gestão e para a
redução de custos, já concluído ou em andamento.

O ato de qualificação ocorre por meio de Decreto. A manutenção da


qualificação de agência executiva depende da renovação do contrato de gestão
e de que o plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional
tenha prosseguimento ininterrupto, até a sua conclusão. Se houver
descumprimento do plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento
institucional, a entidade perde a qualificação de agência executiva.

2.3 Agência reguladora

Regular significa organizar determinado setor, assim como, controlar as


entidades que atuam nesse setor, “engloba toda forma de organização da
atividade econômica através do Estado, seja a intervenção através da

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concessão de serviço público ou o exercício de poder de polícia” (SALOMÃO
FILHO, 2001, p. 15).
São autarquias de regime especial, responsáveis pela regulamentação,
controle e fiscalização de serviços públicos transferidos ao setor privado.
Exemplos: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica; ANATEL – Agência
Nacional das Telecomunicações; ANP – Agência Nacional de Petróleo; ANVISA
– Agência Nacional de Vigilância Sanitária; ANAC – Agência Nacional de
Aviação Civil e ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, no direito brasileiro, já existiam


agências reguladoras, antes mesmo da inovação da nomenclatura, menciona
que durante o período de 1930-1945, existia o Comissariado de Alimentação
Pública (1918), o Instituto de Defesa Permanente do Café (1923), o Instituto do
Açúcar e do Álcool (1933), o Instituto Nacional do Mate (1938), o Instituto
Nacional Pinho (1941) e o Instituto Nacional do Sal (1940), todos eles autarquias
com a finalidade de regular a produção e o comércio (1975, p.253-257).
Segundo Di Pietro, no direito brasileiro existem dois tipos de agência
reguladoras:

a) As que exercem Poder de Polícia, com a imposição de limitação


administrativa;
b) As que regulam e controlam atividades que constituem objeto de
concessão, permissão ou autorização de serviço público
(telecomunicações, energia elétrica, transporte, etc.) ou para
exploração de bem público (como o petróleo).

Esse segundo modelo de agência reguladora possuí o poder de


concessão, permissão e autorização, que antes eram desempenhados somente
pela Administração Direta, na qualidade de poder concedente. Essas agências
reguladoras possuem o poder de “fixar e alterar unilateralmente as cláusulas
regulamentares, os de encampação, intervenção, uso compulsório de recursos
humanos e materiais da empresa concessionária, poder de direção e controla
sobre a execução do serviço, poder sancionatório, poder de decretar a
caducidade e de fazer a reversão de bens da concessionária ao término da
concessão” (DI PIETRO, 2017, p. 602).

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Sabe-se que todo contrato de concessão (como os contratos
administrativos em geral) possui o duplo aspecto: o que diz respeito ao seu
objeto, referente à execução da atividade delegada ao particular; o que diz
respeito ao aspecto financeiro, referente aos direitos do contratado, que é, em
regra, empresa capitalista que objetiva o lucro; disso resulta a presença, na
concessão, de cláusulas regulamentares, que visam garantir que o serviço seja
prestado pela forma mais adequada ao interesse público, e de cláusulas
contratuais, que objetivam garantir o direito da concessionária ao equilíbrio
econômico-financeiro.
A lei 9.986/2000 e a lei n. 13.848/2019 vão regular a gestão e organização
das agências reguladoras, nelas está previsto que os dirigentes serão escolhidos
pelo Chefe do Executivos, dependendo da aprovação pelo Senado Federal. São
dirigidas por um colegiado, formado por 4 conselheiros ou diretores e 1
presidentes, diretor-presidente ou diretor-geral (Art. 4º, da lei 9.986/2000). Os
requisitos para ser presidente, diretor-presidente ou diretor-geral, estão
elencados no artigo 5º, da Lei 9.986/2000. Seu mandado será de 5 anos (a partir
da Lei 13.848/2019).
Art. 8º Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada ficam
impedidos de exercer atividade ou de prestar qualquer serviço no setor regulado
pela respectiva agência, por período de 6 (seis) meses, contados da exoneração
ou do término de seu mandato, assegurada a remuneração compensatória.
Nesse período, que antes era chamado de “quarentena”, pois antes da
alteração que trouxe a lei 13.848/2019, o prazo era de quatro meses, o ex-
dirigente fica proibido de exercer atividades ou prestar qualquer serviço no setor
regulado pela respectiva agência, por um período de seis meses (art. 8º, da Lei
9.986/2000) , contados da exoneração ou do término do mandato. Durante esse
período o dirigente continua vinculado à Agência, fazendo jus à remuneração
compensatória equivalente ao cargo de direção que exercia (DI PIETRO, 2017,
p. 603).

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3. AUTARQUIAS FUNDACIONAIS OU FUNDAÇÕES AUTARQUICAS OU
FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO:

3.1 Características

A) Definição: Pessoa jurídica de direito público composta por um


patrimônio personalizado destinado pelo fundador para uma finalidade
específica.
B) Criação/extinção: Criada por lei ordinária
C) Patrimônio: 100% público
D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva. Estado responde
subsidiariamente.
E) Regime pessoal: estatutário.
F) Regime de bens: públicos.
G) Privilégios: tributários SIM (art. 150, VI, a, CF) – não tem imunidade
quando foge da finalidade específica. Ex.: Casa doada e que não está sendo
usada, dever de pagar IPTU. Processuais (art. 183, CPC), prazo em dobro.
H) Controle: Tribunal de Contas (não há hierarquia e subordinação), só
controle de legalidade.

4. FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO:

4.1 Características:

A) Definição: tem como objetivo atividade de interesse social. É pessoa


de direito privado. Presta um serviço social para o Estado, vai atuar na área de
educação, saúde, moradia, previdência, etc.
B) Criação/extinção: Autorizada por lei ordinária, criada por decreto, mas
tem área de atuação definia por lei complementar (art. 37, XIX, CF). Só cria
personalidade jurídica a partir do ato constitutivo dela, ou seja, o estatuto social
registrado no cartório de registro de pessoas jurídicas.
C) Patrimônio: poderá ser 100% público ou misto.

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D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva. Estado responde
subsidiariamente.
E) Regime pessoal: Celetista/empregado público (apesar de submetido
à concurso).
F) Regime de bens: privados com prerrogativa de público.
G) Privilégios: Foro da Justiça Federal. Não tem prazo em dobro. Não
tem processuais. Tem imunidade tributária sobre a atividade principal, mas não
sobre os demais bens.
H) Controle: Tribunal de Contas.

5. EMPRESA PÚBLICA:

5.1 Características

A) Definição: para prestar serviço público ou explorar atividade


econômica, sob qualquer modalidade empresarial. É pessoa de direito privado.
B) Criação/extinção: Autorizada por lei ordinária, expedição de decreto
regulamentando, efetivada com registro dos atos consecutivos em cartório e na
Junta comercial.
C) Patrimônio: social público.
D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva (se prestadora de serviço
público, Estado responde subsidiariamente). Direta e subjetiva (se exploradora
de atividade econômica, Estado não responde).
E) Regime pessoal: Celetista/empregado público.
F) Regime de bens: privados com prerrogativa de público quando
prestadora de serviço público.
G) Privilégios: não tem privilégio.
H) Controle: Tribunal de Contas.
I) Foro competente: Justiça Federal (se empresa pública federal, art.
109, I, CF), Justiça Estadual (se empresa estadual ou municipal).

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6. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA:

6.1 Características

A) Definição: para prestar serviço público ou explorar atividade


econômica, sob a forma de Sociedade Anônima. É pessoa de direito privado.
B) Criação/extinção: Autorizada por lei ordinária, expedição de decreto
regulamentando, efetivada com registro dos atos consecutivos em cartório e na
Junta comercial.
C) Patrimônio: misto, sendo que mais de 50% precisa ser público.
D) Responsabilidade civil: Direta e objetiva (se prestadora de serviço
público, Estado respondo subsidiariamente). Direta e subjetiva (se exploradora
de atividade econômica, Estado não responde).
E) Regime pessoal: Celetista/empregado público (apesar de submetido
à concurso, inclusive das subsidiárias: Liquigaz).
F) Regime de bens: privados com prerrogativa de público quando
prestadora de serv. público.
G) Privilégios: Não tem.
H) Controle: Tribunal de Contas.
I) Foro competente: Justiça Estadual (súmula 556, STF e 42 do STJ,
exceção: só tem foro na justiça federal quando a União intervém como assistente
ou opoente, súmula 517, STF).

7. ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS (CONSÓRCIOS DE DIREITO PÚBLICO):


AUTARQUIA INTERFEDERATIVA:

É a união de dois ou mais entes para a prestação de um serviço público.


Aplica-se as regras pertinentes às autarquias. Prefeitos vão assinar o protocolo
de intenções que será submetido a câmara de vereador que vai ratificar a lei
municipal que vai confirmar a criação. A partir da ratificação da lei cria-se uma
nova entidade. Exemplo: Consórcio intermunicipal de saúde e saneamento

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básico: De acordo com as alterações que trouxe a lei 13.822/2019, os agentes
públicos serão celetistas.
É uma espécie de autarquia, vão adquirir personalidade jurídica a partir
da criação por lei e vai integrar a administração indireta de todos os entes
consorciados.
Somente o consórcio público de direito público pode exercer poder polícia.
A União não pode participar sozinha junto com municípios, o estado
também deverá integrar o consórcio, o mesmo se aplicar aos consórcios públicos
de direito privado!

8. CONSÓRCIOS PÚBLICOS DE DIREITO PRIVADO.

Aplica-se as regras de fundação de direito privado. Consórcio: são


associações, entidades criadas para a prestação de serviços conjuntos. Vão ser
registrados em cartório para criar a nova entidade, então, a partir do registro do
ato constitutivo no órgão competente, da mesma forma que acontece com a
empresa pública ou sociedade de economia mista. O regime dos agentes
públicos será o celetista, de acordo com a lei 13.822/2019.

9. PARAESTATAIS

Paraestatais é o Terceiro Setor ou Entes de Cooperação. São entidades


particulares que atuam em pareceria com o Estado. Executam atividade de
interesse público sem finalidade lucrativa. Recebem alguns benefícios e se
submetem algumas restrições.

➢ Organizações Sociais (OS) – Lei 9.637/98


➢ Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) –
Lei 9.790/99
➢ Entidade de Apoio ou Parceiros Voluntários – Lei 13.019/2014
➢ Serviços Sociais Autônomos (Sistema S) – criado por lei, julgado
por J.E

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9.1 Organizações Sociais (OS):

➢ Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, criadas por particulares
para a execução de serviços públicos não exclusivos do Estado, previstos
em lei. A lei 9.637/98 autorizou que fossem repassados serviços de: ensino,
pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do
meio ambiente, cultura e saúde.

➢ Celebram contrato de gestão (artigo 37, §8º);

➢ Dispensa licitação quando forem oferecer seu serviço contemplado no


contrato de gestão.

➢ Podem receber: recursos orçamentários, bens públicos através de uma


permissão de uso, recebem servidores públicos.

➢ O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como


organização social, quando constatado o descumprimento das disposições
contidas no contrato de gestão.

➢ OBS 1: A desqualificação será precedida de processo administrativo,


assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da
organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos
decorrentes de sua ação ou omissão.

➢ OBS 2: A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos


valores entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis.

➢ São fiscalizadas pelo Tribunal de Contas.

9.2 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP):

➢ OSCIPs são Organizações criadas por iniciativa privada, semelhantes as


OS, mas com rol maior e diferente vínculo, não por contrato de gestão, mas
por termo de parceria.

➢ Recebem menos benefícios.

➢ Requisitos:
➢ Pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos

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➢ Devem ter sido constituídas e se encontrem em funcionamento
regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos
objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos
instituídos na lei 9790/99.

➢ Apresentem balanço patrimonial e demonstrativo de resultado do


exercício

➢ Declaração de isenção de Imposto de Renda

➢ Habilitação perante o Ministério da Justiça

➢ Desempenhar serviço social não exclusivo do Estado

➢ Não podem ser OSCIP: Artigo 2º da Lei 9.790/1999.

➢ Podem receber verba pública, mas não podem receber cessão de bens e
servidores.

➢ Não estão submetidas a concurso público.

➢ Controle: pela Administração Pública e Ministério da Justiça.

9.3 Entidades de Apoio ou Parcerias Voluntárias: Lei 13.019/2014.

➢ Não possuem fins lucrativos. Ex.: entidade de apoio em hospitais públicos e


universidades públicas, igrejas.

➢ São instituídas pelo Poder Público, por servidores públicos de certa entidade
estatal e com seus próprios recursos, sob forma de Fundação, Associação
ou Cooperativa.

➢ Não estão submetidas a concurso público.

➢ Sofrem controle do TCU e da entidade.

➢ Procedimento licitatório simplificado.

➢ Não desempenham atividades delegadas pelo Poder Público.

➢ Forma vínculo por meio de Convênio, através de Termo de Colaboração.

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9.4 Serviços Sociais Autônomos (Sistema S):

➢ Possuem personalidade de direito privado, para ministrar assistência e


ensino a certas categorias sociais ou grupos de profissionais vinculada ao
sistema sindical, sem fins lucrativos;

➢ São mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais.

➢ São criados ou autorizadas por lei específica.

➢ Não são obrigadas a realizar concurso público (decisão do STF).

➢ Podem receber dinheiro público, como também gozam da


PARAFISCALIDADE: cobrança de contribuições dos associados – tem
natureza tributária, por tanto dinheiro público.

➢ São submetidas a fiscalização do Tribunal de Contas, para controle


finalístico.

➢ Ex.: Senai, Senac, Sesi, Sesc...

10. PRINCÍPIOS

10.1 Princípio da Supremacia do Interesse Público: o interesse público é


superior ao interesse do particular, assim é possível verificar privilégios à
Administração Público que se justificam na supremacia do interesse público:

A) Diversas formas de intervenção do Estado na propriedade privada,


como através da: Desapropriação (desde que assegurada justa e prévia
indenização). Requisição administrativa (uso da propriedade priva sem
remuneração, havendo indenização ulterior, se houver dano). Tombamento de
um imóvel histórico.

B) Cláusulas exorbitantes: que possibilitam a ADM PUB modificar ou


rescindir unilateralmente um contrato.

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10.2 Princípio da indisponibilidade do interesse público

Limitar o princípio da supremacia do interesse público, pois o interesse


não será conforme o interesse do administrador, mas sim, na forma da lei. O
Estado, por exemplo, não pode renunciar recebimento de receitas devidas, salvo
se expressamente previsto em lei. Não poderá alienar um bem enquanto ele
estiver afetado a uma destinação pública específica. E mesmo desafetado,
deverá seguir a regras de licitação prévia.

10.3 Princípio da Legalidade

Todos, sem exceção, estão sujeitos ao império da lei. Quando não houver
previsão legal, não há possibilidade de atuação da Administração Pública.

10.4 Princípio da impessoalidade

Atuação da Administração Pública com critério objetivos e não pessoais,


não pode ser relevante para a pessoa, mas para o interesse coletivo. Quando
um agente pratica um ato, não é a pessoa, mas o Estado praticando-o. Exemplo:
vedada a propaganda do governo em obras. Art. 2º, III, da Lei 9.784/1999 ou a
remoção por punição.
Qualquer ato praticado com o objetivo diverso da satisfação do interesse
público será considerado nulo por desvio da finalidade.
Está ligado também com o princípio da isonomia, onde o próprio artigo 37,
II, da CF, impõe o dever da realização de concurso público como condição para
ingresso em cargo efetivo ou emprego público.
O artigo 37, inciso XXI, que exige a licitação para assegurar igualdade
entre todos os concorrentes.
Vedação ao nepotismo: Súmula vinculante nº 13.

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10.5 Princípio da Moralidade

Honestidade, boa fé e não corrupção. Moralidade administrativa: não se


trata de um exame de oportunidade e conveniência, mas uma análise de
legitimidade, ou seja, um ato praticado em desacordo com a moral é nulo e não
meramente inoportuno ou inconveniente.
Ligado ao artigo 37, §4º, CF: versa sobre os atos de improbidade
administrativa.

10.6 Princípio da publicidade

Se admitem atos sigilosos quando:


➢ Nos casos de segurança nacional: seja ela de origem militar,
econômica, cultural etc. Nestas situações, os atos não são
tornados públicos. Por exemplo, os órgãos de espionagem não
fazem publicidade de seus atos.

➢ Nos casos de investigação policial: onde o Inquérito Policial é


extremamente sigiloso (só a ação penal que é pública).

➢ Nos casos dos atos internos da Administração Pública: nestes, por


não haver interesse da coletividade, não há razão para serem
públicos.

A publicidade dos atos administrativos é feita tanto na esfera federal


(através do Diário Oficial Federal), estadual (através do Diário Oficial Estadual),
quanto municipal (através do Diário Oficial do Município).
Nos Municípios, se não houver o Diário Oficial Municipal, a publicidade
poderá ser feita através dos jornais de grande circulação ou afixada em locais
conhecidos e determinados pela Administração.

10.7 Princípio da Eficiência

Foi inserido pela EC 19/1998. Mesma emenda que alterou o artigo 41 e


disse que o servidor público só será efetivado após a avaliação de desempenho.

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Art. 39, §2º. CF: formação constantes.
Segundo a doutrina, ele pode ser descrito sob duas perspectivas:
1) Da atuação do servidor público espera-se o melhor desempenho
possível de suas atribuições, a fim de obter melhores resultados.

2) Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a adm. pub., deve


ser o mais racional possível, com intuito de alcançar melhores resultados.

10.8 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade

Não estão expressos na CF. Ato irrazoável ou desproporcional será


anulado, não revogado.
Anulação: vício de legalidade (poderá ser anulado tanto pela Adminitração
Pública, quanto pelo Poder Judiciário), seu efeito é ex tunc.
Revogação: ato lícito, que a Administração Pública pode revogar porque
não entende mais como conveniente ou oportuno, ou seja, não tem mais
interesse, trata-se de juízo de mérito. Seu efeito será ex nunc.
Controle de atos discricionários: toda vez que lei confere margem de
escolha ele deverá fazer dentro do razoável e proporcional.
Razoabilidade: Adequação e necessidade.
A proporcionalidade é a adequação entre fins e meios;

Exemplo: pena mais severa que a gravidade da infração.

10.9 Princípio da autotutela


Possibilita a Administração Pública controlar seus próprios atos,
apreciando quanto ao mérito e a legalidade.
Não exclui a apreciação da legalidade pelo Poder Judiciário: artigo 5º,
inciso XXXV, da CF.

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10.10 Princípio da ampla defesa e do contraditório

Deve ser respeitado em processo judicial e no âmbito administrativo.


Corresponde ao direito de saber e poder se manifestar sobre as alegações.

Súmula vinculante n. 5: ausência de defesa técnica em processo


administrativo não gera nulidade.

Súmula vinculante n. 21: é inconstitucional a exigência de depósito prévio


para interposição de recurso administrativo.
Art. 5º, XXXV, CF: trata sobre o princípio da inafastabilidade da jurisdição,
somente o judiciário profere decisões com caráter de definitividade, assim, as
decisões administrativas não são definitivas e são passíveis de discussão no
judiciário. Não precisa de esgotamento da via administrativa para ter acesso ao
judiciário. Exceto na justiça desportiva, que precisa esgotar a via administrativa.

REFERÊNCIAS

ALVES, Felipe Dalenogare. Direito administrativo: teoria e prática 1ª e 2ª fase


OAB. São Paulo: Rideel, 20189.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil03/constituicao/ constituicaocompilado.htm> Acesso em: 24 jun. 2017.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 30. ed. rev. atual e apl.
Rio de Janeiro: Forense, 2017.

FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Comentários à Constituição brasileira.


São Paulo: Saraiva, 1975, v.3.

SALOMÃO FILHO, Calixto. Regulação e atividade econômica: princípios e


fundamentos jurídicos. São Paulo: Malheiros, 2001.

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