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FICHA DE 12.

º
GRAMÁTICA
TRABALHO N.º 2 ano
Lê o texto e responde ao questionário.

Alberto Caeiro, um pastor contemplador

O poeta da natureza que criador e restantes heterónimos reclamam


como Mestre pregava uma filosofia simples, distante do estar
pessoano: “saber ver sem estar a pensar”

5 Pode dizer-se que o nascimento de Alberto Caeiro foi o big bang da


constelação pessoana. Astro central na mitologia literária do poeta português,
este revela-se encadeado pela sua criação; “Aparecera em mim o meu
mestre”. (…) Primeiro dos três grandes heterónimos, Alberto Caeiro da Silva
ganhou uma biografia digna de romance camiliano: nascido em Lisboa em
10 1889, cedo ficou órfão e à guarda de uma tia-avó idosa numa quinta do
Ribatejo, vivendo a vida no campo, sem profissão nem ambição, até morrer
em 1915. Das coisas do mundo, parecia nada saber: tinha a instrução
primária, defendia que “os poetas místicos são filósofos doentes / e os
filósofos são homens doidos”. Ele preferia o esplendor na relva: “Eu não
15 tenho filosofia: tenho sentidos … / Se falo na Natureza não é porque saiba o
que ela é. / Mas porque a amo.” (…)
A Natureza é o domínio de Caeiro, que se diz crente no mundo “como
num malmequer”, desejoso de “desencaixotar” as emoções verdadeiras e
despreocupado com castelos que ficassem “na curva para além da estrada”.
20 (…) São dele alguns dos versos mais reconhecidos do cânone português,
como “o rebanho é os meus pensamentos”. (…)
A Casais, Pessoa nada disse sobre a circunstância de alguns poemas terem sido escritos antes e
outros depois dessa data triunfante (aí também atribuída a 14 de março …). O certo é que o pastor das
palavras emergido no caderno de 40 folhas de papel almaço dá-se a conhecer ao público em 1925, na
25 revista Athena, com quase metade dos poemas que compõem O Guardador de Rebanhos e muitos dos
Poemas Inconjuntos. Tal como a posterior coletânea O Pastor Amoroso, são escritos em verso livre –
Alberto Caeiro não escreveu prosa. (…)
O autor da nova biografia pessoana refere que O Guardador de Rebanhos é a “obra poética mais
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sublime” de Pessoa, mas sublinha que Caeiro foi concebido não só como o “poeta da Natureza” mas
30 também como um vanguardista multifacetado, que seria responsável pelos poemas “intersecionistas” da
Chuva Oblíqua (assinada por Fernando Pessoa) e por “odes futuristas” – mas essas tarefas acabaram na
pena de outros heterónimos.
Sílvia Couto Cunha, Visão Biografia, 2021, p. 46.

1. Indica a classe e a subclasse da palavra sublinhada na expressão “O autor da nova biografia pessoana refere
que O Guardador de Rebanhos é a ‘obra poética mais sublime’ de Pessoa” (ll. 28-29).
(A) Pronome relativo.
(B) Conjunção subordinativa comparativa.
(C) Conjunção subordinativa completiva.
(D) Conjunção subordinativa consecutiva.

2. Na frase “[…] mas sublinha que Caeiro foi concebido não só como o “poeta da Natureza”[…]” (l. 29), a palavra
sublinhada assegura a coesão
(A) lexical por reiteração.
(B) interfrásica.
(C) referencial por anáfora.
(D) temporal.

3. A expressão “de romance camiliano” (l. 9) desempenha a função sintática de


(A) complemento do nome.
(B) complemento do adjetivo.
(C) complemento oblíquo.
(D) modificador do nome restritivo.

4. A oração “que compõem O Guardador de Rebanhos” (l. 25) classifica-se como


(A) subordinada adjetiva relativa explicativa.
(B) subordinada substantiva completiva.
(C) subordinada adjetiva relativa restritiva.
(D) subordinada adverbial consecutiva.

5. A expressão “dos poemas” (l. 25) desempenha na frase a função sintática de


(A) modificador do nome restritivo.
(B) complemento do adjetivo.
(C) modificador do nome apositivo.
(D) complemento do nome.

6. O processo de formação das palavras “ encaixotar” e “ Filosofia” é, respetivamente,


(A) derivação por prefixação e sufixação e composição.
(B) composição em ambas as ocorrências.
(C) composição e derivação por parassíntese.

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(D) derivação por sufixação em ambas as ocorrências.

7. A função sintática do pronome relativo nas, seguintes orações “[…] que criador e restantes heterónimos
reclamam como Mestre […] (l. 2) e “[…] que se diz crente no mundo[…]” (l.17), é, respetivamente,
(A) sujeito e complemento direto.
(B) complemento direto e sujeito.
(C) sujeito em ambas as ocorrências.
(D) complemento direto em ambas as ocorrências.

Soluções:
1. (C)

2. (B)

3. (B)

4. (C)

5. (D)

6. (C)
7. (B)

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