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INTRODUÇÃO
Os fatos atuais levaram-nos a refletir sobre diversos pontos que influenciam no nosso viver.
Entre esses pontos, um me despertou um pouco mais de interesse, a HONRA; o que resultou
nesta peça de arquitetura. O objetivo do presente trabalho é através da conceituação de
HONRA e sua relação no mundo profano e no mundo maçônico, despertar a todos os irmãos
que acima de todos os fatos devem prevalecer a dignidade, o respeito e a valorização da vida,
transpondo qualquer interesse particular.
CONCEITO DE HONRA
Temos inúmeros exemplos sobre honra que passa por diversos momentos históricos,
transformações sociais, porém em todos os cenários é sempre destacada. Na bíblia Paulo de
Tarso disse aos romanos: “Honra a quem merece honra”, ou seja, quis dizer que aquele que
sabe honrar é uma pessoa honrada e sabe honrar. Na filosofia Montesquieu afirmou que
“honra tem regras supremas, e designa os princípios absolutos de nossas vidas”. Na literatura
bravura e honra embalam “O Velho e o Mar”, em que Hemingway reporta a bravura do homem
com a natureza, e a honra, que permanece intacta mesmo na hora da derrota. Em um dos
momentos mais importantes do livro escreve que “o homem não foi feito para a derrota, ele
pode ser destruído, mas não derrotado”. Miguel de Cervantes, em D. Quixote, exalta que “um
homem desonrado é pior que um homem morto”.
Diante do exposto acima podemos observar que como fonte natural, a honra nasce no interior
do indivíduo e se exterioriza, ganhando enlevo, proporção e vulto na sociedade; porque está
ligada diretamente ao caráter, e este é o vinculo e o mecanismo das relações humanas.
Nossa legislação penal classifica os crimes praticados contra a honra em três: Calúnia (artigo
138 do Código Penal), Difamação (artigo 139 do Código Penal) e Injúria (artigo 140 do Código
Penal), sendo que os dois primeiros, como descritos no item anterior, tutelam o bem jurídico
denominado honra objetiva e o ultimo a honra subjetiva.
HONRA E MAÇONARIA – CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Se desejais tornar-vos verdadeiro Maçom, deveis, primeiro, extinguir as vossas paixões, os
vícios e os preconceitos mundanos que ainda possuis, para viverdes com Virtude, Honra e
Sabedoria. Senhor: crede em um principio criador?”. O V∴M∴dirige-se ao profano no ato de
sua iniciação. Mais tarde, no mesmo ritual de iniciação, o profano presta o seu juramento: “juro
e prometo de minha livre vontade e por minha Honra, em presença do G∴A∴D∴U∴ e.......”.
“SER LIVRE” significa, literalmente, não possuir pendências com a sociedade, não ser
prisioneiro ou escravo de algo ou alguém. Não estar apegado à matéria e aos elementos
materiais. Ser livre é estar liberto do Ego, o elemento que nos aprisiona ao corpo de barro e
nos impede de transcender rumo à verdadeira luz. Essa Verdadeira Luz habita todos os seres
vivos e os conecta diretamente a um corpo mais elevado, mas está oculta pelo dogma,
preconceito e demais arestas da pedra bruta. Cada um de nós é uma célula que pertence a um
ente superior chamado Deus, Grande Arquiteto do Universo, o criador; nossa missão é nos
purificar para que possamos voltar a fazer parte desse ente de pura luz.
“BONS COSTUMES” significa obedecer às regras estabelecidas pela sociedade, ser fiel e
obediente às leis e ser possuidor de conduta imaculada. Elevar o pensamento as coisas
positivas e construtivas para que nossa aura se alimente de bons fluídos e irradie com maior
intensidade para levar luz às trevas. Se uma única pessoa representa uma vela na escuridão,
um grupo de pessoas irradiando luz seria o equivalente a um farol que guia e dá rumo aos
desorientados pela ausência de luz.
O maçom tem, portanto, que ser o verdadeiro homem de bem, ou seja, o que pratica a lei da
justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Se interrogar a própria consciência sobre os
atos que praticou, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem
que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o que
desejara que lhe fizessem. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o
bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça. É
bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens,
sem distinção de raças, nem de crenças. Usa da sua autoridade para levantar o moral e não
para esmagar com seu orgulho. O homem de bem não é vingativo, respeita, enfim, em seus
semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os
mesmos direitos lhe sejam respeitados.
REFERENCIAS:
1- AMARANTE A. Responsabilidade civil por dano a honra, Editora Del Rey, 4ª. Edição,
página 19, 1998.
2- CAUFIELD JK. Em defesa da honra: moralidade e nação no Rio de Janeiro (1918-
1940). Campinas, Editora Unicamp, 1-9, 2000.
3- KARDECK A. O Livro dos Espíritos, Federação Espírita Brasileira, 76ª. Edição, 1995.
4- LEBELL S. A Arte de Viver, Epicteto, O Manual Clássico da Virtude, Felicidade e
Sabedoria, Editora Sextante, 88 páginas, 2006.
5- Ritual do Grau I do R∴E∴A∴A∴. Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Edição de
1928, Revista e Atualizada em 1999, páginas 61 e 74.
6- ROHDEN F. Para que Serve o Conceito de Honra, ainda hoje? Ensaio Bibliográfico,
Campos 7(2):101-120,2006.