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Ficha Formativa II

10.º Ano

1- Considere os seguintes argumentos, apresentados na sua forma canónica, e


indica o seu tipo. Justifique.

A)
1. Quase todos os cães ladram.
2. O Patudo é um cão.
:. O Patudo ladra.

B)
1. Se as baleias comem carne, então gostam de lasanha.
2. As baleias comem carne.
:. Gostam de lasanha.

2- Considere que a seguinte proposição categórica “Nenhum ser humano é mortal”


tem o valor de verdade verdadeiro. Tendo em conta o quadrado da oposição, o
que podemos dizer sobre a sua contraditória, contrária e subalterna? Na sua
resposta deve:

 Identificar as proposições: contraditória, contrária e subalterna,


explicando as relações;
 Identificar o valor de verdade de cada uma delas.

3- Considere as seguintes frases e responda às questões de cada uma das alíneas:

a) “ Se o Jeremias é um gato, então o patudo é um cão”. Sabendo que é falso


que “o Jeremias é um gato” o que podemos dizer sobre o valor de verdade
da frase? Porquê?
b) “Os alunos passam a filosofia, se e somente se, estudarem”. Sabendo que é
falso que “os alunos estudaram”, o que podemos dizer sobre o valor de
verdade da frase? Porquê?
c) “ O Matias come carne, ou não come carne”. Sabendo que é verdade que
“O Matias come carne” o que podemos dizer sobre o valor de verdade da
frase? Porquê?
d) “ A Marisa é uma fadista, mas só canta em espanhol.” Sabendo que é falso
que “ A Marisa canta em espanhol”, o que podemos dizer sobre o valor de
verdade da frase? Porquê?
e) “O Pedro foi jantar, ou ao cinema.” Sabendo que é verdade que “O Pedro
foi ao cinema”, o que podemos dizer sobre o valor de verdade da frase?
Porquê?

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Soluções:

1- A) O argumento é indutivo. Ainda que as premissas sejam verdadeiras,


estas não nos dão garantia de que a conclusão também seja (apenas
apoiam a conclusão). As premissas apenas afirmam quase todos os cães
ladram, ou seja há cães que não o fazem. Já a conclusão extrapola essa
informação ao dizer que o Patudo, por ser um cão, ladra. Contudo, ele
pode pertencer ao grupo de cães que não ladra. Nesse sentido, com base
apenas nas premissas não podemos ter a garantia de que a conclusão é
verdadeira, pelo que se trata de um argumento indutivo. Este argumento
só pode ser avaliado através da força, de acordo com o seu conteúdo.

B) O argumento é dedutivo. Se for verdade que, se as baleias comem


carne, então gostam de lasanha (premissa 1) e que as baleias de facto
comem carne (premissa 2), então é impossível que não gostem de
lasanha (conclusão). Ou seja, se as duas premissas forem ambas
verdadeiras, a conclusão também o será. A conclusão é apenas parte de
uma informação já veiculada nas premissas, por isso, através da verdade
das mesmas, podemos garantir a verdade da conclusão. Este argumento
só pode ser avaliado através da validade, através da sua forma.

2- A proposição “Nenhum ser humano é mortal” é uma proposição universal


negativa (E). Portanto as outras três proposições são:

Universal Afirmativa (A): Todos os seres humanos são mortais. Dado que,
o valor de verdade da universal negativa (E) é verdadeiro, a universal
afirmativa indicada tem o valor de verdade de falso. Isto porque, estas
duas proposições se encontram numa relação de contrariedade o que
significa que não podem ser ambas verdadeiras.

Particular Afirmativa (I): Alguns seres humanos são mortais. Dado que, o
valor de verdade da universal negativa (E) é verdadeiro, a particular
afirmativa indicada tem o valor de verdade de falso. Isto porque, estas
duas proposições se encontram numa relação de contradição, o que
significa que o seu valor de verdade é sempre invertido, se uma é
verdadeira a outra é falsa, e vice-versa.

Particular Negativa (O): Alguns seres humanos não são mortais. Dado
que, o valor de verdade da universal negativa (E) é verdadeiro, a
particular negativa indicada tem o valor de verdade de verdadeiro. Isto
porque, estas duas proposições se encontram numa relação de sub
alternância o que significa que, se a universal é verdadeira a particular
também o é.

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3- A) Dado que a frase se trata de uma condicional e o seu antecedente é
falso, o valor de verdade da frase é verdadeiro. Uma condicional é
sempre verdadeira, caso o antecedente seja falso.

B) Dado que a frase se trata de uma bicondicional, para esta ser


verdadeira, tem que ser falso que os alunos passaram a filosofia, caso
contrário o valor de verdade da bicondicional será falso. Para uma
bicondicional ser verdadeira, as proposições que une têm de ter o mesmo
valor de verdade.

C) Dado que a frase se trata de uma disjunção exclusiva, se é verdade


que o Matias come carne, então podemos dizer que a frase é verdadeira,
dado que será falso que o Matias não come carne. Para uma disjunção
exclusiva ser verdadeira, os seus disjuntos têm de ter valores de verdade
diferentes.

D) Dado que a frase é um a conjunção, se um dos conjuntos é falso, a


Marisa não canta em espanhol, então a todo o conjunto é falso, e por
isso, o valor de verdade da frase é falso. Para uma conjunção ser
verdadeira ambos os conjuntos têm de ser verdadeiros.

E) Dado que a frase é uma disjunção inclusiva, e um dos disjuntos é


verdadeiro, o Pedro foi ao cinema, então a disjunção é automaticamente
verdadeira, e por isso, o valor de verdade da frase é verdadeiro. Para
uma disjunção inclusiva ser verdadeira basta que um dos disjuntos seja
verdadeiro.

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