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1 - 2020 UNICAMP

Mulher, 42a, em tratamento de hipertensão arterial sistêmica, de difícil controle, em uso de


enalapril 40 mg/dia, nifedipina 40 mg/dia e hidroclorotiazida 12,5 mg/dia. Antecedente
pessoal: acromegalia em tratamento com cabergolina. Exame físico: IMC = 28 kg/m² , PA=
160x110 mmHg. Glicemia de jejum= 101 mg/dL; colesterol total= 190 mg/dL; triglicerídeos=
152 mg/dL; creatinina= 0,9 mg/dL; sódio= 133 mEql/L, potássio= 2,6 mEq/L. DEVE-SE
INVESTIGAR:

A) Hiperaldosteronismo.
B) Doença de Addison.
C) Feocromocitoma.
D) Macroadenoma de hipófise.

»
O “combo” hipertensão de difícil controle e hipocalemia deve nos fazer pensar, via de regra,
em hiperaldosteronismo. Na doença de Addison, observar-se-ia hipercalemia – nela, há
queda da reabsorção de sódio no túbulo coletor renal, que acontece em troca de potássio (B
errada). No feocromocitoma, observa-se picos hipertensivos acompanhados de palpitações e
cefaleia (C errada). Macroadenoma de hipófise é causa de hipertensão secundária, a sua
suspeita depende da presença de alterações como galactorreia, amenorreia e outras (D
errada). Resposta: A.

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2 - 2020 UNICAMP

Homem, 75a, internado com insuficiência cardíaca. Exame físico: FC= 118 bpm, PA= 96x60
mmHg, T=36,5°C, pulsos cheios; pulmões: estertores crepitantes em bases pulmonares;
membros inferiores: edema +++/+4. O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO INICIAL VISA:

A) Elevar a pressão arterial para evitar a má perfusão de órgãos vitais como rins e fígado.
B) Reduzir a frequência cardíaca para diminuir o consumo de oxigênio no miocárdio.
C) Promover broncodilatação para facilitar o aporte de oxigênio para circulação arterial.
D) Reduzir a pré e a pós carga para melhorar o desempenho do ventrículo esquerdo.

» Paciente com insuficiência cardíaca descompensada, perfil hemodinâmico quente e congesto


(perfil B, o mais frequente nos casos de descompensação), ou seja, há evidência de acúmulo
hídrico, sem sinais de hipoperfusão orgânica. Assim, o manejo inicial desse paciente deve
conter vasodilatadores, com o objetivo de reduzir a pós carga e melhor o débito do ventrículo
esquerdo, além de diuréticos para redução da pré carga e, portanto, do volume que chega
até os pulmões e às câmaras esquerdas.

Gabarito: Alternativa D.

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3 - 2020 HSJC - SP

Qual dos antidepressivos abaixo é o de escolha no paciente afrodescendente?

A) Atenolol.
B) Anlodipina.
C) Losartan.
D) Enalapril.

» Houve um erro ÓBVIO no enunciado da questão... Estamos falando de ANTI-HIPERTESIVOS, e


não ANTIDEPRESSIVOS... Questão ANULADA pela banca (graças a Deus)!

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4 - 2020 UNICAMP

O ACHADO CLÍNICO MAIS CONFIÁVEL PARA AVALIAR INSUFICIÊNCIA VENTRICULAR DIREITA É:

A) Estertores de bulhas finas em bases.


B) Perfusão periférica diminuída.
C) Estase jugular pulsátil a 45°.
D) Edema de membros inferiores.

» Para avaliação de disfunção ventricular direita, devemos considerar sinais de congestão


sistêmica, uma vez que a falência do ventrículo esquerdo ocasiona primariamente congestão
pulmonar (alternativas A e B incorretas). Sabemos, no entanto, que o edema de membros
inferiores possui sensibilidade e especificidade de cerca de 50% para insuficiência cardíaca
(IC), já que outras condições ocasionam essa manifestação clínica e muitos pacientes nas
fases iniciais de IC não apresentam edema periférico. A estase jugular, no entanto, avaliada
pela turgência jugular patológica e pelo refluxo hepatojugular, é um dos critérios maiores de
Framingham para o diagnóstico de insuficiência cardíaca e possui boa correlação com
sobrecarga/insuficiência de ventrículo direito.

Gabarito: Alternativa C.

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5 - 2020 HIAE

Considere as imagens abaixo. As alterações indicadas pelas setas correspondem, mais


provavelmente, a um paciente portador de

A) estenose mitral.
B) hipertensão pulmonar primária.
C) aneurisma de ventrículo esquerdo.
D) estenose tricúspide.
E) insuficiência aórtica.

» Na radiografia de tórax em PA (imagem à esquerda), vemos que a borda cardíaca esquerda é


formada por três estruturas, de cima para baixo:
1) arco aórtico (verde)
2) tronco da pulmonar e aurícula esquerda, chamados em conjunto de arco médio (vermelho)
3) ventrículo esquerdo (amarelo).
A seta aponta para o arco médio, que normalmente é côncavo, mas nesta imagem está
convexo, significando aumento de um de seus componentes.

A imagem à direita é uma radiografia de tórax em perfil com esôfago contrastado. Foi
administrado o contraste oral (bário) ao paciente, que tornou o esôfago opacificado (branco).
Notamos que no seu terço inferior, ele está sendo "empurrado" pela borda cardíaca posterior
(vermelho). E qual a câmara cardíaca que mantém íntimo contato com o esôfago? O átrio
esquerdo! Concluímos, então, que há sinais radiológicos de hipertrofia do átrio esquerdo, e a
patologia relacionada a isso é a estenose mitral. Resposta: A.

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6 - 2020 SCMSP

Um paciente de 54 anos de idade, com antecedente de miocardiopatia isquêmica e fração de


ejeção do ventrículo esquerdo de 35%, deu entrada no serviço de emergência devido à queda
do estado geral e à dispneia progressiva. Ao exame físico, encontrava‐se em mau estado
geral, sonolento, com pressão arterial de 85 x 50 mmHg, frequência cardíaca de 124 bpm,
frequência respiratória de 26 ipm, saturação de oxigênio de 88% em ar ambiente, tempo de
enchimento capilar de 4 s e refluxo hepatojugular presente. Há estertores nos 2/3 inferiores
de ambos os pulmões e presença de galope de terceira bulha na ausculta cardíaca. Com base
nessa situação hipotética, assinale a alternativa correta.

A) Trata‐se de provável choque cardiogênico, com perfil clínico‐hemodinâmico B.


B) Trata‐se de provável choque cardiogênico, com perfil clínico‐hemodinâmico L.
C) Trata‐se de provável choque obstrutivo, com classificação de Forrester II.
D) Trata‐se de provável choque cardiogênico, com perfil clínico‐hemodinâmico C.
E) Trata‐se de provável choque obstrutivo, com classificação de Forrester III.

» A primeira avaliação a ser realizada em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada


é em relação ao perfil clínico-hemodinâmico, visto que diferentes medidas terapêuticas
devem ser instituídas em cada um dos perfis. No caso apresentado, temos um quadro claro
de congestão sistêmica, caracterizada por dispnéia progressiva, taquipnéia, queda da
saturação de oxigênio, refluxo hepatojugular e estertores bilaterais. Assim, estamos diante de
um paciente “úmido” (perfil B ou C). Na avaliação da perfusão, percebemos que há
sonolência, hipotensão e enchimento capilar periférico lentificado, ou seja, o paciente
encontra-se “frio”, em choque cardiogênico, perfil C.

Gabarito: Alternativa D.

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7 - 2020 HIAE

Em várias situações clínicas, a perda de líquidos determina redução do volume do líquido


extracelular, o que pode prejudicar a perfusão tecidual. Uma forma de identificar a
hipovolemia é a constatação da presença de hipotensão postural, que consiste em uma queda
da pressão arterial sistólica e diastólica quando, após estar deitado por 5 minutos, se assume
a posição ortostática, respectivamente, de pelo menos

A) 10 e 20 mmHg.
B) 10 ou 5 mmHg.
C) 20 ou 10 mmHg.
D) 10 e 10 mmHg.
E) 20 ou 20 mmHg.

» Questão sobre um conceito simples! O diagnóstico de hipotensão postural (ortostática) pode


ser dado quando, após um período de cinco minutos de repouso deitado, o paciente se
levanta e, dois a cinco minutos depois, um ou dois dos seguintes estão presentes: (1) queda
de pelo menos 20 mmHg na pressão sistólica; (2) queda de pelo menos 10 mmHg na pressão
diastólica. Resposta: C.

Video comentário: 228517


8 - 2020 SCMSP

Uma mulher de 73 anos de idade, com antecedentes de HAS e dislipidemia, foi levada pela
filha ao serviço de emergência, pois, ao subir rapidamente uma ladeira, apresentou perda
súbita de consciência, ficando desacordada por alguns segundos no chão. A paciente nega
abalos musculares ou liberação esfincteriana durante o episódio e nega ter percebido que ia
“desmaiar”. No momento, encontra‐se totalmente assintomática, consciente e orientada no
tempo e no espaço. Ao exame físico, apresenta apenas um sopro sistólico +3/6 mais bem
audível no segundo espaço intercostal à direita. Realizou, também, o eletroencefalograma
mostrado a seguir. Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa correta.

A) Pelos achados do caso clínico, a paciente deve ser investigada ambulatorialmente, pois se
trata de provável síncope.
B) Pelos achados do caso clínico, a paciente deve ser investigada e internada, pois se trata de
provável síncope.
C) Pelos achados do caso clínico, a paciente deve ser investigada e internada, pois se trata de
provável pré‐síncope.
D) Pelos achados do caso clínico, a paciente deve ser investigada e internada, pois se trata de
provável lipotimia.
E) Pelos achados do caso clínico, a paciente deve ser investigada ambulatorialmente, pois se
trata de provável pré‐síncope.

» A perda súbita e transitória da consciência, com retorno espontâneo da mesma, caracteriza


um quadro de síncope. O exame físico e eletrocardiograma, com sobrecarga ventricular
esquerda, sugerem fortemente a etiologia, uma estenose aórtica importante, que nesta faixa
etária (73 anos), provavelmente está relacionada à degeneração/calcificação valvar. Sabemos
que há alta chance de recorrência de síncope, uma vez que a causa não foi corrigida. Assim,
encontra-se indicada a internação hospitalar para avaliação diagnóstica e programação de
troca valvar.

Gabarito: Alternativa B.

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9 - 2020 SUS - SP

A elevação plasmática de BNP e NT-proBNP pode ser desencadeada por várias afecções
clínicas, no entanto, NÃO se espera que ocorra em decorrência de

A) sepse.
B) disfunção de ventrículo esquerdo, assintomática.
C) agudização de DPOC.
D) hipertensão pulmonar.
E) diarréia e hipovolemia.

» O BNP e o NT-proBNP são produtos resultantes da distensão das câmaras cardíacas, sendo
marcadores úteis para auxiliar no diagnóstico de insuficiência cardíaca (IC). Nos quadros de
diarreia e outras causas de hipovolemia ocorre o inverso, já que os volumes intracavitários
encontram-se reduzidos. A agudização do DPOC (alternativa C) também não é uma causa de
elevação desses biomarcadores, uma vez que a sua dosagem é recomendada inclusive para
distinção de descompensação ventilatória associada ao DPOC ou à IC. Por essa razão,
sugerimos a anulação da referida questão.

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10 - 2020 UNICAMP

Mulher 60a, é atendida no domicilio pelo SAMU apresentando intensa falta de ar e tosse com
expectoração clara há 20 minutos. Antecedentes pessoais: hipertensão arterial sistêmica e
cardiopata em uso losartana, furosemida e AAS. Exame físico: PA= 240x130mmHg; FC=
115bpm; FR= 30irpm; pulmões: estertores crepitantes nas bases e campo médio. Realizada
avaliação primária, suporte ventilatório, posicionamento adequado do paciente e acesso
venoso. A CONDUTA MEDICAMENTOSA A SEGUIR É:

A) Nitroprussiato de sódio, clonidina e furosemida.


B) Dinitrato de isossorbida, sulfato de morfina e furosemida.
C) Nitroprussiato de sódio, sulfato de morfina e cedilanide.
D) Dinitrato de isossorbida, nitroglicerina e digoxina.

» Quadro interessante de emergência hipertensiva, pessoal! Cardiopata extremamente


hipertensa no momento da avaliação queixa-se de intensa dispneia e tosse com expectoração
clara; ao exame físico, observa-se estertores crepitantes em metade dos hemitóraces – o
diagnóstico de edema agudo de pulmão não poderia ser mais claro. Vamos lembrar a
fisiopatologia: a extrema hipertensão expõe o ventrículo esquerdo a importante sobrecarga,
impedindo-o de relaxar adequadamente, o que acaba repercutindo retrogradamente – por
isso, o edema agudo de pulmão... Assim, devemos iniciar o tratamento com anti-
hipertensivos parenterais de rápida ação e que reduzam tanto a pré quanto a pós-carga,
como o nitroprussiato de sódio (B e D erradas). Além disso, podemos associar morfina e
furosemida para reduzir ainda mais a pré-carga – tais fármacos diminuem o tônus do leito
venoso – assim, o coração recebe “menos sangue” e, portanto, lança menos volume na
circulação pulmonar, aliviando a congestão. Clonidina não é boa opção de anti-hipertensivo
aqui, principalmente pelo possível efeito rebote que, após a suspensão do nitroprussiato,
pode causar nova elevação da pressão arterial (A errada) – para o nosso paciente, captopril
seria melhor escolha, tendo em vista seu efeito vasodilatador. O cedilanide, inotrópico de uso
parenteral, pode ser utilizado para melhorar a função miocárdica, mas não tem papel
definido no edema agudo não-cardiogênico, isto é, naquele não ocasionado por falha da
bomba (C errada). Por fim, não esqueça que pacientes em edema agudo de pulmão se
beneficiam da ventilação não-invasiva. E qual deve ser a resposta? Bom, apesar de citar o
dinitrato de isossorbida ao invés do nitroprussiato de sódio (melhor droga, considerando a
vasodilatação arterial causada por esta), a mehor opção de resposta é a letra B.

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11 - 2020 SUS - SP

Um homem de 50 anos, previamente hígido, é diagnosticado com hipertensão primária,


estágio 1. O exame físico não mostra outras alterações significativas, e o risco cardiovascular é
baixo. Mantém-se hipertenso, com leve aumento da pressão sistólica e diastólica, mesmo
após atingir os objetivos do tratamento não medicamentoso. O médico decide iniciar terapia
com medicação. A escolha MENOS adequada, nesse caso, consiste no uso de

A) bloqueadores de canal de cálcio.


B) beta bloqueadores.
C) Inibidores da enzima de conversão da angiotensina.
D) diuréticos.
E) bloqueadores de receptor da angiotensina II.

» Nas questões que solicitam o tratamento farmacológico da hipertensão arterial sistêmica, o


ideal é que escolhamos fármacos de primeira linha, a não ser em situações específicas,
excepcionais... São considerados grupos de agentes de primeira linha:
- Diuréticos (D errada);
- Inibidores da ECA (C errada);
- Bloqueadores do receptor da Angio II (E errada);
- Antagonistas dos Canais de Cálcio (A errada).
Lembre que os betabloqueadores foram retirados da lista de drogas de primeira linha por
não demonstrarem benefício em pacientes idosos, sobretudo o atenolol. Porém, não esqueça
que, em situações específicas, os betabloqueadores estão muito bem indicados — tais casos
incluem doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida,
taquiarritmias... Só para não restar dúvida: muita gente encasquetou que a banca deixou a
alternativa "D" dúbia por não escrever "diuréticos tiazídicos", mas convenhamos que a melhor
resposta é B; não podemos ficar brigando com a questão — você que estar certo ou quer a
vaga na residência? Com certeza, a segunda opção! Resposta: B.

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12 - 2020 SUS - SP

O tratamento de hipertensão em lactante, no puerpério, será MENOS seguro para o lactente,


com o uso de

A) alfametildopa.
B) captopril.
C) valsartana.
D) hidroclorotiazida.
E) nifedipina.

» Vamos "bater um papo" sobre o tratamento anti-hipertensivo na lactante de um modo geral


para depois analisar as alternativas. Dos betabloqueadores, o propranolol e o metoprolol são
os mais seguros por possuirem baixa taxa de transferência para o leite materno, mas outras
drogas da mesma classe como atenolol, bisoprolol, carvedilol e metoprolol apresentam perfil
apenas moderadamente seguro, o que significa que devem ser empregados de forma
individualizada. Diltiazem, nifedipina, nicardipina e verapamil (bloqueadores do canal de
cálcio) também são medicamentos aceitáveis. Captopril e enalapril até podem ser usados em
pacientes que amamentam, mas é digno de nota que o lactente está mais sujeito a efeitos
colaterais como hipotensão, convulsões e oliguria. Por isso, é fundamental avaliar o status
volêmico do bebê para evitar essas complicações ou até mesmo recorrer a outras alternativas
em rescém-nascidos suscetíveis a esses efeitos. Apesar de diuréticos - em teoria - reduzirem o
volume do leite materno, o uso de hidroclorotiazida em doses < 50 mg/dia é considerado
seguro (não se conhece muito bem o perfil de segurança da furosemida, existindo o risco de
indução de intensa diurese). Metildopa e hidralazina, os anti-hipertensivos de escolha para
grávidas, também são opções aparentemente seguras nas lactentes. Os bloqueadores dos
receptores de angiotensina II não foram extensamente estudados e por isso, não são
considerados exatamente seguros. Como você pode ver na tabela retirada da Diretriz
Brasileira de Hipertensão, enquanto candesartana e olmesartana são apenas
moderadamente seguros, a valsartana é potencialmente perigosa e por isso
CONTRAINDICADA durante a lactação.

Gabarito, letra C.

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13 - 2020 USP - RP

Você atua como médico de família e comunidade em uma Unidade de Saúde da Família e
atende uma paciente do sexo masculino, de cor branca, com 62 anos de idade e história de
hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo 2, que vem para uma consulta de rotina
e não apresenta queixas. Ele usa enalapril 20 mg/dia, anlodipino 5 mg/dia, metformina XR 500
mg/dia. No exame físico, você identifica paciente em bom estado geral, pesando 72 Kg, FC =
80 bpm, PA = 126 x 80 mmHg. Ele lhe traz os resultados de exames laboratoriais que você
pediu na última consulta. Glicemia de jejum: 110 mg/dL, HbA1C: 7%, creatinina: 2,0 mg/dL,
sódio: 137 mEq/L, potássio: 4,2 mEq/L, relação albuminúria/creatinúria: 350 mg/g. Nessa
situação, além de orientar alimentação adequada e exercícios físicos regulares, qual seria a
sua conduta?

A) Suspender o anlodipino e elevar a dose do enalapril para 20 mg de 12/12h.


B) Manter as medicações prescritas nas mesmas doses, repetir os exames e reavaliar em 1
mês.
C) Substituir a metformina por glibenclamida e manter as demais medicações prescritas.
D) Suspender o enalapril e elevar a dose do anlodipino para 5 mg de 12/12h.

» Questão bem legal e da prática do médico generalista: nosso paciente é hipertenso e


diabético. Na avaliação clínica, tem pressão arterial adequada para o perfil de morbidades -
hipertensos diabéticos têm meta pressórica < 140 x 90 mmHg. Do ponto de vista laboratorial,
a meta de hemoglobina glicada não foi atingida plenamente, mas está muito próxima: HbA1c
< 7% é o que buscamos (C errada). Outro detalhe do laboratório é que esse paciente tem sinal
de doença microvascular pelo diabetes e pela hipertensão: azotemia e albuminúria
aumentada, isto é, acima de 300 mg/g de creatinina. E agora, o que deve ser feito? Veja, o
tratamento padrão para a doença renal diabética é com fármacos que reduzam a pressão
intraglomerular e, consequentemente, a albuminúria: inibidores da enzima conversora de
angiotensina ("prils") ou bloqueadores dos receptores da angiotensina ("sartans"). Como o
paciente já está em uso de enalapril, que não está "resolvendo nosso problema",
precisaremos aumentar sua dose, que pode chegar a 40 mg/dia (B errada). Mas e quanto à
pressão arterial? Será que não vai baixar demais se aumentarmos a dose do enalapril?
Certamente... Então, podemos fazer o seguinte: vamos suspender o anlodipino e aumentar a
dose do enalapril (D errada). Assim, conseguimos melhorar o tratamento da albuminúria
aumentada sem causar hipotensão. Só para não ficar dúvida: a piora inicial da creatinina vista
com início do tratamento com os IECA não está relacionada com piora do desfecho renal a
longo prazo, sendo inclusive relacionada a redução da progressão para insuficiêcia renal
terminal, não devendo ser motivo para interrupção do tratamento.Resposta: A.

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14 - 2020 USP - RP

Você é médico(a) de família e comunidade em uma Unidade de Saúde da Família e seu


primeiro paciente do dia é um homem. Ele vem sem queixas para uma consulta de rotina
agendada previamente. Ele tem 56 anos, é hipertenso (de longa data) controlado e
dislipidêmico. Faz uso de enalapril 20 mg/dia, ácido acetilsalicílico (AAS) 100 mg/dia e
sinvastatina 20 mg/dia. Nunca fumou, nem bebeu. Apresenta exame físico normal. PA: 128 x
86 mmHg. Você checa o prontuário e encontra os seguintes exames complementares: glicose
94 mg/dL, colesterol total 185 mg/dL, colesterol HDL 61 mg/dL, triglicérides 132 mg/dL,
creatinina 1,2 mg/dL, potássio 4,3 mEq/L. Dentre as opções abaixo, assinale aquela que cita
exames obrigatórios e que estão faltando no prontuário do paciente citado.

A) Ureia e TSH.
B) Colesterol LDL e TSH.
C) Colesterol LDL e sódio.
D) Ácido úrico e urina rotina.

» Segundo a recomendação da 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial Sistêmica (2016),


são exames de rotina a serem solicitados no paciente hipertenso:

Análise de urina;
Potássio plasmático;
Glicemia de jejum e HbA1c;
Ritmo de filtração glomerular estimado;
Creatinina plasmática;
Colesterol total, HDL-C e triglicérides plasmáticos;
Ácido úrico plasmático;
Eletrocardiograma convencional.

Não temos dúvida da importância de conhecermos os valores de LDL do paciente hipertenso,


mas considerando que tais valores podem ser obtidos por cálculo a partir do colesterol total,
HDL e triglicerídeos, não há razão para aumentar o custo com solicitação de exames de
forma universal. No entanto, diretrizes americanas referem a necessidade de dosagem do
perfil lipídico, o que inclui os valores de LDL, assim como de sódio e TSH, visto que distúrbios
da tireóide podem associar-se a hipertensão arterial. Assim, considerando as referências
internacionais, consideramos que a questão deveria ter sido anulada.

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15 - 2020 UNIFESP

Homem, 60 anos de idade, hipertenso em tratamento irregular, procurou o pronto socorro


devido a cefaleia intensa e escotomas. Exame clínico: bom estado geral, hidratado, corado,
eupneico e orientado. PA = 210/128 mmHg, FC = 90 bpm. Fundo de olho mostrando
cruzamentos arteriovenosos patológicos, artérias em fio de cobre e papila bem delimitada.
Bulhas cardíacas rítmicas sem sopros ou B3. Pulmões sem ruídos adventícios.
Eletrocardiograma: ritmo sinusal com sobrecarga ventricular esquerda. Assinale a alternativa
correta.

A) O paciente apresenta urgência hipertensiva, devendo a pressão arterial ser reduzida com
medicamentos via oral em 24 horas.
B) O paciente apresenta urgência hipertensiva, sendo o tratamento ideal na chegada ao
pronto socorro a administração de nifedipina sublingual.
C) O paciente apresenta emergência hipertensiva (encefalopatia hipertensiva), devendo a
pressão arterial ser reduzida em 25% na primeira hora com administração de nitroprussiato
de sódio via endovenosa.
D) Após a análise das enzimas cardíacas, os medicamentos indicados são furosemida e
benzodiazepínicos via endovenosa.
E) É fundamental realizar tomografia computadorizada de crânio para afastar doença
neurológica.

» A questão traz um paciente com hipertensão grave associada à cefaleia com escotomas - a
grande dúvida que se faz inicialmente é: trata-se uma emergência hipertensiva? Para
caracterizar essa condição, precisamos de HAS grave associada à lesão aguda de órgão-alvo,
com ameaça à vida e/ou função desse órgão. A encefalopatia hipertensiva é uma situação
clínica bem mais grave, associada a outros achados além de cefaleia, como hipertensão
craniana (que pode ser descartada pela papila bem delimitada no fundo de olho) e alterações
neurológicas difusas (ex.: crises convulsivas). Os cruzamentos AV patológicos e artérias em fio
de cobre são achados relacionados à retinopatia hipertensiva crônica. Sendo assim, o que
temos é uma urgência hipertensiva (geralmente definida como PA diastólica > 120 mmHg) - C
incorreta - e o tratamento deve ser realizado com drogas orais de meia-vida curta (ex.:
captopril ou clonidina - B e D incorretas), com o objetivo de trazer o nível pressórico do
paciente a um patamar seguro (em torno de 160 x 100 mmHg) dentro de 24 a 48 horas (A
correta) Após esse período, o paciente deve ser manejado ambulatoriamente visando ao
controle adequado de sua hipertensão arterial. Não é indicado realizar exames
complementares para investigação de doença neurológica, pois o paciente não apresenta
nenhum sinal neurológico focal ou alteração no nível de consciência para pensarmos em um
acidente vascular encefálico (E incorreta). Resposta: A.

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16 - 2020 UNIFESP

Mulher, 30 anos de idade, com estenose mitral sintomática procura o pronto socorro devido a
fibrilação atrial de alta resposta ventricular. Você deve indicar a reversão imediata da arritmia
porque a paciente pode desenvolver rapidamente:

A) Bloqueio atrioventricular de alto grau.


B) Infarto agudo do miocárdio.
C) Choque cardiogênico.
D) Edema agudo de pulmão.
E) Arritmia ventricular complexa.

»
A fibrilação atrial é uma condição que tipicamente precipita ou piora os sintomas da estenose
mitral (ex.: dispneia, hemoptise), levando à descompensação clínica por dois mecanismos: (1)
perda da contração atrial, que desempenha um papel importante na geração de pressão
atrial esquerda adequada para manter o fluxo sanguíneo através da válvula estenótica; (2) e a
rápida resposta ventricular, que diminui o tempo disponível para enchimento do ventrículo
esquerdo durante a diástole. O problema mais imediato da FA de alta resposta, portanto, é o
aumento da pressão de enchimento do átrio esquerdo, que é transmitido retrogradamente
para a circulação pulmonar, levando a risco de edema agudo de pulmão - letra D correta. Isso
justifica a cardioversão elétrica da arritmia. O choque cardiogênico seria uma condição mais
extrema tardia nesse cenário. Resposta: D.

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17 - 2020 IAMSPE

Homem de 57 anos de idade é atendido em consulta de rotina. Ele tem antecedentes de


diabete melito e hipertensão arterial e nega demais patologias. Nos últimos 6 meses, os
valores de pressão arterial têm ficado entre 150 x 100 e 168 x 105 mmHg. Exame físico na
consulta: PA: 160 x 100 mmHg (MMSS direito e esquerdo). Exames séricos: hemograma
normal; glicemia de jejum: 112 mg/dL; hemoglobina glicada: 5,9%; ureia: 38 mg/dL, creatinina:
1,1 mg/dL, sódio: 138 mEq/L e potássio: 4,2 mEq/L. Urina: normal. Eletrocardiograma: sem
alteração relevante. Além de orientações dietéticas e exercício físico, nesse momento, a
conduta de escolha é:

A) prescrever atenolol e lisinopril.


B) prescrever anlodipino e losartana.
C) prescrever enalapril e clortalidona.
D) reavaliar em 2 semanas, antes de prescrever um anti-hipertensivo.
E) solicitar o exame de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA).

» A questão apresenta um paciente hipertenso e diabético, com hipertensão estágio 2, com


valores pressóricos entre 160x100 e 179x109 mmHg em todas as aferições. Sabemos que,
atualmente, recomenda-se a associação de dois anti-hipertensivos nesse estágio da doença,
sendo as drogas de primeira linha os IECA/BRA, diuréticos tiazídicos e bloqueadores de canal
de cálcio. Devemos considerar cada paciente na escolha de quais anti-hipertensivos escolher
e, tratando-se de paciente diabético, o uso de IECA/BRA está indicado para nefroproteção.
Quando a segunda droga, tanto a anlodipina quanto a clortalidona são opções possíveis.
Assim, apesar da alternativa C ter sido liberada pela Banca como gabarito da questão,
consideramos que a alterativa B também está correta.

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18 - 2020 UNESP

Homem de 52 anos apresenta dispneia aos esforços há dois anos, progressiva, com melhora
ao repouso. Há dois meses, iniciou inchaço nas pernas. AP: HAS não controlada há 15 anos.
Exame físico: estase jugular 2+/4+, crepitações pulmonares em bases bilaterais e edema de
membros inferiores. Rx de tórax: sinais de congestão pulmonar. Ecocardiograma: câmaras
cardíacas com dimensões normais, aumento da espessura da parede do ventrículo esquerdo,
fração de ejeção de 51%. Com o objetivo de aumentar a sobrevida e melhorar os sintomas, a
melhor conduta é

A) inibidor da enzima conversora da angiotensina e betabloqueador.


B) controle da pressão arterial e introduzir diurético.
C) betabloqueador e ivabradina.
D) antagonistas dos canais de cálcio e associação sacubitril-valsartana.

» Questão bem bacana e que serve para quebrarmos uma generalização incorreta que muita
gente faz: nem toda insuficiência cardíaca (IC) tem benefício com betabloqueador, inibidor da
ECA, bloqueador do receptor da angiotensina II... É "apenas" na IC com fração de ejeção (FE)
reduzida, ou sistólica, que essas medicações comprovadamente aumentam a sobrevida. Nos
casos de IC com fração de ejeção preservada (FE > ou igual a 50%) - ou diastólica -
caracterizada pela resistência ao enchimento ventricular durante a diástole, não há
comprovaçãa de benefício com esses fármacos: faltam estudos de grande porte e com boa
metodologia científica para embasar qualquer tipo de terapia com a justificativa de melhora
da mortalidade. O que se sabe é que: (1) toda congestão deve ser tratada com diurético e (2)
a pressão arterial e a frequência cardíaca devem ser rigidamente controladas... Assim, com a
alternativa "B" é a única que cita essas duas regras, ficaremos com ela. Resposta: B.

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19 - 2020 UNESP

Mulher de 81 anos relata tontura quando fica em pé e medo de cair. AP: HAS, incontinência
urinária e osteoartrite de joelhos. Medicações em uso regular: captopril, anlodipino,
hidroclorotiazida, paracetamol e oxibutinina. Exame físico: PA 120/70 mmHg (deitada), FC 76
bpm, pulso regular, levanta-se da cadeira sem utilizar apoio, teste time up and go 10 s. A
conduta mais adequada para avaliar o risco de queda dessa paciente é

A) mensurar pressão arterial sentada e em pé.


B) realizar tomografia de crânio.
C) avaliar equilíbrio com teste de Berg.
D) avaliar acuidade visual.

» Temos uma paciente idosa e hipertensa, em tratamento com três classes de anti-
hipertensivos. Dada a maior prevalência de hipotensão postural em pacientes idosos,
devemos ser mais permissivos nos alvos pressóricos a serem instituídos nessa população.
Assim, considerando que o efeito hipotensor das drogas possa ser o responsável pelos
sintomas apresentados pela paciente, devemos proceder a aferição da pressão arterial com a
paciente sentada e em pé, sabendo que uma queda da pressão arterial sistólica > 20 mmHg
ou da diastólica > 10 mmHg após três minutos de ortostase configura hipotensão postural.

Gabarito: Alternativa A.

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20 - 2020 UNESP

Mulher de 60 anos apresenta dispneia aos esforços, com piora progressiva no último ano,
atualmente aos esforços habituais. Nega febre. Exame físico: bulhas rítmicas, hiperfonese de
B1 com sopro diastólico em ruflar em 5° EIC esquerdo linha hemiclavicular e estalido de
abertura. ECG: ritmo sinusal, sobrecarga atrial esquerda. Raio X de tórax: aumento do tronco
da artéria pulmonar. A etiologia mais provável é

A) degeneração senil.
B) cardiopatia congênita.
C) febre reumática.
D) endocardite infecciosa.

» A presença de dispneia associada a sopro cardíaco diastólico em ruflar é achado típico da


estenose mitral (EM). Outras características citadas também são clássicas: hiperfonese de B1
devido ao fechamento de uma valva mais “endurecida”, estalido de abertura, aumento da
pressão pulmonar refletido a partir do aumento do tronco da artéria pulmonar e sobrecarga
atrial esquerda. A causa mais comum dessa valvopatia é a febre reumática. Etiologias menos
comuns incluem a degeneração senil (especialmente em idosos), pós-radioterapia, EM
congênita, infecções, doenças autoimunes, entre outras. Resposta: (C).

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21 - 2020 USP - RP

Você está examinando uma criança de 2 meses de vida com história de sudorese profusa,
taquipneia e cansaço às mamadas, com intensificação dos sintomas há 3 semanas. A
saturação de oxigênio é de 95% em ar ambiente. A radiografia de tórax evidencia
cardiomegalia global, com aumento da trama vascular pulmonar, e o eletrocardiograma
evidencia sobrecarga biventricular. Na ausculta, há a presença de sopro. Baseado nestes
dados, qual a representação esquemática mais provável do sopro encontrado? S1- primeira
bulha; S2 - segunda bulha.

A) Figura 1.
B) Figura 2.
C) Figura 3.
D) Figura 4.

» Temos um paciente apresentando quadro clínico compatível com insuficiência cardíaca com
dois meses de idade. Nesta faixa etária, tais manifestações sugerem a existência de
cardiopatia congênita, sendo a suspeita fortalecida pela radiografia de tórax, sinais de
sobrecarga ventricular e sopro cardíaco. Ora, a cardiopatia congênita que manifesta-se dessa
forma é a comunicação interventricular, cujo sopro é holossistólico (momento da contração
dos ventrículos) e sem alteração da intensidade durante a sístole. A conduta a ser instituída
depende do tamanho e das repercussões da cardiopatia. No caso apresentado, o
ecocardiograma provavelmente evidenciará uma comunicação importante com indicação
cirúrgica.

Gabarito: Alternativa C.
22 - 2020 USP - RP

Homem, 29 anos, refere ganho de peso progressivo e diagnósticos de hipertensão arterial


sistêmica e apneia obstrutiva do sono há 6 meses. Em uso de hidroclorotiazida, anlodipina e
enalapril. Exame físico: peso = 79 Kg; estatura = 162 cm; IMC = 30kg/m²; PA = 160 x 100
mmHg; FC = 72 bpm. Demais sem alterações. Exames laboratoriais: Na = 141 mmol/L; K = 2,9
mmol/L; creatinina = 0,9 mg/dL; urina rotina normal; cortisol pós 1 mg de dexametasona = 1,8
mcg/dL (VR < 2); IGF-1 = 150 ng/mL (VR 83-259). Qual é a investigação diagnóstica mais
indicada?

A) Metanefrinas urinárias fracionadas.


B) Aldosterona e renina plasmáticas.
C) GH no teste de tolerância à glicose.
D) Cortisol livre urinário em 24 horas

» O autor apresenta um paciente jovem, porém com os diagnósticos de hipertensão de difícil


controle (para o diagnóstico de hipertensão resistente deveríamos ter certeza que às três
drogas, sendo uma delas um diurético, estão em doses máximas) e síndrome da apnéia
obstrutiva do sono. O achado de hipertensão associada a hipocalemia sempre deve suscitar a
possibilidade de hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo, visto que o aumento da
produção de mineralocorticóides (aldosterona), aumenta a reabsorção de água e sódio no
néfron distal, elevando a excreção de potássio. Assim, o exame padrão ouro para esse
diagnóstico é a dosagem da atividade da aldosterona e renina plasmáticas.

Gabarito: Alternativa B.

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23 - 2020 USP - RP

Homem, 20 anos, previamente assintomático. Há 20 dias refere dispneia que progrediu em


poucos dias para aos mínimos esforços, acompanhada de fadiga e edema que evoluiu para
anasarca. Refere quadro ""gripal"" há 30 dias, tratado com sintomáticos. Exame físico: edema
depressível, indolor, ++/++++ bilateralmente, em membros inferiores até joelhos; jugulares
distendidas até 8 cm acima do manúbrio esternal, em decúbito a 45 graus, com variação
respiratória normal. Temperatura axilar = 36,5 ºC; FC = 98 bpm, rítmico, precórdio sem
anormalidades, estertores crepitantes em ambas as bases pulmonares posteriormente. ECG
com alterações difusas de repolarização ventricular. RX de tórax com ICT = 0,65 e congestão
para-hilar bilateral. ECG (DII) (figura A) e registro invasivo de pressão arterial sistêmica
(mmHg) no gráfico (figura B). Qual é a alteração fisiopatológica mais provável?

A) Derrame pericárdico de grande volume.


B) Hipertensão pulmonar emboligênica.
C) Aumento do fluxo pulmonar por cardiopatia congênita.
D) Disfunção biventricular sistólica grave.

» A questão apresenta um paciente jovem com quadro clássico de insuficiência cardíaca,


havendo manifestações clínicas e radiográficas de congestão por disfunção biventricular. Na
etiologia desta doença, devemos suspeitar de miocardite, visto que o paciente possui
infecção viral recente. O eletrocardiograma não evidencia baixa voltagem ou alternância
elétrica (alternativa A incorreta) e a presença de tromboembolismo pulmonar resultaria em
disfunção apenas de ventrículo direito, sem congestão pulmonar associada (alternativa B
incorreta), assim como na apresentação das cardiopatias congênitas, que mesmo que nas
apresentações tardias, costumam ocorrer com predomínio de sobrecarga de um dos
ventrículos (alternativa C incorreta).

Gabarito: Alternativa D.

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24 - 2020 UERJ

Mulher de 27 anos é admitida na emergência com quadro de edema agudo de pulmão de


difícil controle. Há histórico de palpitações intermitentes, com ocorrência variável conforme a
postura assumida, além de febre recorrente, emagrecimento e anemia. No exame clínico feito
há duas semanas, observaram-se diversas efélides e um ruflar diastólico à ausculta, não
precedido de estalido de abertura, em foco mitral. Auscultou-se ainda outro ruído
protomesodiastólico, ambos os ruídos observados eram intermitentes sendo mais audíveis
em ortostase. O ecocardiograma revela, no átrio esquerdo, uma massa de 4cm de diâmetro,
de brilho central heterogêneo, móvel, pedunculada, aderida ao septo interatrial. O
diagnóstico mais provável, nesse caso, é:

A) endocardite de Libman-Sacks
B) endocardite infecciosa
C) trombo intracardíaco
D) mixoma cardíaco

» Questão difícil, pois pela descrição CLÍNICA o paciente poderia ter Endocardite,Trombo atrial
e Mixoma. A resposta é MIXOMA,um tumor BENIGNO,PRIMÁRIO CARDÍACO e
RARO(incidência entre 0,0017%) mas vamos entender o motivo. Grave as principais
características que nos fazem pensar em mixoma cardíaco:

Mais comum em MULHER;

70% estão no ÁTRIO ESQUERDO;

>90% são SOLITÁRIOS/ÚNICO;

Tamanho médio 4-5cm;

Maioria aderido ao SEPTO INTERATRIAL.

É por essas características que a resposta é MIXOMA. Vale a pena lembrar que a maioria se
apresenta com uma TRÍADE CLÁSSICA:

Manifestações constitucionais(febre e mal-estar);

Manifestações embólicas(AVCi);

Manifestações obstrutivas(Edema agudo pulmonar).


Resposta LETRA D.

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25 - 2020 SES - RJ

Homem de 54 anos, diabético do tipo 2 e hipertenso, vem em uso de metformina,


hidroclorotiazida, enalapril e anlodipina. Durante o acompanhamento, desenvolve
hiperuricemia e gota. As complicações apresentadas estão mais provavelmente relacionadas
ao uso de:

A) hidroclorotiazida
B) metformina
C) anlodipina
D) enalapril

»
Dentre as drogas citadas, a que classicamente está relacionada à hiperuricemia é a
hidroclorotiazida. Diuréticos, principalmente da classe dos tiazídicos, aumentam os níveis
séricos de ácido úrico, podendo desencadear quadros de gota. A explicação é que o efeito
diurético da droga (ainda que modesto) gera uma contração transitória no volume circulante,
o que torna o néfron proximal mais “ávido” pela reabsorção de ácido úrico. Resposta: A.

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26 - 2020 UERJ

Mulher de 38 anos, em investigação diagnóstica de pericardite tuberculosa, desenvolve a


tríade de Beck. Um eletrocardiograma revela baixa voltagem difusa, com alternância elétrica.
O ecocardiograma confirma derrame pericárdico significativo, com colapso diastólico do átrio
e ventrículo direitos. Ao exame físico, o achado mais provável que essa paciente também
apresenta é:

A) queda da pressão sistólica superior a 10mmHg à inspiração profunda


B) seio descendente y profundo no pulso venoso jugular
C) pulso arterial parvus et tardus
D) terceira bulha no foco mitral

» Em uma paciente com tríade de Beck (hipotensão, turgência jugular e hipofonese de bulhas
cardíacas) e baixa voltagem ao eletrocardiograma com alternância elétrica, somos obrigados
a pensar em tamponamento cardíaco (a alteração do ECG pode ser explicada pelo movimento
pendular do coração junto com os batimentos, modificando sua posição elétrica
ciclicamente). Outra alteração compatível com o diagnóstico é o pulso paradoxal, uma
exacerbação de um fenômeno que ocorre fisiologicamente: durante a inspiração, a redução
da pressão intratorácica transmite-se para o pericárdio e para as câmaras cardíacas,
promovendo aumento do retorno venoso ao coração direito e diminuição do retorno venoso
para o coração esquerdo (pelo desvio do septo interventricular para dentro do VE), reduzindo
o débito sistólico em 7% e a PA em 3%. No tamponamento, o fenômeno exacerba-se, gerando
o pulso paradoxal, definido por uma redução da PA sistólica em mais de 10 mmHg e/ou
redução detectável da amplitude do pulso arterial durante a inspiração.

O retorno venoso para os átrios normalmente se dá em duas fases: na sístole ventricular,


quando o movimento do assoalho atrial faz com que a pressão atrial caia (descenso X) e
durante a diástole, com a abertura das valvas atrioventriculares e redução de todas as
pressões cavitárias (descenso Y). No tamponamento, o retorno venoso só ocorre na sístole, o
que faz com que o descenso Y desapareça e o X fique mais proeminente (LETRA B
INCORRETA). O pulso parvus et tardus é típico da estenose aórtica (LETRA C INCORRETA). A
terceira bulha no foco mitral é bastante comum da insuficiência mitral (LETRA D INCORRETA).

Gabarito: letra A.

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27 - 2020 SES - RJ

Homem de 58 anos, fumante, hipertenso, com intolerância à glicose e história familiar de


diabetes mellitus, tem estenose de cerca de 50% das carótidas internas. Faz uso de 100mg de
losartan e sua pressão arterial está em 150 x 90mmHg. O médico decide associar outra droga
ao esquema anti-hipertensivo. Nesse caso, a droga que deve ser evitada, pois pode aumentar
o risco de mortalidade e de infarto do miocárdio, em associação ao losartan, é o(a):

A) atenolol
B) enalapril
C) anlodipina
D) hidralazina

» Os bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA) — sartans — podem ser associados a


virtualmente quaisquer anti-hipertensivos. O problema é a a combinação com inibidores da
ECA (pril) que, conforme mostrou o estudo ONTARGET, além de não mostrar benefício,
revelou aumento dos eventos adversos. A exceção se daria para pacientes com insuficiência
cardíaca classes funcionais 3 e 4 ou com proteinúria significativa, em que poderia ser
utilizada com cautela. Resposta: B.

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28 - 2020 FJG

A droga que é indicada no tratamento da insuficiência cardíaca sistólica de classe NYHA classe
II a IV e que atua através de inibição seletiva e específica da corrente marca-passo if,
reduzindo sintomas, mortalidade e hospitalização devido à piora da insuficiência cardíaca é:

A) digoxina
B) bisoprolol
C) ivabradina
D) trimetazidina

» Falou em inibição da corrente If do marcapasso sinoatrial, pensou em ivabradina! Só para


relembrar - quando mesmo ela está indicada? Em pacientes com insuficiência cardíaca classe
funcional II-III da NYHA e que mantêm frequência cardíaca > 70 bpm, a despeito do uso de
doses máximas de betabloqueador (portanto, não é uma droga recomendada
rotineiramente!). A ivabradina mostrou redução em mortalidade cardiovascular e internação
hospitalar por insuficiência cardíaca nos ensaios clínicos. Resposta: C.

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29 - 2020 FJG

Miocardite é um processo inflamatório envolvendo o miocárdio e que pode ser causada por
infecções ou toxinas. O agente etiológico mais comumente associado é:

A) Taenia solium
B) Coxiella burnetii
C) Trypanosoma cruzi
D) Haemophilus influenzae

» Entre a variedade de doenças infecciosas que podem causar miocardite, os vírus


cardiotróficos mais prevalentes são adenovírus, enterovirus, parvovirus-B19, herpes simples,
vírus da hepatite C (HCV), citomegalovírus (CMV), e Epstein-Barr (EBV). A prevalência do perfil
viral varia conforme o meio estudado. Em nosso meio observa-se prevalência de adenovírus,
parvovírus e herpes, à semelhaça do que se encontra na população europeia. Já população
americana observa-se o predomínio de enterovírus. Em cerca de 30% das miocardites virais
observamos infecção por mais de um tipo de vírus.
Na infecção por vírus da imunodeficiência humana (HIV/SIDA) foi observada em estudo de
autopsia, a presença de miocardite em mais de 50% dos pacientes. Em outras formas de
infecção não viral, podemos ter o desenvolvimento de miocardite por Clostridium e
Corynebacterium diphtheria, Meningococcus, Streptococcus, Listeria e Borrelia burgdorferi,
que se manifesta como doença de Lyme.
Na América do Sul e especialmente em algumas regiões do Brasil a miocardite chagásica
causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é a forma mais prevalente de miocardite ou
cardiomiopatia dilatada.
Face ao exposto, dentre as opções, a resposta só pode ser a letra C.

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30 - 2020 SES - RJ

O líquido pleural de um paciente de 45 anos, internado para esclarecimento diagnóstico de


derrame pleural direito, tem LDH = 100UI/L e proteína = 1,5g/dL. O sangue colhido
simultaneamente mostrou LDH = 350UI/L (normal = 190 a 430UI/L) e proteínas totais =
6,2g/dL (normal = 6 a 8g/dL). O quadro clínico apresentado mais provavelmente constaria de:

A) emagrecimento, hemoptoicos e massa pulmonar central


B) tosse purulenta, febre e condensação no lobo inferior
C) dispneia aos esforços, ortopneia e cardiomegalia
D) dispneia súbita, dor torácica e dímero D elevado

» O grande divisor de águas na análise dos derrames pleurais é classificá-los entre trans e os
exsudatos, o que pode ser feito através dos critérios de Light. Vamos relembrar? A presença
de qualquer um dos seguintes classifica o derrame como exsudativo:

LDH do fluido/LDH sérica maior que 0,6.


Proteínas totais do fluido/proteínas totais séricas maior que 0,5.
LDH pleural > 200UI/L ou maior que 2/3 do limite superior do sangue.

Esse paciente, portanto, ter derrame transudativo. Dentre as opções, podemos excluir "A",
que seria derrame exsudativo por câncer e "B", sugestiva de derrame pleural
parapneumônico. A opção "C" traz a clínica de insuficiência cardíaca, que causa derrame
transudativo; e a opção "D" descreve quadro sugestivo de tromboembolismo pulmonar, que
pode se apresentar com características exsudativas e transudativas... E agora? Veja que a
questão foi bem clara em solicitar a causa mais provável, ou seja, mais comum! Então,
insuficiência cardíaca, dentre as apresentadas, é a melhor aposta diagnóstica. Nos portadores
de IC, quando surge derrame pleural unilateral, este geralmente é a direita, pela deficiência
natural da drengem linfática daquele lado. Resposta: C.

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31 - 2020 INCA

Um homem de 45 anos queixa-se de episódios de vômitos paroxísticos e recorrentes há 6


meses, sem outras manifestações associadas. É portador de hipertensão arterial sistêmica,
diabetes mellitus tipo 2, retinopatia diabética, gota e asma brônquica. Faz uso contínuo há 2
anos de enalapril, metformina e beclometasona inalatória. Ao exame físico, apresenta PA:
170X95mmHg, FC: 58bpm, FR: 15ipm, SpO₂: 98%. A ausculta respiratória revela raros sibilos
expiratórios difusamente. Sem outras anormalidades ao exame físico. Exames de laboratório:
creat: 1,4mg/dL (clearance de creatinina 52mL/kg/1,73m²); ur: 42mg/dL; Na: 131mEq/L; ácido
úrico: 8,9mg/dL; GJ: 134mg/dL; HgA1c: 8,2%. Assinale a alternativa que apresenta o anti-
hipertensivo MAIS ADEQUADO a ser acrescentado à prescrição desse paciente.

A) Anlodipino.
B) Furosemida.
C) Hidroclorotiazida.
D) Propranolol.

» O paciente apresentado tem perfil de morbidades bem complicado: é hipertenso, diabético


tipo 2 com retinopatia, é asmático e portador de gota... Em questões que solicitam a escolha
de fármacos anti-hipertensivos, se sabe que aqueles de primeira linha sempre têm
prioridade, a não ser em casos especiais. Com esse conhecimento, já ficaríamos entre A e C,
já que furosemida (diurético de alça) e propranolol (betabloqueador) não são fármacos de
primeira linha — além disso, betabloqueadores podem causar broncoespasmo em
asmáticos... Enfim, entre a hidrocloro e o anlodipino, deve-se evitar o tiazídico: hidrocloro
reduz a excreção de ácido úrico (C errada), podendo precipitar crises de gota... Resposta: A.

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32 - 2020 UFF

Homem, 62 anos, hipertenso, diabético e tabagista de longa data queixa-se dispneia de


esforço, dor torácica e edema periférico. Ao exame físico, observa-se turgência jugular
patológica. Nesse quadro,

A) o aumento da distensão da veia jugular na inspiração é considerada uma resposta


fisiológica.
B) a presença de B4 de VD e insuficiência tricúspide sugerem hipertensão pulmonar.
C) o sinal de Kussmaul é patognomônico de tamponamento cardíaco e indica gravidade.
D) Denomina-se pulso paradoxal a queda da pressão arterial sistólica acima de 20mmHg
durante a inspiração.
E) há turgência jugular patológica quando a distensão de seu leito é visível a 90 graus.

» Vamos analisar as alternativas:


(A) Incorreta. Durante a expiração, a pressão intratorácica aumenta devido à “subida” do
diafragma. Portanto, o retorno venoso (incluindo o proveniente das veias jugulares) diminui.
Já na inspiração, ocorre justamente o oposto: redução da pressão intratorácica e aumento do
retorno venoso.
(B) Correta. Na presença de hipertensão pulmonar, o VD acaba sofrendo hipertrofia
concêntrica, fenômeno semelhante ao que ocorre no VE de um paciente com hipertensão
arterial sistêmica. Nesses casos, podemos auscultar B4. Caso o ventrículo não consiga vencer
tamanha resistência, ocorre acúmulo de sangue que, associado a própria elevação da pressão
intraventricular, pode ocasionar insuficiência tricúspide e regurgitação de sangue para o
átrio.
(C) Incorreta. O sinal de Kussmaul (não confunda com o ritmo respiratório de Kussmaul!) é
definido pelo aumento ou pela “não diminuição” da turgência jugular durante a inspiração.
Esse fenômeno pode ocorrer em cardiomiopatias restritivas, tamponamento cardíaco ou
pericardite constritiva, situações em que as câmaras cardíacas não conseguem “relaxar” para
comportar a maior chegada de sangue.
(D) Incorreta. Na verdade, o pulso paradoxal é definido pela queda da PAS acima de 10
mmHg. No tamponamento, a parede anterior do VD não consegue se distender para
acomodar o sangue que chega e, por isso, há abaulamento do septo interventricular em
direção ao VE, reduzindo seu enchimento diastólico.
(E) Incorreta. Até por questões gravitacionais, o retorno venoso jugular é mais fácil quando o
paciente adota uma postura ereta. Quando o indivíduo se deita, espera-se maior dificuldade
nesse processo e, por isso, é possível visualizar um ingurgitamento desse vaso. Dizemos que
a turgência jugular é patológica quando o vaso ingurgitado é visível mesmo quando a
cabeceira se encontra elevada a 30-45 graus.
Resposta: (B).

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33 - 2020 INCA

Um homem de 72 anos é portador de fibrose pulmonar idiopática. Faz uso contínuo de


oxigênio, e nega o uso de outros medicamentos. Ao exame físico, apresenta crepitações
teleinspiratórias agudas em ambas as bases pulmonares. O exame cardiovascular revela
desdobramento contínuo mais amplo à inspiração com hiperfonese de P2; ausculta-se sopro
diastólico, suave, na região paraesternal esquerda superior, aspirativo, mais intenso à
inspiração. Considerando o caso descrito, assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico
MAIS PROVÁVEL para o sopro auscultado nesse paciente.

A) Estenose mitral.
B) Estenose tricúspide.
C) Insuficiência aórtica.
D) Insuficiência pulmonar.

» A fibrose pulmonar idiopática é uma pneumopatia intersticial que tem como uma de suas
possíveis complicações a hipertensão pulmonar. Esta se torna ainda mais provável na
presença de hiperfonese do componente pulmonar da segunda bulha (P2), que reflete o
fechamento da valva pulmonar. Bom, todas valvopatias descritas cursam com sopros
diastólicos. Então, não dá pra fugir por aqui... Entretanto, perceba que o sopro é melhor
auscultado na borda esternal esquerda superior, local onde se situa o foco pulmonar. Sendo
assim, a hipótese mais provável é de insuficiência desta valva. Cabe ressaltar que a
hiperfonese de P2 pode estar ausente, justamente pelo fechamento inadequado da
pulmonar. Por aumentar o retorno venoso, a inspiração pode agravar o sopro, assim como o
enunciado ressaltou. Melhor resposta: (D).
34 - 2020 UFRJ

Pode-se afirmar que este ECG é compatível com um paciente que, ao exame físico, apresenta:

A) pulso em martelo d'água


B) ritmo cardíaco irregular
C) desdobramento fixo B2
D) hipofonese de bulhas

» Temos um eletrocardiograma com alternância elétrica, um fenômeno encontrado no


tamponamento cardíaco, uma vez que durante as contrações, o coração se move no saco
pericárdico repleto de líquido. Os achados esperados são os presentes na tríade de Beck
(hipofonese de bulhas, hipotensão e turgência jugular).

Gabarito: Alternativa D.

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35 - 2020 UFF

Paciente, 28 anos, é atendida no Serviço de Emergência com dor precordial intensa (9+/10+),
iniciada há três horas, sem melhora, exceto discreto alívio com a anteflexão do tórax. Relato
de febre baixa. Ao exame físico, observa-se ruído auscultatório semelhante a sopro.
Eletrocardiograma evidencia supradesnivelamento do segmento ST em todas as derivações,
exceto em aVR e V1. Também demonstra infradesnivelamento do segmento PR. Duas
aferições de troponina de alta sensibilidade encontram-se alteradas e mantidas elevadas em
platô. A hipótese diagnóstica mais provável é de

A) pericardite aguda.
B) angina instável.
C) angina variante ou de Prinzmetal.
D) síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento de ST.
E) costocondrite.

» Quando nos deparamos com um eletrocardiograma que evidencia supra do segmento ST, a
primeira hipótese que pensamos é o infarto agudo do miocárdio, não é verdade? Mas repare
que esse infarto está muito estranho... A dor alivia quando o paciente inclina o tronco para a
frente, há febre e um ruído semelhante a um sopro pode ser auscultado. Além disso, o supra
acomete praticamente todas as derivações. Afinal, o que está acontecendo com a paciente?
Isso não é infarto! Trata-se de uma pericardite aguda. O quadro clínico é típico, assim como
as alterações eletrocardiográficas (supra de ST “difuso”, associado ao infra de PR). Dessa
forma, a resposta correta é a alternativa (A).
36 - 2020 UFF

Homem, 80 anos, portador de insônia, hipertensão arterial e hipertrofia prostática benigna,


sofre queda ao ir ao banheiro de madrugada. Faz uso de vários medicamentos: mesilato de
doxazosina, hidroclorotiazida, cloridrato de clonidina e bromazepam. Tendo em vista essas
informações, é correto afirmar que a queda é resultado de

A) polifarmácia, causando hipotensão ortostática.


B) estenose aórtica comumente acompanhada de B3 na ausculta cardíaca.
C) doença de Parkinson caracterizada por anosmia, bradicinesia, tremor e macrografia.
D) disautonomia com alteração da salivação (hiper-hidrose ou hipo-hidrose).
E) delirium.

» As quedas são importante causa de morbimortalidade em indivíduos idosos. Para se ter


noção da grandeza do problema, estima-se que cerca de 30-40% dos indivíduos com mais de
65 anos caiam a cada ano; nos acima de 80 anos, o número alcança 50%! Uma série de
fatores de risco são descritos: fragilidade, hipotensão postural, polifarmácia, uso de calçados
inadequados, presença de tapetes no domicílio... Analisando o enunciado e as alternativas, só
podemos marcar a opção (A). Além desse idoso usar três medicações anti-hipertensivas, a
idade avançada por si só já é marcada por uma maior suscetibilidade à hipotensão ortostática
(degeneração de barorreceptores, menor quantidade de água corporal e, consequentemente,
de líquido no meio intravascular).
Vamos só eliminar as outras: embora a síncope seja uma manifestação associada à estenose
aórtica, essa condição é acompanhada por B4 à ausculta cardíaca – opção (B) incorreta. A
doença de Parkinson é marcada por micrografia, e não macrografia – opção (C) incorreta. A
“hidrose” está relacionada à sudorese, e não à salivação – opção (D) incorreta. Já o delirium é
marcado por alterações da atenção e/ou do nível de consciência. Perceba que não há nada
que sugira esse diagnóstico – opção (E) incorreta.
Resposta: (A).

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37 - 2020 UFF

Mulher, 30 anos encontra-se sob acompanhamento em Unidade Básica de Saúde devido ao


diagnóstico de Hipertensão Arterial. Vinha sob uso de enalapril 10mg duas vezes ao dia.
Entretanto, o médico altera a medicação na atual consulta. O possível motivo da troca se deve
ao fato de a mulher

A) apresentar ecocardiograma com disfunção sistólica do ventrículo esquerdo.


B) apresentar indícios clínicos de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.
C) referir ser portadora de nefropatia diabética.
D) relatar um infarto do miocárdio há 2 meses.
E) estar em idade fértil e não usar método contraceptivo seguro.

» Os inibidores da enzima conversora de angiotensina são fármacos reconhecidamente


teratogênicos (E certa). Assim, devem ser evitados em mulheres no menacme e que não usam
métodos contraceptivos. Porém, na insuficiência cardíaca sistólica ou com fração de ejeção
reduzida, os "pril" reduzem o remodelamento cardíaco e aumentam a sobrevida dos
portadores (A e B erradas). Ao mesmo tempo, reduzem os níveis de proteinúria em
diabéticos, funcionando com nefroprotetores (C errada). Por fim, tais fármacos estão
indicados em pacientes pós-infarto do miocárdio (D errada). Resposta: E.

38 - 2020 FJG

Com relação à dissecção aórtica pode-se afirmar que:

A) cerca de dois terços das dissecções da aorta são classificados como tipo B
B) a ultrassonografia é o método pouco sensível e específico para o diagnóstico
C) para dissecção aguda do tipo B, recomenda-se reparo cirúrgico imediato para reduzir o
risco de complicações (ruptura e acidente vascular cerebral)
D) a terapia medicamentosa tem como meta redução da pressão arterial (<120mmHg) e da
frequência cardíaca (<60bpm), e a droga de escolha é o labetalol por via intravenosa

» Cerca de 75% dos casos de disseção aórtica aguda são proximais (tipo A de Stanford), isto é,
acometem a aorta ascendente e crossa aórtica - A errada. O ecocardiograma transesofágico a
beira do leito é um método altamente sensível para o diagnóstico, especialmente das
dissecções do tipo A. O transtorácico, em pacientes magros, também possui boa
sensibilidade - B errada. O reparo cirúrgico imediato é mandatório nas dissecções tipo A de
Stanford (proximais). Nas dissecções tipo B (aorta descendente), o tratamento geralmente
pode ser clínico - C errada. O tratamento clínico envolve rápida redução da pressão arterial,
objetivando colocar da PA sistólica entre 100-120 mmHg nos primeiros 20 minutos de
atendimento, além de colocar a FC < 60 bpm. A droga de escolha é o labetalol intravenoso,
que pode ser usado em monoterapia. Outra opção é usar nitroprussiato de sódio em
conjunto com propranolol, todos pela via intravenosa. Resposta: D.

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39 - 2020 HNMD

Na classificação da Insuficiência Cardíaca (New York Heart Association), pertencem a classe


funcional III, pacientes com cardiopatia que:

A) resulta em evidente limitação das atividades físicas. Ficam confortáveis em repouso.


Atividades físicas mínimas causam fadiga, palpitação, dispneia ou dor anginosa.
B) os torna incapacitados para realizar qualquer atividade física sem desconforto.
C) dê sintomas de insuficiência cardíaca ou de síndrome anginosa mesmo durante o repouso.
Se qualquer atividade física for realizada, o desconforto aumentará.
D) atividades físicas normais não causam fadiga exagerada, palpitações, dispneia ou dor
anginosa. Não limitam atividades físicas.
E) resulta em pequenas limitações das atividades físicas. Ficam confortáveis em repouso. A
atividade física normal resulta em fadiga, palpitações, dispneia ou dor anginosa.

» Segundo a classificação funcional de pacientes com insuficiência cardíaca da New York Heart
Association (NYHA):

Classe I: Paciente sem sintomas e nenhuma limitação em atividades rotineiras; mais de 6


METs na ergometria;
Classe II: Leves sintomas e limitações em atividades rotineiras. De 4 a 6 METs na ergometria;
Classe III: Limitação importante na atividade física; atividades menores que as rotineiras
produzem sintomas. Confortáveis somente em repouso. 2 a 4 METs na ergometria;
Classe IV: Limitação severa. Sintomas presentes mesmo em repouso. Não tolera a
ergometria.

Gabarito: Alternativa A.

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40 - 2020 UFF

Paciente masculino, 57 anos, procura Unidade Básica de Saúde com queixas de dispneia
progressiva aos esforços e edema simétrico, indolor, depressível de membros inferiores
(MMII) com piora vespertina. Refere histórico de hipertensão arterial e diabetes mellitus há 20
anos sem tratamento regular. Ao exame físico, apresenta-se com PA = 152x92mmHg; FC =
112bpm; FR = 24irpm; turgência jugular a 90º; ictus cordis no 6º espaço intercostal e desviado
lateralmente da linha hemiclavicular esquerda; estertores pulmonares em ambas as bases;
hepatomegalia dolorosa e edema de MMII. Diante da hipótese diagnóstica mais provável, a
conduta baseada em evidências é iniciar

A) bisoprolol, enalapril, ivabradina e digoxina, e aguardar ecocardiograma para então iniciar


nitrato com hidralazina.
B) furosemida, atenolol, captopril e digoxina, e avaliar início de espironolactona após
ecocardiograma e aferição da função renal.
C) hidroclorotiazida, carvedilol e besilato de amlodipina, e avaliar início de enalapril após
ecocardiograma, aferição da função renal.
D) furosemida, carvedilol e enalapril, e avaliar início de espironolactona após ecocardiograma
e aferição da função renal.
E) furosemida, nitrato, hidralazina e carvedilol, e aguardar avaliação da função renal para
iniciar espironolactona.

» Tente não brigar com a questão. A banca apresenta um caso clássico de INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA e tenta fazer menção à uma possível disfunção sistólica de ventrículo esquerdo ao
dizer que o paciente "ictus cordis no 6º espaço intercostal e desviado lateralmente da linha
hemiclavicular esquerda...". As evidências científicas são para tratamento de IC com FRAÇÃO
DE EJEÇÃO REDUZIDA, ou seja, após ECOCARDIOGRAMA, onde temos o "trio"
BETABLOQUEADOR+IECA+ESPIRONOLACTONA como redutores da mortalidade.
Digoxina,Ivabradina e Amlodipina, são opções, mas não de primeira escolha.
A furosemida sempre é usada como sintomático em pacientes com IC, nesse caso,
independente da fração de ejeção.
Por essa razão a melhor resposta é a LETRA D.

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41 - 2020 UNIRIO

Na hipertensão do jaleco branco o procedimento a ser feito para confirmar o diagnóstico é

A) MAPA.
B) melhorar a relação médico-paciente.
C) ecocardiograma transtorácico.
D) prescrever benzodiazepínico.
E) dieta com restrição de sal.

» Questão tranquila. Com prevalência global estimada em 13%, a hipertensão do jaleco


branco consiste na seguinte dissociação entre as medidas de pressão arterial (PA): valores
aumentados no consultório e valores normais fora dele, em geral refletindo descarga
adrenérgica durante a avaliação médica. Nesses casos, antes de tomarmos condutas
terapêuticas quaisquer, precisamos confirmar o diagnóstico (B, C, D e E erradas). Pacientes
jovens ou idosos, do sexo feminino, com relato de medidas normais da PA em casa e
hipertensão estágio I no consultório, sem lesão de órgão-alvo, são a principal indicação de
realizar a medida ambulatorial da pressão arterial (MAPA) para diagnóstico de hipertensão do
jaleco branco. Acredita-se que esta forma de hipertensão apresente risco nulo ou
minimamente elevado. Apesar de não existirem evidências de benefício da intervenção
medicamentosa nesse grupo, tais pessoas devem permanecer em seguimento clínico de
perto. Resposta: A.

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42 - 2020 UERJ

Paciente obeso e sedentário realizou três medidas da pressão arterial no mesmo dia, sendo a
primeira 162/92mmHg, a segunda 146/90mmHg e a terceira 140/88mmHg. A conduta
terapêutica, em relação às aferições observadas da pressão arterial, é:

A) utilizar o resultado da primeira medida e iniciar tratamento medicamentoso associado à


mudança de hábito de vida
B) considerar a última medida pressórica e estimular a pessoa para mudanças de hábito de
vida
C) fazer uma média das pressões e iniciar tratamento medicamentoso para hipertensão
D) utilizar a medida intermediária e iniciar tratamento não medicamentoso para pressão

» Na avaliação da pressão arterial realizada em consultório, recomenda-se a aferição da


pressão arterial em pelo menos duas medidas, utilizando ambos os membros e em diferentes
posições. Em caso de valores discrepantes, como no caso apresentado, é razoável estabelecer
uma média dos valores encontrados, o que torna o paciente apresentado como hipertenso
grau 1. Assim, diferente do gabarito fornecido, não há indicação de utilização de apenas um
valor como referência para a tomada de conduta. Sobre o manejo do paciente, em casos de
hipertensão estágio 1 e risco baixo a moderado não está indicada terapia farmacológica
imediata, havendo a recomendação de medidas comportamentais por três meses. Dessa
forma, consideramos que não há alternativa correta.

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43 - 2020 SES - RJ

Mulher de 68 anos, com diabetes há 20 anos e hipertensão arterial há 10 anos, relatou que
evita sair de casa, pois apresenta falta de ar ao caminhar dois quarteirões. Também deixou de
ir à hidroginástica há quatro meses. Levou para a consulta os seguintes exames: glicemia =
158mg/dL, HbA1c = 8,3%, ecocardiograma com disfunção ventricular esquerda e fração de
ejeção = 43%, TFG = 60mL/min/1,73 e microalbuminúria. Baseando-se nesses dados, os
problemas apresentados pela paciente são:

A) controle glicêmico descompensado, insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida e


insuficiência renal estádio 2
B) controle glicêmico fora das metas, insuficiência cardíaca com disfunção sistólica grave e
insuficiência renal estádio 3
C) controle glicêmico adequado à faixa etária, função sistólica normal e hiperfiltração
glomerular sem dano renal
D) controle glicêmico compensado, disfunção sistólica leve e insuficiência renal estádio 1 com
dano renal

» Questão polêmica! Vamos começar pelo controle glicêmico. Indivíduos diabéticos têm como
metas terapêuticas: hemoglobina glicada < 7%, glicemia capilar no jejum entre 80-130 mg/dl
e, após as refeições, os níveis devem ser inferiores a 180 mg/dl. Sendo assim, seu controle
glicêmico está inadequado – opções (C) e (D) incorretas.
Como sabemos, a IC pode ser dividida com base na sua fração de ejeção. Segundo o
Consenso Brasileiro, temos três tipos: IC com fração de ejeção (FE) normal (> 50%), com FE
intermediária (40-50%) e com FE reduzida (< 40%). Bom, já não há mais respostas possíveis...
Em relação à insuficiência renal, podemos classifica-lo como portador do grupo 2, definido
pela presença de TFG de 60-89 ml/min. A presença de microalbuminúria (albuminúria
moderadamente aumentada) indica estágio A2 (classificação final: G2A2).
Como vimos, não há uma resposta “100% correta”. Apesar da solicitação de recursos pelos
candidatos, a Banca manteve como gabarito a opção (A), que, de fato, é a “menos errada”.

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44 - 2020 UFSC

Consider uma paciente feminina, 55 anos, atendida no pronto-socorro com história de


dispneia aos moderados esforços há 45 dias, com piora progressiva, associada a ortopneia,
dispneia paroxística noturna e edema progressivo de membros inferiores. Ao exame, em
repouso, a paciente apresenta frequência respiratória de 26 irpm, saturação de oxigênio de
92% em ar ambiente, pressão arterial de 161/91 mmHg; frequência cardíaca de 89 bpm,
edema de membros inferiores ++/4 e presença de turgência jugular. A ausculta cardíaca não
apresenta alterações. Na ausculta pulmonar apresentava estertores finos discretos em ambos
as extremidades inferiores dos campos pulmonares posteriores. A paciente foi internada e
submetida a ecodopplercardiografia, que mostrou uma fração de ejeção do ventrículo
esquerdo de 66% pelo método biplanar de Simpson. Assinale a alternativa correta em relação
ao caso:

A) A paciente apresenta uma dispneia de causa pulmonar já que a função contrátil do


ventrículo esquerdo é normal.
B) Os sinais e sintomas apresentados pelo paciente são compatíveis com o diagnóstico de cor
pulmonale.
C) Um resultado negativo na dosagem do peptídeo natriurético atrial é suficiente para
descartar insuficiência cardíaca nessa paciente.
D) O paciente apresenta insuficiência cardíaca congestiva com fração de ejeção preservada do
ventrículo esquerdo.
E) Não há outros parâmetros na ecodopplercardiografia, além da fração de ejeção do
ventrículo esquerdo, que possam corroborar o diagnóstico de insuficiência cardíaca.

» Essa paciente tem vários comemorativos de insuficiência cardíaca (IC), inclusive critérios
diagnósticos para a doença: maiores – dispneia paroxística noturna, turgência jugular,
estertoração pulmonar; e menores – dispneia aos esforços e edema de membros inferiores.
Tendo em vista tais alterações, é muito provável que o ecocardiograma com fração de ejeção
(FE) normal tenha lhe causado estranheza... Mas não há por que estranhar: trata-se de IC com
FE preservada (A errada), que se apresenta, ao ecocardiograma, com sinais de disfunção
diastólica no Doppler mitral, além da própria FE normal (E errada). O chamado cor
pulmonale é a insuficiência cardíaca direita secundária a alguma doença pulmonar (B
errada). A dosagem do peptídeo natriurético cerebral – e não atrial – é útil para diagnóstico
diferencial com causas pulmonares de dispneia na emergência (C errada). Resposta: D.

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45 - 2020 HC - UFPR

Os medicamentos diuréticos da classe dos tiazídicos são medicamentos importantes no


tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Apesar dos benefícios comprovados, esses
medicamentos podem apresentar alguns efeitos colaterais que devem ser monitorados
especialmente na população idosa. São todos efeitos colaterais associados ao uso dos
diuréticos tiazídicos, EXCETO:

A) fotossensibilidade cutânea.
B) hiponatremia.
C) hipocalcemia.
D) hiperuricemia.
E) hipopotassemia.

» A hidroclorotiazida, como maior expoente do grupo dos diuréticos tiazídicos, age inibindo a
bomba Na/Cl no túbulo contorcido distal, atuando por efeitos diurético e natriurético (fase
inicial) e, por meios ainda não muito bem definidos, com a redução da resistência vascular
periférica (após 4-6 semanas). Os efeitos adversos geralmente ocorrem na dose superior a 25
mg/dia. São eles: distúrbio metabólico (hiperglicemia, hipertrigliceridemia, hiperuricemia — D
certa), precipitação de crise de gota, distúrbio eletrolítico (hipocalemia, hiponatremia,
hipomagnesemia, alcalose metabólica — B e E certas), além de disfunção sexual (mais que as
outras classes). Os tiazídicos reduzem a excreção de cálcio através da urina; por isso,
inclusive, podem ser utilizados no tratamento da nefrolitíase por cálculos de cálcio (C errada).
Talvez o mais difícil desta questão fosse lembrar que a hidrocloro leva a maior sensibilidade
cutânea aos raios ultravioleta, elevando o risco de câncer de pele não melanoma (A certa).
Resposta: C.

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46 - 2020 UFPB

Antônia é uma senhora negra que tem 40 anos apresenta hipertensão e diabetes em uso de
captopril 25 mg 1 x ao dia e metformina 850 mg antes do almoço. Nega eventos
cardiovasculares prévios, tabagismo e não apresenta lesões em órgão alvo. Antônia relata boa
adesão à dieta, entretanto, apresenta dificuldade de realizar atividade física em virtude de sua
vida profissional. Ela vem à consulta médica com exames solicitados na visita anterior.
Hemograma sem alterações, triglicerídeos de 320 mg/dl, glicemia de jejum 188 mg/dl,
hemoglobina glicosilada 9,0%, colesterol total de 210 mg/dl, HDL de 65mg/dl e creatinina de
0,9 mg/dl. Ao exame físico, a pressão arterial foi de 145/90 mmHg. A partir da análise destes
dados, escolha a alternativa com a melhor opção terapêutica, que deve ser a de orientar:

A) A realização de atividade física por pelo menos 150 minutos por semana, usar sinvastatina
associada a fibrato, aumentar a dose de metformina e substituir o captopril por anlodipina
em virtude da não resposta do IECA em pessoas negras.
B) A realização de atividade física por pelo menos 100 minutos por semana, prescrever
sinvastatina e AAS, aumentar a dose de metformina e aumentar a dose do captopril,
fracionando a dose em pelo menos duas tomadas ao dia.
C) A realização de atividade física por pelo menos 100 minutos por semana, prescrever AAS,
aumentar a dose de metformina e aumentar a dose do captopril, fracionando a dose em pelo
menos duas tomadas ao dia.
D) A realização de atividade física por pelo menos 150 minutos por semana, prescrever fibrato
e AAS, substituir a metformina por glimepirida e aumentar a dose do captopril, fracionando a
dose em pelo menos duas tomadas ao dia.
E) A realização de atividade física por pelo menos 150 minutos por semana, aumentar a dose
de metformina e aumentar a dose do captopril, fracionando a dose em pelo menos duas
tomadas ao dia.

» Recomenda-se, como medida de promoção da saúde em geral, a prática de atividades físicas.


A meta mínima é de 30 minutos por dia, por no mínimo 5 dias durante a semana, o que dá
150 minutos por semana (B e C erradas). Só se indica fibrato para pacientes com nível de
triglicerídeos maior ou igual a 500 mg/dl, pelo risco de pancreatite aguda iminente (A e D
erradas)... Só sobrou a letra E... De fato é preciso aumentar a dose do hipoglicemiante oral, já
que o controle glicêmico está longe da meta (hemoglobina glicada < 7%). A dose máxima de
metformina, em pacientes sem disfunção renal, é 2.550 mg/dia (850 mg 3x/dia). A meta
pressórica para diabéticos é uma PA < 130 x 80 mmHg, logo, temos que aumentar seu anti-
hipertensivo, lembrando que dose máxima de captopril é 150 mg/dia (50 mg 3x/dia). Como a
meia-vida do captopril é curta (< 12h), recomenda-se que a dose seja fracionada em 2-3
tomadas diárias, dependendo da dose total... Por fim, a última pergunta: esta paciente
precisa de estatina? Perceba que o enunciado não forneceu o valor de LDL... Como seus
triglicerídeos estão abaixo de 400 mg/dl, podemos calcular o LDL através da fórmula de
Friedewald (LDL = colesterol total - HDL - TG/5). O LDL é 81 mg/dl, abaixo de 100 mg/dl.
Segundo a referência adotada pela banca, a meta de LDL para prevenção cardiovascular
primária é um valor < 100 mg/dl para pacientes de alto risco cardiovascular. Referências mais
recentes, por outro lado, colocam que para pacientes diabéticos com idade maior ou igual a
40 anos, o uso de estatinas sempre está indicado (potência moderada potência se risco
cardiovascular em 10 anos < 20%; ou alta potência se risco maior ou igual a 20%)... Logo,
apesar da controvérsia em relação ao uso de estatinas, resposta certa de acordo com as
referências do edital é a letra E.

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47 - 2020 PSU - MG

Homem de 53 anos queixa-se de piora da dispneia basal, de forma progressiva nos últimos
cinco dias, presente até ao tomar banho e se vestir. Relata diversos despertares noturnos por
dispneia, que é mais intensa em decúbito, e episódios paroxísticos e recorrentes de
palpitação. É portador de insuficiência cardíaca, doença de Chagas, diabetes melito e gota. Faz
uso regular de losartana, espironolactona, furosemida, carvedilol e insulina NPH. Em consulta
realizada há 8 dias, foi prescrito o aumento da dose de carvedilol de 6,25mg para 12,5mg de
12/12h. Ao exame físico, apresenta PA 120/70mmHg, FC 68bpm, FR 23ipm, SpO2 em ar
ambiente de 93%, Tax 36,4°C. O paciente encontra-se alerta e orientado. As extremidades
estão aquecidas e o enchimento capilar é imediato. O exame respiratório revela crepitações
teleinspiratórias nas metades basais dos hemitórax. O exame cardiovascular revela pulso
venoso na veia jugular interna direita no nível do ângulo da mandíbula e refluxo
hepatojugular presente; o ritmo cardíaco é regular, o ictus está desviado inferiormente e para
a esquerda e é amplo. O fígado é palpado 5cm abaixo do rebordo costal direito e apresenta-se
levemente doloroso à palpação. Não há edemas nos membros inferiores. Assinale a
alternativa que apresenta uma medida INADEQUADA no manejo deste paciente.

A) Administrar 2,5 vezes a dose domiciliar de furosemida pela via intravenosa


B) Administrar dobutamina em infusão contínua intravenosa
C) Reduzir a dose do carvedilol pela metade
D) Solicitar o Holter 24h

» Paciente com insuficiência cardíaca com sinais importantes de congestão (refluxo


hepatojugular, hepatomegalia, estertoração pulmonar) sobre o qual pergunta-se qual
conduta NÃO deverá ser instituída.
O perfil hemodinâmico deste paciente é quente (extremidades perfundidas) e úmido
(congesto), ou seja, perfil B. A recomendação terapêutica nestes casos é fazer uso de
diureticoterapia de alça intravenosa (2.5x a dose habitual), já que a absorção oral é errática
dado o edema de alças intestinais (A correta).
O uso de inotrópicos fica reservado para pacientes com perfil frio (C e L), no qual temos má
perfusão periférica (B incorreta).
Os betabloqueadores, devem ser suspensos em pacientes com descompensação grave, ter
sua dose reduzida naqueles com descompensação moderada, e mantidos nos casos leves.
Dado o grau de congestão e piora da classe funcional, o adequado seria reduzir a dose dos
betabloqueadores (C correta).
Dado o relato de palpitações recorrentes e paroxísticas, um Holter de 24 horas está indicado
para detectar a presença de arritmias que possam estar ocorrendo de forma intermitente (D
correta).
Resposta: B.
48 - 2020 UFES

Assinale a alternativa em que os medicamentos usados no tratamento do choque


cardiogênico apresentam maior efeito inotrópico do que vasopressor.

A) Norepinefrina, dobutamina.
B) Dobutamina, isoproterenol.
C) Vasopressina, epinefrina.
D) Dopamina, epinefrina.

» Questão que exige um conhecimento detalhado sobre a farmacologia das aminas vasoativas.
Vamos rever cada uma delas para entender melhor o gabarito:
- Norepinefrina: é uma droga estimuladora de receptores adrenérgicos com potente efeito
vasoconstritor (atuando em receptores alfa) e modesto efeito inotrópico positivo (atuando em
receptor beta-1).
- Dobutamina: é uma droga que atua predominantemente em receptores beta, levando à
ação inotrópica positiva e vasodilatadora periférica discreta. Ou seja, há um aumento do
débito cardíaco com redução da resistência vascular periférica.
- Epinefrina: em doses baixas, possui efeito predominante em receptores beta-1 resultando
em aumento do débito cardíaco. No entanto, em doses mais elevadas, predomina o efeito no
receptor alfa, gerando um aumento da resistência vascular periférica.
- Vasopressina (hormônio antidiurético): é um potente vasoconstritor usado principalmente
como agente de segunda linha no choque vasodilatador refratário, particularmente no
choque séptico ou na anafilaxia que não responde à epinefrina.
- Isoproterenol: assim como a dobutamina, é um agente predominantemente inotrópico. Ele
atua em receptores beta-1 e tem um importante efeito cronotrópico positivo. A alta afinidade
do medicamento pelo receptor beta-2 causa vasodilatação e diminuição da resistência
vascular periférica.
- Dopamina: é um precursor da noradrenalina e sua atuação pode predominar em alfa ou em
beta, dependendo da dose utilizada. Classicamente, o uso de doses intermediárias (3-
10mcg/kg/ min) têm efeito beta, ou seja, inotrópico, enquanto doses maiores
(>10mcg/kg/min) têm efeito alfa. É mais frequentemente usada como uma alternativa de
segunda linha à noradrenalina do que como agente inotrópico.

Sendo assim, de fato, a letra B é a melhor resposta. Porém, como vimos, dependendo da
dose utilizada, tanto a dopamina quanto a epinefrina podem apresentar efeito inotrópico
maior do que vasopressor, o que deixaria a questão com duas alternativas corretas (letras B e
D). Gabarito MEDGRUPO: questão deveria ter sido anulada. Gabarito da banca: letra B.

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49 - 2020 UFPI

Considerando o tratamento da hipertensão arterial sistêmica, pode-se afirmar:

A) Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) são úteis somente nos


indivíduos com renina plasmática elevada.
B) A combinação de IECA e bloqueadores do receptor da angiotensina II (BRA) é aconselhada
para melhor reduzir os níveis pressóricos.
C) O uso do alisquireno, um inibidor direto da renina, pode e deve ser combinado com os IECA
e BRA, em diabéticos tipo II, com o objetivo de atingir menores níveis pressóricos.
D) Os antagonistas dos receptores da aldosterona são úteis na hipertensão resistente.
E) Os antagonistas dos receptores alfa pós-sináptcos são úteis somente como terapia
combinada

» Os inibidores da ECA (IECA) são considerados drogas de primeira linha no tratamento da


hipertensão arterial sistêmica (HAS), independente dos níveis de renina do paciente (A
incorreta). Seu mecanismo de ação envolve o bloqueio da transformação de angiotensina I
em angiotensina II pela enzima conversora da angiotensina. A combinação IECA com BRA
não é recomendada rotineiramente, pois está associada a maior taxa de efeitos adversos,
incluindo incidência de câncer e mortalidade (B incorreta). O alisquireno (único inibidor direto
da renina disponível) é um antihipertensivo eficaz e seguro, porém não deve ser combinado
com IECA ou BRA, pois está associado a aumento dos efeitos adversos sem melhora
importante no controle pressórico (C incorreta). Pacientes com hipertensão resistente são
aqueles que apresentam níveis pressóricos elevados apesar do uso de três antihipertensivos,
sendo um deles um diurético. Os antagonistas do mineralocorticoides (ex.: espironolactona)
são drogas excelentes nestes casos (D correta). Os agonistas (e não antagonistas) dos
receptores alfa PRÉ-sinápticos (clonidina) podem ser úteis em monoterapia em situações
específicas - ex.: HAS durante a gestação (E incorreta).
Resposta: D.
50 - 2020 SES - PE

Uma paciente procura o ambulatório com queixas de tosse seca há quatro meses. É
hipertensa, controlada com enalapril 20mg/dia e refere fumar um maço de cigarros/dia há 20
anos. Ao exame físico, a ausculta pulmonar é normal e PA = 140x90 mmHg. Assinale a melhor
conduta para o caso nesse momento.

A) Associar hidroclorotiazida ao esquema anti-hipertensivo.


B) Trocar o enalapril por losartan.
C) Associar amlodipina ao esquema.
D) Associar omeprazol, já que a tosse provavelmente deve ser secundária a refluxo
gastroesofágico.
E) Associar beta2 agonista, já que a tosse deve ser manifestação de DPOC incipiente.

» De onde essa tosse está vindo? Sabemos que tosse seca pode ser um efeito colateral dos
inibidores da enzima conversora de angiotensina (como o enalapril) em até 20% dos
pacientes. O sintoma costuma surgir em uma a duas semanas desde o início do tratamento -
mas pode demorar até 6 meses para aparecer - acometendo mais comumente mulheres. O
mecansimo não é completamente esclarecido, mas parece ter relação com o aumento da
concentração de bradicinina e de substância P, moléculas metabolizadas pela enzima
conversora inibida pela droga. Para resolver esse problema, basta interromper o uso da
droga (os sintomas melhoram geralmente em 4-7 dias) e substituí-la por um bloqueador do
receptor de angiotensina (como é o caso da losartana) classe que também interfere no eixo
do sistema renina-angiotensina-aldosterona, mas que não promove inibição da enzima
conversora. Para melhorar a nossa resposta, faltou traçar estratégias para interrupção do
tabagismo - mesmo que não haja nenhum estigma claro de DPOC - mas tudo bem.

Resposta: B.

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51 - 2020 AMRIGS

Analise as assertivas abaixo sobre o tratamento da hipertensão arterial: I. Inibidores da


enzima conversora (IECA) ou bloqueadores de receptores da angiotensina (BRA) são drogas
preferenciais em hipertensos com diabetes, nefropatia e/ou disfunção ventricular. II.
Nifedipina é boa opção em hipertensos com doença coronariana. III. Nos pacientes em uso de
IECA que desenvolvem hiperpotassemia ou perda de função renal, pode-se trocar a droga por
BRA. IV. Betabloqueadores e tiazídicos se associam a aumento da incidência de diabetes e
disfunção erétil. Quais estão corretas?

A) Apenas I e III.
B) Apenas I e IV.
C) Apenas II e III.
D) Apenas II e IV.

» Vamos analisar as quatro assertivas propostas sobre o tratamento da hipertensão arterial


sistêmica (HAS).
I - certa. Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA) e os bloqueadores dos
receptores AT1 da angiotensina 2 (BRA) são fármacos que (1) reduzem o remodelamento
cardíaco, inclusive no pós-infarto, e (2) funcionam como nefroprotetores, ao reduzir a
excreção urinária de proteínas. Assim, são excelentes para hipertensos portadores de
insuficiência cardíaca ou diabetes.
II - errada. A nifedipina de ação curta, ao induzir rápida vasodilatação periférica, acaba
causando taquicardia reflexa, o que aumenta o consumo miocárdico de oxigênio. Assim, deve
ser evitada em coronariopatas.
III - errada. Os iECA e os BRA têm mecanismo de ação muito semelhante. Ambos reduzem a
liberação de aldosterona pelo córtex adrenal e, ao mesmo tempo, diminuem a ação da
angiotensina 2 na arteríola eferente, podendo causar perda de função renal. Assim, podem
causar hipercalemia e azotemia. Portanto, não faz sentido trocar iECA por BRA tendo por
motivo tais alterações.
IV - certa. Betabloqueadores e diuréticos causam disfunção erétil. Quanto à incidência de
diabetes, a hidroclorotiazida, em doses excessivas, pode induzir hiperglicemia e, em
pacientes predispostos, causar diabetes. Por outro lado, os betabloqueadores podem se
associar, nos tecidos, à resistência insulínica, o que alteraria o perfil lipídico e tenderia ao
aumento dos níveis glicêmicos.
Resposta: B.

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52 - 2020 SCMBH

Considere um paciente jovem, com passado de doença reumática, evoluindo com dispneia
aos pequenos esforços. Realizou ecocardiograma transtorácico, que mostrou estenose mitral
importante, com escore de Block de 8. Em relação a esse escore, utilizado na avaliação de
pacientes com estenose mitral, deve-se considerar os seguintes critérios:

A) Calcificação, espessamento, mobilidade das cúspides e trombo em átrio esquerdo.


B) Calcificação, espessamento, mobilidade das cúspides e grau de regurgitação.
C) Calcificação, espessamento, mobilidade das cúspides e aparato subvalvar.
D) Calcificação, espessamento, mobilidade das cúspides e diâmetro do anel valvar.

» Questão "decoreba". Pacientes com estenose mitral devem ser avaliados de acordo com o
escore de Block para decidir quanto à melhor forma de intervenção. Os itens avaliados são
motilidade, calcificação, espessamento e aparelho subvalvar. Nesse escore, cada um destes
factores é atribuída uma pontuação de 0 a 4, com 0 representando a ausência de cada
anormalidade e 4 representando a forma mais grave. A pontuação total ≤8 está associada a
excelentes resultados após valvoplastia.

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53 - 2020 AMRIGS

Entre as drogas usadas no tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção


reduzida, algumas reduzem a mortalidade, quais sejam: I. Inibidores da enzima conversora. II.
Digoxina. III. Antagonistas da aldosterona. IV. Diuréticos de alça. V. Betabloqueadores. Quais
estão corretas?

A) Apenas I, II e III.
B) Apenas I, III e V.
C) Apenas II, III e IV.
D) Apenas III, IV e V.

» Sabemos que, no curso da insuficiência cardíaca (IC), existem mediadores químicos que
dirigem a progressão da doença. Os três principais são a noradrenalina, a angiotensina e a
aldosterona. Grandes estudos já comprovaram que, inibindo a ação ou a produção dessas
moléculas, conseguimos AUMENTAR ABSURDAMENTE a sobrevida de um doente com IC. As
drogas capazes de realizar tal feito são os iECAs (inibidores da enzima conversora de
angiotensina), os bloqueadores da angiotensina II, os betabloqueadores e os inibidores
diretos da aldosterona. Já para a melhora dos sintomas, podemos empregar, principalmente,
drogas para reduzir a volemia e, portanto, as pressões de enchimento ventricular - caso da
furosemida - e drogas para aumentar a força contrátil do miocárdio, como a digoxina.
Resposta: B.

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54 - 2020 SCMBH

Em relação à terapia medicamentosa para insuficiência cardíaca crônica com fração de ejeção
reduzida, assinale a alternativa incorreta.

A) A terapia com a associação de sacubitril e valsartana não reduziu a taxa de mortalidade em


pacientes com insuficiência cardíaca crônica classe II a IV de NYHA.
B) A ivabradina pode ser indicada no tratamento da insuficiência cardíaca crônica nos
pacientes em que o betabloqueador não consegue atingir a meta de frequência cardíaca em
torno de 60 bpm.
C) Os digitálicos estão indicados em pacientes com insuficiência cardíaca crônica para melhora
de sintomas, porém, não alteram a mortalidade.
D) A espironolactona, comprovadamente, reduz a mortalidade nos pacientes com insuficiência
cardíaca crônica.

» Pessoal, vamos às assertivas:


Segundo estudos mais recentes, a associação Sacubitril + Valsartana, nome comercial
Entresto, reduziu a mortalidade da IC com FE reduzida em pacientes CF II-IV. A partir dos
resultados do PARADIGM-HF, recomenda-se a troca de IECA/BRA para o sacubitril/valsartana
nos pacientes com ICFEr que persistem sintomáticos, mesmo após o emprego de doses
otimizadas dos bloqueadores neuro-hormonais. A incorreta.
A ivabradina é indicada para disfunção de VE sintomática, em paciente com terapêutica
otimizada, em ritmo sinusal e com FC ≥ 70 bpm, para redução de hospitalização, morte
cardiovascular e morte por IC. Achamos que cabe recurso pois a indicação da droga na opção
B não é a mesma encontrada na literatura. B incorreta.
Os digitálicos reduzem sintomas mas não mortalidade. C correta.
A espironolactona está indicada para redução de moralidade, primeiramente observada na
CF III-IV, depois para todo paciente com FE < 40%. D correta.
Havendo duas assertivas incorretas (A e B), a questão foi anulada após pedido de recurso.

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55 - 2020 SCMBH

Analise o caso clínico a seguir. Paciente do sexo feminino, 28 anos de idade, com história
pregressa de febre reumática na infância e uso de penicilina g benzatina 1 200 000 ui entre os
16 e 18 anos de idade. Procurou pronto-socorro com relato de dispneia progressiva iniciada
há aproximadamente um ano, com piora importante há dez dias, quando passou a ocorrer
aos mínimos esforços, associada a palpitações. Quando em repouso, assintomática. Ao
exame: corada, hidratada, sem edema de membros inferiores. Aparelho cardiovascular:
bulhas arrítmicas com sopro diastólico grau 3 de Levine em região de ictus cardíaco. Aparelho
respiratório: eupneica, sons respiratórios normais com crepitações em bases de ambos os
pulmões, FR: 16 irpm. Abdome: normotenso. Indolor. Exames de laboratório: hb: 12,3; gl: 7
300; plt: 220 000; Cr: 0,9; Na: 135; K: 4,2. Radiografia de tórax: índice cardiotorácico
aumentado às custas de átrio esquerdo. Eletrocardiograma: fibrilação atrial. Ecocardiograma:
valvulopatia acarretando disfunção valvar grave. Assinale a alternativa que indica a classe
funcional da NYHA (New York Heart Association), a disfunção valvar e o tratamento adequado.

A) CF NYHA IV / Estenose mitral / Tratamento medicamentoso.


B) CF NYHA III / Insuficiência aórtica / Tratamento cirúrgico.
C) CF NYHA II / Insuficiência aórtica / Tratamento medicamentoso.
D) CF NYHA III / Estenose mitral / Tratamento cirúrgico.

» Sintomas, como dispneia, aos mínimos esforços, mas com a paciente assintomática em
repouso, a colocam na classe funcional III segundo o sistema proposto pela NYHA (IV seria
sintomas em repouso). O passado de febre reumática, com antibioticoprofilaxia inadequada
para qualquer cenário (já que a duração foi < 5 anos), e presença de sopro diastólico no ápice
cardíaco, são dados que apontam para o diagnóstico de estenose mitral, a principal forma de
sequela cardíaca tardia da febre reumática. A descompensação aguda dos últimos dias (piora
importante da dispneia) se deve ao surgimento de fibrilação atrial (palpitação, sinais de
congestão pulmonar como crepitações bibasais), o que foi confirmado pelo ECG. Ora, o
ecocardiograma realizado definiu que a valvopatia em questão é grave (o que, na estenose
mitral, signifca área de orifício valvar < 1 cm2). Estenose mitral grave com insuficiência
cardíaca = tratamento intervencionista, que pode ser percutâneo (valvoplastia por balão) ou
cirúrgico (valvotomia ou troca valvar), dependendo das condições anatômicas do aparelho
mitral. Assim, a única resposta possível é a letra D.

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56 - 2020 SURCE

Homem de 52 anos foi avaliado por queixa de cefaleia occipital frequente, fadiga e sonolência
diurna. Sedentário, também referia dispneia aos esforços mais acentuados como correr ou
subir escadas. Ao exame, apresentava IMC 32,5 kg/m2, circunferência abdominal 102 cm, PA:
150 x 100 mmHg, pulso 95 bpm. Abdômen: globoso por adiposidade e sem estrias. Exames
bioquímicos: Glicemia 118 mg/dL, A1C: 5,5%, Colesterol: 225 mg/dL, HDL: 32 mg/dL,
Triglicerides: 335 mg/dL, LDL: 126 mg/dL. Foi prescrito losartana e recomendado mudanças
no estilo de vida. LEGENDA: IMC: índice de massa corporal; PA: pressão arterial; bpm:
batimentos por minuto; A1C: hemoglobina glicada. Qual conduta adicional seria a mais
indicada?

A) Solicitar polissonografia para investigar apneia do sono.


B) Prescrever ácidos graxos de ômega 3 para promover elevação do HDL.
C) Indicar cirurgia bariátrica para tratar a obesidade e prevenir diabetes tipo 2.
D) Dosar microalbuminúria e proteína C reativa para confirmar síndrome metabólica.

» Um homem obeso que apresenta fadiga, sonolência diurna e hipertensão deve ser
obrigatoriamente investigado para síndrome da apneia/hipopneia obstrutiva do sono! Os
fatores predisponentes são: obesidade, principalmente central; sexo masculino;
anormalidades craniofaciais, como hipoplasia maxilomandibular; aumento do tecido mole e
do tecido linfoide da faringe; obstrução nasal; anormalidades endócrinas, como
hipotireoidismo; acromegalia; e história familiar. Os fatores associados são: hipertensão
arterial sistêmica (HAS), hipertensão pulmonar, arritmias cardíacas relacionadas ao sono,
angina noturna, refluxo gastroesofágico, prejuízo na cognição e na qualidade de vida e
insônia. Neste caso, o exame indicado é a polissonografia. Resposta: A.

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57 - 2020 HCG

Um paciente portador de ICFEr, FE = 35% e NYHA II vai ao ambulatório para consulta de


rotina. Ao exame, observam-se ritmo regular, FC = 70 bpm, PA 120x80 mmHg e um perfil
quente e seco. Faz uso regular de Bisoprolol 10 mg/dia, Enalapril 20 mg/dia e Espironolactona
25 mg/dia. Nesse caso, a conduta mais apropriada é:

A) manter a medicação.
B) aumentar o Enalapril para 40 mg/dia.
C) acrescentar Ivabradina 5 mg, duas vezes ao dia.
D) acrescentar Digoxina, 0.125 mg/dia.

» A ivabradina (Procoralan®) é um inibidor específico e seletivo da corrente “If” do nó sinoatrial,


modulando o influxo das correntes iônicas e determinando como consequência uma redução
da frequência cardíaca. Os estudos já realizados demonstraram redução da combinação de
morte cardiovascular e hospitalização por IC, redução do risco de IAM fatal e não fatal e da
redução da mortalidade por IC. Fica recomendada a associação da ivabradina à terapêutica
padrão em pacientes com IC de FE reduzida, em ritmo sinusal com FC >= 70 bpm e classes
funcionais II-III da NYHA, em uso de terapia otimizada.
A dose estudada é de 5 mg 2x/dia, com aumento para 7,5 mg 2x/dia, conforme resposta da
frequência cardíaca.
Observem que o tratamento deste paciente JÁ ESTÁ OTIMIZADO: ele está "quente e seco".
Logo, não faz sentido mexer nas medicações atuais. A indicação da ivabradina é justamente
essa, reduzir morte cardiovascular e hospitalização por IC em pacientes OTIMIZADOS.
Melhor resposta, portanto, opção C.

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58 - 2020 HUBFS/HUJBB

Paciente, 66 anos, sexo feminino, hipertensa sem tratamento prévio, deu entrada no setor de
urgência, com dispneia intensa, frequência cardíaca de 110 BPM, pressão arterial de 180/100
mmHg, frequência respiratória de 36 IRPM, saturação de oxigênio em ar ambiente de 82%,
escala de coma de Glasgow 7 (O2V1M4), temperatura axilar 36,5oC, anasarcada e ausculta
pulmonar com estertores crepitantes difusos bilaterais. Aos exames: pH 7.3, HCO3 15 mmol/L,
pCO2 30 mmHg, pO2 40 mmHg, SatO2 80%, creatinina 4 mg/dl (creatinina de doze meses
atrás igual a 3,5 mg/dl), potássio 7 mEq/L, hemoglobina 8g/dl, leucócitos 7000, plaquetas
200.000. A terapêutica inicial, adequada ao caso, será composta por

A) ventilação não invasina (VNI), morfina, nitroprussiato de sódio.


B) intubação orotraqueal, ventilação não invasiva e antibioticoterapia.
C) ventilação não invasiva, toraconcentese de alívio e captopril.
D) intubação orotraqueal, ventilação invasiva, nitroprussiato de sódio.
E) captopril, furosemida e noradrenalina.

» Com Glasgow < 8 (coma) existe indicação de intubação traqueal imediata, visando a proteção
das vias aéreas, com instituição, é claro, de ventilação mecânica invasiva. Ademais, a paciente
está em franca insuficiência respiratória (taquidispneia, dessaturação arterial, sinais de
congestão pulmonar), o que corrorbora a necessidade de ventilação mecânica para melhoria
da troca gasosa. A paciente possui diagnóstico prévio de HAS e história de não adesão
terapêutica, e o diagnóstico sindrômico atual é de evidente edema agudo de pulmão
hipertensivo (PAS sistólica maior ou igual a 180 mmHg com lesão de órgão-alvo = emergência
hipertensiva). A presença de doença renal crônica (azotemia há mais de 3 meses) revela que
se trata de paciente hipertensa de longa data, já com lesão crônica de órgão-alvo. Ademais, a
insuficiência renal desta paciente seguramente está contribuindo para a piora pressórica,
provavelmente por um componente de hipervolemia (e EAP, neste cenário, pode ser
desencadeado após um aumento na ingesta de sal, por exemplo). Enfim, como se trata de
uma emergência hipertensiva, temos que utilizar anti-hipertensivos parenterais. A droga de
escolha, neste caso, é o nitroprussiato de sódio. Cabe uma observação: como a paciente tem
insuficiência renal grave, o ideal será lançar mão, o mais breve possível após controle inicial
da hipertensão, de outras estratégias anti-hipertensivas, por exemplo: hemodiálise com
ultrafiltração... O nitroprussiato não pode ser mantido por muito tempo neste caso, devido ao
risco de intoxicação pelo metabólito TIOCIANATO, que se acumula em renais crônicos.
Felizmente, no entanto, isso só costuma acontecer quando doses altas são utilizadas por
mais do que 4 dias... Resposta: D.

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59 - 2020 UFPB

Em relação à insuficiência Cardíaca (IC), é correto afirmar:

A) A espironolactona é uma droga que altera a sobrevida na IC, portanto, está indicada
sempre que a fração de ejeção cardíaca for menor que 50%.
B) A digoxina está bem indicada na IC, sendo capaz de reduzir as hospitalizações e melhorar a
sobrevida.
C) A combinação de um d urético e um inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA)
deve ser o tratamento inicial na maioria dos pacientes sintomáticos com insuficiência cardíaca
e Fração de Ejeção Ventricular Esquerda (FEVE) reduzida, com a adição precoce de um beta-
bloqueador.
D) A combinação sacubitril com valsartana é uma das novas opções terapêuticas iniciais para
substituir os inibidores da ECA, beta-bloqueadores e espironolactona na IC.
E) Tanto a ivabradina quanto o bisoprolol são medicamentos de primeira escolha para o
tratamento da insuficiência Cardíaca.

» São feitas cinco afirmativas sobre insuficiência cardíaca (IC). Vejamos cada uma:A - errada. Os
antagonistas da aldosterona, como a espironolactona, estão indicados nos pacientes com
insuficiência cardíaca sintomática (estágio C), FE reduzida (menor ou igual que 35%) e classe
funcional II a IV da NYHA.B - errada. A digoxina atualmente é utilizada para pacientes que se
mantenham muito sintomáticos mesmo com bloqueio neuro-hormonal e controle volêmico
adequado. Lembre sempre que esse fármaco se dirige apenas aos sintomas da IC, não
alterando mortalidade.C - certa. O tratamento inicial da IC é, geralmente, iniciado com o
"combo" inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e diuréticos de alça. Os
betabloqueadores são adicionados à prescrição posteriormente, quando o paciente já está
compensado.D - errada. A combinação valsartana-sacubitril até pode ser utilizada em casos
específicos para substituição do IECA ou BRA, mas não dos betabloqueadores e
espironolactona.E - errada. Embora o bisoprolol seja betabloqueador de primeira linha no
tratamento da IC, a ivabradina só é indicada em casos específicos - pacientes em ritmo
sinusal com frequência cardíaca > 70 bpm e classe funcional II-III da NYHA com disfunção
sistólica em uso de terapia otimizada.Resposta: C.

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60 - 2020 SURCE

Paciente masculino, 76 anos, com histórico de dispneia aos esforços moderados, foi internado
com quadro de dor torácica e síncope ao realizar esforço. Realizou cateterismo que
demonstrou 3 pontes pérvias de cirurgia de revascularização coronária realizada há 2 anos,
sem lesões significantes. É diabético mal controlado, em uso irregular de insulina 1,6 U/kg/dia
e apresenta claudicação em membros inferiores, ao caminhar cerca de 150 metros. Ex-
tabagista de 75 maços/ano, abandonou tabagismo há 2 anos e mantém-se em tratamento
para enfisema pulmonar moderado. Ao exame, tem IMC: 33,1 kg/m², PA: 124 x 104mmHg,
Pulso regular de 96 bpm com ascensão lenta. Sopro sistólico ejetivo com pico telessitólico
mais audível no 2o espaço intercostal próximo à borda esternal direita. Creatinina sérica de
2,3 mg/dL (VR: 0,8-1,3). Eletrocardiograma com hipertrofia ventricular esquerda e padrão de
sobrecarga. Ecocardiograma com fração de ejeção de 48%, Pressão sistólica de artéria
pulmonar estimada em 50 mmHg, área valvar aórtica de 0,7 cm² e gradiente Ventrículo
esquerdo - Aorta de 55 mmHg. LEGENDA: VR: valor de referência; IMC: índice de massa
corporal; bpm: batimentos por minuto. Qual a terapêutica preferencial para o paciente nesse
momento?

A) Cirurgia de troca valvar aórtica.


B) Plastia de valva aórtica com balão.
C) Implante de bioprótese aórtica transcateter.
D) Reabilitação cardiopulmonar exercícios físicos estruturados.

» Pessoal temos um paciente com estenose aórtica grave, identificada por jato transaórtico
≥4.0 m/s ou gradiente transvalvar ≥40 mmHg; esses pacientes também apresentam
geralmente área valvar ≤1.0 cm2, embora este não seja um critério diagnóstico. Pessoal, EA
grave sintomática é igual a troca valvar, sendo opções o implante de prótese transcateter ou
a cirurgia convencional de troca valvar. O que estabelece o tipo de abordagem é o estado
geral do paciente e a necessidade ou não de revascularização miocárdica. Este paciente não
apresenta indicação de RVM pelo CATE, porém tem um risco cirúrgico quase proibitivo para
uma cirurgia convencional (idade, enfisema, DRC, DM mal controlado), o que favorece a
escolha pelo implante de bioprótese transcateter. Resposta: C.

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61 - 2020 UFPI

Determinados anti-hipertensivos oferecem benefícios terapêuticos específicos em algumas


condições clínicas associadas à hipertensão arterial sistêmica. Identifique abaixo uma
associação adequada.

A) inibidor da enzima conversora da angiotensina: gravidez.


B) betabloqueador: hiperglicemia e dislipidemia.
C) bloqueador do canal de cálcio dihidropiridínico: taquicardia e fibrilação atrial.
D) bloqueador alfa adrenérgico: hiperplasia prostática benigna.
E) tiazídicos: hiponatremia.

» Pessoal, na verdade todas as assertivas trazem antidepressivos e efeitos adversos ou


contraindicações, relativas ou absolutas, ao uso dos mesmos (por exemplo, IECA não deve ser
usado em gestantes, e uso de tiazídico pode causar ou agravar uma hiponatremia). A única
associação correta entre anti-hipertensivo e condição na qual o mesmo traria benefício está
listada na letra D. Os bloqueadores alfa são inclusive utilizados no tratamento da HPB, uma
vez que promovem o relaxamento na musculatura uretral. Resposta: D.

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62 - 2020 HUBFS/HUJBB

Segundo a mais recente Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca (2018), é correto afirmar:

A) Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) estão formalmente indicados


nos pacientes do grupo B da classificação de progressão funcional.
B) Os betabloqueadores cardiosseletivos são eficazes no uso isolado do tratamento dos
pacientes sintomáticos, independentemente da associação com os IECA ou bloqueadores dos
receptores AT1 da angiotensina II (BRA).
C) O peptídeo natriurético do tipo B (BNP) é um importante exame para definir se o caso de
insuficiência cardíaca é com fração de ejeção preservada, limítrofe ou diminuída.
D) Em caso de contraindicação ao uso de IECA ou BRA pela disfunção renal, a opção é a
associação de valsartana + sacubitril.
E) A utilização de IECA aumenta a morbimortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca
com fração de ejeção baixa.

» Vamos analisar cada uma das assertivas acerca da insuficiência cardíaca:

A - Correta. B e E - Incorretas. O grupo B da classificação da insuficiência cardíaca é definida


pela presença de alteração cardíaca estrutural na ausência de sintomas. Assim, o uso de
IECA/BRA e betabloqueador em associação encontra-se recomendado nessa fase da doença,
com impacto na redução de morbimortalidade.

C - Incorreta. O BNP reflete distensão das câmaras cardíacas, sendo útil para o diagnóstico de
insuficiência cardíaca descompensada. No entanto, o ecocardiograma é o exame capaz de
definir a fração de ejeção ventricular.

D - Incorreta. No caso descrito, a opção deve ser pela associação de hidralazina e nitrato.

Gabarito: Alternativa A.

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63 - 2020 UFPI

Em relação à hipertensão arterial sistêmica, pode-se afirmar:

A) A hipertrofia ventricular esquerda regride com a terapia e está mais relacionada ao grau de
redução na pressão diastólica.
B) Os diuréticos são eficazes na redução da massa ventricular esquerda.
C) Está associada a uma maior incidência de demência vascular, somente.
D) O impacto da terapia anti-hipertensiva sobre a aterosclerose é semelhante ao observado
nas outras complicações da doença.
E) Não há associação entre níveis pressóricos e dissecção de aorta.

» O aumento da pós carga, característico da hipertensão arterial, resulta em sobrecarga


pressórica e hipertrofia ventricular esquerda, ocasionando três tipos principais de
complicações no coração: Comprometimento das funções sistólica e diastólica, diminuição da
reserva coronária com consequentes fenômenos isquêmicos e alteração do ritmo cardíaco,
levando a arritmias. O tratamento da hipertensão, especialmente sistólica, promove um
fenômeno de remodelamento reverso, com regressão da hipertrofia, sendo as drogas mais
efetivas: IECA/BRA, diuréticos tiazídicos e bloqueadores do canal de cálcio.

Gabarito: Alternativa B.
64 - 2020 HCG

Paciente de 70 anos, do sexo masculino, é levado ao pronto-socorro com perda da


movimentação e fala. Era hipertenso em uso regular de Losartana 50 mg, duas vezes ao dia.
Ao exame, apresentava BNF 2T, sem sopros, MVF sem RA, abdome normal, sonolência, PA:
190 x 105 mmHg, FC: 95 BPM, FR: 17 IRPM, saturação de O₂ 96%, glicemia capilar de 112
mg/dl. Escala de coma de Glasgow: 10. Hemiplegia direita completa e afasia motora, força
preservada a esquerda, sem sinais de perda sensitiva. Aumento dos reflexos profundos à
direita e Babinski. Pupilas iso e fotorreativas, nuca livre, demais pares cranianos normais.
Considerando a principal hipótese diagnóstica para o caso, a conduta recomendada quanto à
pressão arterial é:

A) iniciar metoprolol 50 mg via oral de 12 em 12 horas e associar a clonidina 0,1 mg a critério


médico de quatro em quatro horas, com meta de PAS ≤ 120 mmHg.
B) iniciar nitroprussiato 0,5 a 8 mg/kg/min, medir PA a cada 15 minutos por duas horas e,
após, a cada 30 minutos, com meta de PAS entre 130 e 150 mmHg.
C) fazer nifedipina 20 mg sublingual, de quatro em quatro horas, com meta de PAS menor que
180 mmHg.
D) fazer captopril 25 mg sublingual, de duas em duas horas, até normalização da PAS entre
100 e 120 mmHg.

» Estamos diante de um paciente com aumento importante dos níveis tensionais e alterações
neurológicas. Nesse contexto, dois diagnósticos diferenciais devem ser levados em
consideração: encefalopatia hipertensiva e acidente vascular encefálico (AVE). Perceba que
esse indivíduo apresenta déficits focais (hemiplegia, hiperreflexia e Babinski à direita e afasia
motora), o que torna o AVE a hipótese mais provável. A realização de uma TC de crânio é
fundamental para definir se o quadro é isquêmico ou hemorrágico – não conseguimos definir
com certeza pelos dados do enunciado.
Independentemente disto, o manejo anti-hipertensivo do AVE deve ser feito com medicações
intravenosas. A partir dessa constatação, já conseguimos eliminar as alternativas (A), (C) e (D).
Só nos resta a (B), que, de fato, é a mais adequada. No AVE isquêmico, a redução abrupta da
PA pode agravar a isquemia. Entretanto, no AVE hemorrágico, o alvo pressórico é entre 140-
160 mmHg. Isso é o que encontramos na maioria das referências; não há consenso sobre os
valores.
Resposta: (B).

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65 - 2020 AMRIGS

Homem, 82 anos, hipertenso, diabético, com histórico de colocação de 2 stents aos 71 anos.
Retorna à consulta na unidade básica de família relatando respiração difícil, com sensação de
incapacidade de respirar rápido ou profundamente, com evolução de aproximadamente 4
meses. Diz não conseguir ""encher os pulmões"". A dispneia passou a ser observada em
esforços habituais. Nega febre ou tosse produtiva. Nega hemoptise e dor torácica. Nega
emagrecimento. Não fumante. Ao exame físico, encontra-se corado, com turgência jugular a
45°, desvio do ictus cordis e edema de membros inferiores. Qual a hipótese diagnóstica mais
provável nesse caso?

A) DPOC.
B) Câncer de pulmão.
C) Anemia.
D) Insuficiência cardíaca.

» Paciente idoso com doença arterial coronariana, hipertensão e diabetes, que inicia quadro
progressivo de dispneia, turgência jugular patológica, aumento da câmara cardíaca esquerdo
ao exame físico (desvio do íctus cordis) e congestão sistêmica (edema de membros
inferiores). Trata-se da descrição clássica de uma insuficiência cardíaca descompensada. O
tratamento consiste em terapia com diuréticos de alça (a fim de diminuir a congestão
pulmonar e sistêmica) e drogas que aumentam a sobrevida na IC, como inibidores da ECA ou
BRA, betabloqueadores e espironolactona.
Resposta: D.
66 - 2020 SES - DF

Considere uma paciente de 54 anos de idade, diabética (HbA1c = 8,2%), cardiopata isquêmica
com infarto agudo do miocárdio prévio e insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.
Encontra-se em tratamento para diabetes com metformina 850 mg três vezes ao dia e
glibenclamida 5 mg pela manhã. No exame físico, chama a atenção a presença de manchas
hiperpigmentadas/escurecidas em áreas de dobras. A respeito desse caso clínico e com base
nos conhecimentos médicos correlatados, bem como nas últimas diretrizes mundiais
relacionadas ao tratamento da diabetes, publicadas em 2019, julgue o item a seguir. Nesse
caso, é correto suspender a glibenclamida e associar dapaglifozina (um agonista do GLP-1 -
receptor 1 glucagon like peptídeo) ao tratamento com metformina.

A) CERTO
B) ERRADO

» Questão muito atual sobre o tratamento do diabetes (DM) tipo 2. Para os portadores dessa
condição, a metformina é, em geral, o remédio de primeira escolha - a ideia é reverter o
mecanismo central da doença, isto é, a resistência periférica à insulina. Nessa mulher, a
metformina, juntamente à glibenclamida em dose submáxima, não vem sendo suficiente
(HbA1c > 7%). Assim, o que fazer? Atualmente, a American Diabetes Association traz a
seguinte "receita de bolo", a depender do perfil de morbidades da paciente:
- se portadora de doença aterosclerótica predominante, recomenda-se o uso de análogo de
GLP1 (exenatida, por exemplo) ou inibidor SGLT2.
- se portadora de doença renal crônica ou insuficiência cardíaca predominante, recomenda-se
inibidor de SGLT2 (empagliflozina, por exemplo).
Essas recomendações derivam de estudos que provaram a redução da mortalidade
cardiovascular com o uso dos fármacos citados. Assim, neste caso, como a paciente já tem
insuficiência cardíaca, o inibidor de SGLT2 seria a melhor escolha. Lembre que as
sulfonilureias são neutras quanto aos desfechos cardiovasculares.
Assertiva errada. Resposta: B.

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67 - 2020 SES - DF

Considere uma paciente de 54 anos de idade, diabética (HbA1c = 8,2%), cardiopata isquêmica
com infarto agudo do miocárdio prévio e insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.
Encontra-se em tratamento para diabetes com metformina 850 mg três vezes ao dia e
glibenclamida 5 mg pela manhã. No exame físico, chama a atenção a presença de manchas
hiperpigmentadas/escurecidas em áreas de dobras. A respeito desse caso clínico e com base
nos conhecimentos médicos correlatados, bem como nas últimas diretrizes mundiais
relacionadas ao tratamento da diabetes, publicadas em 2019, julgue o item a seguir. Para essa
paciente, a pioglitazona não seria recomendada.

A) CERTO
B) ERRADO

» As tiazolinedionas - também chamadas de glitazonas - atuam como moduladoras do receptor


PPAR-gama, aumentando o efeito insulínico na captação e utilização energética da glicose,
principalmente no músculo esquelético. O grande representante, atualmente, é a
pioglitazona. Um dos seus efeitos adversos, a retenção hidrossalina, faz com que ela
seja contraindicada em pacientes com insuficiência cardíaca grave, classes III e IV da New
York Heart Association. Por isso, o fármaco não seria interessante para essa paciente... As
glitazonas também estão contraindicadas em caso de insuficiência hepática. Assertiva certa.
Resposta: A.

Video comentário: 239287

68 - 2020 AMRIGS

Assinale a alternativa que contenha o principal problema na demanda de


atendimento/consulta médica em Atenção Primária no Brasil.

A) Cefaleia.
B) Hipertensão arterial não complicada.
C) Asma.
D) Dores musculares.

» Por ser doença crônica muito prevalente - no Brasil varia entre 22 e 44% para adultos (32%
em média) -, a hipertensão arterial sistêmica é a principal demanda na atenção primária e um
dos problemas de saúde mais comuns que as equipes de saúde enfrentam. Os profissionais
da atenção básica têm importância primordial nas estratégias de prevenção, diagnóstico,
monitorização e controle da hipertensão arterial. Devem também ter sempre em foco o
princípio fundamental da prática centrada na pessoa e, consequentemente, envolver
usuários e cuidadores, em nível individual e coletivo, na definição e implementação de
estratégias de controle à hipertensão. Resposta: B.
69 - 2020 HUBFS/HUJBB

Segundo a Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca de 2018,

A) a solicitação do peptídeo natriurético cerebral (BNP) está formalmente indicada para todos
os casos de suspeição diagnóstica de insuficiência cardíaca.
B) os inibidores da enzima conversora da angiotensina são indicados em todas as classes de
progressão funcional da insuficiência cardíaca, ou seja, de A a D.
C) o ecodoplercardiograma é um importante exame para definir se o caso de insuficiência
cardíaca é com fração de ejeção preservada, limítrofe ou diminuída.
D) o uso isolado do betabloqueador cardiosseletivo está indicado para a abordagem do
paciente com insuficiência cardíaca NYHA I.
E) efeitos colaterais mais frequentes dos bloqueadores dos receptores da angiotensina II são
a tosse, a hipercalemia e a elevação das escórias nitrogenadas.

» Vejamos cada uma das assertivas acerca da insuficiência cardíaca:

A - Incorreta. A solicitação de BNP está formalmente indicada (classe de recomendação I,


nível de evidência A) nos casos de dúvida diagnóstica e não na suspeita de insuficiência
cardíaca, uma vez que este diagnóstico deve ser clínico.

B - Incorreta. A classe A de insuficiência cardíaca caracteriza o indivíduo com fator de risco


para o desenvolvimento da mesma. Assim, o uso de IECA não está recomendado em todos os
indivíduos nessa classe, exceto se por outra indicação, como hipertensão.

C - Correta. Os quadros clínico e laboratorial de insuficiência cardíaca com fração de ejeção


preservada e reduzida podem ser muito semelhante, sendo o ecocardiograma a principal
ferramenta para a definição quanto a fração de ejeção ventricular.

D - Incorreta. O uso de IECA/BRA e betabloqueadores está indicado em pacientes com doença


estrutural (a partir da classe B) e não isoladamente de betabloqueadores.

E - Incorreta. A tosse é um evento adverso relacionado ao uso dos IECA, mas não dos BRA.

Gabarito: Alternativa C.

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70 - 2020 HCPA

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do parágrafo


abaixo. Em um paciente com edema devido a _______________, são esperados, entre outros
achados, _______________ ao exame físico e _______________ aos exames complementares.

A) erisipela - edema bilateral nos membros inferiores - leucocitose com aumento de linfócitos
B) insuficiência cardíaca - turgência jugular a 45º - sódio sérico de 133 mEq/l (valor de
referência: 136-146 mEq/l)
C) cirrose - turgência jugular a 45º - AST sérico de 55 U/I (valor de referência: 12-38 U/I) e ALT
sérico de 60 U/I (valor de referência: 7-41 U/I)
D) síndrome nefrótica - edema palpebral - albuminúria de 40 mg/g de creatinina (valor de
referência: até 30 mg/g de creatinina)
E) hipotireoidismo - reflexo aquileu diminuído - TSH sérico de 6 mUI/I (valor de referência:
0,27-4,2 mUI/I) e T4 livre sérico de 1,2 ng/dl (valor de referência: 0,93-1,7 ng/dl)

» A única opção que preenche as lacunas de forma 100% correta é a letra B. Na opção A, a
erisipela não teria porque ser bilateral. Na opção C temos AST < ALT (o que fala contra o
diagnóstico de cirrose) e na opção D a proteinúria não é condizente com uma síndrome
nefrótica. A opção E fala contra a hipótese de hipotireoidismo pelo T4 livre normal.

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71 - 2020 AMP

A insuficiência cardíaca (IC) afeta mais de 20 milhões de indivíduos no mundo. Suas diversas
causas podem ser englobadas na IC com fração de ejeção (FE) reduzida ou IC com FE
preservada. Nos pacientes que apresentam IC com redução da FE, podem ocorrer diversos
eventos nos níveis celular e molecular. Em relação aos mecanismos básicos da IC com FE
reduzida, analise os eventos abaixo. I) Hipertrofia de miócitos. II) Alterações das propriedades
contráteis dos miócitos. III) Perda de miócitos por necrose ou apoptose. IV) Dessensibilização
alfa-adrenérgica. Escolha entre as alternativas abaixo, a que inclui eventos corretamente
relacionados à IC com FE reduzida.

A) I e II apenas.
B) I e III apenas.
C) II e IV apenas.
D) I, II e III apenas.
E) I, III e IV apenas.

» A insuficiência cardíaca tem como fisiopatogenia a incapacidade do coração fornecer débito


cardíaco adequado à perfusão tecidual, o que pode ocorrer por déficit na contração ou no
relaxamento. Tais alterações resultam na liberação de uma série de mediadores que
promovem alterações estruturais cardíacas, desde a hipertrofia e aumento da contratilidade
dos miócitos, aumentando as pressões intracavitárias, com remodelamento e perda de
massa muscular tardiamente, resultando em um processo de dilatação ventricular.
Considera-se que há maior sensibilização alfa-adrenérgica como forma de tentar aumentar a
perfusão dos vasos por vasoconstrição.

Gabarito: Alternativa D.

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72 - 2020 AMP

A insuficiência cardíaca com descompensação aguda (ICDA) é uma síndrome clínica


heterogênea, com diferentes fenótipos de apresentação, e está associada com alta morbidade
e mortalidade. Analise as seguintes assertivas sobre a ICDA: I. O primeiro princípio do
tratamento da ICDA é procurar identificar o desencadeante da descompensação (como a não
adesão ao tratamento, uso de antiinflamatórios, arritmia cardíaca, infecção pulmonar). II. Os
diuréticos intravenosos promovem alívio rápido dos sintomas congestivos, sendo sua
administração indicada mandatoriamente por infusão contínua. III. Os pacientes com edema
agudo de pulmão, apresentando congestão pulmonar grave com hipóxia, se beneficiam com
o tratamento que envolve diuréticos, oxigênio, ventilação não invasiva, vasodilatadores e
opiáceos. IV. Os pacientes com “choque cardiogênico” preferentemente são tratados com
terapia inotrópica (geralmente catecolaminas) e suporte circulatório mecânico. Escolha entre
as alternativas abaixo, a que inclui assertivas corretas sobre a ICDA.

A) I e II apenas.
B) I e III apenas.
C) II e IV apenas.
D) I, II e III apenas.
E) I, III e IV apenas.

» O manejo do paciente com insuficiência cardíaca depende do perfil hemodinâmico que o


paciente se encontra, o que pode estar relacionado à causa da descompensação, como a má
adesão terapêutica, um insulto isquêmico, transgressão alimentar, entre outros. Assim, a
maior parte dos paciente encontra-se congesto à admissão hospitalar, sendo a
diureticoterapia a conduta de escolha por promoverem alívio sintomático, sem superioridade
da administração de doses intermitentes e infusão contínua. O tratamento do edema agudo
de pulmão envolve suporte ventilatório, com uso de ventilação não invasiva e drogas que
reduzam pré e pós carga de forma rápida, com aumento do débito cardíaco, como opióides,
vasodilatadores venosos e diuréticos. Em casos de choque cardiogênico com o paciente
congesto (perfil hemodinâmico C), em que há hipoperfusão tecidual, encontra-se
recomendada a administração de inotrópicos, sendo a dobutamina a droga mais comumente
utilizada.

Gabarito: Alternativa E.

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73 - 2020 PSU - MG

Homem de 72 anos vai ao consultório médico queixando-se de dispneia aos esforços. É


hipertenso e usa enalapril regularmente com bom controle. O exame respiratório é normal.
Ao exame cardiovascular, o ictus cordis é palpado no 5º espaço intercostal (EIC) esquerdo com
extensão de duas polpas digitais e com duração aumentada. A ausculta do precórdio revela
ritmo cardíaco irregular pela ocorrência de extrassístoles frequentes, bulhas cardíacas
normofonéticas em todo o precórdio e desdobramento expiratório da segunda bulha no 2º
EIC esquerdo. Há um sopro sistólico áspero no 2º EIC direito irradiando para a fúrcula
esternal. No ápice cardíaco, ausculta-se um sopro sistólico suave que aumenta de intensidade
no batimento pós-extrassistólico e diminui a intensidade com a manobra de handgrip. Não se
ausculta sopro ao longo da borda paraesternal esquerda. Assinale o diagnóstico MAIS
PROVÁVEL nesse caso.

A) Estenose aórtica.
B) Estenose aórtica e insuficiência mitral.
C) Insuficiência mitral.
D) Prolapso da valva mitral.

» O sopro mesossistólico na borda esternal direita alta (foco aórtico) é o sopro característico da
estenose aórtica. Este sopro irradia para as carótidas e fúrcula esternal. Sua intensidade é
proporcional ao retorno venoso, aumentando na posição de cócoras e após exercício e
diminuindo com manobras que reduzem o retorno venoso (Valsalva, ortostase) ou que
aumentam a resistência vascular periférica (handgrip). Quanto mais grave a EA, maior a
duração do sopro (mas não a intensidade).
O sopro da IM aumenta com o handgrip (o aumento da pós-carga reduz o esvaziamento do
VE parta a aorta e aumenta a regurgitação para o AE).
Resposta: A.

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74 - 2020 AMP

A doença valvar do coração é fonte de morbidade e mortalidade, em especial nos países


subdesenvolvidos. Sobre a doença valvar aórtica, considere as seguintes afirmativas. 1. A
valva aórtica bicúspide é a malformação congênita cardíaca mais comum. 2. Não há
correlação direta entre os sinais no eletrocardiograma e a gravidade hemodinâmica na
estenose aórtica. 3. O sopro da estenose aórtica é holossistólico de ejeção. 4. O pulso
carotídeo sobe rapidamente e apresenta um pico tardio (amplo e prolongado). Assinale a
resposta correta.

A) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.


B) Apenas as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
C) Apenas as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
D) Apenas as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
E) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

» A estenose aórtica é a mais frequente das valvopatias, podendo ocorrer por diferentes
etiologias, como a degenerativa, presente em 3 a 5% da população acima de 75 anos,
associada a válvula aórtica bicúspide, com prevalência em 2% da população (afirmativa 1
correta) e associação com aortopatia em 70% dos casos, e por acometimento reumático,
geralmente em pacientes jovens. O eletrocaridiograma pode evidenciar sinais de sobrecarga
ventricular, no entanto, não há correlação direta entre a gravidade hemodinâmica e estes
achados (afirmativa 2 correta). Ao exame, evidencia-se um sopro sistólico ejetivo com pico
meso/telessistólico (afirmativa 3 incorreta), podendo haver hipofonese ou ausência de B1 e
B2, e o pulso típico dessa condição é o parvus tardus, com ascensão lenta e maior duração
(afirmativa 4 incorreta).

Gabarito: Alternativa B.

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75 - 2020 AMP

A miocardite pode resultar de múltiplas causas, mas é mais atribuída a agentes infecciosos
capazes de produzir lesão no miocárdio por meio de invasão direta, produção de substâncias
cardiotóxicas ou inflamação crônica com ou sem infecção persistente. Sobre a etiologia da
miocardite, considere as seguintes afirmativas. 1. Após a entrada do vírus pelas vias
respiratórias ou pelo trato gastrointestinal, é possível haver infecção de órgãos que possuam
receptores específicos. 2. A maior parte das infecções bacterianas pode envolver o coração,
por invasão direta e formação de abscesso. 3. A infecção fúngica ocorre em razão de
disseminação hematogênica, entretanto o envolvimento cardíaco raramente domina o quadro
clínico destas infecções. 4. A miocardite por doença de Lyme, na maioria dos casos apresenta-
se com artrite e doença do sistema de condução. Assinale a resposta correta.

A) Somente a afirmativa 3 é verdadeira;


B) Apenas as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras;
C) Apenas as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras;
D) Apenas as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras;
E) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

» Vejamos cada uma das assertivas acerca das miocardites:

1 - Correta. As formas mais comuns de entrada no organismo dos agentes responsáveis pelas
miocardites são os tratos gastrointestinal e respiratório, com possibilidade de disseminação
para outros órgãos e sistemas.

2 - Correta. Caso haja alcança das câmaras cardíacas, a maioria dos agentes pode promover
endo ou miocardite, que pode ser complicada com formação de abscessos.

3 - Correta. As infecções fúngicas sistêmicas não costumam causar manifestações cardíacas


exuberantes, como insuficiência cardíaca e dor torácica, sendo mais comum a apresentação
sistêmica, com sinais e sintomas de toxemia.

4 - Correta. A miocardite por doença de Lyme, causada pela Borrelia burgdorferi está
associada a eritema migratório, artrite, febre, cefaleia e alterações do sistema de condução
atrioventricular.

Gabarito: Alternativa E.

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76 - 2020 HCPA

Assinale a assertiva incorreta sobre o diagnóstico de insuficiência cardíaca (IC).

A) Limitações para o uso dos peptídios natriuréticos incluem elevação de seus níveis quando
associada com anemia, insuficiência renal crônica, idade avançada e, ainda, com o fato de
apresentarem níveis mais baixos na presença de obesidade.
B) O principal uso dos peptídios natriuréticos relaciona-se com a possibilidade de exclusão do
diagnóstico de IC, em casos de dúvida diagnóstica.
C) Em pacientes crônicos, sinais e sintomas de congestão podem estar ausentes devido a
processos adaptativos, razão pela qual a presença de sinais como turgência venosa jugular ou
B3 são pouco específicos.
D) Ecocardiografia deve ser realizada em todos os pacientes com diagnóstico clínico de IC,
para avaliação de estrutura e função ventricular, além de avaliação etiológica e prognóstica.
E) Para aumentar a especificidade no diagnóstico da IC com fração de ejeção preservada, os
achados clínicos devem ser complementados por avaliação de biomarcadores e/ou exames de
imagem cardíaca.

» Vamos relembrar os critérios maiores de Framingham para o diagnóstico de insuficiência


cardíaca:

Dispnéia paroxística noturna


Distensão de veias do pescoço (turgência jugular)
Estertores pulmonares
Cardiomegalia
Edema agudo de pulmão
Galope de terceira bulha (B3)
Pressão venosa aumentada (>16 mmHg) (>120
Refluxo hepatojugular

Na insuficiência cardíaca crônica, os processos adaptativos, como aumento do calibre dos


vasos linfáticos pulmonares, que auxiliam na drenagem do líquido pulmonar, dificultam o
diagnóstico clínico. No entanto, devido a especificidade dos achados semiológicos descritos, é
possível realizar o diagnóstico quando os mesmos estão presentes, sem excluir
completamente na sua ausência.

Gabarito: Alternativa C.

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77 - 2020 AMP

Um acadêmico de medicina durante uma visita a enfermaria, deixou de prestar atenção no


caso de insuficiência cardíaca que estava sendo apresentado pelo médico residente de
primeiro ano de clínica médica para o médico residente de terceiro ano de cardiologia. O
motivo de sua distração foi um paciente consciente no leito ao lado com um padrão de
respiração que chamou sua atenção. O paciente ficava breves períodos sem movimentos
respiratórios, mas após alguns segundos começava a respirar com movimentos suaves que
iam progressivamente ficando mais profundos. Após atingir um pico, os movimentos iam
ficando gradualmente mais suaves até que novamente o paciente parava de respirar. E estes
ciclos se repetiam. Vieram à mente do acadêmico três ideias, conforme abaixo. I – Este padrão
respiratório está associado a um aumento da sensibilidade do centro respiratório à pressão
parcial de dióxido de carbono no sangue. II - Apesar de esta ser uma enfermaria de
cardiologia, não é muito provável que o paciente tenha insuficiência cardíaca, por ser este
padrão de respiração muito infrequente em cardiopatias. III - Um tumor cerebral deve ser
considerado no diagnóstico diferencial do paciente. Qual a alternativa mostra todas as ideias
do estudante que são corretas?

A) I.
B) I, II.
C) I, III.
D) II, III.
E) I, II, III.

» O enunciado da questão descreve a respiração de Cheyne-Stokes, que está associada


principalmente ao baixo débito cardíaco e aumento da sensibilidade do centro respiratório à
PCO2 arterial. Porém, outra causa clássica são as lesões cerebrais. Dessa forma, a única
assertiva incorreta é a II, estando I e III corretas.

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78 - 2020 HCPA

Considere os conjuntos de fatores abaixo. I - Doença do parênquima renal, doença


aterosclerótica e displasia fibromuscular de artéria renal; II - Hipotireoidismo,
hipoaldosteronismo e doença de Cushing; III - Uso de anti-inflamatórios não esteroidais,
descongestionantes nasais com vasoconstritores e antidepressivos tricíclicos; Quais deles são
causa de hipertensão arterial sistêmica secundária?

A) Apenas I
B) Apenas II
C) Apenas III
D) Apenas I e III
E) I, II e III

» Dentre as condições citadas, todas são causas de hipertensão secundária por diferentes
mecanismos, exceto o hipoaldosteronismo. Neste último, há queda na reabsorção de sódio e
água no néfron distal, protegendo o indivíduo contra o desenvolvimento de hipertensão. Vale
lembrar que tanto o hiper quanto o hipotireoidismo associam-se à hipertensão; o primeiro
causa, tipicamente, hipertensão sistólica; o segundo, diastólica. Resposta: D.

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79 - 2020 AMP

Com respeito aos efeitos colaterais de antihipertensivos, considere as afirmativas abaixo. I –


Inibidores de enzima conversora de angiotensina e bloqueadores do receptor ATI da
angiotensina II podem ter como efeito colateral de seu uso a elevação do potássio plasmático.
O mecanismo envolve o aumento de secreção de aldosterona. II – Bloqueadores adrenérgicos
do tipo beta podem ter como efeito colateral o agravamento de distúrbios de condução
intraventricular. O mecanismo envolve a dinâmica do potencial de ação dos cardiomiócitos. III
– Bloqueadores de canais de cálcio dihidropiridínicos podem ter como efeito colateral
importante edema de membros inferiores. O mecanismo envolve o controle do fluxo das
arteríolas, esfíncteres pré-capilares e capilares. Qual a alternativa abaixo que contempla todas
as considerações corretas.

A) I.
B) I, II.
C) I, III.
D) II, III.
E) I, II, III.

» Pessoal, a banca inicalmente considerou todas corretas, mas a assertiva I está errada, pois
obviamente os IECA e BRA reduzem a aldosterona plasmática, e é justamente esse
"hipoaldosteronismo" a frequente causa de hipercalemia nos usuários dessas drogas. II está
correta bois beta-bloqueadores realmente podem piorar o grau de bloqueio em pacientes
que apresentem tal condição. III está correta pois o edema de MMII é o principal efeito
adversos da classe dos BCC. Após recurso, foi feita a mudança do gabarito para a opção D.

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80 - 2020 HUBFS/HUJBB

Em relação a pacientes diabéticos tipo II e hipertensos cadastrados no Programa Hiperdia na


Estratégia Saúde da Família (ESF), é correto afirmar:

A) São pacientes acompanhados na Unidade de Saúde da Família (USF) e somente são


referenciados para atenção secundária quando necessário.
B) São acompanhados em domicílio pelo home care.
C) São referenciados aos ambulatórios de cardiologia e endocrinologia, não sendo
acompanhados no USF.
D) São indivíduos cadastrados na Unidade de saúde que trabalham de dia e podem
comparecer para atendimento em horário especial noturno.
E) Permanecem 12 horas na Unidade de Saúde da Família (USF) e pernoitam em domicílio.

» O programa "Hiperdia" é uma dos programas da estratégia de Saúde da Família que tem
como objetivo cadastrar e acompanhar todos os hipertensos e diabéticos visando uma
melhoria dos índices de controle dessas doenças nos indivíduos acompanhados. A equipe
multidisciplinar avaliar individualmente as necessidades de cada paciente e, de acordo com a
complexidade dos casos individuais, pode concluir pela necessidade de encaminhamento ao
especialista, isto é, referenciamento para a atenção secundária (A correta). Não se trata de
um programa de Home Care (B errada); como dissemos, o acompanhamento é ambulatorial
na própria UBS, em horário de consulta regular (C, D e E erradas). Resposta: A.

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81 - 2020 PSU - MG

Mulher de 43 anos é levada a UPA por policiais, queixando-se de cefaleia holocraniana


moderada que iniciou há 45 minutos, após ser assaltada em via pública. Nega quaisquer
outras queixas. É hipertensa e faz uso irregular de anlodipino e enalapril. Ao exame físico,
apresenta PA 190/120mmHg, FC 104bpm, FR 21irpm, SpO₂ em ar ambiente 98%, Tax 36,5 ºC.
Está alerta, orientada e chorosa. Fundoscopia e exame neurológico sem anormalidades. Sem
outras alterações ao exame físico. Oeletrocardiograma e a radiografia do tórax não
apresentam anormalidades. Exames de laboratório: Creat 0,5mg/dL, exame de urina; sem
alterações. Após essas avaliações, assinale a conduta inicial MAIS ADEQUADA nesse caso.

A) Alta da UPA, com orientação de adesão aos anti-hipertensivos já em uso e retorno


ambulatorial em poucos dias.
B) Internação hospitalar e prescrição de anti-hipertensivo oral e analgésico.
C) Internação hospitalar e prescrição de anti-hipertensivo venoso titulável.
D) Observação na UPA, prescrição de benzodiazepínico e analgésico

» Estamos na unidade de pronto atendimento (UPA) vendo mulher de 43 anos - que acaba de
ser assaltada - com níveis pressóricos elevadíssimos: 190 x 120 mmHg. E agora? A linha de
raciocínio aqui é a seguinte: do ponto de vista prático, ha três principais hipóteses
diagnósticas para pacientes com elevação aguda e importante da pressão arterial (PA) -
emergência hipertensiva (EH), urgência hipertensiva (UH) e pseudocrise hipertensiva (PH).
Lembra? EH é acompanhada de lesão aguda de órgão-alvo - neste caso, certamente a cefaleia
é secundária ao estresse emocional ao qual essa mulher foi exposta, tendo em vista a
ausência de sinais neurológicos, como alteração de consciência, confusão mental e sinais
focais; assim, não há indicação de anti-hipertensivo parenteral (C errada). Da mesma forma,
como a elevação da PA foi aguda e intimimamente relacionada ao estado emocional, não
pode ser classificada como UH - por isso, não há por que prescrever anti-hipertensivo oral
também: o problema seria, após a melhora do estado emocional, o efeito dos anti-
hipertensivos levar a grave hipotensão (B errada). Por fim, sabemos que a elevação da PA por
conta de estresse emocional ou dor é conhecida como PH. Nesta, a conduta é reverter as
causas do quadro hipertensivo. Como neste caso o problema é o estado emocional, podemos
tentar acalmar a paciente com benzodiazepínico. Na ausência de melhora, aí sim ficaria
indicado o uso de anti-hipertensivos orais (A errada). Resposta: D.

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82 - 2020 PSU - MG

Mulher de 35 anos informa tosse seca presente há três meses. Ela nega ortopneia, dispneia
paroxística noturna, febre, perda de peso e dor torácica. É portadora de insuficiência cardíaca
idiopática com fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 40%. Nega tabagismo e etilismo.
em uso regular de enalapril, carvedilol, espironolactona e furosemida há seis meses. Ao
exame físico, apresenta PA 100/70mmHg, FC 55bpm, FR 13irpm e SpO₂ em ar ambiente 97%.
O exame cardiovascular revela ictus cordis desviado lateral e inferiormente, e o pulso venoso
jugular é normal. A ausculta cardíaca não revela alterações. O restante do exame físico é
normal. A radiografia do tórax não apresenta anormalidades. Assinale a conduta inicial MAIS
ADEQUADA nesse caso.

A) Solicitar dosagem no peptídeo natriurético do tipo B.


B) Solicitar tomografia computadorizada do tórax.
C) Substituir o carvedilol pelo metoprolol.
D) Substituir o enalapril pela losartana.

» Como explicar essa tosse seca? Será culpa do carvedilol? Alguma doença torácica que possa
ser identificada na tomografia de tórax? Será culpa da insuficiência cardíaca, o que justificaria
dosar o peptídeo natriurético? Vamos com calma: não há relato de ortopneia ou dispneia
paroxística noturna, então não parece ser culpa da cardiopatia (não há sinais de congestão).
Também não encontramos febre, perda de peso nem tabagismo, então não tem muito
porque pensarmos em uma tomografia de tórax nesse momento. E o enalapril? Tosse seca
pode ser um efeito colateral dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (como o
enalapril) em até 20% dos pacientes. O sintoma costuma surgir em uma a duas semanas
desde o início do tratamento (mas pode demorar até 6 meses para aparecer), acometendo
mulheres mais frequentemente. O mecansimo não é completamente esclarecido, mas parece
ter relação com o aumento da concentração de bradicinina e de substância P, moléculas
metabolizadas pela enzima conversora. Para resolver esse problema, basta interromper o uso
da droga (os sintomas melhoram geralmente em 4-7 dias) e substituí-la por um bloqueador
do receptor de angiotensina, como é o caso da losartana, droga que também interfere no
eixo do sistema renina-angiotensina-aldosterona, mas que não promove inibição da enzima
conversora.

Resposta: D.

Video comentário: 233824


83 - 2020 AMP

Paciente de 35 anos teve uma pré-síncope ao realizar um triatlo. O quadro ocorreu após a
passagem da primeira fase, de natação, para a segunda, de ciclismo. E aconteceu após 10km
de ciclismo. O paciente se apresentou pálido, bradicárdico e hipotenso com recuperação após
cerca de 60 minutos do início do quadro.O paciente fazia corridas há cerca de 3 anos, de até
5.000m, mas optou por iniciar o treinamento para Triatlo há cerca de 2 meses. Não tinha
passado de elevações de pressão arterial. Não apresentava história familiar de cardiopatia ou
morte súbita e seus pais tinham cerca de 60 anos, normotensos. Seu eletrocardiograma era
normal. Após dois dias, foi realizada uma ecocardiografia que mostrou função sistólica
preservada, câmaras direitas e esquerdas com dimensões normais e sem alterações valvares.
Apresentava grau leve de disfunção diastólica e aumento das dimensões do septo
interventricular (20mm) e parede ventricular posterior (16mm). Uma monitorização
eletrocardiográfica de 24h (Holter) surpreendeu três episódios de taquicardia ventricular sem
relação com sintomas, com duração entre um minuto e dois minutos cada. Baseado neste
quadro considere as afirmações abaixo. I – Não é prudente que este paciente faça atividade
física intensa, pelo risco de morte por arritmias complexas. II –Este paciente tem indicação
para cardioversor implantável (CDI). III – Com a finalidade de diminuição do risco de morte
súbita, este paciente tem indicação de uso de beta bloqueadores adrenérgicos, independendo
do grau de sintomas que apresente. Qual a alternativa abaixo que contém todas as
afirmações acima corretas.

A) I.
B) I, II.
C) I, III.
D) II, III.
E) I, II, III.

» O quadro clínico de um adulto jovem atleta, sem comorbidades, com pré-sincope deve nos
alertar para a presença de alguma alteração cardíaca estrutural que aumente o risco de
arritmias. De fato, esse paciente apresenta espessamento septal e da parede ventricular
posterior (> 15 mm), caracterizando um quadro de cardiomiopatia hipertrófica. Seu holter-
ECG detectou a presença de taquicardia ventricular sustentada (“maior ou igual que” 30
segundos), o que o torna um paciente de alto risco para morte súbita. Nesse sentido, vamos
analisar as assertivas:
I) Está contraindicada atividade física extenuante, pelo risco de precipitar arritmias e morte
súbita - CORRETA.
II) Está indicada a colocação de cardiodesfibrilador implantável (CDI), para abortamento dos
episódios de taquicardias ventriculares sustentadas - CORRETA.
III) O uso de betabloqueadores pode até ser considerado em casos de múltiplos choques pelo
CDI, ou seja, para redução do desconforto do paciente. No entanto, não há evidências de que
a terapia farmacológica reduza o risco de morte súbita nesse cenário.
Estão corretas apenas I e II. Resposta: B.

Video comentário: 232726


84 - 2020 UFES

No paciente com insuficiência cardíaca, ao se prescrever espironolactona para uso prolongado


deve-se estar atento para o seguinte efeito colateral:

A) Ototoxidade.
B) Hipercalemia.
C) Hiperglicemia.
D) Nefrocalcinose.

» A espironolactona é um antagonista da aldosterona, impedindo os efeitos desta última nos


túbulos coletores corticais, onde tal hormônio dirige a reabsorção de sódio em troca de
potássio ou hidrogênio. Quando os efeitos da aldosterona são antagonizados, deixa-se de
reabsorver sódio naquela topografia do néfron e, por consequência, excretar potássio. Assim,
essa medicação é conhecida como diurético "poupador de potássio" - ao contrário da
furosemida que, por exemplo, espolia o eletrólito. Portanto, o efeito colateral mais temido da
espironolactona é a hiperpotassemia. Seu principal uso é nos pacientes com insuficiência
cardíaca classes funcionais II (casos selecionados), III e IV da NYHA (New York Heart
Association) - lembre também que a aldosterona é mediador de remodelamento cardíaco
(aldosterona aumenta a sobrevida desses pacientes)... Resposta: B.

Video comentário: 227321


85 - 2020 AMRIGS

Homem, 58 anos, diabético, hipertenso, com diagnóstico aos 52 anos, desenvolveu


insuficiência cardíaca há 2 anos. Em uso de insulina NPH e insulina regular; diurético de alça;
inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA); antagonista dos canais de cálcio e
betabloqueador. Queixa-se de turvamento visual, tontura e um episódio de perda de
consciência ao levantar-se da posição deitado para a posição em pé. No exame físico, observa-
se cacifo pré-tibial de 2+/4+; ritmo cardíaco regular; murmúrio vesicular presente e uniforme.
O nível pressórico em decúbito foi 160/110 mmHg; e, após 3 minutos em pé, foi de 130/80
mmHg. Glicemia capilar no acolhimento de 180 mg/dL coincidindo com 1 hora após o café da
manhã. Qual a hipótese diagnóstica mais provável para justificar a sintomatologia do
paciente?

A) Quadro hipertensivo.
B) Hipovolemia.
C) Hipotensão ortostática.
D) Hiperglicemia.

» Questão tranquila que apresenta uma situação muito comum da prática clínica: a
HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA. Essa situação tem um protótipo de paciente: pacientes
cardiopatas com DIABETES. Lembre-se que o diabetes causa lesão vascular e neural, nesse
caso gerando um desbalanço no sistema nervoso autônomo regulatório da pressão arterial,
conhecido como DISAUTONOMIA. O quadro é típico: paciente está deitado com PA normal ou
elevada e após levantar-se ocorre queda abrupta dos níveis pressóricos, gerando tontura ou
até síncope.
Resposta LETRA C.

Video comentário: 233935


86 - 2020 UFMT

Paciente masculino de 49 anos, cardiopata isquêmico e asmático em uso de atenolol 50 mg,


aas 100 mg, sinvastatina 40 mg e salbutamol spray 100 mcg, quando necessário. Chega à
unidade de saúde com dispneia intensa iniciada na última hora. Ao exame físico, apresenta-se
taquipneico com 36 irpm, taquicárdico com 140 bpm, com tiragem intercostal e fala
entrecortada, afebril e acianótico. À ausculta pulmonar, demonstra crepitações em ambos os
pulmões em terço médio e inferior. O diagnóstico e a conduta mais adequados são:

A) Infarto agudo do miocárdio; contato com SAMU, acesso venoso, morfina, oxigênio, nitrato e
aas.
B) Edema Agudo de Pulmão; contato com SAMU, acesso venoso, furosemida, morfina e
oxigênio.
C) Crise grave de asma; nebulização com fenoterol e ipratrópio a cada 20 min., oxigênio por
cateter nasal a 6 L/min.
D) Pneumonia dupla; nebulização com fenoterol e ipratrópio, tratamento ambulatorial com
amoxicilina+clavulanato com revisão em 24 horas.

» E aí, asma ou congestão? Bem, a ausência de sibilos fala contra asma, concorda? Num quadro
de congestão até poderia haver sibilos, mas o que caracteriza essencialmente a congestão
pulmonar de origem cardíaca é a presença de estertores bibasais pulmonares! Nosso
paciente, inclusive, que está em franco esforço respiratório, apresenta estertores bilaterais
nos 2/3 inferiores dos pulmões, ou seja, ele está em EDEMA AGUDO DE PULMÃO! O fato de
ser cardiopata isquêmico corrobora este diagnóstico, uma vez que a doença coronariana é
uma das principais causas de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida e
consequente congestão pulmonar... O tratamento inicial envolve diurético de alça, nitrato e
morfina IV, além de oxigênio inalatório, com transferência para o hospital (o que requer
contato com o SAMU). Idealmente, no hospital, este paciente também receberá ventilação
não invasiva com pressão positiva (VNI). Melhor resposta: B.

Video comentário: 247753


87 - 2020 HCPA

Associe os medicamentos anti-hipertensivos (coluna da esquerda) aos respectivos efeitos


colaterais (coluna da direita). 1 - Enalapril; 2 - Hidralazina; 3 - Anlodipino; 4 - Metoprolol; 5 -
Hidroclorotiazida; ( ) Hiperplasia gengival; ( ) Tosse; ( ) Síndrome lúpus-like; A sequência
numérica correta, de cima para baixo, da coluna da direita, é

A) 2 – 1 – 4
B) 2 – 4 – 5
C) 3 – 1 – 2
D) 3 – 4 – 5
E) 4 – 3 – 2

» Entre as drogas e efeitos adversos apresentados, sabemos que a inibição da ECA leva a
redução da degradação e consequente acúmulo de bradicinina, que nas vias aéreas resulta
em tosse seca. Entre as drogas associadas ao lúpus fármaco induzido, as principais são a
hidralazina, a procainamida e a fenitoína. A hiperplasia gengival induzida por medicamentos
está relacionada a três grupos de drogas: as anti-epilépticas , representadas pela fenitoína, as
imunossupressoras, representadas pela ciclosporina A e as betabloqueadoras ou
bloqueadoras dos canais de cálcio que são as diidropiridinas, como o anlodipino.

Gabarito: Alternativa C.

Video comentário: 229706


88 - 2020 AMP

Paciente, 77 anos, vem à consulta por tosse que vem piorando há 6 meses, que dificulta seu
sono. Dorme bem das 22h até as 02h, quando desperta sem fôlego e precisa levantar-se de
imediato. Depois consegue dormir, mas com muitas interrupções causadas por tosse seca e
necessidade de urinar umas 4 vezes durante a madrugada. De dia, nota ligeira fraqueza ao
trabalhar no jardim, mas nega haver tosse, polaciúria, disúria ou dispneia. Nunca fumou. Ao
exame, está eupneica, normocorada, hidratada, com frequência cardíaca de 80, pressão
arterial 150/74, bulhas cardíacas rítmicas normofonéticas sem sopros, crepitantes em bases
pulmonares, edema com cacifo em tornozelos. Usa anlodipino 5mg/noite e, quando tem dor
lombar, dipirona 500mg ou ibuprofeno 400mg. Na consulta de hoje, a conduta com maior
potencial de beneficiar a paciente é solicitar

A) radiografia de tórax e, caso exista derrame pleural, tratar com azitromicina por 5 dias.
B) parcial de urina e ecocardiograma, suspendendo anlodipino e ibuprofeno.
C) dosagem de peptídeo natriurético e iniciar espironolactona e losartana.
D) radiografia de tórax e ECG e iniciar furosemida 20mg/manhã.
E) ECG e ecocardiograma e iniciar zolpidem 5mg/noite.

» Essa paciente, idosa e hipertensa, está francamente congesta: repare a queixa de dispneia
paroxística noturna (DPN), a noctúria o edema de membros inferiores e a estertoração
pulmonar. Esses achados, em conjunto, nos fazem aventar a possibilidade de insuficiência
cardíaca congestiva (ICC), tendo em vista, além da clínica, a hipertensão arterial sistêmica. A
partir daí, vamos descartar as opções absurdas - "A", por exemplo, é sem noção: pneumonia
não dura 6 meses e não é causa de DPN; "B" está errada por sugerir a interrupção do
tratamento da hipertensão arterial, o que pode piorar agudamente o quadro de ICC; "C" peca
ao sugerir que já comecemos o tratamento com espironolactona, que deve ser reservado
para pacientes sintomáticos em uso de iECA/BRA e betabloqueador em doses otimizadas; "E",
por sua vez, sugere que o problema da paciente é insônia (E errada). Neste momento,
iniciaremos diurético de alça para aliviar o quadro congestivo e solicitaremos radiografia de
tórax e eletrocardiograma, exames valiosíssimos na suspeita de ICC. A radiografia, por
exemplo, demonstra cardiomegalia, congestão pulmonar; o eletrocardiograma pode revelear
sinais de sobrecarga ventricular direita, além de outras pistas para o diagnóstico etiológico.
Resposta: D.

Video comentário: 232752


89 - 2020 SES - DF

No que se refere aos conhecimentos relacionados a bioética, saúde mental, endocrinologia,


dermatologia e cardiologia, julgue o item a seguir. Os digitálicos são medicamentos que
reduzem a mortalidade por insuficiência cardíaca congestiva.

A) CERTO
B) ERRADO

» Afirmativa INCORRETA. Os digitálicos possuem efeito inotrópico leve, reduzem a atividade do


barorreceptor do seio carotídeo e são inibidores do sistema simpático. Tais efeitos são
capazes de reduzir os níveis de norepinefrina, os níveis plasmáticos de renina e talvez
também os de aldosterona, o que seria benéfico no paciente com insuficiência cardíaca (IC).
O estudo da Digitalis Investigation Group até mostrou redução nas hospitalizações por IC no
grupo tratado, mas nenhuma redução na mortalidade nem melhora na qualidade de vida.
Doses baixas são suficientes para obtermos um potencial benefício no seu uso, enquanto
doses mais altas comprometem a segurança terapêutica. Resumo da ópera: em geral, a
digoxina fica reservada para o tratamento de pacientes que seguem muito sintomáticos a
despeito de bloqueio neuro-hormonal ideal com controle do volume adequado. É muito mais
para controle de sintomas, não por reduzir mortalidade.

Gabarito: B.

90 - 2020 PUC - SP

Qual das alternativas abaixo indica um medicamento anti-hipertensivo que diminui o débito
cardíaco, bem como a secreção de catecolaminas nas sinapses nervosas e inibe a secreção de
renina?

A) Betabloqueadores.
B) Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA).
C) Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA).
D) Espironolactona.

» Pessoal, questão tranquila. Dentre os citados, o fármaco que reduz o débito cardíaco (através
do efeito inocronotrópico negativo) e leva à redução das catecolaminas nas sinapses, assim
como a secreção de renina pelas células justaglomerulares (efeito beta1-mediado) é o
betabloqueador. Gabarito: A.
91 - 2020 SCMV

O alvo do controle da Pressão Arterial (PA) em pacientes idosos hipertensos é tema


controverso. Sobre esse tema, assinale a alternativa INCORRETA:

A) A hipotensão sintomática e os distúrbios hidroeletrolíticos são alguns dos eventos adversos


no tratamento intensivo.
B) Os anti-hipertensivos devem ser iniciados com doses mais baixas e progredir mais
lentamente, visando o controle da PA e a vigilância de efeitos colaterais, para se prevenir
complicações.
C) O controle da PA para valores próximos dos normais está associado à redução da
mortalidade e das taxas de eventos cardiovasculares, incluindo insuficiência cardíaca.
D) O objetivo deve ser sempre níveis pressóricos mais altos nos idosos (PA sistólica maior que
140mmHg), para se prevenir efeitos colaterais que podem ser fatais nessa faixa etária.

» A hipertensão arterial sistêmica é uma doença muito comum em pacientes idosos, com
destaque para a hipertensão sistólica isolada que ocorre por uma diminuição na
complacência arterial. O tratamento anti-hipertensivo neste grupo de pacientes deve ser feito
com mais cautela, iniciando com doses mais baixas e progressão lenta das mesmas, tendo
em vista que são pacientes mais frágeis. Os efeitos adversos dependerão do medicamento
escolhido, mas os mais frequentes são distúrbios hidroeletrolóticos (principalmente com uso
de iECA/BRA e diuréticos tiazídicos) e hipotensão postural, que pode ocorrer com qualquer
classe de medicamento. Por conta disso, de acordo com a Diretriz Europeia, em pacientes
com mais de 80 anos, o tratamento deve ser considerado apenas quando a PA sistólica
ultrapassa 160mmHg, avaliando outros aspectos como fragilidade e dependência. Apesar
disso, não confundam: uma vez optado pelo tratamento, o alvo geral é o mesmo para todos
os pacientes (PA <130x80mmHg) podendo ser flexibilizado dependendo do grau de
fragilidade do paciente. A manutenção desses níveis pressóricos é baseada em estudos que
demonstram redução da morbimortalidade cardiovascular com os mesmos.

Gabarito letra D.
92 - 2020 IGESP

Quando analisamos os prognósticos de pacientes com hipertensão arterial, qual dos itens
abaixo pode ser determinado como adequado?

A) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do


prognóstico de eventos futuros, apresentam pior correlação com os eventos do que as
medidas de consultório na maioria deles.
B) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do
prognóstico de eventos futuros, apresentam melhor correlação com os eventos do que as
medidas de consultório na maioria deles.
C) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do
prognóstico de eventos futuros, não apresentam correlação com os eventos do que as
medidas de consultório na maioria deles.
D) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do
prognóstico de eventos futuros, apresentam melhor correlação com as medidas do que com
os eventos de consultório na minoria deles.

» De acordo com as diretrizes brasileiras, a aferição da PA através do MAPA e da MRPA


apresenta melhor correlação com o prognóstico de eventos cardiovasculares futuros do que a
medida de consultório. Lembre-se que a grande vantagem desses métodos, principalmente
da MAPA, é a avaliação dos níveis tensionais durante um período maior, ao longo de um dia, e
não de um só momento.
93 - 2020 HIS

Homem, 48 anos de idade, com diagnóstico de hiperlidipidemia há 10 anos, hipotireoidismo


há 5 anos, hipertensão há 2 anos. Em uso contínuo de levotiroxina, sinvastatina, enalapril e
hidroclorotiazida. Queixa-se de tosse seca há 8 meses, sem relação com decúbito. Nega
quaisquer outros sintomas. Apresenta os resultados de exames complementares e radiografia
de tórax reproduzidos a seguir: Qual deve ser a conduta neste momento para a queixa do
paciente?

A) Introduzir omeprazol por via oral.


B) Solicitar espirometria com broncoprovocação.
C) Suspender enalapril e iniciar anlodipino.
D) Solicitar tomografia computadorizada de tórax.
E) Orientar lavagem nasal diária com soro fisiológico.

» Temos um paciente com tosse crônica (> 8 semanas), já sendo possível descartar algumas das
principais etiologias com os exames trazidos pela questão. Não parece ser gotejamento pós-
nasal, pois a avaliação da mucosa de vias aéreas com a nasofibroscopia foi normal; não
parece ser asma, pois a espirometria é normal, nem DRGE (EDA e pHmetria normais). Ainda
podemos afastar o diagnóstico de tuberculose com a radiografia de tórax e teste
tuberculínico normais. Sendo assim, a principal suspeita recai sobre o IECA (enalapril), que
tem como efeito adverso a tosse. A melhor opção é trocá-lo por outro anti-hipertensivo, como
o anlodipino. Resposta: C.

Video comentário: 228010


94 - 2020 HAOC

Mulher de 34 anos, gestante de 33 semanas, queixa-se de dispneia progressiva em consulta


ambulatorial de pré-natal. Apresenta o eletrocardiograma mostrado a seguir. Qual a principal
hipótese diagnóstica a partir dos achados do eletrocardiograma?

A) Miocardiopatia puerperal.
B) Valvopatia reumática.
C) Tromboembolismo pulmonar.
D) Sepse de foco pulmonar.
E) Restrição respiratória secundária à gestação.

» Temos uma paciente jovem que, durante a gestação apresenta descompensação da doença
cardíaca de base, o que se justifica pelas modificações hemodinâmicas típicas da gestação. O
eletrocardiograma apresentado mostra ritmo sinusal com índice de Morris (fase negativa da
onda P proeminente em V1), caracterizando crescimento atrial esquerdo. A doença que pode
promover essa alteração estrutural, justificando o quadro clínico apresentado pela paciente, é
a valvopatia reumática, que cursa mais comumente com estenose mitral em sua fase crônica.

Gabarito: Alternativa B.

Video comentário: 248522


95 - 2020 SCML

Paciente hipertenso evoluiu com descontrole de pressão arterial, trouxe exames que
mostraram creatinina 2,0 g/dl e relação albumina/creatinina urinaria acima de 30. Ao exame
PA=160/90. Qual deve a classe de anti-hipertensivo de escolha?

A) Diurético tiazídico
B) Bloqueador do canal de Cálcio
C) Inibidor da enzima conversora
D) Beta bloqueador

» As classes de anti-hipertensivos de escolha em pacientes diabéticos, exceto se


contraindicação, devido ao efeito redutor da microalbuminúria, achado laboratorial mais
precoce associado à nefropatia diabética, são os IECA e BRA.

Gabarito: Alternativa C.
96 - 2020 HOS

Considere um paciente de 40 anos, com diagnóstico de Síndrome de Marfan que chega ao


pronto-socorro com história de dor torácica aguda acompanhada de alargamento de
mediastino visualizado em Rx de tórax, sugerindo dissecção aórtica. Assinale a alternativa
correta.

A) Havendo dissecção envolvendo a aorta ascendente, o tratamento deve ser inicialmente


conservador e a cirurgia postergada até melhora das condições clínicas do paciente.
B) A angiorressonância nuclear magnética é superior a angiotomografia e deve ser o exame
de escolha na fase aguda da dissecção se o paciente evoluir com instabilidade hemodinâmica.
C) No caso de o paciente evoluir com instabilidade hemodinâmica, o ecocardiograma
transesofágico é o exame mais adequado para a avaliação da dissecção.
D) O esmolol devido sua meia-vida curta é contraindicado no manejo clínico desse paciente
em sua fase aguda.
E) O tratamento endovascular deve ser realizado na fase aguda se o paciente evoluir sem
complicações.

» Doenças genéticas como a síndrome de Marfan e a síndrome de Ehlers-Danlos geram


alterações na estrutura do colágeno que predispõem a dissecção espontânea da aorta.
Vamos avaliar cada alternativa sobre a doença:
A) A dissecção de aorta ascendente é indicação cirúrgica de urgência! (INCORRETA)
B) A angiorressonância é um exame demorado e não oferece informações adicionais em
relação à angiotomografia. Ambos não devem ser realizados com o paciente instável, sendo
preferido nesse caso o ecocardiograma transesofágico (INCORRETA)
C) Como ja dito acima, o ECOTE é o exame de preferência no paciente instável, permitindo
localização da lesão e planejamento cirúrgico (CORRETA)
D) O esmolol pode ser utilizado para manejo da pressão arterial, sendo a meia vida curta uma
característica vantajosa para permitir a titulação da medicação e controle estrito da pressão
arterial (INCORRETA)
E) A intervenção na dissecção aórtica descendente é geralmente tardia e reservada para
casos com sintomas persistentes ou progressão da dissecção. O manejo inicial, pode ser
conservador, ao contrário das lesões de aorta descendente. (INCORRETA)
Resposta correta letra C
97 - 2020 HCB - SP

A otimização clínica pré-operatória de dispositivos de assistência circulatória mecânica visa


reduzir as possíveis variáveis de risco para o insucesso do procedimento e otimizar ao
máximo a função do ventrículo direito. Sendo assim, podemos concordar com o item:

A) Os parâmetros desejáveis antes do implante do dispositivo de assistência circulatória


mecânica DACM de longa duração são: creatinina < 2,5 mg/dL, ureia < 100 mg/dL, Razão
Normalizada Internacional < 1,2, hemoglobina > 10 g/dL, plaquetas > 150.000/μL, albumina >
3,0 g/dL, pressão venosa central < 12 mmHg, pressão capilar pulmonar (PCP) < 20 mmHg e
pressão arterial pulmonar sistólica < 65 mmHg.
B) Os parâmetros desejáveis antes do implante do dispositivo de assistência circulatória
mecânica DACM de longa duração são: creatinina < 1,5 mg/dL, ureia < 100 mg/dL, Razão
Normalizada Internacional < 1,2, hemoglobina > 10 g/dL, plaquetas > 150.000/μL, albumina >
3,0 g/dL, pressão venosa central < 12 mmHg, pressão capilar pulmonar (PCP) < 20 mmHg e
pressão arterial pulmonar sistólica < 65 mmHg.
C) Os parâmetros desejáveis antes do implante do dispositivo de assistência circulatória
mecânica DACM de longa duração são: creatinina < 2,5 mg/dL, ureia < 100 mg/dL, Razão
Normalizada Internacional < 1,2, hemoglobina > 10 g/dL, plaquetas > 150.000/μL, albumina >
3,0 g/dL, pressão venosa central < 12 mmHg, pressão capilar pulmonar (PCP) < 20 mmHg e
pressão arterial pulmonar sistólica < 95 mmHg.
D) Os parâmetros desejáveis antes do implante do dispositivo de assistência circulatória
mecânica DACM de longa duração são: creatinina < 2,5 mg/dL, ureia < 100 mg/dL, Razão
Normalizada Internacional < 1,2, hemoglobina > 10 g/dL, plaquetas > 100.000/μL, albumina >
3,0 g/dL, pressão venosa central < 12 mmHg, pressão capilar pulmonar (PCP) < 20 mmHg e
pressão arterial pulmonar sistólica < 65 mmHg.

» Questão muito difícil retirada, na íntegra, da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca


Crônica e Aguda.
Vamos, então, relembrar um trecho do documento que respondia a questão…
“A otimização clínica pré-operatória visa reduzir as possíveis variáveis de risco para o
insucesso do procedimento e otimizar ao máximo a função do ventrículo direito. Os
parâmetros desejáveis antes do implante do DACM de longa duração são: creatinina < 2,5
mg/dL, ureia < 100 mg/dL, Razão Normalizada Internacional < 1,2, hemoglobina > 10 g/dL,
plaquetas > 150.000/μL, albumina > 3,0 g/dL, pressão venosa central < 12 mmHg, pressão
capilar pulmonar (PCP) < 20 mmHg e pressão arterial pulmonar sistólica < 65 mmHg”.

Resposta: letra A.

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98 - 2020 HCB - SP

A furosemida é o principal diurético utilizado para controle da congestão, sendo que o alvo
terapêutico principal na IC aguda é a redução da congestão, que está presente em cerca de
85% dos pacientes. Sendo adequado apenas o item:

A) Deve ser utilizado de forma intensa e com início tardio.


B) Promove a descongestão de forma eficaz, com resultados de melhora clínica, redução do
tempo de internação e reinternação por IC.
C) A furosemida deve ser administrada por via intravenosa, na dose inicial de 20 a 40 mg, em
bólus, em pacientes que não vinham em uso prévio, mas não naqueles com uso crônico.
D) A dose deve ser, no máximo equivalente à de uso prévio.

» Questão difícil extraída, na íntegra, da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e


Aguda. Vamos, então, relembrar um trecho do documento que respondia a questão…
“O alvo terapêutico principal na IC aguda é a redução da congestão, que está presente em
cerca de 85% dos pacientes. A furosemida é o principal diurético utilizado, devendo ser
utilizado de forma intensa e com início precoce, (letra A - INCORRETA) para promover a
descongestão de forma eficaz, com resultados de melhora clínica, redução do tempo de
internação e reinternação por IC. (letra B - CORRETA)
A furosemida deve ser administrada por via intravenosa, na dose inicial de 20 a 40 mg, em
bólus, em pacientes que não vinham em uso prévio e naqueles com uso crônico. (letra C -
INCORRETA) A dose deve ser, no mínimo, equivalente a de uso prévio. (letra D - INCORRETA) A
posologia e os intervalo dos diuréticos devem alcançar os alvos clínicos de descongestão”.

Resposta: letra B.

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99 - 2020 HMASP

Sobre a miocardiopatia hipertrófica, assinale a opção incorreta:

A) É a mais comum das doenças cardiovasculares genéticas, de herança autossômica


dominante.
B) Os achados mais comuns ao ecocardiograma são a hipertrofia ventrículo direito, aumento
do átrio esquerdo e movimento sistólico anterior da válvula mitral.
C) Tem como características desarranjo das fibras miocárdicas, ausência de dilatação
ventricular e contratilidade normal ou supernormal.
D) Apesar de rara, a morte súbita pode ocorrer principalmente em adultos jovens e durante
atividade física.
E) A taquicardia e a fibrilação ventricular são as principais causas de morte nessa patologia.

» A miocardiopatia hipertrófica é uma doença autossômica dominante, sendo a mais comum


das doenças cardiovasculares genéticas e responsável por 30% das mortes súbitas de
etiologia cardíaca em atletas (alternativas A e D corretas). Há desarranjo das fibras
miocárdicas, com hipertrofia de um segmento do coração, sendo mais comum o
acometimento septal, sem que haja dilatação das câmaras (alternativa C correta), o que gera
áreas de fibrose, que predispõe a ocorrência de taquiarritmias malignas (alternativa E
correta), e pode levar à obstrução da via de saída de ventrículo esquerdo (alternativa B
incorreta).

Gabarito: Alternativa B.
100 - 2020 ISCMSC

Na indicação de dispositivos de assistência circulatória mecânica DACM de longa duração,


alguns fatores são relevantes na tomada de decisão. Não podemos apenas aceitar que:

A) No caso de ponte para transplante, a expectativa de tempo de espera em fila deve ser
considerada.
B) Em casos de expectativa de espera em fila < 30 dias, a indicação de DACM traria relação
custo-benefício favorável.
C) Deve-se também ter em mente que a indicação destes dispositivos em pacientes
INTERMACS II apresenta resultados mais desfavoráveis.
D) Pacientes com condições clínicas proibitivas ao transplante cardíaco atual, porém,
modificáveis ao longo do tempo.

» Na indicação da utilização de dispositivos de assistência ventricular mecânica de longa


duração, sendo o Heart Mate III o mais utilizado na atualidade em todo o mundo, aspectos
importantes devem ser considerados, uma vez que trata-se de uma terapia com menor
benefício no aumento de sobrevida que o transplante cardíaco e com complicações
relativamente frequentes. Assim, por ser um dispositivo caro, pacientes com expectativa de
tempo em fila inferior a 30 dias devem ser mantidos em tratamento clínico até o transplante,
evitando o gasto desnecessário com o dispositivo. Vale lembrar que pacientes com
contraindicação atual ao transplante, como a hipertensão pulmonar grave, após
descompressão de ventrículo esquerdo, podem evoluir com remodelamento reverso da
vasculatura e redução da hipertensão pulmonar, permitindo uma futura candidatura ao
transplante.

Gabarito: Alternativa B.
101 - 2020 PMSO

""A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra é um compromisso firmado pelo
Ministério da Saúde no combate às desigualdades no Sistema Único de Saúde e na promoção
da saúde da população negra de forma integral, considerando que as iniquidades em saúde
são resultados de injustos processos socioeconômicos e culturais - em destaque, o vigente
racismo - que corroboram com a morbimortalidade das populações negras brasileiras"".
Deste modo, é importante que os profissionais de saúde sejam preparados para entender e
atender as demandas inerentes a esta população. Sobre as condições genéticas da população
negra, assinale a alternativa mais coerente.

A) Anemia falciforme - Doença hereditária, que pode ser encontrada em frequências que
variam de 2% a 6% na população brasileira em geral, e de 6% a 10% na população negra.
B) Diabetes mellitus (tipo II) - Esse tipo de diabetes atinge com mais frequência os homens
negros (9% a mais que os homens brancos) e as mulheres negras (em torno de 50% a mais do
que as mulheres brancas).
C) A hipertensão arterial tende a ser mais complicada em negros (tanto em homens quanto
em mulheres).
D) Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase - Apresenta frequência relativamente alta
em negros americanos (13%). Por ser um distúrbio genético ligado ao cromossomo X, é mais
frequente nos meninos.
E) Todas as alternativas estão corretas.

» Vamos analisar as assertivas utilizando trechos retirados da "Política Nacional de Saúde


Integral da População Negra" do Ministério da Saúde, conforme citado no enunciado:
A) Correta. Doença hereditária, decorrente de uma mutação genética ocorrida há milhares de
anos, no continente africano. A doença, que chegou ao Brasil pelo tráfico de escravos, é
causada por um gene recessivo, que pode ser encontrado em frequências que variam de 2%
a 6% na população brasileira em geral, e de 6% a 10% na população negra.
B) Correta. Esse tipo de diabetes se desenvolve na fase adulta e evolui causando danos em
todo o organismo. É a quarta causa de morte e a principal causa de cegueira adquirida no
Brasil. Essa doença atinge com mais frequência os homens negros (9% a mais que os homens
brancos) e as mulheres negras (em torno de 50% a mais do que as mulheres brancas).
C) Correta. A doença, que atinge 10% a 20% dos adultos, é a causa direta ou indireta de 12% a
14% de todos os óbitos no Brasil. Em geral, a hipertensão é mais alta entre os homens e
tende ser mais complicada em negros, de ambos os sexos.
D) Correta. Afeta mais de 200 milhões de pessoas no mundo. Apresenta frequência
relativamente alta em negros americanos (13%) e populações do Mediterrâneo, como na
Itália e no Oriente Médio (5% a 40%). A falta dessa enzima resulta na destruição dos glóbulos
vermelhos, levando à anemia hemolítica e, por ser um distúrbio genético ligado ao
cromossomo X, é mais frequente nos meninos.
Ou seja, todas as assertivas de acordo com a própria referência citada encontram-se corretas
e o gabarito é a letra D.

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102 - 2020 SCO

Considerando as características dos medicamentos usados por via parenteral para o


tratamento das emergências hipertensivas, o Nitroprussiato de Sódio (NPS), um vasodilatador
arterial e venoso que estimula a formação de GMPc. Somente NÃO podemos considerar como
evento adverso ou de precaução:

A) Intoxicação por cianeto.


B) Cuidado na pressão intracraniana baixa por interação com hiperemia.
C) Hipotensão grave.
D) Náuseas, vômitos.

» Boa questão. Sobre conceito farmacológico do Nitroprussiato de Sódio(NPS), utilizado nas


emergências hipertensivas. A banca já descreve o fármaco como um vasodilatador misto e
que aumenta o GMPc. Isso ocorre pois o NPS é um doador de óxido nítrico, que aumenta o
GMPc , que em última análise é um vasodilatador.
Grave os principais efeitos colaterais ou cuidados que devemos tomar:

Hipotensão, devido altas doses;

Náuseas,vômitos;

Aumento da pressão intracraniana;

Intoxicação por cianeto.

Lembre-se que a molécula de NPS contém 44% de cianeto e por isso devemos tomar cuidado
com infusões em altas doses e por tempo prolongado.
Qual alternativa está INCORRETA?
A letra B, pois o cuidado deve ser com pressão intracraniana ALTA.
Gabarito LETRA B.
103 - 2020 SCMMA

Homem, 56 anos de idade, assintomático, apresenta ecocardiograma transtorácico (realizado


em check up cardiológico) que evidenciou insuficiência mitral grave, associada a disfunção e
dilatação ventricular esquerda leve. Qual é a conduta mais adequada?

A) Introdução de vasodilatadores arteriais.


B) Realização de coronariografia pré-operatória.
C) Introdução de digoxina.
D) Acompanhamento clínico com ecocardiograma anual.

» Questão direta sobre indicação de cineangiocoronariografia ou cateterismo cardíaco. Temos


um homem de meia idade com achados no ecocardiograma:

insuficiência mitral grave;

disfunção e dilatação ventricular esquerda leve.

A banca quer a melhor conduta para o paciente. Seguindo esse raciocínio, vamos analisar as
alternativas:
A-INCORRETA. A questão não definiu diagnóstico de insuficiência cardíaca(IC) ou hipertensão
arterial.
B-CORRETO. Paciente está dando os primeiros indícios de uma possível IC pelo
ecocardiograma. Qual a principal causa de insuficiência cardíaca no Brasil? Doença isquêmica
(doença arterial coronariana). Por essa razão eu devo procurar estudar melhor os vasos desse
paciente e tratar se necessário com angioplastia.
C-INCORRETO. Paciente está assintomático, além disso, se for uma IC,não foi definido se é
uma IC com fração de ejeção baixa ou alta.
D-INCORRETO. O achado é relevante, não podemos simplesmente "deixar passar".
Resposta LETRA B.
104 - 2020 HSA - GUARUJÁ

Quanto a insuficiência cardíaca descompensada grave, é correto afirmar:

A) Atinge aproximadamente 10% da população jovem em todo o mundo


B) Tem taxa de mortalidade que atinge aproximadamente 10% dos pacientes acima de 60
anos, na internação
C) No Brasil, a principal causa é a isquêmica, seguida da miocardiopatia hipertensiva e
chagásica
D) A presença de hipotensão e disfunção renal aguda ou agudizada no momento da admissão
aumentam expressivamente a mortalidade em vigência de descompensação
E) Duas acima estão corretas

» Questão sobre a insuficiência cardíaca, que é uma doença caracterizada por ser a via final das
doenças cardiovasculares, atingindo aproximadamente 10% da população acima de 80 anos.
Estima-se que 5 a 10% das pessoas estejam no estágio D da doença e que a taxa de sobrevida
em 5 anos seja inferior a 50%! Vamos, então, analisar as quatro alternativas…
Letra A: A prevalência em indivíduos jovens é muito menor! INCORRETA
Letra B: Exato. A taxa de mortalidade nos indivíduos ≥ 60 anos chega a atingir 10% na
internação. CORRETA
Letra C: Não! No Brasil, a principal etiologia da IC é a cardiopatia isquêmica crônica associada
à hipertensão arterial. INCORRETA
Letra D: Essas condições aumentam, de fato, a aumentam de maneira expressiva a
mortalidade da doença. CORRETA

Resposta: letra E.
105 - 2020 ISCMSC

Para os Peptídeos Natriuréticos os escores de risco habitualmente utilizados permitem


estimar o risco de eventos cardiovasculares no período perioperatório com moderada
acurácia. O item com erro é:

A) Testes de avaliação de isquemia, assim como novos biomarcadores promissores


(troponinas e peptídeos natriuréticos), permitem refinar esta estimativa de risco antes da
cirurgia.
B) Os peptídeos natriuréticos são liberados na circulação sanguínea pelo miocárdio em
resposta a múltiplos estímulos fisiológicos, como estresse miocárdico e isquemia.
C) Níveis pré-operatórios elevados de Peptídeo Natriurético do Tipo B (BNP) são fracos
preditores de complicações cardiovasculares perioperatória.
D) O peptídeo natriurético pré-operatório elevado é preditor independente de evento (morte
cardíaca ou IAM não fatal) em até 30 dias após a cirurgia.

» Questão sem qualquer criatividade retirada, na íntegra, da 3ª Diretriz de Avaliação


Cardiovascular Perioperatória da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão.
“Os escores de risco habitualmente utilizados permitem estimar o risco de eventos
cardiovasculares no período perioperatório com moderada acurácia. Testes de avaliação de
isquemia, assim como novos biomarcadores promissores (troponinas e peptídeos
natriuréticos), permitem refinar esta estimativa de risco antes da cirurgia. (letra A - CORRETA)
Os peptídeos natriuréticos são liberados na circulação sanguínea pelo miocárdio em resposta
a múltiplos estímulos fisiológicos, como estresse miocárdico e isquemia. (letra B - CORRETA)
Múltiplos estudos demonstraram que níveis pré-operatórios elevados de Peptídeo
Natriurético do Tipo B (BNP) são potentes preditores de complicações cardiovasculares
perioperatórias. (letra C - INCORRETA)
(…)
Em metanálise envolvendo dados individuais de seis diferentes estudos, os autores avaliaram
peptídeos natriuréticos como preditores de eventos em pacientes submetidos a operações
vasculares, confirmando que peptídeo natriurético pré-operatório elevado é preditor
independente de evento (morte cardíaca ou IAM não fatal) em até 30 dias após a cirurgia”.
(letra D - CORRETA)

Resposta: letra C.
106 - 2020 SCMSJC

Qual dos sintomas abaixo, quando apresentado pelo paciente com estenose aórtica é uma
valvopatia com mau prognóstico, tem uma pior sobrevida?

A) Síncope.
B) Angina.
C) Vertigens frequentes ou pré-síncope.
D) Dispneia (insuficiência cardíaca).

» A estenose aórtica na maioria das vezes só se apresenta sintomática tardiamente devido ao


aumento da pressão intraventricular esquerda associado a hipertrofia do ventrículo esquerdo
para manter o volume sistólico adequado. Podemos dividir os principais sintomas em 4:
síncope, angina, dispneia e insuficiência cardíaca congestiva. Antes que o tratamento
cirúrgico estivesse amplamente disponível a doença tinha a seguinte evolução: - Angina
torácica: período médio de 3 anos do início dos sintomas até o óbito. A angina geralmente
ocorre quando há um desequilíbrio entre a demanda miocárdica e a oferta de oxigênio -
Síncope aos esforços: também com período médio de 3 anos do início dos sintomas até o
óbito, causada geralmente por vasodilatação dos músculos ativos e vasoconstrição
inadequada dos músculos inativos, na presença de um débito cardíaco reduzido por causa da
estenose aórtica pode levar a perda de consciência por hipofluxo cerebral; - Dispneia: média
de 2 anos até o óbito. Quando a estenose aórtica é tão importante o aumento nas pressões
diastólicas do ventrículo esquerdo (VE), secundárias à redução na complacência do VE e
retardo no relaxamento levam em elevação da pressão capilar pulmonar com piora das trocas
gasosas a nível alveolar e dispneia; - Insuficiência cardíaca: média de 2 a 1,5 anos até o óbito.
Sendo a apresentação clínica mais grave, resultado do redução extrema do débito cardíaco
devido a obstrução quase completa da via de saída do VE por conta da estenose aórtica.
Dentre os sintomas apresentados aquele que apresenta pior prognóstico e menor tempo de
vida sem tratamento é a insuficiência cardíaca com sua dispneia. Gabarito letra D.

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107 - 2020 HSL - RP

Em relação à síndrome da apneia obstrutiva do sono podemos afirmar que: I – É mais


frequente em homens. II – Tem relação com a obesidade e circunferência do pescoço acima
de 40 cm. III – É mais frequente em negros e asiáticos.

A) Todas estão corretas.


B) Apenas I e II estão corretas.
C) Apenas II e III estão corretas.
D) Apenas I e III estão corretas.

» A síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) é caracterizada pela obstrução completa ou


parcial recorrente das vias aéreas superiores durante o sono, resultando em períodos de
apnéia, dessaturação de oxihemoglobina e despertares freqüentes com conseqüente
sonolência diurna. Os episódios de obstrução e apnéia ocorrem em todos os estágios do
sono, especialmente no estágio 2 do sono não-REM e durante o sono REM, quando as
apnéias tendem a ser mais longas e a dessaturação arterial mais acentuada.
Dito isso vamos analisar as assertivas:
I) Correta. Os mais potentes fatores capazes de desencadear a SAOS são a obesidade
(particularmente a adiposidade central), o sexo masculino e a idade avançada.
II) Correta. A SAOS possui relação com a obesidade e a circunferência do pescoço.
III) Correta. No que se refere ao fator étnico, foi observado um aumento do risco para SAOS
entre negros, latinos e asiáticos, com sugestão de que as características crânio-faciais desses
grupos populacionais devem contribuir para esses maiores índices de eventos obstrutivos
durante o sono.
Ou seja, todas as assertivas encontram-se corretas e portanto, o nosso gabarito é a letra A.
108 - 2020 HSL - RP

Qual dos achados do exame físico é o menos específico para um paciente com insuficiência
cardíaca congestiva descompensada?

A) B3.
B) Crepitações pulmonares.
C) Turgência jugular.
D) Refluxo hepato jugular.

» O diagnóstico de insuficiência cardíaca é feito baseado em sinais e sintomas clínicos e


amparado por exames complementares. Muitas vezes a interpretação dos sinais clínicos é
difícil, e o diagnóstico só é firmado com auxilio de ferramentas como o ecocardiograma.
Contudo, sabemos que alguns sinais e sintomas tem maior especificidade que outros. Na
história, a presença de ortopneia e dispneia paroxística noturna favorecem o diagnóstico. No
exame físico, os sinais mais específicos são aqueles que representam indiretamente o
aumento das pressões de enchimento de VE. Sendo assim, os sinais de maior especificidade
são a presença de terceira bulha (B3) e a turgência jugular, além da presença de refluxo
hepato-jugular (A, C e D INCORRETAS). Entretanto, a sensibilidade desses sinais é baixa e sua
ausência não exclui o diagnóstico. Outros sinais menos específicos indicam congestão
pulmonar e sistêmica (ex: edema de membros inferiores, crepitações pulmonares,
hepatomegalia, ascite, e taquicardia) e sinais de baixo débito cardíaco (ex: hipotensão
arterial, alterações do nível de consciência, oligúria, pulso filiforme e extremidades frias).
Os critérios de Boston e Framingham organizam os sinais e sintomas clínicos de IC em ordem
de importância, na tentativa de tornar mais objetiva a avaliação clínica desses pacientes. Em
ambos, a presença de terceira bulha e aumento da pressão jugular são priorizados em
relação à presença de crepitações pulmonares, ja que estas últimas também podem ocorrer
em várias outras situações clínicas.
Resposta letra B

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109 - 2020 SCMSJC

Qual o anti-hipertensivo a que os jovens brancos, melhor respondem como terapia inicial?

A) BB.
B) IECA.
C) BRA.
D) BCC.

» Vamos relembrar:
Anti hipertensivo de 1 linha é toda droga que, alpem de baixar a pressão arterial, reduz a
morbimortalidade cardiovascular. Logo, além de poderem ser utilizadas em monoterapia, tais
drogas sempre devem estar presentes nos esquemas de associação. De acordo com a
literatura médica, existem cinco classes de anti-hipertensivos de 1 linha:
1) diuréticos.
2) bloqueadores de canais de cálcio (BCC).
3) Inibidores da ECA (IECA).
4) Bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA).
5) Betabloqueadores (BB).
Estudos recentes mostraram que os benefícios dos BB são inferiores aos das demais classes,
exceto em certos subgrupos de pacientes (ex: coronariopatas, portadores de ICFER). Logo, os
BB devem ser considerados como anti hipertensivos de 1 linha somente nessas
circunstâncias.
Por fim, as drogas de escolha em jovens brancos são IECA e betabloqueadores. Como citado
acima, sem comorbidades, nossa primeira escolha são os IECAs e portanto o nosso gabarito é
a letra B.

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110 - 2020 UNITAU

Homem, 65 anos, admitido com quadro de taquicardia, febre de 38 °C, dispneia progressiva
aos esforços, evoluindo para dispneia ao repouso, edema de membros inferiores e ortopneia.
Seu RX de tórax revelou consolidação pulmonar, ECG sinusal, com sobrecarga de câmaras
esquerdas. Ecodoppler apresenta FE estimada em 35%. Após tratamento com antibiótico,
evoluiu assintomático, sem sinais de congestão e em condições de alta, apresentando PA
120X75 mmHg e FC 78 bpm. Qual o tratamento adicional mais adequado a ser prescrito?

A) Antibioticoterapia estendida
B) Inibidor da ECA e betabloqueador (Metoprolol)
C) Digital e diurético tiazídico
D) Diurético de alça e nitrato
E) Anticoagulação oral

» Esse paciente é portador de insuficiência cardíaca (IC), diagnóstico que, aparentemente, só foi
revelado após descompensação por quadro infeccioso pulmonar. O tratamento
antimicrobiano foi eficaz, tendo em vista atual estabilidade clínica (A errada); então, chegou o
momento de darmos alta a esse senhor, prescrevendo o tratamento para sua IC com fração
de ejeção reduzida. A primeira ideia importante é de que o doente está assintomático no
momento, isto é, não é o momento de nos preocuparmos com fármacos para controlar
sintomatologia, como diuréticos (C e D erradas). Ao mesmo tempo, sabemos que a
anticoagulação, em pacientes com IC, é indicada em raros casos (E errada)... Vamos então ao
que interessa — grandes trabalhos já comprovaram que as seguintes classes de fármacos
aumentam a sobrevida de pacientes com IC: (1) iECA ou "pril" (inibidores da enzima
conversora de angiotensina); (2) bloqueadores da angiotensina II ou “sartans" (BRA), inclusive
a associação valsartan-sacubitril; (3) betabloqueadores (apenas bisoprolol, carvedilol e
succinato de metoprolol); e (4) inibidores diretos da aldosterona, como a espironolactona.
Começaremos, então, com pril + betabloqueador em doses baixas, aumentando-as
progressivamente, de acordo com a tolerância do paciente. Resposta: B.

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111 - 2020 HOS

Homem, 58 anos, procura atendimento médico com queixa de dispneia aos esforços, de
moderados a pequenos, além de edema leve de membros inferiores, de instalação
progressiva há cerca de 3 meses. Refere antecedente de infarto do miocárdio há 2 anos e,
atualmente, não faz uso de qualquer medicação. Exame físico: bom estado geral, FC = 98
bpm, pulso regular, PA = 130 × 90 mmHg, sinal de Godet positivo 2+/4+ em membros
inferiores, ausculta cardíaca normal e ausculta pulmonar com finos estertores crepitantes
bibasais. Foi solicitado ecocardiograma transtorácico, que revelou a presença de acinesia de
toda a parede inferior do ventrículo esquerdo e fração de ejeção de 40% (Simpson). Exames
laboratoriais: função renal e hepática normais. No arsenal terapêutico disponível para o
tratamento desse paciente, deve-se evitar o uso de

A) bisoprolol.
B) espironolactona.
C) furosemida.
D) diltiazem.
E) losartana.

» Questão tranquila sobre tratamento farmacológico na INSUFICIÊNCIA CARDÍACA(IC). Vamos


relembrar quais os tratamentos recomendados pela última diretriz de IC(2018) para IC com
fração de ejeção reduzida(que é o caso do enunciado):

IECA

BRA`s

Antagonista de aldosterona

Betabloqueadores

Sacubitril/Valsartana

Ivabradina

Hidralazina

Dinitrato de isossorbida

Este seria o "arsenal" terapêutico para IC. Os bloqueadores de canais de cálcio não fazem
parte desse arsenal. Agora ficou fácil né?
Resposta certa LETRA D.
112 - 2020 UFSCAR

Mulher de 32 anos, portadora de diabetes mellitus tipo 1 há 18 anos e insuficiência renal


crônica, vem apresentando piora progressiva dos níveis pressóricos, sendo encaminhada da
atenção primária para ajuste da terapêutica anti-hipertensiva. Está em uso de hidroclortiazida
25mg pela manhã. PA: 168/88mmHg; FC: 82bpm; Exames complementares: creatinina 2,8
mg/dL, ureia 46 mg/dL, albuminúria 44mg/24h; Pergunta-se qual a meta de pressão arterial
máxima e a classe medicamentosa de primeira escolha para controle pressórico da paciente?

A) 140/80mmHg e bloqueador de canal de cálcio


B) 140/80mmHg e bloqueadores de receptores de angiotensina
C) 130/80mmHg e beta-bloqueadores
D) 130/80mmHg e inibidores da enzima conversora de angiotensina
E) 140/80mmHg e diurético de alça

» Que história triste... Paciente com diabetes tipo 1 há 18 anos desenvolve hipertensão arterial
e doença renal crônica aos 32 anos de idade. O que podemos fazer por ela, quanto ao
controle pressórico? Primeiro, escolher o alvo adequado e, em seguida, a classe
farmacológica que traz mais benefícios para o seu perfil de morbidades. De acordo com o
posicionamento mais recente da American Diabetes Association e da American Heart
Association, a meta pressórica para diabéticos é < 130 x 80 mmHg (A, B e E erradas). O
benefício seria maior em pessoas com risco cardiovascular mais elevado, como a nossa
paciente... O alvo mais conservador da PA, < 140 x 90 mmHg, pode ser almejado em
pacientes com menor risco. Quanto à melhor classe de anti-hipertensivos para diabéticos
e/ou nefropatas, os inibidores da enzima conversora de angiotensina ("pril") ou os
bloqueadores do receptor da aldosterona ("sartans") são a melhor opção (C errada).
Resposta: D.
113 - 2020 UNITAU

Homem, 75 anos, com queixa de dor torácica em aperto, acompanhada de dispneia aos
esforços, há 12 meses, com melhora ao repouso. Seu exame físico revela PA 150x70 mmHg,
FC 86 bpm, ritmo regular, FR 16 ipm. À ausculta, sopro sistólico de alta frequência no segundo
espaço intercostal à direita do esterno, com irradiação para a fúrcula e para a região cervical.
Qual a hipótese clínica mais provável?

A) Insuficiência mitral
B) Comunicação interventricular
C) Prolapso da válvula mitral
D) Estenose aórtica
E) Comunicação interatrial

» Temos aqui o caso clínico de um senhor idoso com queixa de angina estável típica associada
a dispneia aos esforços. Seu exame físico revela um sopro sistólico em foco AÓRTICO, de alta
frequência e exibindo o padrão de irradiação típica (fúrcula e carótidas) da estenose aórtica
importante. Tipicamente o sopro é mesossistólico (adquirindo formato "em diamante") no
fonocardiograma.
É inteiramente possível que a estenose aórtica coexista com um quadro de angina estável por
doença aterosclerótica, e esse diagnóstico deverá ser excluído no decorrer da investigação
clínica. Contudo, a própria estenose aórtica é capaz de causar angina sem doença
coronariana associada, indicando doença grave com área valvar bastante reduzida (< 1cm2),
elevada velocidade de fluxo (> 4m/s) e elevado gradiente transvalvar (> 40 mmHg).
Outra possível manifestação clínica é a síncope ou pré-síncope relacionada ao exercício, e
outros possíveis achados ao exame físico são presençã de quarta bulha (B4) e pulsos de
amplitude e velocidade reduzida (parvus tardus).
Resposta correta letra D

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114 - 2020 HCB - SP

Com relação à insuficiência cardíaca (IC) pós-operatória, assinale a alternativa incorreta:

A) Vários fatores de risco predispõem ao desenvolvimento da IC, sendo os mais significativos


deles a doença arterial coronariana, a hipertensão e a idade avançada.
B) A IC mal controlada representa um dos fatores de risco mais sérios para o paciente pré-
operatório.
C) Vários fatores podem levar à IC de início recente ou descompensação da IC preexistente no
período perioperatório, incluindo isquemia miocárdica perioperatória ou IAM, sobrecarga de
volume, hipertensão, sepse, doença de válvula cardíaca oculta, embolia pulmonar e fibrilação
atrial aguda.
D) O risco de IC é maior durante o período intraoperatório.

» Questão difícil sobre insuficiência cardíaca pós-operatória.


Vamos, então, analisar cada alternativa e assinalar a incorreta:
Letra A: Os principais fatores predisponentes são a coronariopatia, a hipertensão arterial e a
idade avançada. CORRETA
Letra B: Enquanto pacientes com insuficiência cardíaca (IC) controlada tem bom resultado no
pós-operatório, pacientes com IC mal controlada tem maior possibilidade de complicações.
CORRETA
Letra C: Todos esses fatores aumentam o risco de IC no pós-operatório, principalmente no
pós imediato. CORRETA
Letra D: O risco de IC é maior no período pós-operatório imediato (primeiras 24 a 48 horas);
quando há mais alterações hemodinâmicas tanto da resposta inflamatória sistêmica quanto
do suporte ao paciente. INCORRETA

Resposta: letra D.

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115 - 2020 SCMMA

Paciente com ICC chega ao PS frio e seco, qual a medida inicial a ser tomada?

A) SFO 9% 250ml em 30-60minutos.


B) Dobutamina.
C) Levosimedan.
D) Milrinona.

» Pessoal, nem toda descompensação de ICC é igual e deve ser tratada da mesma forma. Para
isso foram definidos alguns "perfis" de acordo com características clínicas dos pacientes. O
perfil L (frio e seco) da ICC descompensada representa pacientes mal perfundidos (frios) e
sem congestão (secos). Geralmente demanda hidratação venosa cautelosa, que deve ser feita
preferencialmente após instalação de cateter de Swan-Ganz e demonstração de pressão
capilar pulmonar em cunha < 12 mmHg.
116 - 2020 CMC

Qual desses anti-hipertensivo cursa como efeito colateral a hiperuricemia?

A) Hidroclorotiazida.
B) Anlodipina.
C) Enalapril.
D) Losartan.

» A hidroclorotiazida é excelente medicação anti-hipertensiva quando utilizada na dose de até


25 mg/dia. Os efeitos adversos geralmente ocorrem com doses maiores, não mais
empregadas atualmente. Os principais efeitos adversos incluem: distúrbio metabólico
(hiperglicemia, hipertrigliceridemia, hiperuricemia), precipitação de uma crise de gota,
distúrbio eletrolítico (hipocalemia, hiponatremia, hipomagnesemia, alcalose metabólica),
disfunção sexual (mais que as outras classes). O efeito no ácido úrico decorre de redução da
excreção renal do ácido. Recentemente, o uso de hidroclorotiazida (sabidamente relacionado
a maior vulnerabilidade cutânea para os raios UV) mostrou-se associado a um risco
aumentado de câncer de pele não melanoma. O losartan tem efeito uricosúrico (D errada).
Anlodipino e enalapril não costumam alterar a uricemia (A e C erradas). Resposta: A.

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117 - 2020 FMJ

Homem de 55 anos é diagnosticado há 1 semana com hipertensão arterial estágio 1, com


risco cardiovascular aumentado (doença renal crônica e diabetes mellitus). De acordo com a 7ª
Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, além da terapia não medicamentosa, qual a
conduta indicada?

A) Monoterapia com diurético em dose plena, com reavaliações mensais.


B) Associação de diurético, inibidor da enzima conversora de angiotensina e bloqueador de
canal de cálcio, em dose máxima.
C) Associação de dois fármacos de classes diferentes, em baixas doses.
D) Monoterapia com bloqueador do receptor da angiotensina em dose plena.
E) Como trata-se de hipertensão estágio 1, modificações no estilo de vida são suficientes na
maioria dos casos, não justificando uso de medicamentos.

» A mudança do estilo de vida (terapia não medicamentosa), com dieta hipocalórica e


hipossódica, perda ponderal e prática de atividades físicas aeróbias, está recomendada em
todos os estágios de hipertensão arterial, inclusive em indivíduos pré hipertensos. Em relação
à terapia farmacológica, a monoterapia pode ser considerada para hipertensos estágio 1 de
baixo a moderado risco cardiovascular. No caso do paciente apresentado, de alto risco pela
presença de diabetes e doença renal crônica, bem como nos estágios 2 e 3, devemos utilizar
duas drogas desde o início do tratamento farmacológico.

Gabarito: Alternativa C.

Video comentário: 241533


118 - 2020 CMC

Qual dos anti-hipertensivos abaixo é o de escolha para o idoso?

A) Beta bloqueador.
B) Tiazídico.
C) Inibidor da enzima conversora.
D) Bloqueador da renina angiotensina.

» Os anti-hipertensivos de primeira linha para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica


são os inibidores da enzima conversora DE ANGIOTENSINA (letra C: INCORRETA) ou
bloqueadores do RECEPTOR DA ANGIOTENSINA II (letra D: INCORRETA), os bloqueadores do
canal de cálcio e os diuréticos tiazídicos.

A única resposta correta, portanto, é a letra B.

Video comentário: 244581


119 - 2020 SCMSJC

Qual o paciente que menos se beneficia do IECA?

A) DPOC.
B) Depressão.
C) DAP.
D) Maiores de 55 anos.

» Em relação ao tratamento de Hipertensão Arterial, qual paciente se beneficiaria menos do


uso de um inibidor da enzina conversora de angiotensina (IECA) ?
Vamos relembrar:
Anti hipertensivo de 1 linha é toda droga que, além de baixar a pressão arterial, reduz a
morbimortalidade cardiovascular. Logo, além de poderem ser utilizadas em monoterapia, tais
drogas sempre devem estar presentes nos esquemas de associação. De acordo com a
literatura médica, existem cinco classes de anti-hipertensivos de 1 linha:
1) diuréticos.
2) bloqueadores de canais de cálcio (BCC).
3) Inibidores da ECA (IECA).
4) Bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA).
5) Betabloqueadores (BB).
Estudos recentes monstraram que os benefícios dos BB são inferiores aos das demais classes,
exceto em certos subgrupos de pacientes (ex: coronariopatas, portadores de ICFER). Logo, os
BB devem ser considerados como anti hipertensivos de 1 linha somente nessas
circunstâncias.
Por fim, as drogas de escolha em pacientes jovens brancos são IECA e betabloqueadores.
Contudo, em idosos, a terapia anti-hipertensiva com tiazídicos (diurético) ou bloqueadores
dos canais de cálcio promove maior redução dos níveis tensionais quando comparada ao
tratamento com IECA ou BRA. Até por isso, estes dois não são considerados drogas de
escolha para monoterapia em idosos sem comorbidades. Portanto, paciente maiores de 55
anos se beneficiam menos com o uso de IECA e o nosso gabarito é a letra D.

Video comentário: 255810


120 - 2020 FAMEMA

Paciente de 69 anos de idade é acompanhado por diabetes mellitus e hipertensão arterial.


Refere que tem acordado de madrugada nos últimos dias com falta de ar intensa, que só
alivia quando se levanta da cama. A radiografia realizada na unidade de saúde é mostrada a
seguir. Ao exame físico, mais provavelmente, o paciente apresente

A) bulhas cardíacas abafadas (muito hipofonéticas).


B) edema unilateral de membro inferior, com empastamento de panturrilha.
C) terceira bulha cardíaca (B3).
D) redução global do murmúrio vesicular e sibilos.

» Pessoal, temos um quadro clínico e uma radiografia altamente sugestivas de insuficiência


ventricular esquerda. A cardiomegalia sugere cardiomiopatia dilatada e portanto disfunção
sistólica, cujos achados semiológicos mais comuns são: Ictus desviado e difuso, B3,
Hipofonese de B1, Sopro de IM secundária. Resposta: C.
121 - 2020 SCMRP

Mulher de 20 anos, na 22ª semana de gestação, vinha sentindo-se bem, assintomática desde
o início da gestação. Relata que sabia que tinha um sopro cardíaco desde os 12 anos, mas que
tinha sido informada pelo médico na época que não tinha com o que se preocupar naquele
momento, perdendo então o acompanhamento. Há 2 semanas passou a apresentar dispneia
progressiva aos esforços e, hoje, foi admitida na Unidade de Emergência em franco edema
agudo de pulmão, em ritmo de fibrilação atrial ao eletrocardiograma. Qual a doença valvar
mais provável dessa paciente?

A) Estenose mitral.
B) Insuficiência aórtica.
C) Estenose aórtica.
D) Insuficiência mitral.

» A história é simplesmente clássica de estenose mitral reumática, a principal sequela tardia


dos episódios de febre reumática na infância. A paciente já tinha sopro identificado desde os
12 anos de idade, provavelmente um sopro diastólico em foco mitral (sopro de estenose), e
vinha estável até então. Agora, por conta das modificações fisiológicas do organismo
materno relacionadas à gestação, notadamente o aumento do volume circulante, aquela
estenose que até então era assintomática passa a se tornar sintomática (de forma mais ou
menos rápida) em função da sobrecarga pressórica imposta ao átrio esquerdo secundária ao
maior volume de sangue e aumento do débito cardíaco. Lembre-se que o aumento da
pressão no átrio esquerdo se reflete retrogradamente sobre a circulação venocapilar
pulmonar, uma vez que as veias pulmonares não possuem válvulas. Este aumento pressórico,
ao distender o átrio esquerdo, também favorece o desequilíbrio na eletrofisiologia cardíaca,
levando ao surgimento de fibrilação atrial (a arritmia mais comum neste contexto). Com a
instalação súbita de uma FA, acompanhada de alta resposta ventricular, o menor tempo para
o esvaziamento diastólico do átrio esquerdo leva a uma piora expressiva de suas pressões
intracavitárias, desencadeando um quadro de edema agudo de pulmão. Resposta: A.

Video comentário: 236605


122 - 2020 CMC

Paciente hipertenso evolui com descontrole de pressão arterial, trouxe exames que
mostraram creatinina 2,0 g/dL e relação albumina/creatinina urinária acima de 30. Ao exame,
PA=160/90. Qual deve a classe de anti-hipertensivo de escolha?

A) Inibidor da enzima conversora.


B) Bloqueador do canal de cálcio.
C) Diurético tiazídico.
D) Beta bloqueador.

» Muitos de vocês, ao lerem o enunciado e verem a creatinina de 2 mg/dl, já descartaram a


opção A. Porém, muita atenção: a relação albumina/creatinina urinária > 30 mg/g sugere
nefropatia hipertensiva e, assim, o paciente do caso merece nefroproteção, propiciada
farmacologicamente pelos inibidores da ECA (IECA) ou pelos bloqueadores do receptor de
angiotensina II (BRA) — os demais anti-hipertensivos não têm esse papel específico (B, C e D
erradas). A contraindicação ao uso de IECA se dá com creatinina > 3,0 mg e é apenas relativa,
uma vez que, mesmo podendo elevar a creatinina em até 30%, preponderam em longo prazo,
os efeitos nefroprotetores. Resposta: A.

Video comentário: 244584

123 - 2020 SCMRP

Qual dos achados do exame físico é o menos específico para um paciente com insuficiência
cardíaca congestiva descompensada?

A) B3.
B) Crepitações pulmonares.
C) Turgência jugular.
D) Refluxo hepato jugular.

» Cuidado com essa questão... Ela não está se referindo ao diagnóstico de insuficiência cardíaca
crônica, e sim à insuficiência cardíaca DESCOMPENSADA... Crepitações pulmonares podem
ocorrer em pacientes sem qualquer patologia cardíaca, por exemplo: uma pneumopatia
primária! Por outro lado, muitos pacientes com IC descompensada (por exemplo: IC aguda
com perfil frio e seco), cursam com redução do débito cardíaco e ausência de congestão
pulmonar, sem crepitações pulmonares... Já a presença de terceira bulha (sinal de falência
sistólica do VE), turgência jugular (sinal de sobrecarga pressórica do átrio direito) e refluxo
hepatojugular (ou abdominojugular), um achado ainda mais sensível que a tugência jugular
para a demonstração de sobrecarga do átrio direito), são manifestações clínicas mais
fortemente relacionadas com a existência de uma cardiopatia subjacente DESCOMPENSADA.
Melhor resposta: B.

Video comentário: 236606


124 - 2020 UNAERP

Mulher de 32 anos, com doença renal crônica secundária ao lúpus eritematoso sistêmico (LES)
e hipertensão arterial está em tratamento dialítico três vezes por semana. Apresenta quadro
súbito de cefaleia intensa, seguida de um episódio de convulsão tônico-clônica generalizada e
amaurose bilateral. Exame físico: PA: 230/140 mmHg. O exame de ressonância nuclear
magnética mostrou um edema vasogênico na região parieto-occipital bilateral. Outros
exames: hemoglobina 8,4 g%; plaquetas 98.000 mm³; albumina 2,1g%; complemento C3: 52
mg/dL (referência: 88-201 mg/dL); FAN 1/1280; antiDNA positivo. Submetida a tratamento com
nitroprussiato de sódio e posteriormente medicação anti-hipertensiva por via oral, voltou a
enxergar e não teve mais convulsões. Esse quadro clínico configura

A) vasculite de sistema nervoso central.


B) acidente vascular encefálico hemorrágico.
C) síndrome da encefalopatia reversível posterior (PRES).
D) encefalopatia hipertensiva.
E) síndrome organocerebral associada ao LES.

» Questão bem difícil aqui! Temos uma paciente jovem com indicativos laboratoriais de
atividade lúpica e que apresenta-se francamente hipertensa. Apresentou cefaleia intensa
seguida de episódio de convulsão e amaurose bilateral…
O que será isso?
Bem, aqui tínhamos que lembrar que a síndrome da encefalopatia reversível posterior (PRES)
decorre de edema cerebral vasogênico de instalação aguda ou subaguda. Os sintomas que
acompanham esse quadro incluem cefaleia e alteração de consciência, estupor, coma, déficits
neurológicos, convulsões e cegueira cortical. A RM corresponde exatamente ao padrão
descrito. A encefalopatia hipertensiva não justificaria a amaurose, e um AVE hemorrágico não
seria reversível.

Melhor resposta: letra C.


125 - 2020 HOS

Homem, 49 anos, diabético e hipertenso, apresentou infarto agudo do miocárdio de parede


anterior, foi submetido à angioplastia primária após 4 horas do início dos sintomas e evoluiu
sem sinais clínicos ou radiológicos de insuficiência cardíaca. O ecocardiograma revelou
disfunção sistólica do ventrículo esquerdo e fração de ejeção de 38%, com acinesia da parede
anterior. Exames laboratoriais: creatinina: 1,85 mg/dL; ureia: 66 mg/dL; potássio: 3,8 mEq/L;
triglicerídeos: 110 mg/dL. Foi medicado com AAS 100 mg; clopidogrel 75 mg; captopril 150
mg/dia; metoprolol 50 mg; atorvastatina 80 mg/dia, insulina glargina e regular. Apresenta, no
momento, PA = 120 x 80 mmHg; FC = 60 bpm. O tratamento farmacológico ideal deverá ainda
incluir

A) espironolactona.
B) hidralazina e isossorbida.
C) valsartana.
D) anlodipina.
E) metformina.

» Pessoal, na IC com FE reduzida, a espironolactona está indicada para redução de moralidade,


primeiramente observada na CF III-IV, depois para todo paciente com FE < 40%. Dessa forma,
este paciente com FE de 38% já está usando todas as demais medicações redutoras de
mortalidade (metoprolol, IECA), devendo ser adicionada espironolactona. Resposta: A.
126 - 2020 SCML

Sobre a aferição da pressão arterial em crianças, é correto afirmar que:

A) a aferição da pressão arterial em crianças saudáveis deve ser realizada no braço direito.
B) o primeiro som audível (fase I de Korotkoff) e o último (fase III de Korotkoff) representam a
pressão arterial sistólica e diastólica, respectivamente.
C) A aferição da pressão arterial em crianças não pode ser realizada pelo método
oscilométrico.
D) O comprimento do manguito deve ser de até 30% da circunferência do braço.

» Vamos analisar as assertivas sobre a técnica de aferição da pressão arterial (PA) em


crianças:A) Correta. A pressão arterial deve ser medida preferencialmente com a criança
calma e tranqüila, em ambiente agradável, após cinco a 10 minutos de repouso, na posição
sentada e com o braço direito estendido na altura do coração. Colocar o manguito
firmemente cerca de 2 cm a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de
borracha sobre a artéria braquial.
B) Incorreta. Na ausculta dos ruídos de Korotkoff, padronizou-se o primeiro som
(aparecimento do som) como pressão sistólica e o quinto (desaparecimento dos sons) para a
pressão diastólica.
C) Incorreta. Os métodos automáticos são aceitáveis para medida de pressão arterial em
pediatria, principalmente em recém-nascidos e lactentes em que a ausculta é difícil, ou
quando se fazem necessárias medidas mais freqüentes, como nos pacientes em terapia
intensiva. Entretanto, estes métodos indiretos não são muito fidedignos na determinação da
pressão diastólica e necessitam de calibração mais freqüenteD) Incorreta. A largura da bolsa
de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço, e seu
comprimento, envolver 80% a 100% do braço.Portanto, a única correta é a letra A, nosso
gabarito.
127 - 2020 FMJ

Homem de 56 anos, com antecedente de cardiopatia isquêmica, em uso de ácido


acetilsalicílico, sinvastatina, carvedilol, furosemida, enalapril e espironolactona, com queixa de
piora da dispneia ao repouso e ortopneia. Ao exame físico encontra-se em mau estado geral,
FC: 92bpm, PA: 210 x 130 mmHg, ritmo cardíaco regular com sopro sistólico mitral 2+/6+,
perfusão periférica adequada, frequência respiratória de 38 incursões por minuto, ausculta
pulmonar com murmúrios presentes bilateralmente com estertores finos até ápices de ambos
hemitóraces, edema de membros inferiores bilateral e simétrico. Saturação de oxigênio de
85%. Qual a conduta imediata?

A) Furosemida intravenosa, isossorbida via oral e ventilação não invasiva.


B) Dobutamina e nitroglicerina intravenosa e intubação orotraqueal.
C) Dobutamina e nitroprussiato intravenoso e máscara de oxigênio.
D) Furosemida intravenosa e intubação orotraqueal.
E) Nitroprussiato e furosemida intravenosa e ventilação não invasiva.

» Paciente muito comum nas UPAs e Emergências do país: temos um homem de meia-idade,
cardiopata, taquipneico, com insuficiência respiratória( Saturação de O2 < 94% + aumento da
FR), estertorando bilateralmente e com clara Emergência Hipertensiva(PAD>120mmHg). Qual
o diagnóstico? EDEMA AGUDO PULMONAR HIPERTENSIVO. Qual a conduta imediata para
esse paciente? 1-Antihipertensivo ENDOVENOSO, duas opções: Nitruprussiato de sódio
(NIPRID); Nitroglicerina ( Tridil). 2-Tratar insuficiencia respiratória: Ventilação não-invasiva;
Furosemida para reduzir edema pulmonar. Por que não intubar inicialmente? Pois em geral
esses pacientes respondem bem as medidas iniciais e sempre que possível devemos prezar
inicialmente pelas medidas não-invasivas. Por que não usar DOBUTAMINA? Um inotrópico
poderia aumentar ao débito cardíaco e até aumentar a PA do paciente, piorando o edema
agudo. Por isso a resposta é LETRA E.
128 - 2020 HASP

Assinale a alternativa que responde CORRETAMENTE à pergunta abaixo. Baixo peso ao


nascimento está associado a alguns fatores de risco metabólico a longo prazo, diretamente
relacionados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Quais são estes riscos?

A) Resistência insulínica, hipotireoidismo, hipertensão arterial.


B) Dislipidemia, hipercortisolismo, hipogonadismo.
C) Hipertensão arterial, dislipidemia, hipotireoidismo.
D) Resistência insulínica, dislipidemia, hipertensão arterial.

» Resultados de estudos de metanálise confirmam a associação inversa entre peso ao nascer e


SÍNDROME METABÓLICA, entidade que compreende hipertensão, alterações na glicemia,
dislipidemia e obesidade unidas pela resistência insulínica como elo de ligação comum.
Crianças de mais baixo peso ao nascer apresentam 2.5 vezes maior chance de ter síndrome
metabólica na idade adulta. A associação de baixo peso ao nascer e síndrome metabólica na
idade adulta ainda não tem seu mecanismo totalmente entendido, porém acredita-se que a
interação entre mecanismos genéticos que influenciam o peso ao nascer e fatores ambientais
determine as alterações que culminam na síndrome metabólica e no conseqüente aumento
do risco cardiovascular na idade adulta.
Resposta letra D

129 - 2020 PMF

Em que tipo de choque encontramos débito cardíaco diminuído, resistência vascular sistêmica
aumentada, pressão arterial média normal ou diminuída, pressão do capilar pulmonar
aumentada e pressão venosa central aumentada?

A) cardiogênico;
B) obstrutivo;
C) distributivo;
D) séptico.

» Vejamos o perfil hemodinâmico esperado para cada um dos tipos de choque apresentados
(lembrando que o choque séptico é um tipo de choque distributivo):

Cardiogênico: Débito cardíaco (DC) reduzido, resistência vascular sistêmica (RVS) aumentada,
pressão capilar pulmonar (PCP) aumentada e pressão venosa central (PVC) aumentada.
Obstrutivo: DC reduzido, RVS aumentada, PCP reduzida, PVC aumentada.
Distributivo: DC alto, RVS reduzida, PCP e PVC reduzidas, normal ou elevadas.

Gabarito: Alternativa A.

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130 - 2020 HOS

Mulher, 62 anos, ex-tabagista e hipertensa de longa data, apresenta, há 6 meses, dor


retroesternal em aperto, ao subir ladeira, de média intensidade, sem irradiação, que melhora
com o repouso. Nas três últimas aferições, apresentou pressão arterial acima de 180 x 100
mmHg. Está em uso de clortalidona 25 mg/dia, espironolactona 50 mg/dia, losartana 100
mg/dia e anlodipina 10 mg/dia. A conduta medicamentosa correta é

A) acrescentar betabloqueador.
B) trocar a losartana por alisquireno.
C) dobrar a dose de clortalidona.
D) associar enalapril.
E) iniciar alfabloqueador.

» Questão direta sobre tratamento de farmacológico na HIPERTENSÃO ARTERIAL(HAS). Perceba


que a paciente é hipertenso e já usa pelo menos 3 medicamentos em dose adequada (nesse
caso ele usa 4 medicamentos) sendo um deles o TIAZÍDICO e ainda assim os níveis tensionais
estão fora do alvo. Essa é exatamente a definição de HIPERTENSÃO ARTERIAL
RESISTENTE(HAR). Agora, qual o próximo passo?
Segundo a 7a Diretriz Brasileira de HAS nós devemos primeiro orientar:

redução da ingesta de sal (até 2.0 g de sódio/dia);

dieta DASH;

perda de peso (IMC < 25 kg/m2);

atividade física;

interrupção do tabagismo; consumo moderado de álcool;

interromper medicações que aumentam a PA.

O próximo passo é introdução do 5o fármaco. Aqui temos que organizar a ordem priorizada
pela diretriz:

1a Linha: Diurético Tiazídico;

2a Linha: IECA ou BRA se não tolerar;

3a Linha: BCC di-idropiridínico;


4a Linha: Espironolactona ou Amiloride se não tolerar;

5a Linha: Betabloqueador (melhor se doença arterial coronária associada);

6a Linha: alfa-agonistas centrais (clonidina e alfametildopa);

7a Linha: os vasodilatadores diretos (hidralazina e minoxidil);

Agora ficou fácil né?


Resposta certa LETRA A.

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131 - 2020 UNAERP

Homem, 75 anos, dá entrada na emergência após episódio de síncope, com queixa de dor
torácica aos esforços há 1 ano e dispneia aos esforços com piora progressiva. Ao exame,
apresenta: PA = 110 x 70, FC = 80 bpm, pulmões: MV presente bilateralmente, com crepitações
nasais e precórdio: sopro sistólico +4/6 em foco aórtico, rude, com irradiação cervical. Sobre a
patologia apresentada pelo paciente, é incorreto afirmar que

A) a causa mais comum é a calcificação aórtica, que acomete principalmente pacientes idosos.
B) no exame físico, podemos ter, além do sopro ejetivo, pulsus parvus et tardus, hipofonese
de B1 e B2, fenômeno de Gallavardin e desdobramento paradoxal de B2.
C) há indicação de troca valvar ou implante de valva aórtica transcateter.
D) a angina pode ser decorrente do desbalanço de oferta/consumo de oxigênio em um
miocárdio hipertrófico ou redução do gradiente de perfusão miocárdico (pd2 elevada).
E) o uso de vasodilatadores é indicado nesse paciente.

» O quadro clínico de síncope e dor torácica, junto ao exame físico do paciente, torna altamente
provável o diagnóstico de estenose aórtica anatomicamente importante, que na faixa etária
do paciente apresentado, deve ter como etiologia a calcificação/degeneração valvar
(alternativas A, B e D corretas). A presença de sintomas indica a necessidade de troca valvar
(alternativa C correta), sendo a terapia farmacológica indicada apenas para controle
sintomático no pré operatório, sendo a furosemida a principal droga a ser utilizada. O uso de
vasodilatadores, no entanto, pode resultar em hipotensão e redução da perfusão
coronariana, não estando indicado (alternativa E incorreta).

Gabarito: Alternativa E.

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132 - 2020 CMC

Em um primeiro atendimento em que foi realizada a aferição da pressão arterial (PA) pelo
método auscultatório de uma criança com 5 anos de idade, sem antecedentes patológicos
anteriores ou atuais, as medidas apresentavam níveis entre o P90 e P95. Qual a hipótese e
conduta nesse caso?

A) Pressão arterial elevada, orientações sobre estilo de vida, retorno em 6 meses.


B) Pré hipertensão, orientações sobre estilo de vida, retorno em 3 meses.
C) Pressão arterial elevada, orientações sobre estilo de vida, repetir as medidas da PA em
outro horário do dia.
D) Pré hipertensão, orientações sobre estilo de vida, repetir as medidas da PA em outro
horário do dia.

» A criança tela apresenta hipótese clínica de pré-hipertensão, que é definida quando os


valores de PA são ≥ ao percentil 90 e < percentil 95 para idade, sexo e percentil de estatura.
Diferentemente da hipertensão pediátrica, cujos valores devem ser confirmados em 3
ocasiões subsequentes em diferentes datas, a pré-hipertensão não apresenta esta
obrigatoriedade. Quando detectada, a terapêutica não farmacológica deve ser instituída em
todas as crianças, que consiste em mudanças no estilo de vida, inclui: redução de peso (em
pacientes com peso elevado), intervenção dietética com redução da ingesta de sódio e do
excesso de calorias e gorduras, atividades físicas regulares e limitação das atividades
sedentárias para menos de 2 horas por dia, além de não utilização de álcool, fumo e
drogas ilícitas (para adolescentes).
Resposta: letra A.

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133 - 2020 HASP

Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE a frase abaixo. João, 60 anos de idade,
procura o Centro de Saúde porque sua pressão arterial (PA) tem subido. Mediu algumas vezes
na emergência, durante uma crise de dor de cabeça, e os valores estavam entre 140/90
mmHg e 160/100 mmHg. É tabagista desde os 20 anos, de vinte cigarros ao dia. Nos fins de
semana, costuma beber algumas cervejas com os amigos. No exame físico, pesa 90 kg e
mede 1,70 m. Sua pressão é de 130/90 mmHg. Ausculta cardíaca normal. O médico de família
e comunidade deve, nesse caso, ...

A) iniciar um inibidor da ECA e solicitar exames para avaliar lesão de órgão-alvo.


B) iniciar um betabloqueador e solicitar exames para avaliar lesão de órgão-alvo.
C) iniciar um bloqueador de receptor de angiotensina (AT1) e solicitar exames para avaliar
lesão de órgão-alvo
D) solicitar um MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial) ou a medida domiciliar
da PA por uma semana para confirmar o diagnóstico, já que as medidas no consultório
médico provocam muitos falsos positivo.

» No caso apresentado, antes de iniciar a medicação, se faz necessário confirmar a suspeita de


hipertensão arterial, visto que a medição isolada da pressão arterial de um paciente revela
um pouco sobre o seu estado atual, é um dado vago para determinar se ele sofre de alguma
doença crônica. Sendo que existe uma série de fatores, principalmente emocionais, que
podem contribuir para que o paciente esteja com a pressão arterial (PA) alta, inclusive o
nervosismo com a presença do profissional de saúde ou estresse. Dessa forma, o ideal
solicitar um MAPA ou a medida domiciliar da PA por uma semana para confirmar o
diagnóstico. Gabarito letra D.
134 - 2020 SCMA - SP

A doença de Chagas é uma doença infecciosa, cujo agente etiológico é o Trypanosoma cruzi,
com fenótipos heterogêneos na apresentação clínica com diversos aspectos, demonstre o
item incorreto:

A) A apresentação clínica variando desde formas subclínicas e/ou sintomas inespecíficos, até a
forma fulminante de IC, com grave comprometimento hemodinâmico.
B) O diagnóstico de miocardite ainda constitui desafio na atualidade, entre outras razões, pela
homegeinidade da apresentação clínica.
C) No contexto da doença de Chagas, o diagnóstico de miocardite torna-se ainda mais difícil e
complexo.
D) A apresentação clínica polimórfica da fase aguda, crônica e nas reativações.

» Questão que podemos responder baseado na Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca


Crônica e Aguda, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. De fato a apresentação clínica da
miocardite por doença de Chagas pode variar até de formas assintomáticas até franca
insuficiência cardíaca, dependendo do tempo de evolução de doença e características da
interação parasita-hospedeiro. (A CORRETA). Por isso mesmo a apresentação clínica é
considerada tão HETEROGÊNEA (B INCORRETA), com apresentação clínica polimórfica, seja na
fase aguda, crônica ou durante as complicações da doença (D CORRETA). A presença do
diagnóstico de doença de Chagas torna o diagnóstico de miocardite ainda mais difícil, pois os
sintomas da miocardite aguda por Chagas são essencialmente idênticos aos da miocardite
aguda por outras etiologias. (C CORRETA).
Resposta letra B, única onde foi trocado o sentido das palavras, substituindo
"heterogeneidade" por "homogeneidade"

Video comentário: 241509


135 - 2020 FAMEMA

Escolar, sexo masculino, 9 anos de idade, com escore z de IMC/idade de 2,3, tem sua pressão
arterial aferida em uma consulta de rotina pediátrica. Os valores de pressão sistólica e
diastólica estão entre o percentil 90 e 95, utilizando-se as tabelas atuais recomendadas para a
classificação da pressão arterial em Pediatria. Como se classificam, atualmente, esses valores
da pressão arterial?

A) normotensão.
B) pressão arterial elevada.
C) hipertensão arterial estágio 1.
D) hipertensão arterial estágio 2.

» Crianças entre 5 e 9 anos com escore Z para IMC entre +2 e +3 estão classificadas como
portadoras de obesidade. Define-se o valor normal de PA na criança e no adolescente com
base em percentis relacionados à idade cronológica, ao sexo e à altura. Consideram-se como
valores normais de PA sistólica e diastólica quando inferior ao percentil 90 para idade, sexo e
percentil de estatura. Pacientes com valores de PA entre os percentis 90 e 95 são chamados
de pressão arterial elevada (anter 2017 – pré-hipertensão). Se PA maior ou igual p95 :
hipertensão, estagio 2 se maior ou igual p95+12mmHg. Resposta: Letra B.

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136 - 2020 UNIGRANRIO

Sempre há a necessidade de lembrar da semiologia médica na prática médica cotidiana. Seja


ambulatorial ou na emergência, o exame físico é fundamental para estabelecer a hipótese
diagnóstica de qualquer paciente e, assim, definir a conduta do médico. Sendo assim, qual
das doenças abaixo cursa mais habitualmente com o pulso paradoxal?

A) Estenose aórtica.
B) Pericardite constritiva.
C) Insuficiência aórtica.
D) Estenose mitral.

» A análise do pulso periférico é capaz de sugerir alguns diagnósticos de doenças cardíacas. A


estenose aórtica costuma cursar com pulso parvus tardus (longa duração e baixa amplitude),
enquanto o pulso característico da insuficiência aórtica é o pulso em martelo d’água (alta
amplitude e curta duração). O pulso paradoxal caracteriza-se por uma queda superior a 10
mmHg na pressão arterial sistólica durante a fase inspiratória da respiração. Essa queda
justifica-se pelo aumento do volume em ventrículo direito, ocasionando deslocamento do
septo interventricular em direção ao ventrículo esquerdo (VE), que resulta na redução do
volume de enchimento do VE nos casos em que há impedimento de enchimento completo
das câmaras, como na pericardite constritiva.

Gabarito: Alternativa B.

Video comentário: 254314


137 - 2020 UNIGRANRIO

Homem, 55 anos, procura atendimento na unidade básica de saúde para acompanhamento


de sua pressão arterial. Relata ter sido diagnosticado há cerca de 8 anos, mas vem em
tratamento irregular. Diz ter dificuldades de se lembrar dos horários das medicações e vem
sofrendo com episódios de disfunção erétil que atribui ao uso de mesmas. Traz
eletrocardiograma de repouso realizado há cerca de 3 meses mostrando índice de Sokolow-
Lyon de 37mm. Ao exame física apresenta ictus cordis desviado para a linha axilar anterior,
palpável por 3 polpas digitais, com bulhas cardíacas rítmicas, em 2 tempos, normofonéticas,
sem sopros ou extrassístoles. Os pulsos periféricos são simétricos. Considerando-se esta
situação analise as assertivas a seguir: I - É classificado com alto risco cardiovascular, e por
isso estando indicado o tratamento com 2 fármacos de classes distintas. II - Já existe lesão de
órgão-alvo e o alvo a ser alcançado é a PA < 140/90mmHg. III - Deve-se tentar inicialmente
medicas de modificações de estilo de vida por pelo menos 3 meses antes do início do
tratamento medicamentoso. São verdadeiras:

A) I e II
B) I e III
C) II e III
D) Somente I

» Questão controversa... Vamos resolver esta questão com base nas diretrizes brasileiras de
hipertensão arterial sistêmica (HAS). Nosso paciente, hipertenso, tem sinais claros da
chamada cardiopatia hipertensiva: além do ictus desviado lateralmente, sugerindo aumento
do ventrículo esquerdo (VE), tem manifestação eletrocardiográfica de sobrecarga daquela
cavidade. Lembre que o índice de Sokolow-Lyon acima de 35 mm define sobrecarga de VE.
Assim, já podemos considerar nosso paciente como portador de lesão de órgão-alvo, o que o
enquadra como de alto risco cardiovascular, independente dos valores pressóricos.
Indivíduos com alto risco cardiovascular já devem iniciar a terapia com representantes de
duas classes farmacológicas em baixa dose (I certa e III errada), mas seu alvo terapêutico é <
130 x 80 mmHg (II errada). Dessa forma, discordamos do gabarito fornecido pela banca (A).
Em nossa opinião, a melhor resposta teria sido D.

Video comentário: 254317


138 - 2020 SEMAD

Sobre cardiopatias valvares, leia as afirmações abaixo e assinale a errada:

A) A principal causa de estenose mitral é a febre reumática, que começa a apresentar


sintomas depois de cerca de duas décadas. Esses sintomas estão relacionados com aumento
da pressão de enchimento no átrio esquerdo como tosse e dispneia. Também pode ocorrer
fibrilação atrial.
B) Paciente com insuficiência aórtica pode apresentar angina e sudorese noturna
acompanhado com o sopro de Graham-Steel, pulso em ""martelo d'agua"", pulso de Quincke e
B1 hiperfonética.
C) A estenose mitral grave pode ser acompanhada de hipertensão pulmonar grave, hemoptise
e insuficiência tricúspide e/ou pulmonar. Na ausculta observa-se o ruflar diastólico, um sopro
grave, mais audível em ápice, com reforço pré sistólico.
D) A insuficiência mitral pode ser assintomática ou, nos casos mais graves, apresentar
sintomas como fadiga, dispneia aos esforços e ortopneia. No exame físico, paciente apresenta
geralmente frêmito sistólico em ápice, B3, ictus cordis deslocado lateralmente, sopro sistólico
e desdobramento de B2.
E) Os sintomas associados à estenose aórtica grave são dispneia de esforço, angina e síncope
e no exame físico o paciente apresenta pulsus parvus et tardus, desdobramento paradoxal de
B2 e sopro de ejeção (meso)sistólico, em diamante, mais bem auscultado em base, podendo
irradiar para carótida.

» Vejamos cada uma das alternativas relacionadas às valvopatias:

A e C - Corretas. A principal causa de estenose mitral em nosso meio é a febre reumática.


Considerando que a lesão aguda mais frequente nessa doença é a insuficiência mitral,
esperamos encontrar a estenose após um longo período de evolução. A fibrilação atrial e a
hipertensão pulmonar podem ocorrer por sobrecarga atrial e, consequentemente, aumento
da pressão vascular pulmonar. O reforço pré sistólico em pacientes com estenose mitral
decorre da contração atrial, assim, ele está ausente em pacientes com fibrilação atrial.

B - Incorreta. O sopro de Graham-Steel é um sopro diastólico em foco pulmonar,


característico da insuficiência pulmonar. A angina é mais comum em pacientes com estenose
aórtica e a primeira bulha cardíaca encontra-se hipofonética.

D - Correta. A insuficiência mitral cursa com sobrecarga de câmaras esquerdas, havendo


aumento e deslocamento ventricular. O sopro encontrado é sistólico, mais audível em foco
mitral.

E - Correta. A descrição do sopro, do pulso e dos sintomas é compatível com a estenose


aórtica. Podemos acrescentar que a irradiação também pode ocorrer para a fúrcula esternal e
pode ocorrer o fenômeno de Gallavardin, caracterizado pela reflexão do sopro no foco mitral,
simulando que haja insuficiência mitral.

Gabarito: Alternativa B.
139 - 2020 UNIMED - RJ

Paciente masc. 67 anos, entra no pronto-atendimento da Unimed com dispneia. Realizado


radiografia do tórax PA com o laudo de opacidades peri-hilares bilaterais e na TC com o laudo
de consolidações acinares bilaterais. Este aspecto tem como principal hipótese diagnóstica:

A) Edema pulmonar cardiogênico.


B) Pneumonia bacteriana grave.
C) Pneumonia viral pelo vírus H1N1.
D) Síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA).

» Mesmo com o avanço tecnológico, a radiografia de tórax ainda é uma modalidade muito
utilizada na prática clínica, principalmente pelo seu baixo custo e rapidez. Vamos aproveitar
essa questão para discutir os aspectos radiográficos das patologias mencionadas: Edema
pulmonar cardiogênico: quando há um aumento da pressão pulmonar, as margens dos vasos
passam a ter limites mal definidos por conta do extravasamento de líquido para o interstício.
Os septos interlobulares podem ficar espessos (pelo acúmulo de líquido) e há um aumento
difuso da densidade nas regiões hilares geralmente bilateral (em “asa de borboleta”).
Lembrando que é comum a presença de cardiomegalia associada. Pneumonia bacteriana: o
achado mais comum é a presença de uma consolidação do espaço aéreo e, por isso, o sinal
clássico é o broncograma aéreo (presença de um brônquio no meio de uma consolidação).
Pneumonia viral: os padrões mais comuns são as opacidades em vidro fosco, as
consolidações e a associação de ambas. O envolvimento frequentemente é bilateral,
multifocal e com predomínio nos lobos inferiores. SARA: infiltrado bilateral sugestivo de
edema pulmonar que surge de forma aguda e não é causado por congestão ou hipervolemia.
A presença de consolidação acinar na tomografia nos indica que há um preenchimento do
espaço aéreo de forma arredondada (acinar). Esse preenchimento pode ser por um exsudato,
transudato ou mesmo por sangue. Por isso, esses dados devem ser interpretados juntamente
com os achados clínicos. Na questão, pelos achados descritos, o aspecto é mais sugestivo de
edema pulmonar. Gabarito letra A.
140 - 2020 CHN

Assinale a afirmativa CORRETA:

A) A doença arterial coronariana é a principal causa de insuficiência cardíaca nos países


industrializados, mas na América do Sul a Doença de Chagas e as cardiomiopatias idiopáticas
predominam
B) A respiração de Cheyne-Stokes pode ser observada em até 20% dos pacientes com
insuficiência cardíaca e não tem relação com a gravidade da doença
C) A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) caracteriza-se por
sintomas clínicos muito semelhantes aos da insuficiência cardíaca com fração de ejeção
reduzida (ICFER) e há frequentemente hipertrofia ventricular esquerda e aumento do átrio
esquerdo na ICFEP. Os níveis de BNP são menos elevados na ICFEP do que na ICFER
D) os inibidores da ECA e betabloqueadores foram a base do tratamento da insuficiência
cardíaca com fração de ejeção reduzida, mas caíram em desuso com o advento de novas e
mais eficazes medicamentos, como a espironolactona, bloqueadores de receptor da
angiotensina e sacubitril
E) na ausculta de pacientes com insuficiência cardíaca, a terceira bulha (B3) é frequentemente
encontrada em pacientes com disfunção diastólica e a quarta bulha (B4) é comum em
pacientes com sobrecarga de volume, indicando grave comprometimento hemodinâmico

» Vamos avaliar cada alternativa:


A) A doença arterial coronariana é a principal causa de insuficiência cardíaca em todos os
países, embora exista variação dependendo do nível de desenvolvimento e qualidade do
sistema de saúde. (INCORRETA)
B) O ritmo respiratório de Cheyne-Stokes, caracterizado por padrão respiratório que segue
movimento lento crescente e decrescente, é principalmente encontrado em pacientes
portadores de insuficiência cardíaca, e guarda relação com pior prognóstico, sugerindo
doença mais avançada (INCORRETA)
C) A ICFEP apresenta de fato sinais e sintomas semelhantes com a ICFER, porém em geral por
alteração na capacidade diastólica, com aumento das pressões de enchimento. A menor
dilatação ventricular tende a se correlacionar com menores niveis de BNP (CORRETA)
D) Os betabloqueadores seguem com sua posição inalterada na primeira linha de tratamento
da insuficiência cardíaca. Embora estudos recentes tenham demonstrado superioridade do
sacubitril + valsartan, os IECA foram mantidos como recomendação 1A, principalmente para
pacientes com menor condição financeira. A espironolactona é considerada terapia de
segunda linha, sendo recomendada em adição às outras medicações para pacientes com
menor fração de ejeção. (INCORRETA)
E) Pelo contrário, em pacientes portadores de disfunção diastólica, frequentemente a
sobrecarga pressórica é mais importante, gerando reforço pré-sistólico e B4 audível. A
disfunçao diastólica cursa com cavidades mais dilatadas e sobrecarga volumétrica, sendo a
terceira bulha um achado mais específico. (INCORRETA)
Rsposta letra C

Video comentário: 255437


141 - 2020 CHN

Um paciente de 68 anos totalmente assintomático apresenta Hipertensão Arterial Resistente


caracterizada por PA média de consultório= 170x100mmHg após 3 aferições, e vem em uso
regular de enalapril 20 mg 12/12h + hidroclorotiazida 25mg/dia + anlodipino 10mg/dia. Qual é
a MELHOR conduta clínica?

A) encaminhar para a Unidade de Emergência mais próxima para a administração de captopril


25mg sublingual (SL) imediatamente + observação hospitalar
B) encaminhar para a Unidade de Emergência mais próxima para administração de clonidina
0,100mg SL + furosemida 20mg venoso + observação hospitalar
C) encaminhar para a Unidade de Emergência mais próxima para realização de
eletrocardiograma + administração de captopril 50 mg SL + observação hospitalar
D) conferir a adesão ao tratamento + solicitar ECG + ecocardiograma e aumenta a
hidroclorotiazida para 50mg/dia e o anlodipino para 20mg/dia
E) conferir a adesão ao tratamento + solicitar MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão
Arterial) e, caso confirme hipertensão resistente verdadeira, associar espironolactona
25mg/dia como a 4ª droga

» É muito comum que pacientes se assustem com níveis pressóricos como o apresentado...
Mas nós, médicos e médicas, estamos proibidos de agir assim! Se o paciente cronicamente
hipertenso tem pressão arterial elevada sem lesão aguda de órgão-alvo (que definiria
emergência hipertensiva) ou sem diastólica > ou igual a 120 mmHg (que definiria urgência
hipertensiva), não há por que encaminhá-lo ao pronto-socorro, nem medicá-lo com pressa (A,
B e C erradas). De posse dessa tranquilidade, veja que, embora o paciente esteja utilizando 3
anti-hipertensivos em doses máximas (D errada), permanece com a pressão arterial elevada,
o que suscita o diagnóstico de hipertensão resistente... Antes de cravarmos que o paciente é,
de fato, resistente ao tratamento, devemos excluir causas secundárias para hipertensão, má
adesão terapêutica, efeito do jaleco branco... Assim, antes de adicionar o quarto fármaco —
geralmente a espironolactona — uma das etapas fundamentais é confirmar que o paciente
não tem alterações pressóricas relacionadas à visita ao consultório médico, o que pode ser
realizado através da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). Resposta: E.

Video comentário: 255439


142 - 2020 CHN

Homem de 60 anos com diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia,
procura o Ambulatório de Clínica Médica do CHN para o início de acompanhamento. Na
ocasião: índice de massa corporal (IMC)= 33,7kg/m²; pressão arterial= 160x110mmHg;
colesterol total= 254mg/dL; HDL colesterol= 29mg/dL; triglicerídeos= 248mg/dL; ácido úrico=
10,3mg/dL; glicemia de jejum= 149mg/dL; hemoglobina glicada= 7,6% e microalbuminúria=
100 mg/g em spot urinário. Qual das combinações de medicamentos a seguir é a MELHOR
opção para o TRATAMENTO INICIAL do paciente?

A) glimepirida; valsartana; fenofibrato


B) sitagliptina; hidroclorotiazida; sinvastatina
C) nateglinida; telmisartano; atorvastatina
D) metformina; enalapril; atorvastatina
E) metformina; anlodipino; bezafibrato

» Nenhuma das comorbidades desse paciente está controlada. Para o tratamento da DM, a
metformina deve ser indicada; a princípio, não há motivo para acrescentar outra droga
antidiabética ou iniciar a terapia com insulina. Considerando a albuminúria moderadamente
aumentada (30-300 mg/dia), um IECA ou um BRA deve ser prescrito, mesmo se o paciente
não fosse hipertenso. Agora, vamos analisar a dislipidemia. Apesar da elevação dos
triglicerídeos, seus níveis são inferiores a 500 mg/dl. Logo, não há necessidade de
prescrevermos fibratos. Para definir o valor do LDL, usamos a fórmula de Friedewald: LDL =
CT – HDL – Tg/5 = 175 mg/dl. Por se tratar de um paciente diabético, a terapia com estatinas
está formalmente indicada. De acordo com a AHA, devemos considerar alta intensidade
dependendo do risco cardiovascular estimado. Pela diretriz brasileira, qualquer diabético é
considerado de alto risco e, portanto, deve receber a terapia de alta intensidade, seja com
atorvastatina ou rosuvastatina. Obviamente, não podemos esquecer de estimular mudanças
do estilo de vida – isso irá servir para todas as suas comorbidades. Resposta: (D).

Video comentário: 255441


143 - 2020 CHN

Paciente masculino, 32 anos, foi atendido no Serviço de Emergência do CHN com dor torácica
iniciada há 3 horas, sem melhora, febre baixa e sopro cardíaco. Eletrocardiograma evidenciou
supradesnivelamento do segmento ST em todas as derivações, exceto em aVR e V1. Também
demonstrou infradesnivelamento do segmento PR. A hipótese diagnóstica de Pericardite
aguda foi confirmada à ecocardiografia. A CONDUTA ADEQUADA para o caso é prescrever:

A) repouso, aspirina ou outro anti-inflamatório não hormonal e colchicina para reduzir


recorrência
B) corticoterapia venosa devido à gravidade do caso
C) nitratos, betabloqueadores, aspirina e estatinas
D) heparina de baixo peso molecular em doses plenas
E) terapia trombolítica venosa

» Paciente de 32 anos, masculino, com dor torácica há 03 horas, sem melhora, febre baixa e
com um sopro cardíaco. Na investigação inicial de uma dor torácica realizou um ECG que
evidenciou supradesnivelamento difuso do segmento ST, exceto em aVR e V1, sendo
confirmada a hipótese de pericardite aguda com ecocardiografia. Qual o tratamento para a
pericardite aguda, neste caso idiopática? O tratamento é realizado com foco em tratar
principalmente o sintoma álgico decorrente do atrito pericárdico e as alterações inflamatórias
locais que predispõem a exsudação do pericárdio, logo, a base do tratamento da pericardite
aguda idiopática é o repouso no leito e uso de agentes antiinflamatórios como o ácido
acetilsalicílico ou antiinflamatórios não hormonais como ibuprofeno ou indometacina, ou
colchicina, esta última inclusive com benefício de reduzir a chance de recorrência. A
corticoterapia pode ser útil em casos refratários (não se enquadra já que não foi realizado
nenhum tratamento prévio) e antes de seu uso deverá ser descartada uma possível
pericardite purulenta. Em relação ao diagnóstico diferencial notamos que não se trata de
uma IAM mesmo com o supradesnivelamento do segmento ST e portanto não há indicação
de nitratos, betabloqueadores ou estatina. Uma recomendação é de que não sejam utilizados
anticoagulantes (heparina não fracionada, heparina de baixo peso molecular, etc), já que o
pericárdio inflamado e com atrito é mais propenso a sangramento e possibilidade de
tamponamento cardíaco pelo sangue, tendo dito isto o que dizer então de terapia
trombolítica venosa? Está contra-indicada neste caso.
Resumindo o tratamento da pericardite aguda idiopática é: repouso e antiinflamatórios.
Gabarito letra A

Video comentário: 255442


144 - 2020 INTO

Qual das classes de fármacos abaixo está contra-indicada em pacientes com insuficiência
cardíaca?

A) Bloqueadores de canal de cálcio di-hidropiridínicos.


B) Beta-bloqueadores.
C) Bloqueadores de canal de cálcio não di-hidropiridínicos.
D) Inibidores da neprilisina.
E) Inbidores da enzima conversora de angiotensina.

» Sempre que estivermos resolvendo questões sobre insuficiência cardíaca (IC), é importante
termos cuidado em diferenciar IC com fração de ejeção reduzida (ICFER) e IC com fração de
ejeção preservada (ICFEP). Quando a questão não define a qual das duas formas se refere,
devemos imaginar, até pela maior frequência, à ICFER. Na ICFER sintomática, os antagonistas
do cálcio inotrópicos negativos (verapamil, diltiazem) devem ser evitados por deprimirem a
função ventricular. A nifedipina também pode aumentar a mortalidade destes pacientes. Os
únicos antagonistas do cálcio considerados seguros nessa forma de IC, até o momento, são
os mais vasosseletivos, como o anlodipino e a felodipina (A errada e C certa). Nessa mesma
forma da doença, os inibidores da enzima conversora de angiotensina, certos
betabloqueadores, e o sacubitril, inibidor da neprilisina, estão associados à redução da
mortalidade (B, D e E erradas). Resposta: C.
145 - 2020 UNIMED - RJ

Sobre a técnica de aferição da pressão arterial, assinale a alternativa CORRETA.

A) O uso de um manguito inadequadamente pequeno acarreta valores subestimados da


pressão arterial.
B) A diferença de pressão arterial entre os membros superiores pode ser de até 10 mmHg.
C) O fenômeno conhecido como ''Hiato Auscultatório'' ocorre normalmente em jovens
hipertensos.
D) A pressão sistólica corresponde ao segundo som de Korotkoff, e, a diastólica, ao terceiro.

» Questão "de livro" sobre a técnica de aferir pressão arterial (PA). Será que a gente faz certinho
no dia a dia? Vamos lembrar alguns detalhes importantes... Antes de sair colocando qualquer
esfigmomanômetro no paciente, é importante medir a circunferência do braço e selecionar
o manguito de tamanho adequado — quanto mais apertado, mais superestimada fica a
pressão; quanto mais folgado, mais subestimada ela fica. Feita a avaliação preliminar da
PA sistólica através do pulso radial, deve-se aguardar um minuto e, em seguida, começar
enfim o procedimento: insuflar rapidamente o manguito até ultrapassar em 20 a 30 mmHg o
nível estimado da pressão sistólica. Em seguida, deve ser iniciada a deflação lenta, o que se
acompanha pelo surgimento dos sons de Korotkoff — o primeiro som, fraco e seguido de
batidas regulares, corresponde ao valor da sistólica; o desaparecimento do som, isto é, o
último som auscultado das batidas regulares é o valor da diastólica — D errada. Com essa
ténica, é importante medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor
do braço onde foi obtida a maior pressão como referência. A diferença máxima entre os
valores pressóricos obtidos em cada braço é de 10 mmHg (B errada) — caso contrário, a
aferição deve ser repetida. Há que se ter cuidado, em idosos, com o fenômeno do hiato
auscultatório — desaparecimento prolongado dos sons durante a deflação do manguito (C
errada). Ou seja, quando você começa a desinsuflar o manguito, fica um bom tempo de
espera entre o primeiro e o segundo sons. Se você não auscultou o primeiro (PA sistólica),
pode achar equivocadamente que o segundo som (fase II) é o primeiro e com isso creditar
valores falsamente baixos para a sistólica. Por outro lado, pode ter a ideia de PA diastólica
falsamente elevada, se o hiato ocorrer na fase final. Resposta: B.

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146 - 2020 UHG

Mulher, 26 anos de idade, em acompanhamento ambulatorial por hipertensão arterial


sistêmica. Nega antecedentes familiares e uso de álcool. Queixa-se de dor abdominal em
flancos. Nega cefaleia, sudorese e palpitações. Nega alterações no ciclo menstrual.
Atualmente em uso de hidroclorotiazida 25 mg/dia, anlodipino 10 mg/dia, atenolol 100
mg/dia e hidralazina 50mg três vezes ao dia. Ao exame clínico, apresenta pressão arterial =
154 x 90 mmHg, frequência cardíaca = 68 bpm, Peso = 64kg, Altura = 165cm, ausculta
cardiopulmonar sem alterações. Presença de sopro abdominal em flancos, sem outras
alterações. Qual é a conduta diagnóstica?

A) Biópsia renal percutânea


B) Polissonografia noturna
C) Dosagem de metanefrinas urinárias
D) Ultrassonografia de artérias renais

» Caso com toda a pinta de hipertensão arterial sistêmica (HAS) secundária! É importante que
você guarde — todo quadro de HAS de início precoce (idade < 30 anos) ou tardio (idade > 65
anos) deve nos fazer pensar nessa possibilidade. Aliás, HAS secundária fica ainda mais
provável ao observarmos que a paciente tem sinais de hipertensão resistente: está em uso de
três fármacos em dose otimizada, sendo um deles um diurético tiazídico. O sopro abdominal
em flancos é a única alteração que aponta para etiologia específica de HAS secundária — no
caso, estenose de artéria renal. O diagnóstico dessa condição pode ser avaliado através da
ultrassonografia com Doppler. Biópsia renal seria interessante, por exemplo, para pacientes
nefróticos que desenvolvessem hipertensão (A errada). Polissonografia investigaria a
possibilidade da síndrome de apneia do sono, mas não há esta suspeita aqui: a paciente não
tem obesidade, não tem relato de sonolência diurna (B errada)... Por fim, a pesquisa de
metanefrinas urinárias seria interessante na suspeita de feocromocitoma (cefaleia,
palpitações, sudorese profusa — C errada). Resposta: D.

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147 - 2020 HSL - RJ

Você está avaliando Sebastião, 67 anos, proprietário de uma cadeia de restaurantes de sushi
com muito sucesso. Ele reclama de falta de ar com esforço, edema nos membros inferiores e
despertar à noite sentindo falta de ar. Você deseja avaliar o status do volume e sabe que a
avaliação do pulso venoso jugular (JVP) é a medida de exame físico mais importante para
ajudá-lo nesse componente de sua avaliação. Qual das seguintes afirmações sobre a medição
da JVP é verdadeira?

A) Se feito corretamente, o ângulo de inclinação pouco importa para a medição da JVP.


B) Em pacientes normais, a JVP aumenta com inspiração devido ao aumento do volume de
carga do coração direito.
C) A medição da elevação do topo da JVP e do ponto de inflexão esternal (ângulo de Louis)
fornecerá uma medida altamente precisa da pressão venosa central.
D) A jugular externa é preferida à veia jugular interna devido à sua facilidade de visibilidade.
E) As pulsações venosas acima da clavícula na posição sentada são anormais.

» Em um paciente com síndrome clínica de insuficiência cardíaca, a medição do pulso venoso


tem grande valor na avaliação volêmica. Vamos avaliar cada alternativa sobre esse sinal
clínico:
A) A manobra de medição do pulso venoso jugular se inicia na posição supina, elevando
progressivamente o angulo da cabeceira do leito até o melhor ponto de visualização do pulso
venoso. Quanto mais próximo de 0° o angulo, mais cefálico se torna o pulso jugular, e quanto
mais próximo de 90°, mais próximo ao coração ele se torna (INCORRETA)
B) A inspiração profunda cria inicialmente pressão negativa no tórax, fazendo com que o
retorno venoso seja facilitado e portanto esvaziando a veia cava superior. A tendência é que a
pressão venosa jugular transitoriamente seja reduzida nesse momento (INCORRETA)
C) A medida do topo da JVP até o angulo de Louis é acrescida de 5cm para estimativa da
pressão venosa central, baseado na média da distancia do angulo de Louis até o átrio direito
na maioria das pessoas. Essa medida é sujeita a grande variação, tanto pela técnica do
examinador quanto pela variação anatômica entre os indivíduos. (INCORRETA)
D) Quando possível, a veia jugular interna deve ser avaliada, pois anatomicamente se
continua praticamente em linha reta com a veia cava superior. A veia jugular externa se
conecta com a veia cava superior apenas após duas angulações de quase 90°, se tornando
menos fidedigna para avaliação. Devemos utilizar a veia jugular externa apenas quando a
veia jugular interna não é bem visualizada. (INCORRETA)
E) De fato, espera-se que em um indivíduo normal na posição sentada a 90°o pulso venoso
jugular não seja mais visível acima da clavícula. Um pulso ainda visível nessa posição indica
aumento da PVC (CORRETA)
Resposta letra E

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148 - 2020 HSL - RJ

Qual das seguintes afirmações sobre medidas da pressão arterial é verdadeira:

A) A pressão sistólica aumenta e a pressão diastólica diminui quando medida em artérias mais
distais.
B) A pressão arterial sistólica da perna é geralmente 20 mmHg mais baixa que a pressão
arterial do braço.
C) O conceito de “hipertensão do jaleco branco” (pressões sanguíneas medidas em
consultórios ou hospitais significativamente mais elevados do que em consultórios não-
clínicos) tem se mostrado um mito.
D) A diferença na pressão arterial medida em ambos os braços deve ser menor que 20 mmHg.
E) O uso de um manguito de pressão arterial muito pequeno resultará em uma subestimação
acentuada da pressão arterial verdadeira.

» Vamos avaliar cada alternativa:


A) De fato, quanto mais distal a medida da pressão arterial, maior tende a ser a resistência
vascular, gerando aumento da pressão sistólica, porém a pressão diastólica tende a ser
mantida ou diminuir levemente (CORRETA).
B) Como visto acima, a pressão sistólica no membro inferior tende a ser até 20mmHg mais
ALTA do que no membro superior (INCORRETA).
C) A hipertensão do jaleco branco é um efeito muito real e comum em consultórios médicos
gerando diagnósticos falso positivos em uma parcela considerável de pacientes examinados.
Ocorre quando a pressão arterial só está elevada durante a consulta médica, retornando a
níveis médios normais no restante do tempo. (INCORRETA)
D) A diferença entre membros superiores maior do que 10 mmHg apresenta chance maior de
doença arterial periférica (INCORRETA)
E) Caso utilizado um manguito menor do que o ideal, a tendência é que a pressão arterial seja
SUPERESTIMADA. O contrário é verdadeiro para manguito maior do que o ideal. (INCORRETA)
Resposta correta letra A

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149 - 2020 HSL - RJ

Um homem de 75 anos se apresenta ao seu departamento de emergência parecendo


bastante doente. Sua família diz que ele não teve sua energia normal nos últimos 6 meses, e
eles notaram que ele estava confuso e letárgico nos últimos dois dias. Ao fazer um histórico
da família, você apalpa o pulso radial do paciente e percebe uma variabilidade regular de
amplitude de pulso de batida a batida, embora seu ritmo seja regular. De fato, ao medir a
pressão sanguínea mais tarde, você nota que apenas todas as outras fases do som I (sistólico)
de Korotkoff são audíveis, pois a pressão do manguito é lentamente reduzida e isso é
independente do ciclo respiratório. Com base nisso, você suspeita que esse paciente tenha
qual das seguintes opções?

A) Fibrilação atrial
B) Tamponamento cardíaco
C) Pericardite constritiva
D) Embolia pulmonar
E) Disfunção grave do ventrículo esquerdo

» O pulso alternante ou pulsus alternans representa um sinal clínico de grande valor, e é


definido por uma variação na amplitude do pulso em batidas alternadas devido à variação da
pressão sistólica entre batimentos. É melhor avaliado aplicando pressão leve no pulso arterial
periférico, e pode ser confirmado ao medir a pressão arterial. Quando a pressão do manguito
é lentamente reduzida, os sons da fase I de Korotkoff são ouvidos apenas em batimentos
alternados, e só passam a ser ouvidos em todos os batimentos com a continuação da
redução da pressão do manguito. O grau de pulso alternante pode ser medido pela diferença
em mmHg entre o som forte e o som fraco.
A causa mais importante e quase exclusiva de pulso alternante é a insuficiência ventricular
esquerda importante, e deve ser iniciada investigação para confirmação diagnóstica
imediatamente. O mecanismo presumivelmente está relacionado com alterações de
contratilidade e relaxamento incompleto do ventrículo esquerdo entre ciclos cardíacos. O
ciclo respiratório com frequencia igual à metade do cardíaco pode imitar a ocorrência do
pulso alternante, assim como um padrão eletrocardiográfico de bigeminismo.
Resposta letra E

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150 - 2020 AFAMCI

Seu Nelson, 62 anos, negro, tabagista, hipertenso, apresentando no momento da consulta um


exame recente que mostra um colesterol total de 300mg/dl e uma glicose de 114mg/dl. Sua
pressão arterial estava em 180x100mmhg e fazia uso do captopril 50mg de 12 em 12 horas,
porém segundo ele mesmo ""quando toma cerveja não toma o remédio da pressão"". Com
base neste caso marque a alternativa que representa a conduta mais apropriada:

A) Passar o captopril de 8/8 h para regular a pressão.


B) Acrescentar diurético para auxiliar no tratamento da hipertensão, bem como solicitar uma
curva glicêmica.
C) Trocar o captopril por um bloqueador de canal de cálcio, iniciar o uso de estatina e
metformina e estimular o abandono do tabagismo.
D) Solicitar as frações do colesterol, trocar o captopril por um bloqueador de canal de cálcio,
solicitar nova glicemia com hemoglobina glicada e estimular o abandono do tabagismo.
E) Iniciar estatina, acrescentar a Losartana 50 mg 12/12horas e solicitar MAPA, ECG e
Ecocardiograma.

» Caso clássico na vida e clássico na prova…


Paciente do sexo masculino, negro, idoso, tabagista, com glicose na faixa de resistência
insulínica (será um pré-diabético ou diabético), com pressão descontrolada, tomando a
medicação de forma incorreta… Tudo de ruim!
O que fazer?
1- Orientar o abandono do tabagismo, bem como mudanças de hábito de vida;
2- Substituir a medicação por outra com posologia mais confortável (a anlodipina, por
exemplo, pode ser tomada uma vez por dia e os BCC são, junto com os tiazídicos, as classes
anti-hipertensivas de escolha em negros);
3- Solicitar as frações de colesterol para melhor avaliação e caracterização da dislipidemia;
4- Solicitar novo exame de glicose e hemoglobina glicada em busca de um possível
diagnóstico e diabetes.

Melhor opção: letra D.


151 - 2020 HSL - RJ

Um homem de 61 anos é admitido no seu serviço por inchaço do abdômen. Você detecta
ascite no exame clínico e realiza uma paracentese. Os resultados mostram uma contagem de
leucócitos / μL de 300 leucócitos com 35% de células polimorfonucleares. O nível de albumina
peritoneal é de 1,2 g / dL, a proteína é de 2,0 g / dL e os triglicerídeos são de 320 mg / dL. As
culturas peritoneais estão pendentes. A albumina sérica é de 2,6 g / dL. Qual dos seguintes é
o diagnóstico mais provável?

A) Insuficiência cardíaca congestiva


B) Tuberculose peritoneal
C) Carcinomatose peritoneal
D) Ascite quilosa
E) Peritonite bacteriana

» O primeiro passo na investigação de uma ascite é definir se ela é transudativa ou exsudativa.


Para isso, utilizamos o GASA. Nesse caso, temos um resultado de 1,4 (2,6 – 1,2), indicando um
transudato. Com isso, já podemos eliminar as alternativas (B), (C) e (D), que cursam
tipicamente com exsudato (a ascite quilosa pode ser um transudato quando é secundária à
cirrose – o aumento do fluxo pelos vasos linfáticos da serosa podem provocar o rompimento
dessas estruturas). Também não estamos frente a uma peritonite bacteriana, já que temos <
250 polimorfonucleares. Só nos resta a insuficiência cardíaca. Esta é a hipótese mais provável!
Resposta: (A).

Video comentário: 252978


152 - 2020 HAS

Paciente feminina de 78 anos, hipertensa, dislipidêmica em acompanhamento no ambulatório


de cardiologia devido a miocardiopatia dilatada isquêmica (IAM há 07 anos sem estratificação
prévia). Ao longo dos últimos anos tem se mantido em classe funcional II. Faz uso regular de
enalapril 10mg 2x; furosemida 40mg pela manhã; esprinolactona 25mg 1x; bisoprolol 10mg
1x; aspirina 100mg 1x; rosuvastatina 10mg 1x Há cerca de 48 horas após as festividades de
final de ano começou a apresentar quadro de dispneia aos mínimos esforços associado a
ganho de peso e edema de MMI. Chega a emergência pouco sonolenta, despertável ao
chamado, obedecendo a comandos simples. Extremidades frias e perfusão capilar diminuída.
Acianótica, anictérica, hipocorada (+/4+). Sinais vitais: FC: 85bpm PA: 88/50mmHg Sat: 88%
Ausculta respiratória com murmúrio vesicular universalmente audível e estertor creptante no
1/3 inferior de ambos hemitóraxes Ausculta cardíaca com ritmo cardíaco regular em 3T com
3ª bulha de VE e sopro sistólico 2+/6+ em foco mitral. Presença de turgência jugular patológica
Abdômen com fígado palpável a 3cm do rebordo costal direito com refluxo hepato-jugular
presente MMII com edema 2+/4+ com cacifo até o joelho Baseado no caso clínico em questão
analise as seguintes afirmações; I- Paciente deve realizar BNP no atendimento de emergência
para confirmação do diagnóstico de insuficiência cardíaca; II- Deve-se investigar infecção com
radiografia de tórax, hemograma e PCR por ser a principal causa da descompensação da
paciente; III- Avaliação da função renal e do lactato complementam a avaliação para definição
do perfil hemodinâmico da paciente

A) Apenas a afirmativa I está correta


B) As afirmativas I e II estão corretas
C) Apenas a afirmativa II está correta
D) As afirmativas II e III estão corretas
E) Apenas a afirmativa III está correta

» Antes de analisarmos as assertivas, vamos fazer um breve resumo do caso: Trata-se de uma
paciente idosa, com diagnóstico prévio de miocardiopatia dilatada de etiologia isquêmica, em
tratamento regular com as drogas redutoras de mortalidade para a doença de base. No
atendimento inicial, a paciente apresenta descompensação do quadro, com sinais de
hipoperfusão tecidual, como sonolência, hipotensão e enchimento capilar lentificado, além
de sinais claros de congestão pulmonar e sistêmica. Trata-se, portanto, de uma paciente em
perfil hemodinâmico C (frio e congesto). Vejamos as afirmativas:

I - Incorreta. O diagnóstico do caso é clínico. No entanto, a dosagem do BNP apresenta valor


prognóstico.

II - Incorreta. Apesar de frequentes, as infecções não são a principal causa de


descompensação da insuficiência cardíaca, sendo a má adesão terapêutica/tratamento não
otimizado as principais condições associadas.

III - Correta. Os exames citados permitem avaliar a disfunção orgânica, bem como auxiliam
no manejo terapêutico.

Gabarito: Alternativa E.

Video comentário: 252614


153 - 2020 HAS

Paciente feminina de 78 anos, hipertensa, dislipidêmica em acompanhamento no ambulatório


de cardiologia devido a miocardiopatia dilatada isquêmica (IAM há 07 anos sem estratificação
prévia). Ao longo dos últimos anos tem se mantido em classe funcional II. Faz uso regular de
enalapril 10mg 2x; furosemida 40mg pela manhã; esprinolactona 25mg 1x; bisoprolol 10mg
1x; aspirina 100mg 1x; rosuvastatina 10mg 1x Há cerca de 48 horas após as festividades de
final de ano começou a apresentar quadro de dispneia aos mínimos esforços associado a
ganho de peso e edema de MMI. Chega a emergência pouco sonolenta, despertável ao
chamado, obedecendo a comandos simples. Extremidades frias e perfusão capilar diminuída.
Acianótica, anictérica, hipocorada (+/4+). Sinais vitais: FC: 85bpm PA: 88/50mmHg Sat: 88%
Ausculta respiratória com murmúrio vesicular universalmente audível e estertor creptante no
1/3 inferior de ambos hemitóraxes Ausculta cardíaca com ritmo cardíaco regular em 3T com
3ª bulha de VE e sopro sistólico 2+/6+ em foco mitral. Presença de turgência jugular patológica
Abdômen com fígado palpável a 3cm do rebordo costal direito com refluxo hepato-jugular
presente MMII com edema 2+/4+ com cacifo até o joelho Na avaliação do paciente podemos
classificar no seguinte perfil hemodinâmico

A) Perfil B com débito cardíaco diminuído, pressão venosa central elevada e resistência
vascular sistêmica elevada
B) Perfil C com débito cardíaco diminuído, pressão venosa central diminuída e resistência
vascular sistêmica diminuída
C) Perfil L com débito cardíaco diminuído, pressão venosa central elevada e resistência
vascular sistêmica elevada
D) Perfil C com débito cardíaco diminuído, pressão venosa central elevada e resistência
vascular sistêmica elevada
E) Perfil L com débito cardíaco diminuído, pressão venosa central diminuída e resistência
vascular sistêmica diminuída

» Antes de analisarmos as assertivas, vamos fazer um breve resumo do caso: Trata-se de uma
paciente idosa, com diagnóstico prévio de miocardiopatia dilatada de etiologia isquêmica, em
tratamento regular com as drogas redutoras de mortalidade para a doença de base. No
atendimento inicial, a paciente apresenta descompensação do quadro, com sinais de
hipoperfusão tecidual, como sonolência, hipotensão e enchimento capilar lentificado, além
de sinais claros de congestão pulmonar e sistêmica. Trata-se, portanto, de uma paciente em
perfil hemodinâmico C (frio e congesto). Por tratar-se de choque cardiogênico, temos um
débito cardíaco reduzido, com pressão venosa central elevada (congestão resultante do
débito reduzido) e resistência vascular periférica elevada, como tentativa de compensar o
débito reduzido e restabelecer o fluxo tecidual.

Gabarito: Alternativa D.

Video comentário: 252615


154 - 2020 HAS

Paciente feminina de 78 anos, hipertensa, dislipidêmica em acompanhamento no ambulatório


de cardiologia devido a miocardiopatia dilatada isquêmica (IAM há 07 anos sem estratificação
prévia). Ao longo dos últimos anos tem se mantido em classe funcional II. Faz uso regular de
enalapril 10mg 2x; furosemida 40mg pela manhã; esprinolactona 25mg 1x; bisoprolol 10mg
1x; aspirina 100mg 1x; rosuvastatina 10mg 1x Há cerca de 48 horas após as festividades de
final de ano começou a apresentar quadro de dispneia aos mínimos esforços associado a
ganho de peso e edema de MMI. Chega a emergência pouco sonolenta, despertável ao
chamado, obedecendo a comandos simples. Extremidades frias e perfusão capilar diminuída.
Acianótica, anictérica, hipocorada (+/4+). Sinais vitais: FC: 85bpm PA: 88/50mmHg Sat: 88%
Ausculta respiratória com murmúrio vesicular universalmente audível e estertor creptante no
1/3 inferior de ambos hemitóraxes Ausculta cardíaca com ritmo cardíaco regular em 3T com
3ª bulha de VE e sopro sistólico 2+/6+ em foco mitral. Presença de turgência jugular patológica
Abdômen com fígado palpável a 3cm do rebordo costal direito com refluxo hepato-jugular
presente MMII com edema 2+/4+ com cacifo até o joelho Com relação ao tratamento inicial
deste paciente a marque a melhor alternativa

A) Reduzir dose do betabloqueador em 50%, manter enalapril, suspender espironolactona,


iniciar furosemida venosa e iniciar dobutamina
B) Suspender bisoprolol, enalapril e espirnolactona, iniciar furosemida venosa e nitroglicerina
venosa
C) Suspender bisoprolol, enalapril e espirnolactona, iniciar dobutamina venosa e tentar
hidratação venosa em volume baixo
D) Suspender enalapril e bisoprolol, manter furosemida e espironolactona por via oral, iniciar
dobutamina venosa
E) Suspender bisoprolol e espironolactona, manter enalapril, iniciar furosemida venosa e
levosimendan

» Trata-se de uma paciente idosa, com diagnóstico prévio de miocardiopatia dilatada de


etiologia isquêmica, em tratamento regular com as drogas redutoras de mortalidade para a
doença de base. No atendimento inicial, a paciente apresenta descompensação do quadro,
com sinais de hipoperfusão tecidual, como sonolência, hipotensão e enchimento capilar
lentificado, além de sinais claros de congestão pulmonar e sistêmica. Trata-se, portanto, de
uma paciente em perfil hemodinâmico C (frio e congesto). O tratamento proposto deve
envolver a vasodilatação periférica, com redução da pré carga e melhora do débito cardíaco.
No entanto, a hipotensão inicial do paciente limita essa terapia. Outras medidas indicadas,
portanto, são a diureticoterapia com furosemida venosa, inotrópico (dobutamina) e redução
em 50% da dose de betabloqueador, visto que a suspensão dessa droga pode resultar em
aumento do tônus adrenérgico e piores desfechos clínicos.

Gabarito: Alternativa A.

Video comentário: 252616


155 - 2020 AFAMCI

Questões 1,2 e 3 MIS, 20 anos, negra, Gesta I, Para 0. Fez pré-natal regularmente. Foi admitida
na Maternidade do HPC queixando-se de dor em baixo ventre e perda de tampão mucoso. IG:
38 semanas e 2 dias. HPP: Refere febre reumática na infância. O ecocardiograma recente
revelou estenose mitral leve, com função ventricular preservada. No segundo trimestre
passou a apresentar dispnéia aos grandes esforços e edema MMII +/4, não foi medicada,
sendo recomendado o repouso. O exame físico na admissão: encontrava-se lúcida, corada,
eupnéica, FC= 92bpm, PA: 100/60 mmHg: AC: sopro sistólico no foco mitral +/4+. Pulmões
limpos. FU = 34cm. BCF: 140 bpm. AU = 150ua. Toque: colo apagado 90%, dilatado para 6cm.
Apresentação cefálica. Bolsa íntegra.Como classificar a cardiopatia de acordo com os
sintomas?

A) NYHA 0;
B) NYHAI;
C) NYHAII;
D) NYHA III;
E) NYHA IV;

» Pessoal, dispneia aos grandes esforços é classificada como NYHA I. Resposta: B. A banca não
divulgou gabarito oficial.

Video comentário: 241655


156 - 2020 CSNSC

Em relação ao atendimento do paciente com insuficiência cardíaca descompensada, é correto


afirmar:

A) No perfil B - Suspender betabloqueador, iniciar furosemida EV e manter demais medicações


em uso
B) No perfil C - Iniciar betabloqueador, furosemida EV e inotrópico; e manter demais
medicações em uso
C) No perfil B - Manter o betabloqueador, iniciar furosemida EV e manter demais medicações
em uso
D) No perfil C - Suspender o betabloqueador, iniciar furosemida EV, realizar teste terapêutico
com 250 - 500 ml de solução fisiológica 0,9%, e manter demais medicações em uso

» Como sabemos, a insuficiência cardíaca aguda pode ser classificada em quatro perfis de
acordo com os graus de congestão e de perfusão tecidual: A, B, C e D (ou L). Vamos aproveitar
a questão para revisar suas características e seus respectivos tratamentos.
- Perfil A (quente e seco): Sem congestão em repouso ou sinais de má perfusão tecidual. A
maioria dos pacientes não precisa ficar internada. É preciso considerar diagnósticos
diferenciais para os sintomas apresentados (ex: dispneia: TEP? Pneumonia?) e ajustar as
medicações de uso crônico, caso necessário.
- Perfil B (quente e úmido): Congestão em repouso (pulmonar e/ou sistêmica), mas sem sinais
de má perfusão. Diuréticos de alça devem ser prescritos para alívio da congestão. Considerar
vasodilatadores (reduzem pré e pós-carga), como nitrato e nitroprussiato, de acordo com a
pressão arterial.
- Perfil C (frio e úmido): Congestão em repouso (pulmonar e/ou sistêmica) e sinais de má
perfusão tecidual (ex: extremidades frias). Diuréticos de alça devem ser prescritos para
reduzir a congestão (também considerar vasodilatadores, caso o indivíduo não esteja
hipotenso). Geralmente, indica-se inotrópicos, como a dobutamina para melhorar a perfusão.
- Perfil D ou L (frio e seco): Sem congestão em repouso, mas com sinais de má perfusão
tecidual. A maioria dos indivíduos desse grupo se encontra desidratada. Por isso, recomenda-
se a hidratação com solução cristaloide. Considerar inotrópicos em casos mais graves.
De forma geral, o betabloqueador só deve ser suspenso quando o indivíduo apresenta
instabilidade hemodinâmica (algumas referências indicam a suspensão das drogas para
pacientes do perfil C). A suspensão abrupta está associada à maior mortalidade.
Sendo assim, a melhor resposta é a alternativa (C).

Video comentário: 253735


157 - 2020 CSNSC

Paciente de 50 anos comparece ao ambulatório em consulta de rotina. Ao exame encontra - se


assintomático, PA: 170x110, e exame do fundo de olho evidencia exsudatos algodonosos na
retina e sem edema papila. Encontra-se em uso de Losartana 100 mg/dia, Anlodipino
10mg/dia e Clortalidona 25 mg/dia. Pode se concluir que o paciente apresenta:

A) HAS maligna
B) HAS resistente
C) Urgência hipertensiva
D) Emergência hipertensiva

» O diagnóstico de hipertensão resistente consiste na controle inadequado dos níveis


pressóricos em paciente em uso de pelo menos três classes de anti hipertensivos em doses
otimizadas, sendo um deles um diurético, sendo esse o diagnóstico do paciente apresentado.
Os achados encontrados à fundoscopia configuram um tipo de lesão crônica, a retinopatia
hipertensiva, não estando associados à lesão aguda esperada na emergência hipertensiva.

Gabarito: Alternativa B.

Video comentário: 253737


158 - 2020 CSNSC

Paciente do sexo masculino, 61 anos, é atendido no ambulatório de clínica médica deste


hospital em consulta de rotina. Refere ser diabético, com diagnóstico há 6 anos, fazendo uso
de metformina 1000 mg/dia e glibenclamida 5 mg/dia, sem acompanhamento médico
regular. Na primeira consulta foi verificado que a média de três medidas da pressão arterial
era 164 x 78 mmHg. O peso corporal 98 Kg, a altura 1,75 m, a circunferência abdominal 112
cm. Não havia outros achados relevantes ao exame físico. Exames complementares foram
solicitados. Na consulta de revisão, novamente a média das medidas de pressão arterial era
168 x 76 mmHg. Sua glicemia era 215 mg/dl, hemoglobina glicada 11,2%, creatinina 1,3 mg/dl,
K+ 3,8 mEq/L, albuminúria de 227 mg/g de creatinina. Analisandos as informações acima, qual
das opções abaixo representa a melhor alternativa para o tratamento antihipertensivo neste
paciente?

A) Hidroclorotiazida 25 mg/dia e carvedilol 25 mg/dia


B) Enalapril 40 mg/dia e candesartana 8 mg/dia
C) Anlodipino 5 mg/dia e ramipril 5 mg/dia
D) Clonidina 0,3 mg/dia e carvedilol 25 mg/dia.

» As drogas de primeira linha para tratamento da hipertensão arterial sistêmica são os


IECA/BRA (mas não em associação um com o outro), os bloqueadores do canal de cálcio
diidropiridínicos e os diuréticos tiazídicos, devendo a escolha das drogas considerar as
comorbidades, níveis pressóricos e potenciais efeitos adversos. No caso de um paciente
diabético, os IECAs e BRAs possuem efeito na redução da progressão da nefropatia, devendo
ser consideradas como drogas de escolha. Por tratar-se de um paciente com hipertensão
estágio 2 (PAS > 160 mmHg) duas classes de drogas devem ser utilizadas em associação.

Gabarito: Alternativa C.

Video comentário: 253738


159 - 2020 SMA - VR

Assinale a alternativa que corresponde corretamente o anti-hipertensivo com seu potencial


efeito colateral. Anti-hipertensivo; I- Hidroclorotiazida; II- Atenolol; III- Espironolactona.
Potencial efeito colateral; 1- Hipocalemia; 2- Hiperpotassemia; 3- Broncoespasmo

A) I-2; II-1; III-3.


B) I-1; II-2; III-3.
C) I-2; II-3; III-1.
D) I-1; II-3; III-2.
E) I-3; II-1; III-2.

» Questão super relevante para a prática clínica. Os diuréticos, em geral, são fármacos
hipocalemiantes, tendo em vista que aumentam a eliminação do mineral através da urina.
Exceção deve ser feita aos diuréticos poupadores de potássio, como a espironolactona. Esta
última pode causar hipercalemia (I --> 1; III --> 2). Os betabloqueadores, como o atenolol, por
reduzirem a capacidade de resposta adrenérgica da árvore respiratória, podem causar
broncoespasmo e devem ser evitados em pacientes com asma (II --> 3). Resposta: D.

Video comentário: 255143


160 - 2020 IFF

Uma senhora de 68 anos procura atendimento médico devido à dispneia progressiva há


quatro meses, acompanhada de despertares noturnos por falta de ar e tosse. Nega febre.
História patológica pregressa: hipertensão arterial e diabete melito tipo 2. Medicações de uso
habitual: enalapril 40mg/dia, furosemida 40 mg/dia, espironolactona 25mg/dia, metformina
2000mg/dia, linagliptina 5mg/dia, bisoprolol 10mg/dia, rosuvastatina 20mg/dia e AAS
100mg/dia. Ao exame: PA: 120 x 70 mmHg; FC: 72 BPM; Ritmo cardíaco regular em 3 tempos
(B3), com sopro sistólico 2+/6+ no foco mitral; murmúrio bronco vesicular universalmente
audível, com estertores crepitantes em ambas as bases pulmonares. ECG: ritmo sinusal com
alterações difusas da repolarização ventricular. Ecocardiograma: disfunção sistólica moderada
de VE (Fração de Ejeção Ventricular Esquerda = 39%), regurgitação mitral leve, aumento das
dimensões atrial e ventricular esquerda. Assinale a alternativa que contém a medida
terapêutica recomendada:

A) Ressincronizador Cardíaco.
B) Desfibrilador Cardíaco implantável.
C) Ivabradina.
D) Troca do bisoprolol por carvedilol.

» Enunciado que descreve um quadro típico de insuficiência cardíaca com dispneia paroxística
noturna, presença de terceira bulha, crepitações pulmonares e sopro de insuficiência mitral
provavelmente secundária a dilatação da cavidade ventricular. O ecocardiograma corrobora o
diagnóstico, com aumento das cavidades esquerdas e redução da fração de ejeção.
O tratamento farmacológico inicial da insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida
inclui uma combinação de diuréticoterapia (titulada para tratamento da hipervolemia), IECA, e
betabloqueador. De acordo com a maioria das diretrizes, pacientes com fração de ejeção
reduzida ainda devem receber terapia com antagonista da aldosterona. A paciente acima faz
uso de todas essas drogas em dose otimizada. Qual é o próximo passo?
A terapia secundária em caso de manutenção dos sintomas apesar da terapia otimizada inclui
a dapaglifozina, a combinação hidralazina e nitrato, ou digoxina. Outras terapias podem ser
consideradas, como adicionar ivabradina em caso de FC > 70 bpm apesar de dose otimizada
de betabloqueador (C CORRETA), e terapia de ressincronização cardíaca caso a fração de
ejeção seja inferior a 35% e alargamento importante do QRS. (A INCORRETA.
A implantação de CDI pode ser considerada como profilaxia secundária de morte súbita em
pacientes com história prévia de morte súbita abortada ou taquicardia ventricular
sustentada, e como profilaxia primária para insuficiência cardíaca com fração de ejeção <
35%. (B INCORRETA)
Por fim, a troca de betabloqueador não seria vantajosa para controle da frequência cardíaca,
visto que ambos são bem indicados na presença de disfunção ventricular, e a ação do
bisoprolol é mais seletiva para receptores beta1 e mais potente em reduzir a frequência
cardíaca. (D INCORRETA).
Melhor resposta letra C
161 - 2020 FMC

Questões 1,2 e 3 MIS, 20 anos, negra, Gesta I, Para 0. Fez pré-natal regularmente. Foi admitida
na Maternidade do HPC queixando-se de dor em baixo ventre e perda de tampão mucoso. IG
38 semanas e 2 dias. HPP: Refere febre reumática na infância. O ecocardiograma recente
revelou estenose mitral leve, com função ventricular preservada. No segundo trimestre
passou a apresentar dispnéia aos grandes esforços e edema MMII +/4, não foi medicada,
sendo recomendado o repouso. O exame físico na admissão: encontrava-se lúcida, corada,
eupnéica, FC = 92bpm, PA: 100/60 mmHg; AC sopro sistólico no foco mitral +/4+. Pulmões
limpos FU 34cm, BCF: 140 bpm; AU =150UA. Toque colo apagado 90%, dilatado para 6cm.
Apresentação cefálica: Bolsa íntegra. Como classificar a cardiopatia de acordo com os
sintomas?

A) NYHA 0;
B) NYHAI;
C) NYHAII;
D) NYHA III;
E) NYHA IV;

» De acordo com a New York Heart Association, a classificação funcional é dividida em quatro
classes (I-IV). CLASSE I: Nenhuma limitação às atividades físicas; nenhum sintoma com os
esforços habituais. CLASSE II: Limitação leve às atividades físicas; as atividades habituais
causam sintomas. CLASSE III: Limitação marcante às atividades físicas; atividades menores do
que as habituais causam sintomas, mas o paciente é assintomático em repouso. CLASSE IV:
Incapacidade de realizar qualquer atividade física sem apresentar sintomas, que se fazem
presentes até mesmo em repouso. Bom, como a paciente apresenta dispneia aos grandes
esforços, a classe funcional que melhor a representa é a NYHA II. Após solicitação de recurso
sugerido pela equipe do MEDGRUPO, a Banca modificou o gabarito da alternativa (B) para a
(C).
162 - 2020 CEPOA

Paciente masculino, 63 anos, com sobrepeso (IMC = 30), tabagista de longa data, portador de
diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia é acordado às 3h da manhã
com forte dor torácica à esquerda que irradia para o pescoço. Em uso de losartana 25mg/dia,
metformina 850mg/dia e sinvastatina 20mg/dia. Ele é admitido no hospital de refrência com
PA =86x45mmHg, FC = 42bpm, SpO2 = 90% em ar ambiente, com FR = 42 irpm, turgência
jugular visível a 45º, sonolento e com diaforese. Qual medicação está absolutamente contra-
indicada neste momento no paciente acima?

A) Esmolol
B) Indapamida
C) Ácido etacrínico
D) Heparina

» Temos um paciente com alto risco cardiovascular que evolui com um quadro de dor torácica
de característica anginosa e sinais clínicos de insuficiência de ventrículo direito (VD). Inclusive,
há trabalhos mostrando que a tríade turgência jugular patológica + hipotensão arterial +
ausência de congestão pulmonar confere alta especificidade para o infarto de VD.
Diante dessa suspeita clínica, o que NÃO podemos fazer? Sabendo que o VD é volume
dependente, o uso de qualquer medicação que piore o retorno venoso está contraindicado.
Logo, devemos evitar o uso de diuréticos, nitrato e morfina. Além disso, naqueles pacientes
que apresentam bradicardia e/ou hipotensão arterial o betabloqueador também é
contraindicado.
Por incrível que pareça, a melhor conduta é realizar a hidratação venosa, exatamente para
tentar melhorar o retorno venoso do paciente.

Gabarito letra A.
163 - 2020 FMP

Possui pior prognóstico o paciente que se apresenta com Insuficiência Cardíaca Aguda na
seguinte condição hemodinâmica:

A) Quente / seco
B) Quente / úmido
C) Frio / seco
D) Frio / úmido

» Como sabemos, o paciente com insuficiência cardíaca aguda pode ser classificado em quatro
grupos de acordo com os graus de congestão e de perfusão tecidual:
- Perfil A (quente e seco): Sem congestão em repouso e sem sinais de má perfusão tecidual.
- Perfil B (quente e úmido): Congestão em repouso (pulmonar e/ou sistêmica) e sem sinais de
má perfusão.
- Perfil C (frio e úmido): Congestão em repouso (pulmonar e/ou sistêmica) e sinais de má
perfusão tecidual (ex: extremidades frias).
- Perfil L (frio e seco): Sem congestão em repouso e sinais de má perfusão tecidual.
É quase que intuitivo responder qual é o perfil de pior prognóstico... Só pode ser o C, não
concorda? Ele é o único que apresenta congestão associado a sinais de má perfusão.
Resposta: (D).
164 - 2020 AFAMCI

Paciente do sexo feminino, branca, 46 anos de idade, chega a seu consultório preocupada
com o diagnóstico de hipertensão recebido há 1 mês. Ela o questiona quanto à probabilidade
de desenvolver as complicações da hipertensão, inclusive insuficiência renal e AVE. Ela nega
outra história médica pregressa além da hipertensão e não apresenta sintomas que
sugeriram causas secundárias. Atualmente, utiliza 25 mg/dia de hidroclorotiazida. Fuma meio
maço de cigarros por dia e ingere bebida alcoólica não mais que uma vez por semana. A
história familiar por parte de pai e mãe é significativa para hipertensão; a sua mãe morreu
vítima de um acidente cerebrovascular e seu pai ainda é vivo, porém apresenta doença
arterial coronariana e faz hemodiálise. Sua PA é 138/90 mmHg de pressão arterial e seu IMC é
23. Ela não apresenta exsudatos retinianos nem outros sinais de retinopatia hipertensiva. Seu
ictus cardíaco máximo não é deslocado, mas é sustentado. O ritmo e a frequência são
regulares e sem galopes. Apresenta bom pulso periférico. O eletrocardiograma revela eixo de
- 30 graus com critérios de voltagem limítrofes para hipertrofia ventricular esquerda. A
creatinina é de 1,0 mg/dL. Qual dos itens a seguir da história e do exame físico constitui um
fator de risco para o prognóstico ruim em um paciente com hipertensão?

A) História familiar de insuficiência renal e doença cerebrovascular;


B) Elevação persistente da pressão arterial após o início da terapia;
C) Tabagismo;
D) Etilismo;
E) Presença de hipertrofia ventricular esquerda ao ECG;

» Questão polêmica aqui… Note que a “nossa” paciente chegou ao consultório nitidamente
ansiosa. Recebeu um diagnóstico recente de HAS e teme os possíveis “avanços” da doença
com AVE e insuficiência renal. Tem forte fator genético associado, é fumante e não apresenta
sobrepeso.
Daí a questão pergunta: Qual dos itens a seguir da história e do exame físico constitui um
fator de risco para o prognóstico ruim em um paciente com hipertensão? Ou seja, repare que
a questão não perguntou o principal fator ou o mais grave ou o fator de risco evitável… Ficou
muito solta a pergunta, o que na época abriu margem para recursos por parte da nossa
equipe. Se pensarmos bem, as letras A, B, C e E poderiam ser aceitas aqui!

Entretanto, a banca considerou como resposta única a letra C.


165 - 2020 FESO

A utilização de PROPRANOLOL está contraindicada em:

A) Pressão sistólica de 90 mm Hg
B) Bloqueio AV de primeiro grau
C) Asma brônquica
D) Varizes de esôfago de médio calibre
E) Frequência cardíaca de 60 bpm

» Pessoal, os beta-bloqueadores não-seletivos não devem ser prescritos para pacientes


asmáticos, pelo risco de broncoespasmo! Caso extremamente necessário, a maioria das
referências permite o uso de drogas seletivas (ex.: atenolol, metoprolol). As demais condições
citadas não contraindicam o uso da droga, nem mesmo o BAV de primeiro grau ou PA e FC no
limite inferior da normalidade. Quanto às varizes de esôfago, na verdade trata-se de
indicação clara ao uso de beta-bloq.

Video comentário: 228863

166 - 2020 FESO

O nitroprussiato de sódio, empregado em emergência hipertensiva, é metabolizado pelo


organismo humano em cianeto. Isto pode ocasionar:

A) Acidose respiratória
B) Alcalose metabólica
C) Acidose metabólica
D) Alcalose respiratória
E) Acidose mista

» As intoxicações pelo cianeto e tiocianato podem ocorrer, quando se usam doses de


nitroprussiato superiores a 5 mg/kg/min, por tempo prolongado. Parece que a toxicidade
desses metabólitos é proporcional à velocidade de infusão e não à quantidade total de
nitroprussiato de sódio administrada. A intoxicação pelo cianeto leva ao bloqueio da
respiração aeróbica, celular, promovendo acidose metabólica, sendo, no entanto, um evento
de ocorrência rara.
167 - 2020 FESO

São causas de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada:

A) Cardiomiopatia hipertrófica, senectude, sarcoidose


B) Doença de Chagas, insuficiência mitral, comunicação interventricular
C) Amiloidose, Cor pulmonale, insuficiência aórtica
D) Hipertensão arterial sistêmica, cardiomiopatia dilatada isquêmica, anemia crônica
E) Miocardite viral, taquicardiomiopatia, tireotoxicose

» Como sabemos, a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (FE > 40-50%,
dependendo da referência) é provocada por um déficit de relaxamento do ventrículo
esquerdo. Sendo assim, qualquer condição que provoque este fenômeno é uma etiologia
possível da cardiopatia. O Harrison, referência do Concurso, cita algumas: cardiomiopatias
restritivas (incluindo a cardiomiopatia hipertrófica), doenças infiltrativas (ex: amiloidose e
sarcoidose), hipertensão arterial sistêmica, envelhecimento, hemocromatose, fibrose
cardíaca. Dessa forma, a única alternativa correta é a opção (A). Cabe ressaltar que doença de
Chagas, valvopatias regurgitantes, doença coronariana, cor pulmonale e doenças que cursam
com shunts intracardíacos (esquerda-direita) são causas clássicas de IC com fração de ejeção
reduzida, enquanto anemia crônica e tireotoxicose são etiologias de IC de alto débito.
168 - 2020 FMC

Paciente do sexo feminino, branca, 46 anos de idade, chega a seu consultório preocupada
com o diagnóstico de hipertensão recebido há 1 mês. Ela o questiona quanto à probabilidade
de desenvolver as complicações da hipertensão, inclusive insuficiência renal e AVE. Ela nega
outra história médica pregressa além de hipertensão e não apresenta sintomas que
sugeriram causas secundárias. Atualmente, utiliza 25 mg/dia de hidroclorotiazida. Fuma meio
maço de cigarros por dia e ingere bebida alcoólica não mais que 1 vez por semana. A história
familiar por parte de pai e mãe é significativa para hipertensão; a sua mãe morreu vítima de
um acidente cerebrovascular e seu pai ainda é vivo, porém apresenta doença arterial e
coronariana e faz hemodiálise. Sua PA é 138/90 mmHg de pressão arterial e seu IMC é 23. Ela
não apresenta exsudatos retinianos nem outros sinais de retinopatia hipertensiva. Seu ictus
cardíaco máximo não é deslocado, mas é sustentado. O ritmo e a frequência são regulares e
sem galopes. Apresenta bom pulso periférico. O eletrocardiograma revela eixo de - 30 graus
com critérios de voltagem limitrofes para hipertrofia ventricular esquerda. A creatinina é de
1,0 mg/dL. Qual dos itens a seguir da história e do exame físico constitui um fator de risco
para o prognóstico ruim em um paciente com hipertensão?

A) História familiar de insuficiência renal e doença cerebrovascular;


B) Elevação persistente da pressão arterial após o início da terapia;
C) Tabagismo;
D) Etilismo;
E) Presença de hipertrofia ventricular esquerda ao ECG;

» Questão polêmica aqui… Note que a “nossa” paciente chegou ao consultório nitidamente
ansiosa. Recebeu um diagnóstico recente de HAS e teme os possíveis “avanços” da doença
com AVE e insuficiência renal. Tem forte fator genético associado, é fumante e não apresenta
sobrepeso.
Daí a questão pergunta: Qual dos itens a seguir da história e do exame físico constitui um
fator de risco para o prognóstico ruim em um paciente com hipertensão? Ou seja, repare que
a questão não perguntou o principal fator ou o mais grave ou o fator de risco evitável… Ficou
muito solta a pergunta, o que na época abriu margem para recursos por parte da nossa
equipe. Se pensarmos bem, as letras A, B, C e E poderiam ser aceitas aqui!

Entretanto, a banca considerou como gabarito único a letra C.


169 - 2020 FESO

Paciente masculino, 50 anos, admitido na emergência com PA = 88 x 50 mmHg, turgência


jugular a 45° e bulhas hipofonéticas. Qual o diagnóstico mais provável?

A) Miocardite viral aguda


B) Tromboembolismo pulmonar
C) Tamponamento cardíaco
D) Infarto agudo do miocárdio
E) Endocardite bacteriana

» Estamos diante de um paciente com a famosa tríade de Beck: hipotensão, turgência jugular e
hipofonese de bulhas. A presença dessas manifestações clínicas é indicativa de
tamponamento cardíaco! Não há dúvidas que essa é a principal hipótese diagnóstica do caso.
Nenhuma das outras condições citadas cursa com hipofonese das bulhas cardíacas...
Resposta: (C).

Video comentário: 228869


170 - 2020 SMA - VR

A correta aferição da pressão arterial é procedimento central para o estabelecimento do


diagnóstico e do prognóstico. Qual das alternativas abaixo descreve a condição padronizada
para a medida da pressão arterial?

A) É necessária a utilização de manguitos com câmara inflável (cuff) adequada para a


circunferência do braço de cada paciente, ou seja, a largura deve ser de pelo menos 70% do
comprimento do braço (distância entre o olécrano e o acrômio).
B) É necessária a utilização de manguitos com câmara inflável (cuff) adequada para o braço de
cada paciente, ou seja, o comprimento de pelo menos 40% de sua circunferência.
C) Quando se aferir a pressão arterial de indivíduos com braço de maior circunferência do que
a indicada para o manguito, a tendência será a de subestimar os valores pressóricos e vice-
versa.
D) A pressão diastólica corresponde ao valor em que começarem a ser ouvidos os ruídos de
Korotkoff (fase I).
E) Registrar valores com intervalos de 2 mmHg, evitando-se arredondamentos.

» Segundo o Ministério da Saúde, em seu caderno de Estratégias para o cuidado da pessoa


com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica, para a correta aferição da pressão arterial
é necessário conhecer as Condições Padronizadas para a medida confiável. Vamos enumerá-
las:
1. O paciente deve estar sentado, com o braço apoiado e à altura do precórdio.
2. Medir após cinco minutos de repouso.
3. Evitar o uso de cigarro e de bebidas com cafeína nos 30 minutos precedentes.
4. A câmara inflável deve cobrir pelo menos dois terços da circunferência do braço (A e B
INCORRETAS)
5. Palpar o pulso braquial e inflar o manguito até 30 mmHg acima do valor em que o pulso
deixar de ser sentido.
6. Desinflar o manguito lentamente (2-4 mmHg/s)
7. A pressão sistólica corresponde ao valor em que começarem a ser ouvidos os ruídos de
Korotkoff (fase I) (D INCORRETA)
8. A pressão diastólica corresponde ao desaparecimento dos batimentos (fase V).
9. Registrar valores com intervalos de 2 mmHg, evitando-se arredondamentos (Exemplo:
135/85 mmHg).
10. A média de duas aferições deve ser considerada como a pressão arterial do dia; se os
valores observados diferirem em mais de 5 mmHg, medir novamente.
11. Na primeira vez, medir a pressão nos dois braços; se discrepantes, considerar o valor mais
alto; nas vezes subsequentes, medir no mesmo braço (o direito de preferência).
Vale lembrar que caso o manguito seja pequeno, a tendência é de que a pressão arterial seja
superestimada. Manguitos maiores, ao contrário, subestimam as leituras da PA. (C
INCORRETA)
Única resposta correta letra E
171 - 2020 CCANSPS

J. A. D., sexo feminino, 31 anos, foi recentemente diagnosticada com hipertensão arterial
sistêmica. A investigação para hipertensão arterial secundária revelou a presença de estenose
de artéria renal unilateral. A paciente não apresenta outras comorbidades. Qual o tratamento
farmacológico mais indicado:

A) clonidina
B) enalapril
C) hidralazina
D) hidroclorotiazida

» Em pacientes que desenvolvem hipertensão arterial sistêmica (HAS) nos extremos de idade, é
fundamental investigar causas secundárias. Na paciente ilustrada, foi descoberta a
hipertensão renovascular como causa da HAS. O termo hipertensão renovascular
corresponde à estenose unilateral da artéria renal, em que a redução do fluxo sanguíneo
para os rins libera renina e ativa todo o sistema composto pela angiotensina e aldosterona,
que aumenta a pressão arterial. Assim, para tratar a hipertensão dessa mulher, os melhores
fármacos incluem aqueles que inibem o referido sistema, como os "pril" ou os "sartans" (A, C
e D erradas). Resposta: B.

Video comentário: 253898

172 - 2020 MULTIVIX

Homem, negro, 60 anos, chega para reavaliação após consulta médica realizada há 2 meses,
em que apresentou pressão arterial = 166/98mmHg. Ao examinar o paciente você identifica
pressão arterial = 160/100mmHg. Qual seria o tratamento mais adequado para este paciente,
neste momento?

A) Iniciar hidroclorotiazida 25mg/dia associada a anlodipino 5mg/dia


B) Iniciar Losartan 50mg/dia associada a hidralazina 50mg de 12 em 12 horas
C) Iniciar hidroclorotiazida 25mg/dia
D) Iniciar atenolol 50mg/dia

» Temos um paciente de 60 anos que apresenta pressão arterial bem acima do recomendado
(em torno de < 130 a 139 x 90 mmHg). Nesses casos, já se recomenda iniciar “de cara” a
terapia combinada (letras C e D: INCORRETAS).
Vamos lembrar também que em pacientes negros não há boa resposta a IECA ou BRA (letra
B: INCORRETA), sendo uma boa opção o tiazídico associado a bloqueador do canal de cálcio.

Resposta: letra A.

Video comentário: 246348


173 - 2020 UFS

De acordo com a Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 2018,


identificar a indicação CORRETA para o tratamento farmacológico da Insuficiência Cardíaca
Crônica:

A) Digoxina em pacientes assintomáticos, porém com fração de ejeção do ventrículo esquerdo


(FEVE) maior ou igual a 45% em ritmo sinusal.
B) Diltiazem ou Verapamil em pacientes após Infarto Agudo do Miocárdio e intolerantes aos
betabloqueadores para redução do risco de morte.
C) Bisoprolol, Carvedilol ou Tartarato de Metoprolol em pacientes com disfunção sistólica e
FEVE menor que 40%.
D) Ivabradina em pacientes com disfunção sistólica (classe funcional II-IV da NYHA), ritmo
sinusal e FC maior que 70bpm em uso de inibidores da ECA (ou bloqueadores dos receptores
de angiotensina) + betabloqueadores em doses máximas toleradas.

» Vamos responder cada alternativa:


A) A digoxina deve ser reservada para pacientes portadores de insuficiência cardíaca de
fração de ejeção reduzida (FE < 45%), que se mantém sintomáticos apesar da dose otimizada
das medicações modificadoras de sobrevida. (INCORRETA)
B) Os bloqueadores de canal de calcio com ação central tem ação inotrópica e cronotrópica
negativa, podendo agravar a disfunção ventricular após infarto agudo do miocárdio, sem
oferecer benefício adicional. São portanto contraindicados neste contexto (INCORRETA)
C) Os betabloqueadores aprovados para uso na insuficiência cardíaca com fração de ejeção
reduzida são o metoprolol, bisoprolol e SUCCINATO de metoprolol (INCORRETA)
D) A ivabradina está indicada em pacientes portadores de disfunção importante e que não
atingem FC < 70 bpm apesar da dose otimizada de betabloqueadores. (CORRETA)
Resposta correta letra D

174 - 2020 HEA

Assinale o efeito colateral mais comumente encontrado com o uso de inibidores da ECA:

A) Hipotensão arterial.
B) Hiperpotassemia.
C) Tosse.
D) Disfunção renal.

» Um dos efeitos adversos mais comuns com o uso dos inibidores da ECA (IECA) é a tosse (5-
20% dos pacientes), decorrente do acúmulo de bradicininas e substância P, que ocorre pelo
bloqueio da ação da enzima conversora da angiotensina. A tosse costuma iniciar-se uma a
duas semanas após o tratamento, mas pode aparecer até seis meses após. As mulheres são
mais afetadas que os homens. Após descontinuação do tratamento, a tosse cessa dentro de
quatro dias, mas pode demorar até quatro semanas. O uso de AINEs como o AAS ou a
indometacina reduz a incidência de tosse, embora os AINEs não sejam recomendados para
esse fim, uma vez que reduzem o efeito dos IECA e aumentam o risco de outros efeitos
adversos, como a hipercalemia. Resposta: C.
175 - 2020 CCANSPS

Qual das medidas abaixo não é indicada para o paciente hipertenso:

A) aumento da ingestão de proteína de soja


B) dieta DASH
C) Diminuição de ingestão de álcool
D) Reposição de cálcio e vitamina D

» São importantes a mudança de diversos fatores dietéticos com o objetivo de prevenir e


controlar a HAS, a saber:

Perda de peso, caso haja sobrepeso;


Aumento da ingestão de proteína de soja; (letra A - CORRETA)
Limitação da ingestão de álcool; (letra C - CORRETA)
Adoção do padrão alimentar DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension); (letra B -
CORRETA)
Redução da ingestão de sódio;
Aumento da atividade física e
Interrupção do tabagismo.

Resposta: letra D.

Video comentário: 253899

176 - 2020 IO

Considerando a técnica de aferição da pressão arterial, assinale a alternativa incorreta.

A) A medida da pressão deve ser realizada, pelo menos anualmente, nos indivíduos cuja
pressão seja <140x80 mmHg e > 120x80 mmHg.
B) O paciente deve estar de pernas descruzadas, com os pés apoiados no chão, o dorso
recostado na cadeira e relaxado.
C) Para medida da pressão arterial o paciente pode ter fumado até 15 minutos antes de aferir
a pressão.
D) Deve-se selecionar o manguito adequado à circunferência braquial, medida no ponto
médio entre acrômio e olecrano.
E) É preciso estimar o nível da pressão sistólica pela palpação da artéria radial.

» De acordo com a 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2017), recomenda-se, pelo


menos, a medição da PA a cada dois anos para os adultos com PA ≤ 120/80 mmHg, e
anualmente para aqueles com PA > 120/80 mmHg e < 140/90 mmHg (A correta). As demais
assertivas estão corretas e fazem parte das técnicas para correta medição da PA, exceto a
letra C - o tempo mínimo recomendado sem cigarro antes da aferição é de 30 minutos.
Resposta: C.
177 - 2020 HOA

Considerando as aplicações da monitorização residencial da pressão arterial, não podemos


apenas indicar como inadequado que:

A) As variações dia a dia da PA podem ser avaliadas.


B) Variações permitem estabelecer separadamente as medidas do período matinal e do
entardecer/anoitecer.
C) A PA matinal não pode estar associada a dano em órgão-alvo como AVE.
D) A associação de dano em órgão-alvo com a PA durante o entardecer/anoitecer da MRPA
pode ser equivalente à PA durante o sono da MAPA.

» Questão que foi anulada por um erro de digitação do enunciado. O correto era: “não
podemos apenas indicar como ADEQUADO que”.
Entretanto, vamos “fingir” que não houve esse erro.
Essa questão foi retirada da 6ª DIRETRIZES DE MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PRESSÃO
ARTERIAL E 4ª DIRETRIZES DE MONITORIZAÇÃO RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL. Nesse
documento há um trecho que diz o seguinte: “As variações dia a dia da PA podem ser
avaliadas, (letra A - CORRETA) permitindo estabelecer separadamente as medidas do período
matinal e do entardecer/anoitecer, (letra B - CORRETA) porém a importância dessa
diferenciação ainda não é clara. A associação de dano em órgão-alvo com a PA durante o
entardecer/anoitecer da MRPA pode ser equivalente à PA durante o sono da MAPA. (letra D -
CORRETA) A PA matinal pode estar associada a dano em órgão-alvo como AVE”. (letra C -
INCORRETA)

Resposta seria a letra C, mas devido ao erro do enunciado a questão foi anulada.
178 - 2020 CCANSPS

Paciente masculino, 66 anos, admitido no pronto socorro com quadro agudo de infarto agudo
do miocário de parede anterior, após 24 horas do início dos sintomas, tendo permanecido em
tratamento conservador por 7 dias e recebido alta após esse período. Cerca de 6 meses após
o infarto, procurou atendimento com quadro de insuficiência cardíaca descompensada, classe
funcional III. Foi realizado eco-transtorácico que evidenciou a cinesia de toda a parede
anterior e fração de ejeção de 25%. Assinale alternativa que contem a estratégia mais eficaz,
nesse caso, para a prevenção primária de morte súbita:

A) Implantar cardioversor desfibrilador


B) Perscrever Carvedilol 25mg de 12/12hs e amiodarona 200mg por dia
C) Prescrever amiodarona 200mg ao dia e implantar marca-passo atrioventricular
D) Prescrever amiodarona 400mg ao dia

» A morte súbita por arritmias ventriculares é uma das causas mais importantes de
mortalidade em pacientes com história prévia de infarto agudo do miocárdio. Para prevenção
de morte súbita, está indicado em pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo
menor do que 30%, desde que passados pelo menos 40 dias após o evento, a colocação de
dispositivo cardioversor desfibrilador implantável (CDI). O dispositivo age em resposta ao
aparecimento de taquiarritmias ventriculares, assim prevenindo a possível morte elétrica em
pacientes com substrato anatômico arrítmico (A CORRETA). Diversos estudos realizados com
medicações antiarrítmicas incluindo os betabloqueadores e a amiodarona demonstraram
redução do número de eventos arrítmicos ventriculares no período pós-infarto, mas falharam
em demonstrar aumento da sobrevida dos pacientes tratados. O marcapasso simples não
apresenta a propriedade de reverter taquiarritmias, tendo uso indicado principalmente para
bradiarritmias sintomáticas. (B, C e D INCORRETAS)
Resposta correta letra A

Video comentário: 253901


179 - 2020 UFAL

Considerando as aplicações da monitorização residencial da pressão arterial, não podemos


apenas indicar como inadequado que:

A) As variações dia a dia da PA podem ser avaliadas.


B) Variações permitem estabelecer separadamente as medidas do período matinal e do
entardecer/anoitecer.
C) A PA matinal não pode estar associada a dano em órgão-alvo como AVE.
D) A associação de dano em órgão-alvo com a PA durante o entardecer/anoitecer da MRPA
pode ser equivalente à PA durante o sono da MAPA.

» Questão que foi anulada por um erro de digitação do enunciado. O correto era: “não
podemos apenas indicar como ADEQUADO que”.
Entretanto, vamos “fingir” que não houve esse erro.
Essa questão foi retirada da 6ª DIRETRIZES DE MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PRESSÃO
ARTERIAL E 4ª DIRETRIZES DE MONITORIZAÇÃO RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL. Nesse
documento há um trecho que diz o seguinte: “As variações dia a dia da PA podem ser
avaliadas, (letra A - CORRETA) permitindo estabelecer separadamente as medidas do período
matinal e do entardecer/anoitecer, (letra B - CORRETA) porém a importância dessa
diferenciação ainda não é clara. A associação de dano em órgão-alvo com a PA durante o
entardecer/anoitecer da MRPA pode ser equivalente à PA durante o sono da MAPA. (letra D -
CORRETA) A PA matinal pode estar associada a dano em órgão-alvo como AVE”. (letra C -
INCORRETA)

Resposta seria a letra C, mas por causa do erro do enunciado a questão foi anulada.
180 - 2020 SMS - GO

Mariana acompanha o ambulatório de cardiologia e hoje recebe 4 pacientes, que receberão


sua primeira avaliação com especialistas, após diagnóstico recente de hipertensão. Paciente 1
- homem, 49 anos, relatos de valores elevados de PA há cerca de 10 anos, sem tratamento ou
seguimento; exames alterados: presença de microalbuminúria. Paciente 2 - mulher, 32 anos,
antecedente de nódulo de adrenal em seguimento conservador; exames alterados:
hipercalemia. Paciente 3 - homem, 35 anos, apresenta episódios de cefaleia, sudorese,
palpitação, associados a picos hipertensivos. Paciente 4 - homem, 55 anos, apresenta ao
exame físico presença de sopro abdominal. Baseado nos dados acima, assinale alternativa
que indica o paciente que Mariana deveria suspeitar de HAS secundária e a etiologia mais
provável:

A) Paciente 1 - glomerulonefrite primária.


B) Paciente 2 - hiperaldosteronismo.
C) Paciente 3 - feocromocitoma.
D) Paciente 4 - aneurisma de aorta.

» Vamos analisar o quadro de cada paciente:


1- O relato de hipertensão mal controlada associado à albuminúria aumentada deve nos fazer
considerar a possibilidade de nefropatia hipertensiva. Na glomerulonefrite, esperamos
hipertensão, oligúria, edema e hematúria.
2- No hiperaldosteronismo, esperamos encontrar níveis séricos de potássio normais ou
reduzidos. Essa paciente tem hipercalemia! O nódulo adrenal deve ser um simples
incidentaloma...
3- A presença de episódios de palpitação, picos hipertensivos, cefaleia e sudorese é, de fato,
bastante sugestiva de feocromocitoma.
4- O sopro em topografia abdominal sugere a presença de estenose de artéria renal.
Tipicamente, os aneurismas de aorta têm como pista ao exame físico a presença de massa
pulsátil.
Resposta: (C).
181 - 2020 PUC - PR

Ana Paula, 8 anos e 6 meses, vem à 3ª consulta para avaliação da pressão arterial (PA). Ela
pesa 26 kg (Percentil 50) e mede 131 cm (Percentil 50). Medidas da PA: 1ª consulta = 112 x 78
mmHg; 2ª consulta = 110 x 76 mmHg; hoje = 120 x 84 mmHg. Sabendo que os percentis de PA
correspondentes à sua idade, gênero e percentil da altura são os seguintes: P50 = 97 x 59
mmHg; P90 = 110 x 72 mmHg; P95 = 113 x 74 mmHg; P95 +12 mmHg = 125 x 86 mmHg,
classifique essa paciente quanto à pressão arterial.

A) Pressão arterial elevada.


B) Pré-hipertensa.
C) Hipertensa estágio 1.
D) Normotensa.
E) Hipertensa estágio 3.

» O diagnóstico de HAS em crianças é feito pela identificação de níveis pressóricos acima do


percentil 95 (p95) para a idade, sexo e altura. Logo, Ana Paula está hipertensa: na primeira e
na segunda aferições sua PA diastólica estava acima do p95; na terceira aferição tanto a
sistólica quanto a diastólica estavam acima deste percentil. Como temos mais de 2 aferições
com valores elevados, em 2 ou mais consultas diferentes, podemos confirmar formalmente o
diagnóstico de HAS. Então, qual é o estágio da hipertensão (este foi o ponto mais difícil da
questão, pois envolve um detalhe que é pura decoreba): se os valores de PA forem maiores
ou iguais ao p95, porém, menores do que o p95 + 12 mmHg, a classificação é hipertensão
ESTÁGIO 1!!! Resposta: C.

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182 - 2020 CEOQ

Quando analisamos os prognósticos de pacientes com hipertensão arterial, qual dos itens
abaixo pode ser determinado como adequado?

A) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do


prognóstico de eventos futuros, apresentam pior correlação com os eventos do que as
medidas de consultório na maioria deles.
B) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do
prognóstico de eventos futuros, apresentam melhor correlação com os eventos do que as
medidas de consultório na maioria deles.
C) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do
prognóstico de eventos futuros, não apresentam correlação com os eventos do que as
medidas de consultório na maioria deles.
D) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do
prognóstico de eventos futuros, apresentam melhor correlação com as medidas do que com
os eventos de consultório na minoria deles.

» De acordo com as diretrizes brasileiras, a aferição da PA através do MAPA e da MRPA


apresenta melhor correlação com o prognóstico de eventos cardiovasculares futuros do que a
medida de consultório. Lembre-se que a grande vantagem desses métodos, principalmente
da MAPA, é a avaliação dos níveis tensionais durante um período maior, ao longo de um dia, e
não de um só momento.

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183 - 2020 CESUPA

Paciente do sexo masculino, 45 anos, assintomático, comparece à consulta de rotina e foi


verificada pressão arterial de 180x90mmHg em 3 aferições durante o período. Segundo a 7ª
Diretriz Brasileira de Hipertensão, é recomendado que:

A) Se inicie tratamento com duas classes de anti-hipertensivo nesta consulta.


B) Aguarde uma nova consulta e resultados de exames para indicar medicação.
C) Se encaminhe o paciente para a urgência para realizar anti-hipertensivo EV.
D) Se encaminhe o paciente para o cardiologista, antes de qualquer prescrição.

» Essa questão é boa porque nos faz lembrar as recomendações da sétima diretriz brasileira de
hipertensão (HAS), que adora cair em prova... Segundo aquele documento, o diagnóstico de
HAS depende, via de regra, da média de aferições em duas visitas diferentes ao consultório
ou da monitorização residencial/ambulatorial dos valores pressóricos. Porém, pacientes com
pressão arterial > ou igual a 180 x 110 mmHg — o que corresponderia ao estágio 3 — têm o
diagnóstico de HAS firmado em apenas uma consulta, o que também vale para os pacientes
com risco cardiovascular alto. Nesses doentes, a terapia medicamentosa anti-hipertensiva
deve ser iniciada desde o momento do diagnóstico (B errada). O ideal é que a terapia, em
pacientes a partir do estágio 2, já se inicie com duas medicações em doses baixas sem
necessidade de consulta à cardiologia (D errada). Por fim, a definição de urgência
hipertensiva é a elevação pressórica que acarreta risco de lesão aguda de órgão-alvo, o que
até poderia se enquadrar o paciente apresentado; porém, na UH, o tratamento é feito com
anti-hipertensivos orais (C errada). Resposta: A.

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184 - 2020 HRD

Uma mulher de 78 anos vai ao consultório de Clínica Médica para uma consulta de
acompanhamento clínico. Está assintomática. É portadora de insuficiência cardíaca e faz uso
de furosemida, enalapril, metoprolol, espironolactona e digoxina. Ao exame físico, apresenta-
se alerta e orientada. Os dados vitais são PA: 120 X 70mmHg, FC: 30bpm, FR: 17ipm, SpO₂ em
ar ambiente 97%. O exame cardiovascular revela bradicardia e variação da fonese da primeira
bulha. Sem outras anormalidades ao exame físico. Solicitou-se um eletrocardiograma
apresentado a seguir: Considerando o caso descrito, assinale a conduta imediata MAIS
ADEQUADA para essa paciente.

A) Administrar atropina, dopamina ou dobutamina em infusão contínua pela via intravenosa.


B) Posicionar um marcapasso transvenoso até a colocação do marca-passo definitivo.
C) Suspender o metoprolol e realizar o estudo eletrofisiológico após 48h.
D) Suspender o metoprolol e a digoxina e manter a monitoração clínica e eletrocardiográfica.

» Recebemos um caso de paciente portadora de insuficiência cardíaca que se apresenta com


bradicardia importante ao exame físico, com variação do som da primeira bulha (que
corresponde ao fechamento das válvulas atrioventriculares). Apesar disso, encontra-se
assintomática. Em seu eletrocardiograma, podemos avaliar frequencia ventricular próxima de
30 bpm, porém frequência atrial próxima a 80 bpm, devido a dissociação atrio-ventricular
completa (BAVT). Além disso, é possível observar padrão de bloqueio completo do ramo
esquerdo (BRE).
Primeiramente, antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, devemos responder 2
perguntas:
1) Trata-se de uma emergência clínica com risco de vida? Visto que a paciente encontra-se
hemodinamicamente estável e assintomática, não se trata de uma emergência que requeira
tratamento imediato com aminas vasoativas e colocação de marcapasso provisório. (A e B
INCORRETAS)
2) Existe causa secundária para esta bradiarritmia? Nosso paciente faz uso de duas
medicações cronotrópicas negativas que podem estar implicadas no diagnóstico! Tanto os
betabloqueadores quanto os digitálicos podem prolongar o intervalo PR, reduzindo a
condução do estímulo cardíaco pelo nó atrioventricular. No momento, ambas as medicações
devem ser interrompidas e a paciente deve ser mantida em observação para avaliar se o
BAVT será revertido. Não há indicação de estudo eletrofisiológico nesse caso, que apenas
serviria para confirmar a presença de BAVT. (C INCORRETA, D CORRETA)
Resposta correta letra D

185 - 2020 SCMCG

Deve-se considerar a monitorização hemodinâmica 24 a 48 horas antes do procedimento de


dispositivos de assistência circulatória mecânica para auxílio na melhor otimização do
paciente para o procedimento cirúrgico. Podemos apenas concordar com o item:

A) Quanto aos inotrópicos, dar preferência ao milrinone, por aumentar a pós-carga do


ventrículo direito, usar óxido nítrico (NO) inalatório e/ou vasodilatadores para redução da
pressão arterial pulmonar e, na necessidade de vasopressores, dar preferência para
adrenalina.
B) Quanto aos inotrópicos, dar preferência ao milrinone, por reduzir a pós-carga do ventrículo
direito, usar óxido nítrico (NO) inalatório e/ou vasodilatadores para redução da pressão
arterial pulmonar e, na necessidade de vasopressores, dar preferência para adrenalina.
C) Quanto aos inotrópicos, dar preferência ao milrinone, por reduzir a pós-carga do ventrículo
direito, usar óxido nítrico (NO) inalatório e/ou vasodilatadores para aumento da pressão
arterial pulmonar e, na necessidade de vasopressores, dar preferência para adrenalina.
D) Quanto aos inotrópicos, dar preferência ao milrinone, por reduzir a pós-carga do ventrículo
direito, usar óxido nítrico (NO) inalatório e/ou vasodilatadores para redução da pressão
arterial pulmonar e, na necessidade de vasopressores, nunca indicar adrenalina.

» Questão retirada, na íntegra, da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda.


Vamos, então, relembrar o trecho do documento que respondia a questão…

“Deve-se considerar a monitorização hemodinâmica 24 a 48 horas antes do procedimento


para auxílio na melhor otimização do paciente para o procedimento cirúrgico. Quanto aos
inotrópicos, dar preferência ao milrinone, por reduzir a pós-carga do ventrículo direito, usar
óxido nítrico (NO) inalatório e/ou vasodilatadores para redução da pressão arterial pulmonar
e, na necessidade de vasopressores, dar preferência para adrenalina”. Resposta: letra B.

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186 - 2020 SMSCG

José tem 56 anos, é hipertenso de longa data e desenvolveu quadro de insuficiência cardíaca
congestiva, apresentando edema de membros inferiores, turgência jugular e dispneia
paroxística noturna. As drogas capazes de reduzir a morbimortalidade em casos como o de
José são:

A) inibidores da enzima conversora de angiotensina, betabloqueadores e bloqueadores dos


receptores de angiotensina
B) betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina e diuréticos
poupadores de potássio
C) betabloqueadores, digitálicos e inibidores da enzima conversora de angiotensina
D) betabloqueadores, nitratos e vasodilatadores como hidralazina

» São drogas que reduzem a mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) com
fração de ejeção reduzida: IECA/BRA, betabloqueadores (succinato de metoprolol, carvedilol
ou bisoprolol) e espironolactona/eplerenone (alternativa D incorreta). A associação de
hidralazina e nitrato está recomendada apenas para os pacientes que não podem fazer uso
de IECA/BRA (alternativa E incorreta), geralmente por disfunção renal. A espironolactona é
um bloqueador do receptor de angiotensina, sendo considerado um diurético poupador de
potássio. No entanto, não podemos considerar toda a classe como útil no tratamento da IC, já
que o triantereno e a amilorida, diuréticos poupadores de potássio, não estão recomendados
(alternativa B incorreta).

Gabarito: Alternativa A.
187 - 2020 SGCH

A otimização clínica pré-operatória de dispositivos de assistência circulatória mecânica visa


reduzir as possíveis variáveis de risco para o insucesso do procedimento e otimizar ao
máximo a função do ventrículo direito. Sendo assim, podemos concordar com o item:

A) Os parâmetros desejáveis antes do implante do dispositivo de assistência circulatória


mecânica DACM de longa duração são: creatinina < 2,5 mg/dL, ureia < 100 mg/dL, Razão
Normalizada Internacional < 1,2, hemoglobina > 10 g/dL, plaquetas > 150.000/µL, albumina >
3,0 g/dL, pressão venosa central < 12 mmHg, pressão capilar pulmonar (PCP) < 20 mmHg e
pressão arterial pulmonar sistólica < 65 mmHg.
B) Os parâmetros desejáveis antes do implante do dispositivo de assistência circulatória
mecânica DACM de longa duração são: creatinina < 1,5 mg/dL, ureia < 100 mg/dL, Razão
Normalizada Internacional < 1,2, hemoglobina > 10 g/dL, plaquetas > 150.000/µL, albumina >
3,0 g/dL, pressão venosa central < 12 mmHg, pressão capilar pulmonar (PCP) < 20 mmHg e
pressão arterial pulmonar sistólica < 65 mmHg.
C) Os parâmetros desejáveis antes do implante do dispositivo de assistência circulatória
mecânica DACM de longa duração são: creatinina < 2,5 mg/dL, ureia < 100 mg/dL, Razão
Normalizada Internacional < 1,2, hemoglobina > 10 g/dL, plaquetas > 150.000/µL, albumina >
3,0 g/dL, pressão venosa central < 12 mmHg, pressão capilar pulmonar (PCP) < 20 mmHg e
pressão arterial pulmonar sistólica < 95 mmHg.
D) Os parâmetros desejáveis antes do implante do dispositivo de assistência circulatória
mecânica DACM de longa duração são: creatinina < 2,5 mg/dL, ureia < 100 mg/dL, Razão
Normalizada Internacional < 1,2, hemoglobina > 10 g/dL, plaquetas > 100.000/µL, albumina >
3,0 g/dL, pressão venosa central < 12 mmHg, pressão capilar pulmonar (PCP) < 20 mmHg e
pressão arterial pulmonar sistólica < 65 mmHg.

» Questão difícil e decoreba muito específica. Os DACM de longa duração devem ser indicados
em pacientes com insuficiência cardíaca, como terapia ponte para candidatura ao transplante
(pacientes aguardando em lista ou com contraindicação temporária ao transplante) e como
terapia de destino (suporte hemodinâmico em paciente contraindicado para o transplante,
porém que pode ter maior sobrevida com qualidade). Para receber o dispositivo, os pacientes
candidatos devem encontrar-se estáveis e, na medida do possível, com funções orgânicas
preservadas, para garantir o sucesso do procedimento. Segundo as diretrizes de insuficiência
cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a função renal deve ser relativamente
estável, com Cr < 2,5 (B INCORRETA) e U < 100 mg/dL. sem disturbios da coagulação (INR <
1,2), sem anemia importante (Hb> 10) e no mínimo 150.000 plaquetas (D INCORRETA) , sem
hipoalbuminemia importante ou hipertensão pulmonar (PSAP < 65 mmHg). (C INCORRETA) A
única resposta que apresenta todos os parâmetros corretos é a letra A

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188 - 2020 UNIRG

A síndrome ou doença de Barlow está associada com a seguinte valva do coração:

A) tricúspide.
B) mitral.
C) pulmonar.
D) aórtica.

» O prolapso da valva mitral (também denominado síndrome do clique-sopro sistólicos,


síndrome de Barlow, síndrome da valva flácida e síndrome da cúspide mitral encapelada) é
relativamente comum. Na maioria dos pacientes, a causa é desconhecida, mas pode ser um
distúrbio geneticamente determinado em alguns casos (o mecanismo patológico envolve
redundância das cúspides, comumente associada à degeneração mixomatosa, e aumento
intenso nas concentrações de determinados glicosaminoglicanos). É mais frequente em
mulheres, sobretudo na faixa etária entre 15 e 30 anos, grupo mais associado a evolução
benigna. O quadro também pode cursar com insuficiência mitral grave, principalmente em
pacientes com mais de 50 anos (em geral do sexo masculino). O exame físico pode revelar um
clique meso ou telessistólico, que podem ser seguidos por sopro mesotelessistólico agudo. O
clique e o sopro ocorrem mais precocemente com o paciente ereto, com a manobra de
Valsalva e com qualquer intervenção que diminua o volume do VE, enquanto exercícios
isométricos e a posição de cócoras, que aumentam o volume do VE, diminuem o prolapso e o
complexo clique-sopro se atrasa. Gabarito: B.

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189 - 2020 SGCH

A furosemida é o principal diurético utilizado para controle da congestão, sendo que o alvo
terapêutico principal na IC aguda é a redução da congestão, que está presente em cerca de
85% dos pacientes. Sendo adequado apenas o item:

A) Deve ser utilizado de forma intensa e com início tardio.


B) Promove a descongestão de forma eficaz, com resultados de melhora clínica, redução do
tempo de internação e reinternação por IC.
C) A furosemida deve ser administrada por via intravenosa, na dose inicial de 20 a 40 mg, em
bólus, em pacientes que não vinham em uso prévio, mas não naqueles com uso crônico.
D) A dose deve ser, no máximo equivalente à de uso prévio.

» Questão bem difícil extraída, na íntegra, da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca


Crônica e Aguda. Vamos, então, relembrar um trecho do documento que respondia a
questão…
“O alvo terapêutico principal na IC aguda é a redução da congestão, que está presente em
cerca de 85% dos pacientes. A furosemida é o principal diurético utilizado, devendo ser
utilizado de forma intensa e com início precoce, (letra A - INCORRETA) para promover a
descongestão de forma eficaz, com resultados de melhora clínica, redução do tempo de
internação e reinternação por IC. (letra B - CORRETA)
A furosemida deve ser administrada por via intravenosa, na dose inicial de 20 a 40 mg, em
bólus, em pacientes que não vinham em uso prévio e naqueles com uso crônico. (letra C -
INCORRETA) A dose deve ser, no mínimo, equivalente a de uso prévio. (letra D - INCORRETA) A
posologia e os intervalo dos diuréticos devem alcançar os alvos clínicos de descongestão”.

Resposta: letra B.

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190 - 2020 HMO - SA

Assinale a alternativa que apresenta um valor de pressão arterial média de 72mmHg.

A) 94 x 61mmHg.
B) 100 x 70mmHg.
C) 87 x 56mmHg.
D) Para calcular a pressão arterial média, é necessário estabelecer um catéter de
monitorização intra-arterial.

» Questão tranquila, muito mais de matemática do que de medicina. A pressão arterial média
(PAM) é calculada através da equação a seguir:
PAM = (PAS + 2 PAD) / 3, em que PAS é a pressão sistólica e PAD, a diastólica.
Substituindo os valores, percebemos que apenas a alternativa A traz valor de pressão arterial
que encerra PAM de 72 mmHg. Resposta: A. A banca não liberou gabarito oficial.

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191 - 2020 HOA - AC

Qual o elemento fisiopatológico mais importante na síndrome cardio-renal em pacientes com


insuficiência cardíaca aguda descompensada?

A) Síndrome de baixo débito cardíaco e perfusão renal ruim.


B) Hipertensão venosa sistêmica com elevação de pressão venosa central.
C) Insuficiência renal iatrogênica (medicamentos nefrotóxicos).
D) Hipertensão arterial sistêmica não controlada.
E) Piora de doença renal pré-existente (doença renovascular).

» A hipertensão venosa sistêmica com aumento da pressão venosa central (PVC) pode causar
elevação da pressão renal intersticial, por transmissão retrógrada da pressão atrial direita às
veias renais, que leva a um estado de hipóxia no parênquima renal, que vai ter como conseq
ência redução da excreção de sódio, o que contribui a piora da função renal nos pacientes
com IC descompensada. Além disso, o incremento na PVC esta associado com atenuação dos
reflexos vasculares que causa alteração na capacidade de resposta arterial prejudicando o
fluxo renal sanguíneo efetivo.

Resposta: letra A.

192 - 2020 EMCM

Qual das alternativas abaixo é mais adequada para tratar farmacologicamente um paciente
com 88 anos Hipertenso, Renal crônico estágio 4 e portador de Osteoporose?

A) Hidroclorotiazida/ramipril + Alendronato.
B) Anlodipino/Valsartana + Denosumab.
C) Clortalidona + Ác. Zoledrônico.
D) Enalapril/Hidroclorotiazida + Denosumab.

» Na doença renal crônica avançada, os tiazídicos (hidroclorotiazida, clortalidona) perdem


eficácia e devem ser evitados (A, C e D erradas). Os IECA ou BRA podem ser feitos com
cuidado, desde que sua introdução não acarrete IRA ou hipercalemia. Logo, poderíamos
tentar fazer valsartana. Os bloqueadores de canais de cálcio di-hidropiridínicos são
excelentes drogas nesses doentes, pois são vasosseletivos, causando vasodilatação que
melhora a relação conteúdo/continente no leito arterial (lembrar que é comum que a HAS
desses doentes tenha um forte componente de hipervolemia, por retenção renal de sal e
água). Agora em relação à osteoporose, não podemos utilizar bisfosfonados na DRC
avançada com clearance de creatinina < 30 ml/min. Ora, no estágio 4 o ClCr está entre 15-29
ml/min, logo, não podemos fazer alendronato ou ácido zoledrônico... O denosumabe, um
anticorpo monoclonal direcionado contra o RANKL (importante mediador de osteoporose
secretado por osteoclastos), não requer ajuste de dose na DRC em qualquer grau, devendo-
se apenas tomar o cuidado de monitorar os níveis séricos de cálcio, que podem se reduzir por
efeito da medicação nesse contexto. Resposta: B.

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193 - 2020 HPM - MG

Um homem de 43 anos procura o consultório de clínica médica com a queixa de palpitação e


dispneia aos esforços moderados. Nega uso de medicamentos e doenças conhecidas. Ao
exame físico, apresenta-se alerta e orientado. Os dados vitais são PA 130/80mmHg, FC 65bpm,
FR 18ipm, SpO2 95%. Os exames respiratório e abdominal não apresentam anormalidades.
Traz resultados de exames prévios. Ecocardiograma: aumento importante do átrio esquerdo;
demais câmaras de dimensões e contratilidade normais. Pressão sistólica de artéria pulmonar
53mmHg (VR<40mmHg), Fração de ejeção do ventrículo esquerdo 65% (VR >50%).
Espessamento das cúspides da valva mitral, restrição da abertura valvar durante a diástole,
área mitral de 1cm2 (VR >4cm2) e regurgitação mitral moderada. Eletrocardiograma: Assinale
o achado do exame físico cardiovascular que provavelmente NÃO deve estar presente neste
paciente.

A) Sopro holossistólico suave em platô mais audível no Apex.


B) Estalido mesossistólico no foco mitral mais audível com o diafragma do estetoscópio.
C) Desdobramento da segunda bulha contínuo e mais acentuado à inspiração, com
hiperfonese de P2.
D) Sopro mesodiastólico em ruflar com reforço pré-sistólico.

» Temos um paciente jovem, com dupla lesão mitral (estenose e insuficiência), de provável
etiologia reumática, uma vez que há espessamento das cúspides, e eletrocardiograma
evidenciando fibrilação atrial. Pois bem, a alternativa A descreve o sopro da insuficiência
mitral, enquanto a alternativa B caracteriza o prolapso valvar que pode estar associado. A
alternativa C associa-se à hipertensão pulmonar apresentada pelo paciente. A alternativa D,
no entanto, seria a descrição do sopro da estenose mitral caso o paciente se apresentasse em
ritmo sinusal, visto que a contração atrial leva a um reforço pré sistólico do sopro, o que não
ocorre no ritmo de fibrilação atrial.

Gabarito: Alternativa D.
194 - 2020 IPSEMG

Qual situação apresenta desdobramento amplo da segunda bulha?

A) Bloqueio de ramo esquerdo.


B) Bloqueio divisional antero-superior.
C) Bloqueio de ramo direito.
D) Bloqueio divisional póstero-inferior.

» O desdobramento amplo de B2 pode ocorrer de forma fisiológica ou em doenças. Na


inspiração profunda há aumento do retorno venoso para as câmara direitas, com aumento
do tempo de esvaziamento da mesma e atraso no fechamento da válvula pulmonar. No
entanto, com a pausa respiratória, esse desdobramento tende a desaparecer, diferente de
condições patológicas que promovam sobrecarga de ventrículo direito ou atraso na sua
despolarização, como é o caso do bloqueio de ramo direito, na comunicação interatrial e na
estenose pulmonar.

Gabarito: Alternativa C.

195 - 2020 AMS - APUCARANA

O principal sintoma na estenose mitral é:

A) Dispnéia.
B) Hemoptise.
C) Palpitação.
D) Taquicardia.

» A estenose mitral é uma valvopatia caracterizada pelo aumento da pressão atrial esquerda,
tipicamente poupando o ventrículo esquerdo e aumento as pressões pulmonares, o que
ocasiona dispnéia, sintoma presente em mais de 70% dos pacientes. As palpitações
geralmente relacionam-se à distensão de átrio esquerdo, que pode ocasionar fibrilação atrial
em cerca de 45% dos pacientes.

Gabarito: Alternativa A.
196 - 2020 HMO - SA

A Insuficiência cardíaca com fração de ejeção diminuída é definida por

A) dispneia aos grandes esforços.


B) fração de ejeção abaixo de 50%.
C) fração de ejeção abaixo de 40%.
D) presença de sinais de congestão pulmonar na ausculta pulmonar.

» Vamos relembrar: 3- IC com


Insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica caracterizada por sintomas fração de
típicos (por exemplo, dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, edema ejeção
de membros inferiores, fadiga, etc.) que podem ser acompanhados de sinais preservada
(por exemplo, pressão venosa jugular elevada, crepitação pulmonar, ascite e (ICFEp): FE ≥
edema periférico) resultantes de anormalidade cardíaca estrutural e/ou 50%.
funcional que acarretam débito cardíaco reduzido e/ou pressões intracardíacas Ou seja, IC
elevadas em repouso ou durante o exercício físico. com fração
Classifica-se a IC em três categorias: de ejeção
1- IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr): Fe≤ 40%; diminuída é
2- IC com fração de ejeção intermediária (ICFEi): 41% definida por
fração de
ejeção abaixo
de 40%.
Portanto, o
nosso
gabarito é a
letra C.

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197 - 2020 SCMM

Quando analisamos os prognósticos de pacientes com hipertensão arterial, qual dos itens
abaixo pode ser determinado como adequado?

A) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do


prognóstico de eventos futuros, apresentam pior correlação com os eventos do que as
medidas de consultório na maioria deles.
B) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do
prognóstico de eventos futuros, apresentam melhor correlação com os eventos do que as
medidas de consultório na maioria deles.
C) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do
prognóstico de eventos futuros, não apresentam correlação com os eventos do que as
medidas de consultório na maioria deles.
D) As aferições de PA pela monitorização residencial da pressão arterial MRPA na avaliação do
prognóstico de eventos futuros, apresentam melhor correlação com as medidas do que com
os eventos de consultório na minoria deles.

» De acordo com as diretrizes brasileiras, a aferição da PA através do MAPA e da MRPA


apresenta melhor correlação com o prognóstico de eventos cardiovasculares futuros do que a
medida de consultório. Lembre-se que a grande vantagem desses métodos, principalmente
da MAPA, é a avaliação dos níveis tensionais durante um período maior, ao longo de um dia, e
não de um só momento.

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198 - 2020 SISE – SUS

Um homem de 65 anos, tabagista há 15 anos, apresentou PA: 160X 90 mmHg em duas


consultas seguidas. Os exames mostraram eletrocardiograma com sinais de hipertrofia do
ventrículo esquerdo e hipercolesterolemia.

A) A paciente apresenta hipertensão do avental branco, deve-se solicitar Monitoramento


Ambulatorial da Pressão.
B) Deve-se preferir o uso de IECAS associados ao antagonista de receptor de angiotensina
como forma de não deixar evoluir a hipertrofia.
C) O tratamento em monoterapia é indicado sendo os betabloqueadores mais responsivos
aos pacientes acima de 65 anos.
D) O uso combinado de inibidor da enzima conversora de angiotensina e Tiazídico é indicado
para o perfil do paciente.

» Bom, estamos diante de um idoso com HAS grau II, segundo a VII Diretriz Brasileira (PAS
entre 160-179 mmHg) – opção (A) incorreta. Ainda de acordo com essa referência, a terapia
anti-hipertensiva INICIAL deve ser composta por dois fármacos em hipertensos grau I com
risco cardiovascular aumentado e em todos os hipertensos graus II e III – opção (C) incorreta.
Nesse caso, devemos associar duas medicações de primeira linha (IECA, BRA, tiazídico e
bloqueador de canal de cálcio). Lembre-se que a associação IECA + BRA é contraindicada pelo
risco elevado de efeitos colaterais à custa de menor potência anti-hipertensiva – opção (B)
incorreta. Resposta: (D).

199 - 2020 HOA - AC

O principal mecanismo que leva à perda de função renal na hipertensão arterial é:

A) Hiperfiltração glomerular.
B) Hipertensão glomerular.
C) Isquemia.
D) Fibrose intersticial.
E) Esclerose glomerular.

» A hipertensão arterial é considerada um dos principais fatores de risco para desenvolvimento


e progressão da aterosclerose e seus desfechos clínicos como o acidente vascular cerebral
(AVC), infarto do miocárdio (IM) e a obstrução arterial periférica (OAP). É também uma
importante causa da insuficiência renal crônica (IRC) e o mais importante fator de risco para a
progressão da lesão renal. A nefroesclerose hipertensiva é a principal causa de doença renal
crônica no Brasil e a sua fisiopatologia envolve a isquemia glomerular crônica.
Portanto, o nosso gabarito é a letra C.

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200 - 2020 UNIRG

Quais são as principais etiologias da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, no
Brasil?

A) Isquêmica e chagásica.
B) Chagásica e hipertensiva.
C) Chagásica e valvopatia.
D) Hipertensiva e idiopática.

» A equipe MEDGRUPO discorda do gabarito liberado pela banca avaliadora. Vamos entender o
motivo:
De acordo com a Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda (2018) da
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o primeiro registro brasileiro de IC aguda, o
BREATHE, incluiu 1.263 pacientes, em 51 centros de diferentes regiões do Brasil, com média
de idade de 64 anos, 60% de pacientes do sexo feminino e 59% com ICFEr. As principais
etiologias foram isquêmica (30%), hipertensiva (20%), dilatada idiopática (15%), valvar (12%) e
doença de Chagas (11%). Segundo esse documento, a cardiopatia chagásica é menos comum
do que idiopática e, portanto, a melhor alternativa para a questão seria a letra D.
Portanto, discordamos do gabarito liberado pela banca avaliadora (A).

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201 - 2020 SCMGO

No diagnóstico e na prevenção da insuficiência cardíaca, é imprescindível a seguinte medida:

A) iniciar diuréticos na IC assintomática.


B) realizar ecocardiografia periódica em intervalos pré-definidos.
C) usar IECA e de BB para pacientes com disfunção de VE assintomáticos (Estágio B).
D) usar digoxina para disfunção de VE assintomática ou com ICFEp em ritmo sinusal.

» São feitas quatro afirmativas a respeito do manejo de pacientes com insuficiência cardíaca
(IC). Vamos analisá-las:
A) Os diuréticos (de alça, com a furosemida) são utilizados apenas no tratamento sintomático.
Incorreta.
B) Não há recomendação estabelecida de ecocardiograma periódico. Esse exame deve ser
feito de acordo com a evolução clínica do paciente. Incorreta.
C) O uso de IECA e betabloqueadores está indicado desde o momento que se diagnostica
disfunção do VE, mesmo que o paciente seja assintomático (estágio B), uma vez que essas
drogas reduzem mortalidade. Correta.
D) A digoxina está indicada em pacientes com sintomas refratários apesar da terapia
otimizada (classes III e IV), ou naqueles com FA de alta resposta. Além disso, é uma droga
com muitos efeitos colaterais e toxicidade, que não demonstrou redução na mortalidade.
Incorreta.
Resposta: C.
202 - 2020 HCB - RO

Você esta de plantão no pronto-socorro e recebe uma criança em emergência hipertensiva.


Qual a droga de escolha para tratamento desse quadro?

A) Nifedipina
B) Enalapril
C) Hidralazina
D) Nitroprussiato de sódio

» Questão bem direta e super simples. Só para resgatar o conceito: crises hipertensivas são
situações em que há elevação abrupta da pressão arterial, com níveis geralmente maiores ou
iguais a 180 x 120 mmHg, associada ou não à lesão aguda de órgão-alvo. Na ausência de
lesão orgânica, classificamos a crise como urgência (UH) e, na presença de lesão a órgão-alvo,
como emergência hipertensiva (EH). Nas EH, devem ser utilizados fármacos de administração
intravenosa, com rápido início de ação e meia-vida curta: o grande expoente é o
nitroprussiato de sódio. Os demais agentes podem ser utilizados, via oral, nos casos de UH
(A, B e C erradas). Resposta: D.

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203 - 2020 HEDA

Homem de 49 anos, com antecedente de miocardiopatia isquêmica (fração de ejeção do


ventrículo esquerdo de 35%) adentrou no Pronto socorro do HEDA devido à queda do estado
geral e à dispneia progressiva. Ao exame físico, sonolento, com pressão arterial de 88 x 55
mmHg, frequência cardíaca de 128 bpm, frequência respiratória de 24 ipm, Sat. O2 85% em ar
ambiente. Tem tempo de enchimento capilar de 4 s e refluxo hepatojugular presente. Há
estertores nos 2/3 inferiores de ambos os pulmões e presença de galope de terceira bulha na
ausculta cardíaca. Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa correta.

A) Trata-se de provável choque cardiogênico, com perfil clínico-hemodinâmico C.


B) Trata-se de provável choque obstrutivo, com classificação de Forrester II.
C) Trata-se de provável choque obstrutivo, com classificação de Forrester III.
D) Trata-se de provável choque cardiogênico, com perfil clínico-hemodinâmico B.
E) Trata-se de provável choque cardiogênico, com perfil clínico-hemodinâmico L.

» Trata-se de um paciente com diagnóstico prévio de miocardiopatia de etiologia isquêmica. No


atendimento inicial, O paciente apresenta descompensação do quadro, com sinais de
hipoperfusão tecidual, como sonolência, hipotensão e enchimento capilar lentificado, além
de sinais claros de congestão pulmonar e sistêmica. Trata-se, portanto, de uma paciente em
perfil hemodinâmico C (frio e congesto), em choque cardiogênico, perfil clínico com a maior
mortalidade associada.

Gabarito: Alternativa A.
204 - 2020 SCMCG

Considerando que a análise da função sistólica do ventrículo esquerdo (VE) constitui indicação
primordial do emprego da ecocardiografia. A análise ecocardiográfica da função sistólica do
VE pode ser realizada por meio da utilização de técnicas diversas, indique a informação
errada:

A) Ecocardiografia bidimensional (2D).


B) Técnicas mais modernas, como a ecocardiografia tridimensional (3D).
C) Investigação da deformação miocárdica (strain).
D) Mais antigas, como o modo M não fornecem a medida.

» Questão extraída, na íntegra, do Posicionamento sobre Indicações da Ecocardiografia em


Adultos - 2019.
Vamos, então, relembrar um trecho do documento que respondia a questão…
“A análise da função sistólica do ventrículo esquerdo (VE) constitui indicação primordial do
emprego da ecocardiografia. A análise ecocardiográfica da função sistólica do VE pode ser
realizada por meio da utilização de técnicas mais antigas, como o modo M, (letra D -
INCORRETA) passando pela ecocardiografia bidimensional (2D) e chegando até as técnicas
mais modernas, como a ecocardiografia tridimensional (3D) ou a investigação da deformação
miocárdica (strain)”. (letras A, B e C - CORRETAS)

Resposta: letra D.

Video comentário: 239623


205 - 2020 IHOA

De acordo com as novas diretrizes americanas de hipertensão arterial, publicadas em 2017,


assinale a alternativa incorreta:

A) a hipertensão arterial passa a ser definida pelos valores de PA >130x80mmHg


B) o uso da calculadora para estimar o risco cardiovascular em 10 anos (ASCVD risk calculator)
auxilia na tomada de decisão ao selecionar os pacientes, em prevenção primária e estágio I,
que devem receber drogas anti-hipertensivas
C) para a maioria dos pacientes, a meta a ser atingida é PA <130x80mmHg
D) a urgência hipertensiva continua a ser definida como elevação significativa da PA associada
à disfunção de órgãos-alvo

» Vamos avaliar cada alternativa sobre essa importante e controversa publicação:


A) A mudança mais impactante dessa diretriz foi de fato a redução dos níveis para diagnóstico
de hipertensão arterial, que passou a ser definida por valores > 130/80 (CORRETA)
B) Em pacientes com pressão arterial entre 130/80 e 140/90, denominados pela diretriz como
hipertensos estágio I, a indicação de tratamento medicamentoso deve levar em consideração
o risco cardiovascular do paciente, de forma semelhante ao indicado para o tratamento
primário das dislipidemias (CORRETA)
C) Não apenas a definição de hipertensão foi modificada para estes valores, como o alvo para
controle também foi determinado nesta faixa. (CORRETA)
D) Esta é a definição de EMERGÊNCIA hipertensiva, que de fato não sofreu alterações na
diretriz (INCORRETA)
Resposta letra D

206 - 2020 HCB - RO

A medida da pressão arterial nos membros inferiores em relação aos valores obtidos nos
membros superiores deve ser:

A) Igual
B) Superior
C) Inferior
D) Variar com o decúbito do paciente

» A aferição da pressão arterial na região da artéria umeral em membro superior e da artéria


do Tornozelo (artériatibial anterior) em membro inferior, sugere-se que em condições
normais a pressão sistólica dos membros Inferiores é mais elevada em relação aos Membros
Superiores, salvo na presença de algumas doenças cardiovasculares, quando a pressão
sistólica é menor para os inferiores e a pressão diastólica é semelhante para o mesmo
seguimento.
Resposta: letra B.

Video comentário: 250523


207 - 2020 SES - MA

A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica em que o coração é incapaz de ofertar


oxigênio aos tecidos em taxas adequadas as suas demandas. Sobre essa importante
morbidade cardiovascular, qual das medicações abaixo não tem sido recomendada para
melhorar a sobrevida de paciente com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida
sintomática, com ecocardiograma estimando a fração de ejeção em 32%?

A) Sacubitril - valsartana
B) Ramipril
C) Atenolol
D) Espironolactona
E) Candesartana

»
No curso da insuficiência cardíaca (IC), existem mediadores químicos que dirigem a instalação
e a progressão da doença… Os mais estudados são: noradrenalina, angiotensina II e
aldosterona. Grandes trabalhos já comprovaram que, inibindo a ação ou a produção dessas
moléculas, conseguimos aumentar a sobrevida de pacientes com IC com fração de ejeção
reduzida (ou sistólica). Os fármacos utilizados para este fim são os (1) iECA ou "pril"
(inibidores da enzima conversora de angiotensina – B certa), os (2) bloqueadores da
angiotensina II ou “sartans" (BRA - E certa), inclusive a associação valsartan-sacubitril (A
certa), os (3) betabloqueadores e (4) inibidores diretos da aldosterona, como a
espironolactona (D certa). Dentre os betabloqueadores, pode-se citar o bisoprolol, o
carvedilol e o succinato de metoprolol. O atenolol não altera a mortalidade na IC... Resposta:
C.
208 - 2020 HOA - AC

Mulher de 42 anos de idade com diabete melito insulinodependente por 20 anos, apresenta
retinopatia diabética, protenúria e depuração de creatinina normal. A pessoa arterial é de
164x108mmhg e um discreto edema tibial é observado. A maneira mais eficiente de se
preservar a função renal dessa paciente é:

A) Controle da pressão arterial com inibidores da ECA.


B) Dieta pobre em proteínas e diurético.
C) Controle da pressão arterial e dieta pobre em proteínas.
D) Controle rigoroso da glicemia e diuréticos.
E) Controle da pressão arterial com bloqueadores dos canais de cálcio.

» A escolha dos anti-hipertensivos para tratamento de um paciente sempre deve considerar


aspectos específicos, como comorbidades e contraindicações. Assim, diante de uma paciente
hipertensa estágio 2 (PA > 160 x 100 mmHg) devemos considerar a associação de duas
drogas para o manejo terapêutico. Tratando-se de uma paciente com nefropatia diabética
estabelecida, sabemos que os IECA ou os BRA devem ser escolhidos pelo seu efeito na
redução da proteinúria. A presença de edema tibial pode restringir o uso dos bloqueadores
do canal de cálcio, visto que o principal efeito adverso dessa classe de drogas é o edema de
membros inferiores.

Gabarito: Alternativa A.

Video comentário: 247154

209 - 2020 IHOA

No tratamento da hipertensão arterial, a associação de inibidor da enzima conversora de


angiotensina a bloqueador do receptor de angiotensina II:

A) pode ser indicada caso o uso de um desses fármacos não tenha promovido o controle
adequado da pressão arterial
B) está indicada a pacientes com insuficiência cardíaca pós-infarto agudo do miocárdio
C) está indicada a pacientes diabéticos que estejam evoluindo com perda da função renal
D) não é recomendada, pois, além de não mostrar benefícios em desfechos cardiovasculares,
acrescenta riscos de efeitos adversos

» Assim como os bloqueadores de canais de cálcio e os tiazídicos, os inibidores da enzima


conversora de angiotensina (IECA) e os bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA)
são considerados medicamentos de primeira linha para o tratamento da hipertensão arterial
sistêmica. Entretanto, estes dois não devem ser prescritos em conjunto. Pelo fato de ambos
inibirem o sistema renina-angiotensina-aldosterona, a associação potencializa o risco de
efeitos colaterais, como a hipercalemia. Além disso, já foi demonstrado que esta estratégia
terapêutica não apresenta qualquer benefício em desfechos cardiovasculares – a VII Diretriz
Brasileira confirma estes dados. Resposta: (D).

Video comentário: 248914


210 - 2020 HEA

Não é contra-indicação absoluta para uso de beta-bloqueador:

A) Bloqueio átrio-ventricular de 3º grau.


B) Pressão arterial sistólica menor que 80 mmHg.
C) Frequência cardíaca de 49 batimentos por minuto.
D) Asma.

» Questão direta! Pelo seu efeito inotrópico e cronotrópico negativo, os betabloqueadores são
formalmente contraindicados em caso de bloqueio atrioventricular de segundo ou terceiro
grau, bradicardia < 50 bpm, e hipotensão arterial com pressão sistólica < 80 mmHg ou
choque hemodinâmico. Devido ao seu efeito bloqueador de receptores beta2 pulmonares, a
tendência a precipitar episódios de broncoespasmo tornam a presença de asma e DPOC
contraindicações RELATIVAS, devendo o risco/benefício ser avaliado individualmente.
Resposta letra D

211 - 2020 FUBOG

Consideramos o ultrassom (US) como tendo papel importante no diagnóstico das Doenças
Cardiovasculares (DCV). Somente NÃO podemos aceitar o item:

A) Trata-se de uma tecnologia diversificada que segue basicamente os princípios físicos da


propagação das ondas de US em meios aerados diversos.
B) Devido a sua ampla aplicabilidade, relativo baixo custo e reprodutibilidade.
C) US tem seu papel estabelecido no auxílio diagnóstico.
D) A fundamentação do diagnóstico pela USV (Ultrassonografia Vascular) de importantes
patologias, como doença aterosclerótica das artérias carótidas.

» Questão retirada, na íntegra, do Posicionamento de Ultrassonografia Vascular do


Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2019.
Neste documento há um trecho que respondia a questão:
“O uso do ultrassom (US) em medicina foi iniciado nos anos 1940 e, desde então, vem tendo
papel importante no diagnóstico das doenças cardiovasculares (DCV). Trata-se de uma
tecnologia diversificada que segue basicamente os princípios físicos da propagação das
ondas de US em meios diversos. (letra A - INCORRETA) Devido a sua ampla aplicabilidade,
relativo baixo custo e reprodutibilidade, o US tem seu papel estabelecido no auxílio
diagnóstico. (letras B e C - CORRETAS). A fundamentação do diagnóstico pela USV de
importantes patologias, como doença aterosclerótica das artérias carótidas, (letra D -
CORRETA) afeções das artérias vertebrais, da aorta abdominal e de seus ramos, foi embasada
nas recomendações do painel de especialistas do DIC de 2015 e 2016”.

Resposta: letra A.
212 - 2020 COC

Uma mulher jovem apresenta quadro de febre recorrente por acometimento das vias aéreas
superiores, acompanhada de dor torácica, que varia com a respiração e a posição do tórax,
variando, também, de intensidade e duração. Seu exame físico revela a presença de um atrito
pericárdico. Das situações a seguir, qual não indica a necessidade de internação hospitalar?

A) Elevação de enzimas de necrose miocárdica


B) Febre acima de 38°C e leucocitose
C) Derrames pericárdicos volumosos, com ou sem tamponamento cardíaco
D) Acometimento em imunocomprometidos
E) Presença de bloqueio do ramo esquerdo no eletrocardiograma

» Paciente com quadro sugestivo de pericardite aguda (infecção viral prévia, melhora da dor
torácica ao fletir o tronco, atrito pericárdico) sobre a qual pergunta-se a indicação de
internação hospitalar.
São fatores de risco associados a pericardite de alto risco que motivam internação:
- Febre >38oC; (B correta)
- Curso de doença subagudo (sem dor torácica de início abrupto);
- Sinais de tamponamento cardíaco; (C correta)
- Derrame pericárdico de grande monta; (C correta)
- Pacientes imunodeprimidos; (D correta)
- Uso de anticoagulantes;
- Trauma agudo;
- Ausência de resposta ao uso de AINES e colchicina;
- Aumento de troponina, sugerindo miocardite/perimiocardite. (A correta)
Resposta: E.

Video comentário: 244785


213 - 2020 IHOA

Não se relaciona(m) com a fisiopatologia da insuficiência cardíaca:

A) a liberação de renina, o aumento de angiotensina II e a redução de aldosterona em


decorrência da estimulação simpática dos rins
B) a descarga dos barorreceptores de alta pressão localizados no ventrículo esquerdo, seio
carotídeo e arco aórtico
C) a liberação de arginina-vasopressina ou hormônio antidiurético pela hipófise posterior
D) a ativação das vias eferentes do sistema nervoso simpático

» Vamos pensar na fisiopatologia da insuficiência cardíaca de maneira simples! A incapacidade


da manutenção do débito cardíaco gera a redução das pressões de perfusão das
extremidades. Em resposta a isso, o organismo modifica algumas funções essenciais:
- A menor perfusão renal estimula o sistema renina-angiotensina-aldosterona, aumentando
todos esses elementos na tentativa de elevar a resistência periférica pela vasoconstrição e
retenção de sódio e água (A INCORRETA).
- A maior ativação dos barorreceptores intraventriculares de alta pressão e a menor ativação
dos receptores do seio carotídeo e arco aórtico gera descarga de ativação do sistema
simpático, com aumento das catecolaminas (B e D CORRETAS). Ao mesmo tempo, esse
estímulo leva à maior produção de ADH, elevando a vasoconstrição e levando à diminuição
do volume urinário (C CORRETA).
Por esse conjunto de fatores, o paciente com insuficiência cardíaca tende a apresentar
vasoconstrição importante, e retenção de sódio e água. Na tentativa de contrabalancear
esses estímulos, as medicações que bloqueiam o sistema renina-angiotensina-aldosterona
(IECA/BRA, espironolactona) e as que bloqueiam o sistema simpático (betabloqueadores) são
o tratamento principal.
A única resposta incorreta (pois a aldosterona encontra-se aumentada na IC) é a letra A

214 - 2020 UERN

Hipertensão paroxística refratária, em crises, associada à cefaleia, sudorese e palpitações


sugere qual das causas de Hipertensão Arterial secundária?

A) Hipotireoidismo.
B) Síndrome de Cushing.
C) Feocromocitoma.
D) Acromegalia.

» Questão bem direta. A presença de episódios de cefaleia, taquicardia, sudorese e hipertensão


é típica do feocromocitoma, causa famosa de HAS secundária. Cerca de 50% dos doentes têm
sintomas. A tríade clássica, formada pelas três primeiras manifestações, é encontrada em
menos da metade dos casos. Outro detalhe interessante é que a hipertensão (episódica ou
até mesmo sustentada) é o sinal mais comum, estando presente em até 95% dos indivíduos.
Resposta: (C).
215 - 2020 UNIATENAS

Joana, 64 anos, é hipertensa há 15 anos em uso de nifedipino e hidroclorotiazida. Ela


comparece à consulta queixando muito ""cansaço e falta de ar” nas suas atividades
domésticas. Não consegue andar longas distâncias e necessita de pausas para descanso. Ao
exame físico observa-se estertores em base pulmonar direita, turgência jugular e ictus
desviado para a esquerda. Foi solicitado um ecocardiograma com disfunção sistólica e
diastólica de VE, dilatação moderada das câmaras cardíacas, e fração de ejeção (FEVE) de 35%.
Considerando que a paciente possui Insuficiência Cardíaca (IC), analise as afirmativas acerca
do tratamento e marque a opção correta.

A) O uso de antagonistas de aldosterona foi associado à redução da mortalidade em pacientes


com IC, desde que sejam classes III ou IV de NYHA com FEVE inferior a 45%.
B) Inibidores de neprisilina e dos receptores de angiotensina devem ser associados ao IECA ou
BRA para IC sintomática em uso de terapia tripla otimizada, visando redução da mortalidade.
C) A ivabradina é indicada em substituição ao betabloqueador em pacientes com disfunção de
VE sintomática, em ritmo siusal com FC maior ou igual 70, para redução da mortalidade.
D) A digoxina é indicada para disfunção de VE sintomática em terapia trila otimizada, com o
objetivo de reduzir sintomas, hospitalizações e a mortalidade.
E) Pacientes com IC classe II ou III de NYHA e FEVE < 35% são considerados candidatos
apropriados para terapia profilática com cardioversor desfibrilador implantável (CDI).

» O enunciado descreve o diagnóstico clínico da síndrome de insuficiência cardíaca, confirmada


pelo ecocardiograma que evidencia disfunção ventricular com fração de ejeção reduzida.
Vamos responder cada alternativa:
A) Segundo a diretriz brasileira de insuficiência cardíaca, o uso de antagonistas da
aldosterona demonstrou melhora na sobrevida de pacientes portadores de IC sintomáticos
com fração de ejeção < 35% (INCORRETA)
B) Os inibidores de neprilisina em combinação com inibidores dos receptores da angiotensina
estão indicados em substituição ao IECA e não e associação, para pacientes indicados
(INCORRETA)
C) A ivabradina deve ser usada em adição ao uso de betabloqueador nesta circunstância, e
não em substituição (INCORRETA)
D) Os digitálicos tem a propriedade de reduzir os sintomas ao elevar o inotropismo cardíaco,
porém não exercem efeito positivo na sobrevida cardiovascular (INCORRETA)
E) Portadores de IC sintomática com FEVE < 35% tem indicação de implante de
cardiodesfibrilador implantável para profilaxia primária de morte súbita (CORRETA)
Única alternativa correta letra E

Video comentário: 254997


216 - 2020 COC

Quais são os sintomas mais comuns de pacientes com estenose aórtica, em sua dose
sintomática?

A) Dispneia progressiva aos esforços e bradiarritmias


B) Fibrilação atrial paroxística e angina de repouso
C) Taquiarritmias intermitentes e síncope
D) Fibrilação atrial crônica de difícil reversão e angina aos esforços
E) Dispneia, tontura e angina relacionadas aos esforços

» A estenose aórtica pode gerar sintomas relacionados ao aumento do gradiente pressórico


como dispneia aos esforços, e sintomas de baixo débito como tontura e síncope. Por ambos
os motivos, pode haver angina aos esforços, tanto relacionada ao aumento da demanda
miocárdica, quanto à piora da perfusão coronáriana pelo menor débito. Esses sintomas são
inespecíficos, porém são os mais comumente relacionados à doença. Embora a fibrilação não
seja incomum, ocorre em menos frequência do que o restante dos sintomas listados. As
bradiarritmias e angina em repouso não estão normalmente relacionados ao quadro, e se
presentes provavelmente são relacionadas a outras doenças concomitantes.
Resposta correta letra E

Video comentário: 244787


217 - 2020 UEPA - BELÉM

Paciente do sexo masculino, 65 anos, sem queixas no momento da consulta, diabético em


seguimento há 5 anos com avaliação de órgãos-alvo sem alterações, comparece em retorno
de rotina trazendo exames solicitados previamente, mostrando alterações no colesterol total
cujo resultado é de 268 mg/dL, além de azotemia que o paciente não possuía antes,
estimando-se um clearance de creatinina de 53 mL/min/m². Ao exame físico o paciente
mostra-se com sobrepeso, normocorado, normocárdico, eupneico, hidratado, sem edemas
aparentes, pressão arterial de 148 x 95 mmHg, glicemia capilar de 178 mg/dL; sem outras
alterações. Com base no quadro apresentado pelo paciente, assinale a conduta correta.

A) Por tratar-se de hipertensão estágio 1 o paciente deve ser orientado a realizar mudanças
de estilo de vida como dieta e exercício, devendo ser reavaliado em 3 meses.
B) Por tratar-se de paciente com hipertensão estágio 2 de baixo risco cardiovascular está
indicada a introdução de terapia medicamentosa com IECA ou BRA.
C) Por haver evidência de nefropatia diabética o uso de IECA ou BRA está contraindicado
devido o risco de perda acelerada da função renal.
D) Trata-se de paciente com hipertensão estágio 1 de alto risco cardiovascular, estando
indicada a introdução de terapia medicamentosa conjunta às mudanças de estilo de vida.
E) Por tratar-se de paciente com hipertensão estágio 2 de risco cardiovascular muito alto está
indicada a introdução de terapia medicamentosa com IECA ou BRA + diurético tiazídico.

» Segundo a VII Diretriz Brasileira de HAS, indivíduos que mantém PAS entre 140-159 mmHg e
PAD entre 90-99 mmHg são classificados como hipertensos estágio I. Para definir a melhor
estratégia terapêutica, é preciso avaliar a existência de fatores de risco cardiovascular
adicionais. A idade igual ou superior a 55 anos em homens, o colesterol total > 190 mg/dl e a
diabetes tornam o indivíduo muito mais propenso ao desenvolvimento de eventos
coronarianos, por exemplo. A presença de três ou mais fatores de risco em um hipertenso
estágio I o faz ser classificado como portador de alto risco cardiovascular, o que demanda a
prescrição de terapia medicamentosa dupla (em baixas doses, inicialmente), associada a
mudanças do estilo de vida. Caso o risco cardiovascular desse indivíduo fosse baixo ou
moderado, poderíamos orientar terapia não-farmacológica por 90 dias e avaliar seus níveis
pressóricos em seguida – a ausência de controle adequado implicaria na prescrição de um
anti-hipertensivo (monoterapia). Para finalizar, lembre-se que os IECA e os BRA reduzem a
pressão intraglomerular, diminuindo a proteinúria. Isso é particularmente importante para
pacientes com nefropatia diabética. Bom, analisando as alternativas, percebemos que a única
correta é a opção (D).

Video comentário: 227623


218 - 2020 SES - GO

Qual é a meta de frequência cardíaca no tratamento otimizado da ICFEr crônica?

A) Em torno de 80 BPM.
B) Em torno de 70 BPM.
C) Em torno de 60 BPM.
D) < 100 BPM.

» O controle da frequência cardíaca em pacientes com disfunção ventricular (insuficiência


cardíaca com fração de ejeção reduzida), com meta em torno de 60 batimentos,
comprovadamente reduz a hospitalização e a mortalidade dessa população. As principais
drogas a serem utilizadas com esse objetivo são os beta bloqueadores (carvedilol, succinato
de metoprolol ou bisoprolol) em doses otimizadas e, em caso de insucesso no controle da
frequência cardíaca com essas drogas, a ivabradina, um inibidor dos canais “if” do nó sinusal,
que como consequência leva a redução da frequência cardíaca sem afetar a pressão arterial.

Gabarito: Alternativa C.

219 - 2020 UFT

Idoso, 81 anos, aposentado, admitido no Serviço de Emergência, com quadro de dispneia em


repouso intensa, há 30 minutos, acompanhada de sudorese fria. Acompanhante refere que o
paciente é portador de Hipertensão arterial sistêmica, em uso irregular de Enalapril 40mg/dia,
e portador de Diabetes Mellitus tipo 2, sem uso de medicação. O paciente foi internado, há 6
meses, com quadro semelhante, permanecendo dois dias em Unidade de Terapia Intensiva.
Nega tosse, dor precordial, síncope e outras queixas. Ao exame físico apresentava-se em
regular estado geral, taquidispneico, fazendo uso de musculatura respiratória acessória,
descorado +/4, sudoreico, acianótico, anictérico e afebril. FC: 117 bpm; PA 224x137 mmHg; FR:
40 ipm; SatO2: 87% AR: Creptos bilaterais até ápices pulmonares. ACV: Bulhas rítmicas e
hipofonéticas, em 2 tempos, sem sopros. AB: plano, indolor, sem visceromegalias.
Extremidades frias, sem edemas. Diante do caso clínico, qual o diagnóstico e qual fármaco
NÃO é considerado um tratamento redutor da pré-carga?

A) Embolia Pulmonar. Furosemida.


B) Edema Agudo de Pulmão. Digoxina.
C) Pneumotórax hipertensivo. Nitrato.
D) Tamponamento cardíaco. Morfina.
E) Edema agudo de pulmão. Nitrato.

» Pessoal, o diagnóstico sindrômico no caso em tela não nos deixa dúvida alguma: este
paciente encontra-se em franco edema agudo de pulmão hipertensivo. A digoxina não serve
como tratamento de descompensações agudas da IC, tampouco reduz a pré-carga. Já o
nitrato serve como tratamento e tem efeito venodilatador, reduzindo a pré-carga. Este
paciente deve receber furosemida IV, nitrato IV, morfina IV e oxigênio. Gabarito B.
220 - 2020 SGCH

Com relação à insuficiência cardíaca (IC) pós-operatória, assinale a alternativa incorreta:

A) Vários fatores de risco predispõem ao desenvolvimento da IC, sendo os mais significativos


deles a doença arterial coronariana, a hipertensão e a idade avançada.
B) A IC mal controlada representa um dos fatores de risco mais sérios para o paciente pré-
operatório.
C) Vários fatores podem levar à IC de início recente ou descompensação da IC preexistente no
período perioperatório, incluindo isquemia miocárdica perioperatório ou IAM, sobrecarga de
volume, hipertensão, sepse, doença de válvula cardíaca oculta, embolia pulmonar e fibrilação
atrial aguda.
D) O risco de IC é maior durante o período intraoperatório.

» Questão bem difícil sobre insuficiência cardíaca pós-operatória.


Vamos, então, analisar cada alternativa e assinalar a incorreta:
Letra A: Os principais fatores predisponentes são a coronariopatia, a hipertensão arterial e a
idade avançada. CORRETA
Letra B: Enquanto pacientes com insuficiência cardíaca (IC) controlada tem bom resultado no
pós-operatório, pacientes com IC mal controlada tem maior possibilidade de complicações.
CORRETA
Letra C: Todos esses fatores aumentam o risco de IC no pós-operatório, principalmente no
pós imediato. CORRETA
Letra D: O risco de IC é maior no período pós-operatório imediato (primeiras 24 a 48 horas);
quando há mais alterações hemodinâmicas tanto da resposta inflamatória sistêmica quanto
do suporte ao paciente. INCORRETA

Resposta: letra D.

Video comentário: 244529


221 - 2020 UFT

Baseada na 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, qual a melhor estratégia terapêutica


para um paciente de 35 anos que, em consulta de rotina, apresenta medida de PA no
consultório de 154x95mmHg confirmada em 2 consultas ambulatoriais e que não apresenta
outras comorbidades?

A) Succinato de Metoprolol 50mg


B) Losartana 50mg + Anlodipino 10mg
C) Losartana 25mg + Benazepril 5mg + Atenolol 25mg
D) Terapia não farmacológica por 3 - 6 meses
E) Hidroclorotiazida 25mg + Losartana 100mg

» Pessoal, HAS estágio I segundo a diretriz brasileira (PAS 140-159 mmHg e PAD 90-99 mmHg)
em paciente sem comorbidades deve ser abordada com mudança no estilo de vida e
reavaliação após 3-6 meses, sem tratamento farmacológico num primeiro momento. Logo, a
melhor resposta é a opção D.

Video comentário: 234865

222 - 2020 SES - GO

Qual das seguintes medicações está associada a maior recorrência de miocardite viral?

A) Corticosteroides.
B) Aspirina.
C) Colchicina.
D) Ibuprofeno.

» Apesar de todas as medicações apresentadas serem úteis na redução da inflamação do


miocárdio e do pericárdio, reduzindo às manifestações clínicas da miocardite e da pericardite,
sabemos que os corticoesteróides devem ser evitados, uma vez que estão associados à maior
recidiva do quadro após suspensão do tratamento.

Gabarito: Alternativa A.
223 - 2020 UEVA

Paciente de 45 anos, sexo feminino, comparece ao pronto-socorro com queixa de cefaleia


occipital e náuseas, de início há quatro horas, associadas a borramento visual, sem outras
queixas. A paciente é tabagista e tem história prévia de hipertensão arterial, em uso regular
de anlodipino. O exame físico é normal, exceto pela Pressão Arterial (PA) = 216/128 mmHg em
ambos os membros superiores. Esta condição trata-se de uma:

A) urgência hipertensiva. A paciente deve receber furosemida por via endovenosa e captopril
via oral.
B) urgência hipertensiva. A paciente deve receber nitroprussiato de sódio por via endovenosa.
C) emergência hipertensiva. A paciente deve receber furosemida por via endovenosa e
captopril sublingual.
D) emergência hipertensiva. A paciente deve receber nitroprussiato de sódio por via
endovenosa.

» Questão boa para a prática! Essa paciente tem quadro de encefalopatia hipertensiva:
hipertensão grave associada a sintoma neurológico - borramento visual. Essa condição é
exemplo de emergência hipertensiva, em que há aumento grave da pressão arterial e lesão
aguda de órgão alvo. As urgências hipertensivas são caracterizadas pelo aumento da pressão
arterial sem lesão aguda de órgão-alvo (LOA), apesar de aumentarem o risco de LOA (A e B
erradas). O tratamento é feito com anti-hipertensivos parenterais tituláveis e de ação rápida,
como o nitroprussiato de sódio (C errada). Resposta: D.

224 - 2020 UESPI

Paciente de 88 anos, admitido na unidade de emergência cardiológica com diagnóstico de


estenose aórtica grave. Quais os sintomas apresentados nessa patologia?

A) Angina, isquemia e infarto do miocárdio.


B) Síncope, desmaio e queda da própria altura.
C) Tonturas, angina e sudorese.
D) Angina, dispneia e síncope.
E) Dispneia, síncope e palpitações.

» A sintomatologia da estenose aórtica está diretamente relacionada com a sua fisiopatologia.


O elevado gradiente transvalvar gera sobrecarga ventricular esquerda importante, levando
eventualmente a congestão retrógrada e dispenia aos esforços. O baixo débito gerado
através da válvula estenótica compromete o suprimento sanguíneo sistêmico, podendo levar
a baixa perfusão cerebral e episódios de tontura, pré-síncope e síncope. Ambos os
mecanismos geram a combinação de hipertrofia miocárdica e baixa perfusão coronariana,
resultando tipicamente em angina aos esforços.
A alternativa que lista a tríade clássica de dispneia, angina e síncope é a letra D
225 - 2020 SMS - LRV

Em relação ao tratamento medicamentoso da Insuficiência Cardíaca com fração de ejeção


reduzida, marque a assertiva INCORRETA:

A) Diuréticos diminuem a congestão e aliviam os sintomas, além de reduzir a mortalidade por


IC.
B) Os IECAs reduzem sintomas de IC, aumentam a sobrevida e devem ser instituídos em todas
as pessoas com IC com FEr.
C) Os betabloqueadores melhoram a FE e a qualidade de vida, aumentam a tolerância ao
exercício e reduzem a mortalidade.
D) Os digitálicos diminuem hospitalizações, mas não reduzem a mortalidade em pacientes
com IC com FEr.

» Pensando no tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), há


dois grupos de medicações: que (1) aumentam a sobrevida e há aquelas que (2) tratam
apenas os sintomas. Vamos pensar em cada grupo.

1) Fármacos de aumentam a sobrevida

No cerne do surgimento da ICFER, está o fenômeno do remodelamento cardíaco, que é


mediado principalmente por adrenalina, noradrenalina, angiotensina II e aldosterona.
Inibindo tais mediadores químicos, é possível reduzir dramaticamente a mortalidade da
ICFER. Os principais fármacos neste grupo são os inibidores da enzima conversora de
angiotensina (iECA — "pril"), os bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA —
"sartan"), os betabloqueadores e os inibidores da aldosterona.
Os iECA e os BRA, além de melhorarem a sobrevida ao reduzirem a ação da angiotensina II e
aldosterona no remodelamento cardíaco, melhoram o desempenho do coração. Quer
entender? Os iECA e BRA são vasodilatadores, reduzindo, portanto, a sobrecarga — assim, o
coração enfrenta menos resistência ao lançar sangue para a periferia. tais fármacos devem
ser utilizados em todos os portadores de ICFER (B certa).
Já os betabloqueadores inibidem a ação da noradrenalina e da adrenalina nos receptores
beta2-adrenérgicos no coração, reduzindo a mortalidade; ademais, reduzem a frequência
cardíaca e o consumo miocárdico de oxigênio, melhorando a tolerância ao exercício (C certa).

2) Fármacos que melhorarm exclusivamente os sintomas

Neste grupo, estão os digitálicos (digoxina) e os diuréticos de alça (furosemida — A errada). A


digoxina, como se sabe, aumenta a força contrátil do coração. Embora não aumente a
sobrevida, reduz as hospitalizações dos pacientes com ICFER.
Resposta: A.

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226 - 2020 UFCG

Paciente do sexo feminino, 28 anos, desconhecia comorbidades, deu entrada na emergência


do Hospital Universitário Alcides Carneiro com queixa de dispneia que piorou nas últimas
duas semanas, associada à tosse com hemoptoicos. Paciente foi internada na enfermaria de
infectologia com suspeita de tuberculose. No dia seguinte, o residente do leito percebeu na
ausculta do aparelho cardiovascular a presença de um sopro diastólico no foco mitral, estalido
de abertura e primeira bulha hiperfonética. Feito eletrocardiograma que apresentou fase
negativa da onda P em V1 com área maior que 1 mm². Optado por prosseguir investigação
com ecocardiograma que evidenciou: PSAP de 80 mmHg, aumento biatrial, valva mitral com
abertura em cúpula, cúspide posterior apresentando mobilidade reduzida, gradientes
diastólicos máximo e médio estimados em 30 e 14 mmHg respectivamente e área valvar
mitral estimada em 0,8 cm2. Escore de Wilkins estimado em 6 (espessamento ++, mobilidade
++, acometimento do aparelho subvalvar + e calcificação +). Em relação ao caso, marque a
alternativa correta:

A) Caso a referida paciente apresentasse fibrilação atrial, deveríamos prescrever um NOAC


(apixaban, rivaroxaban, dabigatrana ou endoxabana) já que se mostraram mais seguros que a
varfarina nessa situação.
B) O tratamento indicado para esse caso é valvoplastia por cateter balão, sem necessidade de
exames adicionais.
C) Quanto maior o tempo entre a segunda bulha e o estalido de abertura, mais grave é a lesão
valvar.
D) A intensidade do sopro guarda relação direta com a gravidade da valvopatia.
E) A presença de reforço pré-sistólico nesse paciente descarta que o ritmo é de fibrilação
atrial.

» O enunciado nos traz um caso interessante de uma paciente que foi internada por uma
doença respiratória, porém durante a avaliação foram encontrados achados específicos da
estenose mitral, confirmados por altos valores de gradientes transvalvares, elevada pressão
arterial pulmonar e área valvar reduzida. Esta valvopatia é quase exclusivamente relacionada
à história prévia de febre reumática, devendo este aspecto da história clínica ser explorado na
anamnese.
Vamos responder cada alternativa:
A) A fibrilação atrial relacionada à estenose mitral grave não permite uso dos novos
anticoagulantes orais, devido ao elevado risco de trombos intra-atriais. A única medicação
oral liberada para uso nesses pacientes é a varfarina. (INCORRETA)
B) A indicação de valvoplastia por balão é baseada principalmente na ecocardiografia, sendo
a abordagem indicada em pacientes com área valvar menor do que 1cm2, mesmo
assintomáticos. O escore de Wilkins-Block ajuda a definir a chance de sucesso, que é tanto
maior quanto menor a pontuação no score, com pontuações acima de 10 favorecendo a
cirurgia. Contudo, para permitir o procedimento, devemos excluir a presença de trombo
intra-atrial, portanto está indicado ecocardiograma transesofágico antes de prosseguir.
(INCORRETA)
C) Quanto mais tardia a abertura da válvula, significa que maior é a pressão necessária no
atrio para que ela abra, e que a gravidade da estenose tende a ser pior. Visto que esta
abertura ocorre na sístole, quanto mais ao final da sístole ocorre o estalido (mais próximo de
B2), mais grave tende a ser a estenose. (INCORRETA)
D) A intensidade do sopro de estenose mitral em si não guarda relação com o grau de
estenose. A característica do sopro com maior valor prognóstico é a sua duração (mais grave
quanto mais longo o sopro). (INCORRETA)
E) O reforço pré-sistólico corresponde ao aumento da intensidade do spro ao final da diástole,
significando a presença de contração atrial. Em pacientes portadores de FA, essa contração
não ocorre, portanto não pode haver reforço pré-sistólico (CORRETA)
Resposta correta letra E

227 - 2020 HOA - AC

Assinale a alternativa que responde CORRETAMENTE à pergunta abaixo. Paciente do sexo


masculino, 50 anos, procura a emergência por cefaleia. Refere história de revascularização
miocárdica há um ano. Nega dor precordial. Ao exame físico, é detectada uma pressão arterial
de 100q120 mm/Hg sem 3ª ou 4ª bulha. O exame neurológico é normal. Qual é o diagnóstico
mais provável e qual a melhor conduta terapêutica para este caso?

A) Emergência hipertensiva - Iniciar nitroglicerina endovenosa.


B) Urgência hipertensiva - Iniciar hidralazina endovenosa.
C) Urgência hipertensiva - Iniciar nitroprussiato de sódio endoveneso e administrar um
analgésico.
D) Emergência hipertensiva - Iniciar metroprolol endovenoso.
E) Urgência hipertensiva - Iniciar captopril via oral e administrar um analgésico.

» Esta questão foi anulada pela banca devido a erro de digitação no valor da pressão arterial...
Pelo que conseguimos perceber ao ler as alternativas, esse senhor de 50 anos, coronariopata,
tinha pressão agudamente aumentada, mas sem lesão de órgão alvo: apesar da cefaleia, não
havia alteração do exame neurológico. Ora, em coronariopatas, o aumento agudo e grave da
pressão arterial sem lesão de órgão-alvo define urgência hipertensiva, em que há RISCO de
LOA (A e D erradas). Nas urgências hipertensivas, o tratamento é feito com anti-hipertensivos
orais (B e C erradas). O analgésico seria fundamental para atenuar a cefaleia, provável
responsável pelo aumento da pressão arterial desse senhor. Gabarito MEDGRUPO: E.

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228 - 2020 UEVA

Paciente de 72 anos, sexo feminino, refere dispneia progressiva aos esforços, atualmente até
para os esforços habituais, de início há seis meses, acompanhada de edema de membros
inferiores, aumento do volume abdominal e tosse seca. Há duas semanas passou a referir,
também, ortopneia e dispneia paroxística noturna. A paciente é obesa (IMC de 32 kg/m²), tem
história de hipertensão arterial e diabetes mellitus. Faz uso regular de anlodipino,
hidroclorotiazida, metformina e glibenclamida. Ao exame físico apresenta estertores
crepitantes finos em terços inferiores de ambos os hemitórax, ritmo cardíaco regular em dois
tempos, sem sopros e turgência jugular a 45 graus, fígado palpável à 3 cm do RCD, PA de
152/88 mmHg, FC de 76 bpm, SaO₂ em 94%, glicemia capilar casual de 256 mg/dl.
Ecodopplercardiograma realizado há 30 dias revela hipertrofia ventricular discreta e fração de
ejeção do ventrículo esquerdo de 67%. Para este caso deve-se:

A) introduzir o uso de inibidores da ECA, betabloqueadores e espironolactona para aumentar


a sobrevida a longo prazo.
B) tratar a congestão com diuréticos de alça e apenas ajustar anti-hipertensivos e
hipoglicemiantes.
C) investigar a presença de doença pulmonar, já que apresenta insuficiência cardíaca direita.
D) deve-se considerar anticoagulante de uso oral pelo risco elevado de fibrilação atrial.

» Temos um paciente idoso apresentando quadro congestivo que, pelos critérios de


Framingham, possibilita o diagnóstico de insuficiência cardíaca (IC). São critérios maiores
apresentados pelo paciente: Dispneia paroxística noturna, estertores crepitantes e turgência
jugular patológica. São critérios menores: Dispnéia aos esforços e edema de membros
inferiores. Considerando o ecocardiograma, que evidencia fração de ejeção normal, vejamos
cada uma das assertivas:

A - Incorreta. As drogas citadas aumentam a sobrevida em pacientes com IC com fração de


ejeção reduzida.

B - Correta. As principais medidas a serem instituídas nesse paciente são o controle dos
sintomas e dos fatores de risco para cardiopatia.

C - Incorreta. Já temos o diagnóstico mais provável estabelecido, não devendo tratar-se de


doença pulmonar subjacente.

D - Incorreta. O paciente não possui fibrilação atrial ou outra indicação para anticoagulação.

Gabarito: Alternativa B.
229 - 2020 HUSE

As seguintes sentenças versam sobre ICC. Assinale a OPÇÃO CORRETA:

A) Sérgio tem passado de infarto do miocárdio há 05 anos, mas nega queixas atuais. Necessita
usar B-bloqueador, IECA e Espironolactona se sua fração de ejeção do VE (FEVE) no ECO for
50%.
B) Thiago é um maratonista argentino de 30 anos que vem manifestando dispneia nos treinos
nas 03 últimas semanas. O primeiro passo na investigação de ICC neste paciente é dosar o
BNP.
C) Roberta vem tratando sua Miocardiopatia Dilatada c/ FEVE 30% há 02 anos apenas c/ B-
bloqueador, BRA e Espironolactona. Mesmo assintomática, está na hora de iniciar Digoxina.
D) Kleber sofreu um infarto agudo do miocárdio há cerca de 30 dias e no ECO vem uma FEVE
de 35%. Está indicado CDI p/ prevenção de morte súbita.
E) Carla foi diagnosticada c/ IC de fração reduzida há 04 semanas e vem mantendo congestão
pulmonar e edema de MMII persistente apesar do uso de IECA e B-bloqueador. A adição de
diurético nesta fase reduziria necessidade de internação, mas não mudaria sobrevida.

» Vejamos cada uma das alternativas:

A - Incorreta. A tripla terapia padrão para o tratamento de pacientes com insuficiência


cardíaca (IC) com impacto na mortalidade está preconizada para pacientes com IC com fração
de ejeção reduzida (abaixo de 40%) e a espironolactona apenas para pacientes a partir da
classe funcional II de NYHA.

B - Incorreta. O principal exame a ser utilizado para a avaliação de disfunção ventricular é o


ecocardiograma transtorácico.

C - Incorreta. Os digitais, por não alterarem a mortalidade de pacientes com insuficiência


cardíaca, encontram-se indicados apenas para controle sintomático em pacientes que
permanecem com sintomas após otimização de terapia com IECA/BRA, betabloqueador,
espironolactona e diurético de alça.

D - Incorreta. O cardiodesfibrilador implantável (CDI) está indicado na na disfunção sistólica


com fração de ejeção “menor ou igual a” 35%, sintomática em classe funcional II-III, de
etiologia isquêmica, pelo menos 40 dias após infarto e 90 dias após cirurgia de
revascularização miocárdica, com terapêutica otimizada e com boa expectativa de vida em 1
ano.

E - Correta. O uso de diuréticos é uma importante alternativa para o controle de sintomas em


pacientes com insuficiência cardíaca, reduzindo o número de hospitalizações, mas sem
impacto comprovado na mortalidade.

Gabarito: Alternativa E.
230 - 2020 UFCG

Paciente do sexo masculino, 50 anos, obeso, procura o ambulatório de cardiologia do Hospital


Alcides Carneiro com queixa de dispneia acentuada aos esforços habituais e edema de
membros inferiores. Ao exame físico é evidenciado: turgência jugular patológica e
desdobramento paradoxal da segunda bulha. PA: 100 x 80 mmHg. Eletrocardiograma (abaixo).
Nega uso de qualquer medicação. Marque a alternativa correta.

A) De acordo com a classificação de New York Heart Association (NYHA) e a classificação da


AHA o paciente pode ser classificado respectivamente em III e C.
B) A principal causa da síndrome clínica responsável pelos sintomas do paciente no Brasil é
hipertensão.
C) Os níveis de BNP tendem a ser maiores nos pacientes obesos.
D) O paciente deve ser orientado em relação à dieta, exercícios supervisionados, vacinação e a
evitar antiinflamatórios não hormonais clássicos, estando liberado para usar os inibidores da
COX-2.
E) A presença de quarta bulha na ausculta cardíaca sugere disfunção sistólica do ventrículo
esquerdo.

» Vejamos cada uma das assertivas relacionadas à insuficiência cardíaca:

A - Incorreta. A questão estabelece que o paciente apresenta dispnéia aos esforços habituais,
sendo esta descrição a de classe funcional II pela NYHA.

B - Incorreta. A doença arterial coronariana é a principal causa de disfunção ventricular.

C - Incorreta. Os fatores que influenciam nos valores de BNP são a anemia, insuficiência renal
e idade.

D - Incorreta. Os antiinflamatórios inibidores da COX 2 também podem ocasionar


descompensação da insuficiência cardíaca, devendo ser evitados.

E - Incorreta. O som auscultatório que mais relaciona-se a disfunção ventricular esquerda é a


terceira bulha.

Assim, consideramos que não há alternativa correta.

Gabarito: Alternativa A.

231 - 2020 UNESC - ES

Paciente masculino, de 32 anos de idade, negro, com diagnóstico de hipertensão aos 22 anos
de idade. Em uso de enalapril 20 mg duas vezes por dia, hidroclorotiazida 25 mg uma vez por
dia e anlodipina 10 mg uma vez por dia. Retorna para consulta ambulatorial com exames
complementares. Creatinina: 1,0 mg/dL; uréia: 38 mg/dL; sódio: 138 mEq/L; potássio: 3,2
mEq/L; bicarbonato: 32 mEq/L. Ultrassonografia de vias urinárias normal. O diagnóstico mais
provável é

A) feocromocitoma.
B) coarctação da aorta.
C) estenose de artéria renal bilateral.
D) hiperaldosteronismo primário.
E) hipertensão arterial primaria.

» O diagnóstico de hipertensão em um paciente tão jovem deve sempre motivar a investigação


das possíveis causas de hipertensão arterial secundária, principalmente tratando-se de
hipertensão arterial resistente (nosso paciente está em tratamento com 3 fármacos de
primeira linha em dose máxima). Esta combinação de fatores torna improvável o diagnóstico
de hipertensão primária (E INCORRETA).
O enunciado nos fornece pistas clínicas para pensar na etiologia mais provável:
primeiramente, não há descrição de exame físico com diferença de pulsos ou da medição da
pressão arterial entre os membros superiores ou entre os membros superiores e inferiores, o
que diminui a probabilidade de coarctação da aorta (B INCORRETA). Em segundo lugar, a
ultrassonografia normal das vias urinárias nos permite excluir a presença hipertensão renal
parenquimatosa. Como não há descrição de doppler de artérias renais ou sopro na
topografia das artérias renais ao exame físico, a estenose de arterias renais se torna também
menos provável (C INCORRETA). Por fim, a ausência de descrição de paroxísmos de
hipertensão arterial, cefaleia, sudorese ou palpitações nos afasta do diagnóstico de
feocromocitoma (A INCORRETA).
Só nos resta buscar pistas que possam sugerir a única alternativa restante, o
hiperaldosteronismo primário. A atuação da hiperestimulação mineralocorticoide gera
tendência à retenção de sódio e água, ao mesmo tempo em que leva à maior excreção de
potássio pela urina. Nossa hipótese se torna muito mais provável pela presença de
hipocalemia (K < 3,5 mEq/L) associada a aumento do bicarbonato sérico por provável alcalose
metabólica. Em seguida, a dosagem da razão aldosterona/atividade de renina plasmáticas
pode ajudar a estabelecer o diagnótico.
Resposta correta letra D
232 - 2020 UEPA - BELÉM

Paciente N.S.R. feminino, 50 anos, foi atendido e relatou inchaço das pernas e falta de ar com
evolução de 5 meses. Encontra-se afebril, com estertores difusos à ausculta em base
pulmonar. Frequência cardíaca de 80 bpm, regular, com divisão ampliada de S2. O RX de tórax
mostra aumento da borda direita do coração com sinais de derrames pleurais bilaterais. A
troponina sérica é I <0,4 ng/mL. O diagnóstico que mais se adequa ao quadro clínico acima é:

A) Fibrose pulmonar intersticial


B) Miocardite viral
C) Cardiopatia alcoólica
D) Pericardite constritiva
E) Valva bicúspide

» A presença de divisão ampliada de S2 quer dizer que há um desdobramento da B2, ou seja,


há um atraso suprafisiológico da P2 traduzindo uma demora no fechamento das valvas
pulmonares. Tal dado é compatível com o Rx de tórax que mostra aumento de ventrículo
direito (VD) indicando sobrecarga do mesmo. Sendo assim, o quadro sugere uma disfunção
de VD de origem crônica, uma vez que o edema de membros inferiores e a dispneia se
iniciaram há mais de 5 meses. Os estertores pulmonares podem ocorrer tanto pela presença
do derrame pleural bilateral quanto por uma doença intersticial.

A troponina negativa e o curso crônico da doença falam contra a probabilidade de miocardite


viral. Letra B incorreta.
A cardiopatia alcoólica normalmente cursa com miocardiopatia dilatada e não há relato de
consumo etílico pelo autor da questão. Letra C incorreta.
A pericardite constritiva costuma ocorrer com sintomas de baixo débito associada à aumento
da pressão venosa jugular. Alguns sinais clássicos são o pulso paradoxal e o sinal de
Kussmaul. Letra D incorreta.
Os achados clínicos do paciente com valva bicúspide dependem da função da valva e da
presença de lesões associadas. A maioria dos casos são de válvula aórtica bicúspide em
pacientes assintomáticos ou com sintomas de disfunção associados à aumento de VE. Letra E
incorreta.

Sendo assim, o diagnóstico mais provável é o de fibrose pulmonar intersticial e o gabarito é a


letra A.
233 - 2020 UFCG

Paciente do sexo masculino, 48 anos, internado para investigação de ascite de surgimento


recente. É hipertenso, diabético e etilista de grande monta. Na admissão, realizado
paracentese diagnóstica. A análise do líquido revelou: pH=8,0; Glicose=75 mg/dl; Proteínas
totais=3,2 g/dl e albumina=2,4 d/dl. A dosagem da albumina sérica é 3,7 d/dl. Qual o
diagnóstico mais provável deste paciente?

A) Cirrose hepática.
B) Carcinomatose peritoneal.
C) Tuberculose peritoneal.
D) Pericardite constrictiva.
E) Síndrome nefrótica.

» O gradiente soro-ascite é útil para diferenciar, em pacientes com ascite, etiologias


relacionadas ou não à hipertensão porta. O cálculo é realizado pela diferença dos níveis de
albumina no plasma e no líquido ascítico. Resultados superiores a 1,1 g/dL indicam provável
etiologia da ascite associada à hipertensão portal, como ocorre na insuficiência cardíaca
congestiva, pericardite constritiva e cirrose hepática. Assim, podemos desconsiderar as
alternativas B, C e E. Quanto ao diagnóstico de cirrose, é improvável diante de um quadro de
instalação tão abrupta, com albumina normal e sem outros estigmas de hipertensão portal e
cirrose. Considerando que trata-se de um paciente jovem e sem doenças conhecidas, é
provável que estejamos diante de um quadro de pericardite constritiva.

Gabarito: Alternativa D.

234 - 2020 HSD - MA

Homem de 35 anos admitido para tratamento cirúrgico de aneurisma de aorta abdominal.


Desconhece antecedentes mórbidos. Relata último atendimento médico no pronto socorro há
1 ano por abuso de cocaína, porém relata ter parado o uso. No momento chama a atenção PA
de 240 x 120 mmHg com FC 70 ppm. Está acordado, calmo, sem queixa de dor. Qual a
medicação de escolha para o tratamento da PA?

A) Lorazepam.
B) Morfina.
C) Captopril VO
D) Nitroprussiato de sódio EV
E) Gluconato de cálcio.

» O risco de ruptura aneurismática se eleva proporcionalmente ao aumento dos níveis


pressóricos, que promovem maior tensão na parede do vaso, que encontra-se fragilizada.
Assim, a droga com rápido início de ação e de fácil ajuste, útil para controle da pressão
arterial e, consequentemente, redução do risco de ruptura aneurismática, é o nitroprussiato,
um vasodilatador venoso de rápido início de ação.

Gabarito: Alternativa D.
235 - 2020 UEPA - BELÉM

Em relação a doença valvar adquirida, o principal fator etiológico é:

A) Artrite reumatoide
B) Doença autoimune associada ao HCV
C) Hipercolesterolemia familiar
D) Infecção pelo HIV
E) Cardiopatia reumática

» Questão direta sobre a epidemiologia da doença valvar. O Brasil apresenta regiões com
marcadores de desenvolvimento precários, evidenciando a pouca estrutura que o país
oferece para a saúde da maioria dos seus habitantes, e paralelamente, regiões de alta
urbanização que apresentam índices comparáveis a países desenvolvidos. Essas
características alteram o perfil das doenças cardiovasculares no país, principalmente as
valvopatias. A sequela valvar reumática continua um fator importante em indivíduos mais
jovens, e ao mesmo tempo há um aumento progressivo de valvopatias degenerativas nos
mais idosos. Mesmo assim, em nosso território, diferentemente de países mais
desenvolvidos, a febre reumática ainda é a principal etiologia das valvopatias, responsável
por até 70% dos casos.
Resposta letra E

236 - 2020 IO

A tríade de Beck reflete quadro de choque:

A) distributivo.
B) hipovolêmico.
C) Obstrutivo.
D) medular.
E) térmico.

» A tríade de Beck é bastante específica para o diagnóstico de tamponamento cardíaco, sendo


composta por: (1) turgência jugular patológica; (2) abafamento de bulhas; e (3) hipotensão
arterial. O tamponamento cardíaco leva a que tipo de choque mesmo? Ao choque obstrutivo
(extracardíaco), caracterizado pela obstrução ao fluxo no circuito cardiovascular, o qual
impede o enchimento diastólico adequado devido ao excesso de conteúdo no saco
pericárdico. Resposta: C.
237 - 2020 UFGD

Na população idosa, a Insuficiência Cardíaca (IC) com fração de ejeção preservada já


ultrapassa em números absolutos os pacientes com IC com fração de ejeção deprimida. Sobre
isso, assinale a alternativa correta.

A) O diagnóstico diferencial entre IC com fração de ejeção reduzida e IC com fração de ejeção
preservada não necessita de exame de imagem, pois os achados clínicos são absolutos para
diferenciar as síndromes.
B) A restauração e a manutenção do ritmo sinusal em pacientes com FA e IC com fração de
ejeção preservada não deve ser tentada, pois não há benefício na melhora dos sintomas
desses pacientes.
C) Os estudos atuais apresentam resultados inconsistentes para tratamento específico da IC
com fração de ejeção preservada, sendo tratamento atual visando à correção de
comorbidades como FA, HAS, DM, DAC crônica.
D) A hipotensão arterial pode ser problema importante na população idosa, sendo os
diuréticos contraindicados em idosos acima de 75 anos, mesmo com sinais de congestão
sistêmica, por alto risco de queda nessa população.
E) Revascularização miocárdica deve ser desencorajada naqueles pacientes maiores de 75
anos que fazem edema agudo de pulmão recorrente com isquemia miocárdica comprovada
em teste funcional.

» O diagnóstico diferencial entre a insuficiência cardíaca (IC) de fração de ejeção (FE) reduzida
ou preservada é feito com a mensuração da FE que é realizada, na maioria das vezes, pelo
ecocardiograma transtorácico. Sendo assim:
- FE < 40% = IC com FE reduzida (ICFER)
- FE ≥ 50% = IC com FE preservada (ICFEP)
Essa diferenciação é importante pois muda a abordagem terapêutica! Isso porque até hoje
não existe um tratamento específico que tenha mostrado benefício na ICFEP. Sendo assim, a
medida principal nestes paciente é o controle dos sintomas e das comorbidades. Neste
contexto, inclui-se a manutenção do ritmo sinusal, uma vez que arritmias como FA ou flutter
podem piorar a função diastólica e ter repercussão clínica.
No caso dos pacientes com ICFEP sintomática, principalmente quando há evidências de
congestão sistêmica, a grande droga é o diurético. É claro que eles devem ser utilizados com
mais cautela na população idosa, porém o risco versus benefício nesses casos impõe o uso do
mesmo.
Além disso, a causa de base da ICFEP deve ser pesquisada e, sempre que possível,
tentaremos revertê-la. Isso se aplica aos pacientes idosos com sintomas proeminentes e
isquemia miocárdica, onde há uma clara indicação de realizar uma terapia de reperfusão -
principalmente quando há evidências de miocardio viável.

Gabarito letra C.
238 - 2020 UNIRV

P.P.M, 64 anos, sexo feminino, procura atendimento referindo dispneia aos esforços, angina e
episódios recorrentes de síncope. Ao exame físico, observa-se frêmito palpável sobre as
carótidas, íctus cordis na linha axilar anterior, no oitavo espaço intercostal ausculta mostra
sopro sistólico, que se inicia logo após a primeira bulha, atingindo seu ápice no meio da fase
de ejeção e que irradia para cima, acompanhando o trajeto das carótidas. Eletrocardiograma
mostra depressão do segmento ST e inversão de onda T nas derivações D1, aVL e derivações
precordiais esquerdas. O provável diagnóstico é:

A) Insuficiência pulmonar.
B) Estenose aórtica.
C) Estenose mitral.
D) Estenose tricúspide.

» Paciente que apresenta uma tríade clássica de sintomas relacionadosa sobrecarga ventricular
esquerda (dispneia aos esforços e angina) e baixo débito (síncopes recorrentes). O desvio do
ictus cordis determina aumento da área cardíaca, e a descrição de um sopro SISTÓLICO com
onda sonora em formato de DIAMANTE e irradiação para carótidas não deixa margem para
dúvidas. Trata-se de uma estenose aórtica grave gerando sobrecarga ventricular esquerda
importante (corroborada pelo provável padrão de STRAIN na descrição do eletrocardiograma.
Para facilitar o raciocinio, a questão ainda facilitou o trabalho, pois todas as outras
alternativas representam valvopatias causadoras de sopro DIASTÓLICO.
Resposta correta letra B
239 - 2020 UNESC - ES

Adolescente de 18 anos procura serviço médico por quadro de cansaço aos esforços, sem
outras queixas. Nega emagrecimento, febre, tosse ou edema. Ao exame físico, observado
sopro contínuo suave em região infra- clavicular esquerda, irradiando para região infra-
escapular do mesmo lado. Ictus discretamente desviado para esquerda, ausência de turgência
jugular. Pressão arterial no braço esquerdo de 144/ 88 mmHg e no braço direito de 142/86
mmHg. Pulsos radiais amplos e simétricos. Pulsos femorais presentes, embora com amplitude
diminuída. Qual o principal diagnóstico diferencial para o caso?

A) Estenose mitral.
B) Transposição de grandes artérias.
C) Coarctação de aorta pós-ductal.
D) Membrana sub-aórtica.
E) Comunicação inter-atrial.

» Em primeiro lugar: temos um paciente jovem (18 anos) hipertenso. Lembre-se que HAS fora
da faixa etária típica de HAS primária (30-50 anos) é condição que deve nos fazer pensar em
HAS secundária. Qual seria a provável causa de HAS secundária neste caso, com base nos
achados do exame físico? Sopro contínuo em região infraclavicular esquerda, irradiado para a
região infra-escapular do mesmo lado... Tal achado é clássico de estenose ou coarctação
aórtica, uma das principais causas de HAS secundária em jovens! Mas onde está localizada a
coarctação? Na maioria das vezes o segmento estenosado se localiza antes da emergência da
subclávia esquerda (antes da região de desague do ducto arterioso), o que faz com que o
paciente apresente diferença significativa de pressão e pulso entre os membros superiores.
No entanto, no caso em tela as pressões e pulsos não diferem de forma importante (em > 10
mmHg) entre os membros superiores. A diferença é observada predominantemente entre
membros superiores e inferiores... A qual conclusão podemos chegar? Ora, a coarctacão de
aorta neste caso deve estar após a região de desague do ducto arterioso, inclusive, após a
emergência da subclávia esquerda. Resposta: C.
240 - 2020 SMS - FLORIPA

Dona Luiza tem 67 anos. Aos 35 anos, iniciou quadro de hipertensão arterial sistêmica, assim
como suas irmãs e sua mãe. Há cerca de 3 anos vem apresentando cansaço durante suas
atividades habituais, como fazer feira e ir buscar a neta na escola. Contudo, conseguia manter
a jardinagem e subir um lance de escada normalmente. Iniciou também fadiga e edema de
membros inferiores com cacifo, sendo diagnosticada com insuficiência cardíaca congestiva,
confirmada pelo ecocardiograma como insuficiência cardíaca sistólica. Hoje, veio à consulta
para renovar suas receitas. Ao exame apresentava-se eupneica, com pressão arterial de
130/80 mmHg, pulso de 72 bpm, rítmico e cheio, frequência respiratória de 16 mrm, sem
edema de membros inferiores. As auscultas respiratória e cardíaca encontravam-se normais.
O tratamento farmacológico mais adequado seria:

A) diurético e bloqueador de receptor de angiotensina


B) bloqueador de canal de cálcio associado a digitálico
C) inibidor de enzima conversora da angiotensina associado à espironolactona
D) inibidor de enzima conversora da angiotensina associado a betabloqueador

» Paciente de 67 anos, previamente hipertensa, evolui com insuficiência cardíaca com fração de
ejeção reduzida (ICFER). No momento não apresenta sinais clínicos de hipervolemia (edema
de membros inferiores, turgência jugular, crepitações pulmonares) ou de baixo débito
(hipotensão, perfusão capilar lentificada, alterações do nível de consciência). Quais
tratamentos são imprescindíveis? De imediato, não parece necessário o uso de medicações
que atuam exclusivamente nos sintomas da insuficiência cardíaca, como os diuréticos e os
digitálicos (A e B INCORRETAS), então devemos priorizar apenas as medicações que tem
atuação na redução da mortalidade desses pacientes.
Duas classes de medicações formam a primeira linha de tratamento modificador de doença
da insuficiência cardíaca. A primeira são os betabloqueadores, que atuam no bloqueio dos
receptores beta adrenérgicos, reduzindo o inotropismo e cronotropismo cardíaco. A segunda
classe são as medicações inibidoras da enzima conversora de angiotensina, que promovem
redução do efeito vasoconstritor, do efeito retentor de sódio (via aldosterona), e do efeito
trófico na musculatura lisa de vasos, nas células miocárdicas e fibroblastos. Ambas as classes
devem ser iniciadas para TODOS os pacientes portadores de IC
Na segunda linha terapêutica, a espironolactona tem eficácia comprovada na redução de
mortalidade em pacientes com classe funcional III-IV e fração de ejeção < 35%. Atua ao
reduzir a produção de fibroblastos e portanto o teor da fibrose miocárdica, reduzindo a
progressão da disfunção cardíaca.
Sendo assim, a alternativa que contém as duas medicações imprescindíveis é a letra D

Video comentário: 239238


241 - 2020 HAC - PR

Homem, de 51 anos, branco, assintomático, vem ao consultório para consulta de rotina. Tem
diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 há 02 anos em uso de metformina 1g/dia, é ex-
tabagista e relata histórico familiar de doença coronariana (dois irmãos, aos 45 e 48 anos,
ambos submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio). Exame clínico: PA= 140x80
mmHg, FC= 82 bpm, IMC=31,2 Kg/m2, Bulhas cardíacas rítmicas, normofonéticas, sem sopros,
restante sem alterações. Exames laboratoriais: Colesterol total = 216 mg/dL; LDL= 135 mg/dL,
HDL = 38 mg/dL, Triglicérides = 216 mg/dL, Glicemia de jejum= 152 mg/dL; hemoglobina
glicada Hb1Ac= 7,6%; PCR ultrassensível= 4,1 mg/L; Creatinina= 1,1 mg/dL. Hemograma,
transaminases, CPK, função tireoidiana e urina tipo 1 normais. Segundo a diretriz brasileira de
prevenção cardiovascular para reduzir morbidade e mortalidade cardiovascular, neste
paciente, devemos classificá-lo e adotar as seguintes condutas terapêuticas:

A) Risco Alto. Estatina + fibrato; manter PAS < 150 mmHg e PAD < 90mmHg e HbA1c < 7,0 %.
B) Risco Intermediário. Fibrato; manter PAS < 140 mmHg e PAD < 90 mmHg e HbA1c < 6,0 %.
C) Risco Alto. Estatina; manter PAS < 130 mmHg e PAD < 80 mmHg e HbA1c < 7,0%.
D) Risco muito Alto. Estatina + fibrato; manter PAS < 130 mmHg e PAD < 80mmHg e
HbA1c<6,0%.
E) Risco Intermediário. Estatina + fibrato; manter PAS < 130 mmHg e PAD < 80mmHg e HbA1c
< 6,0 %.

» O alvo preconizado para tratamento do diabetes, exceto em idosos com alto risco de
hipoglicemia, é de HbA1C < 7,0%. Vamos relembrar os alvos pressóricos para o tratamento de
pacientes com hipertensão arterial:

Hipertensos estágios 1 e 2, com risco cardiovascular baixo e moderado e HA estágio 3: <


140/90 mmHg;

Hipertensos estágios 1 e 2 com alto risco cardiovascular: < 130/80 mmHg.

Temos um paciente do sexo masculino, diabético e acima de 49 anos, o que já configura alto
risco cardiovascular, em um paciente com hipertensão estágio 1.

Gabarito: Alternativa C.
242 - 2020 HAC - PR

C.H.S, homem, aposentado, 74 anos, tem história pregressa de infarto agudo do miocárdio há
04 meses. Foi submetido à cirurgia de revascularização miocárdica com sucesso. Após a alta
hospitalar, há 03 meses, evolui estável, porém relata cansaço em aclives acentuados e há 01
mês vem tendo episódios de repentina sensação de sufocação durante o sono que o acorda e
o obriga a levantar-se à procura de um lugar mais arejado. O ecocardiograma transtorácico
mostra uma Fração de ejeção de 39%. Está em uso de Enalapril 10 mg 2x/d, AAS 100 mg/d,
atorvastatina 20 mg/d, hidroclorotiazida 25 mg/d. Ao exame físico: PA sentado 128x68 mmHg
e FC=78 spm, regular, ausculta cardiopulmonar normal. Neste caso, a melhor opção de
tratamento seria:

A) Introduzir espironolactona
B) Introduzir nitratos
C) Iniciar beta-bloqueador
D) Iniciar furosemida.
E) Associar losartan ao tratamento.

» São drogas que reduzem a morbimortalidade em paciente com insuficiência cardíaca com
fração de ejeção reduzida em classe funcional II: Betabloqueadores, espironolactona e
IECA/BRA. Considerando a melhor opção de tratamento neste momento, deve-se optar por
controle da frequência cardíaca com uso de betabloqueador, iniciando em baixas doses, com
aumento progressivo até que se alcance a frequência cardíaca em torno de 60 batimentos
por minuto. No entanto, a terapia com espironolactona também está recomendada. Assim,
devemos considerar a alternativa C como “melhor resposta”, apesar da alternativa A também
estar correta.

243 - 2020 ICEPI

Principal causa de morte nos pacientes adultos hipertensos? MARQUE A CORRETA:

A) Doença cardíaca.
B) Doença renal primária.
C) Acidente Vascular Encefálico (AVE).
D) Doença arterial periférica.

» Questão simples e conceitual:


A principal causa de morte nos pacientes adultos hipertensos é a doença cardíaca isquêmica.
Portanto, o nosso gabarito é a letra A.
Mais genericamente, temos que a principal causa de morte no Brasil, em homens, são as
doenças do aparelho circulatório, seguida das doenças externas e neoplasias.
244 - 2020 SES - PB

Idosa 64 anos, ex-tabagista (parou há 15 anos), hipertensa com controle irregular desde os 40
anos, refere a esforços moderados dor torácica precordial em aperto de média intensidade,
sem irradiação, que desparece ao repouso. Seu controle pressórico é inadequado, com
medidas nas ultimas semanas acima de 180/110 mmHg. Usa clortalidona 25mg,
espironolactona 50 mg e losartana 100 mg associada a amlodipina 10 mg ao dia. Qual seria
sua recomendação nesse caso?

A) Acrescentar alfabloqueador.
B) Trocar losartana por alisquireno.
C) Acrescentar enalapril.
D) Dobrar a dose da clortalidona.
E) Acrescentar betabloqueador.

»
O quadro clínico é de uma paciente com sintomas sugestivos de angina estável (dor
precordial que piora com esforço e melhora ao repouso) e hipertensão descontrolada. Neste
sentido, podemos unir o “útil ao agradável”, ou seja, associar como antihipertensivo uma
droga que sabidamente também atue no controle dos sintomas relacionados à doença
arterial coronariana (DAC). Dentre as alternativas, a melhor opção é o uso do betabloqueador
(E correta). A história de ex-tabagismo não contraindica o uso da droga, exceto se a paciente
possuísse DPOC grave e descontrolado. Não há indicação de alfabloqueador ou alisquireno,
este último reservado para casos específicos de insuficiência cardíaca (A e B erradas). Não há
benefícios na associação de inibidor da ECA (enalapril) com BRA (losartana); pelo contrário, há
maior risco de efeitos adversos relacionados a essas classes que atuam por mecanismos
semelhantes (ex.: hipercalemia e insuficiência renal) - C errada. O aumento da dose de
clortalidona até pode ser benéfico (a dose máxima é de 100 mg/dia), mas a medida mais
importante frente à suspeita de DAC é o início do betabloqueador (D incorreta). Resposta - E.
245 - 2020 PUC - PR

Ricardo, 72 anos, portador de Hipertensão Arterial, diabetes, gota e doença renal crônica
(Clearence de Creatinina de 25ml/min) em uso de Enalapril 10mg a cada 12 horas procura
consulta médica, pois nos últimos meses vem apresentando palpitações. Ao exame físico,
apresenta-se com PA 160x70mmHg, FC: 64bpm, FR: 18 rpm, com bulhas cardíacas arrítmicas
na ausculta e com pulso irregular, sem outras alterações no exame. Das opções a seguir sobre
o tratamento da hipertensão desse paciente, a escolha de medicamento mais apropriada para
ser associada à terapia atual é

A) Hidroclorotiazida.
B) Espironolactona.
C) Losartana.
D) Anlodipino.
E) Clonidina.

» Bloqueadores de canais de cálcio (BCC), tiazídicos, IECA e BRA são as classes farmacológicas
de escolha para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Caso não haja
contraindicação, uma dessas deve ser a preferência – opções (B) e (E) incorretas. Como
Ricardo já usa um IECA, não se deve associar um BRA – a associação aumenta o risco de
eventos adversos – opção (C) incorreta. Os tiazídicos também devem ser evitados, já que
esses diuréticos provocam hiperuricemia (repare que ele tem gota) – opção (A) incorreta.
Sendo assim, a melhor droga para associarmos ao enalapril é a anlodipina, um BCC.
Resposta: (D).

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246 - 2020 UEL

Paciente, 68 anos de idade, em tratamento de insuficiência cardíaca com fraco de ejeção


reduzida, porém sem melhora clínica, apresenta ao ecocardiograma, FE 29%, hipertrofia
excêntrica com hipocinesia difusa. No momento, sintomático, classe funcional III, perfil A,
estádio C e ECG com BRE (QRS > 150 ms), sinusal e FC 60 bpm, em tratamento clínico
otimizado há 6 meses com ramipril 10 mg, uma vez ao dia, carvedilol em dose plena,
aldactone 25 mg/dia e furosemida 80 mg pela manhã. Seguindo a última Diretriz Brasileira de
Manejo da Insuficiência Cardíaca publicada, em 2018, assinale a alternativa correta.

A) O uso da ivabradina estaria indicado. O uso do sacubitril/valsartana nessa população não


se mostrou eficaz, estando reservada para pacientes com insuficiência cardíaca e fração de
ejeção preservada.
B) O uso do sacrubitril valsartana nessa população não se mostrou eficaz estando reservada
para a classe funcional IV, estádio D, perfil B.
C) Trocar IECA/BRA por sacrubitril/valsartana, se não houver melhora, encaminhar para
transplante cardíaco, pois a ressincronização está contraindicada, neste caso.
D) Trocar IECA/BRA por sacrubitril/valsartana, se não houver melhora, poderia sugerir
ressincronizador e até mesmo um cardiodesfibrilador devido ao elevado risco de morte
súbita.
E) Trocar IECA/BRA por sacrubitril/valsartana e encaminhar para o centro de transplante
cardíaco, pois a classe funcional III é uma contraindicacão à terapia de ressincronização e
cardiodesfibrilador.

» O tratamento da IC com fração de ejeção reduzida consiste, de forma geral, em drogas que
alteram mortalidade (iECA/BRA, beta-bloqueador e antagonistas da aldosterona) associados a
drogas que aliviam os sintomas (diuréticos e digitálicos). Outras drogas que vem sendo
utilizadas são:
- Hidralazina + nitrato: a combinação mostrou benefícios, aumentando a sobrevida
principalmente em negros. Podem ser utilizados em caso de contraindicação ao IECA/BRA ou
nos casos refratários (classes III e IV) apesar da terapia otimizada.
- Ivabradina: é um inibidor específico e seletivo da corrente “If” do nodo sinusal e, em última
análise, auxilia no controle da frequência cardíaca. Seu uso é recomendado em pacientes com
ritmo sinusal, FC > 70 bpm e classes funcionais II-III de NYHA com disfunção sistólica em uso
de terapia otimizada.
- Valsartan + sacubitril: a combinação foi recentemente aprovada, após resultados do estudo
PARADIGM-HF, para substituir o IECA nos casos de nos pacientes com IC sintomática classes
II e III de NYHA.
Além disso, um marca-passo biventricular definitivo pode ser indicado em pacientes com: (1)
IC classe funcional NYHA II, III ou IV refratária à terapia medicamentosa otimizada, (2) FE
menor ou igual à 35% e (3) ritmo sinusal associado à BRE (QRS maior ou igual à 150ms).

Resposta certa letra D.


247 - 2020 SCMC - MT

O manejo do peso em idosos e os esforços para promover o envelhecimento saudável devem


ter uma abordagem individual, levando-se em consideração todos os itens, exceto o item:

A) Comorbidades.
B) Estado funcional e social.
C) Atividade física.
D) Redução intencional de massa e força muscular.

» Mais uma questão retirada diretamente da diretriz de Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira


de Cardiologia. Os itens a serem considerados para o envelhecimento saudável, segundo o
texto original, são: "(...) manutenção de massa e força muscular, comorbidades, estado
funcional, social, atividade física e qualidade de vida".
Utilizando o bom senso, podemos compreender que não há sentido em reduzir
intencionalmente a força e massa muscular, embora a redução de peso com perda de
adiposidade melhore o perfil de risco cardiovascular.
Resposta letra D
248 - 2020 PUC - RS

Mulher, 53 anos, consulta na Unidade Básica de Saúde por ter acordado com dor na nuca e
tontura. Encontra-se alerta, conversando, apresenta PA 180/100 mmHg, FC 85 bpm, ausculta
cardiopulmonar e exame neurológico sumário dentro da normalidade. A paciente é
hipertensa, faz uso regular de hidroclorotiazida 25 mg/dia, enalapril 10 mg 2x/dia e refere
consumo de bebida alcóolica na noite anterior. Sobre o quadro descrito, após a orientação
para cessação da ingesta alcoólica, é correto afirmar que

A) se trata de uma urgência hipertensiva e a pressão arterial da paciente deve ser


rapidamente baixada com medicação via oral, na própria Unidade Básica de Saúde.
B) a paciente deve ser tranquilizada e permanecer em observação, não havendo
obrigatoriedade no manejo farmacológico. Somente poderá ser liberada ao seu domicílio
quando a pressão arterial atingir níveis inferiores a 160/100mmHg.
C) não há necessidade de intervenção medicamentosa imediata na pressão arterial da
paciente. Ela pode ser liberada com pedido de controle pressórico e retorne em menos de
uma semana para reavaliação da pressão arterial.
D) a paciente pode ser medicada para dor com anti-inflamatório, liberada para casa com
prescrição de aumento da dose do enalapril e pedido de retorno em menos de uma semana
para reavaliação de pressão arterial.

» Situação extremamente comum no nosso dia a dia. Paciente com hipertensão arterial
sistêmica que se apresenta com níveis tensionais fora dos alvos preconizados, sintomas
vagos não atribuíveis aos valores pressóricos e exame físico sem alterações dignas de nota.
Essa é a chamada pseudocrise hipertensiva, ou seja, apenas uma hipertensão arterial crônica
mal controlada que precisa ter seu tratamento otimizado. Não confunda a relação de
causa/consequência: a dor estimula o sistema adrenérgico e provoca hipertensão, não é a
hipertensão que gera dor! É muito frequente que nossos pacientes pensem que cefaleia ou
dor na nuca surgem quando a pressão arterial se eleva, mas isso é uma falácia que precisa
ser desmistificada por nós, médicos! Conduta: orientações gerais sobre a benignidade do
quadro, controle sintomático da dor e otimização do tratamento da pressão arterial se for
preciso, não havendo necessidade de drogas anti-hipertensivas de forma emergencial. Aliás,
reduzir a pressão arterial de forma abrupta em pacientes com hipertensão arterial crônica
pode trazer mais malefícios do que benefícios (esses doentes já estão "acostumados" com
altos níveis pressóricos e podem desenvolver complicações por hipoperfusão tecidual, como
infarto agudo do miocárdio ou AVE). Reparem que não estamos diante de uma emergência
hipertensiva, cenário no qual nos deparamos com níveis tensionais bastante elevados
(geralmente uma PA diastólica ≥ 120 mmHg) associados a sinais e sintomas de lesão de
órgão-alvo (acidente vascular encefálico, síndromes coronarianas agudas, encefalopatia
hipertensiva ou edema agudo de pulmão, por exemplo). Nesses casos, prescrevemos sim
anti-hipertensivos parenterais para redução rápida da PA. Também não parece se tratar de
uma urgência hipertensiva, um conceito controverso tipicamente definido pela elevação da
PA em pacientes com fatores de risco como doença coronariana estável, aneurisma de aorta
não dissecante ou epistaxes graves. Não se prenda aos valores tensionais, pois não há
nenhum consenso na literatura que nos permita definir crise hipertensiva a partir de um
corte numérico. Concordamos que é tudo muito bonito na teoria, mas que pode ser mais
difícil na prática. De acordo com os dados da Studying the Treatment of Acute Hypertension
(STAT), muitos pacientes ignoram as orientações dadas e retornam para atendimento nos
próximos três meses pelo mesmo motivo: "Estou com dor de cabeça, medi minha pressão e
está alta!". Por mais angustiante que possa parecer, nenhum trabalho mostra benefício na
redução rápida da pressão arterial de pacientes assintomáticos com hipertensão mal
controlada. A verdade dos fatos é que a maioria desses pacientes deve ter seu controle
pressórico feito de forma ambulatorial, com orientações de hábitos de vida e ajuste fino das
medicações. Ficaríamos entre a C e a D: não estaria errado tratar a paciente com sintomáticos
para dor e até ajustar a dose dos anti-hipertensivos para uma posterior reavaliação, mas a
banca liberou como resposta a letra C.

249 - 2020 HAC - PR

L.U.C.A, homem, 50 anos, veio à consulta por queixa de cãimbras musculares frequentes, de
início há 06 meses. Conta higidez prévia e não fazia uso de medicações. Ao exame físico
apresenta-se eutrófico, PA=160x100 mmHg, sem outros achados significativos. Exames
laboratoriais iniciais mostram hemograma normal. Creatinina: 0,7 mg/dl (n: 0,5-1,3 mg/dl),
Sódio: 143 mEq/L (n: 135-145 mEq/L), K+: 2,9 mEq/L (n: 3,5-5 mEq/L), glicemia 118 mg/dl (n:70-
99 mg/dl). O diagnóstico mais provável e os exames iniciais indicados são, respectivamente:

A) Feocromocitoma, dosagem de catecolaminas urinárias de 24h


B) Hipertensão essencial; rx de tórax, eletrocardiograma e lipidograma.
C) Estenose de artéria renal; ecodoppler artérias renais.
D) Hiperaldosteronismo primário; dosagem de aldosterona e atividade da renina plasmática
E) Síndrome de cushing, cortisol matinal (8 horas) basal e 8 horas após administração de 1 mg
de dexametasona às 24 horas

» Hipertensão arterial grave e hipocalemia "espontânea" (isto é, não associada ao uso de


medicamentos ou qualquer outra causa aparente). Este é o quadro clássico do
hiperaldosteronismo primário, uma das principais causas curáveis de HAS secundária! Diante
da suspeita diagnóstica está indicado realizar dosagem da relação aldosterona/atividade de
renina plasmática. Resposta: D.

Video comentário: 242035


250 - 2020 HEVV

Paciente branca, de 25 anos apresenta hipertensão arterial severa de início recente. Exames
revelam uréia e creatinina normais, potássio sérico baixo (3,0mEq/L) e EAS normal. Ao exame
presença de sopro abdominal. Ultra-sonografia mostra rins de aspecto normal, porém com
assimetria, medindo o direito 11,8cm e o esquerdo 9,8cm. A etiologia mais provável da
hipertensão arterial é:

A) feocromocitoma.
B) estenose da arteria renal.
C) glomerulonefrite crônica.
D) hiperaldosteronismo primário.
E) hipertensão arterial essencial ou primária.

» A estenose de artéria renal é causa de hipertensão renovascular e pode cursar clinicamente


com sopro abdominal sistodiastólico, achado com especificidade de até 99%, mas apenas
40% de sensibilidade (isso é, está ausente em grande parte dos pacientes). Exames
laboratoriais podem revelar hipocalemia com alcalose metabólica em 15-20% dos casos, o
que pode ser explicado poor um hiperaldosteronismo hiperreninêmico. A assimetria renal
aumenta a suspeita de uma estenose arterial unilateral ou até bilateral se um dos rins for
mais estenótico, mas é digno de nota que a acurácia diagnóstica da ultrassonografia renal é
baixa (muitos pacientes com estenose de artéria renal têm rins simétricos e de tamanho
normal). Em mulheres entre 15-40 anos com quadro sugestivo de estenose de artéria renal,
precisamos pensar em displasia fibromuscular (B CORRETA).

Feocromocitoma é marcado por hipertensão paroxística, cefaleia, sudorese e palpitações (A


INCORRETA). Glomerulopatias - sobretudo a diabética e focal/segmentar idiopática - podem
causar hipertensão, mas não parece ser esse o caso (C INCORRETA). hiperaldosteronismo
primário é lembrado nas provas pela presença de hipocalemia, mas não explicaria o sopro
abdominal nem a assimetria renal (D INCORRETA). Devemos pensar em hipertensão arterial
secundária em pacientes com menos de 30 anos sem fatores de risco para hipertensão
arterial (E INCORRETA).

Gabarito: B.
251 - 2020 HEA

O risco cardiovascular global deve ser avaliado em cada indivíduo hipertenso, pois auxilia na
decisão terapêutica e permite uma análise prognóstica. São fatores de risco cardiovascular na
avaliação do risco adicional no hipertenso:

A) Homens com idade ≥ 55 anos ou mulheres com idade ≥ 65 anos; tabagismo; triglicerídeos >
300mg/dl.
B) Circunferência abdominal ≥ 100 cm nos homens ou ≥ 88 cm nas mulheres; IMC ≥ 30 kg/m2;
Hemoglobina glicada entre 5,7 - 6,4%.
C) História de doença cardiovascular prematura em parentes de 1° grau Homens < 55 anos ou
mulheres < 65 anos; Circunferência abdominal ≥ 102 cm nos homens ou ≥ 88 cm nas
mulheres; etilismo.
D) Sexo masculino; História de doença cardiovascular prematura em parentes de 1° grau
Homens < 55 anos ou mulheres < 65 anos; Circunferência abdominal ≥ 102 cm nos homens ou
≥ 88 cm nas mulheres.

» Essa questão tem como base à " 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial: Capítulo 4 -
Estratificação de Risco Cardiovascular". Vamos analisar as assertivas:
Sexo masculino, Idade, Homens ≥ 55 anos ou mulheres ≥ 65 anos, História de DCV prematura
em parentes de 1º grau, Homens < 55 anos ou mulheres < 65
anos, Tabagismo, Dislipidemia, Colesterol total > 190 mg/dl e/ou, LDL-colesterol > 115 mg/dl
e/ou, HDL-colesterol < 40 mg/dl nos homens ou < 46 mg/dl nas mulheres e/ou, Triglicerídeos
> 150 mg/dl, Resistência à insulina, Glicemia plasmática em jejum: 100-125 mg/dl, Teste oral
de tolerância à glicose: 140-199 mg/dl em 2 horas, Hemoglobina glicada: 5,7 –
6,4%, Obesidade, IMC ≥ 30 kg/m2, CA ≥ 102 cm nos homens ou ≥88 cm nas mulheres.
Ou seja, somente a letra D encontra-se correta e portanto é o nosso gabarito.

252 - 2020 HMDI

Homem de 60 anos, procedente da Bahia, deu entrada no PS com dispneia aos médios
esforços, ortopneia e edema de MMII. Ao exame físico, detectado edema MMII 3+/4,
hepatomegalia 2cm abaixo RCD, estase jugular com refluxo hepatojugal positivo, PA
80x30mmHg e sonolência. Relatava ainda oligúria. Trazia consigo um ECG e Ecocardiograma
realizados ambulatorialmente que revelavam bloqueio de ramo direito e bloqueio divisional
ântero-superior, fração de ejeção de 40% e presença de aneurisma apical. A provável etiologia
do quadro cardíaco é

A) Isquêmica.
B) hipertensiva.
C) chagásica.
D) viral.

» A grande dica para chegar ao diagnóstico está no ECG: presença de bloqueio de ramo direito
- BRD (padrão rsR' e R' alargada em V1) associado a hemibloqueio anterior esquerdo ou
bloqueio divisional ântero-superior esquerdo - BDASE (desvio do QRS para a esquerda,
denotado pelo QRS negativo em D2 e aVF). Esses dois achados, em conjunto, são bastante
sugestivos do diagnóstico de cardiomiopatia chagásica.
253 - 2020 HMDI

Homem de 60 anos, procedente da Bahia, deu entrada no PS com dispneia aos médios
esforços, ortopneia e edema de MMII. Ao exame físico, detectado edema MMII 3+/4,
hepatomegalia 2cm abaixo RCD, estase jugular com refluxo hepatojugal positivo, PA
80x30mmHg e sonolência. Relatava ainda oligúria. Trazia consigo um ECG e Ecocardiograma
realizados ambulatorialmente que revelavam bloqueio de ramo direito e bloqueio divisional
ântero-superior, fração de ejeção de 40% e presença de aneurisma apical. Baseado na sua
avaliação clínica-hemodinâmica, qual o perfil do paciente e uma opção de tratamento?

A) Perfil A, furosemida e morfina.


B) Perfil B, furosemida e morfina.
C) Perfil C, furosemida e levosimendan.
D) Perfil D, furosemida e levosimendan.

» Segundo o algoritmo desenvolvido por Stevenson, os pacientes que apresentam congestão


são classificados como “úmidos”, enquanto pacientes sem congestão são chamados “secos”.
Pacientes com perfusão inadequada são classificados como “frios”, ao passo que pacientes
com boa perfusão são classificados como “quentes”. Dessa forma, são definidos quatro perfis
clínico-hemodinâmicos: categoria A (“quente e seco” ou compensado); categoria B (“quente e
úmido”, que é mais frequente); categoria C (“frio e úmido”, com pior prognóstico); categoria L
(“frio e seco”, que é pouco frequente). Este paciente deve ser enquadrado no perfil C, pois
está mal perfundido (oligúrico) e congesto (dispneico, ortopneico). Nesses casos, o
tratamento deve ser feito usando inotrópicos com ação vasodilatadora, como a dobutamina,
a dopamina em baixas doses e a milrinona. A banca divulgou inicialmente a opção D como
gabarito, mudando para a opção C após pedidos de recurso.
254 - 2020 UEM

Qual das alternativas é correta em relação à insuficiência cardíaca?

A) Pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que
55% são classificados como insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.
B) Os pacientes na classe funcional II da New York Heart Association apresentam sintomas nas
atividades físicas menos intensas que as habituais, representando limitação importante,
porém confortáveis no repouso.
C) A classificação da insuficiência cardíaca segundo a progressão da doença, proposta pela
American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA), considera ""estágio
A"" quando o paciente apresenta alteração estrutural cardíaca, sem sintomas de insuficiência
cardíaca.
D) O termo ""insuficiência cardíaca crônica"" reflete a natureza não progressiva da doença,
enquanto o termo ""insuficiência cardíaca aguda"" indica a natureza progressiva.
E) Algumas situações clínicas de alto débito cardíaco podem levar a insuficiência cardíaca,
como tireotoxicose, anemia, fístulas arteriovenosas e beribéri (insuficiência cardíaca de alto
débito).

» Vamos rever cada alternativa para entender melhor o gabarito:


Letra A incorreta: A insuficiência cardíaca (IC) pode ser classificada como tendo fração de
ejeção (FE) reduzida (se FE < 40%) ou com FE preservada (se FE ≥ 50%). A presença de FE entre
40-49% recai sobre um fenótipo intermediário, ainda sem uma identidade bem definida.
Letra B incorreta: Os pacientes com classe funcional II da NYHA apresentam uma limitação
física leve, ou seja, há um cansaço aos médios esforços (ex: varrer a casa, subir uma escada).
Geralmente toleram um MET entre 4-6.
Letra C incorreta: Pela classificação da ACC/AHA, os pacientes no estágio A são aqueles com
fatores de risco para IC porém sem doença estrutural estabelecida.
Letra D incorreta: A classificação de IC aguda ou crônica não tem relação com a progressão
dos sintomas, e sim com a velocidade de surgimento dos mesmo. Entenda: o paciente que
você atendeu no ambulatório com B4, ortopneia e dispneia aos esforços possui IC crônica.
Por outro lado, o paciente atendido na emergência com um quadro de edema agudo de
pulmão de origem cardiogênica possui uma IC aguda. Ambos podem progredir, porém um é
de instalação rápida e o outro ocorre de forma mais lenta.
Letra E correta: A IC de alto débito ocorre quando o débito cardíaco, mesmo estando elevado,
não é suficiente para suprir a sua demanda metabólica. São exemplos os estados
hipercinéticos: tireotoxicose, beri beri, fístulas arteriovenosas, anemia, doença de Paget.

Portanto, gabarito letra E.


255 - 2020 UEM

Quando à insuficiência cardíaca, assinale a alternativa correta.

A) A detecção de bloqueio de ramo esquerdo do feixe de His (BRE), com alargamento


pronunciado da duração do complexo QRS, auxilia na indicação da terapia de ressincronização
cardíaca.
B) Os peptídeos natriuéticos BNP e NT-proBNP, cujo papel no diagnóstico de insuficiência
cardíaca está bem estabelecido, são biomarcadores específicos, não se alterando em
situações associadas muito frequentes, como anemia, idade avançada e insuficiência renal.
C) Dosagem dos peptídeos natriuréticos deve ser realizada quando há dúvida no diagnóstico
da insuficiência cardíaca, não sendo recomendados para estratificação prognóstica.
D) A ausência de cardiomegalia na radiografia de tórax pode afastar a possibilidade de
disfunção sistólica cardíaca significativa.
E) O ecocardiograma deve ser repetido de forma sistemática nos pacientes com insuficiência
cardíaca, independente de mudança significativa de seu estado clínico.

» Vamos avaliar cada alternativa:


A) O BRE completo no eletrocardiograma assinala atraso na condução elétrica pelo ramo
esquerdo, e se correlaciona com a diferença no tempo de ativação elétrica entres os
ventrículos. O dissincronismo ventricular frequentemente é um fator importante na redução
da fração de ejeção do ventrículo esquerdo, contribuindo para a sintomatlogia da
insuficiência cardíaca. Visando reaproximar o tempo de contração dos ventrículos, o
ressincronizador estimula ambas as cavidades quase simultaneamente, podendo devolver
algum grau de funcionalidade à sístole cardíaca. Portanto, a presença de BRE com QRS >
150ms é um dos principais fatores indicadores de terapia de ressincronização cardíaca.
(CORRETA)
B) Os peptídeos natriuréticos são moléculas circulantes no sangue, liberadas em resposta a
elevadas pressões de enchimento cardíacas. Contudo, diversos fatores podem alterar a
dosagem desses peptídeos. A anemia, idade avançada e redução do clearance renal são
fatores que tendem a aumentar a permanência dessas moléculas na corrente sanguínea,
produzindo falsas elevações em sua dosagem. (INCORRETA)
C) A dosagem desses peptídeos tem valor tanto no diagnóstico da insuficiência cardíaca,
demonstrando alto valor preditivo negativo, quanto no prognóstico, ao sinalizar boa resposta
à terapia quando em curva descendente ao longo da internação hospitalar. (INCORRETA)
D) A disfunção sistólica pode ocorrer, principalmente em quadros agudos, na ausência de
dilatação importante das câmaras cardíacas, principalmente por alterações isoladas da
contratilidade miocárdica. (INCORRETA)
E) O ecocardiograma deve ser repetido principalmente em vigência de mudança significativa
(positiva ou negativa) do quadro clínico em pacientes com IC, servindo como ferramenta
prognóstica importante. (INCORRETA)
Resposta letra A
256 - 2020 UEM

Em relação aos medicamentos utilizados para o tratamento da hipertensão arterial, qual


alternativa abaixo é correta?

A) Em relação ao uso de diuréticos para o tratamento da hipertensão arterial, a preferência é


pelos diuréticos de alça, como clortalidona e hidroclorotiazida, em doses baixas.
B) Metildopa e clonidina são vasodilatadores diretos e poder induzir a taquicardia reflexa.
C) Inibidores da enzima conversora da angiotensina e os bloqueadores do receptor ATI da
angotensina II são contraindicados na gravidez.
D) Os betabloqueadores reduzem a atividade simpática, porém devem ser usados com cautela
em diabéticos pelo risco de induzir hipoglicemia.
E) Diltiazem e verapamil são bloqueadores dos canais de cálcio di-hidropiridínicos, sem efeito
sobre a frequência cardíaca e função sistólica.

» Vamos avaliar cada alternativa:


A) A clortalidona e a hidroclorotiazida são exemplos de diuréticos da classe dos TIAZÍDICOS,
preferidos no controle da hipertensão (INCORRETA)
B) Os vasodilatadores diretos tem como principal representante a hidralazina. A metildopa e a
clonidina agem pela estimulação os receptores adrenérgicos alfa2 do sistema nervoso
central, inibindo a liberação de noradrenalina e gerando vasodilatação indireta. (INCORRETA)
C) Os IECA e BRA são formalmente contraindicados na gestação, independente da idade
gestacional. No primeiro trimestre, são associados à malformação dos sistemas
cardiovascular e nervoso central do feto, e nos demais períodos comprometem o
desenvolvimento renal fetal, além de provocarem oligohidrâmnio, malformações ósseas,
hipoplasia pulmonar, hipotensão, anúria e morte neonatal. (CORRETA)
D) Os betabloqueadores tem pouca influência no controle glicêmico do diabetes mellitus,
representando uma droga segura para uso desses pacientes (INCORRETA)
E) O diltiazen e verapamil são bloqueadores de canais de cálcio NÃO di-hidropiridínicos, com
ação cronotrópica e inotrópica negativas a nível do coração (INCORRETA)
Resposta letra C
257 - 2020 UEM

Paciente do sexo feminino, 45 anos, procura atendimento ambulatorial com queixa de


dispnéia aos esforços moderados. À ausculta cardíaca apresenta ritmo cardíaco regular e
sopro diastólico em ruflar melhor audível em quinto espaço intercostal esquerdo na linha
hemiclavicular. Qual o diagnóstico provável?

A) Insuficiência valvar mitral primária.


B) Estenose valvar mitral.
C) Insuficiência valvar mitral secundária (funcional).
D) Insuficiência valvar aórtica.
E) Estenose valvar aórtica.

» Enunciado que descreve uma paciente portadora de sopro em ruflar diastólico em foco
mitral. Ora, esta é a descrição do sopro característico da estenose mitral. Trata-se de um
sopro de baixa frequência, produzido pelo enchimento rápido do ventrículo esquerdo através
da válvula mitral estenótica. A estenose mitral tem como etiologia quase exclusiva a
cardiopatia reumática.
Resposta letra B
258 - 2020 UFAL

Medidas não farmacológicas como cessação do tabagismo, perda de peso, atividade física
regular, controle dietético e de fatores de risco estão indicadas para todos os pacientes com
DM portadores de doença arterial coronariana (DAC). Nesse contexto, apenas não podemos
concordar que:

A) a prevenção secundária com uso de AAS e estatinas (com alvo de LDL-C < 70 mg/dl) está
indicada para todos, salvo contraindicações.
B) o uso de IECAs está recomendado (salvo contraindicações) para pacientes portadores de
DAC e DM para redução de risco cardiovascular.
C) BRAs não devem substituir IECAs quando o paciente apresentar tosse relacionada com o
IECA.
D) betabloqueadores estão indicados para pacientes portadores de DAC e DM com disfunção
ventricular esquerda, observando-se as indicações da diretriz de IC.

» Questão retirada, na íntegra, da I Diretriz sobre Aspectos Específicos de Diabetes (tipo 2)


Relacionados à Cardiologia e que começou fazendo uma boa lembrança sobre as medidas
não farmacológicas que devem ser indicadas aos pacientes diabéticos. Essa é uma das
recomendações presentes no documento. Vamos às outras…

A prevenção secundária com uso de AAS e estatinas (com alvo de LDL-C < 70 mg/dl) está
indicada para todos, salvo contraindicações. Nível de evidência A. (letra A - CORRETA)
O uso de IECAs está recomendado (salvo contraindicações) para pacientes portadores de DAC
e DM para redução de risco cardiovascular. Nível de evidência A. (letra B - CORRETA)
BRAs devem substituir IECAs quando o paciente apresentar tosse relacionada com o IECA.
Nível de evidência B. (letra C - INCORRETA)
Betabloqueadores estão indicados para pacientes portadores de DAC e DM com disfunção
ventricular esquerda, observando-se as indicações da diretriz de IC. Nível de evidência A.
(letra D - CORRETA)
Betabloqueadores após IAM por até três anos, sujeito a reavaliação. Nível de evidência A.
Betabloqueadores para tratar angina e/ou isquemia silenciosa. Nível de evidência B.

Gabarito: letra C.
259 - 2020 HEVV

Sobre o mecanismo de Frank-Starling, marque a alternativa CORRETA:

A) a influência da pós-carga ocorre no sentido de acentuar a ejeção ventricular, conforme o


ventrículo é dilatado.
B) o estiramento miocárdico não afeta o inotropismo.
C) a contração é acentuada pela distensão da câmara e restrita pelo retraimento do volume
ventricular.
D) não é influenciado pelo retorno venoso.
E) não depende do estiramento do sarcômero.

» Segundo a Lei de Frank-Starling, quanto maior a pré-carga (ou seja, o volume diastólico final),
maior o débito sistólico. Porém, existe um limite para isso e, quando ultrapassado, o aumento
adicional da pré-carga deixa de ser compensado. A partir desse momento, o paciente começa
a descompensar e, com isso, há uma ativação neuro-humoral como forma de tentar
compensar o quadro. Apesar de inicialmente aumentar a contratilidade, com o tempo, essa
ativação se torna prejudicial ao ventrículo (que já se encontra doente). Além disso, as
substâncias liberadas são vasocontritores arteriais (ex: noradrenalina, angiotensina II) e irão
aumentar a pós-carga (que é a resistência imposta à ejeção ventricular) e dificultar ainda mais
o trabalho cardíaco.

Gabarito letra C.
260 - 2020 HEVV

Com relação à insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp), é CORRETO
afirmar que:

A) a ICFEp é mais comum em pacientes do sexo masculino, hipertensos e com até os 50 anos
de idade.
B) a taxa de mortalidade pela ICFEp é menor do que nos pacientes com insuficiência cardíaca
com fração de ejeção reduzida (ICFEr).
C) os níveis do peptídeo natriurético tipo B (BNP) e porção N-terminal do pró-BNP (NT-pró-
BNP) estão normais nos pacientes com ICFEp, devido à função ventricular preservada.
D) a candesartana demonstrou redução significativa da mortalidade de pacientes com ICFEp.
E) o controle adequado das comorbidades na ICFEp pode prevenir a descompensação.

» Vamos analisar cada alternativa:


Letra A incorreta: A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) acomete
homens e mulheres de forma igual e sua prevalência aumenta com a idade.
Letra B incorreta: A taxa de mortalidade da ICFEP é tão elevada quando a da IC com fração de
ejeção reduzida (ICFER).
Letra C incorreta: Os níveis plasmáticos de BNP e pró-BNP normalmente encontram-se
elevados nos pacientes com ICFEP, funcionando como uma ferramenta tanto a nível
diagnóstico, quanto para prognóstico.
Letra D incorreta: Contrariamente ao que se observa na ICFER, na ICFEP o bloqueio do eixo
renina-angiotensina é pouco útil em termos de redução dos eventos clínicos ou da
mortalidade, como foi demonstrado nos estudos com perindopril (PEP-CHF), irbesartan (I-
PRESERVE) ou candesartan (CHARM-Preserved).
Letra E correta: Pacientes com ICFEP têm dificuldade em tolerar certos tipos de estresse
hemodinâmico, o que causa aumento da pressão diastólica do VE. Os estresses mais comuns
encontrados pelos pacientes com ICFEP são exercício, fibrilação atrial, hipertensão, carga de
fluidos intravenosos e isquemia. Sendo assim, o controle adequado das comorbidades na
ICFEP pode prevenir a descompensação.

Gabarito letra E.
261 - 2020 SCMCG

Dentro do entendimento da potencial redução do potencial de sobrevida, é preciso tratar


menos invasivamente pacientes idosos, em especial aqueles com comorbidades que possam
comprometer a duração e/ou a qualidade de vida, nesse contexto apenas um item se mostra
adequado:

A) Possibilitando dietas mais liberais, com medicamentos menos agressivos, menos rigor no
monitoramento glicêmico e, consequentemente, metas glicêmicas flexíveis, com glicemias a
qualquer momento (glicemia randômica) abaixo de 140 mg/dL e hemoglobina glicada (HbA1c)
> 7%.
B) Possibilitando dietas mais rígidas, com medicamentos menos agressivos, menos rigor no
monitoramento glicêmico e, consequentemente, metas glicêmicas flexíveis, com glicemias a
qualquer momento (glicemia randômica) abaixo de 180 mg/dL e hemoglobina glicada (HbA1c)
> 7%.
C) Possibilitando dietas mais liberais, com medicamentos menos agressivos, menos rigor no
monitoramento glicêmico e, consequentemente, metas glicêmicas flexíveis, com glicemias a
qualquer momento (glicemia randômica) abaixo de 180 mg/dL e hemoglobina glicada (HbA1c)
> 7%.
D) Possibilitando dietas mais liberais, com medicamentos mais agressivos, menos rigor no
monitoramento glicêmico e, consequentemente, metas glicêmicas flexíveis, com glicemias a
qualquer momento (glicemia randômica) abaixo de 180 mg/dL e hemoglobina glicada (HbA1c)
> 7%.

» Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, em relação as particularidades do


gerenciamento de pacientes idosos com diabetes mellitus, "é preciso tratar menos
invasivamente pacientes idosos, em especial aqueles com comorbidades que possam
comprometer a duração e/ou a qualidade de vida, possibilitando dietas mais liberais, com
medicamentos menos agressivos, menos rigor no monitoramento glicêmico e,
consequentemente, metas glicêmicas flexíveis, com glicemias a qualquer momento (glicemia
randômica) abaixo de 180 mg/dL e hemoglobina glicada (HbA1c) > 7%."
Mais uma questão do tipo preguiçosa que retirar um conceito na íntegra de um documento
de alguma Sociedade importante.
Portanto, o nosso gabarito é a letra C.

Video comentário: 239689


262 - 2020 HEVV

Anormalidades de condução ventricular são comumente observadas em associação com


insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Os retardos elétricos promovidos prejudicam o
enchimento ventricular, reduzem a contratilidade, agravam a regurgitação mitral e promovem
movimento paradoxal do septo interventricular. O conjunto dessas Manifestações é chamado
de dissincronia ventricular, e o implante de um marca-passo multissítio pode ajudar a corrigi-
la, reduzindo assim a alta morbimortalidade associada à ICC. Estudos multicêntricos
acabaram por definir o perfil clínico e os achados de exames complementares que aumentam
as chances de sucesso da terapia de ressincronização cardíaca (TRC). Assinale a alternativa
CORRETA acerca do paciente que apresenta maiores chances de responder à TRC.

A) FEVE ≤ 35%, ritmo de fibrilação atrial, CF III, tratamento clínico otimizado, morfologia de
bloqueio de ramo esquerdo e com duração do QRS ≥ 150 ms.
B) FEVE ≤ 35%, ritmo sinusal, CF II-III, tratamento clínico otimizado, morfologia de bloqueio de
ramo direito e com duração do QRS ≥ 150 ms.
C) FEVE ≤ 35%, ritmo sinusal, CF II, tratamento clínico otimizado, morfologia de bloqueio de
ramo esquerdo e com duração do QRS ≥ 150 ms.
D) FEVE ≤ 35%, ritmo sinusal, internação atual por ICC em classe funcional IV, tratamento
clínico otimizado, morfologia de bloqueio de ramo esquerdo e com duração do QRS ≥ 150 ms.
E) FEVE ≤ 35%, ritmo sinusal, CF II-III, tratamento clínico otimizado, com duração do QRS ≥ 150
ms, independentemente do tipo da anormalidade de condução ventricular encontrada, desde
que o ecocardiograma confirme a presença de dissincronia ventricular.

» A terapia de ressincronização cardíaca tem o intuito de ressincronizar a contração do


miocárdio dos dois ventrículos em pacientes com disfunção de ventrículo esquerdo e
bloqueio de ramo "completo", otimizando assim a sístole cardíaca. Está indicada atualmente
pelos guidelines da American Heart Association/American College of Cardiology aos
pacientes com insuficiência cardíaca NYHA II, III ou IV, fração de ejeção ≤ 35%, em ritmo
sinusal associado a bloqueio de ramo esquerdo (QRS ≥ 150 ms) que se mantém sintomáticos
apesar da terapia medicamentosa otimizada. Poderíamos indicar também a TRC para aqueles
com ritmo sinusal associado a bloqueio de ramo esquerdo ou direito e QRS ≥ 130 ms, mas o
benefício parece ser menor. O mesmo vale para pacientes com insuficiência cardíaca
associada a fibrilação atrial: o grau de evidência é menos claro e o benefício também, o que
significa que sua indicação deve ser individualizada.

De fato pacientes em ritmo sinusal com bloqueio de ramo esquerdo respondem melhor à
TRC. A vantagem também é maior em pacientes mais graves, o que significa que o paciente
da alternativa D teria a melhor resposta, mas é digno de nota que pacientes em classe IV que
não deambulam não devem ser referenciados para TRC.

Gabarito oficial: D.
263 - 2020 SMS - GO

Manoel é um homem de 55 anos, branco, sedentário, hipertenso, que chega até a unidade de
saúde com a expectativa de fazer exames. Diz que utiliza losartana 50 mg de 12/12 horas há
10 anos e que acredita que a medicação esteja fraca, pois a pressão tem ficado descontrolada.
Entendendo o contexto de Manoel, você solicita exames complementares, os quais mostram
os resultados a seguir: Colesterol total = 195; HDL = 40; LDL = 120; Triglicérides = 230; Glicemia
de jejum = 108; Hemoglobina glicada = 5,6%; Creatinina = 0,7; EAS = sem alterações;
Eletrocardiograma = normal; Medida ambulatorial de pressão arterial (MAPA) = PA média de
145 x 78 mmHg; Após analisá-los, você decide calcular o risco cardiovascular de Manoel por
meio da calculadora Framingham, cujo desfecho é de 21,40%. Diante do risco cardiovascular
aferido, a melhor conduta é:

A) Prescrever AAS diário e estimular perda de peso.


B) Prescrever ciprofibrato e sinvastatina, para repetir lipidograma em 3 meses.
C) Prescrever sinvastatina e estimular exercícios físicos.
D) Prescrever metformina e aumentar a dose de losartana.

» Vamos avaliar o caso com calma. Trata-se de um paciente com fatores de risco
cardiovasculares, assintomático, e exames laboratoriais que demonstram dislipidemia mista
leve (LDL > 100/TG > 150), glicemia na faixa de resistência insulínica porém hemoglobina
glicada normal (permitindo excluir diabetes melitus por ora). Seu MAPA evidencia hipertensão
sistólica isolada, significando tratamento inadequado da hipertensão arterial.
Dois objetivos devem ser estabelecidos no tratamento do paciente acima. O primeiro é o
adequado controle da pressão arterial, que pode ser obtido pela adição de outra droga anti-
hipertensiva (visto que a primeira ja se encontra em dose máxima), ou pela alteração do estilo
de vida do paciente. O segundo objetivo é avaliar a necessidade de introdução de outras
terapias para redução do risco cardiovascular. Certamente a perda de peso e a prática de
exercícios serão benéficas nesse sentido, porém existe ainda uma intervenção
medicamentosa que se faz necessáris em pacientes de alto risco cardiovascular (como é o
caso de Manoel), que é o início da terapia com estatinas na prevenção primária de eventos
cardiovasculares (independente da existência de dislipidemia).
Não há indicação nesse caso de início de ciprofibrato, visto que os níveis de triglicerídeos não
ultrapassam 500mg/dL (B INCORRETA). Sem diagnóstico firmado de diabetes mellitus, não há
motivo para início de metformina nesse momento (D INCORRETA). Por fim, a maioria das
diretrizes não indica início de AAS na prevenção primária, sendo os resultados de estudos
conflitantes quanto ao risco/benefício da terapia. (A INCORRETA).
A única alternativa que une as duas intervenções necessárias é a letra C
264 - 2020 HEVV

Paciente do sexo feminino, com 33 anos, vem à consulta devido a achado de sopro. Refere ser
completamente assintomática e nega comorbidades e uso de medicações. Ao exame,
apresenta-se em bom estado geral, frequência cardíaca (FC) = 83 bpm; pressão arterial (PA)=
112 x 58 mmHg, com ausculta de ritmo cardíaco regular e sopro regurgitativo +++ em foco
mitral, mesotelessistólico, com irradiação para linha axilar média, sem outros achados ao
exame clínico. Traz eletrocardiograma em ritmo sinusal e ecocardiograma transtorácico: átrio
esquerdo de 36 mm, ventrículo esquerdo = 48 x 31 mm, fração de ejeção de 65%, insuficiência
mitral importante com prolapso de cúspide anterior, segmento A2 e A3, pressão sistólica da
artéria pulmonar (PSAP) = 33 mmHg. Assinale a conduta CORRETA para a paciente descrita:

A) intervenção valvar mitral precoce com indicação de plástica mitral.


B) tratamento clínico/medicamentoso com diuréticos e vasodilatadores (preferência por IECA
ou BRA).
C) intervenção valvar mitral precoce com indicação de troca valvar mitral por bioprótese.
D) acompanhamento clínico e ecocardiográfico a cada 6 meses, orientando a paciente
retornar ao consultório em caso de surgimento de sintomas.
E) intervenção valvar mitral precoce com indicação de MitraClip.

» O sopro apresentado pela paciente, que encontra-se completamente assintomática, é


compatível com o diagnóstico de prolapso de valva mitral, que ocorre do meio para o final do
período sistólico, resultando no sopro apresentado. Considerando o prolapso de cúspide
anterior, que não possui bons resultados com a realização de plastia, como no prolapso da
cúspide posterior, a abordagem cirúrgica aconselhada é a troca valvar. Assim, recomenda-se
a troca valvar em pacientes com insuficiência importante, associada a sintomas ou
complicadores, principalmente a queda da fração de ejeção ventricular e a hipertensão
pulmonar. No caso apresentado, portanto, a melhor conduta no momento é o seguimento
clínico.

Gabarito: Alternativa D.
265 - 2020 HOA

Medidas não farmacológicas como cessação do tabagismo, perda de peso, atividade física
regular, controle dietético e de fatores de risco estão indicadas para todos os pacientes com
DM portadores de doença arterial coronariana (DAC). Nesse contexto, apenas não podemos
concordar que:

A) a prevenção secundária com uso de AAS e estatinas (com alvo de LDL-C < 70 mg/dl) está
indicada para todos, salvo contraindicações.
B) o uso de IECAs está recomendado (salvo contraindicações) para pacientes portadores de
DAC e DM para redução de risco cardiovascular.
C) BRAs não devem substituir IECAs quando o paciente apresentar tosse relacionada com o
IECA.
D) betabloqueadores estão indicados para pacientes portadores de DAC e DM com disfunção
ventricular esquerda, observando-se as indicações da diretriz de IC.

» Questão retirada, na íntegra, da I Diretriz sobre Aspectos Específicos de Diabetes (tipo 2)


Relacionados à Cardiologia e que começou fazendo uma boa lembrança sobre as medidas
não farmacológicas que devem ser indicadas aos pacientes diabéticos. Essa é uma das
recomendações presentes no documento. Vamos às outras…

A prevenção secundária com uso de AAS e estatinas (com alvo de LDL-C < 70 mg/dl) está
indicada para todos, salvo contraindicações. Nível de evidência A. (letra A - CORRETA)
O uso de IECAs está recomendado (salvo contraindicações) para pacientes portadores de DAC
e DM para redução de risco cardiovascular. Nível de evidência A. (letra B - CORRETA)
BRAs devem substituir IECAs quando o paciente apresentar tosse relacionada com o IECA.
Nível de evidência B. (letra C - INCORRETA)
Betabloqueadores estão indicados para pacientes portadores de DAC e DM com disfunção
ventricular esquerda, observando-se as indicações da diretriz de IC. Nível de evidência A.
(letra D - CORRETA)
Betabloqueadores após IAM por até três anos, sujeito a reavaliação. Nível de evidência A.
Betabloqueadores para tratar angina e/ou isquemia silenciosa. Nível de evidência B.

Resposta: letra C.
266 - 2020 HEVV

No paciente com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, qual terapia
medicamentosa demonstrou REDUÇÃO na mortalidade?

A) nenhuma terapia reduziu a mortalidade.


B) sacubitril + Valsartana.
C) betabloqueadores.
D) inibidores da enzima de conversão da angiotensina.
E) espironolactona.

» Betabloqueadores (em particular o carvedilol, o bisoprolol e o succinato de metoprolol),


espironolactona e inibidores da enzima de conversão da angiotensina se associam a redução
da mortalidade na insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida. São drogas que inibem
o efeito deletérios de mediados neuro-humorais sobre o miocárdio (angiotensina II,
aldosterona e noradrenalina), inibindo assim o remodelamento cardíaco. Acontece que
nenhum estudo foi capaz de mostrar a mesma relação quando falamos da insuficiência
cardíaca com fração de ejeção preservada. Dessa forma, o tratamento desses pacientes
consiste basicamente em controle dos sintomas digestivos com diuréticos e controle
agressivo da hipertensão arterial, isquemia miocárdica, fibrilação atrial e de fatores de risco
cardiovasculares. A combinação sacubitril + valsartana é recomendada para pacientes com
insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida que persistem sintomáticos a despeito
de tratamento otimizado (nesses casos, devemos interromper o uso de IECA ou de BRA).

Gabarito: A.
267 - 2020 HEVV

Dentre as opções abaixo, a que contém recomendações corretas para o tratamento da


hipertensão arterial resistente de acordo com a 7a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial é:

A) modificações do estilo de vida, uso de diurético de alça e betabloqueador como 4º fármaco.


B) modificações do estilo de vida, prescrição de uma das medicações à noite e avaliação da
adesão ao tratamento.
C) uso da combinação de três medicações, sendo um diurético, um bloqueador dos canais de
cálcio e espironolactona.
D) simpatolíticos de ação central, vasodilatadores diretos ou espironolactona são igualmente
recomendados como 4ª opção medicamentosa.
E) avaliação de adesão ao tratamento, uso combinado de inibidores da enzima conversora de
angiotensina, clortalidona e bloqueador do receptor da angiotensina.

» A hipertensão arterial resistente (HAR) é definida pela ausência de controle pressórico


adequado apesar do uso de três ou mais drogas anti-hipertensivas em doses otimizadas,
sendo uma delas um diurético OU pelo controle pressórico com o uso de quatro ou mais
fármacos. Segundo a VII Diretriz Brasileira, os indivíduos devem ser orientados quanto a
mudanças de estilo de vida (ingestão de sódio máxima de 2,0 g/dia, dieta DASH, perda
ponderal, atividade física, interrupção do tabagismo, consumo moderado de álcool) e à
adesão terapêutica adequada. Ainda de acordo com essa referência, a quarta droga a ser
acrescentada ao esquema terapêutico é a espironolactona e a quinta, um betabloqueador.
Lembre-se que o esquema inicial deve ser composto por fármacos de primeira linha:
IECA/BRA, tiazídicos e bloqueador dos canais de cálcio. Pelo menos uma droga deve ser
prescrita à noite, garantindo maior “cobertura anti-hipertensiva” ao longo das 24 horas e
melhor controle do descenso noturno (fenômeno fisiológico no qual a PA se reduz durante o
sono). Analisando as alternativas, percebemos que a melhor resposta é, de fato, a alternativa
(B).

Video comentário: 243073


268 - 2020 PUC - PR

Renato, 64 anos, portador de diabetes e hipertensão, em uso de Metformina 1g a cada 12


horas e atenolol 25mg ao dia. Foi internado recentemente por quadro de infarto agudo do
miocárdio com supra de ST sendo tratado com implante de stent farmacológico em artéria
descendente anterior. Seu exame físico no dia da alta revela uma pressão arterial de 140x92
mmHg, FC: 88bpm, FR: 18ipm, sem alterações. Seus exames laboratoriais revelavam uma
Hemoglobina Glicada de 7,9%, LDL de 194 mg/dL, HDL 35 mg/dL, triglicerídeos 150mg/dL e o
ecocardiograma demonstra uma contratilidade normal, com fração de ejeção preservada.
Sobre o caso clínico apresentado, assinale certo ou errado para a afirmação a seguir. Esse
paciente deve receber uma terapia com beta bloqueadores no momento da alta, podendo ser
mantido o uso do Atenolol.

A) CERTO
B) ERRADO

» Os betabloqueadores são benéficos em coronariopatas, tendo em vista a redução


da contratilidade miocárdica e a frequência cardíaca. Além disso, reduzem a pressão arterial
ao diminuir a pós-carga nos indivíduos hipertensos. Tais fármacos estão indicados em todos
os pacientes com disfunção ventricular (fração de ejeção ≤ 40%) ou mesmo naqueles com
função ventricular normal, após infarto ou síndrome coronariana aguda, quando devem ser
mantidos por três anos. Todos os betabloqueadores parecem ter benefício na
doença isquêmica estável, dando-se preferência ao metoprolol, carvedilol e bisoprolol na
presença de insuficiência cardíaca. Assertiva certa. Resposta: A.

269 - 2020 PUC - PR

Renato, 64 anos, portador de diabetes e hipertensão, em uso de Metformina 1g a cada 12


horas e atenolol 25mg ao dia. Foi internado recentemente por quadro de infarto agudo do
miocárdio com supra de ST sendo tratado com implante de stent farmacológico em artéria
descendente anterior. Seu exame físico no dia da alta revela uma pressão arterial de 140x92
mmHg, FC: 88bpm, FR: 18ipm, sem alterações. Seus exames laboratoriais revelavam uma
Hemoglobina Glicada de 7,9%, LDL de 194 mg/dL, HDL 35 mg/dL, triglicerídeos 150mg/dL e o
ecocardiograma demonstra uma contratilidade normal, com fração de ejeção preservada.
Sobre o caso clínico apresentado, assinale certo ou errado para a afirmação a seguir. Esse
paciente deve receber uma terapia com um inibidor da enzima conversora de angiotensina no
momento da alta, sendo uma opção o Enalapril.

A) CERTO
B) ERRADO

» O autor apresenta um paciente hipertenso e diabético. Apenas pela prevenção de nefropatia


diabética o uso de IECA ou BRA já deve ser considerado como terapia de primeira linha no
tratamento da hipertensão. No entanto, o paciente apresenta ainda síndrome coronariana
aguda, sendo os IECA drogas de escolha na redução da mortalidade desses pacientes, como
demonstrado no estudo ISIS IV.

Afirmativa CERTA.

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