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CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

VÍRUS E PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS

Docente: Bruno Nascimento da Silva – Biomédico


Mestre e Doutorando em Microbiologia Médica
Email: brunnonascimentodasilva@gmail.com
O QUE SÃO VÍRUS?

• Os vírus são considerados partículas ou


fragmentos celulares capazes de se cristalizar
até alcançar o novo hospedeiro.
• São formados apenas pelo material genético
(DNA ou RNA) e um revestimento
(membrana) de proteína.
• Não dispõem de metabolismo próprio
e são incapazes de se reproduzir fora de
uma célula.
Apalavra vírus vem do latim e significa
toxina ou veneno. São seres acelulares
constituídos por uma capsula proteica
(capsídeo) e ácido nucleico. Seu material
genético (RNA ou DNA) pode sofre
mutações.

VÍRUS

Ele é um organismo biológico


com grande capacidade de auto
multiplicação, mas esta só ocorre
dentro de uma célula viva.
PRINCIPAIS DOENÇAS TRANSMITIDAS PELOS VÍRUS

Aids Hepatites Influenza

Dengue Rubéola Caxumba

Sarampo Covid 19
TRANSMISSÃO
AIDS
AIDS

• A AIDS é a sigla em inglês da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

• Os infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) evoluem para uma grave disfunção
do sistema imunológico.

• O vírus do HIV se reproduz no corpo humano nos linfócitos T CD4+, tornando o corpo
vulnerável à infecção por doenças oportunistas.

• A AIDS é causada por dois tipos de vírus da imunodeficiência humana, HIV tipo-1 e HIVtipo2.
QUAL A DIFERENÇA
ENTRE O HIV E A AIDS?
HIV

 Agente etiológico -HIV-1 e


HIV-2, retrovírus da família
Lentiviridae.
 Reservatório: O homem (Ser
humano).
HIV
HIV
DIAGNÓSTICO

• Testes Rápidos

• Exames laboratoriais
O exame é utilizado para detecção simultânea do antígeno p24 e de anticorpos contra o
HIV-1 e/ou HIV-2.
TESTES RÁPIDOS
TRATAMENTO

Os objetivos do
tratamento são:
prolongar a
sobrevida e O atendimento é
melhorar a garantido pelo
Medicamentos qualidade de vida, SUS, por meio de
antirretrovirais. pela redução da uma ampla rede de
carga viral e serviços.
reconstituição do
sistema
imunológico.
PREP (PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO DE RISCO)

PrEP é a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV.


A PrEP consiste no uso de medicamento anti-HIV de forma programada para evitar
uma infecção pelo HIV. A PrEP, da forma que está aprovada no Brasil, consiste no uso
diário e contínuo do medicamento. Caso haja uma exposição (situação de risco), o
medicamento não permite que o HIV se instale no organismo.

A medicação 2 em 1 usada para PrEP (tenofovir e entricitabina) foi originalmente usada para o
tratamento de pessoas com HIV, e ainda é usada para isso. Com o tempo, diversos estudos
mostraram que essa medicação poderia proteger pessoas que não tinham o HIV, evitando que
elas se infectassem. Essa proteção já havia sido observada quando os medicamentos anti-HIV
eram usados em gestantes infectadas para evitar a transmissão do vírus para o bebê.

Assim, os medicamentos de PrEP funcionam bloqueando alguns “caminhos“ que o HIV


usa para infectar o organismo. Se você tomar PrEP diariamente, a medicação pode
impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe em seu corpo. Se você não tomar os
comprimidos todos os dias, pode não haver quantidade suficiente do medicamento no
seu sangue para bloquear o vírus.
PEP (PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO DE RISCO)

É uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras
infecções sexualmente transmissíveis (IST), que consiste no uso de medicamentos
para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer
situação em que exista risco de contágio, tais como:

Violência sexual;
Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da
camisinha); Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato
direto com material biológico).

APEP é uma tecnologia inserida no conjunto de estratégias da Prevenção


Combinada , cujo principal objetivo é ampliar as formas de intervenção para
atender às necessidades e possibilidades de cada pessoa e evitar novas infecções
pelo HIV, hepatites virais .
COMO FUNCIONA A PEP PARA O HIV?

• Trata-se de uma urgência médica, que deve ser


iniciada o mais rápido possível preferencialmente nas
primeiras duas horas após a exposição e no máximo
em até 72 horas. Aduração da PEP é de 28 dias e a
pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde.

• Recomenda-se avaliar todo


paciente com exposição
sexual d risco ao HIV para um
eventual episódio de infecção
aguda pelo vírus das hepatites
A, B e C.
PROFILAXIA
DENGUE
DENGUE
• A dengue é hoje uma das doenças com maior incidência
no Brasil, atingindo a população de todos os estados,
independentemente da classe social
• A infecção pelo vírus da dengue causa uma doença de
amplo espectro clínico, incluindo desde formas
inaparentes até quadros graves, podendo evoluir para o
óbito.
• Agente etiológico O vírus da Dengue (RNA). Arbovírus
do gênero Flavivirus, pertencente à família
Flaviviridae.Vetores hospedeiros Os vetores são
mosquitos do gênero Aedes.
DENGUE
 O vírus da Dengue apresenta cinco tipos de sorotipos, são eles:
DENGUE
 Infecção Inaparente: a doença praticamente não se manifesta. Geralmente os sintomas são
confundidos com um simples mal-estar.
 Dengue Clássica
É a manifestação da Dengue com suas características mais marcantes: Febre alta e repentina
(39° a 40°) associada a dores pelo corpo e na cabeça, dor no fundo dos olhos, manchas avermelhadas na pele.Pode vir associada ou
não a vômitos e diarreias.
 Dengue Hemorrágica
A Dengue hemorrágica é a forma mais grave da doença. Como ela pode levar à morte, o seu
tratamento é realizado em um hospital com acompanhamento médico.
Fique atento
sangramentos, principalmente pelo nariz, gengivas e pele (petéquias).
Febre Hemorrágica da Dengue ou Síndrome do Choque da Dengue É a manifestação mais grave e rara da
Dengue hemorrágica. É caracterizada por palidez, hipotermia, alterações no nível de consciência, taquipneia, alterações circulatórias como,
pulso rápido e fraco, pressão baixa e taquicardia. (Existe uma perda considerável de sangue devido às hemorragias, com isso a frequência
cardíaca é aumentada para tentar suprir a necessidade de sangue do organismo.)
SINAIS E SINTOMAS
A TÉCNICA DA PROVA DO LAÇO

• Exame rápido que auxilia a triagem de pacientes em casos de suspeita de


arbovírus, como os da dengue, Zika Virus, chikungunya, a Prova do Laço é
um dos métodos utilizados não apenas para se ter um indicativo (diagnóstico)
dessas doenças, mas também para se avaliar as condições de saúde dos
pacientes, orientando o melhor tipo de tratamento a ser realizado.

• O procedimento deve ser aplicado em pessoas com suspeita clínica das


doenças e que apresentem sinais de fragilidade muscular. Também conhecido
como Prova do Torniquete ou Teste de Fragilidade Capilar, a prova faz parte
das recomendações da Organização Mundial da Saúde para o diagnóstico.
A TÉCNICA DA PROVA DO LAÇO
TRANSMISSÃO
PROFILAXIA
 O ovo do mosquito da dengue pode sobreviver até 450 dias,
mesmo se o local onde foi depositado o ovo estiver seco.
Caso a área receba água novamente, o ovo ficará ativo e pode
atingir a fase adulta em um espaço de tempo entre 2 e 3 dias.
Por isso é importante eliminar água e lavar os recipientes
com água e sabão.
DIAGNÓSTICO
 Diagnóstico de dengue deve ser pensado em termos de
manifestações clínicas que levarão à suspeição do caso e após,
confirmação laboratorial.
 Exames laboratoriais

 H
Hemograma
TGO
TGP
DENGUE IGG
DENGUE IGM
TRATAMENTO
 Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue, faz-se
apenas medicamentos para os sintomas da doença, ou seja, fazer um
tratamento sintomático.
SARAMPO
SARAMPO
 O vírus do sarampo é um RNA vírus, que pertence
à família Paramyxoviridae e é membro do
subgrupo Morbillivirus
 A enfermidade é uma das principais responsáveis
pela mortalidade infantil em países do Terceiro
Mundo. No Brasil, graças às sucessivas
campanhas de vacinação e programas de vigilância
epidemiológica, a mortalidade não chega a 0,5%.
 A transmissão é diretamente de pessoa a pessoa,
por meio das secreções do nariz e da boca
expelidas pelo doente ao tossir, respirar ou falar.
SARAMPO
 Altamente contagioso, o sarampo é
propagado por meio das secreções
mucosas (como a saliva, por
exemplo) de indivíduos doentes para
outros não-imunizados.
 Depois começam a aparecer os
principais sintomas, com o
aparecimento de pequenas erupções
na pele (exantemas) de cor
avermelhada, febre alta, dor de
cabeça, mal-estar e inflamação das
vias respiratórias, com presença de
catarro.
SARAMPO
 As manchas avermelhadas geralmente progridem em direção aos pés, com duração
mínima de três dias. Além disso, pode causar infecção nos
ouvidos, pneumonia, diarreia, convulsões e lesões no sistema nervoso.
SARAMPO

O período de incubação dura em


média 10 dias, mas pode variar
de 7 a 18 dias.

Isto significa que esta é a média


de tempo desde a data da
exposição ao vírus até o
aparecimento dos sintomas.
SARAMPO
Tratamento
 Seja em adultos, crianças ou bebês, é importante dizer que não existe tratamento específico
para o sarampo, apenas para amenizar os sintomas.
 O tratamento dos sintomas consiste em:
 Hidratação
 alimentação saudável
 suplementação de vitamina A e medicamentos sintomáticos para febre, náuseas e vômitos
 Além de tudo, uma pessoa que está com sarampo deve ficar de repouso por todo o período de
infecção, pelo menos até quatro dias após o aparecimento das manchas, que é quando a
transmissão pode ocorrer de maneira mais fácil.
SARAMPO

Prevenção
 Vacinar é o meio mais eficaz de prevenção
contra o sarampo.
 A primeira vacina contra o sarampo ocorre aos
12 meses, com a vacina tríplice viral (vacina
para sarampo, rubéola e caxumba).
 Já aos 15 meses, o bebê deve tomar a vacina
tetra viral (vacina para sarampo, rubéola,
caxumba e varicela).
HEPATITE
HEPATITES
Os diferentes tipos de hepatite são: A, B, C, D, E, hepatite autoimune, hepatite medicamentosa
e hepatite crônica
HEPATITES
Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D Hepatite E

Agente etiológico Causada pelo vírusA Causada pelo vírusB Causada pelo vírusC Causada pelo vírusD Causada pelo vírusE

Sinais e sintomas Geralmente, não Geralmente, não Geralmente, não Geralmente, não Geralmente, não
apresenta. Porém, os apresenta. Porém, os apresenta. Porém, os apresenta. Porém, os apresenta. Porém, os
mais frequentes são mais frequentes são mais frequentes são mais frequentes são mais frequentes são
cansaço, tontura, cansaço, tontura, cansaço, tontura, cansaço, tontura, cansaço, tontura,
enjoo e/ou vômitos, enjoo e/ou vômitos, enjoo e/ou vômitos, enjoo e/ou vômitos, enjoo e/ou vômitos,
febre, dor abdominal, febre, dor abdominal, febre, dor abdominal, febre, dor abdominal, febre, dor abdominal,
pele e olhos pele e olhos pele e olhos pele e olhos pele e olhos
amarelados, urina amarelados, urina amarelados, urina amarelados, urina amarelados, urina
escura e fezes claras. escura e fezes claras. escura e fezes claras. escura e fezes claras. escura e fezes claras.
Quando surgem, Quando surgem, Quando surgem, Quando surgem, Quando surgem,
costumam aparecer de costumam aparecer de costumam aparecer de costumam aparecer de costumam aparecer de
15 a50 dias após a 15 a50 dias após a 15 a50 dias após a 15 a50 dias após a 15 a50 dias após a
infecção. infecção. infecção. infecção. infecção.
HEPATITES
Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D Hepatite E

Transmissão Fecal-oral, por Compartilhamento de material para uso Mesmo forma Mesma forma da Fecal-oral, por
contato entre de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, da Hepatite B Hepatite B e C contato entre
indivíduos ou entre outros), higiene pessoal (lâminas indivíduos ou por
por meio de de barbear e depilar, escovas de dente, meio de água ou
água ou alicates de unha ou outros objetos que alimentos
alimentos furam ou cortam) ou para confecção de contaminados pelo
contaminados tatuagem e colocação de piercings; de vírus
pelo vírus mãe infectada para o filho durante a
gravidez; sexo sem camisinha com uma
pessoa infectada e através do leite
materno

Diagnóstico Exame de Exame de sangue Exame de Exame de sangue Exame de sangue


sangue sangue
HEPATITES
Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D Hepatite E

Tratamento Repouso; Evitar Casos leves: cura interferon com Casos leves: cura Repouso; Evitar
comida gordurosa espontânea. ribavirina ou espontânea. comida gordurosa e
e ingestão de Casos graves: interferon peguilado Casos graves: ingestão de álcool
álcool transplante associado à ribavirina transplante
Prevenção Vacina Vacina Mesma da hepatite B Vacina da hepatite Melhorar as condições
Melhorar as condições Usar camisinha em todas as B; de higiene e de
de higiene e de relações sexuais e não Mesma da hepatite saneamento básico,
saneamento básico, compartilhar objetos de BeC lavar sempre as mãos,
lavar sempre as mãos, uso pessoal, como lâminas consumir apenas água
consumir apenas água de barbear e depilar, tratada, evitar contato
tratada, evitar contato escovas de dente, material com valões, riachos,
com valões, riachos, de manicure e pedicure, chafarizes, enchentes
chafarizes, enchentes equipamentos para uso de ou próximo de onde
ou próximo de onde drogas, confecção de haja esgoto acéu
haja esgoto acéu tatuagem e colocação de aberto.
aberto. piercings.
REFERÊNCIAS

AVANCINI & FAVARETTO.Biologia – Uma abordagem evolutiva e


ecológica.Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997.

AMABIS&MARTHO. Biologia dos organismos.Volume 2. São Paulo,


Editora Moderna, 1995.

AMABIS&MARTHO. Fundamentos da Biologia Moderna.Volume


único. São Paulo, Ed. Moderna.

Microbiologia médica / Patrick R. Murray, Ken S. Rosenthal, Michael A. Pfaller;


[tradução
Carlos Pelleschi Taborda… et al.]. – Rio de Janeiro:Elsevier, 2009.
OBRIGADO

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