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Plano Estrategico PT MITUR
Plano Estrategico PT MITUR
Ministério do Turismo
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento
do Turismo em Moçambique
(2004-2013)
Aprovado na 15ª Sessão Ordinária do Conselho
de Ministros de 12 de Outubro de 2004
República de Moçambique
Ministério do Turismo
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento
do Turismo em Moçambique
(2004-2013)
Aprovado na 15ª Sessão Ordinária do Conselho
de Ministros de 12 de Outubro de 2004
Prefácio
A indústria turística e de viagens cons-
titui neste período de arranque do sé-
culo 21 o sector líder da economia mundi-
actualmente aproxidamente 32,000 postos
de trabalho.
O turismo de lazer, a procura de ambi-
al, com níveis de crescimento anual bas- entes tropicais, nomeadamente as praias,
tante significativos. Nos países em vias de a fauna representada pelos chamados big
desenvolvimento, o turismo tem dado um five, a cultura e o turismo de negócio são
grande contributo na luta contra a pobreza segmentos que continuam a dominar as
através da valorização dos recursos natu- motivações de viagens para os destinos tu-
rais e do património histórico e cultural que rísticos dos países em vias de desenvolvi-
propicia a promoção de investimentos e do mento, como é o caso de Moçambique. As
emprego assim como a geração de recei- vantagens comparativas consubstanciadas
tas em moeda externa. O seu carácter trans- na sua localização estratégica, na qualida-
versal estimula outros sectores de activi- de dos recursos naturais em virtude da sua
dade, contribuindo desta forma nos esfor- preservação e da singularidade do seu pa-
ços de diversificação da economia. trimónio histórico e cultural, constituem
Contudo, para que esta contribuição tenha oportunidades ímpares a explorar.
os efeitos desajados é necessário uma A Política do Turismo estabelece prin-
abordagem coordenada e integrada entre cípios orientadores sobre o desenvolvi-
os sectores que concorrem neste proces- mento do turismo em Moçambique resul-
so. O Plano Estratégico para o Desenvol- tantes das mudanças operadas no sector
vimento do Turismo 2004-2013 é o e que ditam a necessidade de estabele-
corolário do trabalho empreendido no cer a relação do binómio produto-merca-
sector ao longo dos últimos anos e cons- do; maior valorização das áreas de con-
titui um instrumento orientador com vis- servação como elemento importante do
ta ao desenvolvimento de um destino tu- produto turístico; integração da aborda-
rístico atraente e vibrante na Região. gem do Programa de Alívio e Redução da
O turismo em Moçambique está gradu- Pobreza Absoluta (PARPA) no desenvol-
almente a recuperar o seu lugar na econo- vimento do sector do turismo; e do
mia nacional. O crescimento dos investimen- ordenamento compatível com as
tos ao longo dos últimos anos que resulta- tendencias globais no turismo (eco-turis-
ram na expansão da capacidade de mo, cruzeiros, aventura, desportos
alojamento e dos serviços similares e no me- nauticos); o papel das comunidades lo-
lhoramento da qualidade do produto são cais. As iniciativas de desenvolvimento
factores que testemunham o futuro das áreas de conservação transfronteiriças
encorajador desta indústria no País. O inves- enquadram-se no espírito da Nova Parce-
timento empresarial resultou na expansão da ria de Desenvolvimento de Africa
capacidade hoteleira, durante o presente (NEPAD) e constituem marcos para maior
quinquenio, em mais de 2500 camas com cooperação e integração regional, sendo
destaque para estabelecimentos de luxo (5 também factores de preservação e con-
e 4 estrelas), de primeira (3 estrelas) e eco- solidação da Paz.
nómica. Em termos de emprego, nota-se um
crescimento em cerca de 26,1% comparado O Ministro do Turismo
aos níveis dos princípios de 2000, atingindo Fernando Sumbana Júnior
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................................................ 7
2. Contextualização ........................................................................................................................................... 11
2.1. Importância Económica do Turismo ................................................................................................ 12
2.2. Perspectiva Regional e Internacional ............................................................................................... 13
2.3. Perspectiva Nacional ........................................................................................................................... 14
2.4. Quadro Legal e Institucional ............................................................................................................. 16
2.5. Política e Estratégia do Turismo ........................................................................................................ 18
2.6. Produto Turístico de Moçambique ................................................................................................... 19
2.7. Conservação e Turismo ...................................................................................................................... 22
Nangade
Mocímboa
da Praia
Rio Rovuma Mueda
Sanga Mecula Muidumbe
Lago
Niassa Lago
Mavago nda
CABO Macomia
Meluco Quissanga Ibo
ge
Lu
Muembe
Rio DELGADO Pemba
Lichinga Marrupa Montepuez Ancuabe
Mecúfi
Balama Chiúre
Majune NIASSA Namuno
Ngauma Maúa Eráti
Nipepe
Mandimba Metarica Rio Lurio Memba
Cuamba Lalaua Mecuburi Nacaroa
Cid. Nacala
Chifunde
Macanga Angónia
Mecanhelas
Malema NAMPULA
Ribáuè
Muecate Nacala-a-Velha
Monapo Mossuril
Marávia
TETE Lago
Nampula Meconta Ilha de
TsanganoChirua Moçambique
Guruè Alto Murrupula
Zumbo Chiúta Molocúe
Cahora Bassa Mogincual
Rio
Angoche
Changara Tambara
Mutarara ZAMBÉZIA Ile
Mocuba Moma
Chemba
Morrumbala Maganja
Ri
da Costa
Za
Nicoadala
m
be
Báruè Macossa
zi
Mopeia
Caia
MANICA Marínguè Marromeu
Inhassunge
Quelimane
Cheringoma
Gorongasa Chinde
Manica
Muanza
Chimoio SOFALA
Gondola
Nhamatanda
Sussundenga Dondo
Búzi
Beira
Chibabava
Mossurize
Machanga
Machaze
Govuro
Rio Save
Inhassoro
Massangena
Mabote
Vilankulo
Chicualacuala
INHAMBANE
Ri
o
Chigubo
Lim
Funhalouro Massinga
po
po
GAZA Morrumbene
Homoíne Maxixe
Mabalane
Panda
Massingir Inhambane
Inharrime Jangamo
Guijá
Chókwè Chibuto
Mandlacaze Zavala
Magude
Xai-Xai
Moamba Bilene
MAPUTO Manhiça
Matola Marracuene
Namaacha
Boane MAPUTO
Matutuíne
1 Introdução
1. Introdução
O “Plano Estratégico para o Desenvol- oridades específicas, define produtos e
vimento do Turismo em Moçambique” mercados, identifica Áreas Prioritárias para
(PEDTM) é resultado de um esforço que o Investimento em Turismo (APIT) e focali-
vem sendo empreendido no sector com za os recursos necessários.
vista a estabelecerem-se as bases de O PEDTM define as áreas, as linhas e
implementação da Política e Estratégia do as acções estratégicas, e os antecedentes
Turismo. Este processo compreendeu duas que conduziram à formulação das acções
fases, nomeadamente a da revisão e estratégicas resumidas. O PEDTM também
actualização da política e estratégia do tu- faz uma avaliação do potencial de merca-
rismo levado a cabo entre Julho 2002 e Fe- do, da base de recursos do turismo, do pa-
vereiro 2003 e a elaboração do presente pel actual e potencial da conservação para
Plano Estratégico para o Desenvolvimento o turismo e apresenta de forma detalhada
de Turismo em Moçambique. Um aspecto as acções Estratégicas de Desenvolvimen-
de grande realce neste processo é o facto to de Recursos Humanos no Turismo e o
de se ter privilegiado o método Quadro Espacial para o Turismo.
participativo para a concepção destes ins- O presente Plano Estratégico compor-
trumentos, onde dominaram as consultas ta (6) seis Capítulos, o primeiro capítulo
e debates a nível das instituições do Esta- apresenta o contexto em que o Plano Estratégico é
do, com as associações económicas, os estabelecido, incluindo a importância económica do
operadores individualmente e a socieda- turismo e o papel do turismo no alívio à
de civil. pobreza, o quadro legal e institucional do
Neste plano estratégico procurou-se país , o sumário sobre a Política e Estraté-
colocar em evidência o importante papel gia do Turismo, as características correntes
que as áreas de conservação podem de- e históricas do produto turístico
8 sempenhar na promoção e desenvolvimen- moçambicano, o papel da conservação no
to do turismo no país, enaltecendo a ne- turismo.
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento cessidade de se estabelecer uma relação O Segundo capítulo apresenta o Mode-
do Turismo em Moçambique de simbiose entre as duas áreas de modo lo Estratégico para o Desenvolvimento do
(2004 - 2013) Turismo, uma análise das áreas-chave de in-
a complementarem-se de forma sustentá-
vel. fluência, incluindo tendências internacio-
Se a “Política do Turismo e a Estratégia nais e regionais de turismo e os seus im-
da sua Implementação” aprovada em Abril pactos no futuro do turismo em
de 2003 veio substituir a “Política e Estra- Moçambique.
tégia Nacional do Turismo” de 1995, o pre- O Terceiro capítulo é referente a visão
sente PEDTM procura seguir e colocar, num para o desenvolvimento do turismo onde
único documento, as linhas do plano es- a Planificação integrada, o Marketing e De-
tratégico elaborado em 1995 (“Estratégia senvolvimento do Produto e Recursos Hu-
para o Desenvolvimento de Turismo em manos são os processos identificados como
Moçambique: 1995-1999”), do plano de de- a chave para o desenvolvimento.
senvolvimento estratégico para o turismo O Quarto capítulo aborda os processos
nas zonas litorais elaborado em 1997 (“Um consideradas fundamentais de
Quadro de Planificação para o Desenvolvi- implementação do plano, onde é definido
mento de Turismo Regional em o quadro espacial que identifica as Áreas
Moçambique”) e a nova abordagem da Po- Prioritárias para Investimento no Turismo
lítica do Turismo em relação a conjugação (APITs), as Áreas de Conservação, incluin-
do binómio produto-mercado e as áreas do as transfronteiras, os circuitos turísticos
prioritárias para o desenvolvimento do tu- e as Rotas Turísticas.
rismo, com relavancia para integração das No último capítulo são abordadas as li-
áreas de conservação. nhas de implementação do Plano Estraté-
O PEDTM, tem como pilar a “Política do gico, onde se identifica áreas de interven-
Turismo e a Estratégia da sua ção, nomeadamente: quadro institucional,
Implementação” e, serve de base no pro- planificação integrada, desenvolvimento de
cesso de planificação estratégica. Fixa pri- recursos humanos, marketing, áreas de con-
servação e os conteúdos a observar na ela- relativamente modesta e para assegurar
boração dos planos de acção. uma maior eficiência no uso dos poucos
O presente plano tem um horizonte de recursos disponíveis, as acções foram
dez anos, de 2004 até 2013, e sua criteriosamente seleccionadas e ordenadas,
implementação materializa-se através dos tendo em conta as prioridades do governo
planos quinquenais de acção, sendo o pri- de acordo com as linhas gerais definidas no
meiro o de 2004 – 2008. A base de partida PARPA e na Política do Turismo.
do processo de implementação do Plano é
9
2 Contextualização
2. Contextualização
2.1. Importância Económica uma diversidade de sectores económicos,
como transporte, agricultura, alimentação e
do Turismo bebidas, serviços financeiros, construção e
O Turismo é um sector económico em cons- artesanato. Em muitos países da África Aus-
tante crescimento em todo o Mundo. É uma tral, o turismo provou ser um sector econó-
actividade económica internacional que, mico de grande importância e na África sub-
em 2001, contribuiu com 4.2% para o Pro- Sahariana foi responsável por 7.5% do em-
duto Interno Bruto (PIB) da economia glo- prego total em 2001 (WTTC).
bal e empregou 8.2% da população econo- Contudo, reconhece-se que como sec-
micamente activa do mundo. É um negócio tor económico que é, o turismo provoca na
internacional em crescimento e altamente sociedade impactos que podem ser tanto
competitivo. Como sector económico, o tu- positivos como negativos, conforme resu-
rismo é um dos poucos que pode contri- midos no quadro abaixo (quadro 1). Os inú-
buir para o crescimento e oferta de empre- meros impactos positivos que a indústria
go à escala necessária para fazer a diferen- provoca na sociedade podem ser
ça em Moçambique. maximizados e os negativos minimizados
O turismo é um sector de trabalho in- ou mesmo suprimidos se houver uma vi-
tensivo e abrangente em termos de habili- são e uma implementação estratégica a isso
dades e níveis de formação. Está ligado a conducente.
Plano Estratégico • Rendimento – O acto de satisfazer um turista implica a compra de uma variedade de serviços e
para o Desenvolvimento de bens que podem ocorrer em diferentes momentos e locais, facto que resulta numa série de
do Turismo em Moçambique rendimentos significativos para a economia.
(2004 - 2013)
• Emprego – O turismo é um sector de trabalho intensivo que integra todos os graus de habilidade,
do mais complexo ao mais simples, envolvendo todas as camadas sociais. Dada a sua característica
transversal, estimula o mercado de emprego nos outros sectores da economia.
• Conservação – Quando gerido de forma adequada, o turismo fortalece a viabilidade económica
das áreas protegidas e reduz a pressão sobre o ambiente.
• Investimento – A intensidade do capital no sector cria várias oportunidades de investimento para
os sectores público e privado.
• Infra-estruturas – O potencial e a dinâmica do crescimento do sector do turismo aliados aos
benefícios económicos associados dita a necessidade de criar e investir em infra-estruturas.
• Prestígio – O prestígio internacional e, finalmente, a conquista de um lugar na “lista” dos destinos
preferidos tem implicações comerciais e económicas positivas.
• Criação de pequenos negócios – O turismo está directa e indirectamente ligado a uma diversi-
dade de sectores da economia e, por isso, cria oportunidades para pequenos negócios.
• Impactos sociais – Mudanças no estilo de vida resultantes da migração pelo trabalho, de mudan-
ças na cultura, do aumento da taxa de criminalidade e até da prostituição, etc.
• Impactos ambientais – Tanto o desenvolvimento irresponsável de um projecto como uma
avalanche de turistas num ambiente sensível e frágil podem destruir o equilíbrio da natureza.
• Fugas – Ocorrência do fluxo de dinheiro para o exterior resultantes das necessidades de impor-
tação de bens e serviços, promoção internacional e publicidade, comissões de venda às agências
estrangeiras, salários do pessoal estrangeiro e repatriamento de lucros representam perdas nas
contribuições para a economia.
• Dependência excessiva – O turismo é volátil e responde rapidamente a influências negativas
como distúrbios políticos, ataques terroristas, desastres naturais, etc.
2.2. Perspectiva Regional e
Internacional
Os serviços de turismo e de viagens estão 403 milhões de chegadas em 2000 o que
a surgir como os impulsionadores principais equivale a 58% do turismo internacional. No
da economia no século XXI. As chegadas mesmo período, África recebeu 28 milhões
nos diferentes destinos evidenciam um de chegadas, o equivalente a 4% do negó-
crescimento de 25 milhões em 1950 para cio mundial neste domínio. A diferença
682 milhões em 2001. As receitas geradas entre os destinos de eleição constituídos
no turismo atingiram 476 biliões de dóla- pela Europa e pelas Américas em compa-
res americanos em 2000, o que significa um ração com África é enorme. O extremo Ori-
crescimento de 4.5% em comparação com ente/Pacífico, por sua vez, continuou a dar
o ano de 1999. O estudo da Organização sinais de grande crescimento em matéria
Mundial do Turismo (OMT) sobre a Visão de turismo externo e, presentemente, aco-
do Turismo para 2020 prevê que, em 2020, lhe 15% das chegadas internacionais. O con-
as chegadas de turistas aos vários destinos junto constituído por África, Médio Oriente
no mundo alcançarão cerca de 1,6 biliões. e Ásia do sul detém, aproximadamente, 5%
Estes turistas gastarão cerca de 2 triliões de das chegadas internacionais. Uma análise
dólares americanos. das quotas do Mercado em função dos con-
Do ponto de vista histórico, os fluxos tinentes e dos destinos turísticos preferen-
do turismo têm estado polarizados entre e ciais é reflectida nos diagramas que se apre-
no seio da Europa Ocidental e Estados Uni- sentam a seguir.
dos da América. Só a Europa gerou mais de
Plano Estratégico
tentável, o turismo é o sector que ab-
para o Desenvolvimento sorve mais mulheres e trabalhadores
do Turismo em Moçambique sem formação profissional, e é econo-
(2004 - 2013)
micamente significativo na maioria de
2.4 Quadro Legal e
países de baixa renda. Tem uma impor- Institucional
tância particularmente acrescida para as
mulheres, uma vez que o emprego no
sector de turismo é mais flexível que nos 2.4.1 Quadro Legal
sectores tradicionais de manufactura ou O turismo é um sector transversal por lidar
agricultura, e existe uma actividade eco- com vários outros sectores e, assim, em
nómica informal que se expande com muitos aspectos tem implicações na apli-
facilidade, permitindo uma crescente cação dos instrumentos legais e leis.
actividade económica consistente com Desde 1994 que o Governo de
a vida familiar. Os postos de emprego Moçambique tem vindo a adoptar e a apro-
no turismo são normalmente mais sau- var várias políticas sectoriais e legislação
dáveis e seguros que o tipo de trabalho para uma gestão melhorada de recursos
noutros sectores, como a indústria naturais, que desempenham um papel im-
açucareira, a mineração, as actividades portante na promoção do turismo. Entre as
madeireiras e a manufactura. Com a ab- que têm relações directas com o sector
sorção de trabalhadores sem formação podem mencionar-se as seguintes:
e sem habilidades, existe uma oportu- • Lei do Turismo (2004)
nidade enorme para o desenvolvimen-
• Política do Turismo e Estratégia da sua
to dos recursos humanos através da for-
Implementação (2003)
mação e aperfeiçoamento de habilida-
des e capacidades. • Política e Estratégia Nacional de Flores-
ta e Fauna Bravia (1995)
• O Turismo é um enorme catalisador eco-
nómico, pois, os visitantes gastam di- • Lei de Floresta e Fauna Bravia (1999)
nheiro directamente em hotéis e fora de
• Lei de Terras (1997) vés do Decreto Presidencial no 1/2000 de
• Programa Nacional de Gestão Ambiental 17 de Janeiro, tendo o Decreto Presidenci-
(1995) al no 9/2000 de 23 de Maio, definido as suas
atribuições e competências como sendo a
• Lei Quadro Ambiental (1997) direcção, planificação e execução das polí-
• Lei das Pescas ticas nos seguintes domínios: actividades
• Lei de Investimento turísticas; indústria hoteleira e similar; e
áreas de conservação para fins do turismo.
Em relação à componente ambiental, Para a realização das suas atribuições e
salienta-se que para assegurar a coordena- competências, o Ministério do Turismo or-
ção efectiva e a integração de políticas ganiza-se de acordo com as seguintes áre-
sectoriais e dos planos relativos a gestão as de actividade:
ambiental ao nível mais alto, o Conselho de
Ministros criou, em 1997, através da Lei do a) Actividades turísticas;
Ambiente, a Comissão Nacional para o De- b) Indústria hoteleira e similar;
senvolvimento Sustentável (CONDES).
Por outro lado, várias acções ligadas a c) Áreas de conservação para fins do tu-
projectos e empreendimentos turísticos rismo;
estão condicionadas pelo Regulamento de d) Inspecção do turismo
Avaliação dos Impactos Ambientais, que O Ministério do Turismo tem como órgãos
especifica que todos os programas e pro- a nível central a Direcção Nacional do Tu-
jectos que possam afectar, directa ou indi- rismo (DINATUR), Direcção Nacional para
rectamente áreas sensíveis, devem ser su- as Áreas de Conservação para fins Turísti-
jeitos a uma Avaliação dos Impactos cos (DNAC), Direcção Nacional de Promo-
Ambientais (AIA), incluindo as áreas de con- ção Turística (DPT), Direcção de Planifica-
servação e zonas de valor arqueológico, his- ção e Cooperação (DPC), Inspecção Geral
tórico e cultural que devem ser preserva- do Turismo (IGT), Departamento de Recur-
das. sos Humanos (DRH), Departamento de Contextualização 17
A actividade do sector privado é consi- Administração e Finanças (DAF), Departa-
derada o motor principal para o crescimen- mento Jurídico (DJ) e Unidade de Coorde-
to económico, e está estreitamente ligada nação das Áreas de Conservação
ao aumento de emprego e alívio à pobreza Transfronteira (ACTF).
em Moçambique. A legislação adequada e A nível local, o Ministério do Turismo é
a sua implementação são factores-chave representado pelas direcções provinciais
para a promoção do investimento na indús- do turismo, prevendo-se a possibilidade de
tria do turismo. A Lei de Investimento e a vir a ter direcções ou serviços distritais. Em
restante legislação que estabelecem os Janeiro de 2004, o Ministério do Turismo
benefícios fiscais, o repatriamento dos lu- estabeleceu Direcções Provinciais de Turis-
cros e o emprego de estrangeiros também mo em todas as províncias do país, com
são consideradas essenciais no contexto do excepção da Província e Cidade de Mapu-
quadro legal para o turismo. to. Em termos de instituições tuteladas pelo
Uma nova lei do turismo a entrar em Ministério do Turismo existem:
vigor no presente ano procura actualizar os
a) o Fundo Nacional do Turismo (FUTUR),
conceitos em vigor na indústria assim como
responsável pela promoção do desen-
estabelecer princípios éticos para um de-
volvimento do turismo através do
senvolvimento são do turismo no país, in-
marketing, assistência técnica e financei-
cluindo a necessidade de se desencorajar
ra aos operadores locais, formação e pro-
qualquer tentativa de prática do turismo
visão de assistência aos empreendimen-
sexual infantil, discriminação social, entre
tos de interesse turístico.
outras.
b) o Hotel Escola Andalucia, vocacionado
para formação do pessoal do ramo ho-
2.4.2 Organização Institucional teleiro de nível básico, nas áreas de re-
cepção, cozinha e pastelaria, bar e an-
Num esforço para a dinamização do proces- dares.
so de desenvolvimento do turismo, foi cri-
ado, em 2000, o Ministério do Turismo, atra-
Actualmente, o MITUR possui um total de directrizes cuja finalidade é de orientar a
cerca de 600 trabalhadores entre pessoal implementação das acções com vista ao al-
do órgão central, pessoal afecto às Direc- cance dos objectivos e princípios estabe-
ções Provinciais e pessoal empregue nos lecidos na Política do Turismo, através de
parques e reservas nacionais (400). medidas estratégicas essenciais.
Um aspecto fundamental da política é
a abordagem orientada para o
2.5. Política e Estratégia do envolvimento das estruturas distritais e das
Turismo comunidades locais. Tal situação tem im-
plicações enormes nos processos de admi-
Através da Resolução nº 14 de 4 de Abril nistração pública e desenvolvimento da
2003 o Governo aprovou a “Política do Tu- capacidade de recursos humanos. Outras
rismo e Estratégia da sua Implementação” novas direcções fundamentais na nova po-
que estabelece a perspectiva orientadora lítica são o reconhecimento do valor real
do crescimento e desenvolvimento do tu- das Áreas de Conservação no desenvolvi-
rismo no futuro. mento do sector, a ênfase colocada no pa-
A Política do Turismo identifica os Prin- pel que o sector do turismo pode ter no
cípios Gerais, os Objectivos do Turismo e alívio à pobreza e o desenvolvimento de
as Áreas Prioritárias de Intervenção e Actu- novas linhas de produto na perspectiva dos
ação. vários segmentos de mercado.
A Política inclui a estratégia para a sua
implementação que consiste numa série de
26
Figura 3 - Tendência do Crescimento das Áreas de Conservação Privadas e Comunitárias
Plano Estratégico durante a Última Década
para o Desenvolvimento
do Turismo em Moçambique
(2004 - 2013)
O novo paradigma para as áreas de conser- turais e de áreas protegidas, como se pode
vação tem desenvolvido abordagens mais ver na Tabela 2.
inclusivas à administração de recursos na-
Tabela 2 –Tendências de Administração das Áreas de Conservação
Autoridade • Geridas pelo Governo Central • Geridas por vários parceiros principal-
mente o sector privado e comunidades
Comunidades • Planeadas e geridas contra as comuni • Geridas com, para e, em alguns casos, por
locais dades locais comunidades locais
• Administradas sem ter em conta as • Geridas para a satisfação das necessidades
opiniões dos locais das comunidades locais
Qualquer que seja a abordagem adoptada, sultado lógico deste fenómeno foi a dele-
o sucesso depende de uma boa gação, a vários níveis, da posse de recur-
governação, cometimento e responsabili- sos às comunidades, como uma forma de
dade. Com boa governação, assuntos como encoraja-las a atribuirem um valor econó-
relação, níveis de poder e autoridade, res- mico à vida selvagem e assumirem a guar-
ponsabilidade, confiança e justiça devem da conjunta desses recursos.
ser aplicados de forma equitativa e clara. Em muitas áreas, esta abordagem tem
dado frutos, e as comunidades participan-
tes têm recebido níveis significativos de
2.7.9. Gestão Comunitária dos benefícios a partir de actividades de caça
Recursos Naturais de quotas específicas de animais selvagens,
Em muitos países da África Austral grandes do desenvolvimento de facilidades turísti-
populações de animais selvagens encon- cas como locais de acampamento, ou da
tram-se em terras comunitárias. Em alguns participação em empreendimentos conjun-
países, a extensão de tais populações ex- tos com o sector privado no desenvolvi-
cede a população de animais em áreas for- mento de estâncias turísticas.
malmente protegidas sendo, portanto, va- Moçambique também iniciou recente-
liosos recursos naturais. A gestão de recur- mente programas comunitários de conser-
sos naturais pela comunidade na região vação e eco-turismo, estando em
partiu da constatação de que os sistemas implementação os programas Tchuma
governamentais não poderiam administrar Tchato (Tete), Xipange Tcheto (Niassa) e
ou controlar adequadamente as popula- Chimanimani (Manica).
ções fora das áreas de protecção. Um re-
2.7.10. Aparecimento de Áreas de nas áreas formais de conservação, mas tam-
bém em áreas comunitárias – proporcionan-
Conservação Transfronteira do-lhes efectivamente novos modos de
vida e outras opções económicas além da
Uma tendência emergente na conservação agricultura. As ACTFs tornam-se, assim, uma
a nível global é o encorajamento da exten- ferramenta para facilitar o desenvolvimen-
são de áreas de conservação para abarcar to das comunidades marginalizadas.
ecossistemas críticos ou permitir que ani- Os governos da África Austral estão a
mais selvagens tenham maiores áreas para negociar planos para criar uma vasta rede
levar a cabo os seus ciclos de vida naturais. de ACTFs numa proporção significativa das
Como resposta a esta tendência, e como fronteiras de todos os países. 1.5
meio de dar maior visibilidade à conserva-
ção, o desenvolvimento de Áreas de Con-
servação Transfronteira tornou-se uma for- 2.7.11. Relação entre
ma globalmente aceite de administração de
áreas protegidas. Moçambique tem sido lí-
Conservação e Turismo
der na África Austral nesta abordagem, cri- Sendo a conservação o mecanismo que o
ando caminho para várias novas iniciativas governo e a sociedade civil usam para pro-
de ACTF no sub-continente. teger os recursos naturais, e o turismo um
A ACTF do Grande Limpopo proporci- dos que mais uso faz desses recursos, tor-
ona um modelo no qual as áreas de conser- na-se evidente que o turismo e a conserva-
vação formais podem ser combinadas com ção não podem ser separados. Assim, é
a CBNRM num conceito único de gestão in- necessário compreender como é que a con-
tegrada da conservação. Por envolver efec- servação apoia o turismo a alcançar os seus
tivamente as comunidades no conceito glo- objectivos nacionais, e como é que o turis-
bal, o caminho está preparado para facili- mo também ajuda a conservação na conse-
tar a reabilitação da vida selvagem, não só cução dos seus objectivos (Fig. 5).
Contextualização 29
Parques Nacionais
Província Designação Ano de Criação Área (km2)
CABO DELGADO Parque Nacional das Quirimbas 2002 7,500
SOFALA Parque Nacional da Gorongoza 1960 3770 (Área central )
1600 (Área tampão)
INHAMBANE Parque Nacional de Zinave 1973 6,000
Parque N. do Arquipélago de Bazaruto 1971 1,600
GAZA Parque Nacional do Limpopo 2001 10,000
Parque Nacional de Banhine 1973 7,000
Área total 37,470
Reservas Nacionais
Província Designação Ano de Criação Área (km2)
NIASSA Reserva Nacional do Niassa 1964 Área central = 15,000
zona tampão = 17,000
ZAMBEZIA Reserva Nacional do Gilé 1960 2,100
SOFALA Reserva Especial do Marromeu 1960 1,500
MANICA Reserva Nacional de Chimanimani 2000 7,500
INHAMBANE Reserva Nacional do Pomene 1964 200
MAPUTO Reserva Especial do Maputo 1960 700
32 O estabelecimento das áreas de conserva- crescimento dos parques (a criação dos res-
ção no país é um fenómeno recente. A dé- tantes 33,3%) e das reservas (os 17%).
Plano Estratégico cada de 60 e o princípio da década de 70 A criação das áreas de conservação de
para o Desenvolvimento foram o período em que as áreas de con- exploração orientada, como são as de caça
do Turismo em Moçambique
(2004 - 2013)
servação da categoria de protecção total (coutadas oficiais), deu-se praticamente na
foram criadas. Os princípios da década de década de 60, com especial destaque para
60 foram marcados pela criação das reser- o último ano em que foram criadas cerca
vas nacionais (83,3% das reservas nacionais de 67% das actuais 12. Por seu turno, as 7
e 17% dos parques nacionais). Já no início fazendas de caça existentes no país foram
da década de 70 foi marcado pela criação introduzidas a partir do princípio da pre-
dos parques, (cerca de 50% dos existentes sente década.
no país). A década de 2000 iniciou com o
Tabela 5 (a)
COUTADAS
Província Designação Ano de Criação Área (km2)
MANICA N.º 4 1969 4 300
N.º 9 1969 4 333
N.º 7 1969 5 408
Nº13 1960 5 683
SOFALA N.º 5 1972 6 868
N.º 6 1960 4 563
N.º 8 1969 310
N.º 10 1961 2 008
N.º 11 1969 1 928
N.º 12 1969 2 963
N.º 14 1969 1 353
N.º 15 1969 2 300
Área Total 42 017
Reflectindo o período em que estas texto, a revisão dos limites, assim como do
coutadas foram criadas (baixa densidade plano de uso dos espaços das áreas das
populacional, entre outras) nota-se, porém, coutadas, tendo em conta os vários interes-
que os limites de muitas coutadas apresen- se, é crucial e urgente. Este processo de-
tam-se desajustadas à realidade actual, verá incluir a revisão da abordagem do re-
havendo casos de conflitos latentes de in- lacionamento entre as actividades econó-
teresse entre as populações que cresceram micas de safaris e as comunidades locais
(seja por factores naturais ou por movimen- de forma a criar condições de canalização,
tações voluntárias ou involuntárias impos- aos locais, dos benefícios resultantes das
tas pelo conflito armado que terminou em actividades de safaris.
1992) e os operadores de safaris. Neste con-
Tabela 5 (b)
FAZENDAS DE BRAVIO
Província Designação Ano de Criação Área (ha)
CABO DELGADO Negomano Safaris Lda. 2000 10 000
Messalo Safaris 2000 10 000
Cabo Delgado Biodiversity
& Tourism - 5 342
SOFALA Sabie Safaris Tours Lda. 2000 10 000
ZAMBÉZIA Game Farm Naora Gile 2000 10 000
GAZA Paul & Ubisse 2000 30 000
MAPUTO Sabie Game Park 2001 40 000
SAPAP (Sociedade de Abastecimento 2000 10 000
e Produção Agro-Pecuária)
Contextualização 33
Área Total 125 342
Tabela 6
ACTFs
Localização Designação Áreas de Conservação nas ACTFs
Moçambique, África do ACTF dos Lubombo Reserva Especial do Maputo
Sul e Suazilândia
Moçambique, África do Sul ACTF do Grande Limpopo PN Limpopo, PN Banhine PN Zinave
e Zimbabwe
Moçambique e Zimbabwe ACTF dos Chimanimani Reserva Nacional de Chimanimani
Figura 6 – Áreas de conservação em Moçambique
34
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento
do Turismo em Moçambique
(2004 - 2013)
Infra-estrutura
Desenvolvimento institucional
• Falta de planeamento, zoneamento e de planos directores para áreas estratégicas do turismo.
• Falta de comunicação, coordenação e interligação entre sectores e entidades administrativas.
• Procedimentos complicados para os pedidos de investimentos e procedimentos de alocação de terra.
• Fraca promoção de investimento.
• Fraca capacidade de intervenção institucional.
• Fraca disponibilidade de recursos materiais e financeiros no sector do turismo.
• Fraca capacidade de controle e monitoramento, quer nas Áreas de Conservação (combate à caça furtiva),
quer nas Zonas Costeiras (construções desordenadas e ilegais).
• Procedimentos menos expeditos na gestão do movimento internacional de pessoas. Resultado: longas
esperas e má imagem em relação a migração (vistos, fronteiras).
• Segurança.
Recursos humanos
• Baixa qualidade e quantidade de pessoas formadas em matérias de conservação, de hotelaria e turismo.
• Limitadas instituições de formação e de educação e sua distribuição geográfica.
• Fraca consciência sobre a importância do turismo no seio da população local, especialmente junto das
comunidades rurais.
• Fraco envolvimento das comunidades nos processos de desenvolvimento de empreendimentos turísticos.
• Falta de comunicação interna acerca do significado do turismo e seus benefícios associados para a
economia e para as comunidades locais.
Marketing e produtos
Ambiente
• Saúde; doenças e situação de higiene (malária, cólera, HIV/SIDA) e qualidade e quantidade de hospitais e
clínicas.
• Erosão.
• Uso não sustentável dos recursos naturais (produção mineral, caça furtiva, desflorestação).
42 • Fraca intervenção em termos de conservação e preservação das zonas de turismo.
• Escassez de directrizes e normas para a construção de estabelecimentos de turismo.
Plano Estratégico • Proliferação de comportamento impróprios por uma parte dos turistas no que respeita às regras e
para o Desenvolvimento normas de convivência com os recursos naturais.
do Turismo em Moçambique • Fraco nível de informação e formação de pessoas pertencentes às comunidades locais com vista à
(2004 - 2013) preservação e manutenção de valores e recursos nacionais.
Conservação e Turismo
• Baixo número de fauna bravia na maioria das Áreas de Conservação.
• A caça furtiva por caçadores ilegais e comunidades locais.
• Comunidades que vivem em Áreas de Conservação e o impacto das actividades de subsistência nos
ecossistemas (as práticas de queimadas, caça, agricultura).
• Falta de fiscais treinados nas Áreas de Conservação.
• Falta de equipamentos para o pessoal (uniformes, botas, transporte, rádio, armas de fogo, etc.) e baixos
níveis de provisão de infra-estrutura (estradas, acomodação, serviços de saúde, etc.).
• Falta de investimento do Sector Privado nas Áreas de Conservação e falta de condições para o atrair.
• Falta de planos de gestão e zoneamento das áreas para o desenvolvimento de turismo.
Fonte: Seminários sobre a Política e Estratégia de Turismo, 2002 e 2003, Banco Mundial/ KPMG/MITUR
• Beleza cénica das rotas do turismo (p.e. a costa • Níveis profissionais baixos no sector público e
do sul e as montanhas do norte). privado para a identificação de cenários de de-
senvolvimento adequados.
• Ambiente tropical/exótico (diferente de outros • Níveis altos de burocracia e processos compli-
países anglo-saxónicos na região), reflectido atra cados para atrair investimento.
vés da língua, música, arte, arquitectura, gastrono- Modelo Estratégico
mia, etc. Para o Desenvolvimento
do Turismo
43
• Frutos do mar (mariscos como camarão, lagosta, • Relação preço/qualidade não equilibrada. Os pre-
lagostim). ços praticados são demasiado elevados.
• Cidades históricas (Inhambane, Ilha de • Comunidades e empresários locais têm pouca
Moçambique). experiência no turismo.
• Arquitectura especial e sem igual nas grandes ci- • Pouco diversidade na oferta de produtos utili-
dades (principalmente Beira e Maputo). zando-se o potencial das cidades.
• Parques Marinhos Nacionais (Bazaruto, Quirimbas) • Serviço e qualidade de acomodação baixos, em
geral.
• Proximidade do Parque Nacional de Kruger na • Vias de acesso e cuidados preventivos contra a
África do Sul. Malária, cólera e outras doenças.
• Carácter relativamente pouco desenvolvido e a • Distâncias enormes e serviços de transporte li-
existência de floresta virgem relativamente intac- mitados no país.
ta nas zonas mais isoladas.
• Registos mundiais: dunas de areia mais altas, maio- • Dificuldades em infra-estruturas, acesso, recur-
res populações de dugongos, litoral do Índico mais sos humanos, aspectos institucionais, marketing,
longo, luta armada pela independência. ambiente, conservação, etc.
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
• Hipótese de interligação bush/ beach com Kruger • Impactos ambientais e perda de recursos marinhos
Park e a ACTF do Limpopo e as praias de pelo crescimento descontrolado de turismo e téc-
Inhambane/Gaza. nicas artesanais de pesca.
• Safaris de Indico (uma forma mais activa de turis- • Crescimento descontrolado do sector de turismo.
mo de sol, praia e mar com o objectivo de obser-
var a vida marinha e os grandes animais do mar).
• Rotas turísticas e circuitos de turismo que liguem • Domínio de operadores e turistas de África de Sul
as principais atracções turísticas do país e da re- e outros países da região ou de países com interes-
gião. se complementar a Moçambique.
• Mercado do eco-turismo • Comunidades não participam efectivamente nos
programas do turismo.
• Marketing de Nicho. Nichos de alto potencial para • Falta de incentivos governamentais e de alocação
Moçambique: observação de pássaros, caça, mer- de recursos para a realização das actividades de
gulho, pesca, turismo cultural, eco-turismo e aven- marketing e de atracção de investidores
tura.
• Marketing das regiões de Moçambique (o norte, • Crescimento desequilibrado dos mercados regio-
o centro e o sul têm perfis e oportunidades muito nal/doméstico/internacional e de investidores.
diferentes)
• Integração regional (África Austral) através da cri- • O clima de instabilidade em alguns países na África
ação de ligações entre o interior e a costa, ACTFs, Austral ameaça toda a região, em geral, e o merca-
corredores e circuitos de turismo regional. do moçambicano, em particular.
• Tendências de decrescimento do mercado do- • A contínua fraca disponibilização de quadros quali-
méstico da África do Sul e da região. ficados para a concepção e implementação dos pro-
gramas.
• O recente processo de descentralização de com- • Fraca disponibilidade de recursos técnicos e finan-
petências do governo prevê oportunidades para ceiros para a implementação de planos integrados
a planificação e desenvolvimento aos níveis Pro- e estratégicos para o desenvolvimento do turismo.
vincial e Distrital.
44
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento mos produtos. Neste capítulo são aborda-
Considerando o potencial turístico dado
do Turismo em Moçambique
(2004 - 2013) pelos seus recursos naturais, Moçambique dos elementos fundamentais para o desen-
deve perspectivar o seu futuro desenvol- volvimento de mercados importantes para
vimento devidamente enquadrado em es- Moçambique. Neste contexto temos:
tratégias que assentem, por um lado, na ne-
cessidade de dar resposta às demandas do 3.2.2. Mercados Emissores para
mercado interno, regional e internacional,
África do Sul
estratégicos para o país e, por outro, na
definição correcta das zonas de desenvol- A ligação com o sector do turismo da África
vimento para a elevação da qualidade do do Sul é uma condição primordial para
produto turístico. Moçambique, cuja oportunidade geográfi-
ca é primordial, considerando mesmo que
os padrões estandardizados do turismo na
3.2. Mercados Estratégicos África do Sul poderão ter uma certa influ-
para Moçambique ência na futura estrutura do sector em
Moçambique.
O sector do turismo na África do Sul
3.2.1. Análise de Mercados redefiniu a sua estratégia de crescimento
em 2002. Assim, em termos de chegadas e
Estratégicos para
receitas, foram identificados, em primeiro
Moçambique plano, o Reino Unido, Alemanha, EUA, Fran-
A correcta avaliação dos mercados emisso- ça, Itália, Países Baixos, Canadá e Austrália
res e a identificação de segmentos e ten- que constituem o foco dos esforços de
dências pertinentes são condições prévias marketing do sector turístico sul africano.
para o desenvolvimento efectivo de pro- O Japão, a Suécia e a China representam
dutos turísticos e realização de programas oportunidades de segundo plano.
de marketing focalizados para esses mes-
Figura 7 – Análise dos Mercados Emissores para a África do Sul
Analisando os mercados emissores, pode- sul-africano em Janeiro de 2000, quase me- Modelo Estratégico
se constatar que apresentam interessantes tade (46%) de todos os visitantes dos paí- Para o Desenvolvimento
45
oportunidades de marketing para os merca- ses africanos à África do Sul deslocam-se do Turismo
dos africanos, que contribuíram com 65% com o propósito de negócios. 78% de to-
das chegadas totais em 2000. Espera-se que dos os visitantes africanos foram para
a quota das chegadas intra-regionais nas Gauteng.
chegadas internacionais totais para o con- O turismo de retalho pertence aos visi-
tinente africano continue a aumentar de tantes de outros países que entram na Áfri-
57%, em 1995, para 65% no ano de 2020. ca do Sul com o objectivo principal de com-
Embora o número de chegadas à África do prar bens e serviços para levar para os seus
Sul reflicta significativamente chegadas pro- países de origem. A maioria de comprado-
venientes do mercado africano, os países res “transfronteiriços” é oriunda dos países
geradores de procura no continente não da SADC, com chegadas crescentes dos
têm merecido a devida atenção. países do norte do continente como a
África continua a ser tratada como um Nigéria e o Gana. As cidades sul-africanas
mercado uniforme de compradores de Gauteng e, particularmente,
“transfronteiriços” de baixa renda, o que é Joanesburgo estão bem posicionadas para
claramente incorrecto. Dados estatísticos capitalizar o turista de retalho africano.
detalhados sobre as actuais rendas são di- Os turistas de retalho enfrentam cons-
fíceis de obter, uma vez que os turistas afri- trangimentos relativos a transporte, proce-
canos têm tendência de gastar menos di- dimentos de migração e travessia
nheiro em parâmetros de turismo transfronteiriça de bens, segurança, acomo-
“mensuráveis”, como por exemplo aloja- dação satisfatória e acessível, etc. Estes
mento e entradas em parques, e mais em constrangimentos devem ser devidamen-
compras a retalho e entretenimento. te considerados e atendidos para que os
Contudo, com a pouca informação dis- esforços de marketing tenham impacto na
ponível, é possível verificar que os princi- manutenção e aumento da procura.
pais segmentos dos mercados africanos são O mais interessante a este respeito é
“turismo de retalho” e “turismo de negóci- notar que o número de moçambicanos que
os”. Conforme a “Pesquisa de Turistas In- visitou a África do Sul é maior (aproxima-
ternacionais” feita pelo Sector do Turismo damente 500.000, em 2000) em relação às
visitas de sul africanos a Moçambique (cer- 3.2.4. Mercados Emissores
ca de 300.000 no ano de 2001).
Emergentes para
Ainda neste mesmo contexto africano,
o mercado angolano oferece outras interes- Moçambique
santes oportunidades para Moçambique. A Competir nos mercados saturados como a
semelhança de culturas e de língua e a exis- Alemanha, o Reino Unido e os EUA, onde
tência de um segmento com altos rendi- Moçambique concorre com outros destinos
mentos constituem uma base sólida para a mundiais emergentes com um potencial de
sua exploração. Num futuro próximo, produto comparável como Honduras,
Moçambique também pode beneficiar dos Etiópia, Madagáscar, Vietname etc., será
fluxos africanos existentes para a África do difícil e oneroso numa primeira fase.
Sul através da oferta de pacotes “Fun and Na componente de marketing ter-se-á
Sun”, ligando os produtos de entretenimen- gastos elevados contudo, espera-se em al-
to e de retalho de Gauteng com o turismo guns mercados algum tipo de sinergia com
de sol, praia e mar da zona costeira do sul Moçambique. Neste contexto, será neces-
de Moçambique. sário um olhar mais profundo sobre os mer-
cados emissores emergentes como Médio
3.2.3. Mercados Emissores para Oriente, América do Sul e Ásia. Os turistas
Moçambique do Médio Oriente enfrentam, cada vez mais
e de modo geral, complicações para a aqui-
Tradicionalmente, os fluxos de turismo para sição dos vistos para visitar os destinos tu-
Moçambique provinham da África do Sul e rísticos desenvolvidos nas Américas e Eu-
Portugal. Em 1997, as chegadas internacio- ropa, e estão à busca de alternativas.
nais registadas foram aproximadamente de A proximidade relativa de Moçambique
300.000, e no ano 2001 atingiram 404.095, ao Médio Oriente e a elevada influência
oriundas na sua maioria desses países. muçulmana no país constituem excelentes
Embora se tenha registado este incre- oportunidades, o mesmo acontecendo com
46 mento, o que constitui uma tendência po- o Brasil, na América do Sul. A semelhança
sitiva, as chegadas correntes permanecem da cultura e língua entre estes dois países
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento relativamente baixas em comparação com e a percentagem da população com raízes
do Turismo em Moçambique outros destinos similares ao nível regional, africanas (aproximadamente 45%), combi-
(2004 - 2013) continental e global com valor de atracção nada com o crescendo da população que
comparável ao moçambicano. se predispõe a viajar, abre uma boa base
As chegadas da África são as dominan- de exploração.
tes, com registos que assinalam um cresci-
mento de 350 por cento sobre o ocorrido
em 1999. A República da África do Sul é a 3.2.5. Impulsionadores da
fonte principal do mercado de Demanda
Moçambique, tendo contribuído com apro-
Os principais impulsionadores de deman-
ximadamente 67 por cento nas chegadas
da para as condições de Moçambique po-
totais em 2001. Outros mercados vizinhos
dem ser identificados nos seguintes mer-
como a Suazilândia, para citar um exemplo,
cados:
também geram alguma demanda, embora
com uma base relativamente baixa. Portu-
3.2.5.1. Mercado Doméstico
gal é a principal fonte do mercado interna-
cional e contribuiu com, aproximadamen- Uma cultura de turismo doméstico é impor-
te, 7,5 por cento das chegadas internacio- tante para qualquer destino. Apesar da sua
nais totais em Moçambique no ano de 2001. limitação em termos de tamanho, o merca-
Assim sendo, é de considerar que no- do doméstico está a crescer. A fonte primá-
vos mercados emissores para Moçambique ria da procura doméstica é constituída por
deverão ser objecto de atenção das autori- Maputo e, com importância crescente, en-
dades do sector do turismo, onde oportu- contram-se os centros urbanos da Beira,
nidades em África similares ao exemplo Chimoio e Nampula. Estas cidades encon-
acima citado em relação a Angola deverão tram-se situadas próximo de atracções tu-
ser avaliadas e direccionadas com vista ao rísticas e podem gerar uma quantidade con-
incremento do turismo de retalho. siderável de viagens. O futuro preconiza
que o turismo doméstico estará associado atrair números consideráveis de casais, de
aos seguintes sectores principais: profissionais e pessoas em lua-de-mel, de
• Negócios – incluindo o sector privado, alto rendimento. O enfoque estratégico
o governo e o sector de desenvolvimen- será colocado para a obtenção de um va-
to (ONGs, embaixadas, parceiros de co- lor maior deste mercado, recorrendo a ven-
operação, etc.); das para níveis cada vez mais altos e a cru-
• Lazer – incluindo famílias, pequenos zamentos com outras áreas de produtos,
grupos, casais, estrangeiros residentes penetrando em novos segmentos de gran-
em Moçambique, que viajam com o pro- de rendimento.
pósito de passar férias, fazer pequenos A procura regional de turismo será pro-
intervalos de fim-de-semana, excursões veniente dos seguintes sectores principais:
diárias, eventos, desportos, compras, • Negócios – viajantes comerciais, viajan-
entretenimento etc.; tes para estudos de viabilidade, mis-
sões de negócio, visitantes para negó-
• Visita a amigos e familiares (VFR) – mui- cios e visitantes do governo, ONGs,
tos moçambicanos que moram nas gran- agências de desenvolvimento, embaixa-
des cidades têm laços fortes com paren- das, etc.;
tes que residem em áreas rurais e visi-
tam-nas durante os feriados e as férias; • Lazer – incluindo famílias, pequenos
grupos, casais, estrangeiros que vivem
• Visitas de Trabalho (MICE) – o mercado na região. Os propósitos de viagem in-
de reuniões, incentivos, conferências e cluem passar férias escolares/de verão,
exposições. Os objectivos da viagem fazer pequenos intervalos de fim-de-
incluem negócios, formação de equipas, semana, excursões diárias, eventos, des-
encontros sociais, religião, etc. portos, compras, entretenimento, visita
a amigos e familiares (VFR), etc.;
3.2.5.2. Mercado Regional • Viagem de Trabalho (MICE) – para de- Modelo Estratégico
A nível global, o turismo doméstico e regi- Para o Desenvolvimento
signar mercado de reuniões, conferên-
do Turismo
47
onal tende a tornar-se mais importante do cias e exposições. Os objectivos da via-
que o turismo internacional, quer em ter- gem incluem negócios, formação de
mos de actividades, quer em termos das equipas, encontros sociais, religião, lan-
transacções monetárias. A África do Sul çamento de produtos, etc.; e
constitui uma fonte-chave regional de mer-
• Interesse especial – incluem pesca de
cado para Moçambique. Tem uma popula-
alto mar, mergulho, aventura, eco-turis-
ção relativamente com mais posses em ter-
mo, overlanders e entusiastas de 4x4, ob-
mos regionais e com uma forte propensão
servação de pássaros, entusiastas de
para gastar em viagens, lazer e entreteni-
cultura, caça, etc.
mento.
As famílias, turistas de aventura e pes-
cadores são os segmentos tradicionalmen- 3.2.5.3. Mercado Internacional
te atraídos por Moçambique que procuram Actualmente, os visitantes internacionais
principalmente as praias do sul. Actualmen- vêm a Moçambique acima de tudo para
te, as preferências apontam para a existên- negócios ou para visitar amigos e familia-
cia de um mercado mais diversificado pro- res. Aqueles visitantes que não têm estas
veniente da África do Sul. O mercado regi- duas razões como motivos para a sua che-
onal de jovens está a ganhar poder de gada a Moçambique, são principalmente os
compra e estes começam a viajar mais com que vêm numa “Viagem à África Austral”.
o propósito de lazer do que apenas para A caça também tem contribuído histo-
visitar amigos e familiares. O ambiente so- ricamente para a procura do turismo inter-
cial dos locais a serem visitados, o factor nacional e continua a desempenhar um
de estar longe de casa e a cultura de praia papel preponderante no crescimento do
podem atrair maiores números de pessoas turismo internacional. Os overlanders e
deste segmento do mercado. backpackers começam, cada vez mais, a in-
A natureza virgem, isolada e romântica cluir Moçambique nas suas rotas de aven-
que ainda existe, praticamente nas três turas pela África Austral, com Maputo e
grandes regiões de Moçambique, poderá Inhambane já a consistirem “destinos ha-
bituais e familiares”, enquanto outros pou- participação numa actividade especial (por
cos também usam Moçambique como pas- exemplo, mergulho ou pesca), enquanto as
sagem (via região centro) a caminho do motivações de viagem dos mercados ge-
Malawi. rais são mais abrangentes e incluem, por
Assim, a procura do turismo internacio- exemplo, relaxamento e conhecer novas
nal está essencialmente ligada aos seguin- pessoas.
tes sectores: O produto turístico de Moçambique
• Visita a amigos e familiares – estes vi- ainda é relativamente desconhecido e es-
rão principalmente do mercado portu- forços de marketing serão principalmente
guês, bem como de amigos e familiares necessários para aumentar essa consciên-
que visitam o pessoal que trabalha jun- cia. O marketing do turismo, quando está
to das agências de desenvolvimento, especialmente engrenado aos mercados
embaixadas e empresas internacionais; internacionais gerais, é extremamente one-
roso. Uma abordagem de nicho, de acordo
• Lazer – incluindo viajantes independen-
com as tendências globais para uma
tes, grupos de viagem independentes,
segmentação significativa de mercado, é, na
grupos de turismo organizado, viajantes
perspectiva do marketing, muito mais efec-
internacionais de alto rendimento;
tiva em termos de custos do que uma abor-
• Negócios – viajantes comerciais, viajan- dagem “geral”. Os mercados de nicho são
tes para estudos de viabilidade, mis- frequentemente mais fáceis de abordar
sões de negócio, visitantes para negó- através de revistas especializadas, web sites,
cios e visitantes do governo, ONGs, agências de viagens especializadas, asso-
agências de desenvolvimento, embaixa- ciações e clubes, e do poder da palavra.
das, etc.; Os turistas de nicho são, frequentemen-
• Interesse especial – inclui mergulho, te, menos exigentes em termos de níveis
pesca, eco-turismo, observação de pás- de serviços e infra-estruturas. Assim, eles
saros, caça, turistas de aventura, representam um factor que poderá ser uti-
48 lizado para o desenvolvimento de uma re-
backpackers, entusiastas de cultura, cru-
Plano Estratégico zeiro. gião com menos serviços e infra-estruturas.
para o Desenvolvimento Assim sendo, este facto constitui um bene-
do Turismo em Moçambique fício para um certo tipo de mercado espe-
(2004 - 2013) 3.2.5.4. Mercados de Nicho cializado, por exemplo a caça, o eco-turis-
Uma análise das tendências internacionais mo e o turismo de aventura, no qual as pes-
e regionais aponta para uma propensão soas procuram uma experiência fora do
para produtos de turismo mais mundo desenvolvido.
especializados e habituais, em vez dos pro- Por isso, os mercados de nicho tam-
dutos genéricos. Factores-chave de moti- bém podem constituir uma meta a curto
vação para os mercados especializados in- prazo para o desenvolvimento e marketing
cluem visitas a uma atracção específica (por de diferentes produtos que o país pode
exemplo, um ecossistema particular) ou oferecer.
4 Visão
do Turismo
para o Futuro
4. Visão do Turismo Quadro 5 – Visão do Turismo para
Moçambique em 2025
58
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento
do Turismo em Moçambique
(2004 - 2013)
5 Processos
Fundamentais
de Implementação
5. Processos Fundamentais de Implementação
Emergem três processos estratégicos de 2) Desenvolvimento de produtos: Melho-
implementação que atravessam os factores rar os produtos e serviços de turismo
críticos de sucesso, o desenvolvimento de existentes e desenvolver novos produ-
factores de base e o uso das forças de re- tos e serviços.
cursos de Moçambique, que guiarão as es- 3) Marketing: Melhorar os esforços de
tratégias futuras para desenvolver marketing para criar consciência, aplican-
Moçambique como actor internacional em do princípios de marketing adequados e
turismo: inteligentes focalizados em mercados
1) Planificação integrada: Implementar emissores e nichos estratégicos selec-
princípios sustentáveis nos processos cionados, e no mercado doméstico.
de planificação de terra e na planifica-
ção e coordenação organizacional e fi- Estes três processos são “os processos-cha-
nanceira, que conduzam à um cresci- ve da implementação” e devem ser reali-
mento controlado e responsável do tu- zados concomitantemente.
rismo.
60
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento
do Turismo em Moçambique
(2004 - 2013)
Processos Fundamentais
de Implementação 61
Elevação
+
Fisiografia
+ Processos Fundamentais
Cobertura da Terra de Implementação 65
+
Uso da Terra
+
Vegetação
+
Áreas Protegidas
+
Importantes Rios
+
Zona Costeira
+
Recifes de Coral
Figura 16 – Acessibilidade e Infra-estruturas do Turismo
Densidade Populacional
+
Turismo Existente
66 +
Electricidade
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento +
do Turismo em Moçambique Iniciativas de Desenvolvimento Espacial
(2004 - 2013) +
Infra-estrutura
Moderada
Alta
15 A/B Zona de Pemba – Quirimbas Sol, praia e mar Nichos de lazer internacional
– de baía de Pemba, até à Ilha Desportos aquáticos Lazer regional
de Matemo e os parques mari- Cultura
nho e terrestre do Parque Na- Eco-turismo
cional das Quirimbas, na Pro-
víncia de Cabo Delgado
Destinos emergindo (Tipo B)
Zona Tipo Nome & Local Produtos Segmentos de mercado
Fundamentais
• Os turistas nem sempre optam pela rota mais curta e mais rápida, mas tendem a equilibrar o
“esforço de lá chegar” com a qualidade da experiência e segurança.
• A planificação e promoção adequadas de rotas pode influenciar e mudar os padrões de viagem dos
turistas.
• Rotas não se aplicam apenas às estradas. Rotas férreas, aéreas e marítimas são componentes
integrais para transportar turistas de um destino para outro.
• Rotas podem constituir uma plataforma credível para o marketing e o controlo de qualidade de
operadores turísticos. Bons exemplos são as famosas rotas na África.
Processos Fundamentais
de Implementação 71
Rotas do Sul
Rota de Libombo ou da Costa dos Elefantes
Rota de Costa das Lagoas
Rota de Limpopo
Rota da Selva-Praia
Rotas do Centro
Rota de Aventura Moçambique/Zimbabwé
Rota de Aventura Moçambique/Malawi
Triângulo de Eco-Turismo (Marromeu,
Gorongosa, Chimanimani)
Rota de Lagos (Chicamba, Cahora Bassa)
Rotas do Norte
Rota da Costa e Cultura
Rota da Coast Swahili (Moçambique/Tanzania)
Rota do Lago-Costa
Tabela 14 – Rotas Turísticas Nacionais e Circuitos de Turismo Regionais
Cada rota varia em termos de extensão, tem- car as suas necessidades às autoridades de
po de viagem e infra-estrutura disponível. transporte e obras públicas para considera-
Contudo, o reconhecimento da oportunida- ção e tomada de decisões relacionadas com
de destas rotas permite ao turismo comuni- a provisão de estradas e infra-estruturas.
6 Implementação
do Plano
Estratégico
6. Implementação do Plano Estratégico
Implementação do
Plano Estratégico 77
• Participação nistração do turismo ambiental e soci-
O desenvolvimento do turismo é um almente sustentável e responsável, bem
processo complexo, fundamentado na como os modelos nacionais de
interacção entre um grande número de governação que afectam seriamente a
intervenientes. O compromisso entre estrutura do sector. “Turismo sustentá-
eles, o grau de envolvimento, a contri- vel”, “turismo pró-pobre”,
buição e o assumir dos planos e proces- “descentralização” e “integração regio-
sos são fundamentais para um desen- nal” foram identificados como os princí-
volvimento sustentável do turismo. O pios fundamentais que influenciam o
Plano Estratégico para o Desenvolvi- desenvolvimento sustentável do turis-
mento de Turismo em Moçambique re- mo em Moçambique. A filosofia
conhece a importância das comunida- subjacente ao “Plano Estratégico para o
des, do sector privado e do sector pú- Desenvolvimento de Turismo em
blico a nível nacional, provincial e Moçambique” é baseada nestes princí-
distrital em todos os sectores que inter- pios, e os seus valores e influência es-
vêm no desenvolvimento do turismo, e tão reflectidos em toda a estratégia.
orienta o papel que estas entidades • Tendências Turísticas
devem desempenhar e como obter uma As tendências do turismo são os padrões
melhor coordenação e interacção entre do consumidor e da indústria que de-
eles. terminam o mercado mundial de turis-
• Princípios mo e os tipos de produtos de turismo
As filosofias fundamentais que influen- que as pessoas, de facto, procuram. O
ciam a política do turismo e o processo desenvolvimento e marketing de produ-
de definição de estratégias foram iden- tos devem ser geridos de acordo com
tificados como princípios. Estas incluem as preferências e necessidades dos con-
práticas de referência internacionalmen- sumidores de hoje, sendo também ne-
te aceites que conduzem a uma admi- cessária uma compreensão profunda
das necessidades futuras para o desen- rismo 2025” e os “Objectivos do Turis-
volvimento futuro de novos produtos. O mo”. Estes últimos definem os objecti-
PEDTM baseia-se numa análise profun- vos globais que se pretendem alcançar
da das preferências dos consumidores, com o desenvolvimento de um sector de
dos produtos do turismo e tendências turismo próspero e de um equilíbrio de
económicas e sociais a nível internacio- interesses económicos, sócio-culturais e
nal e regional. ambientais.
• Processos-Chave de Implementação
A implementação dos processos-chave
conduzirá à realização dos objectivos do
6.2. Quadro Institucional
turismo. Estes processos-chave serão para o Desenvolvimento
suportados por processos de desenvol- do Turismo em APITs e
vimento relativos a “factores de base”,
participação efectiva entre comunida-
ACTFs
des, sector privado e sector público, e As Áreas Prioritárias para o Investimento em
gestão e desenvolvimento efectivos da Turismo (APITs) e as rotas entre elas são o
“Força dos Recursos”. fundamento deste Plano Estratégico para
A “Planificação Integrada”, Marketing e “De- o Desenvolvimento do Turismo. Transfor-
senvolvimento do Produto” são os proces- mar o conceito de APIT numa realidade é o
sos identificados como chave para o desen- desafio principal e requer coordenação e
volvimento do turismo em Moçambique. Os recursos adequados aos níveis nacional,
quadros na figura 18 detalham os conceitos provincial e distrital.
básicos dentro de cada um destes proces- As principais tarefas associadas à
sos-chave. implementação do conceito das APIT são:
• coordenação aos níveis nacional, provin-
• Enfoque cial e distrital;
78
As ACTFs (Áreas de Conservação • planificação do desenvolvimento inte-
Plano Estratégico Transfronteira), APITs (Áreas Prioritárias grado;
para o Desenvolvimento para Investimento em Turismo) e as Ro- • padrões de arquitectura e construção;
do Turismo em Moçambique
(2004 - 2013)
tas Turísticas são os pontos identifica-
• promoção de investimento; e
dos, no espaço, onde devem ser con-
consciencialização.
centrados os esforços para o desenvol-
vimento de turismo. Um segundo
conceito crucial para guiar as acções de
marketing e para posicionar o país e de-
6.3. Planificação do
senvolver um quadro institucional de Desenvolvimento
administração do sector, é o de “Regi- Integrado
ões de Moçambique”. O país é muito
vasto e diverso e não pode ser conside- A Planificação do Desenvolvimento Integra-
rado e administrado como um único do (PDI) é um dos processos centrais que
destino. As três regiões de conduzirão ao desenvolvimento próspero
Moçambique, o sul, o centro e o norte do turismo em Moçambique. A PDI preten-
apresentam cada uma a sua própria de promover o desenvolvimento de todos
identidade, forças de recursos, priorida- os sectores de uma forma integrada e
des de desenvolvimento e parceiros priorizada. É um processo genérico que
regionais. As áreas de “enfoque espaci- pode ser aplicado em qualquer sector, mas
ais” e as “Regiões de Moçambique” são quanto mais sectores agregar mais sentido
as plataformas espaciais para a terá a integração. Para tal deve:
implementação do PEDTM. • unir, integrar e coordenar os planos ten-
do em conta as propostas para o desen-
volvimento da área;
• Destino Moçambique
• harmonizar os recursos e capacidades
O sucesso da implementação do PEDTM da autoridade responsável com a
conduzirá à realização da “Visão do Tu- implementação do plano;
• formar o quadro das políticas e criar uma • O Turismo apoiará tanto quanto possí-
base geral para orçamentação. vel as iniciativas do PDI e as agências
As vantagens da implementação da PDI implementadoras. Evitará a duplicação
como um processo comum a todas as par- de esforços ou criar processos de PDI “só
tes são: maior facilidade de definir metas do turismo”. O Turismo apoiará e, onde
comuns, de integrar, partilhar recursos e for possível, fortalecerá os processos de
alcançar sinergias. Não é um processo a ser PDI existentes e implementados pelo
operacionalizado apenas por uma institui- MICOA, através dos CDSs e dos proces-
ção. É um processo integrador que deve ser sos da Avaliação Ambiental Estratégica,
institucionalizado por todas as partes de que conduzem a propostas de macro-
forma que, em conjunto, possam alcançar zoneamento nos distritos e municípios;
metas comuns que, de contrário, não seri- • A administração central do turismo pro-
am alcançadas. Para ser efectiva, a PDI pre- move a descentralização em processos
cisa de ser defendida por uma “instituição do PDI e apoiará iniciativas locais de
líder” que pode ser responsável pelo pro- PDI, providenciando, sempre que pos-
cesso global, operando com o apoio e com- sível, a direcção, orientação e
prometimento de organizações parceiras. capacitação ao nível local para assegu-
Apesar de o turismo não ser responsável rar a inclusão do turismo nos processos
pela planificação do desenvolvimento, de- do PDI.
vido à sua natureza espacial, o desenvolvi-
mento controlado e planificado a nível do
destino é de importância extrema para um 6.4. Desenvolvimento de
crescimento coordenado do sector. É papel
do MITUR assegurar que o turismo seja in-
Recursos Humanos
tegrado nas políticas gerais a nível nacio- Moçambique é um país que se encontra em
nal, provincial e distrital e nos processos fase de recuperação de um longo período
Implementação do
de planificação e desenvolvimento de es- de instabilidade social e económica e o 79
Plano Estratégico
tratégias, bem como promover e defender desenvolvimento de recursos humanos é
os Processos de Planificação do Desenvol- reconhecido como prioridade nacional.
vimento Estratégico nos distritos, municí- Existem fragilidades em matéria de expe-
pios e províncias, especialmente nas áreas riência e especialização nos sectores públi-
com elevado potencial turístico. co e privado que precisam de ser supera-
das para que o país usufrua dos dividen-
dos do seu potencial, transformando-se
• O sector considera a Planificação do num destino turístico de nível internacio-
Desenvolvimento Integrado a base para nal. Em sintonia com as prioridades nacio-
o desenvolvimento controlado e alcan- nais, a formação e educação e o desenvol-
ce dos padrões internacionalmente acei- vimento de recursos humanos no sector do
tes no turismo. turismo, conservação, hospitalidade e áre-
• O MITUR, não sendo uma instituição lí- as relacionadas são, por isso, considerados
der na implementação do PDI, terá, con- fundamentais para o desenvolvimento do
tudo, um papel fundamental no desen- turismo em Moçambique.
volvimento de uma cultura de PDI e na
promoção e defesa dos seus princípios 6.4.1. Estratégia para o
aos níveis nacional, provincial e local;
Desenvolvimento de
• Definiu-se uma gama de directrizes re-
Recursos Humanos no
lativas à planificação integrada do turis-
mo a nível nacional, à planificação inte- Turismo
grada do turismo aos níveis provinciais A estratégia para o desenvolvimento de
e distritais e ao zoneamento (Cf. Políti- recursos humanos no turismo identifica dois
ca de Turismo e Estratégia da sua desafios principais a enfrentar. O primeiro
Implementação, Abril, 2003). O sector relaciona-se com a necessidade de compe-
considera a implementação destas di- tir, com sucesso, na economia global, carac-
rectrizes uma prioridade; terizada por competição crescente e
globalização. O segundo relaciona-se com nefícios económicos e sociais para a
a necessidade de eliminar a pobreza e de população.
fazer face às questões das desigualdades. O alcance das metas acima indicadas irá
Assim sendo, o desafio que o país enfrenta determinar o rumo do desenvolvimento do
no sentido de se transformar num destino sector do turismo em Moçambique, não
turístico tem duas vertentes. Em primeiro apenas nos próximos cinco anos, mas tam-
lugar, refere-se a como oferecer experiên- bém num futuro próximo.
cias de turismo iguais às melhores do mun- Com base naquelas metas, são delineados
do. Em segundo, trata-se de canalizar os os seguintes objectivos estratégicos para
potenciais benefícios económicos e sociais guiar o quadro de implementação da es-
do turismo para a vasta gama de tratégia para o desenvolvimento de recur-
beneficiários, tanto quanto possível, em sos humanos em turismo:
particular para os mais necessitados em • investir nas pessoas para assegurar o
termos de acesso a oportunidades econó- crescimento do turismo;
micas.
A falta generalizada de capacidade dos • promover o emprego de nacionais com
recursos humanos é em parte reflexo do os mais diversos níveis de formação no
facto de ser um sector de turismo relativa- turismo e sectores relacionados, inclu-
mente jovem, de uma falta de operadores indo áreas de conservação e sectores
de maior dimensão com experiência inter- vocacionados para apoiar o seu desem-
nacional para fazer a diferença, mas tam- penho, recorrendo à formação e
bém da falta de programas de formação e capacitação;
de qualificações formais. O nível actual de • adoptar medidas apropriadas de modo
formação é insuficiente e muitos dos pe- a dar resposta às questões de oferta de
quenos operadores não têm absolutamen- mão-de-obra e implementação dos pa-
te nenhuma educação formal. Como drões nacionais de formação e educa-
consequência disto, o nível de serviços e a ção de habilidades;
80 qualidade dos produtos são geralmente • comprometer-se a desenvolver e a in-
Plano Estratégico
baixos. A capacidade técnica e vestir num sistema de educação que
para o Desenvolvimento organizacional no sector público é também conduza à auto-suficiência e redução da
do Turismo em Moçambique muito fraca. Criado em 2000, o Ministério dependência em relação à mão-de-obra
(2004 - 2013)
de Turismo é ainda relativamente novo, e habilidades importadas;
enfrentando falta de pessoal nos níveis na-
cional e provincial, enquanto os níveis de • desenvolver recursos humanos qualifi-
capacidade técnica são também baixos. cados para a gestão e fiscalização das
Existe a necessidade urgente de Áreas de Conservação; tendo em conta
capacitação a todos os níveis de formação a importância das Áreas de Conservação
e de desenvolvimento de habilidades pro- para o sector de turismo e a importân-
fissionais em todos os organismos funcio- cia de um turismo baseado nos recur-
nais e provinciais. sos naturais e de fauna bravia,
O desenvolvimento de recursos humanos • apoiar o envolvimento do sector priva-
constitui uma pedra angular para vencer os do e instituições com ele relacionadas,
desafios do processo de edificação do des- na disponibilização de educação e de
tino turístico. Três requisitos são fundamen- formação.
tais para se erguer um destino turístico de A estratégia para o desenvolvimento de
sucesso: recursos humanos em turismo baseia-se nas
1) uma força de trabalho, no sector do tu- 10 áreas focais, que influenciam os objecti-
rismo, competente e motivada; vos de “desenvolvimento de um destino de
2) desenvolvimento de habilidades, for- excelência” e “desenvolvimento humano”.
mação e desenvolvimento de carreiras; Estas áreas focais identificadas foram
e traduzidas em metas estratégicas que
3) funcionários do Governo com capacida- nortearão o processo de desenvolvimento
de e vontade para implementar os ob- dos recursos humanos nos próximos cinco
jectivos do turismo e maximizar os be- anos.
Figura 20 – Áreas de Focais da Estratégia para o Desenvolvimento de Recursos Humanos no
Turismo
Implementação do
Plano Estratégico 81
82
Plano Estratégico
para o Desenvolvimento 6.5.1. Estratégia de Marketing tornam Moçambique diferente e
do Turismo em Moçambique comercializável; desenvolver uma per-
(2004 - 2013) Com vista a promover o desenvolvimento
sonalidade clara e características da
de uma estratégia abrangente de marketing
marca a serem consistentemente
para o sector, foram traduzidos os princípi-
comunicada e facilitar uma imagem de
os e directrizes estabelecidos na Política.
marca muito forte.
As avaliações avançadas neste plano resul-
tam em seis objectivos de marketing que • Objectivo Quatro: Serviços ao Visitante
formarão o esqueleto da Estratégia de e Prestação de Serviços – desenvolver
Marketing para o país: uma série de brochuras com marca con-
• Objectivo Um: Mercados Alvo e Planifi- sistente e peças de comunicação dese-
cação Estratégica – identificar os merca- nhadas com metas de mercado e objec-
dos principais alvo e delinear estratégi- tivos claramente identificados.
as com vista a motivar esses mercados • Objectivo Cinco: Promoção e Relações
a visitarem o país, aumentarem os gas- Públicas – projectar uma imagem posi-
tos e prolongarem o tempo de estadia. tiva de Moçambique, recorrendo à pro-
• Objectivo Dois: Desenvolvimento de dução de material promocional que seja
Produtos e Organização em Pacotes – inspirador e encoraje as pessoas a ex-
determinar os pontos fortes dos produ- perimentarem o país como destino tu-
tos, encorajar o desenvolvimento de rístico.
novas qualidades nessas áreas, organi- • Objectivo Seis: Parcerias e Cooperação
zar os produtos em pacotes de forma para a Promoção – desenvolver campa-
apropriada para os mercados alvo e nhas cooperativas de promoção, acor-
consciencializar as comunidades dos de parceria e encorajar a coopera-
receptoras. ção na indústria.
• Objectivo Três: Marca e Posicionamento
– cristalizar os pontos exclusivos que
6.5.2. Orientação do Enfoque colhidos e o enfoque nos mercados de
nicho seleccionados (ex.: mergulho,
Estratégico
caça, eco-turismo, observação de pás-
• O marketing é considerado um instrumen- saros, cultura, etc.).
to estratégico para influenciar o cresci-
• Serão desenvolvidos perfis de marketing
mento do turismo e o sector deverá cri-
separados para as três regiões de
ar mecanismos institucionais adequados
Moçambique (sul, centro e norte). O
que visam estabelecer um enfoque re-
perfil de marketing para o sul enfatiza o
novado em marketing e a criação de par-
turismo litoral e os desportos aquáticos;
cerias com o sector privado no marketing
o do centro realça o eco-turismo e a
(Política e Estratégia do Turismo).
aventura, e o do norte o turismo exclu-
• O marketing só é efectivo quando associ- sivo de praia e cultura.
ado ao processo de desenvolvimento
• As regiões são o nível privilegiado para
paralelo do produto e à provisão de
os esforços de marketing nacional. En-
infra-estruturas. As três linhas estratégi-
quanto algumas acções de marketing se-
cas de produto, baseadas na água, na
rão dirigidas ao nível nacional, num país
natureza e nas pessoas e experiências
tão vasto e diversificado como é
culturais e urbanas proporcionam a pla-
Moçambique, as acções mais concretas
taforma para o desenvolvimento do pro-
deverão ser desenvolvidas ao nível re-
duto e do marketing nacional de turismo
gional para daí constituírem um enrique-
(Política e Estratégia do Turismo).
cimento aos resultados de âmbito naci-
• O sector definiu uma gama de directri- onal.
zes relativas ao marketing do turismo.
• O fortalecimento da capacidade de
Estas definem os objectivos globais (au-
marketing ao nível regional realçando a
mento das chegadas, duração prolonga-
integração regional, constitui uma prio-
da das visitas e, ultimamente, um au-
ridade. Implementação do
mento das receitas do turismo), Plano Estratégico 83
enfatizam as necessidades de enfoque, • A identificação e o marketing de rotas é
em termos técnicos, sobre os mercados- um conceito poderoso de desenvolvi-
alvo e reconhecem o papel do sector mento do turismo. O desenvolvimento
privado no desenvolvimento de acções de rotas de turismo é um conceito fun-
de marketing turístico. Deve-se estabe- damental para a implementação deste
lecer um quadro institucional efectivo Plano Estratégico. As APITs são mais um
para dinamizar as acções de marketing conceito administrativo e de planifica-
(Política e Estratégia de Turismo). ção e, individualmente, não serão pro-
movidos como “marcas” para os consu-
• O sector definiu a necessidade da cria-
midores, enquanto que as rotas e os cir-
ção de um órgão consultivo para a coor-
cuitos constituem veículos importantes
denação da promoção turística. Defen-
para o marketing nos níveis nacional e
de a criação de um órgão multi-sectorial,
regional (África Austral).
constituído por elementos do sector pri-
vado e público, para o reforço e coorde- • Moçambique considera a integração re-
nação das iniciativas e estratégias vira- gional entre os países da região austral
das para o fortalecimento do produto de África uma condição para o desen-
turístico nacional (Política e Estratégia volvimento próspero do turismo no con-
Turismo). tinente africano. Moçambique terá um
papel activo e principal em iniciativas
• As linhas de produtos estratégicas para
de marketing regional.
Moçambique são: (1) sol, praia e mar e
desporto aquático, (2) eco-turismo e tu- • A oportunidade para implementar as li-
rismo de aventura e (3) turismo basea- gações bush-beach constitui uma vanta-
do na cultura e no ambiente urbano. gem estratégica para Moçambique na
região. Onde for apropriado, as iniciati-
• Os esforços de marketing para os merca-
vas nacionais e regionais de marketing,
dos principais basear-se-ão em duas
devem realizar e promover esta mensa-
abordagens principais, nomeadamente
gem.
o enfoque nos mercados emissores es-
• Usar melhor as tecnologias de informa- do o sector privado como impulsionador do
ção no marketing (web-sites, sistemas de processo.
reserva on-lines, bancos de dados de Muitas das áreas interiores do país pos-
turismo, etc.). suem um potencial agrícola limitado, e com
a indústria e o comércio pouco desenvolvi-
dos em muitas províncias, as perspectivas
6.6. Conservação de promover o crescimento económico e o
desenvolvimento nestas áreas é muito li-
Habitat e recursos naturais são a base para mitado, daí que o turismo baseado na na-
o turismo em Moçambique. A procura e tureza constitua uma opção viável caso se
oferta actuais de serviços do turismo encon- conceda a devida atenção e recursos.
tram-se concentrados nas zonas costeiras –
proporcionando uma base segura sobre a
qual podem ser desenvolvidos mercados
6.6.1. Estratégias de Conservação
existentes. O potencial real depende da para o apoio do
valorização do vasto potencial existente nas Desenvolvimento do
áreas interiores do país, onde grandes efec- Turismo em Moçambique
tivos de fauna bravia existiam até há algu-
mas décadas. Parques Nacionais, como o As estratégias de conservação específicas
da Gorongosa, eram mundialmente conhe- para apoiar o desenvolvimento do turismo
cidos devido à sua fauna bravia abundan- em Moçambique durante os próximos dez
te, e eram a “bandeira” do seu sistema de anos são as seguintes:
conservação. Com uma atenção adequada,
investimento e gestão inovadora e 6.6.1.1. Consolidação da Gestão dos
participativa, Moçambique pode restabe- Principais Recursos Naturais
lecer o seu potencial de fauna bravia. O presente estágio do desenvolvimento do
Quase todas as populações principais turismo e assentamentos urbanos ao longo
84 da chamada mega-fauna carismática de Áfri- da zona costeira é alarmante, e requer, por-
ca – as abundantes e espectaculares espé- tanto, uma planificação e gestão cuidado-
Plano Estratégico cies de animais selvagens de grande porte sas. As áreas marinhas protegidas e a costa
para o Desenvolvimento
do Turismo em Moçambique como o elefante, o leão, o búfalo, a girafa, a são especialmente sensíveis, visto que
(2004 - 2013) zebra, o hipopótamo, etc. – em conjunto abrigam colecções ecológicas frágeis e
com outros elementos associados a expe- biodiversidade importante e precisam de
riências culturais e exóticas como a dos ser geridas para evitar qualquer desenvol-
Massai, Zulus e outros grupos tribais da re- vimento que possa ter efeitos adversos.
gião austral e oriental de África, constitui Cerca de 80% da superfície terrestre do país
uma vantagem competitiva que nenhuma está coberto de floresta de savana natural.
outra região do mundo pode oferecer. É o Assim, a gestão dos recursos naturais
único ponto de venda e Moçambique pre- selvagens, incluindo os costeiros e mari-
cisa de desempenhar um papel fundamen- nhos, deve ser melhorada e consolidada
tal neste mercado. Mas para tal precisa ur- num quadro de gestão de recursos naturais
gentemente de reabilitar os seus efectivos no país que tome em atenção a necessida-
de fauna bravia. de de promover uma abordagem
As tendências globais do turismo indi- estruturada na definição de políticas, regu-
cam que os nichos de mercados orientados lamentação, administração e coordenação
para a aventura e fauna bravia são alguns das actividades relativas a conservação.
dos sectores de turismo em crescimento
mais rápido, visto haver uma tendência 6.6.1.2. Melhoramento da Qualidade
crescente de turistas provenientes do he- de Produtos e Serviços
misfério norte para visitarem lugares inte- Relacionados com a
ressantes e exóticos. Portanto, é urgente de- Conservação
senvolver o sector de fauna bravia para res-
A ausência de regulamentos para
ponder a esta procura. Contudo, isto não
operacionalizar as várias Leis e Decretos
pode acontecer sem uma abordagem estra-
para apoio às actividades nas áreas de con-
tégica para a reabilitação rápida da fauna
servação no país é um dos constrangimen-
bravia em áreas apropriadas do país, usan-
tos de momento. São necessários regula- pulsionar a reprodução; boas áreas para o
mentos específicos para cada área de acti- desenvolvimento de chalés e acampamen-
vidade, nomeadamente: tos turísticos; corredores naturais adjacen-
• Regulamentos e Directrizes sobre de- tes para facilitar o movimento e crescimen-
senvolvimento e uso turístico das áreas to da população faunística; por fim, a sua
marinhas e costeiras protegidas Regu- proximidade à cidade da Beira.
lamentos e Directrizes sobre actividades
de caça desportiva 6.6.1.4. O Papel das ACTFs no
• Regulamentos e Directrizes sobre Ges- Desenvolvimento do Turismo
tão Comunitárias dos Recursos Naturais Através das APITs, a meta primária das áre-
(GCRN) as de conservação é providenciar oportu-
• Regulamentos e Directrizes sobre admi- nidades de recreação de alta qualidade
nistração e comercialização de animais para apoiar o crescimento do turismo.
vivos; Dado o alto perfil alcançado nos últimos
anos pela ACTFGL,ha uma necessidade de
• Regulamentos e Directrizes sobre con- continuar a desenvolver esforços com vis-
cessões e oportunidades de investi- ta ao fortalecimento das ACTFs já criadas(
mentos em áreas de conservação espe- Libombo, e Chimanimani) ACTFs poderão
ciais, i.e., Parques e Reservas Nacionais. ser planificadas e desenvolvidas onde for
possível e considerado apropriado. A Re-
6.6.1.3. Reabilitação Rápida da Fauna serva do Niassa , o Parque Nacional das
Bravia nas Áreas de Quirimbas, o Lago Niassa, bem como a
Conservação ACTF do ZIMOZA devem receber uma
atenção especial.
Dado o reduzido efectivo da fauna bravia
nas áreas de conservação do país e em ter-
6.6.1.5. Estabelecimento de Novas
ras comunitárias, é necessário acelerar a sua Implementação do
reabilitação em locais apropriados. Áreas de Conservação Plano Estratégico 85
Uma campanha específica deverá ser Dada a baixa densidade humana em algu-
lançada para atrair o sector privado, doa- mas áreas, a promulgação de áreas de con-
dores e outros parceiros com vista a sua servação novas é uma opção importante
participação no repovoamento faunístico para aumentar as oportunidades de desen-
nas áreas comunitárias, através de activida- volvimento e preservação dos recursos. A
des tais como fazendas de caça e áreas de proclamação de Locais de Herança Cultu-
conservação em áreas apropriadas para a ral Mundial (caso da Ilha Moçambique)
gestão de fauna bravia, oferecendo incen- como Áreas de Conservação deve ser
tivos de investimento especiais. Tais incen- previlegiada por outro lada há também
tivos serão pesquisados e testados em pro- oportunidades significativas para estabele-
jectos-piloto na ACTF do Grande Limpopo, cer áreas da Categoria VI da UICN, que sur-
para servirem de modelos que permitam gem de iniciativas de CBNRM.
assegurar que as comunidades obtenham
benefícios equitativos para o melhoramen- 6.6.1.6 Fortalecimento e Expansão
to do seu modo de vida, e que o país não da Indústria de Caça
seja prejudicado pela implementação de Desportiva
tais projectos ou incentivos. Os modelos As operações de caça desportiva têm o
bem sucedidos serão implementados nou- potencial de se tornarem uma boa fonte de
tras províncias do país. Esta acção estraté- receitas, especialmente nas áreas de GCRN.
gica será vista como prioritária. Contudo, a indústria de caça desportiva em
O local ideal para um projecto-piloto é Moçambique não está bem desenvolvida,
o Parque Nacional da Gorongosa. Situado se comparada com a Tanzânia, Zimbabwe
no centro do país, Gorongosa tem várias e África do Sul.
vantagens para essa escolha: o seu tama- • Realização de sensos anuais na
nho com habitats naturais diversos; ricos fauna bravia
recursos de água; boas estradas de acesso • Envolvimento de operadores de
ao Parque; rede razoável de estradas inter- caça na promoção e comercialização
nas; bons núcleos de fauna bravia para im- da Indústria
• Elevar o estágio da caça ao nível vação (Ver Secção 6.1.3). Este estatuto pro-
mundial videncia muitas oportunidades para obter
• Adoptar Plataforma de articulação fundos de doadores para facilitar a
a desenvolver entre o sector públi- implementação das actividades de conser-
co e privado vação, especialmente as relativas à gestão
• Regulamentação e monitoria das de biodiversidade e CBNRM.
actividades de caça A participação nas funções de
• Zoneamento para identificação de implementação de convenções internacio-
novas áreas potenciais para caça nais é, por si só, um exercício de aprendi-
zagem e capacitação, aproveitando ao mes-
6.6.1.7. Promoção de Processos de mo tempo a oportunidade para influenciar
GCRN no País a direcção desses órgãos no futuro.Assim,
As Áreas de Conservação Comunitárias são havera necessidade de se encorajar os par-
uma componente fundamental para o de- ceiros nacionais (i.e., instituições
senvolvimento de uma base de turismo no académicas nacionais) a participarem acti-
país, especialmente as ligadas às ACTFs. Os vamente na Comissão da UICN sobre Par-
processos de GCRBN provaram ser efecti- ques Nacionais e Áreas Protegidas (CNPPA),
vos ao facilitarem uma grande participação na Comissão da UICN sobre Gestão de
das comunidades em assumir responsabi- Ecossistemas, no Grupo da UICN de Espe-
lidades de gestão dos recursos naturais, cialistas da Região sobre Uso Sustentável,
particularmente nos países da região aus- na Comissão da UICN na CBD, e nas CITIES.
tral de África. Esta é a oportunidade funda-
mental para aproveitar este potencial em 6.6.1.9. Orientação do Enfoque
Moçambique e, assim, acelerar a reabilita- Estratégico para a
ção da fauna bravia nessas áreas. É tam- Conservação
bém uma oportunidade para assegurar • Adopção de abordagens modernas de
86 que a gestão de ecossistemas e práticas gestão nas organizações responsáveis
de uso sustentáveis sejam divulgadas em pela administração de áreas de conser-
Plano Estratégico todo o país. vação.
para o Desenvolvimento Acções concretas com vista a encorajar
do Turismo em Moçambique • Melhoramento e desenvolvimento de
as comunidades a desenvolverem capaci-
(2004 - 2013) produtos e serviços turísticos relativos
dades para adoptar abordagens e práticas
à conservação, para apoiar os objectivos
de GCRN, de acordo com o potencial dos
do turismo.
recursos naturais na sua região. Isto serão
implementados através de estruturas e co- • Aceleração do repovoamento da fauna
ordenados a nível provincial. bravia em parques e reservas seleccio-
Dever-se-à facilitar e promover o de- nados, em cooperação com os parceiros.
senvolvimento de acordos de empreendi- • Consolidação e expansão das Áreas de
mentos conjuntos entre as comunidades e Conservação e ACTF para o desenvolvi-
o sector privado, assegurando simultanea- mento turístico efortalecimento na coo-
mente e sempre que possível, que direi- peração com os países vizinhos
tos das comunidades sejam protegidos e
• Fortalecimento da indústria de caça
estas obtenham benefícios equitativos e
desportiva através de operações melho-
justos. Os parceiros, juntamente com as
radas, marketing, regulamentos, controlo
estruturas provinciais, também deverão ser
e atribuição de preços competitivos de
encorajados a facilitar o acesso das comu-
trofeus.
nidades aos mercados, de forma a que elas
recebam lucros equitativos do investimen- • Encorajamento e apoio a iniciativas de
to pelos seus produtos e serviços. GCRN no país com o objectivo de pro-
mover uma participação mais activa e
6.6.1.8. Benefícios das Convenções efectiva das comunidades e PMMEs, in-
Internacionais cluindo parcerias e joint-ventures com o
sector privado;
Moçambique é signatário de muitas Con-
venções Internacionais relativas à conser-
6.7. Planos de Acção para a concepção, arquitectura e cons-
trução no sector do turismo
O Quadro de Implementação proporciona
• Desenvolvimento de Rotas Turísticas
directivas estratégicas para as seguintes
actividades, consideradas fulcrais para a • Liberalização dos Transportes Aéreos
implementação do PEDTM: • Construção de Infra-estruturas
• Planificação Organizacional e Financei-
• Rede de Transportes Rodoviários, Fer-
ra
roviários e Marítimos e Infra-estruturas
• Planificação Física
• Conservação 6.7.1.3. Conservação
• Promoção do Investimento Estratégia: Trabalhar com o sector privado,
• Estabilidade e Segurança parceiros e doadores, para reabilitação dos
processos de conservação e das áreas de
• Integração Regional conservação em Moçambique.
• Marketing e Relações Públicas • Rápida Reabilitação da Fauna Bravia
• Desenvolvimento de uma Cultura de • Construção e Reabilitação de Infra-Es-
Turismo truturas
• Estatísticas e“Contas Satélites do Turis- • Administração das Áreas de Conserva-
mo” ção
• Gestão e Desenvolvimento de Recursos • Administração dos Recursos Marinhos
Humanos • Criação de Novas Áreas de Conservação
• Envolvimento das comunidades e par- • Concessões
ticipação das PMMEs
• Regulamento e Controlo. 6.7.1.4. Promoção de Investimento Implementação do
Os planos de acção planeiam as activida- Estratégia: Consolidar os processos e pro- Plano Estratégico 87
des detalhadas a realizar em cada área fo- cedimentos de investimento para o turis-
cal a nível nacional, regional interno e pro- mo e criar oportunidades atraentes para
vincial durante os próximos cinco anos. investidores credíveis.
• Promover Investimento Nacional
6.7.1.1. Planificação Organizacional e
• Promover o Investimento nas Áreas
Financeira
Prioritárias
Estratégia: Melhorar a operacionalidade
• Estabelecimento de Projectos Âncora
(eficácia) institucional do MITUR
• Planificação Institucional
• Elaboração de planos de trabalho e or- 6.7.1.5. Estabilidade e Segurança
çamentos anuais Estratégia: Colaborar com a polícia, organi-
• Procura de Financiadores zações civis e comunidades por forma a criar
• Criação de Comités de Facilitação Tu- um ambiente mais seguro para os turistas
rística a níveis provinciais e investidores.
• Implementação e Coordenação de • Colaborar com a polícia e autoridades
APITs provinciais e organizações comunitárias
• Campanha de Segurança Nacional
6.7.1.2. Planificação Física
• Campanha de Consciencialização Naci-
Estratégia: Aumentar o investimento em
onal
produtos e serviços no sector do turismo,
proporcionando apoio eficiente e efectivo
de planificação ao sector privado, e facili- 6.7.1.6. Integração Regional
tação de uma provisão melhorada de infra- Estratégia: Formar alianças estratégicas com
estruturas. países vizinhos e organizações relevantes,
• Planificação do desenvolvimento inte- desenvolvendo sinergias e integrando pla-
grado nos e acções.
• Elaboração de Directrizes e Padrões • Planos e Estratégias Regionais
• Promover Alianças e Parceirias com Go- sistemas inter-sectoriais, conforme os
vernos Vizinhos e Sectores-Chave requisitos da Conta Satélite do Turismo
• Desenvolver uma capacidade de reco-
6.7.1.7. Marketing e Relações Públicas lha de dados no turismo e sectores re-
Estratégia: Trabalhar com planos e estraté- lacionados
gias de marketing bem definidos e • Recolher e analisar e produzir dados da
optimizar o uso das tecnologias de comu- Conta Satélite do Turismo
nicação e informática com objectivo de
priorizar os mercados estratégicos identifi-
6.7.1.10. Gestão e Desenvolvimento
cados e melhorar a imagem de
de Recursos Humanos
Moçambique como destino turístico.
• Estratégia de Marketing Estratégia: Aumentar a habilidade do
MITUR e da indústria do turismo e relacio-
• Mercados de Nicho Estratégicos
nados para proporcionar produtos e servi-
• Mercados Emissores Estratégicos ços de turismo de alta qualidade, através
• Mercado Doméstico de quadros qualificados e capazes.
• Fortalecimento institucional do MITUR
• Centros de Informação de Turismo
• Formação e Educação
• Eventos e Feiras da Indústria
• Comunicação Electrónica e Informática
6.7.1.11. Envolvimento das
• Marketing das Regiões de Moçambique Comunidades e participação
• Relações Públicas e Media das PMMEs
• Adquirir Facilidades de Escritórios Apro- Estratégia: Permitir uma participação acti-
priados va das comunidades de modo que benefi-
ciem mais através dos processos de turis-
88 mo, criando um ambiente apropriado para
6.7.1.8. Desenvolvimento de uma
desenvolverem empreendimentos e negó-
Cultura de Turismo
Plano Estratégico cios.
para o Desenvolvimento Estratégia: Usar os media e a comunicação • Programas de Turismo Comunitário
do Turismo em Moçambique social para promover campanhas de
(2004 - 2013) • Programas de micro-finanças
sensibilização e consciencialização sobre o
turismo, direccionadas para todos os • Capacitação
intervenientes e público geral, mostrando
os benefícios económicos e sociais deriva- 6.7.1.12. Regulamento e Controlo
dos do apoio e do aumento dos processos
Estratégia: Aperfeiçoar os lucros
de turismo.
económicos e sociais do turismo, a curto e
• Quantificar os Benefícios de Turismo
longo prazo, desenvolvendo e
através da Conta Satélite de Turismo
implementando sistemas de administração
• Campanhas de Consciência sobre o Tu- e mecanismos reguladores mais efectivos.
rismo • Legislação e Regulamentos
• Criar uma Instituição Promotora do Tu- • Planificação integrada
rismo
• Capacidade para fiscalização
• Processos de Concursos e Concessões
6.7.1.9. Estatísticas e Conta Satélite
do Turismo
Estratégia: Desenvolver um banco de da-
dos nacional detalhado e inclusivo com
objectivo de gerir a Conta Satélite de Tu-
rismo nacional, como meio de identificar e
quantificar o impacto económico do turis-
mo na economia do país.
• Análise das necessidades preliminares
• Estabelecimento da coordenação e dos
Com o apoio financeiro da Agência Australiana para o Desenvolvimento
e Banco Mundial