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ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PAULA FRASSINETTI

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO BÁSICA


2023/2024

Profissionais em Educação

Docente: Maria Ivone Neves


Ana Rita Vieira Oliveira - n° 2021077
Giovanna Dedone da Silva - n° 2023138
Laura Garcia Ferreira Coelho - n° 2022167
Maria Santos - n° 2023173
ÍNDICE

Introdução 3
1. Reflexão crítica – Texto 1: Chistolin, Sandra (2022). Uma política social que vem
de longe (pp.153-162). In: Pedagogia social e educação ambiental. Brasília:
Cátedra UNESCO de Juventude, Educação e Sociedade da Universidade Católica
de Brasília. 4
2. Reflexão crítica – Texto 2: Cortesão, Luiza (2010). O professor precisa de ser um
ator crítico e interveniente na escola. A página da educação. Série II. nº189.
pp.31-35. 8
3. Conclusão 11
Referências bibliográficas 12

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Introdução

O presente trabalho tem como objetivo apresentar dois textos da área


educacional e refletir criticamente sobre suas contribuições para a discussão sobre
metodologias de aprendizagem e a formação inicial e contínua de professores.
O primeiro texto a ser discutido compõe o livro Pedagogia Social e Educação
Ambiental: Uma nova epistemologia humanística para a sustentabilidade, produzido
pela Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade da Universidade Católica de
Brasília (Brasil) e pela Università degli Studi Roma (Itália). A produção tem como
objetivo fomentar a discussão acerca das diferentes realidades pedagógicas ao redor do
mundo a partir das experiências vividas nos projetos Asilo Neo Bosco, na Itália,
Jardim-Escola João de Deus, em Portugal, e Outdoor Education, no Reino Unido e na
Escócia.
O segundo texto discorre acerca da entrevista realizada com a pedagoga Luisa
Cortesão, Professora Emérita da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da
Universidade do Porto, que dedica seu trabalho à pesquisa no campo da educação,
sobretudo em relação às problemáticas interculturais e formação de professores. Em
entrevista à Revista A Página da Educação, a educadora propõe um diálogo acerca da
politização do trabalho docente e da formação crítica e reflexiva em sala de aula, além
de discorrer sobre multiculturalidade e interculturalidade no ambiente escolar.

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1. Reflexão crítica – Texto 1: Chistolin, Sandra (2022). Uma política social que vem
de longe (pp.153-162). In: Pedagogia social e educação ambiental. Brasília:
Cátedra UNESCO de Juventude, Educação e Sociedade da Universidade Católica
de Brasília.

O presente texto a ser discutido compõe o livro Pedagogia Social e Educação


Ambiental: Uma nova epistemologia humanística para a sustentabilidade, produzido
pela Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade da Universidade Católica de
Brasília (Brasil) e pela Università degli Studi Roma (Itália). A produção tem como
objetivo fomentar a discussão acerca das diferentes realidades pedagógicas ao redor do
mundo a partir das experiências vividas nos projetos Asilo Neo Bosco, na Itália,
Jardim-Escola João de Deus, em Portugal, e Outdoor Education, no Reino Unido e na
Escócia.
A Outdoor Education, ou Educação ao Ar Livre, é uma abordagem educacional
que valoriza as experiências de aprendizado ao ar livre. Envolve atividades práticas
realizadas em ambientes naturais com objetivo de promover o desenvolvimento pessoal,
as habilidades de liderança, o trabalho em equipe e a conexão com a natureza. A
filosofia da Outdoor Education destaca a importância da experiência direta e do
ambiente ao ar livre no processo de aprendizagem. Sua intencionalidade pedagógica
busca educar para a conservação, integrando atividades recreativas com propósitos
formativos. A autoformação, o envolvimento social e o aprendizado em harmonia com a
natureza são objetivos fundamentais dessa abordagem educacional.
Na Educação ao Ar Livre, a centralidade da aprendizagem é explorada
especialmente a partir da pedagogia proposta por John Dewey. Suas obras A escola e a
sociedade (1899) e Experiência e educação (1932) influenciaram fortemente a
pedagogia Outdoor Education e desempenharam um impacto crucial no contexto,
enfatizando a importância da experiência e resolução de problemas na teoria
contemporânea da aprendizagem. A visão de Dewey considera a experiência como um
processo ativo de desenvolvimento, integrando a interação criativa e o ambiente. O
fazer, pensar e experimentar são entrelaçados, formando a pessoa em sua totalidade
(Christolin, 2022).

Por esta razão, a Outdoor education engloba ambos, pensar e fazer, e prepara
para uma aprendizagem completa de pensamento e ação; pensando e fazendo

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a experiência, refletindo sobre ela, aprende-se, assim como da experiência se
formula e se elabora o pensamento, das formas mais simples às articulações
mais complexas. O ambiente ao ar livre é adequado para a aprendizagem,
pois a criança observa, investiga, estuda com alegria e satisfação (Christolin,
2022, p. 154).

As atividades ao ar livre contribuem para a educação integral da criança,


priorizando o desenvolvimento completo, abrangendo competências lógicas, racionais,
intuitivas e estéticas. Além disso, os primeiros estudos sobre a temática, que são
estadunidenses, apontam para um objetivo de conservação de si, do outro e do meio
ambiente: o conceito de conservation education (Leopold, 1949). Assim sendo, a
Outdoor Education deve ocorrer fora do ambiente tradicional escolar: na natureza, sobre
a natureza e para a natureza, sem a definição de um currículo padronizado (P. Ford,
19861 apud Christolin, 2022). Ela pode ser aplicada em escolas e universidades e,
inclusive, receber suporte de entidades que investigam e monitoram a temática. No
Reino Unido, a agência governamental House of Commons conduz pesquisas e delineia
políticas para orientar as práticas escolares com os estudantes e a formação de
professores.
Segundo a equipe do Centro de Educação Ambiental ao Ar Livre e da Saúde, da
Universidade de Linkönping, na Suécia, a Outdoor Education baseia-se em experiências
vividas, promovendo uma relação contínua entre vivências e reflexão (Christolin, 2022).
A aprendizagem ocorre ao ar livre, enfatizando o ambiente natural como essencial para
a integração sensorial e cognitiva.
É certo que a Educação ao Ar Livre contribui não somente para o
desenvolvimento dos estudantes envolvidos, mas também atinge positivamente o
currículo pedagógico a ser trabalhado pela equipe docente. Portanto, há dez benefícios
de se implementar uma pedagogia da natureza como a Outdoor Education (Smith et al.,
19632 apud Christolin, 2022):

1
FORD, P. Outdoor Education. Definition and Philosophy. Las Cruces (NM), ERIC Clearinghouse on
Rural Education and Small Schools Digest, 1986.
2
SMITH, J. W.; CARLSON, R. E.; DONALDSON, G. W.; MASTERS, H. B. Outdoor Education.
Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 1963.

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1. Aumento da capacidade de observação: Todos os sentidos estão presentes no
processo de aprendizagem e envolvem tanto professores como alunos;
2. Crescimento constante dos interesses e melhoria da qualidade da
experiência: As crianças desenvolvem novos interesses e os interesses
anteriores aumentam;
3. Disponibilidade de material de aprendizagem: Ao ar livre encontra-se tudo o
que os jovens precisam. Aliás, a natureza é o melhor laboratório que podemos
ter. As crianças são enriquecidas pela experiência sensível que lhes chega de
todas as partes do ambiente em que se encontram. Eles sentem a natureza como
um todo e gradualmente reúnem o que aprenderam em uma síntese significativa;

4. Oferta de oportunidades pensadas para adquirir capacidades de estar ao ar


livre: As habilidades ao ar livre são permanentemente integradas à educação,
sendo constantemente melhoradas. Os ambientes ao ar livre funcionam como
laboratórios vivos, onde a educação física e as disciplinas escolares se conectam
diretamente às atividades dos tempos livres;

5. Contato mais amplo da turma coma vida fora da escola: Sair da escola e se
integrar aos recursos ambientais possibilita aos alunos vivenciar o aprendizado
escolar enquanto utilizam o que a comunidade oferece para enriquecer sua
educação;

6. Oportunidade de experimentar a exploração e a investigação: Na


experiência ao ar livre, o professor não dá respostas diretas, permitindo que cada
criança tenha espaço para descobrir e aventurar-se. As instruções surgem das
discussões e pesquisas pessoais, e a organização do aprendizado ocorre ao
retornar à sala de aula;

7. Auxílio a verbalizar e a comunicar: A liberdade e espontaneidade ao ar livre


possibilitam que as crianças desfrutem de momentos alegres, facilitando a
comunicação e expressão. A criatividade cresce, os pensamentos tornam-se
profundos e ricos em imagens, enquanto as inibições diminuem devido a
questionamentos e avaliações constantes;

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8. Desenvolvimento do conhecimento e da destreza: Na Educação ao Ar Livre, a
exploração prática amplia os caminhos do conhecimento, facilitando a abstração
pela compreensão direta das situações vividas. Frequentemente, um tema
estudado na escola é verificado ao ar livre, possivelmente em excursões,
resultando em uma nova abordagem ao retornar à sala de aula;

9. Melhoria do profissionalismo do professor: O professor constantemente


renova e enriquece o material de ensino, aprimorando o laboratório ao ar livre.
Em colaboração com os alunos, cria percursos articulados onde a imaginação e a
improvisação são componentes essenciais do processo de aprendizagem;

10. Encorajamento para a vida social: A experiência ao ar livre promove relações


humanas positivas, incentivando o encontro e a cooperação em um ambiente
saudável. Ela educa sobre viver em comunidade, restabelece valores de amizade
e cooperação, superando as dificuldades geradas pela competição na sala de
aula. Essa abordagem melhora as relações entre alunos, professores e pais,
ensinando a compreender a vida social e participar em planos de trabalho
comuns.

É importante ressaltar que a Educação ao Ar Livre abrange experiências que


atravessam o currículo escolar. As atividades, conectadas ao ambiente e à sociedade,
proporcionam conhecimentos essenciais para atingir objetivos escolares. Alguns
defensores desta metodologia preveem mais tempo ao ar livre no futuro, acreditando
que um currículo excelente ultrapassa as fronteiras tradicionais da ação escolar.
Para concluir, a aprendizagem ao ar livre é inquestionavelmente valiosa, pois
educa o corpo e a mente, promovendo socialização e respeito pelo ambiente. As
crianças tímidas ganham confiança, enquanto crianças ativas aprendem controle e
respeito. A educação fora da sala de aula pode incluir experiências estruturadas, viagens
culturais, atividades desafiadoras e visitas a museus, contribuindo para o ensino de
várias disciplinas. No Reino Unido, pesquisas destacam benefícios, monitorando a
situação ao longo das décadas. Relatórios escoceses indicam que a aprendizagem ao ar
livre enriquece o currículo, melhorando o sucesso escolar e promovendo uma educação
integral em dimensões psicofísicas e sociais.

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2. Reflexão crítica – Texto 2: Cortesão, Luiza (2010). O professor precisa de ser um
ator crítico e interveniente na escola. A página da educação. Série II. nº189.
pp.31-35.

Maria Luiza Coelho Zuzarte Cortesão Abreu, conhecida como Luiza Cortesão, é
uma personalidade de referência no âmbito da pedagogia portuguesa. Atualmente, é
Professora Emérita da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da
Universidade do Porto e dedica-se à pesquisa no campo da educação, sobretudo em
relação às problemáticas interculturais e formação de professores. Compõe o Centro de
Investigação e Intervenção Educativas (CIIE/FPCEUP), onde coordena o núcleo
Problemáticas Interculturais e Estudos Freireanos. Tornou-se diretora do Instituto Paulo
Freire de Portugal e coordenadora do Centro de Recursos Paulo Freire da Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Em entrevista para a Revista A Página da Educação, Cortesão discorre sobre as
possibilidades do fazer educativo no ambiente escolar e as compreende a partir de uma
concepção antinômica da educação. Ou seja, defende que embora haja uma dimensão
estruturante que norteia o trabalho docente, como as regras impostas e a rotina
estabelecida pelo sistema educativo, o educador ainda sim tem a possibilidade de gerir
seu espaço de trabalho com autonomia: seja em relação à forma como cultiva seu
relacionamento com os estudantes, organiza o espaço da sala de aula, estabelece regras
e combinados ou propõe metodologias de ensino. Ao contrariar uma ideia instrumental
e passiva do trabalho docente, Cortesão sugere que o professor não deve apenas
compreender, mas operacionalizar o seu papel ativo no contexto educativo e adotar uma
postura crítica e interventiva. Esta mudança, portanto, implica na adoção de uma
posição ideológica.
Ao pôr em prática uma nova postura frente ao seu próprio trabalho, o educador
deve assumir a vigilância crítica, conceito elaborado e explorado por Cortesão em sua
obra Ser professor: Um ofício em risco de extinção? (2000), que “se traduz numa
atenção permanente ao significado, por vezes não explícito, de qualquer prática”
(Cortesão, 2010, p. 31). Trata-se, portanto, da capacidade de questionar a sua própria
prática no ambiente escolar. Sabe-se que o ato de refletir criticamente sobre seu próprio

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trabalho pode tornar-se um grande desafio, visto que a rotina pode impor uma postura
tecnicista e puramente operacional.
Fortemente influenciada pelos escritos de Paulo Freire, pedagogo e patrono da
educação brasileira, Luisa Cortesão retoma a importância da politização da profissão
docente como prática da aprendizagem significativa. Baseando-se na pedagogia crítica e
conscientizadora de Freire3, a autora defende a desvalorização e a desconstrução da
aprendizagem unidirecional, isto é, do processo educativo que se detém apenas na
transmissão do conhecimento e não busca atribuir um sentido ou uma utilidade pessoal
para os estudantes.
Outro aspecto muito sugestivo nas propostas dele [Paulo Freire] é a
permanente preocupação sobre a necessidade de as aprendizagens dos alunos
terem um significado para eles próprios, isto é, que não aprendam as matérias
apenas porque a Escola assim o determina, mas porque há um significado,
uma utilidade, uma importância naquilo que se estuda (Cortesão, 2010, p.
31).

Portanto, segundo a autora, a pedagogia do projeto pode ser uma resposta


curricular à necessidade de envolvimento dos estudantes. A implementação de projetos
que envolvam a participação ativa de discentes, desde a construção até a avaliação,
potencializa a construção de significados àqueles que a desenvolvem.
Ao estabelecer um paralelo à questão do insucesso escolar, Cortesão retoma a
importância do “reconhecimento da identidade cultural do outro” (Cortesão, 2010, p.
32) e justifica a necessidade do debate acerca da curricularização da diversidade no
ambiente escolar. Para ela, interculturalidade e multiculturalidade são conceitos que
precisam ser diferenciados.
A multiculturalidade está dentro da escola – isto é um fato. Após o surgimento
da Escola de Massas, crianças, jovens e profissionais da educação de diferentes origens
sociais e culturais passaram a ocupar o ambiente escolar. Entretanto, isto não significa
que a proposta pedagógica tenha se atualizado, em resposta à diversidade do público.
Portanto, a interculturalidade consiste na valorização curricular e pedagógica das

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A pedagogia crítica, também conhecida como pedagogia emancipadora, originou-se a partir das
experiências vividas por Paulo Freire no projeto de alfabetização da comunidade da cidade de Angicos,
localizada no Estado do Rio Grande do Norte (Brasil). Em 1968, esta experiência culminou na produção
da obra mais popular de Freire: “Pedagogia do Oprimido”, amplamente reconhecida pela comunidade
acadêmica internacional e referenciada até os dias atuais. C.f. Brandão, Ulisses (Diretor). (2016).
Alfabetizacão em Angicos - A Pedagogia de Paulo Freire [Documentário]. Rio de Janeiro: Canal Futura.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ENks3CJeJ5E.

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diferentes identidades que permeiam a escola, a fim de que a instituição escolar cumpra
com seu compromisso democrático.

Se o professor, nas suas práticas, está atento à diversidade e se esforça por


desenvolver práticas que atendam à diversidade presente na sala de aula, ele é
um professor atento à multiculturalidade. Se, com essa arma na mão, ele
procura estimular o debate, a discussão, a complementaridade entre os
alunos, ele está a fomentar a interculturalidade (Cortesão, 2010, p. 32).

Assim sendo, o professor só poderá tornar-se um agente inter-multi-cultural a


partir da sua reflexão crítica e investigação científica, adquirida e lapidada ao longo dos
anos da formação inicial e contínua. É importante, aqui, ressaltar o debate acerca da
formação de professores, pois trata-se de uma pauta em disputa ideológica e política –
novamente, há a necessidade de se ter atenção aos diversos conceitos de educação. A
educação instrumental, por exemplo, puramente neoliberal, limita e vai contra a
formação crítica de estudantes e professores.
Nesse sentido, a reflexão crítica contribui não somente para a prática docente,
mas também para toda a comunidade escolar: profissionais da educação, famílias e
agentes do território externo. Educadores permanentemente comprometidos com a
criticidade têm o poder de produzir projetos educativos e currículos pedagógicos que
reflitam a realidade que há dentro dos seus espaços educativos. Com isso, aproximam
famílias e comunidades à discussão de uma escola de todos, com todos e para todos.

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3. Conclusão

É possível concluir que ambos os textos apresentados proporcionam a reflexão


acerca das temáticas de educação, sobretudo em relação à aplicação de metodologias
que explorem o desenvolvimento global dos estudantes e à formação crítica e política
do trabalho docente.
Em relação ao primeiro texto, onde a Educação ao Ar Livre é apresentada,
compreende-se que há uma forte influência da pedagogia de Dewey na defesa de
experiências ao ar livre e na interação com a natureza. Ao estabelecer vínculo com esse
novo ambiente, os estudantes desenvolvem atividades práticas realizadas em ambientes
naturais, visando promover o desenvolvimento pessoal,as habilidades de liderança, o
trabalho em equipa e a conexão com a natureza. Por fim, as dez etapas do
desenvolvimento da Educação ao Ar Livre, para além do que já apresentado, tem como
suporte a comunidade para enriquecer sua proposta pedagógica e beneficia, também,
toda a equipa pedagógica envolvida.
No segundo texto, em relação às contribuições de Luisa Cortesão ao trabalho
docente, é necessário o amplo debate sobre a formação inicial e contínua de professores,
tendo como base o conceito de vigilância crítica. Sabe-se que o conceito de educação de
qualidade é disputado por diferentes áreas do conhecimento e deve-se analisar sempre
criticamente qual significado ideológico é estabelecido à profissão docente,
independentemente da valência educacional. Como tema complementar à prática
escolar, é importante que a escola não esteja indiferente à diferença, como a autora
pontua. Caracterizada pela diferença e pela diversidade, é necessário que seja muito
mais que multicultural: é importante considerar a multiculturalidade nas propostas
pedagógicas, tornando, assim, o projeto pedagógico e curricular cada vez mais
intercultural. O grande desafio da escola é, portanto, tornar-se verdadeiramente uma
casa de saberes de todas as pessoas, para todas as pessoas e com todas elas juntas, em
completa integração.

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Referências bibliográficas

Cortesão, Luiza (2010). O professor precisa de ser um ator crítico e interveniente na


escola. A página da educação. Série II. nº189. pp.31-35.

Cortesão, Luiza (2000). Ser professor: Um ofício em risco de extinção? Porto: Edições
Afrontamento.

Chistolin, Sandra (2022). Uma política social que vem de longe (pp.153-162). In:
Pedagogia social e educação ambiental. Brasília: Cátedra UNESCO de Juventude,
Educação e Sociedade da Universidade Católica de Brasília.
LEOPOLD, A. A Sand County Almanac and Sketches here and there. Nova Iorque:
Oxford University Press, 1949.

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