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ESTRUTURAS DE CONCRETO

ARMADO II
PROF. (A): RAFAELA LOPES
E-mail: rafaela-lopess@hotmail.com
AULA 12: PILARES
DEFINIÇÕES
CLASSIFICAÇÃO
EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM
DEFINIÇÕES

➢São elementos estruturais lineares de eixo reto, usualmente dispostos na


vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes

➢Esforço preponderante é o esforço de compressão, mas também é necessário


considerar o efeito do momento fletor

➢Têm a tarefa de receber as cargas dos diversos pavimentos e transmitir aos


apoios;

➢Além da função global de estabilidade;


CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SOLICITAÇÃO

➢QUANTO AO TIPO DE
SOLICITAÇÃO, OS
PILARES PODEM SER
CLASSIFICADOS EM:
▪ PILAR DE CANTO;

▪ PILARE DE BORDA;

▪ PILAR INTERNO.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SOLICITAÇÃO

➢Pilares internos: geralmente submetidos a


• A compressão simples
compressão simples, ou seja, não apresenta
também é chamada
excentricidades de projeto iniciais; compressão centrada ou
Compressão Simples compressão uniforme.
• A aplicação da força
normal 𝑁𝑑 é no centro
geométrico (𝐶𝐺) da
seção transversal do
pilar, cujas tensões na
seção transversal são
uniformes.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SOLICITAÇÃO

➢Pilares de borda: as solicitações iniciais Flexão Composta Normal


correspondem a flexão composta normal,
ou seja, admite-se excentricidade inicial
em uma direção;

Flexão Composta Normal :


existe a força normal e um
momento fletor em uma
direção, tal que:
𝑴𝟏𝒅,𝒙 = 𝐞𝟏𝐱 . 𝑵𝒅
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SOLICITAÇÃO

Flexão Composta Oblíqua


➢Pilares de canto: Pilares de canto
são submetidos a flexão oblíqua. As
excentricidades iniciais ocorrem nas
direções das bordas.

Flexão Composta Oblíqua: existe a


força normal e dois momentos
fletores, relativos às duas direções
principais do pilar, tal que:
𝑴𝟏𝒅,𝒙 = 𝐞𝟏𝐱 . 𝑵𝒅 e 𝑴𝟏𝒅,𝒚 = 𝐞𝟏𝒚 . 𝑵𝒅
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS

➢A dimensão mínima para pilares deve ser de 𝟏𝟗𝒄𝒎 ➢ Em qualquer caso,


▪ Mas pode assumir valores de 14 a 19, se, e somente não se permite pilar
se, os esforços forem majorados num fator 𝛾𝑛 com seção
transversal de área
inferior a 360 cm².
Exemplos de seções
mínimas: 14cm x
30cm, 15cm x 24cm,
18cm x 20cm.
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS

❑Comprimento equivalente:

➢ 𝒍𝟎 distância entre as faces internas dos


elementos estruturais, supostos horizontais,
que vinculam o pilar;
➢ 𝒉 é a altura da seção transversal do pilar,
medida no plano da estrutura;
➢ 𝒍 é a distância entre os eixos dos elementos
estruturais aos quais o pilar está vinculado;
➢ No caso de pilar engastado na base e livre no
topo 𝒍𝒆 = 𝟐𝒍
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS

• CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ESBELTEZ


❑ Raio de Giração:
𝝀 ≤ 𝝀𝟏 → 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑟𝑜𝑏𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑝𝑜𝑢𝑐𝑜 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑜𝑠 (curtos)
𝑰 𝝀 𝟏 < 𝝀 ≤ 𝟗𝟎 → 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑒𝑧 𝑚é𝑑𝑖𝑎
𝒊= 𝟗𝟎 < 𝝀 ≤ 𝟏𝟒𝟎 → 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑜𝑠
𝑨
𝟏𝟒𝟎 < 𝝀 ≤ 𝟐𝟎𝟎 → 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑜𝑠
𝝀𝟏 é chamada
O conceito de esbeltez limite surgiu a
❑Índice de esbeltez: partir de análises teóricas de pilares,
de esbeltez
limite considerando material elástico-linear.
𝜆 = 𝑙𝑒 /𝑖 Corresponde ao valor da esbeltez a
partir do qual os efeitos de 2ªordem
𝝀 ≤ 𝟐𝟎𝟎 é o limite de norma, e pode ser
começam a provocar uma redução da
ultrapassado apenas se for utilizada 10%
capacidade resistente do pilar.
da capacidade resistente da seção
ESBELTEZ LIMITE

❑Fatores que influenciam na esbeltez limite: 𝟐𝟓 + 𝟏𝟐, 𝟓 × 𝐞𝟏 Τ𝐡


𝛌𝟏 =
𝛂𝐛
❑Excentricidade relativa de 1ª ordem (e1/h);
❑Vinculação dos extremos do pilar isolado;
𝟑𝟓 ≥ 𝛌𝟏 ≥ 𝟗𝟎
❑Forma do diagrama de momentos de primeira ordem.
❑OBS: esforços locais de 2ª ordem em elementos
isolados podem ser desprezados quando o índice de
esbeltez λ for menor que o valor limite λ1.
ESBELTEZ LIMITE

➢A excentricidade relativa dada primeira ordem é dada pelo termo 𝐞𝟏 Τ𝐡


na expressão da esbeltez limite;
▪ Vale salientar que a norma não deixa claro qual o valor da excentricidade de
primeira ordem 𝐞𝟏 deve ser adotado.
▪ No entanto, autores recomendam adotar os valores somados das excentricidades ditas
de primeira ordem, exceto das excentricidades acidentais
ESBELTEZ LIMITE

➢O coeficiente 𝛂𝐛 depende da distribuição de momentos no pilar, e


também de como é a vinculação dos extremos deste elemento
estrutural;

➢Então o valor de 𝛂𝐛 pode ser obtido de acordo com as seguintes


situações:
EXCENTRICIDADES DE 1ª ORDEM:
EXCENTRICIDADE INICIAL 𝒆𝒊

➢Em estruturas usuais de edifícios, ocorre um


monolitismo nas ligações entre vigas e pilares que
compõem os pórticos. A excentricidade inicial,
oriunda das ligações dos pilares com as vigas neles
interrompidas, ocorre em pilares de borda e de
canto.

𝑀𝑡𝑜𝑝𝑜 𝑀𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑀𝑏𝑎𝑠𝑒


➢Sendo: 𝑒𝑖,𝑡𝑜𝑝𝑜 = , 𝑒𝑖,𝑚𝑒𝑖𝑜 = e 𝑒𝑖,𝑏𝑎𝑠𝑒 =
𝑁𝑑 𝑁𝑑 𝑁𝑑
EXCENTRICIDADES DE 1ª ORDEM:
EXCENTRICIDADE INICIAL 𝒆𝒊
EXCENTRICIDADES DE 1ª ORDEM:
EXCENTRICIDADE ACIDENTAL 𝒆𝒂

Imperfeições Globais - Desaprumo


❑Este desaprumo não
precisa ser superposto ao
carregamento do vento;
❑Entre vento e desaprumo
adota-se o que ocasionar
no efeito mais desfavorável

Onde: 𝓁 é a altura total da estrutura em metros; 𝑛 é o número total de elementos verticais


contínuos; 𝜃1𝑚𝑖𝑛 = 1/400 para estruturas de nós fixos; ou 𝜃1𝑚𝑖𝑛 = 1/300 para estruturas
de nós móveis e imperfeições locais.
EXCENTRICIDADES DE 1ª ORDEM:
EXCENTRICIDADE ACIDENTAL 𝒆𝒂

Imperfeições Globais - Desaprumo ❑No caso do dimensionamento


ou verificação de um lance de
pilar, dever ser considerado o
efeito do desaprumo ou da
falta de retilinidade do eixo do
pilar [...]. Admite-se que, nos
casos usuais de estruturas
reticuladas, a consideração
apenas da falta de retilinidade
ao longo do lance de pilar seja
suficiente.” (NBR 6118,
11.3.3.4.2). A imperfeição
Falta de 𝜃1 × 𝓁 Se pilar em geométrica pode ser avaliada
𝑒𝑎 = 𝑒𝑎 = 𝜃1 × 𝓁
retilineidade: 2 balanço: pelo ângulo 𝜃1
EXCENTRICIDADES DE 1ª ORDEM:
EXCENTRICIDADE ACIDENTAL 𝒆𝒂

Momento mínimo (M1d,mín) • Nas estruturas reticuladas usuais admite-


se que o efeito das imperfeições locais
esteja atendido se for respeitado esse
valor de momento total mínimo. A este
momento devem ser acrescidos os
momentos de 2ª ordem definidos na
Seção 15 da NBR 6118:2014.
• Para pilares submetidos à flexão
𝑴𝟏𝒅,𝒎í𝒏 = 𝑵𝒅 × 𝒆𝟏,𝒎í𝒏 composta oblíqua, deve-se respeitar
este mínimo em todas as direções
𝒆𝟏,𝒎í𝒏 = 𝟎, 𝟎𝟏𝟓 + 𝟎, 𝟎𝟑𝒉 principais
EXCENTRICIDADES DE 1ª ORDEM:
EXCENTRICIDADE DE FORMA 𝒆𝒇

A rigor, apenas
➢As excentricidades de forma, em geral, não são consideradas no nos níveis da
fundação e da
dimensionamento dos pilares. cobertura as
excentricidades
de forma
deveriam ser
consideradas.
Entretanto,
mesmo nesses
níveis, elas
costumam ser
desprezadas.
(Pinheiro,
2010)
EXCENTRICIDADES DE 1ª ORDEM:
EXCENTRICIDADE SUPLEMENTAR 𝒆𝑪

➢Leva em conta o efeito da fluência; 𝑴𝒔𝒈


𝝋𝑵𝒔𝒈
𝑵𝒆 −𝑵𝒔𝒈
𝒆𝒄 = + 𝒆𝒂 𝟐, 𝟕𝟏𝟖 −𝟏
➢A consideração da fluência é bastante 𝑵𝒔𝒈
complexa, visto que é um efeito que Onde: 𝑀𝑠𝑔 e 𝑁𝑠𝑔 são os esforços solicitantes devidos
varia com o tempo, e também é à combinação quase permanente; 𝑒𝑎 é a
influenciado pela duração das ações excentricidade acidental devida a imperfeições locais;
𝜑 é o coeficiente de fluência; e 𝑁𝑒 é a força de
➢A norma obriga o cálculo para a flambagem de Euler, dado por:

excentricidade suplementar em pilares 𝟏𝟎 × 𝑬𝒄𝒊 × 𝑰𝒄


𝑵𝒆 =
𝓵𝒆 ²
com índice de esbeltez 𝝀 > 𝟗𝟎, de
1/2
Sendo: 𝐸𝑐𝑖 = 5600𝑓𝑐𝑘 (MPa); 𝐼𝑐 é o momento de
acordo com o item 15.8.4. inércia no Estádio I; 𝓁𝑒 é o comprimento equivalente
do pilar
PARÂMETRO 𝛼𝑏

a) Pilares bi-apoiados sem forças transversais:


MB
𝛼𝑏 = 0,60 + 0,40 sendo: 0,4 ≤ 𝛼𝑏 ≤ 1,0
MA

➢MA e MB são os momentos solicitantes de primeira ordem


nas extremidades do pilar;

• MA é o momento fletor de 1ª ordem no extremo A do pilar


(maior valor absoluto ao longo do pilar bi-apoiado);
• MB é o momento fletor de 1ª ordem no outro extremo B do
pilar (toma-se para MB o sinal positivo se tracionar a mesma
face que MA e negativo em caso contrário).
PARÂMETRO 𝛼𝑏

Mc
b) Pilares bi-apoiados d) Pilares em balanço: 𝛼𝑏 = 0,80 + 0,20
MA
com forças transversais
➢MA e MC são os sendo: 0,85 ≤ 𝛼𝑏 ≤ 1,0
significativas ao longo
momentos solicitantes de
da altura;
primeira ordem do pilar;
𝛼𝑏 = 1,0
• MA é o momento fletor de 1ª
c) Pilares bi-apoiados ordem no extremo A do pilar (maior
ou em balanço com valor absoluto ao longo do pilar bi-
momentos fletores apoiado), neste caso o momento no
menores que o engaste;
momento mínimo: • Mc é o momento fletor de 1ª ordem
𝛼𝑏 = 1,0 no meio do pilar em balanço.
RESUMO DO PROCEDIMENTO PARA DISPENSA
DOS EFEITOS DE 2ª ORDEM

➢Calcular as características geométricas nas duas direções do pilar;


▪ Classificar o pilar de acordo a solicitação;
▪ Comprimentos equivalentes;
▪ Índices de esbeltez do pilar nas duas direções;

➢Determinar os momentos iniciais;


▪ Dados da viga concorrente ao nó é essencial;
RESUMO DO PROCEDIMENTO PARA DISPENSA
DOS EFEITOS DE 2ª ORDEM

➢Calcular as excentricidades iniciais nas duas direções;

➢Calcular as excentricidades acidentais;


▪ Verificando os mínimos;

➢Calcular as excentricidades mínimas relacionadas com o momento


mínimo;
▪ Determinar os momentos mínimos nas duas direções;
RESUMO DO PROCEDIMENTO PARA DISPENSA
DOS EFEITOS DE 2ª ORDEM

➢Calcular as excentricidades suplementares;


▪ Verificar a dispensa;

➢Calcular as excentricidades totais de primeira ordem;


▪ Nas seções de topo, base e meio do pilar;

➢Classificar o pilar quanto a sua esbeltez;

➢Determinar o método para cálculo dos efeitos de 2ª ordem, caso


necessário;
BIBLIOGRAFIA

• ARAÚJO, J. M. Curso de Concreto Armado. Vol. 3, Ed. 3. Editora Dunas: Rio Grande,
2014.
• CARVALHO, R. C. Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado.
Vol.1 , Ed.3. Ed UFSCAR, São Carlos, 2009.

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