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Estruturas de Concreto II

Pilares
Unidade 03
Professora: Tauana Batista
Estruturas de Concreto II
UNIDADE 3 ‐ ESTRUTURAS DE PILARES EM
EDIFICAÇÕES

Objetivo
Calcular e detalhar a armadura dos pilares de
uma edificação.
Elementos Estruturais ‐ peças que compõem uma
estrutura

Laje
Viga

Pilar

Fundação
Pilares:
• elementos estruturais lineares de eixo reto,

• usualmente dispostos na vertical,

• forças normais de compressão são


preponderantes

• função principal é receber as ações


atuantes nos diversos níveis e conduzi‐las
até as fundações
Pilares:
• Nos edifícios de vários andares, para
cada pilar e no nível de cada andar,
obtém‐se o subtotal de carga atuante,
desde a cobertura até os andares
inferiores. Essas cargas, no nível de
cada andar, são utilizadas para
dimensionamento dos tramos do pilar.
A carga total é usada no projeto da
fundação.
Pilares:
• Nas estruturas constituídas por lajes sem vigas, os esforços são transmitidos
diretamente das lajes para os pilares. Nessas lajes, deve‐se dedicar atenção especial
à verificação de punção.
Pilares:
• Nas estruturas constituídas por lajes sem vigas, os esforços são transmitidos
diretamente das lajes para os pilares. Nessas lajes, deve‐se dedicar atenção especial
à verificação de punção.
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS:
a)Dimensões mínimas
• Com o objetivo de evitar um desempenho inadequado e propiciar
boas condições de execução, a NBR 6118:2014, no seu item 13.2.3,
estabelece que a seção transversal dos pilares, qualquer que seja a sua
forma, não deve apresentar dimensão menor que 19 cm.

• Em casos especiais, permite‐se a consideração de dimensões entre 19


cm e 14 cm, desde que no dimensionamento se multipliquem as ações
por um coeficiente adicional .
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS:
a)Dimensões mínimas

• Todas as recomendações referentes aos pilares são válidas


nos casos em que a maior dimensão da seção transversal
não exceda cinco vezes a menor dimensão (h ≤ 5b). Quando
esta condição não for satisfeita, o pilar deve ser tratado
como pilar‐parede (NBR 6118:2014, item 14.4.2.4).
• Seção transversal de área ≥ 360 cm² (NBR 6118:2014,
item 13.2.3)
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS:
b)Comprimento equivalente
Segundo a NBR 6118, item 15.6, o comprimento
equivalente l do pilar, suposto
vinculado em ambas extremidades, é o menor dos
valores

𝑙
𝑙
𝑙 ℎ

𝑙 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos horizontais, que vinculam o
pilar;
h é a altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura;
l é a distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar está vinculado;
No caso de pilar engastado na base e livre no topo, 𝑙 2𝑙.
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS:
b)Comprimento equivalente
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS:
c)Raio de giração
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS:
d) Índice de esbeltez
É uma medida mecânica que avalia o quanto uma barra comprimida é mais ou menos
vulnerável ao efeito de flambagem.
O índice de esbeltez é a razão entre o comprimento de flambagem e o raio de giração,
nas direções a serem consideradas:

Em função do índice de esbeltez os pilares podem ser classificados como:

a) Pilar curto se λ λ;

b) Pilar médio se λ λ 90;

c) Pilar medianamente esbelto se 90 λ 140;

d) Pilar esbelto se 140 λ 200.


TIPOS BÁSICOS DE PILARES:
É necessário projetar elementos mais rígidos que, além de também transmitirem as
ações verticais, deverão garantir a estabilidade horizontal do edifício à ação do vento
e de sismos, onde existirem. Tais elementos mais rígidos que garantirão a
indeslocabilidade dos nós dos pilares menos rígidos.

a) PILARES DE CONTRAVENTAMENTOS:
‐ Grande rigidez.
‐ Normalmente, são constituídos pela caixa de
elevador e por pilares devidamente enrijecidos e
situados junto às extremidades do piso.
‐ O cálculo destes pilares exige a sua consideração
como um todo.

b) PILARES CONTRAVENTADOS:
‐ Menor rigidez.
‐ Pilares restantes.
CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES CONTRAVENTADOS:
Os pilares podem ser classificados conforme as solicitações iniciais e a esbeltez.

a) Quanto às solicitações iniciais (Situação de projeto):


CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES:
Os pilares podem ser classificados conforme as solicitações iniciais e a esbeltez.

a) Quanto às solicitações iniciais:


• Serão considerados internos os pilares em que se pode admitir compressão
simples, ou seja, em que as excentricidades iniciais podem ser desprezadas.
CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES:
Os pilares podem ser classificados conforme as solicitações iniciais e a esbeltez.

a) Quanto às solicitações iniciais:


• Nos pilares de borda, as solicitações iniciais correspondem a flexão composta
normal, ou seja, admite‐se excentricidade inicial em uma direção, que decorre da
interrupção, sobre o pilar, da viga perpendicular à borda. Para seção quadrada ou
retangular, a excentricidade inicial é perpendicular à borda.
CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES:
Os pilares podem ser classificados conforme as solicitações iniciais e a esbeltez.

a) Quanto às solicitações iniciais:


• Pilares de canto são submetidos a flexão composta oblíqua. As excentricidades
iniciais ocorrem nas direções das bordas.
CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES:
Os pilares podem ser classificados conforme as solicitações iniciais e a esbeltez.

b) Quanto à esbeltez:
Em função do índice de esbeltez os pilares podem ser classificados como:

a) Pilar curto se λ λ;

b) Pilar médio se λ λ 90;

c) Pilar medianamente esbelto se 90 λ 140;

d) Pilar esbelto se 140 λ 200.

Onde λl é o valor de esbeltez limite e depende de diversos fatores, como:


• Excentricidade
• Vinculação dos extremos da coluna
• Forma do diagrama dos momentos de 1ª ordem.
EXCENTRICIDADES DE PRIMEIRA ORDEM :
a) Excentricidade inicial :
A excentricidade inicial, oriunda das ligações dos pilares com as vigas neles
interrompidas, ocorre em pilares de borda e de canto.
A partir das ações atuantes em cada tramo do pilar, as excentricidades iniciais no topo e
na base são obtidas com as expressões

𝑀
𝑒,
𝑁
𝑀
𝑒,
𝑁
𝑀
𝑒,
𝑁
EXCENTRICIDADES DE PRIMEIRA ORDEM :
a) Excentricidade inicial : 3𝑟
Como obter os momentos? 𝑀 𝑀
4𝑟 3𝑟 3𝑟
Para o esquema estático:
3𝑟
𝑀 𝑀
4𝑟 3𝑟 3𝑟

3𝑟 3𝑟
𝑀 𝑀
4𝑟 3𝑟 3𝑟

Momento fletor de ligação entre a viga e o


pilar
𝑝𝑙
𝑀
12

𝐼 = momento de inércia da seção na direção considerada;


ri é a rigidez do elemento i no
nó considerado, é dada por: 𝑙 = vão teórico da viga ou comprimento de flambagem do pilar.
EXCENTRICIDADES DE PRIMEIRA ORDEM :
b) Excentricidade acidental :
• Deve‐se considerar as imperfeições do eixo dos elementos da estrutura
descarregada. Essas imperfeições podem ser divididas em : globais e locais.

Imperfeição Global: Na análise global das estruturas reticuladas, sejam elas


contraventadas ou não, deve ser considerado um desaprumo dos elementos
verticais.

Esse desaprumo não precisa ser superposto ao carregamento de vento. Entre os dois, vento e desaprumo, pode ser
considerado apenas o mais desfavorável (que provoca o maior momento total na base de construção). O valor máximo de 𝜃
será de 1/200.,
EXCENTRICIDADES DE PRIMEIRA ORDEM :
b) Excentricidade acidental :
Imperfeições locais: efeitos de imperfeições geométricas locais. Para a verificação
de um lance de pilar deve ser considerado o efeito do desaprumo ou da falta de
retilinidade do eixo do pilar
EXCENTRICIDADES DE PRIMEIRA ORDEM :
b) Excentricidade acidental :
Imperfeições locais:
Nos casos usuais, a consideração da falta de
retilinidade seja suficiente. Assim, a
excentricidade acidental ea pode ser obtida
pela expressão:

Para pilar em balanço, obrigatoriamente deve


ser considerado o desaprumo, ou seja:
EXCENTRICIDADES DE PRIMEIRA ORDEM :
b) Momento mínimo:
Segundo a NBR 6118:2014 ítem 11.3.3.4.3, o efeito das imperfeições locais nos
pilares pode ser substituído em estruturas reticuladas pela consideração do
momento mínimo de 1ª ordem, dado por:

𝑀 ,
𝑁 0,015 0,03ℎ 𝑁 𝑒,

com

h sendo a altura total da seção transversal na direção considerada (em metros).

Nd é a força normal de cálculo.

𝑒, é a excentricidade mínima (em metros).


EXCENTRICIDADES DE PRIMEIRA ORDEM :
c) Excentricidade de forma:
Quando os eixos baricêntricos das vigas não passam pelo centro de gravidade da
seção transversal do pilar, as reações das vigas apresentam excentricidades que são
denominadas excentricidades de forma.

As excentricidades de forma, em geral,


não são consideradas no
dimensionamento dos pilares. A rigor,
apenas nos níveis da fundação e da
cobertura as excentricidades de forma
deveriam ser consideradas.
Entretanto, mesmo nesses níveis, elas
costumam ser desprezadas.
EXCENTRICIDADES DE PRIMEIRA ORDEM :
d) Excentricidade suplementar:
• A excentricidade suplementar leva em conta o efeito da fluência. A consideração
da fluência é complexa, pois a duração de cada ação tem que ser levado em
conta, ou seja, o histórico de cada ação precisaria ser conhecido.

• O cálculo da excentricidade suplementar é obrigatório em pilares com índice de


esbeltez λ > 90, de acordo com a NBR 6118.

• O valor dessa excentricidade ec, em que o índice c refere‐se a “creep” (fluência,


em inglês), pode ser obtida de maneira aproximada pela expressão:
EXCENTRICIDADES DE PRIMEIRA ORDEM :
d) Excentricidade suplementar:
• A excentricidade suplementar leva em conta o efeito da fluência. A consideração
da fluência é complexa, pois a duração de cada ação tem que ser levado em
conta, ou seja, o histórico de cada ação precisaria ser conhecido.

• O cálculo da excentricidade suplementar é obrigatório em pilares com índice de


esbeltez λ > 90, de acordo com a NBR 6118:2003.

• O valor dessa excentricidade ec, em que o índice c refere‐se a “creep” (fluência,


em inglês), pode ser obtida de maneira aproximada pela expressão:
ESBELTEZ LIMITE :
• O conceito de esbeltez limite surgiu a partir de análises teóricas de pilares,
considerando material elástico‐linear. Corresponde ao valor da esbeltez a partir
do qual os efeitos de 2a ordem começam a provocar uma redução da capacidade
resistente do pilar.
• Em estruturas de nós fixos, dificilmente um pilar de pórtico, não muito esbelto,
terá seu dimensionamento afetado pelos efeitos de 2a ordem, pois o momento
fletor total máximo provavelmente será apenas o de 1a ordem, num de seus
extremos.
• Diversos fatores influenciam no valor da esbeltez limite. Os preponderantes são:
• excentricidade relativa de 1a ordem e1/h;
• vinculação dos extremos do pilar isolado;
• forma do diagrama de momentos de 1a ordem.
ESBELTEZ LIMITE :
Segundo a NBR 6118 (15.8.2), os esforços locais de 2a ordem em elementos
isolados podem ser desprezados quando o índice de esbeltez λ for menor que
o valor limite λl, que pode ser calculado pelas expressões:

Sendo e1 a excentricidade de 1° ordem da seção do meio do pilar.

O coeficiente αb depende da distribuição de momento no pilar.


ESBELTEZ LIMITE :
Como encontrar o valor do coeficiente αb?

a) Pilares biapoiados sem forças transversais

0,4𝑀
𝛼 0,6 0,4 α 1,0
𝑀

MA é o momento fletor de 1ª ordem no extremo A do pilar (maior valor absoluto


ao longo do pilar biapoiado);
MB é o momento fletor de 1ª ordem no outro extremo B do pilar (toma‐se para
MB o sinal positivo se tracionar a mesma face que MA e negativo em caso
contrário).
ESBELTEZ LIMITE :
Como encontrar o valor do coeficiente αb?
ESBELTEZ LIMITE :
Como encontrar o valor do coeficiente αb?

d) Pilares biapoiados ou em balanço com momentos fletores


menores que o momento mínimo
EXCENTRICIDADE DE 2ª ORDEM
A força normal atuante no pilar, sob as excentricidades de 1ª ordem
(excentricidade inicial), provoca deformações que dão origem a uma nova
excentricidade, denominada excentricidade de 2ª ordem.

A determinação dos efeitos locais de 2ª ordem, segundo a NBR 6118, em barras


submetidas à flexo‐compressão normal, pode ser feita pelo método geral ou por
métodos aproximados. O método geral é obrigatório para λ>140 (item 15.8.3).
EXCENTRICIDADE DE 2ª ORDEM
A norma apresenta quatro diferentes métodos aproximados, sendo eles:

‐Método do pilar‐padrão com curvatura aproximada (item 15.8.3.3.2),


‐Método do pilar‐padrão com rigidez k aproximada (item 15.8.3.3.3),
‐Método do pilar‐padrão acoplado a diagramas M, N, l/r (item
15.8.3.3.4) e
‐Método do pilar‐padrão para pilares de seção retangular submetidos à
flexão composta oblíqua (item 15.8.3.3.5).
Serão apresentados os métodos do pilar‐padrão com curvatura aproximada e
com rigidez aproximada, que são simples de serem aplicados no
dimensionamento de pilar.
EXCENTRICIDADE DE 2ª ORDEM

‐Método Geral

Estudar o comportamento da barra à medida que se dá o aumento


do carregamento ou de sua excentricidade.

É aplicável a qualquer tipo de pilar, inclusive nos casos em que as


dimensões da peça, a armadura ou a força aplicada são variáveis
ao longo do seu comprimento.

Qualidade dos resultados

Verifica‐se uma forma fletida estável, onde as ações externas (Nd e


Md) são iguais à capacidade resistente, resultando numa forma
fletida estável.

Muito trabalhoso.
EXCENTRICIDADE DE 2ª ORDEM

‐Método do pilar‐padrão com curvatura aproximada (item 15.8.3.3.2)

‐ Permitido para pilares de seção constante e de armadura


simétrica e constante ao longo de seu eixo e λ ≤ 90.

‐ A excentricidade de 2ª ordem (e2) é dada por:


𝑙 1
𝑒
10 𝑟
1/r é a curvatura na seção crítica. A NBR 6118 toma um valor
convencional para a curvatura na base como:

1 0,005 0,005
𝑟 ℎ 𝜐 0,5 ℎ
EXCENTRICIDADE DE 2ª ORDEM
‐Método do pilar‐padrão com curvatura aproximada (item 15.8.3.3.2)
1 0,005 0,005
𝑟 ℎ 𝜐 0,5 ℎ
‐ Com u sendo um valor adimensional relativo à força normal (Nd)
𝑁
𝜐
𝐴 𝑓

h é a altura da seção na direção considerada.


Assim, o momento total máximo no pilar é dado por:
𝑙 1 𝑀 ,
𝑀 𝛼 𝑀 𝑁
, 10 𝑟 𝑀 ,
EXCENTRICIDADE DE 2ª ORDEM

‐Método do pilar‐padrão com rigidez k aproximada (item 15.8.3.3.3)

‐ Permitido para pilares com λ≤90, seção retangular constante, armadura simétrica e
constante ao longo do comprimento.
‐ O momento total máximo no pilar deve ser calculado a partir da majoração do
momento de 1° ordem pela expressão:
𝛼 𝑀 𝑀 Substituir o valor de k e descobrir
, ,
𝑀 diretamente o valor de Md:
𝜆 𝑀 ,
1 120𝜅
19200 𝑀
𝑣 ,

sendo o valor da rigidez adimensional k dado 3840 ℎ 𝑁 𝜆 ℎ𝑁


aproximadamente pela expressão: 19200𝛼 𝑀 , 𝑀 ,

𝑀 3840 𝛼 ℎ 𝑁 𝑀 , 0
,
𝜅 32 1 5 𝜐
ℎ𝑁
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
a) Cobrimento da armadura
Os cobrimentos nominais exigidos pela NBR6118 são dados em função
da classe de agressividade ambiental. No caso dos pilares, os
cobrimentos nominais exigidos são indicados na Tabela abaixo:
Cobrimentos nominais para pilares
Classe de agressividade I II III IV
Cobrimento nominal 2,5 3,0 4,0 5,0
(cm)
Em qualquer caso, o cobrimento nominal de uma determinada barra não
deve ser inferior ao diâmetro da própria barra, ou seja, cnom ≥ Φbarra.
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
a) Armaduras longitudinais
• A escolha e a disposição das armaduras devem atender não
só à função estrutural como também às condições de
execução, particularmente com relação ao lançamento e
adensamento do concreto. Os espaços devem permitir a
introdução do vibrador e impedir a segregação dos agregados
e a ocorrência de vazios no interior do pilar (item 18.2.1 da
NBR 6118).

• Colaboram para resistir à compressão, diminuindo a seção do


pilar, e também resistem às tensões de tração.

• Têm a função de diminuir as deformações do pilar,


especialmente as decorrentes da retração e da fluência. z

• 10𝑚𝑚 ∅ 𝑏⁄8
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
a) Armaduras longitudinais : Limites da taxa de armadura
Segundo o item 17.3.5.3 da NBR 6118, a armadura longitudinal
mínima deve ser:
0,15𝑁
𝐴 ,
0,004𝐴
𝑓

O valor máximo da área total de armadura


longitudinal é dado por:

𝐴 ,
8%𝐴

A maior área de armadura longitudinal possível deve ser 8% da seção real, considerando‐
se inclusive a sobreposição de armadura nas regiões de emenda, ou seja, na região de
emenda a armadura total deve respeitar a armadura máxima.
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
a) Armaduras longitudinais : Número de barras
A NBR 6118, no item 18.4.2.2, estabelece que as armaduras longitudinais devem ser
dispostas de forma a garantir a adequada resistência do elemento estrutural. Em seções
poligonais, deve existir pelo menos uma barra em cada vértice; em seções circulares, no
mínimo seis barras distribuídas ao longo do perímetro

Número mínimo de barras


DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
a) Armaduras longitudinais : Espaçamento
O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras O espaçamento máximo sl
longitudinais, medido no plano da seção transversal, fora entre os eixos das barras
da região de emendas, deve ser igual ou superior ao maior deve ser
dos seguintes valores
20𝑚𝑚 2𝑏
𝑠
𝑎 ∅ 40𝑐𝑚
1,2𝑑 ,

Esses valores se aplicam também às regiões de emenda por transpasse.


DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
b) Armaduras Transversais
Constituída por estribos e, quando for o caso, por grampos
suplementares, deve ser colocada em toda a altura do pilar, sendo
obrigatória sua colocação na região de cruzamento com vigas e
lajes (item 18.4.3 da NBR 6118).

Os estribos devem ser fechados, geralmente em torno das barras


que se transpassam, colocados em posições alternadas.

Os estribos têm as seguintes funções:


a) garantir o posicionamento e impedir a flambagem das barras
longitudinais;
b) garantir a costura das emendas de barras longitudinais;
c) confinar o concreto e obter uma peça mais resistente ou dúctil.
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
b) Armaduras Transversais
De acordo com a NBR 6118, o diâmetro dos estribos em pilares não
deve ser inferior a 5 mm nem a 1/4 do diâmetro da barra isolada
que constitui a armadura longitudinal, ou seja:

5𝑚𝑚

∅ ⁄4
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
b) Armaduras Transversais: Espaçamento
O espaçamento longitudinal entre estribos, medido na direção do
eixo do pilar, deve ser igual ou inferior ao menor dos seguintes
valores:
20𝑐𝑚
𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜
𝑠
12∅ 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝐴50
25∅ 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝐴25

Pode ser adotado o valor ∅ ∅ /4 quando as armaduras forem


constituídas do mesmo tipo de aço e o espaçamento respeite
também a limitação:

∅ 1
𝑠 á 90000 com f em 𝑀𝑃𝑎
∅ 𝑓
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
b) Armaduras Transversais: Estribos suplementares
Sempre que houver possibilidade de flambagem das barras da armadura, situadas
junto à superfície, devem ser tomadas precauções para evitá‐la. A NBR 6118 (item
18.2.4) considera que os estribos poligonais garantem contra flambagem as barras
longitudinais situadas em seus cantos e as por eles abrangidas, situadas no máximo à
distância de 20φt do canto, se nesse trecho de comprimento 20Φt não houver mais de
duas barras, não contando a do canto
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
b) Armaduras Transversais: Estribos suplementares
Quando houver mais de duas barras no trecho de comprimento 20 Φt ou barras fora
dele, deve haver estribos suplementares. Se o estribo suplementar for constituído por
uma barra reta, terminada em ganchos, ele deve atravessar a seção do pilar e os seus
ganchos devem envolver a barra longitudinal.
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
b) Armaduras Transversais: Estribos suplementares
Se houver mais de uma barra longitudinal a ser protegida junto à extremidade do
estribo suplementar, seu gancho deve envolver um estribo principal em um ponto
junto a uma das barras, o que deve ser indicado no projeto de modo bem destacado.
Essa amarra garantirá contra a flambagem essa barra encostada e mais duas no
máximo para cada lado, não distantes dela mais de 20Φt. No caso da utilização dessas
amarras, para que o cobrimento seja respeitado, é necessário prever uma distância
maior entre a superfície do estribo e a face do pilar.
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
c) Emendas de barras longitudinais
Em função do processo construtivo, as barras longitudinais dos pilares
precisam ser emendadas. Essas emendas podem ser por:
‐ Transpasse
Mais empregada
Permitida até diâmetros de 32 mm

‐ Solda
Ver item 9.5.4 NBR 6118.

‐ Luvas rosqueadas
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
c) Emendas de barras longitudinais: por transpasse
O comprimento de transpasse nas barras
longitudinais comprimidas é dado por:
𝑙 𝑙 ,
𝑙 ,

lb,nec é o comprimento de ancoragem necessário;

lb é o comprimento de ancoragem básico.

loc,min ≥ 0,6lb,

15

200mm;
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
c) Emendas de barras longitudinais: por transpasse
O comprimento básico de ancoragem é calculado pela expressão:

∅𝑓
𝑙 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑙𝑖𝑠𝑎𝑠 𝐶𝐴 25
4𝑓 𝜂 1,4 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐶𝐴 60
2,25 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑛𝑒𝑟𝑣𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐶𝐴 50
𝑓 𝜂 𝜂 𝜂 𝑓
1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑓 𝜂
, 0,7 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑚á 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑓
𝛾
1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 ∅ 32𝑚𝑚
𝜂 132 ∅
𝑓 , 0,21𝑓 𝑝𝑎𝑟𝑎 ∅ 32𝑚𝑚
100
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
c) Emendas de barras longitudinais: por transpasse
O comprimento de ancoragem necessário será:

𝛼 𝑙 𝐴 ,
𝑙 , 𝑙 ,
𝐴,

1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑠𝑒𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜;


𝛼
0,7 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜

0,3𝑙
𝑙 , 10∅
100𝑚𝑚
DISPOSIÇÕES CONSTRUTUTIVAS:
c) Emendas de barras longitudinais: por transpasse
Em resumo, considerando barras nervuradas (CA‐50), situações de boa
aderência, ∅ < 32mm e barras sem gancho, temos:

15∅
𝑙 𝑙
200𝑚𝑚

𝑓
𝑙 ∅
1,35𝑓
ESTIMATIVA DA CARGA VERTICAL NO PILAR POR
ÁREA DE INFLUÊNCIA
Desconhecendo a carga total por metro quadrado de laje, adota‐se um valor
igual a 10kN/m² (levando‐se em conta todos os carregamentos permanentes
e variáveis). Esse valor é estimado para edifícios de pequena altura com fins
residenciais e de escritórios.

Somente para pré‐dimensionamento!

A carga característica que atua em cada


pilar é calculada por:
𝑘𝑁
𝑁 𝑛°𝑝𝑖𝑠𝑜𝑠 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝐴𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑚
𝑚
PRÉ‐DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO TRANSVERSAL
As equações para pré‐dimensionamento da seção transversal expostas a
seguir servem apenas para pilares de construções de pequeno porte (baixa
altura), e aço do tipo CA‐50. Edifícios onde a ação do vento origina solicitações
significativas devem ter a seção transversal majorada em relação àquelas
resultantes deste pré‐dimensionamento.

onde:
a) Pilar intermediário:
𝑁 Ac é a área da seção transversal do
𝐴
0,6𝑓 0,42 pilar (cm²);

b) Pilar de extremidade e de canto: Nd é a força normal de cálculo (kN);

1,45𝑁 fck é a resistência característica do


𝐴 concreto (kN/cm²).
0,6𝑓 0,42
Exemplo de dimensionamento de pilares de edifício
A Figura mostra parte de uma planta de fôrma do pavimento tipo de um edifício
baixo, com quatro pavimentos. Por simplicidade, os efeitos do vento não foram
considerados. Serão projetados os pilares P5 (pilar interno), P4 (pilar de
extremidade) e pilar P1 (pilar de canto).
Exemplo de dimensionamento de pilares de edifício
As seguintes informações são conhecidas:
Materiais Cobrimento Força normal Ações nas vigas
P1: Nk = 1230kN
V1: (CP+SC)k = 20kN/m
Concreto C30 P4: Nk = 1670kN
2,5cm V2: (CP+SC)k = 19kN/m
Aço CA‐50 P5: Nk = 2720kN
V4: (CP+SC)k = 16kN/m

Obs.: Será usado concreto com brita 1 (dag = 19mm).


Exemplo de dimensionamento de pilares de edifício
Pilar Interno (P5)
O pilar P5 é classificado como pilar interno, pois as vigas V2 e V5 são contínuas
sobre o pilar, não originando flexão no pilar.
a) Dados iniciais

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