GUIA PARA ADAPTAÇÃO E

INSTALAÇÃO DE KIT
REFRIGERAÇÃO PARA A
TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA

PSA AL4 / AT8 e RENAULT DP0 / DP2

 GUIA PARA INSTALAÇÃO KIT REFRIGERAÇÃO TRANSMISSÃO AT

AVISO:

Este material foi criado pela comunidade, por usuários do Grupo Citroen C4 BR,
com o intuito de ajudar os proprietários de veículos equipados com transmissão
AL4/AT8/DP0/DP2 a sanar os problemas crônicos de superaquecimento do
fluido desta transmissão, que causa desgaste precoce nos componentes
internos da mesma.

Este material não foi produzido pela montadora e não tem nenhuma relação
com o grupo PSA. Este guia pode ser utilizado como referência para a
instalação por pessoas com experiência em mecânica e elétrica automotiva.
Caso não possua experiência, procure um profissional para fazer a instalação e
compartilhe o guia com ele.

Conteúdo Técnico Antonio Araujo

Thiago Gallo

Edição Thiago Gallo

Colaboradores Grupo Citroen C4 BR

Ultima Revisão 10/12/2020

Este material não foi produzido pela montadora e não tem nenhuma relação com o grupo PSA. 1
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Sumário

Introdução e História 3
Materiais e Ferramentas Necessários 6
Lista de Materiais para instalação mecânica 6
Lista de Materiais para instalação elétrica (em paralelo) 7
Ferramentas Recomendadas 7
Exemplos de kits e componentes já utilizados 8
Instalação do Sistema 9
Etapa Mecânica 10
Instalação da flange 10
Instalação do Radiador 12
Procedimento de controle do nivel do oleo 16
Etapa Elétrica 17
Esquema de Ligação da ventoinha em paralelo 18
Esquema elétrico de Ligação da ventoinha com termostato 19
Confecção dos conectores e cabos 20
Fixação do sensor de temperatura na flange 21
Fixação do Termostato 22
Pós Instalação 23
Especificações Para Troca de Fluido de Transmissão (Oleo do cambio) 23
Resultados 23
Mais Informações 23

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Introdução e História
Esse guia é um tutorial prático para instalar um kit de radiador de óleo (fluído de caixa
automática - ATF), para resfriar o câmbio automático da linha PSA AL4 e AT8 ou
Renault DP0/DP2. Todas essas caixas são baseadas no mesmo projeto e são muito
similares. Ele também pode ser usado como referência para instalação de kit similar
em qualquer outra transmissão automática, porém as medidas e valores aqui
especificados se referem as caixas citadas acima.

Como é de conhecimento de muitos, o grande vilão dessa família de transmissões é o

aquecimento exagerado do fluido do câmbio, que muitas vezes ultrapassa os 100°
graus em operação normal, causando trancos principalmente com o motor na fase
quente.

Com o superaquecimento, o fluido perde viscosidade e fica mais fino, vazando

internamente pelas buchas e anéis traseiros da caixa, alterando a pressão hidráulica
naquele local da caixa e causando o tranco. Nota-se que este problema é físico na
parte traseira da caixa onde não há sensores nem reguladores de pressão (solenoides)
e portanto não gera erros no painel e não há travamento em terceira marcha, que é o
modo emergência. Em caixas novas ou recém reformadas esse problema é menos
pronunciado devido às menores folgas entre os componentes, com o uso as folgas
aumentam e o óleo perde suas propriedades, tornando os problemas de
superaquecimento mais evidentes.

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O superaquecimento acontece por conta de um trocador de calor ineficiente, que foi

projetado para países do hemisfério norte onde é necessário esquentar a transmissão
quando a temperatura está extremamente fria, a fim de atingir a temperatura de
funcionamento ideal. Sendo assim o objetivo do trocador de calor é fazer a transmissão
operar a temperatura semelhante ao
motor, o que faz muito sentido em
locais onde o inverno atinge
temperaturas abaixo de 0 graus
centígrados, mas em nosso país
tropical com temperaturas
raramente abaixo dos 10 graus e
frequentemente acima dos 30 graus,
o fluido da transmissão trabalha
frequentemente acima da sua faixa
de temperatura ideal, muitas vezes
chegando a níveis perigosos
durante transito pesado em dias
quentes.

Portanto, diferente do que é imaginado, o objetivo do trocador de calor não é resfriar a

caixa automática, e sim controlar sua temperatura para operar próxima a temperatura
do motor, esquentando-a quando a temperatura ambiente é baixa ou a esfriando
quando a temperatura ambiente é muito alta. Isso é feito da seguinte forma: o trocador
de calor circula o fluido da caixa por dentro de suas galerias, e ao lado, circula o fluido
de arrefecimento do radiador (água com aditivo), alimentado por mangueiras ligadas no
radiador.

Para essa adaptação, vamos remover o trocador de calor original e substituí-lo por um
sistema com radiador independente onde o fluido da transmissão será refrigerado
diretamente, resolvendo permanentemente o problema de superaquecimento. Como
benefício, não há mais o risco de misturar água do arrefecimento no óleo como no
sistema original. Vamos precisar de um adaptador (flange) que será montado no lugar
do trocador de calor original e enviará o fluido da caixa diretamente para o radiador de
óleo. Necessário também um radiador de óleo, alguns metros de mangueira para óleo,
abraçadeiras, parafusos e ferramentas. E um eletroventilador (ventoinha) para
refrigerar o radiador quando o carro não está em movimento pode também ser
instalado, apesar de não ser obrigatório é altamente recomendado.

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O adaptador (flange) era encontrado somente fora do Brasil, porém com o dólar alto se
tornou impraticável a compra pois custa pelo Ebay na faixa de U $80 (oitenta dólares).
Consegui depois de muita insistência e a partir das medições da flange gringa, um
adaptador similar no Brasil por encomenda, onde fazemos pedidos nos grupos PSA a
partir de 10 peças. Se desejar adquirir esse adaptador entre em contato nos grupos.

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Materiais e Ferramentas Necessários

Lista de Materiais para instalação mecânica

1. Adaptador de acesso oleo (flange).

2. Radiador de óleo automotivo.

a. Sugestão para melhor eficiência: Epman 15 linhas.

b. Pode ser usado Epman de 10 linhas, a temperatura será de 5 a 8 graus

maior.

3. Conexões para mangueira e radiador

a. Pode ser usada conexão reta ou em L

b. O radiador da Epman possui saída de rosca 10 AN, confirme a medida da

saída do seu radiador se for outra marca ou modelo.

c. A mangueira de meia polegada necessita de niple/espigão para essa

medida

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4. 4 metros de mangueira de meia polegada para óleo.

a. Pressão de trabalho constante 15 BAR e temperatura 100 graus

recomendados.

b. Recomendado tamanho máximo de cada segmento de 2 metros para não

afetar a pressão do sistema.

5. 4 abraçadeiras de inox para meia polegada.

a. Outra possibilidade é fazer a conexão da mangueira prensada

6. Eletroventilador automotivo universal 12V.

a. Sugestão para melhor eficiência: 9 ou 10 polegadas.

7. Parafusos de cabeça sextavada, porcas e arruelas.

8. 2 litros de oleo ATF para completar as novas partes.

a. Original: Esso/Mobil especificação LT 71141 Dexron III (semi sintético)

b. Recomendado: Dexron VI (sintético)

Lista de Materiais para instalação elétrica (em paralelo)

1. 1 metro de fio duplo bitola 2,5mm para prolongação do cabo do eletroventilador

2. 1,5 metro de macarrão corrugado auto extinguível para confecção do chicote

3. Fusível e porta fusível

4. Fita isolante e termo retrátil

Ferramentas Recomendadas
1. Furadeira e parafusadeira

2. Kit de chaves allen, chaves de boca

3. Ferro de solda

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Exemplos de kits e componentes já utilizados

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Instalação do Sistema
Com as peças em mãos, caso for realizar a instalação em casa ou com mecânico que
não tenha experiência com essa adaptação, recomendamos desmontar o parachoque
e parabarro dianteiro esquerdo para testar o posicionamento do radiador e da
ventoinha antes de iniciar a instalação. Testar como será feito a fixação e suportes
necessários. Confirmar o tamanho dos parafusos necessários, verificar por onde será
passada as mangueiras e o cabo da ventoinha.

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Etapa Mecânica

Instalação da flange
Retirar a roda dianteira esquerda juntamente com para-barro, para ter acesso a caixa
automática e ao trocador de calor. É esta peça no centro da imagem marcada em
vermelho na parte de trás da caixa:

Trocador de calor original que será retirado:

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Substituí-lo pelo adaptador flange que desviará o óleo para o radiador e seu retorno,
através das mangueiras. Usar chave de boca 30mm. Retirar o anel de vedação o-ring
da peça original e usá-lo na flange.

Passe as mangueiras pela

lateral da caixa, não passe
por cima da transmissão,
pois pode influenciar no
seletor de marchas (CMF).

Fixar a mangueira nos nipples da

flange usando as abraçadeiras.

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As mangueiras originais ligadas no trocador de calor são de água, elas não serão mais
utilizadas, só fazer by-pass, ou seja, ligá-las através de um cano de meia polegada em
I ou em U:

Instalação do Radiador
Retire o parachoque (exceção a C4 Picasso e Gran Picasso). Existem muitos vídeos no
Youtube explicando como proceder para cada veículo.

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Fixe o radiador na barra atrás do parachoque dianteiro do veículo, seja com suporte,
rebite ou aparafusado. A barra vai servir ainda de dissipador de calor. É importante
posicionar o radiador na dianteira do carro no lado oposto do eletroventilador do motor,
pois pode-se bloquear o fluxo de ar para o arrefecimento do motor.

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Procure no seu carro o menor caminho para levar as mangueiras da caixa ao radiador
e evite curvas acentuadas com as mangueiras. Passe os tubos pelo acabamento
frontal, faça um furo se necessário.

Antes de conectar as mangueiras ao radiador, complete o sistema com fluido de

transmissão (ATF) com a quantidade em torno de 700ml, essa é quantidade
aproximada necessária para completar as mangueiras e o radiador.

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Fixe o eletroventilador (ventoinha) no radiador.

Após finalizar a instalação verifique o aperto das abraçadeiras e cheque todas as

conexões para vazamentos. As abraçadeiras devem estar muito bem fixadas a fim de
evitar vazamentos. Monte novamente o parachoque e a caixa de rodas.

Neste momento é recomendado realizar o procedimento de medição de nível do óleo

da caixa.

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Procedimento de controle do nivel do oleo

1. Veiculo em nível, posição horizontal

2. Retirar a tampa de enchimento da
caixa (1) e colocar 500ml de óleo (se
estiver fazendo esse procedimento
após instalação do kit, coloque 1 litro
na primeira medição)
3. Ligar o motor
4. Pisar no freio e engatar todas as
marchas, ficando pelo menos 10
segundos em cada uma
5. Esperar a temperatura do óleo
atingir entre 58 a 68 graus
centígrados
6. Retirar o parafuso medidor de
nível (3), NÃO retirar o dreno (4).
7. Se não sair óleo, ou ele gotejar
7.1. Rosquear o parafuso
medidor de nivel
7.2. desligue o motor
7.3. Colocar mais 500ml de óleo
7.4. Recomeçar o processo de
medição do início.
8. Se o óleo formar um fio
8.1. Espere o fio parar e o óleo começar a gotejar, nesse momento o nível
está correto
8.2. Rosquear o parafuso medidor de nivel
9. O Processo está finalizado, pode desligar o motor.

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Etapa Elétrica
Lembre-se de desligar a bateria antes de iniciar o trabalho com a parte elétrica do seu
veículo. A instalação do eletroventilador é opcional porém fortemente recomendada, ela
ajuda a resfriar o radiador quando o carro não está em movimento, durante trânsito
pesado ou parado no semáforo, ou mesmo em baixas velocidades em dias muito
quentes.

Já utilizamos termostato 70/60, botão on/off e pelos testes que foram feitos (assista aos
vídeos no Youtube, link para o canal no final do guia) o sistema mais fácil e responsivo
é a ligação junto ao eletroventilador original. O eletroventilador auxiliar para o câmbio
liga sempre que o ar condicionado é acionado e ou quando há o disparo do
eletroventilador do motor.

Temos 3 opções para o controle de disparo da ventoinha:

1. Fazer a ligação junto ao eletroventilador original do carro, em paralelo. É a

ligação mais simples e funciona muito bem.
2. Através de um termostato digital com sensor de temperatura instalado na flange
ou radiador. Será possível visualizar a temperatura do câmbio e controlar o
acionamento da ventoinha.

3. Através de um botão on/off. O que não é recomendado pois a sua operação será
exclusivamente manual. Se possível usar um dos outros métodos que aciona a
ventoinha automaticamente quando necessário.

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Esquema de Ligação da ventoinha em paralelo

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Esquema elétrico de Ligação da ventoinha com termostato

Sugestão de possíveis ligações, verifique o manual do seu termostato para mais
detalhes de suas conexões e a corrente necessária para sua alimentação.

Alimentação do termostato direto no

pós chave:

ATENÇÂO! verifique o consumo de

seu termostato e certifique-se que está
dentro do suportado pelo pós chave).
A corrente da ventoinha passa pelo
termostato.

Instalação com relé

auxiliar para o
termostato:

Ligando dessa forma a

corrente de 5 a 7A da
ventoinha não passa
pelo termostato ou para
o interior do veículo.

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Confecção dos conectores e cabos

Para facilitar a manutenção, é recomendado colocar conectores nos cabos elétricos, na
saída da ventoinha e no sensor do termostato (caso seja utilizado). Utilize qualquer
conector automotivo que seja de material anti-chama. Solde os terminais e isole-os
com termoretratil antes. Proteja os fios com macarrão corrugado e finalize a ponta do
conector com termoretratil e fita isolante.

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Fixação do sensor de temperatura na flange

A flange desenvolvida nacionalmente já possui um furo com rosca para um sensor de

temperatura, caso seu sensor seja menor, fixe ele no furo usando silicone compatível
com essa aplicação. Não é necessário preencher todo o furo com silicone, somente a
parte de fora para fixar o sensor.

Para proteger o fio do sensor, utilize macarrão corrugado

com corte (facilita passar o fio), faça o acabamento das
pontas com termo retrátil e feche o corrugado com fita
isolante.

É recomendado fazer um plug conector para esse cabo,

para facilitar a remoção da flange caso necessário.

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Fixação do Termostato

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Pós Instalação
Se possuir scanner OBD ou Lexia DiagBox, acompanhe a pressão do óleo para
certificar-se que está com a pressão ideal com o carro em funcionamento.

Recomendado após a instalação do kit, fazer uma troca parcial de fluído da

transmissão. A troca parcial de 3,5 litros de fluido é recomendada a cada 40.000KM ou
4 anos de forma preventiva para garantir a longa vida da sua caixa automática.

Especificações Para Troca de Fluido de Transmissão (Oleo do cambio)

● Fluído original: Esso/Mobil LT 71141 (semi sintético)
● Recomendado: Dexron VI (sintético)
● Quantidade de fluído retirada em cada troca parcial: 3,5 litros
● Capacidade exata de fluído transmissão AL4: 6,7 litros
● Capacidade pós instalação do Kit: 7,4 litros

Resultados
A temperatura do fluído da transmissão fica em média entre 50 e 70 graus (medido via
Scanner Diagbox) o que é perfeito para a transmissão AL4, nivelando com a
recomendação de temperatura da Citroen/Peugeot no processo de verificação de nível
do fluído, onde a PSA ratifica ser a melhor margem de temperatura e viscosidade para
tal processo, que é entre 58 e 68 graus.

Bom salientar ainda que a temperatura do fluido sobe rápido até os 48-50 graus que já
é uma ótima temperatura para o fluído quanto a pressão hidráulica e a lubrificação,
uma vez que uma transmissão automática não pode ser comparada com um motor
ciclo otto quando a temperatura de operação e lubrificação, até porquê, um fenômeno
predominante para o desgaste do motor em sua fase fria, não acontece com a
transmissão, que é a dilatação.

Mais Informações
Testes teóricos, práticos e de rodagem no canal do Antonio no Youtube. Curtam,
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