Você está na página 1de 24

Aspectos teórico-

metodológicos para o
trabalho na EJA
Rocha, T. M.
SST Aspectos teórico-metodológicos para o trabalho na EJA /
Tainá Siqueira Theis;
Florianópolis, 2019; 24 páginas.

Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.


Aspectos teórico-metodológicos
para o trabalho na EJA

Apresentação
Neste momento de nossos estudos, teremos a oportunidade de analisar e refletir
sobre os conceitos fundamentais e as principais correntes teóricas e metodológicas
para o trabalho na EJA. Para isso, estudaremos sobre educação popular, o método
Paulo Freire e sua aplicação à sala de aula no EJA.

Conceitos fundamentais da EJA


Para entrarmos na especificidade dos estudos sobre a EJA e seus movimentos,
devemos antes compreender a distinção entre dois termos, um bem conhecido
nosso, a Pedagogia, e outro nem tanto, a Andragogia.

A Pedagogia, em sua forma clássica, relaciona-se à educação de crianças e está


centrada no professor. É sempre o educador que toma a responsabilidade de decidir
o que os alunos precisam aprender e de que forma ele deve ensinar para que o
objetivo seja atingido. Esse modelo pressupõe que os alunos não conseguem decidir
o que é melhor para eles ainda.

Devemos, porém, fazer um parênteses nessa concepção tradicional do que é a


Pedagogia. Inicialmente, ela se constitui como a teoria que se volta para a criança
e para o professor como o centro do processo. Hoje, sabemos que, além de
termos diversas linhas pedagógicas, a Pedagogia expande-se e dá voz aos sujeitos
participativos do processo, alunos, professores e comunidade escolar.

A Pedagogia, assim como todas as Ciências Humanas, passou por crises,


reestruturações e aprofundamentos, em grande parte porque a própria concepção
de sujeito e sociedade se alteraram ao longo do tempo, assim como a visão da
criança enquanto aprendiz (GHIRARDELLI JR., 2006).

Assim, conforme Newton Duarte, a Pedagogia contemporânea está em constante


movimento, sempre negando a concepção tradicional de ensino e aprendizagem.
Conforme o autor:

3
Nas duas últimas décadas, o debate educacional tem se caracterizado
por uma quase total hegemonia das “pedagogias do aprender a aprender”
(DUARTE, 2001), com destaque para o construtivismo, a pedagogia
do professor reflexivo, a pedagogia das competências, a pedagogia
dos projetos e a pedagogia multiculturalista. (DUARTE, N. O debate
contemporâneo das teorias pedagógicas. In.: MARTINS, L. M.; DUARTE,
N. Formação de professores: limites contemporâneos e alternativas
necessárias, 2010, p. 33)

O modelo pedagógico tradicional foi amplamente utilizado também na EJA, uma


prática que não apenas infantiliza os alunos adultos, como também lhes tira a
responsabilidade e a independência já adquiridas com a experiência. Hoje, as
teorias contemporâneas sobre educação também envolvem a EJA, pois entende-se
que alunos de EJA vão à escola para sistematizarem e teoricizarem o que muitas
vezes aprenderam na prática, além de ampliarem a visão já construída de mundo.

Já a Andragogia foi concebida como “a arte e a ciência de ajudar os adultos a


aprender” (KNOWLES apud DEAQUINO, 2007, p. 11) e hoje se centra no aluno,
de forma a ser uma alternativa ao modelo da pedagogia tradicional. No modelo
andragógico, a responsabilidade pelo aprendizado é compartilhada entre aluno e
professor, que decidem juntos os melhores caminhos, aproximando o aluno adulto
dos saberes importantes para si.

De acordo com os conceitos de Andragogia, temos um novo quadro para a educação


de adultos. Os alunos agora passam a ser independentes e a trabalhar de forma
autodirecionada, buscando os conhecimentos que lhe chamam a atenção, além de
utilizar sua própria bagagem como pivô da aprendizagem.

Outro termo importante para a compreensão do ensino de adultos é o de


Heutagogia. Termo criado nos anos 2000 por Hase e Kenyon (DEAQUINO, 2007, p.
12) significa uma abordagem educativa na qual o aluno está sozinho no processo,
sem o auxílio de um professor.

Essa concepção está alinhada à oferta de cursos em modelos em que o indivíduo


aprende de forma solitária, especialmente com o auxílio da internet e dos
ambientes virtuais.

Dessa forma, no século XXI, o conceito de Heutagogia deve estar cada vez mais
presente nos estudos sobre aprendizagem, uma vez que a cada ano o número de
cursos a distância, em diferentes formatos, só aumenta.

4
Com esses conceitos em mente, vamos adentrar cada vez mais nas teorias
para a Educação de Jovens e Adultos enquanto aprendizes que não iniciaram
ou concluíram os estudos na idade tida como adequada pelos pensadores da
educação.

Vimos, na primeira unidade, o que significa o termo EJA, mas às vezes nos
deparamos com outros termos utilizados para designar essa modalidade de ensino,
os quais nem sempre significam o mesmo que EJA. Vejamos alguns:

Quadro: Título: Termos utilizados em EJA

expressão utilizada especialmente pela UNESCO


Educação de Adultos para referir-se à educação em geral dessa faixa
etária.

termo utilizado nos EUA ao se referir à educação


dos jovens e dos adultos em países de terceiro
mundo. Para a sua educação de jovens e adultos,
eles utilizam o termo Educação de Adultos.
Educação não formal
No Brasil, a educação não formal, assim como
nos países da América Latina, é oferecida por
instituições diferentes das estatais ou privadas, isto
é, instituições comunitárias, ONGs, entre outros.

processo de passagem dos saberes populares do


Educação Popular
indivíduo ao saberes da comunidade escolar.

educação oficial, a qual é controlada em suas


Educação do Sistema bases pelo Estado e visa à passagem dos saberes
populares aos saberes científicos.

expressão utilizada pela UNESCO e pelos órgãos


internacionais para designar o desenvolvimento
de pessoas e das suas comunidades em contato
Aprendizagem ao longo
com as rápidas mudanças, mas também designa
da vida
o desenvolvimento de novas competências para
o trabalho e para o protagonismo frente a uma
sociedade sempre em movimento.

Elaborada pela autora (2019).

5
Atenção
Protagonismo: processo de se tornar o protagonista, o personagem
central de sua vida e de seu aprendizado.

A Educação Popular merece atenção especial, uma vez que será necessário seu
amplo entendimento para estudarmos o modelo de ensino proposto por Paulo
Freire. Essa expressão aparece em diversos momentos históricos com sentidos
distintos, conforme Wanderley (apud GADOTTI, 2008, p. 36-37), que faz a distinção
entre três linhas da educação popular no país:

1ª a educação popular com a orientação de integração, uma educação


instrumental, entendida como popularização da educação oficial sob
a hegemonia das classes dominantes, com o objetivo de consolidar o
capitalismo dependente, integrando principalmente o campesinato.
2ª a educação popular com a orientação nacional-desenvolvimentista
visando à implantação de um capitalismo autônomo, nacional e popular.
[…]
3ª a educação popular com a orientação de libertação com o objetivo
de estimular as potencialidades do povo através da conscientização, da
capacitação e de ampla participação social.

De acordo com o Marco de Referência para a Educação Popular para as Políticas


Públicas, da Secretaria Geral da Presidência da República, de 2014, a Educação
Popular teve três significados ao longo da história. O primeiro, aproximando-se à
orientação de integração de Wanderley, é a ideia de que a educação popular é um
direito do povo e que deve ser assumida pelo próprio Estado.

Atenção
Campesinato: conjunto de pessoas que trabalham no campo,
camponeses.

A segunda concepção, ligada à orientação nacional-desenvolvimentista, é a de que


a educação seria um meio para o desenvolvimento dos mercados, com o preparo do
povo para servir de recursos humanos às diversas áreas.

6
E, por fim, a ideia de que a educação popular é um conjunto de práticas
emancipatórias para a transformação da realidade, em consonância com a
orientação de libertação (BRASIL, 2014, p. 17).

Atenção
Emancipação: libertar alguém, fornecer-lhe a independência e a
igualdade perante seus semelhantes.

Segundo Gadotti (2008), ainda podemos subdividir a educação popular em duas


tendências teóricas-práticas: a tendência maniqueísta e a integracionista.

Quadro – Tendências teórico-práticas da educação popular

Tendência maniqueísta Tendência integracionista

Não admite a interferência do Estado na


Defende a colaboração entre o Estado
educação popular, pois aquele estaria
e outras instituições. Possui duas
sempre manipulando os objetivos e
vertentes: uma que ampliaria o acesso
resultados, ao contrário desta última,
à escola da elite a todos, e a segunda
que pretende a emancipação dos
que pretende uma escola pública com
estudantes e sua efetiva participação na
qualidade e de caráter popular.
sociedade.

Fonte: Adaptado de Gadotti e Romão (2008, p. 37).

Assim, a Educação Popular tem um histórico que acompanha as principais


discussões sobre o campo educacional no Brasil, não apenas para a Educação de
Jovens e Adultos, mas como conceito norteador para a proposição de políticas
públicas que visem à participação do sujeito na sociedade e à democratização do
ensino. No próximo tópico, veremos a concepção de Educação Popular, que serviu
como base para a construção do Método Paulo Freire.

Educação Popular
Paulo Freire é um nome muito conhecido em nosso país quando tratamos sobre
a alfabetização e formação de adultos. Porém, seu método foi desenvolvido ao

7
longo dos anos, com inúmeras experiências, e em contraste com políticas públicas
massivas para a educação. Veja a seguir a linha do tempo de Paulo Freire.

Figura - Linha do tempo de Paulo Freire

Com a Depressão de 1929, enfrenta a pobreza


1929 e a fome.
Freire nasceu em 1921, no
Inicia seus estudos em Direito na Universidade
estado de Pernambuco, e foi 1943 do Recife.
onde iniciou seu trabalho Torna-se diretor do Departamento de
como alfabetizador e teórico Educação e Cultura do Serviço Social do
1946 Estado de Pernambuco.
da Educação Popular.
Diretor do Departamento de Extensão Cultural
1961 da Universidade do Recife.

Faz um experimento de alfabetização com 300


cortadores de cana e os alfabetiza em 45 dias.
1962 Bases do Método Paulo Freire.
Governo de João Goulart aprova a multiplicação dos
experimentos em alfabetização com a criação do
1963 plano Nacional de Alfabetização para formar
educadores e abrir círculos de leitura pelo país.
- Golpe militar.
- Preso por 70 dias como traidor.
1964 - Exílio.

Exilado no Chile, termina sua primeira obra,


1967 Educação como Prática para a Liberdade.

Termina a Pedagogia do Oprimido.


1968

Professor visitante em Harvard.


1969

Publicação no Brasil da
1974 Pedagogia do Oprimido.

Paulo Freire é anistiado.


1979
Retorna ao Brasil e ingressa no Partido dos
Trabalhadores como Supervisor do
1980 Programa de Alfabetização do partido.

Secretário de Educação do Estado de São


1989-1991 Paulo, instituindo o MOVA.

Falecimento.
1997

Fonte: Nova Escola (2018).

8
No âmbito da Educação Popular, Paulo Freire a entendia como um conceito
no qual a educação se torna abrangente e passa a "refletir, portanto, a sua
capacidade de mobilizar em direção a objetivos próprios. […] Lidando com o
processo de conhecer, a prática educativa é tão interessada em possibilitar o
ensino de conteúdos às pessoas quanto em sua conscientização.” (FREIRE apud
GADOTTI; ROMÃO, 2008, p. 16).

O pensamento de Freire liga-se à ideia de intersetorialidade para a educação, isto


é, a educação não é apenas transmitir conteúdos de matérias, e sim um repensar
da saúde, do trabalho, do transporte público e seu acesso, dos tributos pagos pelo
povo, das expressões culturais e religiosas, da diversidade étnico-racial, do meio
ambiente e da economia sustentável, da orientação sexual, entre outras tantas
facetas da sociedade e do cotidiano do povo.

Nessa esteira, não podemos pensar a Educação Popular como prática restrita à sala
de aula, mas como um conjunto de práticas em constante movimento e presente
nos espaços frequentados pelo povo, espaços onde a cultura se constrói e espaços
democráticos de direito da população.

As bases da Educação Popular cunhadas por Paulo Freire podem ser descritas,
conforme o Marco de Referência da Educação Popular para as Políticas Públicas,
com as seguintes definições: dialogicidade, amorosidade, conscientização,
transformação da realidade do mundo, partir da realidade concreta, construção
do conhecimento e pesquisa participante, sistematização de experiências e do
conhecimento.

Veja a seguir o quadro comparativo desses conceitos:

9
Quadro – Conceitos norteadores da Educação Popular

Definição
Por meio do diálogo, constrói-se uma relação horizontal para as
práticas sociais e educativas, isto é, o governo necessita dialogar
com a população para a oferta educacional voltada a seus anseios,
além de estabelecer uma compreensão de que não existe, entre
os agentes do processo educativo, um saber maior do que o outro.
Freire diz sobre o dar voz ao povo, que estávamos fadados “a uma
estrutura economicamente feudal e a uma estrutura social em que
Dialogicidade
o homem vivia vencido, esmagado e ‘mudo’, uma forma política
e social cujos fundamentos exigiam, ao contrário do mutismo, a
dialogação, a participação, a responsabilidade, política e social”.
(FREIRE, 1967, p. 80)

Somente com o diálogo, o ser pode participar ativamente da


sociedade.

Ter amor ao sujeito e ao mundo, de forma humilde, despretensiosa


e com esperança no outro e no mundo, respeitando os envolvidos
no processo educativo, de forma a abrir-se ao diálogo, gera
uma relação de confiança facilitadora ao processo de ensino-
aprendizagem dos alunos jovens e adultos.
Amorosidade
“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem.
Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir
à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.”
(FREIRE, 1967, p. 97).

Para uma efetiva compreensão da realidade, é imprescindível que


o sujeito tenha capacidade de analisar e ver pelos fatos concretos,
tomando consciência do todo. Ou seja, é o ato de agir e refletir
sobre sua ação, passando de uma consciência ingênua, simplista,
para uma consciência crítica, profunda. Dessa forma, a consciência
crítica é uma amante do diálogo.
Conscientização
A consciência crítica “é a representação das coisas e dos fatos
como se dão na existência empírica. Nas suas correlações causais
e circunstanciais”. “A consciência ingênua (pelo contrário) se crê
superior aos fatos, dominando-os de fora e, por isso, se julga livre
para entendê-los conforme melhor lhe agradar.” (PINTO apud
FREIRE, 1967, p. 105)

10
Definição

Somente ao dialogarmos e nos conscientizarmos do mundo e de


Transformação da
nosso lugar nele é que somos capazes de transformar a realidade
realidade do mundo
circundante.

A realidade concreta do sujeito é maior do que apenas um conjunto


de fatos; ela se constrói no embate entre a realidade concreta e a
Partir da realidade
subjetividade. Assim, trabalhar a partir da realidade concreta dos
concreta
educandos significa obter os dados e fatos objetivos e compreender
a visão de mundo dos alunos.

O conhecimento não é algo estático, que passa do professor para o


aluno, é em verdade algo que se faz pelo diálogo e pela pesquisa.

Construção do "Nesta concepção, a pesquisa é o instrumento que viabiliza,


conhecimento mediado pelo diálogo, o aprofundamento da temática em estudo
e pesquisa e a produção do novo saber. Sem a atividade de pesquisa, ensino-
participante aprendizagem e aprendizagem-ensino, tanto por parte do educador
e da educadora, quanto por parte do educando e da educanda e,
apesar das especificidades dos papéis, ambos estão em contínuo
processo de ensinar e aprender.” (BRASIL, 2014, p. 28).

Sistematização de
Ordenação e reconstrução dos conhecimentos adquiridos, para
experiências e do
compartilhamento com os outros.
conhecimento

Fontes: Adaptado de Brasil (2014, p. 22-30) e Freire (1967).

Como vimos na linha do tempo da vida e do trabalho de Paulo Freire, no ano de 1962
deu-se início ao experimento de alfabetização de 300 trabalhadores no município
de Angicos (RN), em apenas 45 dias, em parceria com uma equipe da Universidade
Federal de Pernambuco, experimento este chamado de "círculo de leitura”.

11
Figura: Paulo Reglus Neves Freire

Fonte: Wikipedia/https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire

Essa experiência chamou a atenção do Governo Federal, que, até meados de 1964,
formou diversos alfabetizadores para que ensinassem as primeiras letras ao povo
nos futuros círculos de leitura a serem criados pelo governo. Esse plano não chegou
a ser concretizado em virtude do Golpe militar.

Com o governo militar, temos a substituição da Educação Popular e seus círculos de


leitura pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), instituído em 1968,
como vimos na unidade anterior.

Objetivando dar uma continuidade às iniciativas pela alfabetização dos governos


anteriores, o governo militar institui o MOBRAL com o objetivo de valorizar o
processo de leitura e escrita, em detrimento da formação humana.

O MOBRAL guardava certa semelhança com o método de Paulo Freire ao se


trabalhar com a palavra geradora (conceito que veremos ainda nesta unidade),
porém, as palavras geradoras eram selecionadas pelo governo e o programa
visava ao desenvolvimento de habilidades básicas, voltadas ao trabalho, e ao
conhecimento das regras de conduta e dos diretos e deveres em sociedade.

O método foi extinto na década de 1980, dando lugar ao EDUCAR, que também se
extinguiu, em 1990, época em que Paulo Freire assumiu a Secretaria de Educação
do Estado de São Paulo, dando início ao Movimento de Alfabetização de Jovens e
Adultos (MOVA) da cidade de São Paulo.

12
O MOVA pretendia o pluralismo de metodologias, desde que não ferisse o princípio
básico de educação para a libertação. Nem mesmo o método Paulo Freire era
imposto aos educadores, que deveriam empreender um esforço coletivo na
construção do movimento. Foi extinto em 1993.

Método Paulo Freire


O primeiro ponto a destacarmos sobre o método desenvolvido pelo autor é o de que
o educador deve sempre levar em consideração que o material de apoio no processo
educacional não deve ser pensado a partir de sua própria realidade, e sim em
colaboração e a partir da realidade dos alunos.

Para Paulo Freire e seus colegas do Movimento de Cultura Popular do Recife, para
ensinar de forma emancipatória e crítica os sujeitos adultos era necessário:

• um método ativo, dialogal, crítico e criticizador;


• a modificação do conteúdo programático da educação;
• o uso de técnicas como a da Redução e da Codificação. (FREIRE,
1967, p. 107).

Pensavam, então, a Pedagogia da Comunicação, uma pedagogia que se originasse


do diálogo, do amor e da consciência crítica. E desse diálogo sobre o mundo e a
realidade do aluno é que deveriam sair os conteúdos a serem trabalhados com os
adultos. (FREIRE, 1967, p. 108).

A fim de que esse diálogo seja efetivo, Paulo Freire aponta que é necessário ter
cuidado ao escolher o quadro de educadores, uma vez que a maioria das formações
em Licenciatura não desenvolveu nos professores a disposição para o diálogo e
para a escuta atenta. Veremos mais sobre esse assunto na Unidade 5.

Assim, veja a seguir as características do método criado por Paulo Freire e seus
colegas, descrito em seu livro Educação como prática de liberdade.

Fases
I. Levantamento do universo vocabular dos alunos

É feito um levantamento das expressões comuns, das palavras mais usadas,


da fala do povo na localidade a ser trabalhada. Transpondo para hoje, um
levantamento dessas categorias entre os alunos e turmas nas diferentes
localidades.

13
Dessas entrevistas é que saem o que o Método chama de palavras geradoras,
que, nas palavras de Freire, “são aquelas que, decompostas em seus elementos
silábicos, propiciam, pela combinação desses elementos, a criação de novas
palavras” (FREIRE, 1967, p. 111).

Em seus estudos, os educadores compreenderam que entre 15 ou 18 palavras


eram o suficiente para uma alfabetização pela conscientização, diferentemente
das cartilhas que traziam de 40 a 80 palavras geracionais. Apesar de parecerem
poucas, o contexto do qual elas são retiradas amplia o seu poder de eficácia, pois
dá sentido ao aprendizado, não trabalhando com palavras vazias de sentido para
o aluno, como coloca Freire:

Na verdade, somente com muita paciência é possível tolerar, após as


durezas de um dia de trabalho ou de um dia sem “trabalho”, lições que
falam de ASA — “Pedro viu a Asa” — “A Asa é da Ave”. Lições que falam
de Evas e de uvas a homens que às vezes conhecem poucas Evas e
nunca comeram uvas. “Eva viu a uva”. Pensávamos numa alfabetização
que fosse em si um ato de criação, capaz de desencadear outros atos
criadores. (FREIRE, 1967, p. 105)

II. Escolha das palavras no universo vocabular

Essa escolha segue os seguintes critérios:

a. Riqueza fonêmica: variedade dos fonemas, para que as palavras contemplem


diversos sons.
b. Dificuldades fonéticas: as palavras devem ser colocadas em grau de dificul-
dade, das palavras menores às palavras maiores.
c. Teor pragmático da palavra: escolher as palavras com mais significados so-
ciais e culturais para análise.

III. Criação de situações existenciais típicas

São situações para o desafio dos alunos, em que devem ser discutidos problemas
regionais e nacionais a partir das palavras geradoras, seguindo-se a ordem
de dificuldade, para ampliação das perspectivas dos temas englobados nos
vocábulos. As discussões sobre as situações-problema levadas podem ser
trabalhadas em um contexto geral ou uma parte representativa dela.

14
IV. Elaboração de fichas-roteiro

Para auxiliar os educadores nos debates em sala de aula, com os temas gerados
a partir dos vocábulos selecionados.

V. Composição das fichas dos vocábulos

Fichas com a decomposição fonêmica de cada palavra geracional, separando-as


em famílias de sons e vocábulos.

Passos da prática em sala de EJA no Método

Mostra a imagem da palavra de forma contextualizada. Ex.: Discute contexto em que


a palavra “tijolo” está inserida até o assunto se esgotar.

Mostra-se a palavra junto com a imagem.

Retira-se a imagem, deixando a palavra.

Mostra-se apenas a silabação ‘ti-jo-lo’

Mostra-se individualmente cada família (ta-te-ti-to-tu/ja-je-ji-jo-ju/la-le-li-lo-lu).

Compara-se cada família, isto é, que a família do ti começa com o mesmo som e
letra, mas termina diferente. Idem para as outras famílias.

Ficha da Descoberta - faz-se a leitura horizontal e vertical.

ta te ti to tu

ja je ji jo ju

la le li lo lu

Formam palavras com as sílabas da Ficha da Descoberta. Escrevem-nas.

Em casa, formam todos os termos que puderem, mesmo que não tenham sentido.

Em aula, discutem-se as palavras trazidas. As que têm sentido são “palavras de


pensamento”, as que não têm são as “palavras mortas”.

Reinicia-se o processo com palavras derivadas.

15
Figura– Construindo sentidos

ta
te ti
to tu
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Elaborado pela autora (2019).

Assim, o método Paulo Freire tem como mote central o desenvolvimento de uma
educação crítica e criticizadora, que parte da realidade do aluno para fazê-lo
compreender de forma macro o contexto social em que está inserido, não sendo
mero estudante das letras, mas também de toda a ideologia por trás dos termos
trazidos à sala de aula. Por fim:

Respeitando os sonhos, as frustrações, as dúvidas, os medos, os desejos


dos educandos, crianças, jovens ou adultos, os educadores e educadoras
populares têm neles um ponto de partida para a sua ação. Insista-se, um
ponto de partida e não de chegada. (FREIRE apud GADOTTI; ROMÃO,
2008, p. 16).

Saiba mais
Você conhece o movimento do Governo Federal pela inovação
na EJA? Visite o link http://inovaeja.mec.gov.br/ para consultar
propostas e experiências inovadoras.

16
Métodos tradicionais de alfabetização
aplicados na EJA
O mundo escrito nos circunda e está cada vez mais presente em todos os momentos
de nossa vida, especialmente na era tecnológica em que vivemos. São os símbolos
do celular, são as conversas escritas e faladas por aplicativos de mensagens, sãos
os e-mails no trabalho, as placas de trânsito, os letreiros luminosos, as propagandas,
os jornais nas bancas, os panfletos de informação, os manuais de instrução, entre
tantos outros meios.

Sem o domínio da leitura, não temos vantagem ao discutir sobre determinado


assunto, não temos segurança do que assinamos, não convivemos na era digital. A
falta da habilidade de ler, ou de ler de forma proficiente, limitam as possibilidades de
participação na sociedade.

Considerou-se por muito tempo que uma pessoa alfabetizada era aquela que podia
escrever seu nome e ler frases curtas. Assim, uma das linhas de pensamento sobre a
alfabetização era a de que instrumentalizar o adulto para ser capaz de decodificar as
letras e escrever de forma concisa era o suficiente.

A outra linha, ligada a Paulo Freire, prevê uma alfabetização que vai além dos signos
impressos, mas que subsidia o adulto a ler, compreender e ir além das palavras,
criando sentidos e recriando a realidade concreta, conforme vimos anteriormente.
Paulo Freire privilegia o termo “alfabetizando”, em vez de “analfabeto”.

Para Ribeiro, além do sujeito analfabeto (com nenhum conhecimento dos signos),
existem graus diferentes de alfabetização:

Quadro – Graus de alfabetismo segundo Vera Ribeiro

Grau médio-
Grau baixo Grau médio-alto Grau alto
-baixo
Hábitos de leitura
também relacionados
Indivíduos que têm
ao trabalho de forma
a leitura e a escrita Práticas de leitura e
restrita, porém com
restritas ao âmbito escrita voltadas ainda Pessoas que utilizam
maior grau de exigência
profissional, com para o trabalho, mas a leitura e a escrita em
por suas ocupações,
capacidade de registro que transcendem o diferentes âmbitos,
em especial na
muito simplificada. ambiente profissional e com acesso a jornais e
comunicação oral, que
Aprendizado e mobilizam os espaços revistas especializados,
necessita de maior
aquisição de familiares, com leituras livros técnicos e de
desenvoltura e trânsito
informações são de revistas e romances, diversos assuntos.
por diferentes variantes
orais, e as operações entre outros livros.
da língua. Maior
numéricas mentais.
familiaridade com a
escrita.

Fonte: Ribeiro (1999, p. 132-137).

17
Já para a UNESCO, os graus seriam os seguintes:

Quadro – Graus de alfabetismo segundo a UNESCO

Analfabeto Nível rudimentar Nível básico Nível pleno


Pessoas que não Aqueles que Indivíduos que Sujeitos que transitam
realizam tarefas conseguem localizar já conseguem entre as esferas da
simples as quais informações de compreender textos sociedade letrada, pois
necessitem da leitura fácil acesso em maiores e localizar têm as habilidades
de frases ou palavras, pequenos textos, informações, além de necessárias para
mesmo que consigam além de ler e escrever ler e efetuar operações ler e interpretar
ler números. números conhecidos matemáticas mais textos complexos e
e efetuar operações complexas. resolver problemas
matemáticas. matemáticos
que envolvam
planejamento,
proporção,
porcentagem, entre
outros.

Fonte: UNESCO (2008, p. 63).

Ao analisarmos os dois quadros anteriores, podemos perceber que as


denominações dos graus de alfabetismo distinguem-se, mas que suas definições
são bem próximas. Essa diferença é explicada por Soares apud Ribeiro (2001,
p. 90) segundo a qual “nos países desenvolvidos ser iletrado significa ter
dificuldades para ler e escrever; naqueles em desenvolvimento, ser iletrado
significa ser incapaz de ler e escrever”.

O que importa compreendermos é que praticamente não existe na sociedade


brasileira um sujeito adulto com conhecimento zero em leitura e escrita. Mesmo
que de forma mínima, o adulto com sua experiência de vida tem a capacidade
de reconhecer símbolos, pois por anos esteve em contato com o mundo letrado,
embora não tenha tido a chance de compreender aqueles sinais que via.

Vimos no tópico anterior que a alfabetização “é mais do que o simples domínio


psicológico e mecânico de técnicas de escrever e de ler. É o domínio dessas
técnicas, em termos conscientes. É entender o que se lê e escrever o que se entende.
É comunicar-se graficamente. É uma incorporação.” (FREIRE, 1967, p. 110).

Portanto, a alfabetização configura-se como o ato de criar e de recriar o mundo


das palavras, e não de gravar e reproduzir palavras e frases. Ela deve dar as bases
para que o sujeito possa continuar a se “autoformar”, continuamente aprendendo e
reinventando sua realidade.

18
Assim, a alfabetização como formadora de um adulto que lê e escreve deve ser
abandonada; a alfabetização, agora, deve ser ampliada e receber o reforço do
conceito de letramento.

Atenção
O conceito de letramento não substitui o de alfabetização, que é
considerada como "ferramenta importante para o uso efetivo e
competente da leitura e da escrita, envolvendo aprendizagens que
não se restringem à decodificação, mas dizem respeito, também,
à capacidade de usar a leitura e a escrita em diferentes situações”
(UNESCO, 2008, p. 74). Já o letramento é "compreendido como o
conjunto de práticas sociais relacionadas aos usos da escrita e
suas funções e possíveis efeitos na sociedade” (UNESCO, 2008,
p. 70).

Como assim? Exemplifiquemos.

O aluno que aprende as letras e os números e é capaz de compreender e pensar uma


notícia ou um romance, isto é, um gênero textual de fácil acesso, está alfabetizado.
Já o aluno letrado é capaz de compreender referências a outras leituras universais
e a fatos da atualidade. É também capaz de produzir tais textos e interagir com
diferentes culturas escritas.

O letramento também compreende as tecnologias digitais de informação e


comunicação e seus gêneros. Um sujeito letrado nos gêneros digitais tem maior
alcance na sociedade atual, pode se informar sobre os fatos em diferentes cantos
do mundo, ter contato com expressões artísticas e culturais diferentes da sua e
participar de forma ativa da sociedade, seja por manifestos, opinião pública ou
participação em redes sociais.

Essa participação nas redes pede uma análise breve. As redes sociais são hoje um
meio de informação capaz de atingir um número gigantesco de pessoas das mais
variadas idades, em especial os jovens. Cada vez mais adultos e idosos participam
das redes sociais, ressignificando seu lugar no mundo.

Porém, sem uma educação para a compreensão dessa sociedade tecnológica,


pessoas não letradas nos meios digitais podem seguir caminhos não tão seguros,
levando-os a obterem informações equivocadas e atrapalhando sua avaliação crítica
da realidade.

19
Como exemplo, podemos ver quantas informações equivocadas passam por dia
pelas redes sociais. As pessoas compartilham sem verificar a fonte e a veracidade
das informações, muitas vezes gerando comoções por correntes, prêmios e
notícias falsas.

Por isso, hoje é cada vez mais necessária uma educação que transcenda a
capacitação do indivíduo para ler e escrever, que dê bases para escolher entre o mar
de informações vigentes na internet.

Reflita
Você já pensou nos caminhos que trilha na internet e nas redes
sociais? Às vezes, ao colocarmos nossa vida de forma tão aberta
na internet, podemos estar dando abertura para que pessoas mal-
intencionadas utilizem nossos dados, como nome, documentos e
fotos. O cyberbullying é uma prática cada vez mais crescente em
nossa sociedade. Você já foi alvo de violência virtual? Quer saber
mais sobre o cyberbullying? Veja aqui: http://acervo.novaescola.
org.br/formacao/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-
humilhacao-567858.shtml

Sistematizando os conceitos sobre alfabetização e letramento, podemos dizer que:

Letramento, segundo Hamilton e Barton (2000), diz respeito a um conjunto de


práticas de uso da linguagem em sua forma escrita em uma sociedade ou contexto.
Ou seja, trata-se de um processo que tem início quando se começa a conviver com
as diferentes manifestações da escrita na sociedade e se prolonga por toda a vida,
com a crescente possibilidade de participação em variadas práticas relevantes e
necessárias que envolvem a escrita.

A alfabetização demanda o ensino intencional e sistemático. É uma


dessas práticas que introduz os estudantes na reflexão sobre o sistema de
escrita (saber para que serve, sua função social), que promove o domínio
desse sistema (saber como ele funciona) e que introduz aprendizagens
sobre a leitura e a produção de textos. “É, portanto, uma das principais
aprendizagens para a formação de leitores e escritores que saibam lidar
com a escrita nas mais variadas situações de seu cotidiano”. (UNESCO,
2008, p. 75)

20
Até poucos anos atrás, os livros de linguagem eram produzidos com textos
fictícios, montados a partir de uma concepção de que a cada faixa etária deveria
corresponder um grau de dificuldade na leitura. Assim, um livro de redação trazia
inúmeros textos forjados e com dados fictícios visando ao ensino escolar.

Sabemos agora, e temos amplo acesso hoje, que os textos para trabalho de
alfabetização e letramento devem vir ao encontro da realidade do aluno e,
gradativamente, ir mostrando a ele diferentes realidades, e que os textos devem
ser de ampla circulação para que ampliem seu arcabouço literário e informacional.
Entende-se, então, que a prática de alfabetização deva ser concomitante à do
letramento.

Porém, mesmo que a prática de trabalho de linguagem, tanto de crianças quanto de


jovens e adultos, preveja um método que apresente as diferentes realidades, não se
pode especificar um método único de alfabetização e letramento.

Como vimos, o método Paulo Freire é bem estruturado na intenção de alfabetizar


e letrar o aluno adulto. Mesmo que o autor não tenha se utilizado do termo
“letramento”, sua concepção envolve o conceito. Entretanto, ainda que seja um
método muito utilizado, não pode ser colocado como o único. Diversos são os
métodos empregados na alfabetização e no letramento da EJA. Mas podemos
classificar todos os métodos em duas grandes categorias:

Quadro – Resumo dos métodos de alfabetização

Métodos sintéticos: Método alfabético: cuja unidade de trabalho é a


São métodos indutivos, letra.
que vão da parte para Método fônico: a unidade interessante é o fonema.
o todo. Trabalham com
memorização (letras e sons). Método silábico: a unidade de trabalho é a sílaba.
Método da palavração: a unidade de trabalho é a
Métodos analíticos: palavra.
Partem do todo para as Método da sentenciação: a unidade utilizada é a
partes, trilhando um sentença.
caminho dedutivo. Método global: utiliza o texto como unidade de
trabalho para a alfabetização.

Fonte: UNESCO (2008, p. 66).

Ao analisarmos os métodos, temos a sensação de que alfabetizar se refere a letras


apenas. Não mesmo! Também é preciso alfabetizar e letrar na matemática.

21
Normalmente, os adultos já vêm à sala de aula com os conhecimentos matemáticos
básicos, conseguindo reconhecer os principais símbolos e os números. Isso se dá
porque a maioria das ocupações dos alunos adultos pede que se utilizem conceitos
matemáticos mínimos.

Se questionarmos uma trabalhadora doméstica não alfabetizada, ela provavelmente


nos dirá que precisa entender de medidas diariamente, mesmo que não consiga
fazer a representação gráfica dessas medidas. Ela se depara com litros, quilogramas,
mililitros e outros. Já um auxiliar de construção estará em contato diário com
metros, centímetros, pés, entre outros, mesmo que não consiga escrevê-los.

Logo, o letramento matemático deve ser capaz de fazer com que o aluno adulto
compreenda o lugar da matemática em sua realidade, desenvolvendo a habilidade
de realizar operações de acordo com suas necessidades, compreendendo os termos
característicos dessa área de conhecimento.

Saiba mais
Você sabia que a Igreja Católica também vem empreendendo
esforços para a erradicação do analfabetismo no Brasil e no mundo?
Uma das atividades no país chama-se Movimento de Educação de
Base (MEB), ligado à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB). Você pode conferir o trabalho deles aqui: http://www.meb.
org.br/home/.

Com essas informações, podemos construir um quadro geral da alfabetização, que


deve ser crítica e partindo da realidade do sujeito, a qual engloba também saberes
matemáticos e deve caminhar para um letramento contextualizado, habilitando
o sujeito a transformar as diferentes práticas escritas da sociedade para o uso
democrático da leitura e da escrita em seu cotidiano.

22
Fechamento
Ao longo de nossos estudos, analisamos conceitos pertinentes à Educação de
Jovens e Adultos; como a Andragogia e a Heutagogia, tão necessários no ensino
de adultos. Na sequência, estudamos a educação popular, passamos pela linha do
tempo dos fatos marcantes na trajetória de Paulo Freire, bem como refletimos sobre
o conceito de alfabetização do de letramento.

Referências
BRASIL. SECRETARIA GERAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. DEPARTAMENTO DE
EDUCAÇÃO POPULAR E MOBILIZAÇÃO CIDADÃ. Marco de referência da educação
popular para políticas públicas. Brasília, 2014. Disponível em: http://conae2014.
mec.gov.br/images/pdf/MarcodeReferencia.pdf. Acesso em: 20 out. 2019.

BARTON, D.; HAMILTON, M.; IVANIC, R. Situated literacies: reading and writing in
context. Londres: Routlege, 2000.

DEAQUINO, C. T. E. Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem.


São Paulo: Pearson, 2008.

FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de


Janeiro: Paz e Terra, 1997.

GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta.


12. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

GHIRALDELLI JR. P. O que é pedagogia. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 2006.

MARTINS, L. M.; DUARTE, N. Formação de professores: limites contemporâneos e


alternativas necessárias. São Paulo: UNESP, 2010.

MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE (MEB). Disponível em: http://www.meb.org.


br/home/. Acesso em: 20 out. 2019.

23
RIBEIRO, V. M. Alfabetismo e atitudes: pesquisa com jovens e adultos. Campinas:
Papirus, 1999.

______. (org.) Educação de Jovens e Adultos: novos leitores, novas leituras. São
Paulo: Ação Educativa, 2001.

SANTOMAURO, B. Cyberbullying: a violência virtual. Nova Escola, ed. 233, jun./


jul. 2010. Disponível em: http://acervo.novaescola.org.br/formacao/cyberbullying-
violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml. Acesso em:
20 out. 2019.

SOUZA, J. F. de. Prática pedagógica e formação de professores. Recife: Ed.


Universitária da UFPE, 2012.

UNESCO. Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática.


Brasília: Unesco, 2008. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/
images/0016/001626/162640por.pdf. Acesso em: 20 out. 2019.

24

Você também pode gostar