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O período intertestamentário
Postado por Jeferson Quimelli

2 Votes

Entre o último livro escrito do Velho Testamento, Malaquias,


e o primeiro escrito no Novo Testamento, Marcos, ocorreram
mais de 400 anos. Foram anos em que não houve revelação
profética, chamados por muito de “anos de silêncio Porém,
em termos sociais e políticos, estes anos não foram nada
silenciosos.

Historicamente, houve a dominação persa, da qual poucos


detalhes se sabe da Palestina neste período. Com a
dominação greco-macedônica, primeiro por Alexandre e
depois pelos reinos Selêucidas, ao norte, e Ptolemaico, ao
sul, houve uma forte tendência de helenização cultural e
religiosa, principalmente no reino de Antíoco Epifânio IV
(selêucida), que chegou a erigir uma estátua a Zeus e a
sacrificar um porco no templo em Jerusalém. A oposição a
Antíoco deflagrou a revolta dos macabeus, que durou 24
anos e que resultou na independência de Judá em 142 a.C.
(evento que deu origem à festividade judaica Hanukah). Esta
independência durou até 63 a.C., quando os romanos
assumiram o controle, sob o general Pompeu. Este general
tomou Jerusalém após um sítio de três meses, massacrou os
sacerdotes e entrou no lugar Santo dos Santos, iniciando um
amargo período de dominação romana.

Literariamente, houve a produção da Septuaginta,


tradução para o grego dos livros hebraicos que geraram o
nosso Antigo Testamento. O objetivo desta tradução era
colocar as Escrituras na língua que os judeus da dispersão
(iniciada com os exílios assírio e babilônico), que já não
falavam hebraico, pudessem compreender. Isso permitiu sua
disseminação também a todo o mundo de fala grega de
então. A Septuaginta também incluía muitos livros de cunho
histórico, porém de teologia duvidosa e contraditória com os
demais livros canônicos (reconhecidos como inspirados por
Deus). Estes foram chamados de apócrifos. Não aceitos
pelos judeus quando da formação do cânon da Bíblia
hebraica, foram confirmados na Bíblia católica pelo Concílio
de Trento (1546) e confirmados pelo Concílio Vaticano I
(1869 – 1870).

Socialmente, ocorreu a Diáspora (ou dispersão) dos judeus


por todas as partes conhecidas do mundo de então,
começando com as invasões assírias e babilônicas. Aonde
moravam, os judeus se reuniam nas sinagogas e
concentravam sua vida religiosa no estudo da Torá
(Pentateuco). Quando os apóstolos começaram a
evangelizar fora da terra de Israel, os primeiros lugares que
eles visitavam eram as sinagogas.

Afastados do templo, com o objetivo de conservar a sua


identidade, os judeus passaram a congregar em sinagogas,
centro de ensino e estudo da Torá. A classe (ou partido) que
se reuniu em torno das sinagogas foi a dos fariseus, que se
esforçaram por interpretar a Lei de Moisés, colocando assim
uma “cerca” para que os judeus se mantivessem vivendo em
retidão perante Deus. Estas interpretações estavam
compiladas na Mishnah e no Talmude.

Em torno do templo se compôs a classe aristocrata dos


saduceus, em menor número, porém com grande poder
político. Rejeitavam qualquer doutrina que não estivesse
explicitamente citada na Torá, incluindo a da ressurreição.

Significativas, ainda, são as classes dos essênios e dos


zelotes. Os essênios se compunham de um grupo
separatista, semelhantes aos fariseus, que ressaltavam a
rigorosa observância da lei e consideravam o sacerdócio do
templo corrupto. Eles reuniam-se em comunidades, como a
de Qumran, que preservou os Manuscritos do Mar Morto. Já
os zelotes se compunham de judeus que visavam a
independência dos romanos pela força. Sendo muito
combativos, presume-se que tenham sido os causadores da
destruição de Jerusalém, em 70 d.C. Foram exterminados na
fortaleza natural de Massada, último reduto da rebelião
contra o império romano.

Todas estas mudanças históricas, culturais e sociais


compuseram o quadro observado no Novo Testamento. Foi
neste ambiente heterogêneo de insatisfação política e social
que nasceu, viveu e pregou nosso Redentor e Senhor
Jesus Cristo.

Fator históricos entre Malaquias e Jesus

Fontes:
Comentários da Bíblia de Estudo NVI Vida. Editora Vida.
Sue Graves. O que é a Bíblia? Uma Introdução ao Livro da Fé Cristã. SBB.

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Janai Padilha Pessoa em 1 de novembro de 2014 às 16:35

Obrigado pelo post maravilhoso aprendemos cada dia mais


Sbre o nosso Bom Deus .

 Responder

Janai Padilha Pessoa em 1 de novembro de 2014 às 16:41

Palavras maravilhosas e Edificante , Glória ao nosso


Redentor e nosso Senhor Jesus Cristo .

 Responder

Sérgio Ricardo Ricardo em 1 de novembro de 2014 às 22:19

Parabéns pelas explicações. O período intertestamentário


merece ser mais divulgado/esclarecido pelas igrejas
cristãs. Porque é nesse período que muitas interpretações
equivocadas das Escrituras Sagradas foram ensinadas.
Que Deus seja sempre louvado!!!

 Responder

Fernando Rodrigues da Silva em 2 de novembro de 2014 às


7:14

É de grande importância esclarecer esse período


intertestamentário, em virtude de não conter nenhuma
indicação no Antigo Testamento e Novo Testamento. Um
período de silêncio do nosso DEUS, acarretando várias
considerações do ser humano, erroneamente.

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